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TO Hospitalar Aula Maio 2024

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Terapia Ocupacional hospitalar

na Atenção cardiovascular

Casiana Tertuliano Chalegre


Terapeuta Ocupacional do PROCAPE/UPE
Recife
2024
A atuação do Terapeuta Ocupacional em
Contextos Hospitalares é pautada na concepção
de integralidade e humanização da atenção à
saúde (COFFITO, 2013).
GRANDE ASCENSÃO NO PAÍS DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES. OS SINAIS E
SINTOMAS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E COGNITIVOS SE REFLETEM EM AMPLO
IMPACTO NO DESEMPENHO FUNCIONAL DOS INDIVÍDUOS, PRINCIPALMENTE
POR CONTA DA AMEAÇA À DISPONIBILIDADE DE ENERGIA NECESSÁRIA PARA
EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES EM CASA, NA ESCOLA, NO LOCAL DE TRABALHO E
NA VIDA COMUNITÁRIA.

(SCATTOLIN; DIOGO; COLOMBO, 2007)


AS ATIVIDADES DO COTIDIANO ENVOLVEM UMA COMPLEXIDADE DE
HABILIDADES E DE FATORES PARA SEREM DESEMPENHADAS,
PORTANTO, FAZ –SE NECESSÁRIO CRIAR ESTRATÉGIAS PARA TORNAR
POSSÍVEL O ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO DOS INDIVÍDUOS EM
OCUPAÇÕES POSITIVAS, PROMOVENDO QUALIDADE DE VIDA E
GERANDO REPERCUSSÕES DIRETAS NA SAÚDE.

(WILCOCK e TOWNSEND, 2008 apud CARLETO et al, 2010)


Consenso – Insuficiência
Cardíaca

 O objetivo do documento foi fornecer um consenso de


especialistas sobre as competências mínimas específicas
para Insuficiência Cardíaca (IC) necessárias para vários
profissionais de saúde, incluindo fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, nutricionistas e fisiologistas cardíacos.

FORSYTH et al 2024
Para refletir:

 O que compõe a vida diária?

 O que a IC pode afetar?

 Qual o papel da TO na IC?


 Os terapeutas ocupacionais defendem o uso da
ocupação para facilitar a saúde, promovendo
crescimento, mudança e/ou adaptação com o objetivo
de participar em ocupações significativas que apoiem o
gerenciamento positivo da condição, autorrealização,
equilíbrio ocupacional e qualidade de vida.

 O papel da terapia ocupacional na IC é permitir que os


indivíduos após o diagnóstico mantenham sua
independência, qualidade de vida e experiência do
paciente, capacitando-os a participar de ocupações
importantes para eles.

FORSYTH et al 2024
Os terapeutas ocupacionais são adequados
para abranger todo o caminho da insuficiência
cardíaca:

capacitar indivíduos com IC a


desenvolver estratégias para
manter sua independência
com suas AVDs e sua QV

até apoiar com a


experiência de cuidados no
final da vida

FORSYTH et al 2024
TÉCNICAS E
CONSERVAÇÃO DE
ENERGIA;

SIMPLIFICAÇÃO DE
TRABALHO;

O TERAPEUTA
OCUPACIONAL
OBJETIVA A
INDEPENDÊNCIA
NAS ÁREAS DE
OCUPAÇÃO,
PROPORCIONANDO ADAPTAÇÕES PARA A
MELHOR QUALIDADE EXECUÇÃO DAS
DE VIDA E ATIVIDADES
UTILIZANDO-SE DE: SIGNIFICATIVAS.
O que são Técnicas de Conservação de
Energia?

São ferramentas utilizadas com o objetivo de reduzir o


gasto energético durante a realização de atividades cotidianas,
diminuindo também a sensação de dispnéia e, aumentando a
funcionalidade na execução de tarefas.

(VELLOSO E JARDIM, 2006)


Princípios

 Reduzir a sensação de fadiga e dispnéia durante as atividades


cotidianas;
 Otimizar a mecânica corporal;
 Planejamento das etapas das atividades;
 Adaptação e inserção de utensílios para realizar as atividades;
 Eliminar barreiras arquitetônicas.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas
técnicas?

1. Avaliação dos pacientes;


2. Orientações sobre as técnicas;
3. Treino das atividades.

(VELLOSO E JARDIM, 2006)


Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas
técnicas?

1. Avaliação dos pacientes:


◦ Observando o desempenho ocupacional do paciente durante a realização
das atividades.
◦ Uso de testes padronizados: sensação de esforço percebido através da
Escala de Borg, Medida de Independência Funcional – MIF ;
◦ Monitoração de freqüência respiratória e cardíaca;
◦ Saturação Periférica de O2;
Escala de Borg
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas
técnicas?

2. Orientações sobre as técnicas :


◦ Treinar respiração diafragmática;
◦ Treinar membros superiores;
◦ Programar atividades com níveis distintos de exigência;
◦ Simplificar o desenvolvimento de tarefas (adaptações);
◦ Eliminar atividades desnecessárias;
◦ Orientar quanto à importância em solicitar auxílio, quando necessário;
◦ Organizar o tempo;
◦ Organizar o ambiente;
◦ Orientar posturas adequadas para cada tarefa.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas
técnicas?

3. Treino das atividades utilizando as técnicas:

◦ Elencar as atividades mais importantes e que o paciente apresenta mais


dificuldade;
◦ Executar e introduzir as orientações na prática.
Execução das Técnicas

• Banho:

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas
• Vestuário:

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Higiene pessoal e autocuidado:

Machioski et al, 2013

Fonte: Google imagens

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Deambular:

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Alimentação:

Fonte: MN Suprimentos

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Preparo do alimento:

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Fazer compras:

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Cuidados com a roupa:

Fonte: Google imagens


Execução das Técnicas

• Limpar a casa:

Fonte: Google imagens


Avaliação adulto cardiopata
Enfermaria
Fonte: Estrutura da prática da Terapia Ocupacional: domínio & processo,
2015.
Vamos exercitar?
Casos clínicos
Caso 1 Enfermaria Coronariana
• TFS, 71 anos, dona de casa, alfabetizada, católica, gosta de fazer pequenas costuras
para a família.
•3º. Dia de internamento. Na avaliação, foi encontrada no leito, consciente, orientada
auto e alopsiquicamente, pensamento coerente e organizado, boa comunicação verbal,
relata prejuízo em memória, bom humor e boa interação social.
•índice de Katz: 04 (pontuou 0 em: vestir/despir, banho, ir ao banheiro e
transferência). Relato de fadiga e dispneia aos esforços (mudança de decúbito,
deambular até o banheiro, utilizar o cobertor grosso).
•Está apresentando dificuldades para conciliar o sono, devido à rotina do hospital.
•Alimentação VO. Diurese: SVA. Acesso: AVP.
• Queixa de dor em porção apical do dorso do hemitórax esquerdo associada à
inspiração; PA: 140 x 70 mmHg, FC: 60bpm, FR: 16ipm. ACV: RCR em 2T BNF SS;
AR: MV+ em AHT com crepitantes em todo HTE e roncos em ápice de HTE; ABD:
Plano, simétrico, flácido, depressível, e indolor à palpação superficial e profunda;
EXTR: pulsos cheios e simétricos, aquecidos, sem edema, com varizes de médio
calibre. Investigação de IAM sem SST e ITR.
Caso 2 Enfermaria Coronariana

• VMS, 51 anos, professora de escola pública, sem religião.


• Chegou na emergência referindo 3 episódios de dor retroesternal em aperto, de forte
intensidade, duração de 15 minutos, irradiação para o dorso, associada à dispnéia.
•No momento da avaliação, 8º. dia de internamento, já na enfermaria, refere dor em
região cervical de baixa intensidade; PA: 160 x 85 mmHG; FC: 80 bpm; ACV: RcR em
2t , BNF, S/S; AR: MV diminuído em AHT, S/ RA; ABD: flácido, indolor, RHA +;
EXT: sem edemas. IAM sem SST e HAS.
•Alimentação VO. Diurese: Espontânea. Acesso: N/A.
•Está com alta programada para retornar ao serviço em caráter eletivo para programação
cirúrgica.
•Consciente, orientada no tempo e espaço, pensamento coerente e organizado, boa
comunicação verbal, atenção e memória preservadas, bom humor e boa interação social.
Realiza AVD’s de forma independente (Katz = 0), relato de fadiga e dor torácica durante
AIVDs.
Caso 3 UTI Coronariana
ADS, homem de 45 anos, desempregado, reside em Jaboatão dos Guararapes com a esposa.
Apresentou episódios de síncope após atividade física e deu entrada no hospital regional. De
lá, foi transferido ao PROCAPE, por suspeita de FA.
Tem o nível superior, já trabalhou como operador de som. É agnóstico. Passou 28 dias
intubado na UCO 1.
Na ocasião da avaliação, estava extubado há 24 h.
Alimentação VO. Diurese: SVD. Acesso: AVP.
Exame Físico: aparente desarticulação de ulna, edema em região de punho, disfunção em
punhos, déficit de força, referindo ortopneia. Katz: 04 (pontuou 0 em: vestir/despir, banho, ir
ao banheiro e transferência);
Exame cognitivo: paciente apresentando déficits de memória de curto prazo, déficit de
atenção sustentada, déficit de compreensão, déficit nas funções executivas;
Exame sensorial: sem alterações sensoriais evidentes. Faz uso de óculos por visão cansada
(sem óculos no momento).
Caso 4 Enfermaria Valvulopatia
TSS mulher de 46 anos de idade, dona de casa, analfabeta, mora no interior com sua tia
de 67 anos.
Aos 16 anos de idade recebeu diagnóstico de dupla lesão aórtica e doença reumática em
atividade. Passou por múltiplas operações de troca de valva aórtica. Foi internada na
enfermaria com insuficiência cardíaca descompensada. Está em avaliação para definição
por tratamento cirúrgico ou conservador.
Alimentação VO. Diurese: Espontânea. Acesso: N/A.
Exame Físico: Katz: 05 (pontuou 0 em: alimentação, vestir/despir, banho, ir ao banheiro e
transferência), edema generalizado e dispneia aos mínimos esforços.
Exame cognitivo: paciente apresentando déficits de memória de curto prazo, déficit de
compreensão, déficit nas funções executivas.
Exame sensorial: sem alterações sensoriais evidentes. Faz uso de óculos (sem óculos no
momento).
Qual o diagnóstico terapêutico-
ocupacional?

Que plano terapêutico-ocupacional você


propõe?
Logbook
O que vi?
O que fiz?
O que aprendi?
Histórico clínico

L.A.L, sexo feminino, 53 anos, reside em Camaragibe, com esposo


e filha. Nível de escolaridade: ensino fundamental 2 completo,
protestante da igreja Assembleia de Deus. Como atividades
significativas vai a igreja, arrumar a casa, trabalhar. PO de troca
de valvula mitral (bio), Passou 3 dias intubada e 5 dias na URCT,
recebendo alta para enfermaria do 7° andar, 1 semana após alta
ela voltou para a UTI apresentando fraqueza muscular, icterícia,
com episódios febris e FA de alta resposta, esperando parecer
para fechar diagnóstico de sepse.
Avaliação e anamnese

PA: 112/89; FC: 89; SPO2: 95


sem sedação, restrita ao leito, fazendo antibioticoterapia, eupneica
(uso de O2-3 ml/l), fazendo cateter de o2(1ml), boa perfusão.

# Exame Físico: diminuição de força, edema em região de MMII,


sem LPP, fazendo uso de 02 (3 ml/l), sem alteração articulares,
MSD sem movimentação voluntária.
# Exame cognitivo: paciente não sustentando atenção, déficit de
compreensão.
# Exame sensorial: não realizado

Instrumentos utilizados: MOCA, CAM-ICU.


O que vi?

I- interpretação/ análise/ diagnóstico diferencial

PO de troca de válvula

1 episódio de deliriium (manhã durante toda manhã)

Déficit para a realização das AVDs

Desorientação quanto a atenção e concentração

Sugestão de Deliriium hipoativo


Intervenções

1. Orientação a realidade;
2. Treino cognitivo memória curto prazo;
3. Treino de atenção sustentada e compreensão;
4. Estimulação de extremidades superiores;
5. Estimulação polisensorial.
O que fiz?

O- Orientação ao Paciente
Orientação a família com relação às propostas de estimulação
cognitiva.
Orientação a equipe para participação durante o banho e durante
as AVD’s de higiene e alimentação.
Orientação a equipe ao posicionamento e ao controle da luz
Estímulo ao despertar.
Evidências
 As evidências de 19 estudos que atenderam aos critérios de
inclusão sugerem que:

 A maioria das intervenções multicomponentes são eficazes na


prevenção do surgimento de delirium em pacientes de risco em
um ambiente hospitalar.

RESTON, J. T.; SCHOELLES, 2013


Terapia Ocupacional

 A Terapia Ocupacional propõe intervenções multicomponentes


para controle, modificação e manejo dos fatores precipitantes em
pacientes críticos na UTI.

 Um estudo de Alvaréz (2013), realizado em uma Unidade de


Pacientes Críticos, comprovou que a intervenção precoce e
intensiva integrada à prática clínica diária, diminuiu a presença de
delirium em idosos hospitalizados e o tempo de estadia no
hospital.
“O início precoce da Fisioterapia e Terapia
Ocupaconal juntamente com a interrupção
diária da sedação melhora os resultados
funcionais e neuropsiquiátricos dos
pacientes na UTI”
Protocolo de Terapia Ocupacional
para pacientes críticos
 É composto monitorização com CAM-ICU e de um programa
atividades multicomponentes:

 Estimulação cognitiva;
 Estimulação polissensorial;
 Estimulação motora de MMSS;
 Monitoramento das AVD;
 Orientação aos familiares.
Leitura e reflexão
Atividade
Construir um roteiro de uma cartilha sobre
orientações de alta hospitalar para pacientes e
familiares/cuidadores
Referências
 ALVAREZ, E.E. GARRIDO, M.M. GONZÁLEZ, F. A. GUZMAN, E. DONOSO, T.G.
GALLEGOS, S.B. VERGARA, S.R. et al.Terapia Ocupacional precoz e intensiva em
laprevencióndel delirium em adultos mayores ingressados a unidades de pacientes
críticos. Ensayo clínico randomizado: resultados preliminares. Revista Chilena de
Terapia Intensiva, vol.28, n.4, 2013.
 ALVAREZ, E.E; SUAZO, S.P.Protocolo de intervención de Terapia ocupacional
precoz e intensiva em laprevencióndel delirium en Adultos
Mayoresingresados a Unidades de Pacientes Críticos.Facultad de
Medicina.Universidad de Chile. 2015.
 RESTON, J. T.; SCHOELLES, K. M. In-Facility Delirium Prevention Programs as a Patient
Safety Strategy A Systematic Review. Ann Intern Med. 2013; v. 158 n.5 (parte 2):
375-380.
 ELY EW, SHINTANI A, TRUMAN B, SPEROFF T, GORDON SM, HARRELL FE Jr, et al.
Delirium as a predictor of mortality in mechanically ventilated patients in the
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 GIRARD TD, JACKSON JC, PANDHARIPANDE PP, PUN BT, THOMPSON JL, SHINTANI AK,
et al. Delirium as a predictor of long-term cognitive impairment in survivors of critical
illness. Crit Care Med. 2010;38(7):1513-20.
 SALLUH JI, SOARES M, TELES JM, CERASO D, RAIMONDI N, NAVA VS, BLASQUEZ P,
UGARTE S, IBANEZ-GUZMAN C, CENTENO JV, LACA M, GRECCO G, JIMENEZ E, ÁRIAS-
RIVERA S, DUENAS C, ROCHA MG; Delirium Epidemiology in CriticalCareStudyGroup.
Delirium epidemiology in critical care (DECCA): an international study. Crit Care
Med. 2010;14(6):R210.
 SCHWEICKERT et al.. Early physical and occupational therapy in mechanically
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May 30;373(9678):1874-82. doi: 10.1016/S0140-6736(09)60658-9. Epub 2009 May
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Open Heart 2024;11:e002554. doi:10.1136/ openhrt-2023-002554

 Nascimento, J. S., Fonseca, J. C. B., Melo, T. R., Ferreira, A. P. C., & Ribeiro, T. M. Atuação da terapia
ocupacional no treino de atividade de vida diária com pacientes acometidos pela COVID-19 em
enfermarias de um hospital universitário. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 31, e3446.
https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO264134461

 Chalegre, Casiana Tertuliano. Técnicas de conservação de energia para pacientes cardiopatas / Casiana
Tertuliano Chalegre, Bruno Canuto Medeiros – Recife: Edupe, 2018 17 f. Vários colaboradores: Adriana do Nascimento
Coelho, Ana Luíza Rodrigues, Janaína Alves de Lima, Mayara Laís Alves da Silva, Taciana Liberal Guerra. ISBN: 978-85-
7856-197-0.
Obrigada!
casiana.chalegre@upe.br

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