Historia

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Escravidão

no
Brasil
Professor: Frederico Sodré
Alunos(as): Marcela, Maria Eduarda,
Letícia, Lucas, Adriel, Krystofer;
Data:03/10/2023 2 série
Escravidão no Brasil
A escravidão no Brasil foi uma instituição violenta e desumana que
existiu durante mais de 300 anos e foi responsável pela
escravização de milhões de indígenas e africanos.
A escravidão foi uma instituição que se estabeleceu no Brasil por
volta da década de 1530, quando as primeiras medidas efetivas de
colonização foram implantadas pelos portugueses. Essa
escravização ocorreu, a princípio, com os nativos, e, entre os
séculos XVI e XVII, foi sendo gradativamente substituída pela
escravização dos africanos que chegavam no Brasil pelo
tráfico negreiro.
A escravidão no Brasil atendia à demanda dos portugueses
por trabalhadores braçais (tipo de trabalho que os portugueses
desprezavam) e, nos séculos XVI e XVII, isso está relacionado,
principalmente, com o trabalho nas roças. A princípio, a relação de
trabalho utilizada pelos portugueses foi a do escambo com os
indígenas, mas logo optaram por implantar a escravidão.
Origem da escravidão no Brasil
A escravidão no Brasil foi implantada nas primeiras décadas da
colonização e aconteceu na década de 1530, quando os
portugueses implantaram o sistema das capitanias hereditárias e
deram início ao processo de colonização da América Portuguesa.
Até então, a relação de trabalho utilizada pelos portugueses
baseavam-se no escambo com os indígenas na exploração do pau-
brasil.

A partir de 1534, os portugueses implantaram as capitanias


hereditárias, com isso, passaram a incentivar o cultivo de cana-de-
açúcar e o desenvolvimento de engenhos para produzir açúcar.
Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de mão
de obra, os portugueses encontraram na escravidão a saída para a
falta de trabalhadores – já que eles próprios não queriam realizar o
trabalho pesado. Assim, o primeiro grupo a sofrer com a
Escravização dos indígenas
Os indígenas foram a principal mão de obra escrava dos
portugueses até meados do século XVII, quando, então,
começaram a ser superados em números pelos escravos
africanos. Escravizar um indígena, em comparação com um
africano, era muito mais acessível para os colonos
portugueses, mas uma série de questões tornavam essa prática
mais problemática.
Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não
estavam familiarizados com a ideia de trabalho contínuo
para produção de excedente, o que fazia parte da cultura
europeia. Além disso, os indígenas eram vistos pelos
padres jesuítas como rebanho em potencial para serem
convertidos ao catolicismo. Isso criava um impasse muito
grande, porque os colonos queriam escravizar os indígenas
irrestritamente, enquanto que os jesuítas criavam barreiras para
Os conflitos entre colonos e jesuítas foram frequentes, e foi muito
comum que bandeirantes atacassem missões jesuíticas para
sequestrar os índios instalados lá e revendê-los como escravos. De
toda forma, a pressão dos jesuítas contra a escravização dos
indígenas poderia gerar inúmeros problemas jurídicos para os colonos
que não os escravizavam em caso de “guerra justa”.

A pressão dos jesuítas sobre a Coroa para proibir a escravização dos


indígenas resultou em uma lei proibindo a escravização dos índios em
1570. Apesar da lei, os índios continuaram sendo escravizados,
sobretudo em locais que não tinham economia tão próspera, e que a
quantidade de africanos enviados era pequena.

Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a


suscetividade deles para doenças, como varíola, gripe, sarampo etc. A
falta de defesa biológica foi algo marcante na história da colonização
da América. Ao longo desse período, aconteceram inúmeras
epidemias que mataram indígenas aos milhares. A mortalidade dos
indígenas também ocorria por meio da guerra e da própria
Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes
mais baratos que um escravo africano. O historiador Stuart Schwartz
afirmou que, na década de 1570, um escravo indígena custava cerca
de 7 mil-réis, enquanto que um escravo africano custava cerca de 20
mil-réis|2|. E, nessa época, era necessário que um escravo africano
trabalhasse de 13 a 16 meses para que o seu senhor recuperasse o
valor gasto|3|.

Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra


escrava até meados do século XVII e existem inúmeros
levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas
era superior nos engenhos instalados pelo país. Essa situação
começou a se modificar aos poucos, e foi a prosperidade da
economia açucareira que permitiu que locais, como Pernambuco e
Bahia, recebessem tantos africanos.
Escravização de
africanos
Os primeiros africanos começaram a chegar no Brasil na década de
1550 e foram trazidos por meio do tráfico negreiro, negócio que fez
fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham feitorias
instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então,
mantinham relações comerciais com reinos africanos, dos quais incluía a
compra de escravos.

A medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por


trabalhadores era tão grande que fez que esse comércio prosperasse
em larga escala. O sucesso do tráfico negreiro está relacionado, dessa
forma, com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio
foi altamente lucrativo para os traficantes, assim como para a Coroa.

Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8


milhões de africanos|4| foram trazidos para o Brasil, o que significa que
nosso país foi o que mais recebeu africanos para serem escravizados ao
O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender
as demandas da produção de açúcar nos engenhos. A vida de um
escravo era dura e era marcada pela violência dos senhores e das
autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender
por até 20 horas por dia e o trabalho no engenho era mais pesado e
perigoso que trabalhar nas plantações.

Nas moendas – local onde a cana era moída para extrair o seu caldo –
eram comuns acidentes que faziam com que escravos perdessem mãos
ou braços. Nas fornalhas e caldeiras – local de cozimento do caldo da
cana – as queimaduras eram o acidente mais comum que atingia os
escravos. Essa etapa do trabalho era tão dura, que era reservada para
os escravos mais rebeldes e fujões.

Engenhos grandes chegavam a possuir 100 escravos ou mais e, por


isso, o senhor de escravos nem sempre tinha contato direto com todos
os escravos. Os escravos dormiam no chão duro na senzala e lá eram
monitorados para evitar que fugissem. A alimentação era pobre e
insuficiente, e os escravos precisavam complementá-la com os
Os escravos que trabalhavam na casa-grande, residência do senhor de
escravos, eram mais bem tratados, mais bem alimentados e mais bem-
vestidos em relação aos escravos que trabalhavam na lavoura ou no
engenho. Existiam também escravos que trabalhavam nas cidades em
ofícios dos mais variados tipos.

Muitos dos escravos eram acorrentados para evitar que fugissem e


outros utilizavam máscaras de ferros, como a máscara de flandres,
utilizada para impedir os escravos de engolir diamantes (nas regiões
mineradoras), ou para impedir que se embriagassem ou mesmo para
impedir que cometessem suicídio por meio da ingestão de terra.

A violência praticada sistematicamente contra os escravos tinha o


objetivo de incutir-lhes o temor de seus senhores e impedir que fugas e
revoltas acontecessem. No caso das escravas, a violência ganhava outra
dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda
eram vítimas de estupros frequentes praticados por seus senhores e
feitores.
Os escravos rebeldes ou os que cometessem algum delito (por menor
que fosse) poderiam receber punições pesadas. Entre as punições
praticadas contra os escravos, podem ser destacados os
açoitamentos. Muitos dos escravos punidos com o açoite eram
castigados com 300 ou mais chibatadas – o suficiente para levar um
ser humano à morte.

O historiador Thomas Skidmore resgatou um relato que afirma que


“por ofensas insignificantes jogavam seus escravos vivos na fornalha,
ou os matavam de várias maneiras bárbaras e desumanas”|5|. A
forca e o envenenamento também eram formas utilizadas para
executar os escravos.

Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a


violência direcionadas a eles de maneira passiva. A história da
escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos
africanos que fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam
seus feitores e senhores etc. Dois grandes episódios de resistência
Fim da escravidão no Brasil
O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho
escravo e isso ocorreu por meio da Lei Áurea, aprovada pelo Senado e
assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. O fim da
escravidão no Brasil não foi por um ato de bondade da monarquia
brasileira, mas foi uma conquista realizada por meio do engajamento
popular e da resistência dos escravos.

O abolicionismo ganhou força em nosso país a partir da década de 1870,


mas um ponto de partida importante a ser considerado foi a proibição do
tráfico negreiro, que aconteceu por meio da Lei Eusébio de Queirós, em
1850. Com essa lei, cortava-se a fonte que renovava os números de
escravos no território brasileiro.

A força do abolicionismo em nosso país apresentou-se de diversas


maneiras. Associações abolicionistas surgiram aos montes no país,
conferências abolicionistas foram organizadas, eventos públicos
realizados, levantaram-se fundos para pagar a alforria de escravos,
Os escravos também atuaram na desestabilização da escravidão e
realizavam fugas em massa ou fugas individuais, formavam quilombos
que se tornavam centros de resistência, organizavam revoltas que
resultavam na morte de seus senhores etc. A década de 1880 registrou
inúmeros casos de revoltas e fugas de escravos.

A pressão realizada pela população livre e pelos escravos era tamanha


que o clima de desordem no final da década de 1880 era evidente: o
Império não tinha mais o controle sobre a situação. Pressionado, o
Império teve de agir, dessa forma, aprovou-se a Lei Áurea em 13 de
maio de 1888.

A reação da população mediante a lei foi de festa, e as celebrações


estenderam-se por dias. A abolição, porém, não foi acompanhada por
medidas de suporte aos negros libertos, e eles continuaram sendo
vítimas do preconceito, violência e sofreram com a falta de acesso ao
estudo e às boas oportunidades.

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