Cancro Bacteriano em Videira

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UVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AGRÁRIAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROTEÇÃO DE PLANTAS
CÓDIGO-CAPES – 26001012029P

CANCRO BACTERIANO
EM VIDEIRA
FITOBACTERIOLOGIA

DOCENTE: ADRIANO MÁRCIO FREIRE SILVA


DISCENTE: ESTER DA SILVA COSTA
HISTÓRICO

• Observado em videira da cultivar


Ahnabi na Índia em 1969
(NAYUDU, 1972).

• Foi considerada uma doença de


importância secundária até
surtos no final da década de
1980 (CHAND e KISHUN, 1990).
HISTÓRICO
• Em 1998, foi detectado pela primeira vez no Brasil, em parreirais do
Submédio do vale do São Francisco, na cidade de Petrolina,
Pernambuco (MALAVOLTA et al., 1999)
HISTÓRICO

• A enfermidade foi observada em


plantios novos, com incidência de até
100% em plantas da cv. Red Globe e
em cultivares de uva sem sementes
(MALAVOLTA et al., 1999).
HISTÓRICO
• Foram realizadas análise para
detecção de X. campestris pv. viticola
em 358 amostras de plantas de
videira, sendo 208 da cv. Red Globe.

• A bactéria foi detectada em 197


(55%) amostras, das quais 127 eram
de Red Globe.

• No período chuvoso de 1999,


observou-se a disseminação da
doença para novas áreas em
produção (LIMA et al., 2000)
HISTÓRICO
HISTÓRICO

• Em 1998, no mesmo ano, também


foi constatado o cancro bacteriano
em videiras na cidade de
Teresina, Piaui.
HISTÓRICO

• A enfermidade foi observada em cultivares Red Globe, Itália e Ribier


HISTÓRICO

• Em 1998, no mesmo ano,


também foi constatado o
cancro bacteriano em videiras
no estado da Bahia, nas
cidades de Curaçá, Casa Nova,
e Juazeiro (LIMA et al., 1998).
HISTÓRICO
HISTÓRICO
• Em Jaguaruana, Ceará (FREIRE; OLIVEIRA, 2001).
HISTÓRICO

• Além da Índia e do Brasil, o patógeno foi relatado na África do


Sul em 2005 ( MIDHA e PATIL, 2014 ).
HISTÓRICO

• Na cidade de Boa Vista,


Roraima, foi detectado em julho
de 2006 (HALFELD-VIEIRA,
NECHET, 2006).
HISTÓRICO

• Na cidade de Formosa, Goiás


(JUNQUEIRA et al., 2006).
HISTÓRICO

• Na cidade de Tupi Paulista,


São Paulo (RODRIGUES
NETO et al., 2011).
HISTÓRICO

• Na cidade de Cianorte,
Paraná (TOMAZ et al., 2011).
HISTÓRICO

• Os estados do Paraná, São Paulo e Ceará, realizaram ações de


erradicação dos focos, sendo reconhecidos pelo MAPA, e todos ainda
mantem a praga sob monitoramento (ASCOM, 2022).
HISTÓRICO
HISTÓRICO

• Segundo o MAPA,
atualmente a praga ocorre
nos estados da Bahia,
Pernambuco e Roraima.

Cancro bacteriano da videira: praga


quarentenária A2
• IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
SINTOMAS EM FOLHAS
• Principal sintoma: Lesões nas nervuras da folha
SINTOMAS EM FOLHAS
• Lesões no pecíolo da folha e nas nervuras
SINTOMAS EM FOLHAS

• Lesões necróticas no limbo


foliar
SINTOMAS EM FOLHAS

• Lesões escuras, pequenas


e angulares circundadas ou
não por halo amarelado.
SINTOMAS EM FOLHAS

• As lesões podem coalescer


destruindo grande área do
limbo foliar.
SINTOMAS EM FOLHAS

• As lesões podem coalescer


destruindo grande área do
limbo foliar
SINTOMAS EM FOLHAS

• Queima foliar intensa, com


maiores danos a partir do
bordo foliar, com necrose
nas nervuras.
SINTOMAS EM FOLHAS

• Queima foliar severa com maior


intensidade nos bordos

• Várias manchas angulares


acompanhando, principalmente
as nervuras.
SINTOMAS EM FOLHAS
• Coalescência de lesões e crestamento do limbo foliar
SINTOMAS EM RAMOS

• Manchas alongadas de
coloração marrom-
escura que evoluem para
cancros, conferindo o
desenvolvimento de
rachaduras longitudinais.
SINTOMAS EM RAMOS
• Cancros conferindo o desenvolvimento de rachaduras longitudinais
SINTOMAS EM RAMOS
• Cancros conferindo o desenvolvimento de rachaduras
SINTOMAS EM RAMOS
• Manchas e cancros expondo os tecidos internos.
SINTOMAS EM RAMOS

• Formação de cancros e
descoloração nas regiões
vasculares.
• Presença de células
bacterianas nas lesões.
SINTOMAS EM RAQUIS

• Cancros expondo os
tecidos internos.
SINTOMAS EM RAQUIS
• Escurecimento de extensas áreas da ráquis.
SINTOMAS EM BAGAS

• Lesões escuras e arredondadas


(necróticas) nas baga.

• Desuniformidade na maturação
dos frutos
SINTOMAS EM BAGAS
SINTOMAS EM BAGAS
SINTOMAS EM BAGAS
SINTOMAS EM BAGAS
AGENTE CAUSAL
Inicialmente denominado na índia como:

Pseudomonas viticola Nayudu (NAYUDU, 1972)

Identificado no Brasil por meio de testes bioquímicos e de patogenicidade como:

Xanthomonas campestris pv. viticola (YOUNG et al., 1978)

Reclassificado devido a relação genética com patovares de X. citri, como:

Xanthomonas citri pv. viticola (GAMA et al., 2018)


Figura 4. Árvores de abrangência mínima
de 107 linhagens de Xanthomonas citri pv.
viticola, compreendendo 105 linhagens
brasileiras e duas linhagens da Índia (CFBP
7660 e 7691), com base em MLVA com 8
marcadores VNTR. Os círculos representam
um tipo MLVA. Os tipos que são conectados
por uma linha sólida espessa diferem por 1
locus VNTR; os tipos MLVA conectados por
linhas sólidas finas diferem por 2–3 loci
VNTR, e os tipos que diferem por 4 ou mais
loci são conectados por linhas tracejadas e
pontilhadas. (A) A zona cinza representa
complexos clonais compreendendo tipos
MLVA que diferem entre si por um locus, (B)
a zona cinza agrupa tipos que diferem por
um ou dois loci.
X. citri pv. viticola

1. Monomorfismo genético: apresenta baixa diversidade genética,


ou seja, uma alta similaridade entre as cepas brasileiras, o que
sugere uma introdução recente e rápida disseminação no Brasil.

2. Evolução clonal: o patógeno segue um padrão de evolução


clonal. Significa que se espalha predominantemente por meio de
clones geneticamente idênticos ou muito semelhantes.
X. citri pv. viticola

3. Origem única: as cepas do Brasil compartilha uma base genética comum


com as cepas indianas. Xcv tenha uma única origem ou introdução no Brasil,
e de que o surto inicial foi seguido de uma dispersão rápida e eficaz pelo
país.

4. Dispersão rápida no Brasil: a baixa variabilidade genética dentro das


cepas brasileiras indica que o patógeno se espalhou eficientemente após a
introdução inicial, o que é consistente com um surto epidêmico recente.
X. citri pv. viticola

Classe: Gammaproteobacteria

Família: Xanthomonadeceae
Gram-negativas

Formato: bastonete reto


Tamanho: 0,6 x 1,2 - 2,5µm
Monotríquias
Metabolismo aeróbico
X. citri pv. viticola

Formato arredondado

Brilhantes com bordos lisos

Coloração esbranquiçada
em meio ágar-nutritivo

T ótima para crescimento: 28-33°C

Não produz xantomonadina

Pigmento característico do gênero


Xanthomonas
X. citri pv. viticola

Não reduz nitrato a nitrito

Asparagina não é utilizada como


fonte de carbono e nitrogênio

Cresce bem em sais de amônio


e ácido glutâmico

Seu melhor crescimento


é em caseína hidrolisada
X. citri pv. viticola

Produz ácido a partir Não produz ácido a partir

Glicose Manose Glicerol m-inositol

Galactose Dulcitol

Sorbitol
Trealose

Celobiose Rafinose

Frutose Lactose
X. citri pv. viticola
Testes de hipersensibilidade

Negativos em folhas de fumo Positivos em folhas de tomate


X. citri pv. viticola

Fator de virulência

Polissacarídeos extracelulares (EPS)

Interferem

Formação dos sintomas da doença

Sobrevivência epifítica das bactérias

Severidade da doença
EPIDEMIOLOGIA
SOBREVIVE
• Em videiras infectadas e epifiticamente em
plantas assintomáticas (ARAÚJO, 2001).

• Em grande gama de hospedeiros alternativo quando inoculada


artificialmente (PEIXOTO et al., 2007 SANTOS et al., 2014).
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA

ESPÉCIES
Senna obtusifolia
Glycine sp
Desmodium discolor
Amaranthus defl exus
Azadirachta indica
Vigna unguiculata
Solanum lycopersicum
EPIDEMIOLOGIA
SOBREVIVE
• Em videiras infectadas e epifiticamente em
plantas assintomáticas (ARAÚJO, 2001).

• Em grande gama de hospedeiros alternativo quando inoculada


artificialmente (PEIXOTO et al., 2007 SANTOS et al., 2014).

• Em pequena quantidade de plantas invasoras,


com infecção natural (PEIXOTO et al., 2007).
EPIDEMIOLOGIA
SOBREVIVE
• Em videiras infectadas e epifiticamente em
plantas assintomáticas (ARAÚJO, 2001).

• Em grande gama de hospedeiros alternativo quando inoculada


artificialmente (PEIXOTO et al., 2007 SANTOS et al., 2014).

• Em pequena quantidade de plantas invasoras,


com infecção natural (PEIXOTO et al., 2007).

• Em tecidos infectados de videira na superfície do solo, em


altas populações, por pelo menos 80 dias, (SILVA et al., 2012).
EPIDEMIOLOGIA
SOBREVIVE
• Em videiras infectadas e epifiticamente em
plantas assintomáticas (ARAÚJO, 2001).

• Em grande gama de hospedeiros alternativo quando inoculada


artificialmente (PEIXOTO et al., 2007 SANTOS et al., 2014).

• Em pequena quantidade de plantas invasoras,


como hospedeira natural (PEIXOTO et al., 2007).

• Em tecidos infectados de videira na superfície do solo, em


altas populações, por pelo menos 80 dias, (SILVA et al., 2012).

• Sobrevive, por pelo menos 24 horas em


ferramentas de corte (NAUE et al., 2012).
Fig. 1. Sobrevivência de Xanthomonas campestris pv. viticola em ferramentas de corte
de videiras após imersão em suspensões bacterianas e incubação a 28°C
EPIDEMIOLOGIA
FONTES DE INÓCULOS

Bactéria se multiplica e sobrevive em lesões em folhas, ramos, ráquis e bagas


EPIDEMIOLOGIA
DISSEMINAÇÃO A CURTAS DISTÂNCIAS

Chuva/água de irrigação e vento Tratos culturais


EPIDEMIOLOGIA
DISSEMINAÇÃO A CURTAS DISTÂNCIAS

• Água utilizada para a hidratação

Bacelos infectados podem servir de fonte


de inóculo para bacelos sadios que
estejam no mesmo tanque de hidratação.
EPIDEMIOLOGIA
DISSEMINAÇÃO A LONGAS DISTÂNCIAS

Transporte de material propagativo infectado Por meio de ferramentas infectadas


EPIDEMIOLOGIA
DISSEMINAÇÃO A LONGAS DISTÂNCIAS

Restos de cultura e frutos contaminados


PREVENÇÃO E CONTROLE
PREVENÇÃO E CONTROLE

• Cancro bacteriano da videira: praga quarentenária


A2
IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE
Medidas Regulatórias
• Estabelecimento de medidas de
exclusão e erradicação

• Controle da movimentação de
material propagativo
• Controle da comercialização de
frutos

• Cancro bacteriano da videira: praga quarentenária


A2
IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE
Medidas de Prevenção
• Implantação de plantios com
material propagativo sadio

• Restrição à entrada de pessoas e


equipamentos em pomares de videira

• Desinfestação de pessoas,
equipamentos e veículos

• Cancro bacteriano da videira: praga quarentenária


A2
IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE
Art. 2º Medidas a serem adotadas em áreas com existência
de plantas do gênero Vitis, em UFs sem ocorrência da praga

§ 1º Produtor, proprietário,
etc:

I. - Utilização de material propagativo sadio;

II.- Restrição da entrada na propriedade, de pessoas


e equipamentos de áreas com ocorrência da praga;

III.- Inspeção das plantas e comunicação imediata


ao Órgão Oficial de Defesa Agropecuária sobre
suspeita de ocorrência da praga.

IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE
Art. 2º Medidas a serem adotadas em áreas com existência
de plantas do gênero Vitis, em UFs sem ocorrência da praga

§ 2º Medidas a serem adotadas pelo Órgão Oficial de Defesa


Agropecuária:

I. - Levantamentos de detecção a cada ciclo produtivo;

II.- Concentração dos levantamentos nas áreas


com variedades mais suscetíveis à praga;

III.- Coleta e envio de material


para diagnóstico laboratorial.

IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE
Art. 2º Medidas a serem adotadas em áreas com
existência de plantas do gênero Vitis, em UFs sem
ocorrência da praga
§ 3º Em caso de confirmação, em UFs sem
ocorrência da praga, adotar medidas de erradicação:

I. - eliminação de todas as plantas


do talhão ou do lote no viveiro;

II.- proibição do plantio de variedades


mais suscetíveis a durante três anos;

III.- inspeções periódicas das áreas afetada e


circunvizinhas com a finalidade de eliminar novos focos.

IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE

Medidas de Controle para a Doença


Recém Introduzida

Eliminação de plantas doentes

Aplicação preventiva de cúpricos


nas plantas remanescentes
PREVENÇÃO E CONTROLE
Art. 3º Medidas a serem adotadas em áreas com existência
de plantas do gênero Vitis, em UFs com ocorrência da praga.

§ 1º Produtor, proprietário, etc:

I. - Restrição da entrada em propriedade de município


sem ocorrência da praga, de pessoas e equipamentos
de municípios com ocorrência da praga;

II.- Realizar podas para as variedades mais suscetíveis;

III.- Desinfestação de equipamentos e de material.

IV.- eliminação de todo o material de podas


das variedades suscetíveis e sintomáticas.
IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
PREVENÇÃO E CONTROLE

Art. 3º Medidas a serem adotadas em áreas com existência


de plantas do gênero Vitis, em UFs com ocorrência da praga.

§ 2º Medidas a serem adotadas pelo


Órgão Oficial de Defesa Agropecuária:

I. - Levantamentos e delimitação
a cada ciclo produtivo;

II.- Concentração de levantamentos


em áreas com variedades mais e
nos períodos mais favoráveis;

III.- Envio de material com sintomas


para diagnóstico laboratorial.
IN Nº 2, de 6 de fevereiro de 2014
OBRIGADA!

CANCRO BACTERIANO
EM VIDEIRA
ESTER DA SILVA COSTA

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