O documento fornece informações sobre três gêneros textuais: artigo de opinião, carta de leitor e crônica. Resume as características estruturais e de conteúdo de cada um, incluindo objetivo, estrutura, linguagem e exemplos.
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REDAÇÃO UEG e
PUCGO: Artigo de opinião,
Carta de leitor e Crônica ARTIGO DE OPINIÃO • GÊNERO TEXTUAL DE ORIGEM DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA. • Objetivo: apresentar uma opinião, sustentar ou refutar opiniões anteriores sobre um tema polêmico em debate na sociedade com base na leitura do real, a fim de convencer o leitor por intermédio da argumentação. • Autor: geralmente um jornalista, colaborador ou convidado de renome (professor, pesquisador, médico, político, profissional liberal). • Geralmente, a estrutura do Artigo de Opinião escolar, segue a mesma de uma dissertação comum: introdução (1º parágrafo), desenvolvimento (2º e 3º parágrafos) e conclusão (4º parágrafo). • Em Artigos de Opinião publicados em revistas e jornais, a introdução e a conclusão podem ter até dois parágrafos. O desenvolvimento também pode ser mais extenso, com até quatro parágrafos, dependendo do limite máximo de linhas que o autor tem a sua disposição. ARTIGO DE OPINIÃO • Linguagem: geralmente, é objetiva e impessoal, adequada ao padrão culto e formal da língua. Há casos em que ocorre subjetividade, ou seja, pode ser escrito em 1ª pessoa também. Pode apresentar ironias, figuras de linguagem e perguntas retóricas como recurso expressivo de construção. • Máscara: obrigatória e qualificadora (exemplo: “como médico”, “na condição de antropólogo” etc.). Observação importante: confira se na proposta de redação há alguma instrução indicando a possibilidade do uso de máscara e qual a orientação para apresentá-la. • Título: obrigatório e comum em ambientes jornalísticos em especial (observação importante: deve-se conferir se a proposta de redação exige o título como obrigatório ou qual é a orientação para escrevê-lo). • Assinatura: geralmente, os Artigos de Opinião são assinados por seus autores. No caso da redação escolar ou de vestibulares, não se assina o artigo. EXEMPLO DE ARTIGO DE OPINIÃO SÓ O MAIO LARANJA NÃO BASTA Apenas neste mês, o Maio Laranja, vemos campanhas e uma abordagem mais significativa sobre duas chagas brasileiras: o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Diariamente, meninos e meninas das mais diversas idades — inclusive, bebês — são vítimas desses crimes, independentemente da classe social. Mesmo assim, não há uma mobilização nacional e efetiva para o enfrentamento da barbárie, como algumas reportagens publicadas recentemente nesse veículo de comunicação expõem. O combate às atrocidades é complexo e tem de envolver família, sociedade e Estado. Mas o governo precisa tomar a frente, pelo poder e pela máquina que tem em mãos, e sensibilizar os demais atores. Os próprios dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) mostram a urgência da adoção de medidas para proteger esse público. De acordo com a pasta, de 2011 ao primeiro semestre de 2019, foram registradas no Disque 100 mais de 200 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. “Considerando o fato de que pesquisas afirmam que apenas 10% dos casos são notificados às autoridades, somos impactados com a impressionante cifra de mais de 2 milhões de casos nesse período em nosso país”, destaca o ministério. E, então, cadê as ações? (CONTINUA) EXEMPLO DE ARTIGO DE OPINIÃO Além disso, a maioria dos abusos ocorre no núcleo familiar, cometidos por pais, mães, avós, padrastos, irmãos, tios, primos, como já pude comprovar em relatos de vítimas para matérias que produzi ao longo da minha carreira. Também são algozes amigos, vizinhos, conhecidos. Já na exploração sexual, crianças e adolescentes são usados para obtenção de lucro. Essa situação indica que tal atrocidade pode ter como principal cenário o ambiente que deveria ser de afeto, acolhimento e aprendizado, mas que se torna cruel, impossibilitando cada vez mais a denúncia. Portanto, crimes que ocorrem diariamente, de forma tão covarde contra inocentes, não podem ser ignorados, ou ganhar os holofotes somente uma vez por ano. São necessárias medidas permanentes e efetivas para proteger meninos e meninas, campanhas nacionais maciças de prevenção, bombardeios de informações, uma legislação mais rígida contra os algozes. A lei máxima deste país, a Constituição, determina que crianças, adolescentes e jovens devem ter prioridade absoluta na garantia dos direitos, entre os quais, à segurança. Não bastam ações somente uma vez por ano. (Cida Barbosa, jornalista. Com adaptações. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2021/05/4924131-artigo-so-o-maio-laranja-nao- basta.html) CARTA DE LEITOR • Carta de leitor é um tipo de correspondência com o objetivo de demonstrar apoio, discordar, corrigir, ou comentar uma matéria, reportagem, entrevista, etc. publicada em um veículo de informação. ESTRUTURA DA CARTA DE LEITOR • Local e data, à esquerda da folha, sem demarcação de parágrafo. • Vocativo, com formas de tratamento adequadas, também à esquerda da folha, sem demarcação de parágrafo. • O corpo do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) deve respeitar o recuo nos parágrafos. • Introdução (1º parágrafo) com menção à matéria publicada com o objetivo de contextualizar até mesmo quem não tenha tido contato com o texto em questão, dando importância à crítica que se faz. CARTA DE LEITOR • Desenvolvimento (2º e 3º parágrafos) com fundamentação da opinião por meio do uso de dados e informações apresentados no texto ao qual se refere. • Conclusão (último parágrafo), retomando o posicionamento apresentado ao longo do texto e expressão de despedida. • Linguagem é objetiva e impessoal, adequada ao padrão culto e formal da língua • A interlocução com o uso da segunda pessoa do discurso ou de pronomes de tratamento podem ser recorrente, por isso deve haver referências ao interlocutor ao menos uma vez em cada parágrafo. • Não se deve assinar cartas em exames de vestibulares e concursos. A prova pode solicitar que o candidato coloque as iniciais de seu nome no lugar da assinatura, ou um pseudônimo dado pela proposta. EXEMPLO DE CARTA DE LEITOR São Paulo, 10 de agosto de 2007 Caro editor da “Folha de São Paulo” Como leitora desse conceituado jornal, e mãe de dois filhos, vejo a necessidade de posicionar-me a respeito do artigo do doutor Aníbal Fagundes, “Por um consenso sobre o aborto”, publicado na sessão “Tendências/Debates” do dia 7 de agosto, que procura convencer a opinião pública de que aborto é um direito da mulher. É impressionante a ginástica que fazem os apoiadores do aborto, querendo pressionar o governo a legalizá-lo, afirmando que a criminalização do aborto viola diversos direitos fundamentais da mulher, especialmente os das mais pobres. Primeiramente, aponto o direito de autonomia, que teria como aspecto central o poder de controlar o próprio corpo e de tomar decisões a ele relacionadas. Ora, senhor editor, que a mulher tem o direito de controlar o próprio corpo não há dúvida. Mas é preciso lembrar o óbvio, que, apesar de evidente, tem de ser repetido todas as vezes em que se está diante do já surrado slogan “meu corpo, minhas regras”: o embrião ou o feto, não é parte do corpo da mulher, e sim um outro ser humano, um indivíduo, com DNA diferente daquele de sua mãe. (CONTINUA) EXEMPLO DE CARTA DE LEITOR E o direito do nascituro? Senhor editor, não é preciso ser diplomada para saber que o feto não faz parte do corpo da mulher e que ele tem direitos como qualquer cidadão brasileiro. E sendo o feto vida humana, seu direito à vida sobrepõe-se à autonomia da mulher, aos direitos sexuais e reprodutivos. Penso que o feto é dependente da mãe; o fato de ser dependente não retira dele nenhuma dignidade de ser humano – ao contrário, deveria ser um reforço à sua proteção. Seria interessante que essa empresa publicasse também, outro artigo de pessoa autorizada para expor sua opinião contra o aborto, para que seus leitores pudessem analisá-lo e formar sua própria opinião. Finalizo, senhor editor, dizendo que os que apoiam o aborto deveriam gastar seu precioso tempo para pressionar o governo em relação a políticas públicas que deem melhores condições de vida ao brasileiro pobre – saúde, educação, emprego. Isso sim, é consenso nacional. Atenciosamente, F.G.R. CRÔNICA • Crônica é um gênero discursivo no qual, com base na observação e no relato de fatos cotidianos (situações noticiadas pela imprensa ou que se repetem com frequência), o autor manifesta sua perspectiva subjetiva, oferecendo uma interpretação que revela ao leitor algo que não é percebido pelo senso comum. • A crônica narrativa apresenta os elementos básicos da narrativa (enredo, narrador, personagens, tempo e espaço) e tem como uma de suas tendências tratar de acontecimentos característicos de uma sociedade. TIPOS DE CRÔNICA • Crônica narrativa: trata-se de uma narrativa que segue uma ordem cronológica e que relata fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados à arte, esporte, ciência, relacionamentos interpessoais, entre outros. • Crônica argumentativa: a argumentação é a principal marca. Ela funde aspectos narrativos e dos textos argumentativos. Os cronistas expressam nesse tipo de texto um tema e sua posição, ponto de vista ou juízo de valor sobre tal assunto. CRÔNICA CARACTERÍSTICAS GERAIS DA CRÔNICA: • Texto curto e de imediata percepção; • Pode apresentar marcas de subjetividade, ou seja, pode ser escrito em 1ª pessoa. Também pode ser escrita em 3ª pessoa; • Pode comportar diversos modos de expressão, isoladamente ou simultaneamente: narração; descrição; argumentação; contemplação; comentários; reflexão; • Linguagem pode apresentar duplos sentidos, jogos de palavras, conotações; • Pode conter intenção humorística e ironia; • Predominância da função emotiva da linguagem sobre a referencial; • Vocabulário variado e expressivo de acordo com a intenção do autor; • Pontuação expressiva; • Emprego de recursos estilísticos; • Aborda aspectos da vida social e cotidiana; • Geralmente transmite os contrastes do mundo em que vivemos; • Pode apresentar episódios reais ou fictícios, inspirados na realidade. EXEMPLO DE CRÔNICA CASA DAS ILUSÕES PERDIDAS Polícia investiga troca de bebê por casa. Cotidiano, 10 jun.1999 Quando ela anunciou que estava grávida, a primeira reação dele foi de desagrado, logo seguida de franca irritação. – Que coisa, você não podia tomar cuidado, engravidar logo agora que estou desempregado, numa pior, você não tem cabeça mesmo, não sei o que vi em você, já deveria ter trocado de mulher havia muito tempo. Ela, naturalmente, chorou, chorou muito. Disse que ele tinha razão, que aquilo fora uma irresponsabilidade, mas mesmo assim queria ter o filho. Sempre sonhara com isso, com a maternidade – e agora que o sonho estava prestes a se realizar, não deixaria que ele se desfizesse. – Por favor – suplicou. – Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe. Ele disse que ia pensar. Ao fim de três dias daria a resposta. E sumiu.(CONTINUA) EXEMPLO DE CRÔNICA Voltou, não ao cabo de três dias, mas de três meses. Àquela altura ela já estava com uma barriga avantajada que tornava impossível o aborto; ao vê-lo, esqueceu a desconsideração, esqueceu tudo – estava certa de que ele vinha com a mensagem que tanto esperava: “Você pode ter o nenê, eu ajudo você a criá-lo”. Estava errada. Ele vinha, sim, dizer-lhe que podia dar à luz a criança; mas não para ficar com ela. Já tinha feito o negócio: trocariam o recém-nascido por uma casa. A casa que não tinham e que agora seria o lar deles, o lar onde – agora ele prometia – ficariam para sempre. Ela ficou desesperada. De novo caiu em prantos, de novo implorou. Ele se mostrou irredutível. E ela, como sempre, cedeu. Entregue a criança, foram visitar a casa. Era uma modesta construção num bairro popular. Mas era o lar prometido e ela ficou extasiada. Ali mesmo, contudo, fez uma declaração: – Nós vamos encher esta casa de crianças. Quatro ou cinco, no mínimo. Ele não disse nada, mas ficou pensando: “Quatro ou cinco casas, aquilo era um bom começo”. (Moacyr Scliar, com adaptações. Folha de São Paulo. Cotidiano. 14/06/1999)