Id12 1 2 Cerebro

Processos biológicos
Cérebro
Como seria o Universo se não existisse cérebro humano?
Que paisagem existiria na Terra sem a existência do nosso

cérebro?
Como seríamos nós se o nosso cérebro não tivesse

conhecido uma evolução tão significativa?
Cérebro
O cérebro é, de facto, também criador do mundo:
é um “Deus Cérebro”, como metaforicamente foi designada,
em 2020, uma série.
Elementos estruturais e funcionais
do sistema nervoso humano
O cérebro tem uma função crucial na nossa atuação.
Que mecanismos de ordem biológica tornam possível a ação?
1. Os mecanismos de receção (ou recetores), que englobam,

entre outros, os órgãos dos sentidos (visão, audição, etc.),
recebem os estímulos do meio externo e do meio interno.
2. Os mecanismos de coordenação, que são o sistema nervoso

central e o sistema nervoso periférico, coordenam os dados
recebidos pelos recetores e definem as respostas que os efetores
levam a cabo.
3. Os efetores, ou mecanismos de reação, que são, sobretudo,

os músculos e as glândulas, põem em marcha as respostas
definidas pelos mecanismos de coordenação.
O nosso sistema nervoso
subdivide-se em dois grandes
sistemas: o central e o periférico.
O cérebro é uma das partes do

nosso sistema nervoso central,
partilhado com a medula espinal.
O sistema nervoso é constituído por
células.
São dois os principais tipos de células

que o constituem: neurónios e células
gliais.
As células gliais funcionam sobretudo
como uma cola entre os neurónios,
facultando-lhes também nutrientes,
como o oxigénio e a glicose.
Neurónio
Unidade básica do sistema nervoso, o neurónio é uma célula
especializada, responsável pela receção e transmissão dos
estímulos do meio, tornando possível ao organismo elaborar
respostas.
O neurónio é constituído por três
elementos fundamentais:
O corpo celular (2), ou soma, é onde se

situa o núcleo (3) com a respetiva
informação genética, sendo também
responsável pela produção das substâncias
necessárias à subsistência do neurónio.
As dendrites (1) assemelham-se aos
ramos de uma árvore e são responsáveis
pela receção e pela transmissão de
informação entre o corpo celular e as
células vizinhas.
O axónio (4) é o prolongamento mais
extenso do neurónio, que transmite
mensagens a outros neurónios, aos
músculos e às glândulas.
Uma das suas extremidades é também

um conjunto de ramificações, chamadas
telodendrites ou terminais axónicas (6).
Há axónios que estão envolvidos por
uma bainha de mielina (5), que é uma
camada de matéria gorda que permite
que a comunicação através de impulsos
nervosos se efetue muito mais
rapidamente.
Neurotransmissores
De que modo comunicam os neurónios?
Através de sinapses, que é um processo

elétrico e químico.
Não há um contacto físico entre os neurónios.

Neurotransmissores
A comunicação faz-se inicialmente através
de impulsos nervosos - que são elétricos -,
que vão do corpo celular do neurónio até às
extremidades do axónio. Aí o processo
torna-se essencialmente químico, na
ultrapassagem da fenda sináptica.
Neurotransmissores
Intervêm aí vários neurotransmissores,
como a serotonina, a dopamina ou a
acetilcolina.
A mensagem chega então às dendrites de

outro neurónio, prosseguindo a
comunicação até à execução de um
comportamento concreto.
Existem três tipos de neurónios.
Neurónios
Aferentes ou Eferentes ou De conexão ou

sensoriais motores interneurónios
Neurónios
Aferentes ou
sensoriais
Ativados por estímulos externos e internos, recebem e conduzem as mensagens

da periferia para o sistema nervoso central: o encéfalo e a medula espinal.
Neurónios
Eferentes ou
motores
Transmitem as respostas para os órgãos efetores: os músculos e as glândulas.

Por exemplo, a contração de um músculo deve-se à sua mediação.
Neurónios
De conexão ou
interneurónios
Interpretam e elaboram respostas a partir de dados recolhidos pelos neurónios

aferentes ou sensoriais. A nossa capacidade intelectual está aí sediada.
Outro elemento do Neurónios
sensitivos
Recetor
sistema nervoso central sensorial
Medula espinal
é a medula espinal. Tocar o objeto
Interneurónios
Massa cinzenta
(Neurónios de associação)
quente Massa branca
Tem duas funções Neurónios

fundamentais: Resposta
pelos
motores
de coordenação e de órgãos
efetores
condução.
1. Função de coordenação
A medula espinal coordena a atividade reflexa.
Em certas circunstâncias, como quando nos queimamos, a reação do
organismo tem de ser rápida, tendo de prescindir da passagem prévia
pelo encéfalo. Assim, na reação automática ou involuntária de
contração da mão quando nos queimamos, a informação do calor
excessivo foi somente dos nervos sensoriais à espinal medula espinal,
que de imediato ordenou o comportamento: contrair a mão.
2. Função de condução
A medula espinal tem por função servir de elo de ligação entre o
cérebro e o resto do corpo. Assim, as sensações são transmitidas
pelos nervos sensoriais à medula espinal, e é através desta que
chegam ao cérebro. O processo faz-se também no sentido inverso.
Praticamente toda a nossa atividade motora voluntária, como, por
exemplo, agarrar um objeto, passa pela medula espinal.
Cena do filme Million Dollar Baby (Clint Eastwood, 2004), que relata a situação, trágica, de uma pugilista que, vítima de um soco
extemporâneo de uma outra pugilista, embate bruscamente com a cabeça num banco, ficando tetraplégica.
O funcionamento global do cérebro humano
O aspeto enrolado e enrugado do cérebro oculta no seu interior
outros elementos que desempenham tarefas.
A importância desta estrutura subjacente é de tal forma
significativa para a nossa sobrevivência que, de acordo com
Paul McLean (tese triúnica do cérebro), terá sido, do ponto
de vista evolutivo e contando já com vários milhões de anos, a
primeira a constituir o nosso encéfalo.
“ O cérebro mais antigo em termos evolutivos é o “cérebro

reptiliano”, o cérebro das cobras e dos animais rastejantes, capazes
de entender o espaço onde se encontram e localizar comida.
Anabela Almeida e António José de Almeida (2023),
Deus Cérebro, Lisboa, Oficina do Livro, p. 24.
”
“ Na parte central está o “cérebro mamífero”, também identificado

como “cérebro límbico” ou “cérebro emocional”, o cérebro dos
primatas e dos animais que têm comportamentos de grupo, que
veio permitir aos mamíferos cuidar da prole e estabelecer
interações sociais.
”
“ A envolver estes dois tipos de cérebro, encontra-se a etapa mais

evoluída, o neocórtex, o expoente máximo da evolução cerebral
humana, capaz de pensar, antecipar e simular o futuro, capaz de
atribuir significado às coisas.
”
(1) Neocórtex
(2) Sistema límbico
(3) Cérebro reptiliano
Cérebro de um
mamífero moderno
Cérebro de um
mamífero ancestral
Cérebro
reptiliano
O funcionamento global
do cérebro humano
Dá-se o nome de lateralização hemisférica à assimetria
funcional do cérebro.
Tal como o de todos os outros mamíferos, o cérebro humano

está dividido em dois hemisférios – direito e esquerdo –,
ligados pelo corpo caloso.
A lateralização hemisférica do cérebro não anula, como

veremos, a sua complementaridade funcional.
A célebre experiência de Roger Sperry, efetuada em 1960,
provou que o hemisfério esquerdo é, dos dois hemisférios
cerebrais, o hemisfério responsável pela linguagem.
Desse modo, confirmou-se a tese da lateralização hemisférica

e da especialização funcional.
“ Nas experiências de Roger Sperry sobre o cérebro dividido, um

paciente com o cérebro dividido (alguém com um corte no corpo
caloso) sentou-se em frente de um ecrã̃ que lhe ocultava as mãos.
Atrás desse ecrã, Sperry colocou objetos que o paciente com o
cérebro dividido não conseguia ver.
Paul Kleinam (2017), Tudo o que precisa de saber,
Lisboa, Jacarandá, pp. 143-145 (texto adaptado).
”
“ O paciente ia depois focar a sua visão no centro do ecrã e aparecia

uma palavra no campo visual do lado esquerdo do paciente. Esta
informação era depois recebida pelo hemisfério direito do cérebro
(parte não verbal). O resultado foi que o paciente não conseguiu
dizer a Sperry a palavra que tinha visto.
”
“ Sperry pedia depois ao paciente para usar a mão esquerda para

alcançar a parte de trás do ecrã e escolher o objeto que
correspondia à palavra. Embora o paciente não estivesse consciente
de ver a palavra, ele era capaz de escolher o objeto certo. Isto
porque o hemisfério direito controla o movimento do lado esquerdo
do corpo.
”
As teses de lateralização hemisférica e da especialização
funcional não anulam, no entanto, a da complementaridade
funcional do cérebro, como se pode ver através do estudo, uma
vez mais, das áreas funcionais da linguagem: Broca e Wernicke.
A área de Broca, situada no
hemisfério cerebral esquerdo,
localiza-se na zona inferior do
lobo frontal.
A área de Wernicke situa-se
também no hemisfério
cerebral esquerdo, mas no
lobo temporal.
A produção do discurso com sentido envolve duas áreas,
evidenciando a complementaridade funcional.
Hemisfério cerebral esquerdo
Área de Broca Área de Wernicke
Zona inferior do lobo frontal Lobo temporal
Responsável pela produção da linguagem, da Responsável pela produção do sentido na
capacidade de falar, da programação dos músculos linguagem, pela capacidade de compreender o
necessários à articulação do discurso. que se diz e o que se escreve.
Hemisfério cerebral esquerdo
Área de Broca Área de Wernicke
Zona inferior do lobo frontal Lobo temporal
Uma lesão na área de Broca faz com que, mesmo Uma lesão na área de Wernicke faz com que,
compreendendo o discurso, o seu significado ou o deixando intacto o discurso, com frases
seu sentido, o paciente apresente uma fala lenta, completas, ritmadas e bem entoadas, se
esforçada, dificilmente articulada e com frases produzam afirmações sem sentido, desconexas ou
incompletas. ininteligíveis.
Cada um dos hemisférios cerebrais tem quatro lobos:
o lobo frontal ;
o lobo parietal;
o lobo occipital ;
e o lobo temporal.
A área dos lobos occipitais,
conhecida por córtex visual, situa-se
na parte posterior do córtex cerebral.
Uma lesão nesta área pode provocar
cegueira ou agnosia (incapacidade de
reconhecer e identificar o que é
visto).
Os lobos temporais, conhecidos no seu
conjunto pelo córtex auditivo, situam-se
ligeiramente acima das nossas orelhas.
Uma lesão nesta área pode provocar
agnosia auditiva (incapacidade de
reconhecer e identificar o que é ouvido).
A área de Wernicke situa-se aqui, no
hemisfério esquerdo.
Os lobos parietais estão ligados às
sensações corporais, como o tato, a dor,
o calor ou o frio. Dividem-se em duas
áreas: a área somatossensorial primária
e a área somatossensorial secundária.
Uma lesão na área primária pode estar
na origem de anestesia cortical
(incapacidade de receção de sensações
tácteis, como o calor ou o frio).
Uma lesão na área secundária pode
provocar agnosia somatossensorial
(incapacidade, não de receção de
informação sensorial, mas de
reconhecer e identificar essa
informação; por exemplo, pode não se
conseguir identificar um simples lençol
no escuro).
O lobos frontais incluem o córtex
pré-frontal e o córtex motor.
É nesta zona, no hemisfério

esquerdo, que se situa a área de
Broca.
A paralisia pode resultar de uma

lesão no córtex motor.
Além da paralisia, uma lesão nesta área
pode também provocar apraxia
(conseguindo-se executar movimentos,
não se consegue, no entanto, levar a cabo
atividades que incluam atos sequenciais,
como pendurar um quadro, em que pegar
no quadro, ou até mesmo fazer a furação
na parede, antecede a sua colocação).
Na parte anterior do lobo frontal situa-se o córtex pré-frontal.
Corresponde ao estádio evolutivo mais recente do ser humano.
É nele que se encontra o núcleo
da personalidade de cada um
de nós. Uma lesão no córtex
pré-frontal pode originar uma
alteração radical de
comportamento, levando-nos,
por exemplo, de trabalhadores
competentes a completos
irresponsáveis.
É, de facto, no córtex pré-frontal que ocorrem funções
intelectuais superiores, distintivas do ser humano, como
planear o futuro ou resolver problemas complexos.
A tomada de consciência de tudo isto é também aqui que
acontece.
Adaptação e plasticidade do cérebro humano
O ser humano nasce, em termos do seu acabamento biológico,
prematuramente – como vimos aquando do estudo da genética.
Ora, sendo o cérebro humano uma parte do nosso organismo,

também ele se desenvolve lentamente.
As nossas experiências
ficam biologicamente
registadas no nosso
cérebro, ao ponto de
podermos dizer que
não existem dois
cérebros iguais.
Sabe-se, por exemplo, que os
cérebros de gémeos
homozigóticos, que
partilham na íntegra a sua
genética, são diferentes,
acentuando-se a diferença
com o passar dos anos.
Neuroplasticidade
Plasticidade Função vicariante

desenvolvimental ou de suplência
Adaptação das estruturas cerebrais, em

Recuperação neuronal de uma função
resposta à estimulação e à
perdida, resultado de uma lesão, por
aprendizagem, sobretudo na infância e
uma área vizinha da zona lesionada.
na adolescência.
A plasticidade do cérebro está bem ilustrada na “poda” neuronal,
que resulta da não estimulação de determinadas redes sinápticas.
É também, graças ao seu efeito, que não há dois cérebros iguais.
Adaptação e plasticidade do cérebro humano –
Na infância
“
À nascença, os neurónios do bebé estão dispersos e desligados e começam
a ligar-se durante os primeiros dois anos de vida, de forma extremamente
rápida, à medida que vão recebendo informação sensorial [...]. Aos dois
anos de idade, a criança possui mais de cem biliões de sinapses, o dobro
das que tem um adulto.
David Eagleman (2020), O Cérebro. À descoberta de quem somos,
Lisboa, Lua de Papel, pp. 14-15 (texto adaptado).
”
Na infância
“
Aos dois anos de idade, a criança atingiu um pico e possui muito mais
ligações do que precisa. Nesse momento, a formação de novas ligações é
suplantada por uma estratégia de “poda” neuronal. À medida que
amadurecemos, as nossas sinapses diminuem para metade.
”
Na infância
“
Quais são as sinapses que ficam e as que desaparecem? Quando uma
sinapse participa com sucesso num circuito, é reforçada; as sinapses que
não têm utilidade, pelo contrário, enfraquecem e acabam por ser
eliminadas.
”
Na infância
“
Tal como acontece aos trilhos de uma floresta, as ligações que não usamos
perdem-se.
De certo modo [...], tornamo-nos quem somos não por causa do que se
desenvolve no nosso cérebro, mas por causa do que é eliminado.
”
Na adolescência
A “poda” neuronal prossegue na adolescência. Imediatamente
antes dela, volta a ocorrer uma sobreprodução de neurónios,
sobretudo na área do córtex pré-frontal. A essa sobreprodução
segue-se um novo processo de “poda” durante a adolescência,
muito em resultado das experiências efetuadas nessa altura, que,
com o estabelecimento de novas sinapses, abrem caminho à idade
adulta.
Na adolescência
“
“Uma vez que essas enormes alterações ocorrem em zonas do cérebro
necessárias para um raciocínio complexo e para controlar os impulsos, a
adolescência é um período de acentuada mudança cognitiva. O córtex
pré-frontal dorso lateral, muito importante para controlar os impulsos, é
das regiões cerebrais que amadurecem mais tarde, atingindo o estado
adulto apenas aos vinte e poucos anos.”
”
Na idade adulta
A plasticidade do cérebro mantém-se na idade adulta, mesmo que,
por esta altura, haja uma diminuição significativa das possibilidades
de reorganização das redes neuronais, que ocorre
progressivamente - à medida que vamos envelhecendo.
Na idade adulta
Um estudo efetuado com taxistas
de Londres prova a existência da
plasticidade do cérebro humano
nesta faixa etária.
Os taxistas têm de fazer um teste,
intitulado The Knowledge, que
pressupõe a memorização da
enorme rede viária londrina.
Na idade adulta
São cerca de 25 mil ruas e de 20 mil monumentos e pontos de
interesse, como hotéis ou restaurantes, que os taxistas têm de
memorizar. Investigadores da University College London efetuaram
exames imagiológicos ao cérebro de vários destes taxistas e
descobriram que o seu cérebro apresentava uma diferença
essencial relativamente a outros cérebros. Uma área que se sabe
ser crucial para a memória tinha crescido: o hipocampo.

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Como seria o Universo se não existisse cérebro humano?

Que paisagem existiria na Terra sem a existência do nosso

Como seríamos nós se o nosso cérebro não tivesse

Que mecanismos de ordem biológica tornam possível a ação?

1. Os mecanismos de receção (ou recetores), que englobam,

Que mecanismos de ordem biológica tornam possível a ação?

2. Os mecanismos de coordenação, que são o sistema nervoso

Que mecanismos de ordem biológica tornam possível a ação?

3. Os efetores, ou mecanismos de reação, que são, sobretudo,

O cérebro é uma das partes do

São dois os principais tipos de células

O corpo celular (2), ou soma, é onde se

Uma das suas extremidades é também

De que modo comunicam os neurónios?

Através de sinapses, que é um processo

Não há um contacto físico entre os neurónios.

A mensagem chega então às dendrites de

Aferentes ou Eferentes ou De conexão ou

Ativados por estímulos externos e internos, recebem e conduzem as mensagens

Transmitem as respostas para os órgãos efetores: os músculos e as glândulas.

Interpretam e elaboram respostas a partir de dados recolhidos pelos neurónios

Tem duas funções Neurónios

“ O cérebro mais antigo em termos evolutivos é o “cérebro

“ Na parte central está o “cérebro mamífero”, também identificado

“ A envolver estes dois tipos de cérebro, encontra-se a etapa mais

Tal como o de todos os outros mamíferos, o cérebro humano

A lateralização hemisférica do cérebro não anula, como

Desse modo, confirmou-se a tese da lateralização hemisférica

“ Nas experiências de Roger Sperry sobre o cérebro dividido, um

“ O paciente ia depois focar a sua visão no centro do ecrã e aparecia

“ Sperry pedia depois ao paciente para usar a mão esquerda para

É nesta zona, no hemisfério

A paralisia pode resultar de uma

Ora, sendo o cérebro humano uma parte do nosso organismo,

Plasticidade Função vicariante

Adaptação das estruturas cerebrais, em

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