Ética Mill
Ética Mill
Ética Mill
A Fundamentação da Moral
Problema da Fundamentação da Moral
PROBLEMA:
Perguntar pelo fundamento da moral é procurar saber duas coisas:
1 Qual é o bem último? Ou seja, que coisa valorizamos por si mesma
(valor intrínseco e não instrumental)?
2 O que faz uma ação ser correta? Ou seja, qual é o critério da ação
correta?
• Os problemas (1) e (2) estão relacionados. Isto porque é natural
pensar que as ações corretas promovem o bem, e as incorretas
promovem o mal.
ÉTICAS CONSEQUENCIALISTAS E DEONTOLÓGICAS
CARACTERÍSTICAS
Ética Consequencialista:
A moralidade de uma ação é determinada em função das suas
consequências.
Assim, uma ação não é, por si, boa ou má, mas sê-lo-á de acordo com
os efeitos que produzir.
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
CARACTERÍSTICAS
Imparcialidade
No cálculo das consequências da sua ação, o agente deve ser
rigorosamente imparcial.
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
Imparcialidade
“(…) a felicidade (…) não é a felicidade do que age, mas a de
todos. Porque o utilitarismo exige a cada um que, entre a
sua felicidade e a dos outros, seja um espectador tão
estritamente imparcial como desinteressado e benevolente”
J. Stuart Mill (1861). Utilitarismo. Trad. de Luís Lourenço. Lisboa: Lisboa Editora, 2005. p 89
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
Se ao optar por uma situação A, três pessoas ficam satisfeitas e duas não, e se ao
optar por B apenas duas pessoas ficam satisfeitas e três não, o princípio utilitarista
obriga a optar por A mesmo que o agente esteja entre as pessoas insatisfeitas.
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
Imparcialidade e Altruísmo
A moral utilitarista pode exigir que coloquemos de
lado os interesses pessoais em benefício do
interesse geral.
•Se dedicar o meu tempo livre a trabalho gratuito
numa organização de apoio aos sem abrigo traz
mais bem estar ao mundo que dedicá-lo à minha
coleção de selos. A moral utilitarista impõe-me a
primeira opção.
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
CARACTERÍSTICAS
Ética Hedonista:
Stuart Mill pensava que as pessoas com experiência nos dois tipos de
prazeres nunca abdicariam dos prazeres intelectuais (específicos do ser
humano) pelos inferiores.
Para Mill, os prazeres intelectuais são superiores e devem ser
preferidos aos prazeres físicos (comuns ao homem e ao animal) mesmo
quando a sua duração ou intensidade é inferior.
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
Hedonismo qualitativo:
• Assim, Mill argumenta que quem tem experiência dos dois tipos de
prazeres (intelectuais e corporais) não trocaria a oportunidade de fruir
dos prazeres superiores por nenhuma quantidade de prazeres inferiores.
• Por exemplo, ainda que os prazeres de um porco fossem mais intensos e
duradouros do que os de um ser humano, os de um ser humano seriam
preferíveis aos de um porco, pois o porco apenas pode ter prazeres
inferiores.
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
Hedonismo qualitativo:
Apesar de os prazeres superiores serem mais difíceis de
alcançar e de satisfazer completamente, esta insatisfação é
preferível ao contentamento resultante da satisfação dos
prazeres puramente físicos.
«É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco
satisfeito; um Sócrates insatisfeito do que um idiota satisfeito»
A ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
EXERCÍCIOS
Considere-se duas vidas possíveis:
(1) a vida de uma ostra, que contém apenas prazer físico ténue, mas que se
estenderá por um milhão de anos;
(2) a vida feliz de um artista ou cientista, que terá a duração normal da vida
humana.
1 Segundo o hedonismo quantitativo, que vida será melhor? Porquê?
2 Segundo o hedonismo qualitativo, que vida será melhor? Porquê?
3 Que vida será melhor? Porquê?