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Tratado do Gulistão

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 Nota: Para outros significados, veja Gulistão.
Tratado de Gulistão
Tratado de Gulistão
Tratado de Paz entre a Rússia Imperial e o Império Persa
Tratado do Gulistão
Fronteira entre a Rússia e a Pérsia antes e depois do Tratado.
Local de assinatura Gulistão
Signatário(a)(s) Nikolai Rtischev (Rússia)
Mirza Abolhassan Cã Ilchi (Pérsia)
Partes Império Russo
Pérsia
Em vigor 24 de Outubro de 1813

O Tratado de Gulistão (em russo: Гюлистанский договор; em persa: عهدنامه گلستان) foi um tratado de paz assinado entre o Império Russo e a Pérsia (actualmente o Irão) a 24 de Outubro de 1813 na aldeia de Gulistão (no actual raion de Goranboy, Azerbaijão) como resultado da Guerra russo-persa de 1804–1813.[1] A negociações de paz foram precipitadas pela Queda de Lankaran a mãos do general russo Pyotr Koltyarevsky a 1 de Janeiro de 1813.[2][3]

O tratado confirmou a cedência à Rússia do Daguestão, da Geórgia, da maioria da República do Azerbaijão e partes do norte da Arménia por parte do Irão.

O texto foi preparado pelo diplomata britânico Gore Ouseley o qual serviu como mediador e empunhou muita influência na corte persa.[4] Foi assinado por Nikolai Rtischev[1] do lado russo e por Mirza Abolhassan Cã Ilchi[5] do lado persa.

O resultado do tratado foi que a cedência forçada do grosso dos territórios caucásicos iranianos, o que contribui directamente ao começo da Guerra russo-persa de 1826–1828. Pelo Tratado de Turkmenchay que findou a guerra de 1826–1828, os últimos territórios caucásicos do Irão foram perdidos, compreendendo a actual Arménia e parte do contemporário Azerbaijão que permaneceu em mãos persas. Por 1828, o Irão tinha perdido através destes dous tatados, todosos territórios acima referidos.[6] A área a Norte do rio Araxes, no que agora são a Geórgia, o Azerbaijão, a Arménia e o Daguestão eram territórios iranianos até serem ocupados pela Rússia durante o século XIX.[7][8][9][10][11][12] Graças a este tratado e o de 1828, a Rússia conquistara todos os territórios do Cáucaso do Irão, perfazendo hoje o Daguestão, o leste da Geórgia, o Azerbaijão e a Arménia, os quais tinham feito parte deste conceito por séculos.[13] Os territórios a Norte do Araxes foram persas até serem ocupados pelos russos no século XIX.[7][8][9][10][11][12]

Como consequência directa destes dous tratados, os antigo territórios persas tornariam-se russos os próximos cento e oitenta anos, à exepção do Daguestão, o qual continuaria a ser possessão russa até hoje.[14] Desta área, três estados independentes surgiriam depois da dissolução da União Soviética em 1991; a Geórgia, o Azerbaijão e a Arménia.[15] Por último, resultado da imposição dos dous tratados, dividiu os azeris e os taliches entre duas nações, o Azerbaijão e o Irão.[16][17][18]

Referências

  1. a b Mikaberidze, Alexander (19 de janeiro de 2005). Russian Officer Corps of the Revolutionary and Napoleonic Wars (em inglês). [S.l.]: Casemate Publishers. ISBN 9781611210026 
  2. Saparov, Arsène (27 de agosto de 2014). From Conflict to Autonomy in the Caucasus: The Soviet Union and the Making of Abkhazia, South Ossetia and Nagorno Karabakh (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317637844 
  3. Schimmel, Annemarie (1 de janeiro de 1982). Islam in India and Pakistan (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 9004064796 
  4. Hunter, Shireen T. (17 de setembro de 2014). Iran Divided: The Historical Roots of Iranian Debates on Identity, Culture, and Governance in the Twenty-First Century (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 9781442233201 
  5. DINPAJOUH, Mona. Russian Foreign Policy Towards Iran Under Vladimir Putin: 2000–2008. 2009. Tesis Doctoral. MIDDLE EAST TECHNICAL UNIVERSITY.
  6. Fisher, William Bayne; Avery, P.; Hambly, G. R. G; Melville, C. (1991). The Cambridge History of Iran. 7. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0521200954.
  7. a b Swietochowski, Tadeusz (1995). Russia and Azerbaijan: A Borderland in Transition. [S.l.]: Columbia University Press. pp. 69, 133. ISBN 978-0-231-07068-3 
  8. a b L. Batalden, Sandra (1997). The newly independent states of Eurasia: handbook of former Soviet republics. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 98. ISBN 978-0-89774-940-4 
  9. a b E. Ebel, Robert, Menon, Rajan (2000). Energy and conflict in Central Asia and the Caucasus. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 181. ISBN 978-0-7425-0063-1 
  10. a b Andreeva, Elena (2010). Russia and Iran in the great game: travelogues and orientalism reprint ed. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 6. ISBN 978-0-415-78153-4 
  11. a b Çiçek, Kemal, Kuran, Ercüment (2000). The Great Ottoman-Turkish Civilisation. [S.l.]: University of Michigan. ISBN 978-975-6782-18-7 
  12. a b Ernest Meyer, Karl, Blair Brysac, Shareen (2006). Tournament of Shadows: The Great Game and the Race for Empire in Central Asia. [S.l.]: Basic Books. p. 66. ISBN 978-0-465-04576-1 [ligação inativa]
  13. Fisher et al. 1991, pp. 329-330.
  14. Saunders, Robert A.; Strukov, Vlad (13 de maio de 2010). Historical Dictionary of the Russian Federation (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 9780810874602 
  15. Noble, John; Kohn, Michael; Systermans, Danielle (1 de janeiro de 2008). Georgia, Armenia & Azerbaijan. Ediz. Inglese (em inglês). [S.l.]: Lonely Planet. ISBN 9781741044775 
  16. Minahan, James (1 de janeiro de 2004). The Former Soviet Union's Diverse Peoples: A Reference Sourcebook (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9781576078235 
  17. King, David C. (1 de janeiro de 2006). Azerbaijan (em inglês). [S.l.]: Marshall Cavendish. ISBN 9780761420118 
  18. Croissant, Michael P. (1 de janeiro de 1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications (em inglês). [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780275962418 
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