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Barbatimão-verdadeiro

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Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Angiospermas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Género: Stryphnodendron
Nome binomial
Stryphnodendron adstringens
Mart.
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O barbatimão-verdadeiro, ou ainda barba-de-timão, casca-da-virgindade ou apenas barbatimão[1] (Stryphnodendron adstringens, Stryphnodendron barbadetiman(Vell.), Acacia adstringens(Mart.), Mimosa barbadetiman(Vell.), Mimosa virginalis(Arruda) ) é uma espécie de planta pertencente à família Fabaceae, é uma árvore pequena, hermafrodita, decídua, de tronco tortuosos e cada rugosa espessa e de cor clara. As folhas são alternadas, compostas bipinadas com cerca de cinco a oito pares de pinas, os foliólulos são arredondados e ovalados. Seus frutos são vagens grossas, carnosas de cor castanho-claras com muitas sementes de cor parda, a floração é em setembro.[1] É nativa do cerrado brasileiro encontrada em vários estados brasileiros como: Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em outros estados em menor quantidade.[2] É tóxica para bovinos[3] e herbívoros em geral[4]

É de especial interesse pela indústria do couro por conter tanino.[5]Por conter tanino, o barbatimão observou-se como tendo grande potencial de utilização para produção de painéis compensados sem que necessite da associação com o adesivo fenol-formaldeído.[6]

Uso medicinal

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O barbatimão é uma das plantas medicinais mais usadas no Brasil o que tem incentivado vários estudos. Um estudo de 2007 concluiu que o extrato de barbatimão tem efeito de reduzir a sensação da dor,[7] O extrato hidroalcoólico de barbatimão apresentou atividade contra cepas de Staphylococcus aureus o que pode ser uma alternativa para o tratamento de infecções causadas por estes microrganismos.[8] e pode atuar como neutralizante de picaduras da cobra Bothrops pauloensis[9]

As cascas do caule atribui-se ação adstringente e anti-séptica, sendo usadas na forma de decocto, por via oral, em casos de blenorreia, hemorragias, úlceras e uretrites,[10] externamente pode ser usada no tratamento de feridas ulcerosas e pele oleosa[11] Por sua propriedade adstringente e estíptica, a planta é conhecida como "casca da virgindade" s.[11][12]

O extrato alcoólico da casca do caule é recomendado para tratar inflamações de garganta, diarreia, corrimento vaginal.[11] e mesmo contra a calvície : costuma-se usar o macerado de folhas em água, com cascas e raízes picadas diretamente no local. Outras propriedades atribuídas a planta pela medicina popular são: cicatrizante, hemostático, no tratamento de feridas, contra diarreias e para "limpar" o útero após o parto.[1]

O creme feito a partir do extrato de Stryphnodendron adstringens está registrado na ANVISA no Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira.[13][14]

Referências

  1. a b c Beatriz Castro Maroni; Luiz Claudio di Stasi; Silvia Rodrigues Machado. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu: guia ilustrado. UNESP; 2006. ISBN 978-85-7139-667-8. p. 112.
  2. Manoel Cláudio da Silva Júnior; Gilmar Correia dos Santos. 100 árvores do cerrado: guia de campo. Redede Sementes do Cerrado; 2005. ISBN 978-85-7238-158-1.
  3. D. Jesse Wagstaff. International Poisonous Plants Checklist: An Evidence-Based Reference. Taylor & Francis; ISBN 978-1-4200-6253-3. p. 382–383.
  4. Marilise Escobar Bürger et al, Investigação da atividade abortiva e/ou infertilizante de Stryphnodendron adstringens (Mart. Coville), 1999
  5. Julio Seabra Inglez Souza. Enciclopédia agrícola brasileira: S-Z. EdUSP; 1995. ISBN 978-85-314-0987-5. p. 161.
  6. Carvalho, Amélia Guimarães, Utilização de adesivos tânicos de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville em painéis de madeira reconstituída, 2013-02-21
  7. MELO, Juliana Oliveira de et al. Effect of Stryphnodendron adstringens (barbatimão) bark on animal models of nociception. Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2007, vol.43, n.3 ISSN 1516-9332
  8. Ferreira, Sávio Benvindo et al, Avaliação da Atividade Antimicrobiana in vitro do extrato hidroalcóolico de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville sobre isolados ambulatoriais de Staphylococcus aureus*, Sociedade Brasileira de Análises Clínicas
  9. Malson Neilson de Lucena, Mirian Machado Mendes, Maria Inês Homsi Brandeburgo, Avaliação da estabilidade da pomada à base de Stryphnodendron adstringens (mart.) conville e sua eficácia na neutralização dos efeitos locais induzidos pela peçonha de Bothrops pauloensis
  10. Rodrigues & Carvalho, 2001
  11. a b c Harri Lorenzi; Francisco José de Abreu Matos. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora; 2002. ISBN 978-85-86714-18-4.
  12. Semíramis Pedrosa de Almeida. Cerrado: Ambiente E Flora. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados, Ministério da Agricultura e do Abastecimento; ISBN 978-85-7075-008-2.
  13. Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira, p.119
  14. ANVISA, Barbatimão
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