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Mafalda de Saboia: diferenças entre revisões

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| sucessão = Rainha de Portugal
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| legenda = Representação de Mafalda na ''Genealogia dos Reis de Portugal''.
| legenda = Representação de Mafalda na ''Genealogia dos Reis de Portugal''.
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| sucessor = [[Dulce de Aragão]]
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'''Mafalda de Saboia''' ou '''Matilde''' ([[1125]]{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=67}} — [[Coimbra]], [[4 de novembro]] de [[1157]]{{Sfn|Mattoso|2014|p=223-227}} /[[1158]]{{Sfn|La Figanière|1859|p=231}}) foi a primeira [[Lista de rainhas de Portugal|rainha de Portugal]], desde [[1146]] até à sua morte, como esposa de [[Afonso I de Portugal]].
'''Mafalda de Saboia''' ou '''Matilde''' ({{langx|fr|''Mathilde de Savoie''}}; [[1125]]{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=67}} — [[Coimbra]], em [[3 de dezembro]] de [[1157]]{{Sfn|Mattoso|2014|p=223-227}} ou mais provavelmente em [[1158]]{{Sfn|La Figanière|1859|p=231}} <ref>{{citar livro|nome=Maria Alegria|sobrenome=Fernandes Marques |titulo= Mafalda de Mouriana e Sabóia (1130/1133 – 1158), primeira rainha de Portugal em Portugal e o Piemonte: a casa real portuguesa e os sabóias: nove séculos de relações dinásticas e destinos políticos (XII-XX) |editor=Imprensa da Universidade de Coimbra|local=Coimbra |ano=2013 |url=https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/29591/1/Portugal%20e%20o%20Piemonte.pdf}}</ref>) foi a primeira [[Lista de rainhas de Portugal|rainha de Portugal]], desde [[1146]] até à sua morte, como esposa de [[Afonso I de Portugal]].


== Origens ==
== Origens ==
Era a segunda ou terceira filha do conde [[Amadeu III de Saboia]] e da sua esposa Mafalda (ou Matilde) de Albon,{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=67}} (irmã de [[Guigues IV de Albon|Guigues IV]], conde de Albon, “o Delfim”). Uma tia de Mafalda, [[Adelaide de Saboia]], foi [[Lista de rainhas de França|rainha consorte de França]] pelo seu matrimônio com o rei [[Luís VI de França|Luís VI]] e um de seus tios-avó foi o [[Papa Calisto II]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=69}}
Era a segunda ou terceira filha do conde [[Amadeu III de Saboia]] e da sua segunda esposa Mafalda (ou Matilde) de Albon,{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=67}}{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=65}} (irmã de [[Guigues IV de Albon|Guigues IV]], conde de Albon, “o Delfim”). Uma tia de Mafalda, [[Adelaide de Saboia]], foi [[Lista de rainhas de França|rainha consorte de França]] pelo seu matrimônio com o rei [[Luís VI de França|Luís VI]] e um de seus tios-avô foi o [[Papa Calisto II]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=69}}


== Possíveis razões para o seu casamento com Afonso Henriques ==
== Possíveis razões para o seu casamento com Afonso Henriques ==
O pai de Mafalda havia participado na [[Segunda Cruzada]] e isso poderia ter sido uma das razões para a eleição de Mafalda como consorte do primeiro rei de Portugal com o objetivo de formar uma aliança entre o novo reino e a [[Casa de Saboia]] para a expulsão de muçulmanos do território português e, ao mesmo tempo, demonstram a sua independência escolhendo uma esposa fora do escopo e influência da [[Reino de Leão|Monarquia de Leão]]
O pai de Mafalda havia participado na [[Segunda Cruzada]] e isso poderia ter sido uma das razões para a eleição de Mafalda como consorte do primeiro rei de Portugal com o objetivo de formar uma aliança entre o novo reino e a [[Casa de Saboia]] para a expulsão de muçulmanos do território português e, ao mesmo tempo, demonstrar a sua independência escolhendo uma esposa fora do escopo e influência da [[Reino de Leão|Monarquia de Leão]].


Também é possível que Afonso Henriques não pudesse escolher uma das infantas dos reinos ibéricos por razões de parentesco{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=80}} ou que o casamento foi sugerido pelo cardeal [[Guido de Vico]], o [[legado papal]] na [[Península Ibérica]] e uma das testemunhas em 1143 do [[Tratado de Zamora]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|pp=67–68}}
Também é possível que Afonso Henriques não pudesse escolher uma das infantas dos reinos ibéricos por razões de parentesco{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=80}} ou que o casamento foi sugerido pelo cardeal [[Guido de Vico]], o [[legado papal]] na [[Península Ibérica]] e uma das testemunhas em 1143 do [[Tratado de Zamora]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|pp=67–68}}


As rainhas de [[Portugal]] contaram, desde cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Por [[testamento]], Mafalda reservou determinados direitos de portagem à manutenção de uma [[Pousada (hotelaria)|albergaria]] que fundara em [[Canaveses]]. O facto induz a pensar que a terra em questão lhe pertencia, embora continuem a subsistir dúvidas sobre se as referências a Mafalda se reportam à rainha consorte de Afonso Henriques ou [[Beata Mafalda de Portugal|à sua neta]], filha de [[Sancho I de Portugal]].
As rainhas de [[Portugal]] contaram, desde cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Por [[testamento]], Mafalda reservou determinados direitos de portagem à manutenção de uma [[Pousada (hotelaria)|albergaria]] e uma gafaria (hospital para leprosos) que fundara na antiga [[São Nicolau (Marco de Canaveses)|vila de Canaveses]] (próximo do centro do atual concelho de [[Marco de Canaveses]]). De facto, D. Mafalda terá vivido em [[São Nicolau (Marco de Canaveses)|Canaveses]] durante algum tempo, dirigindo a reconstrução de uma velha ponte romana sobre o [[rio Tâmega]]. Tal leva a pensar se a terra em questão lhe pertenceria, apesar de continuarem a subsistir dúvidas sobre se as referências a Mafalda se reportam à rainha consorte de Afonso Henriques ou [[Beata Mafalda de Portugal|à sua neta]], filha de [[Sancho I de Portugal]].<ref name=":0">{{citar livro|título=Vila de Canaveses. Notas para a sua história.|ultimo=Vasconcelos|primeiro=Manuel de|editora=Imprensa Nacional de Lisboa|ano=1935}}</ref>


== Vida como rainha consorte ==
== Vida como rainha consorte ==
A presença de Mafalda é registrada pela primeira vez em Portugal em 23 de maio de 1146, quando, junto com o marido, confirmou uma doação que sua sogra, Teresa de Leão à [[Ordem de Cluny]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=75}} Foi padroeira dos [[Ordem do Císter|cistercienses]] e fundou o Mosteiro de Costa em [[Guimarães]] e um hospital para peregrinos, pobres e doentes em [[Canaveses]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=75}}
A presença de Mafalda é registrada pela primeira vez em Portugal em 23 de maio de 1146, quando, junto com o marido, confirmou uma doação de sua sogra, [[Teresa de Leão]] à [[Ordem de Cluny]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=75}} Foi padroeira dos [[Ordem do Císter|cistercienses]] e fundou o Mosteiro da Costa em [[Guimarães]] e uma albergaria para peregrinos, uma gafaria e uma capela na antiga [[São Nicolau (Marco de Canaveses)|vila de Canaveses]] (atualmente parte do concelho de [[Marco de Canaveses]]). Em Canaveses ainda sobrevive o paço real onde terá vivido, mas tendo sofrido já várias obras desde então.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=75}}<ref name=":0" />


O historiador medieval inglês, Walter Map, em sua obra ''De nugis curialium'', diz que "o rei de Portugal que agora vive", quase com certeza Alfonso I, tinha sido convencido por maus conselheiros de matar sua esposa grávida por causa do ciúme. No entanto, não há outra fonte para confirmar esta história que geralmente não é aceita. Mafalda provavelmente morreu após o nascimento de seu filha Sancha, se a rainha Mafalda morreu em 1157.
O historiador medieval inglês, Walter Map, em sua obra ''De nugis curialium'', diz que "o rei de Portugal que agora vive", quase com certeza Afonso I, tinha sido convencido por maus conselheiros de matar sua esposa grávida por causa do ciúme. No entanto, não há outra fonte para confirmar esta história que geralmente não é aceite.{{Sfn|Mattoso|2014|p=224–225}}


== Morte e sepultura ==
== Morte e sepultura ==
A rainha Mafalda morreu em [[Coimbra]] em 3 dezembro de 1157 ou 1158.{{nota de rodapé|[[José Mattoso]] diz que Mafalda morreu em 1157.{{Sfn|Mattoso|2014|p=223}} O historiador [[Frederico Francisco Stuart de Figanière e Morão|La Figanière]] menciona o mesmo dia, mas um ano depois, e cita um documento que mostra que a rainha ainda vivia em 1158.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=612, n. 33}} O documento, arquivado na [[Torre do Tombo]], refere-se à doação de [[Atouguia]] pelo rei Alfonso e sua esposa onde o rei confirma ''cum uxore mea Regina domna Mahalda filia comitis Amadei et de Moriana.''{{Sfn|La Figanière|1859|p=231}}}} Mafalda está sepultada no [[Mosteiro de Santa Cruz]], em Coimbra, junto do marido.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=76}}
A rainha Mafalda morreu em [[Coimbra]], provavelmente em 3 de dezembro de 1158.{{nota de rodapé|[[José Mattoso]] diz que Mafalda morreu em 4 de dezembro de 1157.{{Sfn|Mattoso|2014|p=223}} O historiador [[Frederico Francisco Stuart de Figanière e Morão|La Figanière]] menciona o mesmo dia, mas um ano depois, e cita um documento que mostra que a rainha ainda vivia em 1158.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=612, n. 33}} O documento, arquivado na [[Torre do Tombo]], refere-se à doação de [[Atouguia]] pelo rei Afonso e sua esposa onde o rei confirma ''cum uxore mea Regina domna Mahalda filia comitis Amadei et de Moriana.''{{Sfn|La Figanière|1859|p=231}}. A [[Crónica dos Godos]] a data de 3 de dezembro de 1158.
[https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/29591/1/Portugal%20e%20o%20Piemonte.pdf Maria Alegria Fernandes Marques no artigo Mafalda de Mouriana e Sabóia (1130/1133 – 1158), primeira rainha de Portugal em Portugal e o Piemonte: a casa real portuguesa e os sabóias: nove séculos de relações dinásticas e destinos políticos (XII-XX), da Imprensa da Universidade de Coimbra publicado em 2013], indica "Mesmo sabendo nós que veio a falecer em Dezembro de 1158, a rainha tem a sua última presença activa em Julho de 1157. Até ao tempo em que veio a ocorrer o seu falecimento, a chancelaria de seu marido só apresenta o nome da rainha, e apenas na invocação que dela é feita, em dois diplomas da Primavera desse ano de 1158. A partir de então, é a ausência total. D. Mafalda de Mouriana viria a falecer muito provavelmente em 3 de Dezembro de 1158".}} Mafalda está sepultada no [[Mosteiro de Santa Cruz]], em Coimbra, junto do marido.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=76}}


== Descendência ==
== Descendência ==
Segundo os ''Annales D. Alfonsi Portugallensium Regis'', o casamento com Alfonso Henriques foi celebrado em 1145, no entanto não foi até um ano depois, em maio de 1146,{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=71}} quando ambos aparecem juntos pela primeira vez. O historiador José Mattoso cita outra fonte, "Notícias sobre a [[Conquista de Santarém]]", segundo a qual a cidade foi tomada em 15 de maio de 1147, menos de um ano após o casamento real. Debido a que naquele tempo os casamentos não podiam ser celebrados durante a [[quaresma]], Mattoso sugere que o casamento foi celebrado em março ou abril de 1146, possivelmente no [[Páscoa|Domingo de Páscoa]] que naquele ano foi o 31 de março.{{Harvnp|Mattoso|2014|p=220}}
Segundo os ''Annales D. Alfonsi Portugallensium Regis'', o casamento com Afonso Henriques foi celebrado em 1145, no entanto não foi até um ano depois, em maio de 1146,{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=71}} quando ambos aparecem juntos pela primeira vez. O historiador José Mattoso cita outra fonte, "Notícias sobre a [[Conquista de Santarém]]", segundo a qual a cidade foi tomada em 15 de maio de 1147, menos de um ano após o casamento real. Devido a que naquele tempo os casamentos não podiam ser celebrados durante a [[quaresma]], Mattoso sugere que o casamento foi celebrado em março ou abril de 1146, possivelmente no [[Páscoa|Domingo de Páscoa]] que naquele ano foi o 31 de março.{{Harvref|Mattoso|2014|p=220}}


Deste casamento nasceram:
Deste casamento nasceram:
* [[Henrique Afonso, Infante de Portugal|D. Henrique Afonso de Portugal]] (5 de março de 1147{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=60}}-1155), chamado como seu avô, morreu quando tinha apenas oito anos de idade. Representou a seu pai, a pesar de sua idade, com cerca de três anos, em um conselho na cidade de Toledo.{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}
* [[Henrique Afonso, Infante de Portugal|D. Henrique Afonso de Portugal]] (5 de março de 1147{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=60}}-1155), chamado como seu avô, morreu quando tinha apenas oito anos de idade. Representou a seu pai, a pesar de sua idade, com cerca de três anos, em um conselho na cidade de Toledo.{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}
* [[Urraca de Portugal, Rainha de Leão|D. Urraca Afonso de Portugal]] (1148{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}-1211{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}}) casou com o rei [[Fernando II de Leão]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}}
* [[Urraca de Portugal, Rainha de Leão|D. Urraca Afonso de Portugal]] (1148{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}-1211{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}}) casou com o rei [[Fernando II de Leão]].{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}}
* [[Teresa de Portugal, Condessa da Flandres|D. Teresa Afonso de Portugal]] (1151{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}-1218{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=80}}), depois do casamento chamada ''Matilde'' ou ''Mafalda'',{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}} casou com [[Filipe da Alsácia|Filipe, Conde da Flandres]]{{Sfn|Mattoso|2014|pp=372-373}} e depois em 1194 com seu primo [[Eudes III, Duque da Borgonha]], matrimónio que foi anulado pelo Papa no ano seguinte por razões de consanguinidade.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}}
* [[Teresa de Portugal, Condessa da Flandres|D. Teresa Afonso de Portugal]] (1151{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}-1218{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=80}}), depois do casamento chamada ''Matilde'' ou ''Mafalda'',{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}} casou com [[Filipe da Alsácia|Filipe, Conde da Flandres]]{{Sfn|Mattoso|2014|pp=372-373}} e depois em 1194 com seu primo [[Eudo III, Duque da Borgonha]], matrimónio que foi anulado pelo Papa no ano seguinte por razões de consanguinidade.{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=79}}
* [[Mafalda Afonso, Infanta de Portugal|D. Mafalda Afonso de Portugal]] (1153{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}-depois de março 1218{{Sfn|Castro|1997|p=297}}). Seu casamento com o infante [[Afonso II de Aragão|Afonso de Aragão]] foi acordado por seu pai e pelo [[Condado de Barcelona|conde de Barcelona]], [[Raimundo Berengário IV de Barcelona|Raimundo Berengário IV]] em janeiro de 1160.{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=60}} Após a morte do conde de Barcelona no verão de 1162, o rei [[Fernando II de Leão]] convenceu a rainha viúva [[Petronila de Aragão]], de modo que o compromisso do infante Afonso com Mafalda foi anulado e seu casamento foi acordado com a infanta [[Sancha de Castela, Rainha de Aragão|Sancha de Castela]], filha do segundo casamento do rei [[Afonso VII de Leão e Castela|Afonso VII]].{{Sfn|Mattoso|2014|pp=287-288 e 290}} O ano preciso da norte de Mafalda, que morreu quando ainda era criança, é desconhecido.
* [[Mafalda Afonso, Infanta de Portugal|D. Mafalda Afonso de Portugal]] (1153{{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}-1162 ou depois de março de 1164{{Sfn|Castro|1997|p=297}}<ref>{{Citar web|titulo=Congresso Histórico Internacional|url=https://ch.guimaraes.pt/minutes/2ch}}</ref>). Seu casamento com o infante [[Afonso II de Aragão|Afonso de Aragão]] foi acordado por seu pai e pelo [[Condado de Barcelona|conde de Barcelona]], [[Raimundo Berengário IV de Barcelona|Raimundo Berengário IV]] em janeiro de 1160.{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=60}} Após a morte do conde de Barcelona no verão de 1162, o rei [[Fernando II de Leão]] convenceu a rainha viúva [[Petronila de Aragão]], de modo que o compromisso do infante Afonso com Mafalda foi anulado e seu casamento foi acordado com a infanta [[Sancha de Castela, Rainha de Aragão|Sancha de Castela]], filha do segundo casamento do rei [[Afonso VII de Leão e Castela|Afonso VII]].{{Sfn|Mattoso|2014|pp=287-288 e 290}} O ano preciso da morte de Mafalda, que morreu quando ainda era criança, é desconhecido.
* D. [[Sancho I de Portugal]] (1154-1211){{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}
* D. [[Sancho I de Portugal]] (1154-1211){{Sfn|Mattoso|2014|p=226}}, rei de Portugal.
* D. João Afonso de Portugal (1156-25 de agosto de 1163){{Sfn|Mattoso|2014|p=227}}{{Sfn|Castro|1997|p=297}}
* D. [[João Afonso de Portugal]] (1156-25 de agosto de 1164){{Sfn|Mattoso|2014|p=227}}{{Sfn|Castro|1997|p=297}}
* D. Sancha Afonso de Portugal (24 de novembro de 1157-depois de 1167{{Sfn|Castro|1997|p=297}}), nasceu dez dias antes da morte da mãe (si seu mãe morreu em 1157) e morreu antes de cumprir os dez anos,{{Sfn|Mattoso|2014|pp =227 y 383}}{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=72}} segundo o livro de óbitos do Mosteiro de Santa Cruz, o 14 de fevereiro.{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=60}}
* D. Sancha Afonso de Portugal (24 de novembro de 1157-14 de fevereiro de 1167{{Sfn|Castro|1997|p=297}}), nasceu dez dias antes da morte da mãe (se sua mãe morreu em 1157) e morreu antes de cumprir os dez anos,{{Sfn|Mattoso|2014|pp =227 e 383}}{{Sfn|Rodrigues Oliveira|2010|p=72}} segundo o livro de óbitos do Mosteiro de Santa Cruz.{{Sfn|Caetano de Souza|1735|p=60}}


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{{Caixa de sucessão feminina|antes = [[Teresa de Leão]]<br /><small>(condessa com<br />título de rainha)</small>
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*{{Citar livro|sobrenome= Caetano de Souza|nome=Antonio|título=Historia Genealógica de la Real Casa Portuguesa|volume = I, Livros I e II|ano= 1735|editora= Lisboa Occidental, na oficina de Joseph Antonio da Sylva|isbn= 978-84-8109-908-9|local=Lisboa|url = http://purl.pt/776/4/hg-2593-v/hg-2593-v_item4/hg-2593-v_PDF/hg-2593-v_PDF_24-C-R0150/hg-2593-v_0000_1-800_t24-C-R0150.pdf|ref = harv}}
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*{{Citar livro|sobrenome=Castro|nome=José Ariel de|capítulo=Sancho e Teresa entre seus irmãos e na política de Afonso Henriques após o desastre de Badajoz. Tratamento da questão|título=Actas do 2.º Congresso Histórico de Guimarães|volumen=II|editora=Câmara Municipal de Guimarães. Universidade do Minho|ano=1997|páginas=289-317|oclc= 47261917| url= http://ch.guimaraes.pt/uploads/actas/2CH/vol2/2ch-vol2-017.pdf|ref = harv}}
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* {{Citar livro |sobrenome=La Friganiére|nome=Frederico Francisco de|título =Memorias da rainhas de Portugal|ano = 1859|editora=Typographia Universal|idioma=pt|local=Lisboaa|oclc=680459800|url=https://books.google.es/books?id=MEQLAAAAYAAJ&printsec=frontcover&dq=#v=onepage&q&f=false |ref=harv}}
*{{Citar livro |sobrenome=La Figanière|nome=Frederico Francisco de|título =Memorias das rainhas de Portugal|ano = 1859|editora=Typographia Universal|local=Lisboa|oclc=680459800|url=https://books.google.es/books?id=MEQLAAAAYAAJ&printsec=frontcover&dq=#v=onepage&q&f=false |ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Mattoso|nome =José|título =D. Afonso Henriques|autorlink=José Mattoso| ano = 2014| editora = Temas e Debates|local=Lisboa |isbn= 978-972-759-911-0|ref=harv}}
*{{Citar livro|sobrenome=Mattoso|nome =José|título =D. Afonso Henriques|autorlink=José Mattoso| ano = 2014| editora = Temas e Debates|local=Lisboa |isbn= 978-972-759-911-0|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Rodrigues Oliveira|nome= Ana|título= Rainhas medievais de Portugal. Dezassete mulheres, duas dinastias, quatro séculos de História|editora= A esfera dos livros |local = Lisboa| ano= 2010|isbn= 978-989-626-261-7|ref=harv}}
*{{Citar livro|sobrenome=Rodrigues Oliveira|nome= Ana|título= Rainhas medievais de Portugal. Dezassete mulheres, duas dinastias, quatro séculos de História|editora= A esfera dos livros |local = Lisboa| ano= 2010|isbn= 978-989-626-261-7|ref=harv}}
*{{citar livro|nome=Maria Alegria|sobrenome=Fernandes Marques |titulo= Mafalda de Mouriana e Sabóia (1130/1133 – 1158), primeira rainha de Portugal em Portugal e o Piemonte: a casa real portuguesa e os sabóias: nove séculos de relações dinásticas e destinos políticos (XII-XX) |editor=Imprensa da Universidade de Coimbra|local=Coimbra |ano=2013 |url=https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/29591/1/Portugal%20e%20o%20Piemonte.pdf|isbn=978-989-26-0153-3}}
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 Nota: Não confundir com Matilde de Saboia.
Mafalda de Saboia

Representação de Mafalda na Genealogia dos Reis de Portugal.
Rainha de Portugal
Reinado Janeiro/Junho de 11463 de Dezembro de 1158
Antecessor(a) Teresa de Leão (como condessa de Portucale)
Sucessor(a) Dulce de Aragão
Nascimento 1125
Morte 3 de dezembro de 1158 (33 anos)
  Coimbra, Portugal
Sepultado em Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra
Cônjuge Afonso I de Portugal
Casa Saboia (por nascimento)
Borgonha (por casamento)
Pai Amadeu III de Saboia
Mãe Mafalda de Albon

Mafalda de Saboia ou Matilde (em francês: Mathilde de Savoie; 1125[1]Coimbra, em 3 de dezembro de 1157[2] ou mais provavelmente em 1158[3] [4]) foi a primeira rainha de Portugal, desde 1146 até à sua morte, como esposa de Afonso I de Portugal.

Era a segunda ou terceira filha do conde Amadeu III de Saboia e da sua segunda esposa Mafalda (ou Matilde) de Albon,[1][5] (irmã de Guigues IV, conde de Albon, “o Delfim”). Uma tia de Mafalda, Adelaide de Saboia, foi rainha consorte de França pelo seu matrimônio com o rei Luís VI e um de seus tios-avô foi o Papa Calisto II.[6]

Possíveis razões para o seu casamento com Afonso Henriques

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O pai de Mafalda havia participado na Segunda Cruzada e isso poderia ter sido uma das razões para a eleição de Mafalda como consorte do primeiro rei de Portugal com o objetivo de formar uma aliança entre o novo reino e a Casa de Saboia para a expulsão de muçulmanos do território português e, ao mesmo tempo, demonstrar a sua independência escolhendo uma esposa fora do escopo e influência da Monarquia de Leão.

Também é possível que Afonso Henriques não pudesse escolher uma das infantas dos reinos ibéricos por razões de parentesco[7] ou que o casamento foi sugerido pelo cardeal Guido de Vico, o legado papal na Península Ibérica e uma das testemunhas em 1143 do Tratado de Zamora.[8]

As rainhas de Portugal contaram, desde cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Por testamento, Mafalda reservou determinados direitos de portagem à manutenção de uma albergaria e uma gafaria (hospital para leprosos) que fundara na antiga vila de Canaveses (próximo do centro do atual concelho de Marco de Canaveses). De facto, D. Mafalda terá vivido em Canaveses durante algum tempo, dirigindo a reconstrução de uma velha ponte romana sobre o rio Tâmega. Tal leva a pensar se a terra em questão lhe pertenceria, apesar de continuarem a subsistir dúvidas sobre se as referências a Mafalda se reportam à rainha consorte de Afonso Henriques ou à sua neta, filha de Sancho I de Portugal.[9]

Vida como rainha consorte

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A presença de Mafalda é registrada pela primeira vez em Portugal em 23 de maio de 1146, quando, junto com o marido, confirmou uma doação de sua sogra, Teresa de Leão à Ordem de Cluny.[10] Foi padroeira dos cistercienses e fundou o Mosteiro da Costa em Guimarães e uma albergaria para peregrinos, uma gafaria e uma capela na antiga vila de Canaveses (atualmente parte do concelho de Marco de Canaveses). Em Canaveses ainda sobrevive o paço real onde terá vivido, mas tendo sofrido já várias obras desde então.[10][9]

O historiador medieval inglês, Walter Map, em sua obra De nugis curialium, diz que "o rei de Portugal que agora vive", quase com certeza Afonso I, tinha sido convencido por maus conselheiros de matar sua esposa grávida por causa do ciúme. No entanto, não há outra fonte para confirmar esta história que geralmente não é aceite.[11]

Morte e sepultura

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A rainha Mafalda morreu em Coimbra, provavelmente em 3 de dezembro de 1158.[nota 1] Mafalda está sepultada no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, junto do marido.[14]

Descendência

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Segundo os Annales D. Alfonsi Portugallensium Regis, o casamento com Afonso Henriques foi celebrado em 1145, no entanto não foi até um ano depois, em maio de 1146,[15] quando ambos aparecem juntos pela primeira vez. O historiador José Mattoso cita outra fonte, "Notícias sobre a Conquista de Santarém", segundo a qual a cidade foi tomada em 15 de maio de 1147, menos de um ano após o casamento real. Devido a que naquele tempo os casamentos não podiam ser celebrados durante a quaresma, Mattoso sugere que o casamento foi celebrado em março ou abril de 1146, possivelmente no Domingo de Páscoa que naquele ano foi o 31 de março.[16]

Deste casamento nasceram:

Precedida por
Teresa de Leão
(condessa com
título de rainha)

Rainha de Portugal

11461158
Sucedida por
Dulce de Aragão
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Notas

  1. José Mattoso diz que Mafalda morreu em 4 de dezembro de 1157.[12] O historiador La Figanière menciona o mesmo dia, mas um ano depois, e cita um documento que mostra que a rainha ainda vivia em 1158.[13] O documento, arquivado na Torre do Tombo, refere-se à doação de Atouguia pelo rei Afonso e sua esposa onde o rei confirma cum uxore mea Regina domna Mahalda filia comitis Amadei et de Moriana.[3]. A Crónica dos Godos dá a data de 3 de dezembro de 1158. Maria Alegria Fernandes Marques no artigo Mafalda de Mouriana e Sabóia (1130/1133 – 1158), primeira rainha de Portugal em Portugal e o Piemonte: a casa real portuguesa e os sabóias: nove séculos de relações dinásticas e destinos políticos (XII-XX), da Imprensa da Universidade de Coimbra publicado em 2013, indica "Mesmo sabendo nós que veio a falecer em Dezembro de 1158, a rainha tem a sua última presença activa em Julho de 1157. Até ao tempo em que veio a ocorrer o seu falecimento, a chancelaria de seu marido só apresenta o nome da rainha, e apenas na invocação que dela é feita, em dois diplomas da Primavera desse ano de 1158. A partir de então, é a ausência total. D. Mafalda de Mouriana viria a falecer muito provavelmente em 3 de Dezembro de 1158".

Referências

  1. a b Rodrigues Oliveira 2010, p. 67.
  2. Mattoso 2014, p. 223-227.
  3. a b La Figanière 1859, p. 231.
  4. Fernandes Marques, Maria Alegria (2013). Imprensa da Universidade de Coimbra, ed. Mafalda de Mouriana e Sabóia (1130/1133 – 1158), primeira rainha de Portugal em Portugal e o Piemonte: a casa real portuguesa e os sabóias: nove séculos de relações dinásticas e destinos políticos (XII-XX) (PDF). Coimbra: [s.n.] 
  5. Caetano de Souza 1735, p. 65.
  6. Rodrigues Oliveira 2010, p. 69.
  7. a b Rodrigues Oliveira 2010, p. 80.
  8. Rodrigues Oliveira 2010, pp. 67–68.
  9. a b Vasconcelos, Manuel de (1935). Vila de Canaveses. Notas para a sua história. [S.l.]: Imprensa Nacional de Lisboa 
  10. a b Rodrigues Oliveira 2010, p. 75.
  11. Mattoso 2014, p. 224–225.
  12. Mattoso 2014, p. 223.
  13. Rodrigues Oliveira 2010, p. 612, n. 33.
  14. Rodrigues Oliveira 2010, p. 76.
  15. Rodrigues Oliveira 2010, p. 71.
  16. Mattoso 2014, p. 220.
  17. a b c Caetano de Souza 1735, p. 60.
  18. a b c d e Mattoso 2014, p. 226.
  19. a b c d Rodrigues Oliveira 2010, p. 79.
  20. Mattoso 2014, pp. 372-373.
  21. a b c Castro 1997, p. 297.
  22. «Congresso Histórico Internacional» 
  23. Mattoso 2014, pp. 287-288 e 290.
  24. Mattoso 2014, p. 227.
  25. Mattoso 2014, pp. 227 e 383.
  26. Rodrigues Oliveira 2010, p. 72.


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