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Mercedario

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Mercedario
Mercedario
Mercedario
Mercedario está localizado em: Chile
Mercedario
Coordenadas 31° 58' 44" S 70° 6' 46" O
Altitude 6 710 m (22 014 pés)
Proeminência 3 333 m
Isolamento 75,14km km
Localização Provincia de San Juan  Argentina
Cordilheira Andes
Primeira ascensão 18 de janeiro de 1934 por Adam Karpiński e Wiktor Ostrowski  Polónia
Rota mais fácil Nordeste

O Mercedário é uma montanha localizada na província de San Juan na Argentina, a 100 km ao norte do Aconcágua, sendo considerado o oitavo pico mais alto dos Andes, mas ainda existem incertezas com relação à sua altura correta.

As medições de altura durante os séculos 19 e 20 resultaram em cerca de 6800m acima do nível do mar (6797m (Pissis, 1875)[1], 6770m (Steffen, 1905)[2], 6800m (Daszynski, 1934)[3]). Os dados SRTM em uma versão anterior a 2006 mostraram um valor máximo de 6701m, ou seja 6668m (33m a menos utilizando o modelo geoide EGM96). O Instituto Geográfico Nacional argentino indicou uma altura de cume de 6770m em 2022[4]. O valor de 6710m aqui utilizado é informado por Biggs (2022)[5].

Geografia e Geomorfologia

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O Mercedário (assim como o Aconcágua, e o Tupungato) pertencem à chamada Cordilheira Central dos Andes, na Serra da Ramada. Neste local, a maioria das maiores montanhas são formadas por movimentos tectônicos, mais especificamente do fenômeno de subducção da placa de Nazca sob a placa Sulamericana.[6] Na mesma serra encontram-se ainda outras duas montanhas, o Ramada (6384m) e o La Mesa (6180m).

Clima e Vegetação

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O Mercedario encontra-se em uma área classificada climaticamente como semiárido subtropical.[7] A precipitação média anual é inferior a 500mm e está sujeita a grandes flutuações. Na parte alta, a temperatura média em janeiro é estimada em -6 °C a -11 °C. A vegetação esparsa sobe até cerca de 5.700m onde há água líquida no verão. Graças ao pequeno número de vsitantes, é mais fácil a obsevação de guanacos, lebres, condores entre outras espécimes. Existem duas grandes geleiras. A geleira na face norte, chamada La Ollada ou La Hoyada e a grande geleira no lado sudeste é chamada de Caballito.

Presença pré-hispânica

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Existem ruinas e artefatos de civilizações pre-colombianas em várias montanhas dos Andes, indicando serem locais de ritos religiosos[8]. As encostas do Mercedário possuem um importante complexo cerimonial de alta montanha incluindo uma instalação logística chamada "Tambería de Pircas de Indios" na encosta inferior a cerca de 5300 m, e estruturas cerimoniais na cota de 6400m, todos datados de 1470 a 1530, constituindo-se, provavelmente num dos mais importantes centros cerimoniais do extremo sul do império inca.[9]

San Martin e o Exército dos Andes

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Entre janeiro e fevereiro de 1817, no evento conhecido como Travessia dos Andes, o General San Martin à frente de 5000 soldados invadiu o Chile a partir da Argentina durante as guerras de independência.[10]. Nessa travessia foi utilizado o Paso del Espinacito, a 4476m, localizado ao sul da Serra da Ramada, a cerca de 20 km em linha reta do Mercedario.

Após a ocupação espanhola, não houve exploração por mais de 400 anos. Na primeira expedição polonesa,  Victor Ostrowski e Adam Karpiński chegaram ao cume em 18 de janeiro de 1934[3]. Outras expedições da primeira metade do século XX foram feitas por argentinos em 1946 e 1949[11].

A via normal é considerada de dificuldade baixa, sem desafios técnicos, mas deve ser considerada a extrema altitude, a existência de ventos fortes de oeste e as baixas temperaturas. A melhor época para a escalada é de dezembro a março, e a via normal parte da vila de Barreal, de onde a aproximação deve ser feita em veículo 4x4.  Há a necessidade de registro na empresa mineira localizada em Las Juntas[12]. O acampamento base é normalmente feito no Refúgio Laguna Blanca, com dois ou três acampamentos superiores.

Referências

  1. Pissis, Aimé (1875). Geografía física de la República de Chile (em espanhol). [S.l.]: Instituto geográfico de Paris, C. Delagrave 
  2. Steffen, Hans (1905). «Neue Forschungen in den chilenisch-argentinischen Hochkordilleren». Geographische Zeitschrift (1): 39–51. ISSN 0016-7479. Consultado em 26 de abril de 2023 
  3. a b Daszynski, S.W. (1934). «A Polish Expedition to the High Andes». The Geographical Journal. 84 (3): 215-223. Consultado em 26 de abril de 2023 
  4. «Alturas y Depresiones Máximas | Instituto Geográfico Nacional». www.ign.gob.ar. Consultado em 26 de abril de 2023 
  5. «The Andes a guide for climbers | WorldCat.org». www.worldcat.org. Consultado em 26 de abril de 2023 
  6. Evenstar, Laura A.; Stuart, Finlay M.; Hartley, Adrian J.; Tattitch, Brian (28 de outubro de 2015). «Slow Cenozoic uplift of the western Andean Cordillera indicated by cosmogenic 3 He in alluvial boulders from the Pacific Planation Surface: SLOW CENOZOIC UPLIFT OF THE ANDES». Geophysical Research Letters (em inglês) (20): 8448–8455. doi:10.1002/2015GL065959. Consultado em 26 de abril de 2023 
  7. Beliveau, Guillermo Tamburini (2018). «Magnitudes y caracterı́sticas de los procesos geodinámicos en el ambiente glacial y periglacial del Cordón de la Ramada (Andes Centrales argentinos) mediante técnicas de teledetección.» (em inglês). doi:10.13140/RG.2.2.32084.24968/1. Consultado em 26 de abril de 2023 
  8. AM, Pedro Hauck-Equipe (20 de fevereiro de 2016). «Antes dos Primeiros: O montanhismo dos Incas». AltaMontanha. Consultado em 26 de abril de 2023 
  9. Ceruti, María Constanza. «Panorama de los santuarios Inca de alta montaña en Argentina.» (PDF). Arqueología y Sociedad (18). Consultado em 26 de abril de 2023 
  10. «Independência do Chile: Estratégia militar garantiu libertação». educacao.uol.com.br. Consultado em 26 de abril de 2023 
  11. «Cerro Mercedario - Andeshandbook». www.andeshandbook.org. Consultado em 26 de abril de 2023 
  12. «MERCEDÁRIO | Waldemar Niclevicz». Consultado em 26 de abril de 2023 

Ligações externas

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