Trabalho Patologia11
Trabalho Patologia11
Trabalho Patologia11
SAÚDE
Discentes:
Kira Mussilimo
Leriel das Rosas
Racheila Maholela
Sergio Malachi
Docente:
1
Dr. Manuela
Artigo científico
2
3
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistémica desponta como um dos principais
factores de risco para as doenças cardiovasculares, causando sério
impacto na saúde pública, pois estas com relação a mortalidade, em
2001, ocuparam no grupo de causas definidas de morte o primeiro lugar.
Para analisar os factores de risco modificáveis e não modificáveis em
homens de um município do alto sertão Paraibano, foi realizado um
estudo exploratório e quantitativo, utilizando as informações do
HIPERDIA de 231 homens hipertensos cadastrados em 07 (sete) USF,
onde foi possível observar que a grande maioria dos hipertensos,
classificados de acordo com os níveis pressóricos em moderado a grave,
possuem baixo grau de escolaridade, estão, geralmente entre a faixa
etária de 60 a 100 anos de idade, e de raça/cor predominantemente
amarela ou preta, na maioria viúvos ou solteiros, apresentando pelo
menos, um factor de risco associado, sendo mais uma maior prevalente
os antecedentes familiares e sedentarismo, tendo como tratamento
4
instituído o medicamentoso com associação de drogas.
INTRODUÇÃO
Os cidadãos brasileiros vêm, ao longo dos últimos anos observando e
vivenciando uma maior longevidade, e assim, envelhecer tornou-se uma
realidade, sentida e pesquisada por muitos e com uma demanda urgente,
pois de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) (2008) o Brasil está envelhecendo em ritmo acelerado, chegando ao
auge no ano de 2050, sendo prevista que a média de vida da população
atinja os 81,2 anos. Facto quase impossível de se imaginar em décadas
passadas (MORAES, 2011).
E assim, tem-se uma estreita relação de causa e efeito entre a incidência e
prevalência das doenças e agravos não transmissíveis (DANTS) e o
prolongamento da vida, assim quanto maior a expectativa de vida, maior o
índice das DANTS, desta forma torna-se previsível que tais doenças
ocupem os primeiros lugares nas estatísticas do país, modificando, assim, o
cenário observado nos séculos passados, onde predominavam as doenças
infecto-contagiosas e parasitárias (OHARA, et al., 2008).
5
INTRODUÇÃO
Dentre as DANTS destaca-se a Hipertensão Arterial
Sistémica (HAS), e inquéritos populacionais em cidades
brasileiras nos últimos 20 anos mostram uma
prevalência, neste agravo, acima de 30,67%, e 22
estudos encontraram prevalências entre 22,3% e 43% no
adulto jovem, mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75%
acima de 70 anos, e, no tocante aos gêneros, a
prevalência foi de 35,8% entre os homens e de 30% em
mulheres. E ainda, revisão sistemática quantitativa de
2003 a 2008, de 44 estudos em 35 países, revelou uma
prevalência global de 37,8% em homens e 32,1% em
mulheres (SBC; SBH; SBN, 2010). 6
METODOLOGIA
O estudo caracteriza-se como descritivo, transversal,
documental e institucional, com uma abordagem
quantitativa. A pesquisa descritiva preocupa-se com a
descrição dos fatos ou fenómenos, e o carácter quantitativo,
propõe a explicar, por meio de dados quantificáveis, as
causas, as consequências e as inter-relações entre os
fenómenos conforme explicita Vieira (2010). Com o estudo
transversal é possível fazer a relação entre causa e efeito, a
partir dos dados colectados.
Trata-se de um estudo documental uma vez que foram
utilizados dados já existentes, das fichas de HIPERDIA
preenchidas para o cadastro dos hipertensos, e institucional
por caracterizar um espaço geográfico organizativo e que 7
aglomera os indivíduos para atendimento, mantendo seu
banco de registo.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em 07 (sete) Unidades da ESF do
município de Cajazeiras – PB. Dados do IBGE (2010)
trazem que o município de Cajazeiras está situado no oeste
Paraibano distante 477 km da Capital João Pessoa, possui
uma população de 58.446 habitantes distribuída em uma área
territorial de 568,896km2, e densidade demográfica de
103,28 han/km2, sendo que 27.938 são homens e 30.508 são
mulheres.
É considerada a 6ª maior cidade do estado da Paraíba, sendo
reconhecida, principalmente pelo seu potencial e estrutura
educacional.
A escolha das Unidades deu-se por sorteio, a partir da
divisão geográfica por região (norte, sul, leste, oeste), haja
vista o município não ser dividido em Distritos. Para se 8
9
RESULTADOS E DISCUSSÕES
10
11
12
13
14
15
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A HAS é uma patologia que traz, nos dias atuais, grandes
preocupações, diante de sua grande prevalência,
chegando a ser considerada uma “epidemia global”, que
vem sendo causadora de grande morbidade e mortalidade
na população brasileira. A principal questão a ser
evidenciada é a exposição aos diversos factores de risco,
que condicionam o aparecimento da patologia, como os
antecedentes familiares, tabagismo, dislipidemias, e,
especialmente o sedentarismo e a nutrição inadequada.
16
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
HIPERTENSÃO ARTERIAL – DEFINIÇÃO
A Hipertensão arterial ou Pressão alta ou ainda
Hipertensão arterial sistémica é uma doença crónica
caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas
artérias.
A Hipertensão arterial é uma doença crónica,
multifactorial.
Estabelece-se que os valores normais de pressão são 120
pressão sistólica (PS) x 80 pressão diastólica (PD) mmHg-
dl de sangue. Valores opressórios iguais ou acima de 140 x
90 mmHg-dl considera-se o indivíduo hipertenso.
Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou
estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos) e a alterações metabólicas. 18
EPIDEMOLOGIA DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL
A hipertensão arterial é um problema de saúde pública
no mundo todo. De acordo com OMS mais de 1bilhão de
pessoas em todo mundo são hipertensas e cerca de 4 em
cada 10 adultos com mais de 25 anos de idade tem
hipertensão.
Acomete aproximadamente 15% a 20% da população
adulta e cerca de 1% até 13% da população pediátrica.
Em 2001, cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo
foram atribuídas à elevação da PA (54% por acidente
vascular encefálico – AVE e 47% por doença isquêmica
do coração – DIC), sendo a maioria em países de baixo e
médio desenvolvimento económico e mais da metade em 19
indivíduos entre 45 e 69 anos.
ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL
A HAS pode ser dividida quanto à etiologia em primária e
secundária.
A hipertensão primária é a mais comum em adultos e está
relacionada à predisposição genética, sobrepeso e obesidade,
factores ambientais e hábitos de vida não saudáveis.
A HAS é considerada secundária quando há uma doença de
base ou causa subjacente à hipertensão. Dentre as causas
mais comuns temos as doenças do parênquima renal,
hiperaldosteronismo, hipertensão renovascular, afecções
endócrinas, tumores (feocromocitoma e neuroblastoma) e
uso de medicamentos ou drogas ilícitas que elevam a PA.
A hipertensão secundária tem prevalência de 3 a 5 % em
20
pacientes adultos, sendo mais comum em pacientes
pediátricos
ETIOLOGIA
Em pacientes pediátricos, a idade é uma boa referência
quanto às causas mais prováveis de hipertensão arterial.
No recém-nascido, as etiologias mais prováveis são
trombose de artéria renal, estenose de artéria renal,
malformações renais, coarctação da aorta, bronco-displasia,
alterações neurológicas – hemorragia intracraniana,
hidrocefalia e uso de drogas.
Nas crianças entre 1 mês e 6 anos, predominam
nefropatias, coarctação da aorta, estenose de artéria renal,
hipertensão primária ou essencial; já nos adolescentes, há
maior frequência de hipertensão primária, nefropatias e uso
de medicamentos ou drogas ilícitas que elevam a PA.
21
FACTORES
como:
Alto consumo de sódio,
Tabagismo,
Obesidade,
22
FISIOPATOLOGIA DA HAS
A HAS por se tratar de uma doença multifactorial é
influenciada por 3 mecanismos básicos: CARDÍACO,
VASCULAR E RENAL. Algumas cardiopatias como
TAQUICARDIA e ARRITIMAS são factores que
alteram a frequência cardíaca, alterando assim o débito
cardíaco e consequentemente a P.A. Os processo de
vasoconstrição e o aumento da resistência vascular
periférica também contribuem para o aumento da P.A
23
FISIOPATOLOGIA DA HAS
O aumento da resistência vascular periférica pode ser
regulado pelas pressões hidrostática (P.H) (influenciada
pela volemia), e Pressões Oncótica (P.O.) e Intersticial
(P.I.) (pressão da parede dos vasos), portanto, quando a
pressão hidrostática é maior que a soma de pressão
oncótica e intersticial (PH>PO+PI) os valores
pressóricos aumentam.
Além dos processos vasculares, a pressão arterial
também possui regulação através da função renal. O
processo diurese contribui para a diminuição da volemia
e o sistema renina-angiotensina.
24
FISIOPATOLOGIA DA HAS
O sistema renal também apresenta factores importantes
para a regulação da P.A. O sistema RENINA-
ANGIOTENSINA é um sistema hipertensor, onde a
RENINA converte Angiotensina I em Angiotensina II
que estimula o aumento da produção de
ALDOSTERONA (ADH) um hormônio antidiurético,
que por sua vez, inibe a Diurese, aumentando e volemia
e por consequência a P.A.
Diante da influência do sistema renal no controle da
pressão arterial, destaca-se a relação entre a hipertensão
e diabetes
25
MECANISMOS RENAIS
Os rins influenciam a PA basicamente por meio do
controle do equilíbrio hidrossalino, dos ajustes da
excreção renal de sódio, da auto-regulação renal e da
activação do Sistema Renina-Angiotensina (SRA).
Acredita-se que a HA se deva à redução do número de
néfrons ou da superfície de filtração por glomérulo, o que
limita a excreção renal de sódio e eleva a PA.
Dessa forma, inicia-se um círculo vicioso, pelo qual a
HAS produz hipertensão glomerular e esta, por sua vez,
induz o aumento da PA. A redução do número de néfrons,
encontrada em pacientes com displasia renal,
prematuridade e baixo peso ao nascimento, representa um
importante factor de risco para HA na vida adulta. 26
DIAGNÓSTICO DE HA
A avaliação inicial do paciente com hipertensão inclui
história clínica e exame físico para confirmar a elevação
da pressão arterial e identificar os factores de risco
associados, alguma possível causa secundária e avaliar o
risco cardiovascular.
Cerca de 90% dos pacientes são assintomáticos.
Alguns podem apresentar cefaleia e tontura, que nem
sempre estão associados a HAS. É fundamental a
pesquisa de lesão de órgãos alvo (LOA), como os rins,
os vasos e o coração e pesquisa de causas secundárias da
hipertensão arterial
27
DIAGNÓSTICO DE HA
Exame físico
A PA deve ser medida com técnica adequada. Dados
antropométricos, como peso, altura (para cálculo do
índice de massa corporal [IMC]), circunferência
abdominal (CA) e frequência cardíaca (FC), devem ser
avaliados. O exame físico deve incluir palpação e
ausculta do coração, carótidas e pulsos e realização da
fundoscopia.
28
DIAGNÓSTICO DE HA
Avaliação complementar
A avaliação complementar tem como objectivo detectar
lesões subclínicas e/ou clínicas em órgãos-alvo, no sentido
de realizar a estratificação de risco cardiovascular. Os
exames para avaliação de rotina incluem:
Análise de Urina
Potássio plasmático
Creatinina plasmática
Electrocardiograma convencional
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
O tratamento do paciente hipertenso inclui medidas não
medicamentosas e uso de anti-hipertensivos, a fim de reduzir a PA
e prevenir lesão de órgão alvo.
Na maioria dos indivíduos é preconizado os dois tipos de
tratamento, já que a adesão das medidas comportamentais a
médio e longo prazo costuma ser mínima.
A decisão terapêutica deve ser baseada no nível da PA, presença
de factores de risco, lesão de órgão alvo ou doença
cardiovascular.
A terapia não farmacológica deve ser tentada por 3 meses nos
hipertensos com risco baixo e 6 meses nos hipertensos com risco
moderado.
É fundamental acompanhar esses indivíduos para avaliar a adesão
ao tratamento não farmacológico. 30
Beta bloqueadores
Acção anti-hipertensiva: diminuição do DC e secreção de renina com readaptação dos
barorreceptores e diminuição das catecolaminas.
Representantes: propranolol, atenolol, metoprolol, carvedilol.
Alfa bloqueadores
Acção anti-hipertensiva: antagonistas competitivos dos receptores alfa 1 pós sinápticos levando a
redução da RVP e do DC
Representantes: doxazosina, prazosina e terazosina..
Vasodilatadores directos
Acção anti-hipertensiva: atuam directamente relaxando a musculatura lisa arterial e levando a 33
redução da RVP.
Representantes: hidralazina e minoxidil.
PREVENÇÃO DE HA
1. Medidas não farmacológicas - As principais recomendações
não medicamentosas para prevenção primária da HA são:
alimentação saudável, consumo controlado de sódio e álcool,
ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo.
2. Medidas farmacológicas - Estudos foram realizados com o
objectivo de avaliar a eficácia e a segurança de medicamentos
na prevenção da HA. Para o manejo de indivíduos com
comportamento limítrofe da PA, recomenda-se considerar o
tratamento medicamentoso apenas em condições de risco
cardiovascular global alto ou muito alto. Até o presente,
nenhum estudo já realizado tem poder suficiente para indicar
um tratamento medicamentoso para indivíduos com PA
limítrofe sem evidências de doença cardiovascular
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros
de Cardiologia. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão
Arterial. Volume 107, Nº 3, Supl. 3, Setembro 2016.
GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina
Interna. 24. ed. Saunders Elsevier, 2012.
ROSÁRIO, T. M. et al. Prevalência, controle e tratamento
da hipertensão arterial sistêmica em Nobres, MT. Arq Bras
Card, p. 93, n. 6, p. 672-678, 2009.
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL,
R. N. Robbins. Bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005.
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL,
R. N. Robbins. Patologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: 35
Elsevier, 2008.