Harmônicas
Harmônicas
INFLUÊNCIAS
2
Sumário
3
Sumário
4
Lista de figuras
Figura 1: Curva CBEMA ..........................................................................................................................................................................13
Figura 2: Figura 2: Zonas perturbações na amplitude da tensão...........................................................................................................14
Figura 3: Exemplo de desiquilíbrio de correntes......................................................................................................................................17
Figura 4: Relação Volts X Tempo .............................................................................................................................................................18
Figura 5: Relação Corrente X Tempo.......................................................................................................................................................18
Figura 6: Ondas de frequência fundamental e da 3°ordem e 5° ordem...................................................................................................20
Figura 7: Distorção Harmônica...............................................................................................................................................................20
Figura 8: Distorção Harmônica de tensão...............................................................................................................................................21
Figura 9: Transiente de tensão.................................................................................................................................................................21
Figura 10: Série de Fourier.....................................................................................................................................................................22
Figura 11: Decomposição da distorção harmônica total........................................................................................................................22
Figura 12: Onda simétrica......................................................................................................................................................................23
Figura 13: Fórmula de Fourier para onda simétrica.............................................................................................................................23
Figura 14: Tabela de ordem, frequência e sequência de harmônicas.....................................................................................................25
Figura 15: Relação entre ordem e frequência.........................................................................................................................................25
Figura 16: Tabela de sequência..............................................................................................................................................................26
Figura 17 Rotação no sentido horário....................................................................................................................................................27
Figura 18 Rotação no sentido anti-horário............................................................................................................................................27
Figura 19 Representação das correntes harmônicas de terceira ordem................................................................................................27
Figura 20 Forma de onda e espectro de um sinal fortemente distorcido...............................................................................................29
Figura 21: Fórmula da THDf .................................................................................................................................................................30
Figura 22: Fórmula da THDr ................................................................................................................................................................30
Figura 23: Exemplo de correntes harmônicas em um dado sinal..........................................................................................................31
Figura 24: Formas de onda de corrente e seus aspectos.......................................................................................................................32 5
Lista de figuras
Figura 25: Fórmula fator de potência ......................................................................................................................................................33
Figura 26: Cosseno φ................................................................................................................................................................................33
Figura 27: Forma de onda com diferença significativa entre fator de potência e cos φ..........................................................................34
Figura 28: Fator de desclassificação.......................................................................................................................................................35
Figura 29: Máxima potência ...................................................................................................................................................................35
Figura 30: Fator de crista .......................................................................................................................................................................36
Figura 31: Fator de crista num sinal perfeitamente senoidal..................................................................................................................36
Figura 32: valores relativos ao sinais da figura 33 .................................................................................................................................37
Figura 33: Sinais 1 e 2..............................................................................................................................................................................37
Figura 34: Circuito simplificado de um instrumento de valor médio .....................................................................................................39
Figura 35: Onda distorcida (FC = 2,675; Vrms/Vm = 2,1)....................................................................................................................40
Figura 36: Circuito de entrada simples de um instrumento de valor eficaz verdadeiro..........................................................................41
Figura 37: “mapeamento” da onda pelo medidor True RMS.................................................................................................................41
Figura 38: Sinais com diferentes graus de distorção e valores medidos pelos instrumentos..................................................................42
Figura 39: Comparação entre diferentes tipos de sinais e de instrumentos............................................................................................43
Figura 40: Análise de harmônicas por um osciloscópio (FFT)...............................................................................................................44
Figura 41: Imagem de um analisador de qualidade de energia trifásico. Fluke 438II. .........................................................................44
Figura 42: Exemplo de uma central de medição para instalações elétricas. PM500.............................................................................44
Figura 43: Qualímetro.............................................................................................................................................................................45
Figura 44: Consumo de um aquecedor....................................................................................................................................................47
Figura 45: Consumo de um motor monofásico.......................................................................................................................................47
Figura 46: Forma de onda da corrente gerada pelo funcionamento de "NO-break".............................................................................48
6
Lista de figuras
Figura 47: Formas de onda da corrente, espectro harmônico e circuito simplificado de um retificador trifásico ........................... 49
Figura 48: Formas de onda da corrente, espectro harmônico e circuito simplificado de um inversor de frequência.......................50
Figura 49: Formas de onda da corrente e espectro harmônico de uma fonte chaveada....................................................................51
Figura 50: Formas de onda da corrente e espectro harmônico de um transformador operando em saturação...............................52
Figura 51: Formas de onda da corrente e espectro harmônico de uma lâmpada compacta com reator eletrônico.........................53
Figura 52: Formas de onda da corrente e espectro harmônico de um forno a arco.........................................................................54
Figura 53: Formas de onda da corrente e espectro harmônico de uma máquina de soldar elétrica................................................54
Figura 54: Condutor durante o efeito skin........................................................................................................................................56
Figura 55: Equação da profundidade onde há densidade de corrente.............................................................................................56
Figura 56: Rotação do sentido horário.............................................................................................................................................64
Figura 57: Rotação do sentido anti-horário.....................................................................................................................................64
Figura 58: Influência da frequência na relação de transformação..................................................................................................67
Figura 59: Redução de vida útil do transformador em função da distorção harmônica ................................................................67
Figura 60: Capacitores.....................................................................................................................................................................68
Figura 61: Emprego de indutância para atenuação de todas as harmônicas..................................................................................71
Figura 62: Filtro passivo..................................................................................................................................................................72
Figura 63: Filtro ativo......................................................................................................................................................................73
Figura 64: Filtro híbrido..................................................................................................................................................................75
Figura 65: Tabela 36 da 5410- Capacidade de condução de corrente ...........................................................................................80
Figura 66: Tabela 46 da 5410- Número de condutores carregados a ser considerado..................................................................82
Figura 67: Tabela F.1 da 5410- Fator fh para a determinação da corrente do neutro...................................................................86
Figura 68: Tabela 58 da 5410- Seção mínima do condutor de proteção.........................................................................................87
7
QUALIDADE DE
ENERGIA E
PERTURBAÇÕES
8
Aspectos relacionados a
qualidade de energia
9
Aspectos relacionados a
qualidade de energia
Muitos fatores podem alterar os valores associados aos parâmetros que caracterizam
um sinal de tensão ou corrente em uma instalação elétrica como por exemplo:
10
Perturbações
11
Perturbações na amplitude
de tensão
Se dá quando sobre um sinal perfeitamente senoidal são produzidas variações de tensão como:
12
Perturbações na amplitude de tensão
O Gráfico apresenta a definição feita pela ITIC, a respeito das perturbações de tensão.
15
Desequilíbrios de tensão ou corrente em
sistemas trifásicos
São produzidos nos sistemas trifásicos, quando existe uma diferença significativa entre
os valores eficazes das tensões da instalação. Daí, os desequilíbrios de corrente ocorrem
quando as intensidades entre as três fases não são iguais, gerando assim, uma corrente
diferente de zero no neutro. Como consequência dessa circulação de corrente, ocorre um
sobreaquecimento geral nos componentes da instalação. A expressão matemática que
corresponde a esse desequilíbrio de corrente é:
[ 𝐼 m á x ( 𝑅 ,𝑆 , 𝑇 ) − 𝐼 𝑚 é 𝑑𝑖𝑎 ] 𝐼 𝑅+ 𝐼 𝑆 + 𝐼 𝑇
𝐷𝑒𝑠𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í 𝑏𝑟𝑖𝑜 ( % ) = 𝑥 100 𝐼 𝑚 é 𝑑𝑖𝑎 =
𝐼 𝑚 é 𝑑𝑖𝑎 3
17
Perturbações na forma de onda
Equipamentos como computadores, reatores eletrônicos, variadores de velocidade e fontes de alimentação, são exemplos de
equipamentos onde o funcionamento deles é baseado em componentes da eletrônica de potência como: tiristores, diodos,
transistores, triacs, diacs, etc.
Embora esses equipamentos simplifiquem a vida do ser humano, na sua execução de tarefas, otimização de tempo e até
mesmo para lazer pessoal, esses equipamentos trazem consigo o inconveniente de provocar deformações nas formas de ondas
presentes nas instalações elétricas, o que resulta nas tensões e correntes harmônicas.
19
Harmônicas
Definição:
20
Harmônicas x Surto Elétrico
Diferença entre distorção harmônica e surto elétrico:
21
Série de Fourier
• Para a quantificação do grau de distorção presente na tensão ou corrente, lança-se mão da ferramenta
matemática conhecida por série de Fourier, formulada por Joseph Fourier.
• Utilizando esse recurso podemos analisar de forma simples cada componente harmônica
separadamente, decompondo a onda distorcida.
22
Série de Fourier
• Como a distorção harmônica apresenta semiciclos positivos e negativos com a mesma área e amplitude;
• A componente contínua (ou o valor médio da onda) é nula, assim, o termo V0 não existe. Sendo assim, para
esse caso a expressão da Série de Fourier pode ser reescrita como indicado a seguir:
23
Vídeo sobre a soma de harmônicas impares
24
Caracterização dos sinais harmônicos
Os sinais harmônicos são classificados quanto à sua ordem, frequência e sequência,
conforme indicado na Tabela:
Ordem Frequência (Hz) Sequência
1 60 +
2 120 -
3 180 0
4 240 +
5 300 -
6 360 0
n n * 60 #
Figura 14: Tabela de ordem, frequência e sequência de harmônicas.
Figura 15: Relação entre ordem e frequência.
Ordem par - Apesar de não serem muito comuns, existem quando ocorrem assimetrias do sinal devido à
presença de componente contínua, resultando em diferenças entre o ciclo positivo e o negativo.
Ordem ímpar- São as mais encontradas nas instalações elétricas em geral e maiores causadores de
problemas (terceira, quinta, sétima, etc.)
25
Caracterização dos sinais harmônicos
26
As harmônicas de sequência positiva (1st, 4th, 7th, etc.) As harmônicas de sequência negativa (2nd, 5th, 8th, etc.)
• Produzem campos girantes no mesmo sentido da fundamental. • Produzem campos girantes contrários ao sentido da fundamental.
Figura 17: rotação no sentido horário Figura 18: rotação no sentido anti-horário
As harmônicas de sequência nula, zero ou também conhecidas como homopolares, (3rd, 6th, 9th, etc.)
• Não provocam efeitos no sentido de rotação do motor.
28
Espectro harmônico
O que é?
• É uma representação da forma de onda no domínio da frequência.
• O espectro harmônico permite decompor um sinal em suas componentes harmônicas e representá-lo na forma de um gráfico de
barras, onde cada barra representa uma harmônica com sua frequência, valor eficaz e defasagem
Essa figura apresenta uma forma de onda bastante distorcida, repleta de harmônicas, sobretudo as de ordem 3,5,7 e 9.
29
Taxa de distorção harmônica total (THD)
A THD é definida em consequência da necessidade de se determinar numericamente as
harmônicas presentes em um dado ponto da instalação.
Há duas formas de se quantificar a THD:
𝑇𝐻𝐷 𝑓 =
√ (h 2 )2
+(h3 )2
+(h 4 )2
+… +(h 𝑛 )2
×100 %
h1
Figura 21: fórmula da THDf
𝑇𝐻𝐷 𝑟 =
√ (h2 ) +(h3 ) +(h4 ) +…+(h𝑛 )
2 2 2 2
× 100 %
√(h ) +(h ) +(h ) +(h ) +…+(h )
1
2
2
2
3
2
4
2
𝑛
2
30
Valores para THD
• THDi: grau de distorção de ondas de corrente, quando comparadas com as senoides puras. Provocada
pela carga.
• THDu: grau de distorção das ondas de tensão, quando comparadas com as senoides puras. Produzida pela
fonte geradora como consequência da circulação de correntes distorcidas pela instalação.
Exemplo: Determine o valor de THDf para um sinal de corrente que possua as seguintes características
medidas em um dado ponto do circuito:
Ordem Valor de A
h1 3,63
h3 2,33
h5 0,94
𝑇𝐻𝐷 =
√ 2 2 2 2 2 2
(2,33) +(0 ,94) +(0,69) +(0,50) +(0 ,41) +(0 ,33)
×100%
h7 0,69 𝑓 Figura x
h9 0,50 3,63
h11 0,41
h13 0,33
Total 4,53
31
Essa figura mostra o sinal de corrente e o seu respectivo espectro relativo. Deve-se notar que a onda em questão é
bastante deformada em relação a uma senoide pura, o que pode ser verificado pelo alto valor de THDf obtido.
32
Fator de potência e cos φ
Quando se trata dos efeitos das harmônicas, uma das consequências é a confusão entre o conceito de
fator de potência e cos φ. Por isso, necessita-se diferenciá-los.
Para uma onda senoidal perfeita, ou seja, sem Enquanto, quando é perceptível as distorções
qualquer tipo de distorção, vale-se o fator de causadas pelas harmônicas, aplica-se o cos φ
potência, que é a relação entre a potência ativa e a como:
potência aparente.
𝑃 [𝑊 ] 𝑃 ( h𝑛 )
𝐹𝑃= cos 𝜑=
𝑆 [ 𝑉𝐴 ] 𝑆 ( h𝑛 )
Figura 26: Cosseno φ
Figura 25:Fórmula fator de potência
34
Fator de desclassificação (K)
35
Fator de crista (FC)
• É definido como a relação entre o valor de pico e o valor eficaz de um sinal, ou seja:
𝐼 𝑝𝑖𝑐𝑜
𝐹𝐶=
𝐼 𝑟𝑚𝑠
Figura 30: Fator de crista
𝐹𝐶= √ 2=1,414
Figura 31: Fator de crista num sinal perfeitamente senoidal
36
Exemplo: fator de crista (FC)
Exemplo: observa-se dois sinais de corrente indicados na figura abaixo, o sinal indicado por número 1
corresponde à corrente na entrada de um conversor de frequência monofásico e o sinal 2 refere-se ao de uma
senoide pura com valor eficaz igual ao do sinal 1.
Sinal 1 Sinal 2
Corrente de pico 7,45 2,63
(A)
Corrente rms (A) 1,86 1,86
Fator de crista (FC) 4,000 ao sinais da figura 33
Figura 32 – valores relativos 1,414
Figura 33 – Sinais 1 e 2
• O valor eficaz da tensão ou da corrente por si só é uma informação pouco significativa. Nesses casos, é
muito importante conhecermos o tipo de sinal que se está medindo, seu valor de pico e sua distorção
harmônica total (THD).
• A visualização desses dados por meio de um gráfico de barras permite ao profissional a realização de ações
corretivas em relação àquelas harmônicas que mais prejudicam a qualidade do sinal, a instalação elétrica em
geral e os componentes, equipamentos e máquinas e dispositivos elétricos e eletrônicos presentes. 37
MEDIÇÕES DE
CONTEÚDO
HARMÔNICO
38
Medição de harmônicas
Instrumentos convencionais:
Os instrumentos convencionais, ou de “valor médio”, de medição de corrente e tensão, são adequados
para sinais perfeitamente senoidais e podem resultar em conclusões gravemente erradas ao serem
utilizados em circuitos com presença de harmônicas, devido ao método em que realizam a medição.
𝑉 𝑟𝑚𝑠
=
( )
=
𝑉𝑝
√2
𝑉𝑝
∙
𝜋
=
𝜋
=1 , 11
Constante: √ 2 2𝑉 𝑝 2 √ 2
( )
𝑉𝑚 2𝑉 𝑝
𝜋
39
Medição de harmônicas
Com isso, para que a medição obtenha o resultado correto do valor eficaz de
Figura 35: Onda distorcida
sinais não senoidais, foram criados instrumentos que utilizem de funções, (FC = 2,675; Vrms/Vm = 2,1.)
40
Características de medição (TRUE RMS)
Características do método de medição dos desses Instrumentos ( TRUE RMS):
Figura 36: Circuito de entrada simples de um Figura 37: “mapeamento” da onda pelo medidor True RMS.
instrumento de valor eficaz verdadeiro.
41
Análise comparativa
Comparação e análise entre as medições com os instrumentos convencionais e RMS Verdadeiro em 3 tipos de
correntes com deformidades diferentes:
Figura 38: sinais com diferentes graus de distorção e valores medidos pelos instrumentos.
42
Comparação entre os tipos de sinais
e instrumentos
43
Outros métodos
Osciloscópios: Observa as formas de onda e tensão da rede, tornando fácil a
percepção de harmônicas na instalação, porém, por mais que mostre a forma de onda
(amplitude e frequência) não é capaz de quantificar as componentes harmônicas.
44
Figura 43: Qualímetro, “True RMS”, Fluke 345
Power Quality Clamp Meter e exemplos de medição
em cargas não lineares.
45
CARGAS EM
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
46
Cargas lineares
Cargas Lineares:
São cargas com impedância fixa (constante) podendo ser constituídas por resistências, indutâncias e
capacitâncias, ou seja, as formas de onda de corrente e de tensão possuem fatores constantes e são
proporcionais. Essa carga, ao ser alimentada por uma fonte de tensão senoidal, absorve uma
corrente senoidal, mesmo que defasada.
Ex: Lâmpadas incandescentes, Chuveiro (aquecedor), Motores
47
Cargas não lineares
São cargas em que a relação entre a tensão e corrente não pode ser descrita por uma equação
linear, não possuem uma proporcionalidade como as cargas lineares, ou seja, a corrente
absorvida não tem a mesma forma da tensão que a alimenta. Devido a esse comportamento,
esses tipos de cargas são os principais geradores de harmônicas na rede.
48
Sistemas de retificação e
acionamentos CC
No processo de retificação de um onda alternada utiliza-se diodos e tiristores. Após todas as etapas para
obter a alimentação em corrente contínua desejada, o resultado final, na rede é uma onda de corrente
destorcida, normalmente rica em conteúdo harmônico, principalmente de quinta e sétima ordem. Sendo
que os níveis da distorção e a configuração final da onda de corrente em cada fase da alimentação
dependerão do número de diodos ou tiristores utilizados para a retificação e seus ângulos de disparo.
49
Conversores
Estes equipamentos conquistaram o mercado pelas qualidades da sua aplicação nos motores. Neles a
tensão de alimentação em 60 Hz é retificada e posteriormente invertida, produzindo-se um tensão
alternada de frequência variável a ser aplicada ao motor elétrico ou em outras áreas. Porém, fora a
retificação presente, com a utilização de meios para a inversão da tensão CC (criação da senoide), a
geração de harmônicas desses dispositivos é tão alta que, somadas, pode chegar a superar o valor da
fundamental.
50
Fontes de alimentação monofásica
51
Transformadores em saturação
52
Reatores eletrônicos
Muito utilizados para a iluminação, em que, para a alimentação e funcionamento adequado e mais
efetivo da lâmpada, a tensão de saída é aplicada em alta frequência, por meio da utilização de
inversores tiristorizados. Assim, esses equipamentos também são responsáveis por gerar grande
parte das correntes harmônicas em muitas instalações.
55
Cabos de alimentação
Os cabos de alimentação por serem responsáveis pela conexão entre uma fonte e uma carga, torna-se sujeito ao efeito
skin, se estiver transportando corrente elétrica alternada. Tal efeito é caracterizado pelo aumento da passagem de corrente
pelas periferias de um condutor em função da frequência, o que aumenta a resistência elétrica do condutor. Deste modo,
quando há a presença de harmônicas de ordem n, estas irão intensificar o efeito skin e, assim, ocasionando mais perdas
elétricas por efeito joule, já que a resistência se torna elevada, ou seja, mais superaquecimento dos cabos de alimentação.
𝛿=
𝜌
√
𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝜇 𝑅 ∙ 𝜇0
Figura 54: Condutor durante o efeito skin. Figura 55: Equação da profundidade onde há densidade de corrente.
As correntes harmônicas de sequência nula não afetam as três fases, entretanto elas se
somam algebricamente no condutor neutro, como, por exemplo na figura abaixo. Portanto, o
aquecimento poderá ocorrer no condutor neutro se ele não estiver bem dimensionado.
I1 I3
F
I1 I3
Legenda:
F
I1 I3 I1 = corrente fundamental
CARGA
F I3 = corrente de terceira
3 x I3
N ordem
57
Diminuição do fator de potência
De acordo com a Legislação Brasileira o fator de potência imposto aos consumidores é de 0,92
(atrasado ou adiantado). Caso, esse valor seja inferior, a instalação elétrica receberá um acréscimo
em sua fatura de energia, geralmente devido ao excedente de reativo, isto é, o consumo não
previsto de reativo indutivo ou capacitivo. Segundo a ordem das harmônicas, estas introduzem
reatância indutiva na instalação, contribuindo para o decréscimo do fator de potência.
𝑋 𝐿 = 𝜔 𝐿=2 𝜋 𝑓𝐿
2
↑ 𝑄=↑ 𝑋 𝐿 ∙ 𝐼
↑ 𝑆=√ 𝑃 2 +↑𝑄 2
𝑃
𝐹𝑃=
↑𝑆
58
Diminuição do fator de potência
Sem harmônica
R XL1
I1 = 11,2A
𝑅=1 Ω 𝑋 𝐿 1=1 Ω
2 2
𝑃 1= 𝑅 ∙ 𝐼 1=1 × 11 , 2 =125 𝑊
2 2
𝑄1 = 𝑋 𝐿 1 ∙ 𝐼 1 =1× 11 , 2 =125 𝑣𝑎𝑟
𝑆 1=177 𝑉𝐴
𝑃 1 125
cos 𝜑= = =0 ,71
𝑆1 177
59
Diminuição do fator de potência
Com a presença da 3a harmônica
R XL1 R XL3
Fator de Potência Final
I3 = 5A
I1 = 10A 𝑃 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 =𝑃 1+ 𝑃 3=100+ 25=125 𝑊
𝑄 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿=𝑄 1+𝑄 3 =100+75=175 var
𝑆 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿= √ 𝑃 2 2
= √ 125 +175
2 2
𝑅=1 Ω 𝑋 𝐿 1=1 Ω 𝑅=1 Ω 𝑋 𝐿 3=3 Ω
2 2
𝑃 1= 𝑅 ∙ 𝐼 1=1 × 1 0 =100 𝑊
2
𝑃 3 = 𝑅 ∙ 𝐼 3 =1× 5 = 25 𝑊
2
𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 +𝑄 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿
2
𝑄1 = 𝑋 𝐿 1 ∙ 𝐼 =1× 10 = 100 𝑣𝑎𝑟
1
2
2
𝑄 3= 𝑋 𝐿3 ∙ 𝐼 3 =3 × 5 =75 𝑣𝑎𝑟
2
𝑆 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿= 215 VA
60
Aumento da queda de tensão
I1 = 11,2A I1 = 10A I3 = 5A
Comparando a Tensão U1 e UT, percebe-se o aumento de queda de tensão entre o circuito sem harmônicas e o
circuito com harmônicas.
61
Motores síncronos e assíncronos
Sobretensões
Sobreaquecimentos
Torques Indevidos
62
Motores síncronos e assíncronos
Sobretensões
Os bancos de capacitores, exclusivamente, são instalados em paralelo em uma
instalação elétrica, o que podem gerar um caminho para as correntes harmônicas,
consequência da ressonância paralela. Isto, resultará em uma frequência de ressonância
que, caso seja excitada, irá promover pontos mais aumentados para sobretensões.
Sobreaquecimentos
Os sobreaquecimento são provenientes a partir das perdas no cobre devido as
correntes harmônicas que percorrem os enrolamentos do estator e rotor e/ou na gaiola.
Enquanto as nas perdas no ferro (perdas por histerese e por correntes de Foucault)
influenciam mais o funcionamento do núcleo ferromagnético.
63
Motores síncronos e assíncronos
Mudança no Torque
Dependendo da sequência, seja ela positiva, negativa ou nula, das harmônicas, o torque
será afetado, uma vez que, o torque produzido por um motor terá o sentido de rotação de acordo
com a frequência fundamental, ou seja, 60Hz.
Os sinais harmônicos de sequência negativa (principalmente, a de quinta ordem) tendem
a proporcionar um torque no sentido contrário em relação ao torque estabelecido pelo sinal
fundamental. Dessa forma, o motor visualiza tal situação como aumento de carga em seu eixo.
Caso o motor esteja trabalhando em plena carga e tal efeito ocorra, o equipamento pode queimar.
Enquanto os sinais harmônicos de sequência positiva tendem a proporcionar um torque
adicional no mesmo sentido em relação ao torque estabelecido pelo sinal fundamental.
Figura 56: rotação do sentido horário. Figura 57: rotação do sentido anti-horário.
64
Disparos de dispositivos de proteção
65
Ressonância paralela
𝑋 𝑐 = 𝑋 𝐿 ⇒ 𝜔 𝐿=
1
𝜔𝐶
⇒ 2 𝜋 𝑓𝐿=
1
2 𝜋 𝑓𝐶
2
⇒𝑓 =
1
2
(2 𝜋) 𝐿𝐶
⇒𝑓=
1
=
1 1
(2 𝜋) 𝐿𝐶 2 𝜋 𝐿𝐶
2
√ √
Ocorre a uma determinada frequência, que pode ser atingida quando o circuito sofrer a influência das harmônicas
Ressonância paralela: a impedância tente ao infinito e a mínima corrente gera elevações drásticas de tensão nos
terminais do circuito
𝑋𝐶⋅ 𝑋𝐿
𝑋 𝐶 ∕ ∕ 𝑋 𝐿=
𝑋𝐶+ 𝑋 𝐿
66
Efeitos em transformadores
Aumento das perdas nas bobinas por efeito Joule
causadas pela intensificação do efeito pelicular nos
condutores
Aumento das perdas por histerese
q Aumento das perdas por correntes parasitas
(correntes de Foucault)
Solicitação de isolamento maior
Alteração na relação de transformação
Figura 58: Influência da frequência na relação de transformação.
Vibrações e ruídos
Aumento das perdas por fluxo de dispersão
[W/kg]
68
TIPOS DE FILTROS
69
Filtros para harmônicas
70
Indutância de atenuação
Consiste em uma solução simples que atenua todas as harmônicas presentes na instalação. É
utilizado uma indutância (LF) em série, entre a fonte e a carga poluidora. Podemos suavizar a
corrente colocando indutâncias de linha. Aumentando a impedância do circuito de alimentação,
limitamos a corrente harmônica.
Principais vantagens:
É simples;
Confiável;
Possui baixo custo.
Principais Desvantagens:
Causa queda de tensão na linha;
limitada eficiência.
Principais vantagens:
Simples e confiáveis;
Desempenho muito satisfatório;
Aumento do fator de potência da instalação.
Principais desvantagens:
Limite de espectro de atuação;
Figura 62 : Filtro passivo. Depende da fonte de alimentação;
Funciona adequadamente apenas se não houver
alteração nas cargas durante a vida da instalação.
72
Filtro ativo
Os filtros passivos são soluções eficazes apenas para frequências harmônicas específicas. Em algumas
instalações, as correntes harmônicas variam com o tempo de operação. Nesse caso, são usados os filtros
ativos. Na prática, as correntes harmônicas são reduzidas em até 90% de sua magnitude, portanto, a distorção
da forma de onda da tensão também é reduzida. Adapta-se a qualquer que seja a carga. No entanto, sua
potência harmônica é limitada.
73
Filtro ativo
74
61
Filtro híbrido
75
REDIMENSIONAMENTO
DOS CONDUTORES DA
INSTALAÇÃO
76
O que justifica o redimensionamento dos condutores da instalação
que conta com a presença de harmônicas?
Surgimento do efeito skin (pelicular): O efeito skin surge em função das altas frequências dos sinais
harmônicos e é caracterizado pelo aumento da resistência elétrica do condutor, que não somente
influencia na queda de tensão da instalação mas também tem como consequência o aumento das perdas
joule
Aumento das perdas por efeito Joule: O condutor fica superaquecido devido ao aumento da corrente
que o perpassa por conta das harmônicas.
77
Exercício de dimensionamento dos condutores de uma
instalação considerando a presença de harmônicas
78
Solução sem considerar as harmônicas da instalação:
Na tabela 36 da NBR 5410, método B1, coluna 7 e com 3 condutores carregados, obtém-
se a seção que suporta a passagem contínua de 127,62 ampères, que é a de 50 mm², que
conduz até 134 A
79
Figura 65 : Tabela 36 da 5410- Capacidade de condução de corrente
80
Solução considerando as harmônicas da instalação:
De acordo com a Nota 1, da tabela 46, para obter o valor de corrente que o condutor suporta
corrigido (por agrupamento, considerando quatro condutores carregados), deve-se pegar o
valor da coluna 7 e multiplicar por 0,86, sem prejuízos dos demais fatores de correção
eventualmente aplicáveis.
• Dimensionamento das fases:
81
Figura 66 : Tabela 46 da 5410- Número de condutores carregados a ser considerado
82
Solução considerando as harmônicas da instalação:
O condutor de 70 mm² pode ser utilizado para as fases devido ao fato da corrente
corrigida do condutor ainda ser maior que a de projeto. Atendendo, dessa forma, a
condicional de Ip> Iz
• Dimensionamento do neutro:
A NBR 5410 especifica que para o dimensionamento do condutor neutro devem ser
levadas em consideração somente as correntes da terceira harmônica e seus múltiplos
(9° harmônica, 15° harmônica etc.)
Obs: É importante relembrar que as harmônicas de ordem par não interferem na
rede, e por isso não são consideradas no dimensionamento
83
Solução considerando as harmônicas da instalação:
• Dimensionamento do Neutro:
Cálculo da taxa das terceiras harmônicas e seus múltiplos.
84
Solução considerando as harmônicas da instalação:
• Dimensionamento do neutro:
85
Figura 67 : Tabela F.1 da 5410- Fator fh para a determinação da corrente do neutro
86
Solução considerando as harmônicas da instalação:
• Dimensionamento do PE:
A seção mínima do condutor PE é obtida na tabela 58, em função dos condutores fase.
Solução:
87
Perguntas
88
Perguntas
89
Perguntas
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Referências bibliográficas
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https://www.youtube.com/watch?v=AJOp-QevEio&t=825s .Acesso em : 15 de dezembro de 2022.
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[6] MORENO, HILTON. Harmônicas nas Instalações Elétricas. 1 ed. São Paulo: Procobre, 2001. 66 p.
[7] RAED, J. L. 2022 – MÁQUINAS ELÉTRICAS – TEORIA. Rio de Janeiro, abril de 2022. 78p.
[9] PROCOBRE – Instituto Brasileiro do Cobre. Harmônicas nas instalações elétricas: Causas, efeitos e soluções. São Paulo, novembro 2001, 66p.
[10] ALONSO, F. L. INFLUÊNCIA DE HARMÔNICOS EM CONSUMIDORES DE BAIXA TENSÃO. 2008. 58p. Dissertação (Conclusão de curso de
Engenharia Industrial Elétrica) - CEFET- BA, Universidade da Bahia, Salvador, 2008.
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[21] Luis vBlog. Usando FFT para medir distorção harmonica total (THD) com osciloscópio. YouTube, 9 de julho de 2017 . 1 vídeo ( 10 min. 2 seg.) Disponível
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[24] UNIVERSIDADE DA ELÉTRICA - IPT ENGENHARIA. A-130 INFLUÊNCIA DAS HARMÔNICAS NO FATOR DE POTÊNCIA EM INSTALAÇÕES
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