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Batalha de Shusha (1992)

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A Captura de Shusha (em armênio/arménio: Շուշիի ազատագրումը, a Libertação de Shushi; azeri: Şuşanın işğalı, a Ocupação de Shusha) marcou a primeira vitória significativa das forças arménias no enclave do Alto Carabaque durante a Guerra do Alto Carabaque.

Na sequência do Massacre de Khojaly, o presidente azeri Ayaz Mutalibov foi forçado a resignar a 6 e Março de 1992, devido à pressão da opinião pública após o seu falhanço na protecção e evacuação da população de Khojaly. Nos meses seguintes à captura de Khojaly, os comandantes azeris que aguentavam o último bastião da região, a cidade de Shusha, começaram um bombardeamento de artilharia em grande escala com lança-rockets GRAD contra Stepanakert. Em Abril, estes ataques já tinham feito 50 000 refugiados em bunkers subterrâneos e caves.[1] Enfrentando incursões terrestres nas áreas limítrofes da cidade, os líderes militares do Alto Carabaque organizaram uma ofensiva para tomar a cidade.

A 8 de Maio uma força arménia composta por várias centenas de tropas acompanhadas por tanques e helicópteros atacou a cidadela de Shusha. Combates aguerridos ocorreram nas ruas da vila e algumas centenas de homens morreram de ambos os lados. Esmagado pela força de combate mais numerosa dos arménios, o comandante azeri em Shusha ordenou a retirada, tendo os combates terminado no dia seguinte ao início da ofensiva.[2]

A captura de Shusha teve grande impacto na vizinha Turquia, cujas relações com a Arménia tinham melhorado depois de estar ter declarado a independência da União Soviética, mas viram um novo retrocesso à medida que a Arménia foi conquistando território na região do Alto Carabaque. O grande ressentimento para com a Turquia datava ainda de antes da era Soviética, e esta inimizade provinha em parte do genocídio Arménio.[3] Muitos arménios referiam-se aos azeris como "turcos" por considerarem-nos de etnias próximas. O primeiro-ministro turco, Suleyman Demirel, afirmou ter sido intensamente pressionado pelo seu povo para fazer a Turquia intervir e ajudar o Azerbaijão, contudo, Demirel opôs-se a tal intervenção, referindo que a entrada da Turquia na guerra iria espoletar um conflito ainda maior entre muçulmanos e cristãos, visto a Turquia ter uma larga maioria muçulmana.[4] A Turquia nunca enviou tropas para o Azerbijão, mas enviou conselheiros e uma quantidade importante de ajuda militar. Em Maio de 1992 o comandante militar das forças da CEI, Marechal Yevgeny Shaposhnikov, emitiu um aviso aos países ocidentais, especialmente aos Estados Unidos, para não interferirem no conflito do Cáucaso; afirmando que isso iria "colocar-nos [a Comunidade] à beira de uma Terceira Guerra Mundial e isso não pode ser permitido".[5]

Um contingente checheno, liderado por Shamil Basayev, foi uma das unidades a participar no conflito. De acordo com o Coronel Azer Rustamov do Azerbaijão, em 1992, "centenas de voluntários chechenos deram-nos uma ajuda difícil de avaliar nestas batalhas lideradas por Shamil Basayev e Salman Raduev". Disse-se que Basayev foi um dos últimos guerreiros a abandonar Shusha. Basayev confirmou posteriormente que, durante a sua carreira, ele e o seu batalhão só tinham sido derrotados uma vez e que a derrota ocorreu no Carabaque em confrontos com o “batalhão Dashnak”, afirmando também que tirou os seus mujahidin do conflito quando a guerra parecia ser mais por nacionalismo que por religião.

Referências

  1. Carney, James (13 de Abril de 1992). «Former Soviet Union Carnage in Karabakh». TIME. Consultado em 13 de abril de 2006 
  2. Melkonian, Markar (2005). My Brother's Road, An American's Fateful Journey to Armenia. New York: I. B. Tauris. ISBN 1-85043-635-5 
  3. Chorbajian, Levon (2001). The Making of Nagorno-Karabagh: From Secession to Republic. New York: Palgrave MacMillan. pp. 161, 213. ISBN 0333773403 
  4. Rubin, Barry; Kemal Kirisci (2001). Lynne Rienner, ed. Turkey in World Politics: An Emerging Multiregional Power. Boulder, Co: [s.n.] 175 páginas. ISBN 1-55587-954-3 
  5. Croissant, Michael P. (1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications. London: Praeger. ISBN 0-275-96241-5 
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