Varicela - Zoster - 2023 - 1 - 2

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ESTACIO – MEDICINA

INFECTOLOGIA

TURMA 2024

Varicela-zoster e suas complicações


Esquema do virus
da varicela zoster

www.storyblocs.co
m
Resumo da virologia do vírus da varicela-zoster

 Virus DNA duplamente estratificado


 Simetria icosaédrica. Possui envelope
 Apresenta somente 1 sorotipo
 Causa a varicela e o herpes zoster
 Após a fase aguda permanece em latência nos gânglios sensitivos para
o resto da vida
 Podem reativar-se, sob a forma de herpes zoster, pp quando há queda
da imunidade celular
Família Herpesviridae (adaptado de Mandell)

Subfamília Alfaherpesvirinae
Herpes simples 1 Herpesvirus humano 1 Herpes simples
Herpes simples 2 Herpesvirus humano 2 Herpes simples
Varicela –zoster (Varicellovirus) Herpesvirus humano 3 Varicela. Herpes zoster
Subfamília Betaherpesvirinae
Citomegalovirus Herpesvirus humano 5 Citomegaloviroses
Herpesvirus humano 6 HHV6 Exantema subitum
Herpesvirus humano 7 HHV7 Exantema subitum
Gamaherpesvirinae
Vírus de Epstein-Barr Herpesvirus humano 4 Doenças do vírus EB
Herpesvirus humano 8 HHV8 Sarcoma de Kaposi (?)
Vacina introduzida nos postos de saúde
DE ACORDO COM OS DADOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (2021)
Epidemiologia da varicela

● Muito contagiosa; taxas de ataque 65 a 100 % dos suscetíveis adoecem


● A varicela é cerca de 5 vezes mais contagiosa que o herpes zoster
● Infecção subclínica incomum (< 4%). HP confiável, na ausência da varíola
● Endêmica. Surtos epidêmicos tradicionalmente no inverno / primavera
● Sazonalidade pouco marcante entre nós. Sem diferenças de sexo ou raça.
● Crianças pp < 15 anos. Em adultos aumentou a participação relativa
● Complicações mais comuns em adultos; menores de 1 ano; gravidez
● Internações proporcionalmente mais comuns em adultos
● De 2012 e 2017, internaram-se 38612 casos (SUS). Em queda acentuada
Cadeia de transmissão
Houve queda importante dos casos após a vacinação nos postos (2013)
● Fonte de infecção: somente pacientes humanos na fase aguda. HZ
● Contágio: 2 d antes do rash e até a fase de crostas ( em média 5 a 7 dias)
● Herpes zoster localizado e disseminado. Imunodeprimidos
● Transmissão: contato direto com material das lesões ou vias aéreas;
respiratória de gotículas e aerossol.
● Contato indireto discutido. Virus sobrevive pouco no ambiente.
Congênita.
● > 95 % em crianças; imunidade duradoura; recidiva sob a forma de HZ
● Queda dramática de 97 %, após introdução da vacinação nos USA
Patogênese
■ Pouco conhecida
■ Admite-se que os vírus penetram pelo trato respiratório, na orofaringe e
pela conjuntiva
■ Multiplicam-se no sítio de entrada e gânglios regionais
■ Produzem uma 1ª viremia por volta do 4º ao 6º dia após a infecção
■ Distribuem-se em órgãos ricos em SRE, pp fígado e baço
■ Multiplicam-se, produzem uma 2ª viremia e atingem as vísceras, pele e
gânglios sensoriais; esta segunda viremia dura em média 5 d antes e 2 a 3
depois do início do rash
Quadro clínico
 Período de incubação habitual entre 14 e 16 dias (10 a 20 dias)
 Formas assintomáticas : são incomuns em menos de 4 ou 5 % dos casos
 Período prodrômico ou pré-exantemático
 Variável. 1 a 4 dias.
 Em crianças imunocompetentes em geral mais discreto. Febre queixas gerais
proporcionais à gravidade. Em adultos tende a ser mais intenso
 Periodo exantemático
 Generalizado porém a distribuição tende a ser centrípeta
 Habitualmente 250 a 500 lesões. Quanto mais lesões maior gravidade
 Na mesma região do corpo vários estágios evolutivos (mácula, pápula, vesícula,
pústula e crostas). Em geral as lesões novas aparecem por 3 a 7 dias
 Evoluem de mácula até crosta em cerca de 3 dias. Pruriginosas. Lesões isoladas
 Superficiais. Não deixam cicatriz. Couro cabeludo. Lesões nas mucosas
Varicela: gota de orvalho em pétala de rosa...
Lesões em vários estágios evolutivos na mesma região. Sem coalescência
Varicela: lesões em diferentes estágios. Numerosas lesões no dorso.
Predomínio em tórax e abdômen
Exantema típico da varicela. Vários estágios. Sem coalescência de lesões.
Lesões da varicela. Vários estágios evolutivos
Lesões em couro cabeludo e mucosas
Varicela muitas lesões inclusive no rosto e na mucosa oral. Critério de
gravidade
Fase final do rash. Involui sem cicatrizes
Quadro clínico da varicela. Complicações
Principais fatores de risco para o aparecimento de complicações

 Idade < 18 m e > 12 anos


 Gravidez; varicela congênita (1 a 2%); pneumonia.
 Imunossupressão pp da imunidade celular
 Aids, em fase avançada pp CD4 < 200 cel / mm3
 Linfomas e leucemias. Neoplasias hematológicas em geral
 Neoplasias malignas sólidas
Uso de corticoides em doses altas: em crianças: > 2mg /Kg/ dia de
prednisona; > 20 mg de prednisona por dia por mais de 14 dias. Adultos:
> 40 mg de prednisona /dia mais de 1s.  Uso de inibidores do FNT
 Terapia imunossupressora. Quimioterapia antineoplásica…
Complicações da varicela. Varicela na grávida
■ Mais grave na grávida (5X) comparada às outras mulheres
■ Risco pp de pneumonia na segunda metade da gestação
■ Risco de varicela congênita (1 a 2%) pp da sem 12 até a 20)
■ Síndrome da varicela congênita
● Cicatrizes cutâneas ● Alterações nos membros ● Baixo peso
● Alterações neurológicas ● Bexiga neurogênica ● Alt. oftalmológicas
● Pode haver herpes zoster precoce (infecção intrauterina)
■ Varicela perinatal: mãe tem varicela entre 5 d antes até 2 d após o parto.
Doença grave no RN (30 %). Indicação de VZIG
Complicações da varicela
 Complicações na pele
 Comumente observadas. Impetigo. Celulite. Em geral S. pyogenes e o
S. aureus, incluindo o MRSA
 Podem servir como porta de entrada para infecções sistêmicas
 Pneumonia
 Mais comum em adultos, grávidas e imunodeprimidos
 Podem ser graves em alguns pacientes; em outros podem ser um achado
radiológico
 Quando causadas pelo VZ costumam estar presentes entre 3 e 5 dias;
quando há infecção bacteriana secundária costuma ser mais tardia > 5 d
 S. pneumoniae, S aureus e o H. influenzae são os mais citados
 Manifestações radiológicas
Varicela complicada com celulite à esquerda e impetigo à direita
Pneumonia por VZ (IMHF); outros sinais de gravidade: muitas lesões e
algumas hemorrágicas
Pneumonia grave pelo vírus da varicela (Mohsen)

BMJ, case repports, Jan 2011


Pneumonia pelo vírus da varicela
Complicações da varicela
 Complicações neurológicas
 Ataxia cerebelar aguda (1:4000)
 Encefalite 1 a 2 /1000; quadro de encefalite. 20 % de óbitos e 15 % de
sequelas
 Neurite óptica  Mielite transversa  Encefalomielite
 Angeíte cerebral  Síndrome de Guillan-Barré
Complicações hematológicas
 Púrpura trombocitopênica pós-varicela  Púrpura fulminans
 Varicela hemorrágica  Neutropenia
 Outras complicações:  Síndrome de Reye  Artrite reacional
 Glomerulonefrite aguda  Hepatite...
Varicela hemorrágica. Critério de gravidade
Varicela em situações especiais
 Adolescentes e adultos em geral
 Hospitalizações 20 vezes maior que as crianças. Mais lesões cutâneas,
pneumonia e encefalite.
 Casos secundários de contactantes domiciliares e em creches
 Tendem a ser mais graves em função do contato contínuo e
prolongado.
Supostamente maior carga viral
 Imunodeprimidos pp com falência da imunidade celular
 Letalidade elevada. Inúmeras lesões curâneas. Varicela hemorrágica.
 Lesões mais profundas. Complicações viscerais frequentes. Evolução
mais prolongada. Casos de recidivas
 Gravidez e neonatal já comentado
Diagnóstico diferencial da varicela

 Em geral o diagnóstico clínico não oferece dificuldades


 Farmacodermias
 Reações alérgicas a picada de insetos
 Doença pé mão boca (virus coxsackie)
 Herpes simples
 Impetigo
 Riquetsiose variceliforme (não descrita no Brasil)
 Raramente várias dermatites bolhosas
Varíola (no contexto do bioterrorismo. Erradicada há várias décadas)
Monkeypox (mpox)
Evolução do exantema da varíola. Ameaça de bioterrorismo
Diagnóstico diferencial entre varíola e varicela
Monkeypox (mpox)

 Gênero Orthopoxvirus, família Poxviridae, a mesma do vírus da varíola humana


 OMS em 2022: 83497 casos confirmados, com 72 óbitos
 Brasil até 2023: 10967 casos confirmados, caindo muito nas últimas semanas
 Predomínio do sexo masculino, > 90 %
 Faixa predominante entre 18 e 60 a, mediana 34 a, pouco comum < 18 a
 Considerado uma zoonose que acomete pp roedores e macacos na África
 A partir destes animais a transmissão se faz por contato direto
 No Brasil não foram encontrados animais infectados.
 As fontes são humanos doentes
 Os doentes transmitem a doença na sua fase aguda, que dura 2 a 4 sem
 Não foram documentados casos subclínicos ou portadores sãos
Transmissão do mpox

 O mecanismo de transmissão mais citado é o contato direto com material


orgânico das lesões cutâneas, úlceras na boca e outras mucosas, crostas
das lesões cutâneas, roupas e utensílios contaminados pelos pacientes,
secreção respiratória e saliva; trabalhadores de saúde
 O contato sexual, pp HSH é muito citado embora ainda necessite de mais
estudos; vírus no sêmen favorece a transmissão sexual; parece que o
contato com lesões na genitália e proximidades um mecanismo importante
 A mãe pode contaminar o neném por via placentária ou por contato da
criança com lesões da doença, e por este modo também o pai
 A importância da via respiratória é provável porém ainda mal estudada
 A transmissão por outros líquidos corpóreos é possível, mas mal definida
Quadro clínico

 Período de incubação de 5 a 21 dias.


 90 % dos casos foram tratados em ambulatório; 14 óbitos
 Imunodeprimidos (pp HIV) e pacientes de baixa idade apresentam quadros mais graves
 O período prodrômico nem sempre é caracterizado na anamnese; 1 a 3 dias
 Febre, cefaleia, mialgias, dor lombar, fraqueza são as queixas gerais mais citadas
 Exantema com as lesões mais típicas se apresentando evolutivamente como máculas,
pápulas, vesículas, pústulas, úlceras e crostas; são umbelicadas;
 Ás vezes prurido ou dor local; pode dar lesões palmoplantares
 A lesão primária é no sítio de inoculação mas as demais podem ser centrífugas
 Na genitália as lesões podem se confundir com várias IST pp sífilis e herpes simples
 Linfoadenopatia é um achado comum, em geral localizada, próxima às lesões
 O PCR de vários fluidos orgânicos líquido das vesículas é o melhor exame diagnóstico
Casos de mpox CDC
Medical M Guls
Diagnóstico laboratorial da varicela Geralmente líquido das vesículas, LCR,
LBA... Ocasionalmente outros materiais
 Cultura do vírus: pouco disponível
 PCR: muito sensível e específico . Rápido. Medicina privada
 Imunofluorescência direta. Rápida. S: 80 a 90 %
 Sorologia IgG e IgM: ELISA, Imunofluorescência. Pareamento
 Citologia do líquido da vesícula. Giemsa. Tzanck: cel gigantes multinucleadas,
sugestivas de HS ou VZ. S: 60 %
 Exames de suporte para tratar a pneumonia grave. TC; radiologia convencional
 Exames microbiológicos para a pneumonia grave e celulite...
 Hemograma Coagulograma. LCR em complicações do SNC
Citologia do líquido da vesícula. Teste de Tzanck. Célula gigante
multinucleada. Efeito citopatogênico de vários herpesvirus
Tratamento inespecífico da varicela. Principais medidas complementares

■ Cuidados higiênicos com as lesões. Banhos. Compressas úmidas


■ Cremes ou loções adstringentes são menos efetivas. Antihistamínicos.
■ Unhas bem cortadas. Evitar coçar lesões. Trabalho educativo
■ Evitar uso de salicilatos. AAS. Síndrome de Reye
■ Evitar AINH (risco discutível de estreptococo invasivo)
■ Parecetamol para a febre, exceto nos casos de hepatite (muito raros)
■ Dipirona segunda opção. Restrições habituais
■ Manter quarentena em casa até 5-7 d de rash (crostas, sem lesões novas)
Tratamento antiviral da varicela . Indicações

■ Crianças imunocompetentes até 12 anos: discutível na literatura


■ Iniciar preferencialmente nas primeiras 24 h do rash.
■ Varicela grave com complicações inicia-se o tratamento a qq momento
■ Imunodeprimidos em geral. Corticoides. Neoplasias. HIV. Transplantados...
■ Adultos, > 12 anos, pp os não vacinados; contatos domiciliares
■ Grávidas em qualquer fase da gestação
■ Varicela perinatal
■ Comorbidades tais como doenças dermatológicas cônicas, pneumopatas
crônicos, uso de AAS, renal crônico, cardiopatias, neuropatias...
Tratamento da varicela (IMHF, 2006, revisado 2021 )

Eficácia e segurança não


estabelecidas em crianças

20 mg/Kg/dose, máximo de 1g, 3


vezes ao dia (crianças > 2 anos)
Efeitos adversos do aciclovir e seus análogos valaciclovir e famciclovir
 Habitualmente bem tolerados
 Intolerância digestiva, principalmente diarreia e desconforto abdominal
 Formação de cristais em túbulos, podendo apresentar IR. Hidratação e
diurese adequadas fazem a prevenção
 Manifestações neurológicas: agitação, delirium, mioclonias,
alucinações... pp em pacientes idosos com doses altas e I Renal
 Alergia cruzada entre eles
 O aciclovir é classificado como B pelo FDA; não há estudos controlados
mas existem estudos observacionais que não constaram problemas.
Poucos dados com o valaciclovir e o famciclovir
 Experiência limitada com o uso em crianças < 2 anos
Prevenção contra a varicela
 Pacientes devem ser internados seguindo precauções padrão, de contato e
respiratórias de aerossol
 Vacina virus vivo atenuado. Subcutânea. Segura
 1 dose entre 1 ano e 12 anos protege cerca de 70 a 90 % contra a doença e 95 a 100
% contra as formas graves; 2 doses proteção > 95%
 HP de varicela é confiável. Imunidade duradoura
 Bem tolerada. Reações leves em geral em 5 a 35 %. Reações locais. Rash discreto
Contraindicações semelhantes às demais vacinas de virus vivos atenuados
 Sorologia quando houver dúvida pode ser custo / efetiva. Não há contraindicação de
vacinar pessoas imunes, embora deva evitar-se o desperdício de vacinas
Esquemas de vacinação. 1) Ministério da Saúde:
 Primeira dose aos 15 meses, com a tetraviral (SCRV)
Segunda dose: aos 4 anos somente com a vacina contra a varicela
Não há previsão de vacinação de adultos nem contra o herpes zoster
Sociedade Brasileira de Pediatria
 1ª dose com SCR + V ou SCRV aos 12 meses
 2ª dose com SCR + V ou SCRV dos 15 meses aos 4 anos
 A vacinação de crianças e adolescentes até os 12 anos, ainda não
vacinados, deve ser feita com 2 doses de vacina contra a varicela ou
SCRV, com intervalos de 3 meses entre elas; a vacinação de adolescentes
com 13 ou mais anos deve ser feita com a vacina contra a varicela, 2
doses, intervalos de 1 a 2 meses entre elas. O mesmo para vacinação dos
adultos
Conduta nos contactantes de casos de varicela. Principais situações

 Contacto de risco: pp se > de 4 h no mesmo recinto fechado


 Verificar a HP de varicela. Vacina contra a varicela. Sorologia na dúvida
 Imunocompetentes, até o quinto dia (ideal até o dia 3): vacinação
 Imunocompetentes, com mais de 5 dias: tratamento com aciclovir, 7
dias ou observação orientada
 Imunodeprimidos, grávidas, varicela na grávida 5 dias antes do parto e
até 2 dias após VZIG, se o contacto foi até 10 dias. Se tiver mais
de 10 dias do contágio: observação orientada e tratamento precoce
Paciente com herpes zoster torácico
Epidemiologia do herpes zoster

■ Reativação de varicela anterior. Infecção latente nos gânglios sensoriais


■ USA 1/3 tem HP de varicela. Brasil espera-se mais HP de varicela
■ USA: 1,2 milhões de casos por ano de HZ. Elevada morbidade
■ Estimam-se que 10 a 20 % tenham ou terão HZ
■ Incidência  com a idade; 3,6 a 5,2 casos / 1000
■ Incidência parece estar aumentando nas últimas décadas
■ Aos 85 anos cerca de 50 % dos idosos já tiveram HZ
■ A idade > 50 anos é o principal fator de risco
Parece refletir um  progressiva da imunidade celular contra o HZ
UPTODATE, 2023
Taxa de
ocorrência do
HZ e da
neuralgia
pós-herpética
por 1000
habitantes
/ano nos USA
Números
parecem
semelhantes
em outros
países
Patogenia do herpes zoster (HZ)

 Resulta da reativação do virus da varicela zoster na sua forma latente


 Durante a infecção primária o virus manifesta-se como varicela
 Na infecção primária o VVZ alcança os gânglios sensoriais onde reside
permanentemente para o resto da vida
 Na forma latente não se multiplica e não é infectante, contido pelo sistema
imune do hospedeiro
 Mais tarde pode reativar-se, formando partículas infectantes, viajam pelo
nervo sensorial correspondente ao gânglio sensorial acometido, até a pele
 O mecanismo imunológico da reativação ainda não é bem conhecido,
contudo a prática clínica identifica vários fatores de risco relacionados ao
seu aparecimento
Principais fatores de risco para o aparecimento do HZ (O risco de HZ após a
vacina contra a varicela é < 80 % que o da doença natural, e mais benigno)
 Idade: principal fator. Aumento dramático após os 50 anos
 O risco de neuralgia pós herpética também  > 50 anos
 Trauma físico na cabeça 7 d antes pp para o HZ cefálico
 Imunossupressão: 10 a 100 vezes mais que os IC
Neoplasias hematológicas  Neoplasias sólidas  Pós transplantes
Corticoides, Az, 6 MP, anti TNF...  LES  Artrite reumatoide  Doença
Inflamatória Intestinal  HIV  Recorrências em 4 a 5 %
Doenças pulmonares e renais crônicas  Outras: depressão ,diabetes, ♀,...
Varicela por exposição intrauterina; adquirida até os 18 meses de idade
Quadro clínico do herpes zoster
 Febre e manifestações gerais em cerca de 20 % dos casos
 Queimação, dor, formigamento costumam anteceder as lesões cutâneas
por um período em geral 24 a 72 horas antes do rash
 O exantema surge com máculas, pápulas que evoluem para vesículas,
e depois pústulas em 3 ou 4 dias e crostas em geral em 7 dias
 Em idosos e imunodeprimidos podem ser mais prolongados estes
períodos
 A distribuição é radicular de acordo com o gânglio sensorial acometido
 Mais comumente torácico e abdominal; pode atingir qualquer metâmero
 Evolução média até a cura em 10 a 14 dias
 A dor acompanha a evolução e em geral cessa em até 15 a 30 dias
 Há casos pouco comuns de dor sem lesões cutâneas (zoster sine herpes)
 Em geral só é acometido um metâmero e unilateral
UPTODATE
2021
Metâmeros
 da coluna
torácica,
comumente
acometidos
pelo HZ
Herpes zoster torácico
Herpes zoster torácico
Herpes zoster em imunocompetentes
Herpes zoster. Distribuição radicular
Complicações do herpes zoster

 Cutâneas
 Infecções bacterianas secundárias. Celulite. Sepse.
 Herpes generalizado ou disseminado (em geral em imunodeprimidos)
 Herpes com lesões necróticas, Vasculite (em geral em imunodeprimidos)

 Oculares (HZ oftalmico: 8 a 20 % dos casos; 50 % complicações oculares)


 Ceratite  Esclerite  Uveite  Coriorretinite  Iridociclite  Neurite
óptica
 Perda da sensibilidade da córnea  Panoftalmite  Ptose  Midríase
 Glaucoma secundário  Necrose retiniana aguda ou progressiva
Herpes zoster disseminado com
lesões fora do dermátomo atingido

Herpes zoster disseminado. Algumas


lesões necróticas. Imunodeprimido
Herpes zoster
oftálmico
Parecer obrigatório
do oftalmologista , o
qual deve
acompanhar junto
Complicações
oculares frequentes
Herpes zoster acometendo o ramo
oftálmico do trigêmio
Complicações neurológicas do herpes zoster
 Neuralgia pós-herpética: dor significativa após 30 d do início do rash; dor
de 3 ou mais numa escala de dor de 1 a 10; hiperestesia cutânea,
dormência, disestesias no metâmero afetado; ocorre em 10 a 15 % dos
casos; pp > 60 anos e imunodeprimidos; vacinação contra o HZ diminui a
frequência
 Meningite  Encefalite  Mielite  Neurite motora  Paralisia facial
 Surdez  Vasculites cerebrais. AVC  Disfunção vestibular
 Paralisias de pares cranianos  Síndrome de Guillain-Barré
 Alguns autores classificam a dor do herpes zoster em 1) Neurite aguda
quando dura até 30 dias 2) Neurite subaguda de 31 a 90 dias 3) Neurite
pós-herpética quando o quadro persiste por mais de 90 dias
Complicações do HZ

 Complicações viscerais (geralmente em imunodeprimidos)


 Bronquite  Pneumonia  Pleuris  Esofagite  Gastrite  Colite
 Hepatite  Miocardite  Pericardite  Miosite  Artrite 
Peritonite ...

 Síndrome de Ramsey Hunt (herpes zoster ótico)


 Tríade: paralisia facial unilateral, dor de ouvido e vesículas no conduto
auditivo.  Alterações do paladar unilateral e lesões da língua
 Reativação do VVZ no gânglio geniculado, acometimento do oitavo par,
zumbido, vertigens, alterações da audição, lacimejamento, podem
participar do quadro.  Raramente acometimento do V, IX e X pares
cranianos.
Síndrome de Ramsey Hunt
Paralisia facial esquerda
Rash vesicular no ouvido
esquerdo
Diagnóstico do HZ

 Habitualmente a clínica é muito característica


 O diferencial com a erupção zosteiforme do herpes simples (incomum)
 Testes semelhantes aos da varicela
 PCR do líquido das vesículas e outros mais raramente
 Imunofluorescência direta do mesmo material: S 70 a 90 % e E 72 a 90 %
Sorologia menos usada visto que é reativação de infecção pré-existente e
a diferenciação de infecção aguda ou reativação nem sempre é possível pela
sorologia
Tratamento antiviral do HZ
 Os objetivos do tratamento antiviral do HZ são:
 Acelerar a cicatrização das lesões e evitar o surgimento de lesões
novas
 Diminuir a contagiosidade mais rapidamente
 Acelerar a involução da neurite aguda
 Diminuir a frequência da neurite pós herpética (objetivo muito discutido e
provavelmente não alcançado)
 O tratamento deve ser instituído o mais precoce possível, de preferência
até o terceiro dia
 A maioria recomenda o tratamento mesmo depois do terceiro dia
 Os benefícios são melhor comprovados nos pacientes com > 50 anos,
imunodeprimidos, herpes da face ou do olho, complicações em geral,
lesões abundantes e neurite aguda mais intensa
Baseado em trabalho citado abaixo, atualizado e revisado 2022
Baseado em trabalho citado abaixo, atualizado e revisado 2021
Tratamento
complementar do
herpes zoster
Paracetamol, dipirona e
em casos mais intensos

O uso dos
corticoides
permanece
controverso, pp
em idosos
Mecanismo Recombinante. Contém glicoproteína E, principal alvo dos LT CD4
Formulação Injetável. Liofilizada e reconstituída com adjuvante ASO 1
Aprovação FDA: outubro de 2017; ANVISA em agosto de 2021 em maiores de 50 a
Esquema 2 doses com intervalo de 2 a 6 meses
Duração da proteção Por 7 anos reduz a incidência de HZ. Imunogenicidade por 10 anos
Eficácia Reduz o HZ em 89% em >70 a e 96,2 em >50 a; reduz 89 % a NPH
Custo/efetividade Altamente custo/efetiva
Efeitos adversos principais Locais são comuns. Raramente descrito SGB
Contraindicações Alergia aos componentes da vacina
Disponibilidade Clínicas privadas. Não na rede pública. Cerca de R$ 910,00 a dose

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