Mary Douglas: diferenças entre revisões
m mudança de categoria para uma mais específica |
m +{{Controle de autoridade}}; correções gerais ativado, typos fixed: inicio → início |
||
Linha 23: | Linha 23: | ||
Durante a [[Segunda Guerra]] trabalhou em um serviço colonial mas retornando a Oxford em [[1947]], terminou os estudos em [[1949]] realizando um trabalho antropológico com os [[Lele]], uma tribo africana que vivia na época no [[Congo Belga]]; isso a levou à vida da aldeia na região entre o rio Kasai e o rio Loange, onde os Lele viviam à beira do que anteriormente era o Reino Kuba. Por fim, uma guerra civil a impediu de continuar seu trabalho de campo, mas, no entanto, isso levou à primeira publicação de Douglas, The Lele of the Kasai, publicada em 1963.<ref>{{Citar periódico |titulo=Recontando Mary Douglas: metodologias de pesquisa para análise de uma trajetória intelectual |url=http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/9196 |jornal=Revista Espaço Acadêmico |data=2010-02-05 |issn=1519-6186 |paginas=36–41 |numero=106 |acessodata=2020-12-31 |lingua=pt |primeiro=Christiano Key |ultimo=Tambascia}}</ref><ref>{{Citar livro |url=https://www.worldcat.org/oclc/817967173 |título=Mary Douglas : uma biografia intelectual |ultimo=Fardon, Richard. |data=2004 |editora=UFRJ |local=Rio de Janeiro (RJ) |oclc=817967173}}</ref> |
Durante a [[Segunda Guerra]] trabalhou em um serviço colonial mas retornando a Oxford em [[1947]], terminou os estudos em [[1949]] realizando um trabalho antropológico com os [[Lele]], uma tribo africana que vivia na época no [[Congo Belga]]; isso a levou à vida da aldeia na região entre o rio Kasai e o rio Loange, onde os Lele viviam à beira do que anteriormente era o Reino Kuba. Por fim, uma guerra civil a impediu de continuar seu trabalho de campo, mas, no entanto, isso levou à primeira publicação de Douglas, The Lele of the Kasai, publicada em 1963.<ref>{{Citar periódico |titulo=Recontando Mary Douglas: metodologias de pesquisa para análise de uma trajetória intelectual |url=http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/9196 |jornal=Revista Espaço Acadêmico |data=2010-02-05 |issn=1519-6186 |paginas=36–41 |numero=106 |acessodata=2020-12-31 |lingua=pt |primeiro=Christiano Key |ultimo=Tambascia}}</ref><ref>{{Citar livro |url=https://www.worldcat.org/oclc/817967173 |título=Mary Douglas : uma biografia intelectual |ultimo=Fardon, Richard. |data=2004 |editora=UFRJ |local=Rio de Janeiro (RJ) |oclc=817967173}}</ref> |
||
No |
No início dos [[Década de 1950|anos 50]] se casou com James Douglas e tiveram três filhos. Durante 25 anos foi professora universitária do [[Colégio de Londres]] e depois lecionou nos [[Estados Unidos]] por mais 11 anos. Na obra aparecem os temas: análise de risco, economia, economia do consumo e bem-estar, comida e ritual. Muitos dos trabalhos foram tornados populares fora dos círculos antropológicos; o livro ''Pureza e Perigo'' se tornou célebre dentro da área. Nele, a antropóloga investiga as palavras e o significado da sujeira em diferentes contextos culturais, demonstrando que o que é considerado sujeira em uma dada sociedade é qualquer questão considerada fora de lugar. Por meio de uma leitura complexa e sofisticada de ritual, religião e estilo de vida, Douglas desafiou as ideias ocidentais de poluição, deixando claro como o contexto e a história social são essenciais. |
||
Apos quatro anos de trabalho (1977-1981) como professora de Estudos Culturais no [[Instituto Russel Sage]] de [[Nova York]]; mudou para a Universidade [[Northwestern]] como professora de Humanidades, produzindo os vínculos entre [[Teologia]] e [[Antropologia]]. Nesta época, com ajuda do economista Baron Isherwood, publica ''O mundo dos bens'' que foi uma obra pioneira na [[antropologia econômica]]. |
Apos quatro anos de trabalho (1977-1981) como professora de Estudos Culturais no [[Instituto Russel Sage]] de [[Nova York]]; mudou para a Universidade [[Northwestern]] como professora de Humanidades, produzindo os vínculos entre [[Teologia]] e [[Antropologia]]. Nesta época, com ajuda do economista Baron Isherwood, publica ''O mundo dos bens'' que foi uma obra pioneira na [[antropologia econômica]]. |
||
Linha 42: | Linha 42: | ||
*''Risk and Blame: Essays in Cultural Theory'' (1992) |
*''Risk and Blame: Essays in Cultural Theory'' (1992) |
||
*''Thought styles: Critical essays on good taste'' (1996) |
*''Thought styles: Critical essays on good taste'' (1996) |
||
* ''Leviticus as Literature'' (1999) |
* ''Leviticus as Literature'' (1999) |
||
*''In the Wilderness: The Doctrine of Defilement in the Book of Numbers'' (2001) |
*''In the Wilderness: The Doctrine of Defilement in the Book of Numbers'' (2001) |
||
*''Constructive Drinking: Perspectives on Drink from Anthropology'' (2002) |
*''Constructive Drinking: Perspectives on Drink from Anthropology'' (2002) |
||
*''Jacob's Tears: The Priestly Work of Reconciliation'' (2004) |
*''Jacob's Tears: The Priestly Work of Reconciliation'' (2004) |
||
*''Thinking in Circles'' (2007) |
*''Thinking in Circles'' (2007) |
||
'''Em português''' |
'''Em português''' |
||
Livros |
Livros |
||
* ''Levítico como literatura''. São Paulo: Ed. Loyola, 2019. |
* ''Levítico como literatura''. São Paulo: Ed. Loyola, 2019. |
||
Linha 61: | Linha 58: | ||
* ''As lágrimas de Jacó - o trabalho sacerdotal da reconciliação.'' São Paulo: Ed. Loyola, 2010. |
* ''As lágrimas de Jacó - o trabalho sacerdotal da reconciliação.'' São Paulo: Ed. Loyola, 2010. |
||
* ''Pureza e perigo''. São Paulo: Perspectiva. ISBN 9788527309080 |
* ''Pureza e perigo''. São Paulo: Perspectiva. ISBN 9788527309080 |
||
Artigos |
Artigos |
||
* [http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131999000200006 Racionalismo e crença]. ''Mana'', v.5, n.2, p.145-156, 1999. |
* [http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131999000200006 Racionalismo e crença]. ''Mana'', v.5, n.2, p. 145-156, 1999. |
||
* [http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131999000200001 Os Lele revisitados, 1987 acusações de feitiçaria à solta]. ''Mana'', v.5, n.2, p.07-30, 1999. |
* [http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131999000200001 Os Lele revisitados, 1987 acusações de feitiçaria à solta]. ''Mana'', v.5, n.2, p. 07-30, 1999. |
||
* [http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832007000200002 O mundo dos bens, vinte anos depois]. ''Horizontes antropológicos'', Porto Alegre, v. 13, n. 28, p. |
* [http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832007000200002 O mundo dos bens, vinte anos depois]. ''Horizontes antropológicos'', Porto Alegre, v. 13, n. 28, p. 17-32, Dec. 2007. |
||
⚫ | |||
<references />{{Controle de autoridade}} |
|||
⚫ | |||
⚫ | |||
[[Categoria:Mortos em 2007]] |
[[Categoria:Mortos em 2007]] |
||
[[Categoria:Escritores por religião]] |
[[Categoria:Escritores por religião]] |
||
[[Categoria:Mulheres na ciência]] |
[[Categoria:Mulheres na ciência]] |
||
⚫ | |||
[[Categoria:Membros da British Academy]] |
[[Categoria:Membros da British Academy]] |
||
[[Categoria:Africanistas]] |
[[Categoria:Africanistas]] |
Revisão das 02h20min de 2 de fevereiro de 2024
Mary Douglas | |
---|---|
Nascimento | 28 de novembro de 1921 Sanremo, Itália |
Morte | 16 de maio de 2007 (86 anos) Londres, Inglaterra |
Nacionalidade | Britânica |
Ocupação | Antropóloga |
Mary Douglas (Sanremo, 25 de Março de 1921 – Londres, 16 de Maio de 2007) foi uma antropóloga britânica.
Vida
Mary Douglas é filha de Gilbert Tew, funcionário do serviço colonial Britânico e sua esposa Phyllis; o nome de solteira era Margaret Mary Tew. Passou a infância em Totnes, sul da Inglaterra.
A área de pesquisa é a de antropologia social. Foi considerada uma seguidora de Émile Durkheim e uma proponente da análise estruturalista, com um grande interesse por religião comparada.
Com 12 anos a mãe morreu e teve que ficar aos cuidados dos avós.[1] Margaret e a irmã foram educadas no colégio católico "Sagrado Coração de Roehampton", distrito a sudoeste de Londres. Entre 1939 e 1943 estudou Filosofia, Ciências Políticas e Economia em Oxford onde foi aluna do antropólogo Evans-Pritchard que exerceu uma grande influência intelectual sobre ela[2].
Durante a Segunda Guerra trabalhou em um serviço colonial mas retornando a Oxford em 1947, terminou os estudos em 1949 realizando um trabalho antropológico com os Lele, uma tribo africana que vivia na época no Congo Belga; isso a levou à vida da aldeia na região entre o rio Kasai e o rio Loange, onde os Lele viviam à beira do que anteriormente era o Reino Kuba. Por fim, uma guerra civil a impediu de continuar seu trabalho de campo, mas, no entanto, isso levou à primeira publicação de Douglas, The Lele of the Kasai, publicada em 1963.[3][4]
No início dos anos 50 se casou com James Douglas e tiveram três filhos. Durante 25 anos foi professora universitária do Colégio de Londres e depois lecionou nos Estados Unidos por mais 11 anos. Na obra aparecem os temas: análise de risco, economia, economia do consumo e bem-estar, comida e ritual. Muitos dos trabalhos foram tornados populares fora dos círculos antropológicos; o livro Pureza e Perigo se tornou célebre dentro da área. Nele, a antropóloga investiga as palavras e o significado da sujeira em diferentes contextos culturais, demonstrando que o que é considerado sujeira em uma dada sociedade é qualquer questão considerada fora de lugar. Por meio de uma leitura complexa e sofisticada de ritual, religião e estilo de vida, Douglas desafiou as ideias ocidentais de poluição, deixando claro como o contexto e a história social são essenciais.
Apos quatro anos de trabalho (1977-1981) como professora de Estudos Culturais no Instituto Russel Sage de Nova York; mudou para a Universidade Northwestern como professora de Humanidades, produzindo os vínculos entre Teologia e Antropologia. Nesta época, com ajuda do economista Baron Isherwood, publica O mundo dos bens que foi uma obra pioneira na antropologia econômica.
Em 2004 perde o marido e em 16 de maio de 2007 falece em Londres aos 86 anos, por complicações associadas a um câncer.
Escritos
Em inglês
- The Lele of kasai (1963)
- Purity and Danger: An Analisys of Concepts of Pollution an Taboo (1966) (edição em português: Pureza e perigo)
- Natural Symbols: Exploration in Cosmology (1970)
- Rules and Meanings. The Anthropology of Everyday Knowledge: Selected Readings (1973)
- Implicit meanings: Essays in Anthropology (1975)
- The World of Goods: An Anthropological Approach of the Theory of Consuption, em coautoria com Baron Isherwood (1976)
- Risk and Cultura: An Essay on the Selection of Technological and Environmental Danger (1982), em coautoria com Aaron Wildalwsky
- How Institutions Think (1986)
- Missing persons: a critique of the social sciences (1988) with Steven Ney
- Risk and Blame: Essays in Cultural Theory (1992)
- Thought styles: Critical essays on good taste (1996)
- Leviticus as Literature (1999)
- In the Wilderness: The Doctrine of Defilement in the Book of Numbers (2001)
- Constructive Drinking: Perspectives on Drink from Anthropology (2002)
- Jacob's Tears: The Priestly Work of Reconciliation (2004)
- Thinking in Circles (2007)
Em português
Livros
- Levítico como literatura. São Paulo: Ed. Loyola, 2019.
- O mundo dos bens - para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2013. ISBN 978-8571083738
- Risco e cultura: um ensaio sobre a seleção de riscos tecnológicos e ambientais.Rio de Janeiro: Campus, 2012. ISBN 9788535255669
- Como as instituições pensam. São Paulo: EDUSP, 2007. ISBN 978-8531404559
- As lágrimas de Jacó - o trabalho sacerdotal da reconciliação. São Paulo: Ed. Loyola, 2010.
- Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva. ISBN 9788527309080
Artigos
- Racionalismo e crença. Mana, v.5, n.2, p. 145-156, 1999.
- Os Lele revisitados, 1987 acusações de feitiçaria à solta. Mana, v.5, n.2, p. 07-30, 1999.
- O mundo dos bens, vinte anos depois. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, v. 13, n. 28, p. 17-32, Dec. 2007.
Referências
- ↑ ROCHA, Everardo; FRID, Marina (2015). «Mary Douglas (1921- 2007)». Os antropólogos. de Edward Tylor a Pierre Clastres. Rio de Janeiro/Petrópolis: PUC RIO/Vozes. pp. p.225
- ↑ Oliveira, Janaina de; Casagrande, Natalia; Jardim, Maria A. Chaves (2012). «Homenagem: Mary Douglas». REDD – Revista Espaço de Diálogo e Desconexão (2). ISSN 1984-1736. doi:10.32760/1984-1736/REDD/2012.v4i2.5175. Consultado em 31 de dezembro de 2020
- ↑ Tambascia, Christiano Key (5 de fevereiro de 2010). «Recontando Mary Douglas: metodologias de pesquisa para análise de uma trajetória intelectual». Revista Espaço Acadêmico (106): 36–41. ISSN 1519-6186. Consultado em 31 de dezembro de 2020
- ↑ Fardon, Richard. (2004). Mary Douglas : uma biografia intelectual. Rio de Janeiro (RJ): UFRJ. OCLC 817967173