Carcinoma de células escamosas da pele
Carcinoma espinocelular | |
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O carcinoma espinocelular da pele tende a surgir a partir de lesões pré-malignas. A superfície é geralmente escamosa e muitas vezes forma úlceras (imagem). | |
Sinónimos | Carcinoma de células escamosas cutâneo (cSCC), epitelioma espinocelular, carcinoma epidermoide |
Especialidade | Dermatologia, cirurgia plástica, otorrinolaringologia |
Sintomas | Nódulo duro com superfície escamosa ou ulceração.[1] |
Fatores de risco | Radiação ultravioleta, ceratose actínica, pele clara, exposição ao arsénico, radioterapia, imunodeficiência, infeção por vírus do papiloma humano[2] |
Método de diagnóstico | Biópsia[2][3] |
Condições semelhantes | Queratoacantoma, ceratose actínica, melanoma, verrugas, carcinoma basocelular[4] |
Prevenção | Diminuir a exposição à radiação UV, protetor solar[5][6] |
Tratamento | Remoção cirúrgica, radioterapia, quimioterapia[2][7] |
Prognóstico | Geralmente bom[5] |
Frequência | 2,2 milhões (2015)[8] |
Mortes | 51.900 (2015)[9] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | C44 |
CID-9 | 199 |
MedlinePlus | 000829 |
eMedicine | derm/401 |
MeSH | D002294 |
Leia o aviso médico |
Carcinoma espinocelular ou carcinoma de células escamosas é um dos principais tipos de cancro da pele, a par do carcinoma basocelular e do melanoma.[10] Geralmente apresenta-se na forma de um nódulo duro na pele com superfície escamosa, embora possa também formar uma úlcera.[1] A doença desenvolve-se ao longo de meses.[4] O carcinoma espinocelular tem maior probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo do que o carcinoma basocelular.[11]
O maior fator de risco é uma elevada exposição à radiação ultravioleta emitida pelo Sol.[2] Entre outros fatores de risco estão cicatrizes na pele, feridas crónicas, ceratose actínica, pele clara, doença de Bowen, exposição ao arsénico, radioterapia, imunodeficiência, antecedentes de carcinoma basocelular e infeção por vírus do papiloma humano.[2][12] O risco decorrente de radiação UV está relacionado com a exposição total, e não com a exposição inicial.[13] As camas de bronzeamento estão-se a tornar uma fonte comum de radiação UV.[13] O cancro espinocelular tem origem nas células escamosas da pele.[14] O diagnóstico baseia-se geralmente num exame da pele e pode ser confirmado com uma biópsia.[2][3]
A diminuição da exposição a radiação UV e a utilização de protetor solar aparentam ser métodos eficazes para prevenir o cancro espinocelular da pele.[5][6] O tratamento mais comum é a remoção cirúrgica.[2] Quando o cancro é pequeno, a remoção pode ser feita com uma simples excisão. Noutros casos, está recomendada a cirurgia de Mohs.[2] Entre outras opções de tratamento estão a criocirurgia e a radioterapia.[7] Nos casos em que há metástases, podem ser usadas quimioterapia ou biofármacos.[7]
Em qualquer momento de 2015, cerca de 2,2 milhões de pessoas tinham um carcinoma espinocelular.[8] Cerca de 20% de todos os casos de cancro da pele são carcinomas espinocelulares.[15] Cerca de 12% dos homens e 7% das mulheres nos Estados Unidos desenvolvem carcinoma espinocelular em determinado momento da vida.[2] Embora o prognóstico seja geralmente bom, quando ocorrem metástases a taxa de sobrevivência a cinco anos é de cerca de 34%.[4][5] Em 2015, a doença foi a causa de 51 900 mortes em todo o mundo.[9] A idade mais comum de diagnóstico são os 66 anos.[4] As pessoas cujo tratamento foi bem sucedido apresentam um risco acrescido de vir a desenvolver novos episódios.[2]
Sinais e sintomas
[editar | editar código-fonte]O CCE geralmente começa como uma crosta vermelha e escamosa ou como um nódulo firme vermelho ou como uma úlcera elevada. Geralmente é áspero e forma uma crosta que pode coçar e sangrar quando raspado. Cresce lentamente e pode se tornar doloroso.[16]
Causas
[editar | editar código-fonte]A exposição freqüente à luz do sol direta e forte, sem a protetor solar adequada é o principal fator de risco para os cânceres de pele. É o segundo tipo de câncer de pele mais comum, perdendo apenas para o carcinoma de células basais.
O vírus do papiloma humano (HPV) está associado ao CCE na boca, faringe, pulmão, dedos e região anogenital.[18]
Fatores de risco
[editar | editar código-fonte]Os fatores de risco são similares aos de outros cânceres de pele[16]:
- Exposição prolongada aos raios ultravioletas do sol;
- Camas e lâmpadas de bronzeamento;
- Exposição a longo prazo a cancerígenos como arsênico;
- Infecção por HPV;
- Imunodeficiência;
- Exposto à radiação ionizante;
- Histórico familiar de câncer de pele;
- Mais de 50 anos;
- Pele clara, especialmente loiros de olhos claros.
Diagnóstico
[editar | editar código-fonte]É diagnosticado por uma biópsia de pele, com incisão ou excisão, pois raspado não é sensível nem específico. Se completamente extraído e não se percebem linfonodos com metástase pode estar tratado antes mesmo do diagnóstico.[16]
Histologia
[editar | editar código-fonte]O carcinoma de células escamosas surge da multiplicação descontrolada de células do epitélio e podem conter queratina e redes de filamentos ou desmossomos. Existem 6 sub-tipos: Adenoide, basaloide, células claras, células espinosas, células em anel de sinete e pleomórfico.
-
CCE Adenoide
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CCE Basaloide
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CCE de células claras
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CCE de células espinosas
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Carcinoma com células em anel de sinete
-
Pleomórfico, pobremente diferenciado, sem queratina.
Tratamento
[editar | editar código-fonte]O carcinoma de células escamosas inicialmente pode ser removido completamente com uma pequena cirurgia, com anestesia local, que pode ser feito em um consultório médico ou clínica hospitalar. A cirurgia micrográfica de Mohrs é eficiente em 94% dos casos. Quando aparece na pele inicialmente pode ser tratado com um creme ou gel de 5-fluorouracil (5-FU) ou imiquimod, assim como outros carcinomas superficiais não-melanomas. Casos avançados, por outro lado, precisam de tratamento com radioterapia e quimioterapia.[19]
Epidemiologia
[editar | editar código-fonte]O câncer de pele é o câncer mais comum do Brasil (cerca de 25% de todos os cânceres) e o carcinoma de células escamosas representa 20% dos cânceres de pele. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou, para o ano de 2006, 116.640 novos casos de câncer da pele não-melanoma. Em Santa Catarina a incidência de carcinoma de células escamosas da pele foi de 51 por cada 100.000 habitantes no ano 2000, de 71,16 por cada 100.000 em 2003 e de 94,39 por cada 100.000 em 2006, indicando um rápido aumento similar a tendência mundial. Não houve predomínio de gênero. A face foi o local de acometimento mais frequente.[21]
Referências
- ↑ a b Lynne M Dunphy (2011). Primary Care: The Art and Science of Advanced Practice Nursing. [S.l.]: F.A. Davis. p. 242. ISBN 9780803626478. Cópia arquivada em 20 de maio de 2016
- ↑ a b c d e f g h i j Gandhi, SA; Kampp, J (novembro de 2015). «Skin Cancer Epidemiology, Detection, and Management.». The Medical clinics of North America. 99 (6): 1323–35. PMID 26476255
- ↑ a b «Skin Cancer Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 21 de junho de 2017. Consultado em 2 de julho de 2017. Cópia arquivada em 4 de julho de 2017
- ↑ a b c d Ferri, Fred F. (2016). Ferri's Clinical Advisor 2017 E-Book: 5 Books in 1 (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1199. ISBN 9780323448383. Consultado em 2 de julho de 2017. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2017
- ↑ a b c d World Cancer Report 2014. [S.l.]: World Health Organization. 2014. pp. Chapter 5.14. ISBN 9283204298
- ↑ a b Jou, PC; Feldman, RJ; Tomecki, KJ (junho de 2012). «UV protection and sunscreens: what to tell patients.». Cleveland Clinic journal of medicine. 79 (6): 427–36. PMID 22660875. doi:10.3949/ccjm.79a.11110
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- ↑ a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1
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