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Marilene Villas-Boas

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(Redirecionado de Marilene Villas-Boas Pinto)
Marilene Villas-Boas
Marilene Villas-Boas
Nascimento 8 de julho de 1948
Rio de Janeiro, Brasil
Morte 3 de abril de 1971 (22 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileira
Ocupação guerrilheira

Marilene Villas-Boas Pinto (Rio de Janeiro, 8 de julho de 1948 - Rio de Janeiro, 3 de abril de 1971) foi uma guerrilheira brasileira, integrante da luta armada contra a ditadura militar brasileira entre 1964-1985. Nesse período, recebeu o codinome de Índia.

Descendente do Barão de Nova Friburgo, filha do neurocirurgião Feliciano Pinto e de Avelina Villas-Boas Pinto, ex-estudante de Psicologia na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, sua militância estudantil a fez ser perseguida pelo regime militar, o que a levou a entrar na clandestinidade, passando a integrar a organização de extrema-esquerda Aliança Libertadora Nacional (ALN) e posteriormente o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).[1]

Seu confronto com as forças da repressão se deu na noite de 2 de abril de 1971, no 'aparelho' ocupado por ela e seu companheiro, Mário Prata, numa rua do bairro de Campo Grande, subúrbio do Rio de Janeiro.

Um cabo pára-quedista morador da rua Niquelândia, naquele bairro, desconfiava do comportamento do casal de vizinhos e levou o caso a seus superiores. Durante o dia, quando o casal se ausentou da residência, homens da Brigada Aeroterrestre entraram na casa e descobriram ser um aparelho. No local, encontraram um arsenal, composto de uma sub-metralhadora, três fuzis, três pistolas, duas granadas e três quilos de explosivos.[2] Por volta das 23 horas, dezenas de agentes tocaiavam a casa quando o casal apareceu, num táxi. O comandante da operação, major José Júlio Toja Martinez Filho parou o táxi e pediu os documentos do casal. Marilene, de dentro dele, abriu a bolsa, puxou um revólver e atirou no militar, matando-o com um tiro no tórax. No tiroteio que se seguiu, Prata foi morto e Marilene ferida.[3]

Entregue pelos militares aos agentes do DOPS, mesmo ferida no tiroteio Marilene foi torturada até ser morta com um tiro no pulmão. Provavelmente, sua tortura e assassinato se deu na Casa da Morte, local clandestino de tortura na cidade serrana de Petrópolis[3] sendo identificada por outra guerrilheira prisioneira no local, Inês Etienne Romeu,[1] em depoimento dado ao processo do CDDPH no Ministério da Justiça, em 1997.[4] O que aconteceu com Marilene na tortura chocou os pára-quedistas companheiros de Toja. Segundo relataria quatorze anos depois o coronel Idyno Sardenberg, "os pára-quedistas não tiveram nada a ver com o que fizeram com ela. No caixão, estava arrumada, estava inteira. Mas era enfeite" [5]

Seu atestado de óbito dá sua morte como 3 de abril de 1971, aos 22 anos de idade, no HCE (Hospital Central do Exército). Seu corpo foi enterrado em caixão lacrado em 5 de abril pela família, no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio, entre provocações de militares à paisana à familiares e amigos.[1]

Seu nome hoje batiza uma rua na cidade de São Paulo.[6]

Referências

  1. a b c «Marilene Vilas-Boas Pinto». Grupo Tortura Nunca Mais. Consultado em 25 de junho de 2011 
  2. Gaspari, Elio. «A matança». In: Companhia das Letras. As Ilusões Armadas:a Ditadura Escancarada. 2002 1ª ed. [S.l.: s.n.] pp. pg.381. ISBN 8535902996 
  3. a b Gaspari, pg.381
  4. «MARILENA VILLAS BOAS PINTO (1948-1971)». Consultado em 25 de junho de 2011. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013 
  5. Gaspari, pg.382
  6. «Rua Marilene Vilas-Boas Pinto». consultarcep.com.br. Consultado em 25 de junho de 2011