2012-1 Microbiologia 3 - Doenças Bacterianas
2012-1 Microbiologia 3 - Doenças Bacterianas
2012-1 Microbiologia 3 - Doenças Bacterianas
Microbiologia
Doenças Bacterianas
Prof.Dr.Sergio Silva
FCM / UERJ
Saúde 2
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Botulismo
O Botulismo é uma forma de intoxicação alimentar rara mas potencialmente
fatal, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum,
presente no solo e em alimentos contaminados e mal conservados.
Os C.botulinum são bacilos Gram positivos , produtores de esporos e toxinas,
relacionados com o género bacillus , cujo habitat normal é o solo. São moveis,
possuindo flagelos .
Produz uma neurotoxina que funciona como uma enzima metaloprotease,
destruindo as proteínas envolvidas na exocitose do neurotransmissor acetilcolina
na placa nervosa motora. A sua ação resulta da paralisia dos músculos, e se for
extensa a paralisia do diafragma pode impedir a respiração normal e levar à
morte por asfixia.
Saúde 3
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Botulismo
Epidemiologia
É uma doença rara. Nos países desenvolvidos as inspeções sanitárias eficazes às fábricas
de conservas praticamente eliminaram o problema.
A toxina do botulismo foi investigada como potencial arma biológica, e alguns países
poderão tê-la nos seus arsenais.
Diagnóstico
É feito pela injeção do soro do doente em ratos e observação de sintomas botulinicos no
animal.
Tratamento
É uma emergência que requer administração de antitoxina (antídoto) imediata. Se o
doente apresenta défice respiratório deve ser usada uma máquina de respiração artificial
até a paralisia terminar, o que pode demorar alguns dias. São usados enemas para
remover todos os restos de comida contaminada ainda não absorvidos do intestino.
A declaração da doença é obrigatória para que se identifiquem possiveis fontes da
intoxicação .
Saúde 4
Microbiologia
► Doenças Bacterianas Botulismo Botox
A toxina botulínica é usada em pequenas doses, como tratamento cosmético
temporário, porém seus riscos não devem ser ignorados. A sua intensa
capacidade paralítica é desejada por individuos que procuram esconder as suas
rugas , que são causadas por contracções musculares .Também tem uso em
verdadeiros problemas médicos, sendo usado como relaxante muscular.
Saúde 5
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
O tétano é uma doença infecciosa grave causada por uma neurotoxina produzida pelo
Clostridium tetani, uma bactéria encontrada comumente no solo sob a forma de
esporos .
O tétano, uma doença imunoprevenível, pode acometer indivíduos de qualquer idade e
não é transmissível de uma pessoa para outra.
A ocorrência da doença é mais freqüente em regiões onde a cobertura vacinal da
população é baixa e o acesso á assistência médica é limitado.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
A tetanospasmina, responsável pelas manifestações clínicas do tétano, é uma neurotoxina
extremamente potente, capaz de ser letal para seres humanos em doses de 2,5 nanogramas (1
nanograma = 1 bilionésimo do grama) por quilo de peso (150 nanogramas, para um adulto de 60
kg).
Tétano acidental
O tétano acidental (decorrente de acidentes) é adquirido através da contaminação de ferimentos
(mesmo pequenos) com esporos do Clostridium tetani, que são encontrados no ambiente (solo,
poeira, esterco, superfície de objetos - principalmente quando metálicos e enferrujados).
O tétano acidental ocorre em pessoas que não foram vacinadas ou que receberam esquemas
incompletos.
Isto torna a vacinação essencial, independentemente da ocorrência de ferimentos.
O Clostridium tetani, quando contamina ferimentos, sob condições favoráveis (presença de
tecidos mortos, corpos estranhos e sujeira), torna-se capaz de multiplicar-se e produzir
tetanospasmina, que atua em terminais nervosos, induzindo contraturas musculares intensas.
Opistótomo
Saúde 7
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
Tétano neonatal
As gestantes que nunca foram vacinadas, além de estarem desprotegidas não passam
anticorpos protetores para o filho, o que acarreta risco de tétano neonatal para o recém-nato
(criança com até 28 dias de idade).
O tétano neonatal (tétano umbilical, "mal dos sete dias") é adquirido quando ocorre
contaminação do cordão umbilical com esporos do Clostridium tetani.
A contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados ou
pela utilização subseqüente de substâncias contaminadas para realização de curativo no coto
umbilical (esterco, fumo, pó de café, teia de aranha etc).
O risco é maior quando o parto é feito em domicílios, na área rural e por curiosos. Nestas
circunstâncias, como parece, o risco de tétano materno também é elevado. A OMS estima que
ocorram, no mundo, 180 mil óbitos por tétano neonatal e 30 mil por tétano materno.
No Brasil vem se observando uma redução significativa do número de casos de tétano a cada
ano, tanto do acidental quanto do neonatal , o que é um reflexo direto do aumento da cobertura
vacinal .
Saúde 8
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
A vacina contra o tétano (toxóide tetânico) foi desenvolvida em 1924 e amplamente utilizada durante a II Guerra Mundial.
Manifestações
O período de incubação médio do tétano acidental é de 10 dias (podendo variar de 2 a 21 dias) e o do tétano neonatal
("mal dos sete dias") é de cerca de 7 dias (geralmente entre 4 e 14 dias).
Quanto menor o período de incubação, maior a gravidade da doença.
Opistótomo
Saúde 9
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
Sinais típicos de tétano incluem uma elevação da temperatura corporal de entre 2 a 4°C,
diaforese (suor excessivo) e taquicardia .
Os espasmos duram de 3 a 4 semanas, e recuperação completa pode levar meses.
Cerca de 30% dos casos são fatais, por asfixia devido a espasmos contínuos do diafragma.
A maioria das mortes ocorre com pacientes idosos.
Em países em vias de desenvolvimento este número pode ser até 60%.
Opistótomo
Saúde 10
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
Tratamento
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
O tétano acidental
A incidência do tétano apresenta tendência decrescente em todas as regiões
Brasileiras. Entre 1990 e 2005, houve redução de 71% dos casos no país, variando
entre 67%, na região Sul, e 74% no Sudeste. Apesar do decréscimo, a região
Nordeste continua respondendo pela maior incidência, responsável por 40% dos
casos.
O aumento sistemático da cobertura vacinal com a DPT (Tríplice Bacteriana), dT
(dupla adulto), DT (dupla infantil) e tetravalente (DPT + HiB) e as medidas
educativas de prevenção no uso de objetos de proteção são fatores que colaboraram
diretamente na redução da incidência do tétano. Contudo, considera-se que o
número de casos permanece elevado, por se tratar de uma doença prevenível.
Isto torna a vacinação essencial, independentemente da ocorrência de ferimentos.
Saúde 12
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tétano
O tétano neonatal
A incidência do tétano neonatal apresenta tendência decrescente em todas as
regiões Brasileiras. Entre 1990 e 2005, o número de casos no país diminuiu de
291 para 10. Esse avanço é decorrente do trabalho conjunto implementado nos
últimos anos, visando: aumento da cobertura e da qualificação da atenção ao pré-
natal, parto e puerpério; vacinação sistemática com a vacina antitetânica
(toxóide tetânico ou dupla adulto), em mulheres em idade fértil, principalmente
nas áreas de risco; e melhoria da atenção básica (Programas de Saúde da Família
e de Agentes Comunitários).
Apesar do decréscimo observado, ainda permanece uma maior concentração dos
casos nas regiões Norte e Nordeste do país, em decorrência de condições
socioeconômicas e de difícil acesso aos serviços de saúde, principalmente no
Norte.
Saúde 13
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
A tuberculose é conhecida também como tísica pulmonar ou "doença do peito"
É causada pelo Mycobacterium tuberculosis.
Estima-se que a bactéria causadora tenha evoluído há 15.000 ou 20.000 anos, a partir
de outras bactérias do género Mycobacterium.
A tuberculose é considerada uma doença sociamente determinada , pois , os processos
de produção e reprodução, estão diretamente relacionado ao modo de viver e trabalhar
do indivíduo.
No ano de 1993, em decorrência do número de casos da doença, a OMS decretou
estado de emergência global e propôs o Tratamento Diretamente Supervisionado ,
como estratégia para o controle da doença.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose no Mundo
Todos os anos 60 milhões de pessoas são infectadas com tuberculose.
Embora atualmente esta doença seja tratável, ainda mata anualmente
2.5 milhões de pessoas.
Sem um controle muito mais eficaz, cerca de 1.5 bilhão de pessoas serão infectadas e
3.5 milhões morrerão de tuberculose até 2020.
Além dos seus custos humanos a doença tem uma pesada incidência econômica.
Números da doença
1/3 da população mundial está infectado com o bacilo da tuberculose;
45 milhões de brasileiros estão infectados;
5% a 10% dos infectados contraem a doença;
30 milhões de pessoas no mundo podem morrer da doença nos próximos dez anos;
6 mil brasileiros morrem de tuberculose por ano.
Saúde 15
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Infecção
A infecção pelo M. tuberculosis se inicia quando o bacilo atinge os alvéolos pulmonares
e pode se espalhar para os nódulos linfáticos e daí, através da corrente sanguínea para
tecidos mais distantes onde a doença pode se desenvolver: a parte superior dos
pulmões , os rins , o cérebro e os ossos.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Transmissão
A tuberculose se dissemina através de gotículas no ar que são expelidas quando pessoas
com tuberculose infecciosa tossem, espirram, falam ou cantam.
Contactos próximos , pessoas com contacto prolongado, frequente ou intensivo, têm alto
risco de se infectarem (taxa de infecção de 22%).
A transmissão ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose infecciosa ativa (e não
de quem tem a doença latente).
A cadeia de transmissão pode ser interrompida isolando-se pacientes com a doença ativa e
iniciando-se uma terapia anti-tuberculose eficaz.
Saúde 18
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Infecção
Algumas situações aumentam o risco de progressão da tuberculose.
Em pessoas infectadas com o HIV o risco aumenta em 10% ao ano, ao invés
de 10% por toda a vida.
Outras situações de risco incluem:
o abuso de drogas injetáveis; infecção recente de tuberculose nos últimos 2 anos;
radiografia de tórax que sugira a existência de tuberculose (lesões fibróticas e
nódulos); diabetes mellitus, silicose , terapia prolongada com corticosteróides e
outras terapias imuno-supressivas, câncer na cabeça ou pescoço, doenças do
sangue (leucemia e doença de Hodgkin), doença renal em estágio avançado,
gastrectomia,síndromes de mal-absorção crônicas, ou baixo peso corporal (10%
ou mais de peso abaixo do ideal).
Saúde 19
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Sintomatologia
Os sintomas incluem tosse prolongada com duração de mais de três semanas, febre ,
calafrios, suores noturnos, perda de apetite , perda de peso, cansaço fácil , dor no
peito e hemoptise .
Outros sintomas incluem consumpção, porque os doentes pareciam ter sido
"consumidos por dentro" pela doença.
Outros locais do corpo que são afetados incluem a pleura , o sistema nervoso central
(meninges), o sistema linfático , o sistema genitourinário, ossos e juntas.
Pode ser disseminada pelo corpo gerando a tuberculose miliar (assim chamada
porque as lesões que se formam parecem pequenas sementes).
Estas são mais comuns em pessoas com supressão imunológica e em crianças.
A tuberculose pulmonar também pode evoluir a partir de uma tuberculose
extrapulmonar.
A tuberculose afeta principalmente os pulmões (75% ou mais) e é chamada de
tuberculose pulmonar.
Saúde 20
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Diagnóstico
Histórico médico
O histórico médico inclui a obtenção de sintomas da tuberculose pulmonar: tosse intensa e
prolongada por três ou mais semanas, dor no peito e hemoptise .
Sintomas sistêmicos incluem febre , calafrios, suores noturnos, perda de apetite e peso, e
cansaço fácil.
Deve-se suspeitar de tuberculose quando uma doença respiratória persistente - num indivíduo
que de outra forma seria saudável - não estiver respondendo aos antibióticos regulares.
Saúde 21
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Diagnóstico
Uma avaliação médica completa para a tuberculose inclui um histórico médico, um exame
físico, a baciloscopia, o teste subcutâneo de Mantoux, uma radiografia do tórax e culturas
microbiológicas.
Baciloscopia
A baciloscopia é uma exame realizado com o escarro do paciente suspeito de ser vítima
de tuberculose .
O exame deve ser feito pela manhã, com o paciente ainda em jejum e com boa
higienização oral.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Exame físico
Um exame físico é feito para avaliar a saúde geral do paciente
e descobrir outros fatores que podem afetar o plano de
tratamento da TB.
Radiografia de Tórax
A tuberculose cria cavidades visíveis nas radiografias como esta, na parte superior do
pulmão direito.Em tuberculose pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações e/ou cavidades
são freqüentemente vistas na parte superior dos pulmões com ou sem linfadenopatia
(doença nos nódulos linfáticos) mediastinal ou hilar.
Em geral, a tuberculose anteriormente tratada aparece no raio-x como nódulos pulmonares
na área hilar ou nos lóbulos superiores .
Nódulos e cicatrizes fibróticas podem conter bacilos de tuberculose em multiplicação
lenta, com potencial para progredirem para uma futura tuberculose ativa.
De modo oposto, lesões granulares calcificadas (Granulomas calcificados) apresentam
baixíssimo risco de progressão para uma tuberculose ativa.
Saúde 23
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Tuberculose.
Indivíduos com estas características em seus exames, se tiverem um teste positivo
de reação subcutânea à tuberculina, devem ser consideradas candidatos de alta
prioridade ao tratamento da infecção latente, independente de sua idade.
Análises de amostras de escarro e culturas devem ser feitas para detectar o bacilo,
caso o paciente esteja produzindo secreção.
Se não estiver produzindo-a, uma amostra coletada na laringe , uma broncoscopia
ou uma aspiração por agulha fina podem ser consideradas. O bacilo pode ser
cultivado, apesar de crescer lentamente e então, ou imediatamente após colheita
da amostra corado (com a técnica de Ziel-Neelsen )
Saúde 24
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
A lepra (ou hanseníase ou mal de Hansen, do nome de Gerhard Hansen, que identificou o agente da
doença) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e pele
provocando danos severos.
Ela é endêmica em certos países tropicais, em particular na Ásia .
O Brasil inclui-se entre os países de alta endemicidade de hanseníase no mundo. Isto significa que
apresenta um coeficiente de prevalência médio superior a um caso por mil habitantes (MS, 1989).
O M. leprae é um bacilo que se identifica apenas com uma técnica especialmente agressiva, a técnica
de Ziel-Neelsen .
Alguns autores consideram que a infecção por uma micobactéria dá imunidade parcial à infecção por
outras .
O M. leprae, tal como a M. tuberculosis, é de crescimento extremamente lento quando comparado com
o de outras bactérias é uma bactéria intracelular obrigatória.
O micobactéria parasita os macrófagos e as células de Schwann que formam a mielina dos nervos
periféricos. A destruição da mielina leva à disfunção dos nervos. Esta bactéria sobrevive à fagocitose e
multiplica-se inclusivamente dentro dos macrófagos.
Saúde 25
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
Epidemiologia
Além do Homem, outros animais são suscetíveis à lepra como macacos e coelhos.O tatu
pode servir de reservatório .
A maioria dos casos é de transmissão entre seres humanos.
Nos países desenvolvidos é quase inexistente, por exemplo a França conta com apenas
250 casos declarados.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase no Brasil.
Epidemiologia
De 2001 a 2007.
Observa-se, no período, uma maior ocorrência de casos nas regiões Norte , Centro-Oeste e
Nordeste.
Região Norte - um coeficiente médio de 69,40/100.000 habitantes.
Na região Centro-Oeste, o coeficiente apresentou
um valor médio de 60,77/100.000 habitantes.
na região Nordeste um coeficiente médio de
35,48/100.000 habitantes,
Na região Sudeste um coeficiente médio de
9,75/100.000, em 2007, e na região Sul, onde foram registrados os valores mais baixos do país,
com um coeficiente médio de 6,45/100.000 habitantes.
O valor médio do indicador para o Brasil no período foi de 26,26/100.000 habitantes.
Os maiores índices de detecção de casos novos , foram registrados na Amazônia Legal.
Saúde 27
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
Transmissão
A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva,
mas é muito pouco provável a cada contato.
A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se
desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças
também podem ser contaminadas (a alta prevalência de hanseníase em crianças
é indicativo de um alto índice da doença em uma região).
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
Progressão e sintomas
O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos.
Um dos primeiros efeitos da hanseníase, devido ao acometimento dos nervos, é a
supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o
frio e o calor no local afetado.
Mais tardiamente, pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.
A hanseníase indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria
dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser
discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e,
eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha.
A partir do estado inicial, a hanseníase pode então permanecer estável ou pode
evoluir para lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição
genética particular de cada paciente.
Saúde 29
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
Lepra tuberculóide
Esta forma de hanseníase ocorre em pacientes que têm boa resposta imunitária
ao bacilo de Hansen.
O sistema imune consegue conter a disseminação do bacilo através da formação
de agrupamentos de macrófagos, agrupamentos estes denominados
"granulomas".
Neste tipo de hanseníase, as manchas são bem delimitadas e assimétricas, e
geralmente são encontradas apenas poucas lesões no corpo.
Saúde 30
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
Lepra lepromatosa (ou lepra virchowiana)
É a forma mais insidiosa e lenta da doença, e ocorre nos casos em que os
pacientes têm pouca defesa imunitária contra o bacilo.
As lesões cutâneas são lepromas ou hansenomas (nódulos infiltrados),
numerosas, afetando todo o corpo, particularmente o rosto, com o nariz
apresentando coriza e congestão nasal.
Saúde 31
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Hanseníase
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial. Em uma região do país em que a
hanseníase é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais, o diagnóstico
é clínico .
Com o auxílio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos
lóbulos das orelhas e dos cotovelos (baciloscopia).
Procura-se o BAAR (Bacilo Álcool Ácido Resistente) com técnica de Ziel Neelsen que é a
micobactéria.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Staphylococcus
Estafilococos são bactérias Gram –positivas.
Os estafilococos são um dos mais comuns patogénios do homem.
O estafilococos são cocos e formam grupos com aspecto de cachos de uvas (staphylé é a palavra
em grego para cacho de uvas).
Após técnica Gram, são roxos ao microscópio óptico, logo Gram-positivos, devido à sua
membrana simples e parede celular.
Não têm flagelo nem cílios logo são incapazes de se mover por si só.
A sua temperatura preferida é de 37ºC, a mesma do corpo humano.
Alguns são membros da microbiota da pele e das mucosas de humanos, outras provocam
supuração, formação dos abscessos, várias infecções piogênicas e até mesmo septicemia fatal.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Staphylococcus
São destruidos por desinfectantes, sabão e altas temperaturas. Resistem bem à desidratação,
durante períodos alargados. Passam de pessoa para pessoa pelo contacto direto ou com
objetos. As feridas e outras aberturas na pele, estados de debilidade, operações cirurgicas e
doenças podem levar a um organismo até aí inofensivo se transformar em invasor.
Saúde 34
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Staphylococcus
Epidemiologia
Existem em todo o mundo. Os estafilococos existem na pele de todas as pessoas, geralmente
estirpes pouco virulentas (coagulase-negativas), embora existam também staphylococcus
aureus sem causar doença.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Doenças causadas pelo S.aureus
Gastroenterite estafilocócica:
Devido à presença de enterotoxinas na comida ingerida, e não a uma infecção. Comum em
presunto e outras carnes com sal, que não apresentam nenhum sinal ou gosto diferente.
Caracteriza-se por aparecimento súbito (após 4h) de vómitos, diarreia aquosa, dores
abdominais.
O alimento contaminado necessita ficar algumas horas em temperatura ambiente; é
necessária a reprodução do Staphyloccous aureus no alimento para a produção da toxina.
As falhas podem ocorrer por falta de higiene no manuseio associadas com temperatura errada
de armazenagem (temperatura ambiente ) nos processos de resfriamento, descongelamento
ou estocagem.
A toxina formada não é destruída pelo cozimento; uma vez formada no alimento esse pode
causar intoxicação mesmo após o processo, embora o microrganismos seja destruído.
A doença se caracteriza basicamente por vômitos intensos que se iniciam cerca de 2 h após a
ingestão de alimentos com a toxina e duram algumas horas. Em geral o paciente se recupera
sem maiores consequências, nas pessoas vulneráveis como bebês, idosos e pessoas
debilitadas pode causar consequências mais graves.
Saúde 36
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Doenças causadas pelo S.aureus
Impetigo :
É uma infecção da pele, que toma a forma de uma mácula
(pequena mancha vermelha) e progride para pústula cheia
de pús. Esta pode romper, e espalhar-se para outras regiões.
Foliculite é uma infecção com pús de um foliculo piloso . Pode
progredir para furunculo com nódulo grande e vermelho e
depois para carbúnculo e estender-se para o tecido cutâneo.
Em feridas pode causar infecções se houver material estranho
onde esteja em reserva alimentando-se do sangue da
hemorragia.
Saúde
37
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Doenças causadas pelo S.aureus
Sindrome de choque tóxico:
Devido à produção de toxinas capazes de criar um estado de choque .
Ocorre especialmente em crianças e em mulheres que usam tampões durante a menstruação
mas não os removem e substituem regularmente. Esta doença potencialmente mortal (5% dos
casos resultam em morte), inicia-se abruptamente, com hipotensão , febre , eritemas difusos.
Pode haver choque séptico e perda de consciência, seguida de insuficiência de múltiplos
orgãos.
O tratamento com antibiótico é a única cura e deve ser administrado de emergência.
Osteomielite :
Infecção da medula óssea após fratura contaminada.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas INFECÇÃO HOSPITALAR.
Staphylococcus aureus MRSA.
MRSA significa “Staphylococcus aureus resistente à meticilina”.
O MRSA é uma bactéria do tipo Staphylococcus aureus (“staph”) resistente a (que não pode ser tratada com) alguns
antibióticos penicilina , oxacilina , meticilina e cefalosporina .
O MRSA é uma “superbactéria” que causa doenças graves.
Estas infecções acometem pacientes em todas as faixas etárias, com maior freqüência nos extremos de idade e apresentam
pior prognóstico em pacientes com idade acima de 50 anos.
Sabemos que as infecções por MRSA apresentam alta letalidade, variando entre 4,5 a 50%.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é pela recolha de amostras, cultura com meio em disco de Petri e identificação por técnica de Gram e
bioquimica (determinação das enzimas que produz). A sorologia detecção de anticorpos especificos IgG , IgM .
As Penicilinas resistentes à penicilinase são ainda a primeira escolha apesar do aumento na resistência.
A Vancomicina resistentes à penicilina anti-penicilinase.
Saúde 39
Microbiologia
► Doenças Bacterianas INFECÇÃO HOSPITALAR.
Pseudomonas aeruginosa
Pseudomonas aeruginosa (também conhecida como Pseudomonas pyocyanea) é um bacilo gram-
negativo, aeróbio, responsável por infecções oportunistas além de causar outras doenças .
Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria Gram-negativa extremamente versátil, que pode ser
encontrada em diversos ambientes,onde pode causar infecções oportunistas.
Em seres humanos, P. aeruginosa causa infecções em indivíduos imunocomprometidos, como
pacientes de AIDS e câncer e vítimas de queimaduras.
P. aeruginosa também é comumente encontrada em infecções hospitalares, sendo capaz de se
aderir a diversos materiais, contaminando catéteres, ventiladores, próteses e lentes de contato.
Por causa da alta resistência a antibióticos e do grande arsenal de fatores de virulência desta
bactéria, as infecções causadas por ela são de difícil controle.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas INFECÇÃO HOSPITALAR.
Infecções por Pseudomonas aeruginosa
As infecções graves por Pseudomonas ocorrem habitualmente nos hospitais e o organismo encontra-se com frequência
nas áreas húmidas, como os lavadouros e os receptáculos para a urina.
As infecções mais graves provocadas por Pseudomonas afetam as pessoas debilitadas cujo sistema imunitário não
funciona corretamente em virtude de determinadas medicações, de outros tratamentos ou de uma doença.
As Pseudomonas podem infectar o sangue, a pele, os ossos, os ouvidos, os olhos, as vias urinárias, as válvulas cardíacas e
os pulmões.
As queimaduras podem infectar-se gravemente por Pseudomonas, conduzindo a uma infecção do sangue que, em geral, se
revela mortal.
As Pseudomonas podem causar pneumonia aguda nos doentes hospitalizados, em especial naqueles que se encontram
nas unidades de cuidados intensivos.
Este género de bactéria é também uma causa frequente de infecções das vias urinárias, geralmente em doentes que
tenham sofrido intervenções urológicas ou que manifestem obstrução daquelas vias.
Saúde 41
Microbiologia
► Doenças Bacterianas INFECÇÃO HOSPITALAR.
Klebsiella pneumoniae
Klebsiella pneumoniae é uma espécie de bactéria Gram-negativa, em forma de bastonete. É o
mais importante membro do género Klebsiella.
Pode causar pneumonia embora seja mais comum a sua implicação em infecções hospitares ,
em particular em doente imunologicamente deprimidos.
O nome Klebsiella advém do bacteriologista alemão Edwin Klebs .
É uma bactéria relacionada a graves lesões teciduais e alta mortalidade.
Ela existe nos ambientes hospitalares.
KPC
A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), é um mecanismo de resistência de bactérias
a um grupo de antibióticos. Ao adquirir uma enzima, a bactéria se tornou resistente a um grupo de
antibióticos, incluindo os mais potentes contra infecções.
Sintomas e Contagio
Os principais sintomas são pneumonia e infecção urinária. Ela atinge principalmente pessoas
hospitalizadas com baixa imunidade, como pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A
bactéria pode ser transmitida por meio do contato direto, como o toque, ou pelo uso de objetos. A
lavagem das mãos é uma das formas de impedir a disseminação da bactéria nos hospitais.
42
Saúde 43
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Enterococcus
Enterococcus faecalis é uma bactéria Gram +,
comensal do aparelho digestivo (intestino) e urinário.
É bastante resistente à bilis e elevadas concentrações de sal.
Possui gelatinase (hidroliza a gelatina, o colagénio e a hemoglobina) que permite invadir o
epitélio e a corrente sanguínea.
Esta intimamente relacionada a infecção hospitalar e a septicemia por translocação
bacteriana.
Transmissão
Endógena , Alimentar e por Água
Doenças relacionadas.
Endocardite , Infecção pélvica e intra-abdominal, Infecção urinária , Meningites e Septicemia .
Saúde 44
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Enterococcus INFECÇÃO HOSPITALAR
ENTEROCOCO RESISTENTE À VANCOMICINA (VRE)
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Enterococcus INFECÇÃO HOSPITALAR
ENTEROCOCO RESISTENTE À VANCOMICINA (VRE)
Epidemiologia
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Enterococcus INFECÇÃO HOSPITALAR
ENTEROCOCO RESISTENTE À VANCOMICINA (VRE)
Fatores de Risco
Entre os pacientes com maior risco para aquisição de infecção ou
colonização por VRE destacam-se:
• Pacientes com doença de base severa (neoplasias, hepatopatas,
nefropatas) ou imunossupressão (pacientes submetidos a transplantes ou
em quimioterapia).
• Pacientes submetidos à cirurgia abdominal ou cárdio-torácica.
• Pacientes submetidos à sondagem vesical ou cateterismo venoso central.
• Pacientes com internação prolongada ou que receberam múltiplos
antibióticos, incluindo vancomicina.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus
Streptococcus pyogenes :
É uma espécie de bactéria Gram-positivas do
grupo A de Lancefield .
Elas causam a faringite bacteriana comum.
Eles formam linhas ou pares em cultura, são
anaeróbios facultativos e catalase-negativos.
Em cultura de sangue, causam beta-hemolise, ou seja um halo claro à volta das suas colónias
de hemólise total (destruição das hemácias ).
Epidemiologia
É frequente colonizarem assimtomaticamente a laringe .
Não infectam mais nenhum animal.
Por vezes podem colonizar as tônsilas e soltarem-se às vezes colónias de mau cheiro ( cáseo ).
A transmissão de pessoa a pessoa é por contato direto ou via secreções (espirros e tosse ).
Saúde 48
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes :
Doenças causadas
Faringite:
A maioria dos casos é causada por vírus porém
dos casos ocasionados por bactérias, 90% são
devido às da espécie Streptococcus pyogenes.
Após 2-4 dias de incubação, aparece subitamente
febre , dores de garganta, mal-estar e dores de
cabeça (cefaléia).
É frequente a inflamação vermelha e edematosa
da faringe ser visivel, observando através da boca.
Pode existir a presença de material caseoso.
Escarlatina é uma complicação da faringite. Após
1-2 dias do aparecimento da faringite surgem
eritemas (vermelhidão) no peito que se espalha
mas não afeta a boca e as palmas das mãos.
A língua é inicialmente amarela e depois vermelha-viva.
Saúde 49
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes : Doenças causadas
Celulite :
Infecção do tecido conjuntivo frouxo, profundamente ao
tecido subcutâneo, com inflamação.
Erisipela: infecção da pele com bolhas, vermelhidão
e calor (eritema).
Fascite Necrosante:
Mais conhecida como doença da "bactéria devoradora de carne" ("flesh eating
bacteria"). Uma infecção profunda espalha-se a nivel das fascias dos músculos
esqueléticos. O tratamento não pode depender do antibiótico e é de emergência
com cirurgia .
A mortalidade ainda é de 50%.
Saúde 50
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes :
Doenças causadas
Impetigo ou pioderma:
É uma inflamação supurativa (com pús). Há formação de
pústulas que se rompem deixando exposto a tela infradérmica,
assim fazendo da região um sítio quente para infecções
secundárias.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes :
Doenças causadas
A Faringite Streptocócica
É uma faringoamigdalite estreptocócica de repetição que pode evoluir para Febre Reumática .
A classificação dos Streptococcus vai de A a O. Apenas o estreptococo do
grupo A é capaz de produzir a Febre Reumática. Apesar de outros grupos sorológicos de
estreptococos beta-hemolíticos estarem associados a infecções
de vias altas, nenhum deles pode causar Febre Reumática.
Apenas os grupos A e G são capazes de produzir a proteína M em sua camada externa, sendo
esta proteína o principal antígeno bacteriano relacionado a patogênese da Febre Reumática, já
que confere resistência à fagocitose, aumentando a virulência do patógeno.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes :
Doenças causadas
A Faringite Streptocócica
Crianças em idade escolar podem apresentar 4 a 6 episódios de infecções respiratórias altas em
um ano, a maioria por agentes etiológicos não-estreptocócicos, especialmente viroses, e um
percentual pequeno pode apresentar infecções estreptocócicas, inclusive por outros grupos de
estreptococos B - hemolíticos não reumatogênicos.
Febre Reumática :
É uma doença auto-imune desencadeada em casos de infecção por S.pyogenes. Após resolução da
doença infecciosa, há inflamação asséptica (sem microorganismos) do coração (pancardite),
articulações (artrite).
Após a resposta vigorosa contra a infecção pelo microorganismo, o sistema imune ataca as
próprias estruturas do individuo.
Se forem usados antibióticos para resolver a situação inicial, não é necessária uma resposta imune
tão vigorosa e o risco de a febre reumática surgir é quase nulo.
Saúde 53
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes :
Doenças causadas
Febre Reumática :
Um distúrbio do sistema de defesa do organismo, que passa a atacar os tecidos articulares,
neurológicos e cardíacos próprio paciente, gerando a doença.
Ainda não se conhece a explicação para o fato de que apenas alguns pacientes desenvolvem o
quadro, se esse distúrbio imunológico é determinado por fatores genéticos .
Prevalencia da Febre Reumática
Essa infecção é mais comum em ambientes de baixo nível sócio-econômico, onde vivem um
número grande de pessoas em pequenos espaços facilitando a proliferação da infecção.
Geralmente ocorre entre os 5 e os 15 anos de idade, sendo a idade crítica por volta dos 8 anos.
Nos países em desenvolvimento, continua sendo a causa principal de doença de coração entre
pessoas jovens, com a reincidência e novos surtos contribuindo para o aumento de lesões no
coração ou como causa da cardiopatia reumática.
Saúde 54
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus pyogenes : Doenças causadas
Febre Reumática :
Do total de pacientes que sofrem a infecção, cerca de 2,5 a 4% desenvolverão o quadro, que inicia cerca de 1
a 3 semanas após a infecção.
As crianças pobres estão mais expostas à infecção pelo estreptococo e, logo, tem mais chances de
desenvolver a doença.
As meninas parecem apresentar uma predisposição um pouco maior que os meninos para a Febre Reumática.
O quadro clínico clássico consiste em uma criança que teve um quadro de amigdalite ( dor de garganta,
febre) e que cerca de 15 dias após a infecção, inicia com dores articulares acompanhadas de sinais de
inflamação (inchaço, calor, vermelhidão local e incapacidade de utilizar a articulação pela dor) em geral em
punhos, tornozelos e joelhos aparecendo num padrão "migratório", ou seja, a dor e os sinais de inflamação
"pulam" de uma articulação para a outra. Também nessa fase, podem aparecer manifestações cardíacas
como falta de ar, cansaço e sopro cardíaco, mas em geral o acometimento cardíaco se dá de forma pouco
expressiva.
Outro local de acometimento é o Sistema Nervoso Central, ocorrendo o aparecimento de coréia, ou seja, o
surgimento de movimentos descoordenados, involuntários e sem finalidade acometendo braços ou pernas
unilateral ou bilateralmente.
Saúde 55
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus
Streptococcus pyogenes :
Complicações de doença estreptocócica
Glomerulonefrite pós – estreptocócica:
Danos renais causados pelos complexos de antigenos do S.pyogenes com
anticorpos.
Há hipertensão arterial , hematúria e proteínuria [perda de proteínas do sangue
na urina).
Em adultos pode haver perda progressiva da função e insuficiência renal crônica,
mas em crianças não é comum.
Saúde 56
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus
Streptococcus pneumoniae.
Streptococcus pneumoniae ou Pneumococo é uma
bactéria Gram-positiva, que é uma das principais
causas de pneumonia e meningite em adultos, e
causam outras doenças no ser humano.
Eles são alfa-hemolíticos,isto é , promovem a destruição parcial das hemácias .
Os pneumococos são exigentes no meio de cultura, necessitando de vários nutrientes
normalmente fornecidos em cultura de sangue (de vaca ou outro animal).
Ao contrário dos estafilococos , a resistência à penicilina é divida não à penicilinase mas a
proteínas que se ligam ao antibiótico inibindo a sua ação sem o destruir.
Epidemiologia
Estão presentes em 40-70% do trato respiratório dos adultos, sem sintomas. Tendem a
causar doenças nestes indivíduos quando eles estão fragilizados, podendo causar
pneumonias em doentes com gripe.
O seu reservatório são os próprios humanos.
Saúde 57
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Streptococcus Streptococcus pneumoniae.
Doenças causadas
A pneumonia e a meningite são as manifestações mais frequentes, e ambas são perigosas.
Pneunomia:
pneumonia lobar e broncopneumonia. Febres altas (39-41ºC), com tosse e expectoração amarela
purulenta. Ocorre frequentemente após doença respiratória viral (e.g. gripe), que destroi os cílios do
epitélio respiratório permitindo à bactéria instalar-se e multiplicar-se sem ser expulsa pela ação
mecânica dos cílios. A mortalidade é de 5%.
Meningite:
Infecção das meninges do cérebro que é uma emergência potencialmente fatal. O pneumococo é a
principal causa de meningite em adultos. Inicio súbito de dores de cabeça, vómitos, sensibilidade à
luz. O tratamento com antibióticos tem de ser instituido pouco depois do inicio dos sintomas ou a
morte torna-se inevitável.
Septicémia:
Invasão e multiplicação no sangue. Mortalidade muito elevada. Normalmente ocorre após
multiplicação num orgão específico sem limitação efetiva.
Saúde 58
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Escherichia coli
A Escherichia coli é uma bactéria bacilar Gram-negativa,
que, juntamente com o Staphiylococcus aureus é a mais comum e uma das mais antigas bactérias
simbiontes do homem.
São aérobias e anaerobias facultativas. O seu habitat natural é o lúmen intestinal dos seres humanos e
de outros animais de sangue quente.
Possui múltiplos flagelos.
Ela é lactase positiva, uma enzima fermentadora de açucares que é grandemente responsável pela
flatulência de cada pessoa, especialmente após o consumo de leite e seus derivados.
Possuem fímbrias ou adesinas que permitem a sua fixação, impedindo o arrastamento pela urina ou
diarreia.
Muitas produzem exotoxinas.
Possuem lipopolissacarídeo (LPS) , que ativa o sistema imunitário de forma desproporcionada e a
vasodilatação excessiva provocada pelas citocinas produzidas pode levar ao choque séptico e morte
em casos de septicemia.
Saúde 59
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Escherichia coli
Epidemiologia
Existem como flora normal no intestino em grandes números.
Cada pessoa evacua em média, um trilhão de bactérias E.coli todos os dias.
A doença é devida à disseminação , noutros orgãos, das estirpes intestinais normais; ou nos
casos de enterite ou meningite neonatal à invasão do lúmen intestinal por estirpes
diferentes daquelas normais no indivíduo.
A presença da E.coli em água ou alimentos é indicativa de contaminação com fezes
humanas .
A quantidade de E.coli em cada mililitro de água é uma das principais medidas usadas no
controle da água potável municipal, preparados alimentares e água de piscinas .
Esta medida é conhecida oficialmente como índice de coliformes na água.
A estirpe de E.coli que existe normalmente nos intestinos de um determinado indivíduo é
bem conhecida e controlada pelo seu sistema imunitário , e raramente causa problemas
exceto quando há debilidade do indivíduo.
Saúde 60
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Escherichia coli Doenças
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Escherichia coli Doenças
Infecção do trato urinário é a mais frequente (cerca de 80% dos casos) causa desta
condição em mulheres jovens, podendo complicar para pielonefrite. Resultam da
ascensão do organismo do intestino pelo ânus até ao orifício urinário e invasão da
uretra , bexiga e ureteres.
Também conhecida como cistite da lua de mel devido à propensão para aparecer em
mulheres sexualmente ativas.
Colecistite , Apendicite
Peritonite se perfurarem a parede intestinal ou do trato urinário. A mortalidade é alta.
Meningite a maioria dos casos de meningite em neonatos é causada pela E.coli.
Infecções de feridas
Septicemia causam 15% dos casos da multiplicação sanguinea frequentemente fatal;
contra 20% por Staphylococcus aureus . É uma complicação de estágios avançados não
tratados de doença nas vias urinárias ou gastrointestinais. A mortalidade é relativamente
alta.
Saúde 62
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Leptospirose
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Leptospirose
Transmissão
A leptospirose é primariamente uma zoonose. Acomete roedores e outros mamíferos silvestres e é
um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães, gatos) e outros de
importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses animais, mesmo quando
vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina.
O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, em razão de
existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos
rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal.
O homem é infectado casual e transitoriamente, e não tem importância como transmissor da
doença.
A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou na água .
A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão
de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a
penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada.
Saúde 64
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Leptospirose
No Brasil, entre 1996 e 2005, foram notificados 33.174 casos de leptospirose.
Apenas os casos mais graves (ictéricos) são, geralmente, diagnosticados e,
eventualmente, notificados.
A leptospirose sem icterícia é, freqüentemente, confundida com outras doenças
(dengue ou gripe ), ou não leva à procura de assistência médica. Os casos
notificados, provavelmente, representam apenas uma pequena parcela (cerca de
10%) do número real de casos no Brasil.
Saúde 65
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Leptospirose
Transmissão
No Brasil a maioria das infecções ocorre através do contato com águas de enchentes
contaminadas por urina de ratos. A ineficácia ou inexistência de rede de esgoto e drenagem
de águas pluviais, a coleta de lixo inadequada e as conseqüentes inundações são condições
favoráveis à alta endemicidade e às epidemias. Atinge, portanto, principalmente a população
de baixo nível sócio-econômico da periferia das grandes cidades, que é obrigada a viver em
condições que tornam inevitável o contato com roedores e águas contaminadas.
Quadro Clínico
A maioria das pessoas infectadas pela Leptospira interrogans desenvolve sintomas discretos
ou não apresenta manifestações da doença. As manifestações da leptospirose, quando
ocorrem, em geral aparecem entre 2 e 30 dias após a infecção (período de incubação médio
de dez dias).
As manifestações iniciais são febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de
cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios.
Saúde 66
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Leptospirose
Quadro Clínico
Dor abdominal, náuseas, vômitos e diarréia são freqüentes, podendo levar à desidratação. É
comum que os olhos fiquem acentuadamente avermelhados (hiperemia conjuntival) e alguns
doentes podem apresentar tosse e faringite.
Após dois ou três dias de aparente melhora, os sintomas podem ressurgir, ainda que menos
intensamente. Nesta fase é comum o aparecimento manchas avermelhadas no corpo
(exantema) e pode ocorrer meningite, que em geral tem boa evolução.A maioria das pessoas
melhora em quatro a sete dias.
Em cerca de 10% dos pacientes, a partir do terceiro dia de doença surge icterícia (olhos
amarelados), que caracteriza os casos mais graves.
Esses casos são mais comuns (90%) em adultos jovens do sexo masculino, e raros em
crianças.
Aparecem manifestações hemorrágicas (equimoses, sangramentos em nariz, gengivas e
pulmões) e pode ocorrer funcionamento inadequado dos rins, o que causa diminuição do
volume urinário e, às vezes, anúria total. O doente pode ficar torporoso e em coma.
A evolução para a morte pode ocorrer em cerca de 10% das formas graves.
Saúde 67
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Leptospirose
Quadro Clínico
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Sífilis ,historicamente chamada de Lues , é uma DST
causada por uma espiroqueta chamada
Treponema pallidum.
A destruição pela infecção do T. pallidum resulta principalmente dos danos causados
pelo próprio sistema imunológico , tentando destruí-lo.
Transmissão
A transmissão quase sempre é através do contato sexual, porém pode ser transmitida
também da mãe para o feto. Neste caso dá-se o nome de sífilis congénita.
A bactéria é móvel e invade a submucosa por micro rupturas invisíveis na mucosa.
Epidemiologia
Afeta unicamente o ser humano.
Há cerca de 30 casos por 100.000 habitantes por ano nos EUA e EUROPA.
Saúde 69
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Progressão e sintomas
Os sinais e sintomas de sífilis são vários, dependendo do estágio em que se encontra.
Nos Estados Unidos, são informados aproximadamente 36.000 casos de sífilis por ano, e o
número atual é presumivelmente mais alto. Seis em cada dez casos informados acontecem
em homens.
Se não tratada adequadamente, a sífilis pode causar sérios danos ao sistema nervoso
central (SNC) Neurosífilis e ao coração.
A sífilis sem tratamento pode ser fatal.
Sífilis primária
A sífilis primária (cancrosifilítico) manifesta-se após um período de incubação variável de
10 a 90 dias, com uma média de 21 dias após o contato.
Até este período inicial o indivíduo permanece assintomático, quando aparece o chamado “
cancro duro" .
O cancro é uma ulceração firme e dura que ocorre no ponto exposto inicialmente ao
treponema, geralmente no pênis , na vulva , no anus e na boca.
Saúde 70
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Cancro duro da sífilis primária no homem
Saúde 71
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Progressão e sintomas
Sífilis primária
O diagnóstico no homem é muito mais fácil, pois a lesão no pênis chama a
atenção, enquanto que a lesão na vagina pode ser interna e somente vista
através de exame ginecológico.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Progressão e sintomas
Sífilis secundária
A sífilis secundária é a seqüência da sífilis primária não tratada e é caracterizada por uma erupção
cutânea que aparece de 1 a 6 meses (geralmente 6 a 8 semanas) após a lesão primária ter
desaparecido.
Esta erupção é vermelha rosácea e aparece simetricamente no tronco e membros , ao contrário de
outras doenças que cursam com erupções, como o sarampo, rubéola e catapora.
As lesões atingem também as palmas das mãos e as solas dos pés.
Em áreas úmidas do corpo se forma uma erupção cutânea larga e plana chamada de condiloma
lata.
Manchas tipo placas também podem aparecer nas mucosas genitais ou orais.
O paciente é muito contagioso nesta fase.
Outros sintomas comuns nesta fase incluem febre, garganta dolorida, mal estar, perda de peso,
anorexia, dor de cabeça, meningismo, e linfonodomegalia. Manifestações raras incluem meningite
aguda, que acontece em aproximadamente 2% de pacientes, hepatite, doença renal, gastrite,
proctite, colite ulcerativa, artrite, periostite, neurite do nervo ótico, irite, e uveíte.
Saúde 73
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Sífilis secundária com manchas
tipo placa na vulva da mulher
condiloma lata
Saúde 74
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Saúde 75
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Sífilis terciária
A sífilis terciária acontece já um ano depois da infecção inicial mas pode levar dez anos para se
manifestar, e já foram informados casos onde esta fase aconteceu cinqüenta anos depois de
infecção inicial.
Esta fase é caracterizada por formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na
pele e nas membranas mucosas, mas que podem acontecer em quase qualquer parte do corpo,
inclusive no esqueleto ósseo.
Microbiologia
► Doenças Bacterianas Sífilis
Saúde 77
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Sífilis congênita
É a sífilis adquirida no útero e presente ao nascimento.
Acontece quando uma criança nasce de uma mãe com sífilis primária ou
secundária , 40% dos nascimentos de mães sifilíticas são natimortos , 40 a 70%
dos sobreviventes estão infetados e 12% destes morrerão nos primeiros anos de
vida.
Manifestações de sífilis congênita incluem alterações radiográficas, dentes de
Hutchinson; "molares em amora" ; bossa frontal; nariz em sela; maxilares
subdesenvolvidos;hepatomegalia ; esplenomegalia ; anemia ; linfonodomegalia e
icterícia.
Saúde 78
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Sífilis
Sífilis decapitada
É à sífilis adquirida por transfusão de sangue , já que não apresenta a primeira fase e
começa direto na sífilis secundária.
Este tipo de transmissão atualmente é quase impossível, já que todo sangue é testado
antes de ser disponibilizado aos bancos de sangue.
Diagnóstico
Teste sorológico ( sorologia para lues ou VDRL – acrónimo inglês para laboratório de
investigação de doença venérea).
Tratamento
O tratamento consiste tipicamente em penicilina G benzatina durante vários dias ou
semanas.
Indivíduos que têm reações alérgicas à penicilina podem ser tratados com tetraciclina por
via oral.
Saúde 79
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Neisseria
O gênero Neisseria corresponde um grande número de bactérias que estão principalmente situadas
na nasofaringe.
As duas mais importantes clinicamente são a N. gonorrhoeae (Gonococo) agente da gonorréia e a
N. meningitidis (Meningococo), agente da meningite.
Neisseria gonorrhoeae
Patogenicidade ( DST )
No homem , as principais formas clínicas das infecções
por gonococos são: uretrite e prostatite .
Na mulher , a infecção mais comum é a cervicite.
Podem ocorrer uretrites e infecções nas trompas.
A proctite na mulher, normalmente, é resultado de uma disseminação da infecção genital ou de
coito anal .
Nas crianças , a infecção mais comum é a conjuntivite neonatal .
Em crianças do sexo feminino, é freqüente a ocorrência de vulvovaginites , devido a uma maior
sensibilidade da mucosa vaginal antes da puberdade.
A faringite gonocócica é resultado do sexo oral.
Saúde 80
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Neisseria gonorrhoeae
Patogenicidade ( DST )
O gonococo pode invadir a corrente circulatória e originar artrite séptica,
endocardite , meningites e lesões cutâneas .
Essa disseminação é mais comum na mulher do que no homem.
A gonorréia é um doença com a qual o indivíduo pode se infectar repetidamente.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de um exame bacterioscópio, utilizando a coloração
Gram. No microscópio, serão observados diplococos gram-negativos .
O material utilizado é a secreção uretral , cervical, retal ou faríngea.
Saúde 81
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Neisseria meningitidis
Patogenicidade
A Neisseria meningitidis inicia o seu processo infeccioso através da colonização da nasofaringe,
onde pode ser assintomática.
Da nasofaringe, o meningococo pode passar para a circulação, por onde podem ocorrer
meningococcemia e meningite.
A colonização da nasofaringe é garantida pelas fímbrias, que fixam a bactéria à mucosa, e pelas
proteases,que clivam a IgA.
O meningococo não é resistente à fagocitose , porém a bactéria pode escapar da fagocitose.
Nas meningococcemias, ocorrem lesões vasculares, devido à presença da endotoxina da
bactéria.
O meningococo pode levar o paciente a óbito em poucas horas.
Resposta imunológica
A maioria das pessoas possui imunidade adquirida à meningite meningocócica. As crianças
adquirem a imunidade através de anticorpos maternos.
Portanto, as meningococcemias são basicamente determinadas por falta de resistência do
hospedeiro.
Saúde 82
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Neisseria meningitidis
Diagnóstico
O meningococo pode ser facilmente isolado do sangue e do líquor em meios de cultura
específicos. A bactéria também pode ser isolada a partir da garganta, onde se encontra a flora
normal.
Tratamento
O tratamento da meningite meningocócica é feito pelo uso da penicilina. Até agora, não foram
registradas espécies que apresentam resistência.
Epidemiologia
O meningococo é encontrado na nasofaringe e é transmitido de uma pessoa para outra, por
meio de gotículas provenientes das vias respiratórias .
Profilaxia
Conferida através de antibióticos e de vacinas. As drogas mais utilizadas são a rifampicina e a
minociclina, que erradicam o meningococo da nasofaringe.
A vacinação confere imunidade duradoura.
Saúde 83
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Cólera
A cólera (ou cólera asiática) é uma doença causada pelo
vibrião colérico (Vibrio cholerae), uma bactéria em forma
de vírgula ou bastonete que se multiplica rapidamente no
Intestino humano produzindo uma potente toxina enterotoxína
que provoca diarréia intensa.
Ela afeta apenas os seres humanos e a sua transmissão é diretamente dos dejetos fecais de doentes por
ingestão oral, principalmente em água contaminada.
Distribuição da Cólera
A cólera provavelmente originou-se no vale do rio
Ganges na Índia . As epidemias surgiam
invariavelmente durante os festivais hindus
realizados no rio, em que grande número de
pessoas banhavam-se em más condições
de higiene. A região da América do Sul é hoje
a mais freqüentemente afetada por epidemias
juntamente com a índia .
Saúde 84
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Cólera
Transmissão
A cólera é transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados com
fezes humanas. São necessários em média 100 milhões de víbrios (e no mínimo um
milhão) ingeridos para se estabelecer a infecção, uma vez que não são resistentes à
acidez gástrica e morrem em grandes números na passagem pelo estômago.
Progressão e sintomas
A incubação é de cerca de cinco dias. Após esse período começa abruptamente a
diarréia aquosa e serosa, como água de arroz.
As perdas de água podem atingir os 20 litros por dia, com desidratação intensa e risco
de morte, particularmente em crianças. Como são perdidos na diarréia sais assim como
água, beber água doce ajuda mas não é tão eficaz como beber água com um pouco de
sal.
Todos os sintomas resultam da perda de água e eletrólitos:
Diarréia volumosa e aquosa,tipo água de arroz, sempre sem sangue ou muco (se
contiver estes elementos trata-se de disenteria ).
Saúde 85
Microbiologia
► Doenças Bacterianas
Cólera
Progressão e sintomas
Dores abdominais tipo cólica.
Náuseas e vômitos.
Hipotensão com risco de choque hipovolémico (perda de volume sangüíneo) fatal, é a
principal causa de morte na cólera.
Taquicardia : aceleração do coração para responder às necessidades dos tecidos, com
menos volume sangüíneo.
Anúria : diminuição da micção, devido à perda de liquido.
Hipotermia : a água é um bom isolante térmico e a sua perda leva a maiores flutuações
perigosas da temperatura corporal.
O risco de morte é de 50% se não tratada, sendo muito mais alto em crianças pequenas.
A morte é particularmente impressionante: o doente fica por vezes completamente mirrado
pela desidratação, enquanto a pele fica cheia de coágulos verde-azulados devido à ruptura
dos capilares cutâneos.