Carnallita
Carnallita | |
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Cristais de carnallita | |
Categoria | Haleto |
Cor | Azul, incolor, amarelo, branco, vermelho |
Fórmula química | KCl.MgCl2·6(H2O) |
Propriedades cristalográficas | |
Sistema cristalino | Ortorrômbico |
Hábito cristalino | Fibroso |
Classe de simetria | Dipiramidal |
Macla | Por pressão, lamelas gêmeas polissintéticas podem ser desenvolvidas |
Propriedades ópticas | |
Índice refrativo | nα = 1.467 nβ = 1.476 nγ = 1.494 |
Birrefringência | Transparente para translúcido |
Propriedades ópticas | Biaxial (+) |
Propriedades físicas | |
Peso molecular | 277.85 g/mol |
Peso específico | 1.6 |
Densidade | 1.598 g/cm3 |
Clivagem | Nenhuma |
Fratura | Concoidal |
Brilho | Gorduroso |
Risca | Branca |
Referências | [1][2][3][4] |
A carnallita (ou carnalita) é um mineral evaporito, um cloreto duplo de potássio e magnésio hidratado com a fórmula química: KMgCl3·6(H2O).
Ocorre em associação com uma sequência de minerais evaporitos de potássio e magnésio, como silvita, cainita, halita e kieserita. É um mineral de cloreto duplo incomum que só se forma sob condições ambientais específicas em um mar em evaporação ou em bacias sedimentares, como o Mar Morto. É extraído para a obtenção de potássio e magnésio e ocorre nos depósitos de evaporito de Carlsbad, Novo México; na Bacia do Paradoxo em Colorado e Utah; em Stassfurt, Alemanha; na Bacia de Perm, Rússia; e na Bacia Williston em Saskatchewan, Canadá.[4] No Brasil, o mineral é encontrado nas regiões Norte e Nordeste, com maior concentração no estado de Sergipe.[5]
Carnallita foi descrita pela primeira vez em 1856, de depósitos encontrados em Stassfurt, Saxônia-Anhalt, Alemanha. O mineral foi nomeado em homenagem a engenheiro de minas prussiano, Rudolph von Carnall (1804-1874).[4]
Composição
[editar | editar código-fonte]A fórmula química do mineral carnallita é KMgCl3·6(H2O). Espécimes sintéticos de cristal de carnalita podem ser produzidos a partir de 1,5 mols percentuais KCl e 98,5 mols percentuais MgCl2·6H2O pela cristalização a 25 °C.[6] Sua densidade é 1,602 g/cm3.[6] Também pode ser produzida por trituração da combinação de cloreto de magnésio hidratado e cloreto de potássio.[7]
Propriedades físicas
[editar | editar código-fonte]O índice de refração da carnallita varia de 1,467 a 1,494.[8]
Normalmente maciça ou granular, seus cristais individuais são pseudo-hexagonais e tabulares, mas extremamente raros.[9] É um mineral variavelmente colorido, geralmente incolor a branco, avermelhado, raramente amarelo e azul. Sua cor pode ser vermelha como resultado de inclusões de hematita (Fe2O3).[8] O mineral também é deliquescente (absorve a umidade do ar circundante) e extremamente solúvel em água.[10]
Os indicadores de campo da carnalita são o ambiente de formação, a ausência de clivagem e a fratura. Outros indicadores podem ser densidade, sabor, associações a minerais locais. Seu sabor é amargo. É fluorescente, mas é capaz de ser fosforescente. O potássio que a carnalita contém se funde facilmente com a chama, criando uma cor violeta.[8]
Ocorrência geológica
[editar | editar código-fonte]As associações minerais com base em algumas propriedades físicas incluem, mas não se limitam a, halita, anidrita, dolomita, gesso, cainita, cieserita, polihalita e silvita.[11][12]
Minerais de carnallita são sedimentos minerais conhecidos como evaporitos. Seu ambiente de formação são bacias fechadas sujeitas a evaporação intensa, onde a entrada de água deve estar abaixo dos níveis de evaporação ou uso.[13] No Brasil, são encontrados depósitos evaporíticos nas principais bacias sedimentares,[14] onde a carnallita é observada com frequência; como a bacia sedimentar de Sergipe (período Cretáceo) e nas bacias amazônica e do Parnaíba (Paleozóico).[15]
Usos
[editar | editar código-fonte]A carnallita é utilizada principalmente na indústria de fertilizantes. É uma fonte importante de potássio e, em menor escala, de magnésio.[11]
Referências
- ↑ «Carnallite». Mineralien Atlas
- ↑ «Carnallite». Webmineral data
- ↑ «Carnallite» (PDF). Handbook of Mineralogy
- ↑ a b c «Carnallite». Mindat
- ↑ Tavares, Jaciomar Alves (2018). «Cristalização e separação de KCI a partir de carnalita: síntese de processo, simulação e viabilidade econômica»
- ↑ a b Schlemper, E. O., P. K. Gupta, and Tibor Zoltai. (1985) Refinement of the Structure of Carnallite, Mg(H2O)6KCL3. American Mineralogist 70,1309–1313.
- ↑ Shoval, S., S. Yariv. (1998) Formation of Carnallite Type Double Salts by Grinding Mixtures of Magnesium and Alkali Halides with the Same Anions. Journal of Thermal Analysis 51, 251–263
- ↑ a b c Mottana, Annibale.; Crespi, Rodolfo.; Liborio, Giuseppe.; Prinz, Martin.; Harlow, George E.; Peters, Joseph, (1978). «Simon and Schuster's Guide to rocks and minerals». p. 132. ISBN 9780671244170
- ↑ Blatt, Harvey; Tracy, Robert; Owens, Brent (2006). Petrology: igneous, sedimentary, and metamorphic. [S.l.]: Macmillan. ISBN 0-7167-3743-4
- ↑ «Sais metálicos». UFPR
- ↑ a b Anthony, John W (1997). Handbook of mineralogy. Vol. 3: Halides, hydroxides and oxides. [S.l.]: Mineral Data Pub.
- ↑ Skinner, BJ (1979). «An issue devoted to phosphate, potash, and sulfur; Preface». Economic Geology. 74 (2). 191 páginas. ISSN 1554-0774
- ↑ Melvin, JL (1991). Evaporitos, os recursos petrolíferos e minerais. Amsterdam: Elsevier
- ↑ Suguio, K. (2003). Geologia sedimentar. [S.l.]: Blucher. ISBN 978-85-212-1490-8
- ↑ Souza, J.S.I.; Peixoto, A.M.; de Toledo, F.F. (1995). Enciclopédia agrícola brasileira: E-H. Col: Enciclopédia agrícola brasileira. [S.l.]: Edusp. ISBN 978-85-314-0584-6