Decapitação
Decapitação, degolação[1][2] ou degola[3][4] é a remoção da cabeça de um ser vivo, de forma acidental ou intencional. Pode acontecer por acidente, através de uma explosão, acidente automobilístico ou industrial ou outro acidente violento. Enquanto método de execução, a decapitação intencional recorre a um instrumento cortante, como faca, espada, machado, guilhotina ou foice, sendo essas ferramentas as mais próprias para essa prática.
A separação da cabeça do resto do corpo resulta invariavelmente em morte nos humanos: a rápida perda de sangue tanto da cabeça quanto do corpo causa uma queda drástica da pressão sanguínea, seguida de perda de consciência e morte cerebral em segundos.
As leis nacionais da Arábia Saudita, Iémen e Qatar permitem a decapitação; contudo, na prática, a Arábia Saudita e o Irão são os únicos países que continuam a decapitar regularmente os condenados como punição por alegados crimes.[5][6]
Menos frequentemente, a decapitação pode também referir-se à remoção da cabeça de um corpo que já está morto. Isto pode ser feito para tomar a cabeça como troféu, para exibição pública, para tornar o falecido mais difícil de identificar, ou por diversas outras razões.
Pena de morte
[editar | editar código-fonte]A decapitação foi largamente utilizada na Europa como pena de morte, mas nem sempre com caráter político, mas muitas vezes por causas religiosas. Em algumas culturas, como a Roma e a Grécia antigas, a decapitação era considerada a forma mais honrosa de morte.[7] Costumeiramente, a pena de morte por decapitação era reservada geralmente para reis, nobres e líderes de rebeliões. Na atualidade ainda é utilizado na Arábia Saudita com o uso de espadas.[6] Na Índia bruxas são decapitadas por trazer má sorte e doenças.[8]
Tempo de consciência
[editar | editar código-fonte]Embora a execução na guilhotina seja realizada de forma rápida, estudos apontam que o cérebro do executado pode permanecer consciente por até 25 segundos após a decapitação.[9][10]
Decapitações na Arábia
[editar | editar código-fonte]É comum associar decapitações nos tempos contemporâneos aos países árabes. São existentes muitos vídeos na internet em que estão presentes extremistas islâmicos e rebeldes, isso pode se dar ao fato da tradição árabe de execução por este modo, pois como maior parte da Arábia é deserta e a forma de locomoção mais usada era e ainda é por animais, o melhor modo de comprovar a morte de alguém é mostrando sua cabeça. Porém, ainda hoje, esta tradição é costumeira em países como Síria, Tunísia, Paquistão, Líbia e Arábia Saudita onde é permitida a execução de condenados, com o uso de espadas. Os principais motivos destes atos são a intolerância religiosa, xenofobia, questões políticas como a Guerra Civil Síria e o terrorismo.
Decapitações no Brasil
[editar | editar código-fonte]Não são raros os casos de decapitações no Brasil, ocorrem em rebeliões prisionais, execuções perpetradas pelo crime organizado,[11] revoltas populares e linchamento. O caso mais antigo de decapitação nas Américas é datado de cerca de 9 000 anos atrás.[12] O crânio foi encontrado por arqueólogos no sítio arqueológico Lapa do Santo, no centro-leste do Brasil, e é 6 000 anos mais velho que a mais antiga decapitação confirmada na América do Sul.[13]
Caso Mike
[editar | editar código-fonte]Entre 1945 e 1947 foi observado um frango decapitado que sobreviveu por dois anos sem cabeça.
Decapitações célebres
[editar | editar código-fonte]- Orebe (1245 a.C)
- Zeebe (1245 a.C.)
- Marco Túlio Cícero (43 a.C)
- João Batista (27 d.C.)
- Santiago Maior (44 d.C.)
- São Paulo (67 d.C.)
- Cosme e Damião
- Cosroes II (628)
- Conradino da Germânia (1268)
- Thomas Müntzer (1525)
- Tomás Moro (1535)
- Ana Bolena (1536)
- Jorge Bolena (1536)
- Catarina Howard (1542)
- Maria da Escócia (1587)
- Carlos I de Inglaterra (1649)
- Luís XVI de França (1793)
- Maria Antonieta (1793)
- Antoine Lavoisier (1794)
- André Chénier (1794)
- Sante Caserio (1894)
- Daniel Pearl (2002)
- Nick Berg (2004)
- Barzan Ibrahim al-Tikriti (2007)
- James Foley (2014)
- Samuel Paty (2020)
Referências
- ↑ «degolação». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «degolação». Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa. www.aulete.com.br. Lexikon Editora Digital
- ↑ «degola». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «degola». Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa. www.aulete.com.br. Lexikon Editora Digital
- ↑ «Iran:Vilations of Human Rights 1987-1990» (PDF). Amnistia Internacional. 1990
- ↑ a b «Veja 10 tipos de pena de morte». Terra. Consultado em 9 de dezembro de 2022
- ↑ An Introduction to Comparative Legal Models of Criminal Justice por Cliff Roberson, Dilip K. Das (2008)
- ↑ Why witches are still being beheaded in India por Nimisha Jaiswal no "GlobalPost" (2015)
- ↑ «Are Humans Still Briefly Conscious After Decapitation?». Discover Magazine (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2023
- ↑ «How long does the brain remain conscious after decapitation?». The Independent (em inglês). 6 de maio de 2019. Consultado em 13 de novembro de 2023
- ↑ «Homem é esquartejado e decapitado no bairro Passo das Pedras, zona norte de Porto Alegre». ZH 2014
- ↑ «Oldest decapitation in New World dates back 9000 years». www.science.org (em inglês). Consultado em 9 de dezembro de 2022
- ↑ Strauss, André; Oliveira, Rodrigo Elias; Bernardo, Danilo V.; Salazar-García, Domingo C.; Talamo, Sahra; Jaouen, Klervia; Hubbe, Mark; Black, Sue; Wilkinson, Caroline (23 de set de 2015). «The Oldest Case of Decapitation in the New World (Lapa do Santo, East-Central Brazil)». PLOS ONE (em inglês) (9): e0137456. ISSN 1932-6203. PMC 4580647. PMID 26397983. doi:10.1371/journal.pone.0137456. Consultado em 9 de dezembro de 2022