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Louco: diferenças entre revisões

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O espetáculo fundia encenação teatral e apresentação musical, com os atores em cena também tocando instrumentos. A apresentação contava com uma trilha de treze músicas compostas por Mark Rockets e Fabiano Mesquita, integrantes da banda Sonix, que acompanhavam o personagem central, Frobenius, interpretado por Fábio Lessa.<ref name="A louca trajetória de Frobenius2">{{citar web|ultimo=Giordano|primeiro=Rafaela|url=https://drive.google.com/file/d/1Vm2mZGfYmw1VqcOxTtvAt2sNteaa0Cyd/view?usp=sharing|título=A louca trajetória de Frobenius|data=14 de janeiro de 2004|acessodata=6 de março de 2023|website=[[Diário Catarinense]]|arquivourl=https://archive.org/details/a-louca-trajetoria-de-frobenius|arquivodata=6 de março de 2023|urlmorta=sim}}</ref>
O espetáculo fundia encenação teatral e apresentação musical, com os atores em cena também tocando instrumentos. A apresentação contava com uma trilha de treze músicas compostas por Mark Rockets e Fabiano Mesquita, integrantes da banda Sonix, que acompanhavam o personagem central, Frobenius, interpretado por Fábio Lessa.<ref name="A louca trajetória de Frobenius2">{{citar web|ultimo=Giordano|primeiro=Rafaela|url=https://drive.google.com/file/d/1Vm2mZGfYmw1VqcOxTtvAt2sNteaa0Cyd/view?usp=sharing|título=A louca trajetória de Frobenius|data=14 de janeiro de 2004|acessodata=6 de março de 2023|website=[[Diário Catarinense]]|arquivourl=https://archive.org/details/a-louca-trajetoria-de-frobenius|arquivodata=6 de março de 2023|urlmorta=sim}}</ref>


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== Crítica ==
== Crítica ==

Revisão das 18h04min de 3 de outubro de 2024

 Nota: Este artigo é sobre o livro de Julio Zanotta. Para a condição da mente humana, veja Loucura. Para o personagem de Turma da Mônica, veja Louco (personagem).
Louco
Louco
Autor(es) Julio Zanotta
Pena Cabreira
Idioma Português
País Brasil Brasil
Editora Ao Pé da Letra
Lançamento 1995
Páginas 94

Louco é um livro do escritor e dramaturgo Julio Zanotta, ilustrado pelo artista plástico Pena Cabreira e publicado pela editora ao Pé da Letra em 1995.[1]

A obra foi escrita em uma sala escura e silenciosa, a partir das ilustrações de Pena Cabreira, utilizando a técnica de escrita automática empregada pelos ssurrealistas. Zanotta espalhou uma pilha de papel em frente a cada um dos 20 desenhos feitos a bico de pena por Cabreira e, sequencialmente, escrevia uma frase para cada um deles, repetindo o circuito várias vezes para criar personalidades patológicas próprias para cada ilustração.[1][2]

Sinopse

Entre a normalidade e a insanidade o mundo tece sua malha correcional e fabrica cada vez mais novas espécies de delirantes. Aqui nesse confronto da palavra com a imagem a loucura grita seu cárcere.

Louco compõe-se de um conjunto de textos curtos escritos a partir de desenhos de Pena Cabreira. Louco tem sido entendido como uma obra de ficção sobre a loucura, mas também pode ser compreendido como uma metáfora de um mundo cruel. Os textos formam um mosaico, um conjunto que nos remete a uma experiência de sofrimento e opressão. Foi editado em formato de álbum, 25 X 30, todo em papel couchê, com um projeto gráfico arrojado assinado por Marco Cena. Os desenhos a bico de pena de Cabreira são lacerantes, levam ao delírio e não fazem concessões. Convidam a uma viagem sem volta. Não escapamos ao seu fascínio, o argumento nos leva a sucumbir a um estranho sortilégio: perder o controle.

Louco está dividido em 20 breves capítulos, com nomes estranhos. A escrita é ágil, seca, substantiva. Leva o leitor a encarar de frente um mundo só de sombras inarredáveis e luzes ofuscantes. É um desequilíbrio da perspectiva. O personagem (ou os personagens) não discursa. Diz. Louco é um objeto de arte, propõe o que não se esperava. Uma interpretação delirante que nos leva à exaustão.[3]

Referencia para o teatro

Louco serviu como referência para a ópera rock Louco – A Lenda Negra de Saxon Frobenius, escrita e dirigida por Julio Zanotta em 2004. A adaptação teatral do livro narrava a história ficcional do Dr. Frobenius, um dos mais importantes cientistas dos Estados Unidos, que matou e esquartejou sua esposa em 1952, alegando ser assediado por demônios. Após um conturbado processo judicial, o cientista foi salvo da cadeira elétrica e encaminhado para o St. Elizabeths Hospital em Washington, onde passou o resto de sua vida.[4]

O espetáculo fundia encenação teatral e apresentação musical, com os atores em cena também tocando instrumentos. A apresentação contava com uma trilha de treze músicas compostas por Mark Rockets e Fabiano Mesquita, integrantes da banda Sonix, que acompanhavam o personagem central, Frobenius, interpretado por Fábio Lessa.[5]

Crítica

"O resultado é um texto fragmentado, cru, visceral, muitas vezes escatológico. (“Não quero mais fazer imundícia no corredor. Por que eu faço? Porque são atributos dos intestinos que emergem como serpentes”) Em perfeito casamento com o desenho, mescla delírio e vocabulário técnico psiquiátrico, perversão sexual e síntese infantil."
— Jerônimo Teixeira, publicado em 31 de outubro de 1995 no Zero Hora)[1]
"Se o traço demolidor de Lordsir por si só garante a atmosfera insustentável, o texto de Zanotta logra ainda mais o adensamento de uma condição já suficientemente emparedada. Não escapamos de seu horror e fascínio, e ser humano é sucumbirão estranho sortilégio: perder o controle, prisão que para alguns é a suprema liberdade."
Paulo Bentancur, publicado em 31 de outubro de 1995 no Jornal do Comércio)[6]
Numa edição caprichadíssima, em formato 25 x 30cm, o traço incisivo, dinâmico e inquietante de Peninha ganha espaço e respira, entre os corredores de imagens grafadas no discurso destes “loucos”. Não há resquício de consideração ou qualquer tom de que se trate o tema de alto patamar da normalidade instituída."
— Airton Tomazzoni, publicado em 08 de novembro de 1996 no Jornal Porto & Virgula)[7]
"Há certos inícios de texto que marcam para sempre, feito certas estratégias de abertura de jogo de xadrez. Daria para fazer uma antologia deles. Inícios que por serem como são nos atiram para dentro do texto sem apelação, sem volta."
Luís Augusto Fischer, publicado em 04 de maio de 1997 no Jornal ABC Domingo)[8]

Indicações

Ano Prêmio Categoria Resultado
1996 Prêmio Açorianos Literatura[7] Indicado

Referências

  1. a b c Teixeira, Jerônimo (31 de outubro de 1995). «Texto e Traço Mergulhados na Loucura». Zero Hora. Consultado em 6 de março de 2023. Arquivado do original em 6 de março de 2023 
  2. Da redação (26 de novembro de 1999). «Mergulho no Escuro». Diário Catarinense. Consultado em 6 de março de 2023. Arquivado do original em 6 de março de 2023 
  3. Zanotta, Julio; Peninha, Lordsir (1995). Louco. Porto Alegre: Ao Pé da Letra. p. 3 
  4. Da redação (24 de março de 2014). «Canções sobre crime e loucura». Diário Catarinense. Consultado em 17 de abril de 2023. Arquivado do original em 17 de abril de 2023 
  5. Giordano, Rafaela (14 de janeiro de 2004). «A louca trajetória de Frobenius». Diário Catarinense. Consultado em 6 de março de 2023. Arquivado do original em 6 de março de 2023 
  6. Bentancur, Paulo (31 de outubro de 1995). «A Loucura é Horror, a Loucura é Fascínio». Jornal do Comércio. Consultado em 17 de abril de 2023. Arquivado do original em 17 de abril de 2023 
  7. a b Tomazzoni, Airton (8 de novembro de 1996). «Louco». Porto & Virgula. Consultado em 17 de abril de 2023. Cópia arquivada em 17 de abril de 2023 
  8. Augusto Fischer, Luís (4 de maio de 1997). «O dramaturgo Julio». ABC Domingo. Consultado em 6 de março de 2023. Arquivado do original em 6 de março de 2023 

Ligações externas