Papers by Frederico Pessoa
Paisagens sonoras em expansão: novas sonoridades/novas escutas, 2024
Este ensaio aborda a constituição de uma comunidade através das vibrações sonoras que ultrapassam... more Este ensaio aborda a constituição de uma comunidade através das vibrações sonoras que ultrapassam barreiras e limites e que apontam para inevitabilidade da costura do estar em comum através dos sons, tenhamos ou não consciência de sua atuação. O confinamento resultante da pandemia ampliou nossa sensibilidade para a circulação dos sons e sua potência afetiva, apresentando-nos novas conformações das paisagens sonoras (ainda que temporariamente) e favorecendo um aprofundamento da escuta. Com isso, nossa compreensão da atuação dessas paisagens sobre a constituição de laços também se altera. Gostaríamos de propor neste texto que a paisagem sonora é elemento que articula fundamentalmente o estar em comum, através de sua capacidade de nos afetar, independente de nosso desejo – a música, os ruídos, as vozes, os silêncios, são veículos de sensações, afetos e sentimentos que ultrapassam a intenção inicial de quem os produz ou difunde. Abordaremos aqui uma microcomunidade e como o som, este fenômeno antes de tudo vibratório, a coloca em ressonância, provocando consonâncias e dissonâncias entre pessoas, e atuando de forma determinante nos ritmos, pulsos e cadências de seus modos de vida.
O artigo "Virtual flauta doce: projetos de extensão integrados com atividades presenciais" (ver r... more O artigo "Virtual flauta doce: projetos de extensão integrados com atividades presenciais" (ver referências ao final do texto) aborda ações e extensão universitária durante a pandemia que buscaram utilizar os meios virtuais para manter as atividades de ensino ativas. 19 Analu Braga @analubraga.percussao Analu Braga iniciou seus estudos com o percussionista Carlos Bolão e, na sequência, estudou com Décio Ramos e Paulo Santos do grupo Uakti. Fez oficinas relacionadas à cultura popular brasileira e estudou ritmos como o maracatu, coco, ciranda, tambor de crioula, bumba meu boi, choro e samba, com mestres, mestras e brincantes da cultura popular. Formou-se no curso de Licenciatura em Educação Musical, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), e ministra aulas e oficinas enquanto arte-educadora em escolas e projetos musicais; e enquanto diretora de bateria de blocos carnavalescos, como o "bloco da esquina", em BH. É mestre em Artes pelo
O Público e o Privado
Este artigo discute as relações entre o corpo, o espaço, a criação artística e a pandemia causada... more Este artigo discute as relações entre o corpo, o espaço, a criação artística e a pandemia causada pela Covid-19, partindo da experiência de confinamento e como essas categorias se vêem imbricadas por essa situação e modificadas em suas articulações a partir dessa necessidade de isolamento social e permanência no espaço restrito de nossos lares. Serão abordados o espaço de convivência (espaço público ou da comunalidade), o espaço doméstico e o espaço virtual, discutindo como esses espaços integram a experiência de ser, estar e criar, e impactam as redes de afetação, criação e visibilidade artística.
Pulse Journal, 2023
This essay addresses the sounds of Brazilian mining, focusing on the State of Minas Gerais, where... more This essay addresses the sounds of Brazilian mining, focusing on the State of Minas Gerais, where two recent catastrophes occurred as a result of the collapse of mining tailings dams: Mariana and Brumadinho. The purpose of this article is to develop a sound cartography that articulates different dimensions of the exploratory processes of extractivism, an economic model that has become central in Brazil since colonial times, and which establishes a relationship with the Earth as an inexhaustible supplier of natural resources. Mining structures complex relationships that range from endless perforations of the Earth and the opening of monstrous craters that ravage entire ecosystems to capital flows that enrich the stock market, but keep the population's basic needs unmet. The path followed in this text crosses multiple aspects that make up the sounds of mining and that are symbols of the predatory action that humans have continually exerted on their surroundings. The human species has forgotten that it is ontologically a constitutive part of the environment and that its actions result in ever-increasing changes in the fine fabric that connects beings and forms the biosphere. Mining is one of these actions and a symbol of a way of life that has led us to the critical moment we are in.
Nesta pesquisa, investigamos aquilo que denominamos Territorios de Escuta - espacos de escuta que... more Nesta pesquisa, investigamos aquilo que denominamos Territorios de Escuta - espacos de escuta que aglutinam diferentes experiencias, historia pessoal/cultural e sensorialidade em torno do som. Parte-se da hipotese de que a escuta tem uma historia cultural e pessoal (antropologica e subjetiva) e que ela constitui tais territorios. A escuta reflete nao apenas um ponto localizavel de recepcao sensorial, mas um ponto de confluencia que perpassa nossas experiencias do mundo, as interpretacoes diversas que damos ao que escutamos, assim como os dispositivos que modulam nossas percepcoes nossa localizacao geograficocultural, nossa historia social e pessoal, nossa relacao com a tecnologia, bem como os diversos sistemas de pensamento que construimos a partir da escuta. Desta forma, discutimos a escuta como campo de conhecimento do mundo, ultrapassando seu lugar sensorial e abarcando o campo simbolico que ela constitui em nossas experiencias. A partir desta discussao, abordamos os Territorios ...
O cinema documentario fala de espacos de acao na realidade; espacos politicos de reivindicacao de... more O cinema documentario fala de espacos de acao na realidade; espacos politicos de reivindicacao de direitos e expressao de desejos; espacos simbolicos e imaginarios que se entrelacam e se influenciam mutuamente de forma dinâmica, tecendo relacoes entre pessoas, ideias e valores. Essas relacoes, ideias e valores sao representados ou constituidos no cinema na propria utilizacao dos elementos principais de sua linguagem: o som e a imagem. Assistir a um filme e penetrar nesses espacos, participar deles, ou mesmo constituir novas topografias a partir de nossa interpretacao, de nossa leitura, decifrando o que a tessitura entre som e imagem como construcao estetico-politica nos propoe.
Revista Lusófona de Estudos Culturais, 2021
Este artigo aborda a experiência de construção de territórios de escuta na cidade de Belmonte (Br... more Este artigo aborda a experiência de construção de territórios de escuta na cidade de Belmonte (Brasil), e discute como a escuta pode ser uma forma de conhecimento do mundo que parte do sensorial e nele mergulha intensamente, para trazer à tona insights que podem nortear compreensões sobre um objeto em diversos aspectos, no caso da cidade, desde sua estrutura urbana até as relações entre pessoas que a habitam. O texto propõe um ensaio em que os diários de viagem dialogam com a abertura para as sensações provocadas pelas paisagens sonoras e suas características reticulares onde o afeto, a convivência, as diferenças, as relações entre seres humanos e não-humanos, as geografias do poder econômico, as diferentes subjetividades, e a multiplicidade que caracteriza uma cidade se manifestam. O texto parte do princípio de que escutar é estar atento ao movimento dinâmico do mundo e à efemeridade dos acontecimentos e entrelaçamentos que nele ocorrem para traduzir o que nos afeta em palavras. Embora se centre em uma abordagem pela escuta, o ensaio reflete sobre a impossibilidade de separação entre os sentidos na percepção e sua atuação contínua nas relações seres humanos–mundo, constituindo não só subjetividades e idiossincrasias individuais, mas também perspectivas compartilháveis sobre o ser e estar no espaço comum.
This article addresses the engendering of listening territories in the town of Belmonte (Brazil) and discusses how listening can be about a way of knowing the world which starts in the senses and dives into it deeply and intensely to bring to light insights that can guide our perceptions of an object in various aspects. Regarding a city, those aspects can go from its urban structure to the relationships between people who inhabit it. The text proposes an essay in which travelogues engage in dialogue with the openness to the sensations caused by the soundscapes and their reticular characteristics where affection, coexistence, differences, the relations between human and non-human beings, the geographies of economic power, different subjectivities and the multiplicity that characterises a city are manifested. It presupposes that to listen is to be at- tentive to the dynamic movement of the world and the ephemerality of the events and interweav- ings that occur in it to translate what affects us into words. Although the essay focuses on an ap- proach to listening, it acknowledges the impossibility of separating the five senses in perception and their continuous action in the relations between human beings and the world, thus forming not only individual subjectivities and idiosyncrasies, but also shareable perspectives on being and acting in the shared space.
RESUMO Este artigo discute os procedimentos utilizados na tecedura das camadas de sentido que com... more RESUMO Este artigo discute os procedimentos utilizados na tecedura das camadas de sentido que compõem o filme experimental Ordinary Matter (1972) de Hollis Frampton, partindo das articulações entre som e imagem, suas matérias ordinárias. A obra entrelaça diversos campos de saber e criação em uma rede complexa que solicita múltiplos percursos de decifração ao espectador. Frampton utiliza uma das primeiras tecnologias de produção de imagens em movimento criadas pelo homem, mas procura ultrapassar o programa da máquina através das propostas conceituais e dos procedimentos estéticos que formam esta obra.
Este artigo discute as propostas experimentais de articulação entre som e imagem presentes no fil... more Este artigo discute as propostas experimentais de articulação entre som e imagem presentes no filme Paranoid Park (2007), de Gus Van Sant. Tais propostas suscitam novas experiências sensoriais e múltiplos significados que vão além do papel tradicional do som no cinema, bem como superam a oposição binária clássica entre sons em contraponto ou em sincronia com as imagens. O filme de Van Sant realiza uma mescla de cultura pop, arte contemporânea, história do cinema e procedimentos retóricos que se expressam na aglutinação de sons e imagens, criando uma obra inovadora dentro da indústria americana de cinema.
DAPesquisa, Dec 2016
Abstract: The purpose of this paper is to discuss the sound and image relations in cinema throug... more Abstract: The purpose of this paper is to discuss the sound and image relations in cinema through the analyses of 2 ou 3 Choses que Je Sais D'Elle (1967) by Jean-Luc Godard. First, we will identify the hegemonic practices of sound and image connection in cinema and, afterwards, point out the aesthetic dissents provoked by the French director. Godard draws a complex acoustic territory applying conceptual procedures to create sound events and articulation between sound and image that demands a process of deciphering by the listener/spectator. Sound events conjoin sensibility, memory, emotions, meaning, and even image, composing multiplicities that we call Acoustic Territories. We will analyze how the acoustic territory of 2 ou 3 Choses que Je Sais D'Elle draws new forms of articulation between sound and image and thus calls for new forms of relation between listener/spectator and cinema.
Resumo: Este artigo discute o conceito de território acústico, fio condutor da pesquisa de doutor... more Resumo: Este artigo discute o conceito de território acústico, fio condutor da pesquisa de doutorado desenvolvida pelo autor no programa de pós-graduação da Escola de Belas Artes/UFMG. Será abordado o referencial teórico do conceito, suas implicações para a pesquisa sobre poéticas sonoras no cinema, bem como sua atuação como campo possível de microprocessos revolucionários no cinema. Será discutido como tais processos solicitam e constituem novas formas de sensibilidade, e provocam dissensão em relação ao pensamento hegemônico quanto às relações entre som e imagem construído pela indústria cinematográfica.
Artefactum-Revista de estudos em Linguagens e Tecnologia, Jul 1, 2015
Neste artigo, discutiremos como a ressignificação do ruído ao longo do século XX e do atual, e se... more Neste artigo, discutiremos como a ressignificação do ruído ao longo do século XX e do atual, e seu uso via tecnologia nas linguagens sonoro-musicais manifestam uma reapropriação dos aparatos tecnológicos pelos artistas e a subversão de seus programas “a fim de produzir algo imprevisto” (FLUSSER, 2008, p. 97). Ou seja, utilizar as tecnologias para realizar novas construções estéticas que atuam sobre nossas percepções e nossas relações com o mundo em que vivemos.
Avanca/Cinema - Conferencia Internacional de Cinema, Jul 1, 2013
Este artigo aborda a polissemia da canção no documentário Chulas Fronteras, de 1976, do diretor n... more Este artigo aborda a polissemia da canção no documentário Chulas Fronteras, de 1976, do diretor norte-americano Les Blank. Analisaremos a construção narrativa do filme centrada em sua banda sonora e como o cancioneiro texano-mexicano, tema do filme, revela camadas múltiplas de significação que ultrapassam o papel tradicional atribuído à música no cinema. Para além das funções já reconhecidas, observaremos como a canção em Chulas Fronteiras se transforma em narrador, em manifesto, em espelho e expressão cultural, em tradução das relações de aproximação e demarcação de diferenças da fronteira entre dois espaços físicos e duas culturas (Manuel Peña elabora o conceito de área de sensibilização – troca e enfrentamento entre cultura hegemônica e cultura menor) e, por fim, como parte do processo de construção de identidade e de modos de ser, móveis e fluidos, que se revelam e se transformam nas práticas coletivas do grupo texano-mexicano retratado no filme. Utilizaremos os conceitos de Michel Chion e Johnny Wingstedt na análise da banda sonora, articulando-os com conceitos de Jacques Ranciére sobre a partilha do sensível e as relações entre estética e política.
Afuera - Estudios de Critica Cultural, Jun 1, 2012
O objetivo deste artigo é discutir o papel central da Banda Sonora na construção de sentido e na ... more O objetivo deste artigo é discutir o papel central da Banda Sonora na construção de sentido e na compreensão da violência institucional retratada no documentário Titicut Follies (1967), de Frederick Wiseman. Primeiramente, discutiremos o contexto de produção do filme e sua
exclusão do circuito cinematográfico por razões éticas e políticas. A seguir, analisaremos a banda sonora do filme tendo como referência as categorias sonoras e suas funções
identificadas pelos teóricos Michel Chion e Johnny Wingstedt, focalizando o papel determinante da banda sonora sobre a montagem do filme e seu papel no delineamento da violência presente na Instituição Mental de Bridgewater. Após, discutiremos a poética e a ética da representação no Cinema Direto, observando como Titicut Follies desconstrói os princípios daquele cinema e delineia outra forma de construção de sentido e outra ética através do uso de sua banda sonora.
Conversações - Seminário do Cinema Expandido e do Filme Ensaio de Belo Horizonte, Oct 23, 2010
O artigo analisa o documentário Invisible Frame de Cyntia Beatt, evidenciando sua proposta poétic... more O artigo analisa o documentário Invisible Frame de Cyntia Beatt, evidenciando sua proposta poética inovadora, a qual se constitui através de uma articulação particular entre som e imagem, bem como as implicações éticas dessa proposta.
Books by Frederico Pessoa
Para além das lives: música e tecnologia pós-pandemia, 2023
O consumo da música na internet cresceu exponencialmente
durante a pandemia de Covid-19 e as plat... more O consumo da música na internet cresceu exponencialmente
durante a pandemia de Covid-19 e as plataformas de streaming e as redes sociais se tornaram espaços para escuta de música, apresentações improvisadas, shows, lives em que os lares dos músicos
se abriam através da janela virtual e nos permitiam entrar e
compartilhar não só seu fazer musical, mas aspectos de sua vida
para além dos produtos de sua criação. Desfrutamos da música
através dos meios digitais como nunca antes havíamos feito. Mas e os músicos? Aqueles que estavam criando todo esse “conteúdo” digital, o
que estavam fazendo para se manterem ativos em suas carreiras?
Que soluções encontraram para driblar os reveses do momento e
continuarem criando, ensinando, tocando e tentando levar suas
vidas de forma normal? Para tentar entender o outro lado, o lado de quem cria e produz a música que ouvimos nos mais diversos momentos de
nossas vidas e, principalmente, nos momentos mais difíceis da
pandemia, conversei com 14 músicos de Belo Horizonte. As entrevistas ocorreram no decorrer de 2021 e no início de 2022, e tiveram, como um de seus resultados, este texto. Nossas conversas foram gravadas e estão disponíveis como episódios do podcast Para Além das Lives: música e tecnologia pós-pandemia no Spotify: https://open.spotify.com/show/6cBNPzu4x8MvpW0fG6Kv1P
Também podem ser escutadas a partir de links disponíveis em nosso perfil no Instagram: @paraalemdaslives, e no site https://paraalemdaslives.fredericopessoa.net.
A proposta deste texto é relatar alguns aspectos das experiências dos músicos com quem conversei e que poderão nos ajudar a entender melhor as questões que surgem quando músicos utilizam a internet como ambiente de trabalho full time, bem como compartilhar atitudes, práticas, ações e escolhas que os fizeram enfrentar e atravessar de maneira criativa a situação pandêmica e o universo das redes naquele momento. Ao final, encontram-se as transcrições das entrevistas realizadas.
Atlas Ambulante, 2011
Texto e imagens referentes a partituras gráficas de quatro ambulantes que circulam em Belo Horizo... more Texto e imagens referentes a partituras gráficas de quatro ambulantes que circulam em Belo Horizonte: amolador de facas, vendedor de biju, vendedor de pirulitos puxa-puxa e vendedor de algodões doces. Integram o livro "Atlas Ambulante", de Renata Marquez e Wellington Cançado, publicado em 2011.
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Papers by Frederico Pessoa
This article addresses the engendering of listening territories in the town of Belmonte (Brazil) and discusses how listening can be about a way of knowing the world which starts in the senses and dives into it deeply and intensely to bring to light insights that can guide our perceptions of an object in various aspects. Regarding a city, those aspects can go from its urban structure to the relationships between people who inhabit it. The text proposes an essay in which travelogues engage in dialogue with the openness to the sensations caused by the soundscapes and their reticular characteristics where affection, coexistence, differences, the relations between human and non-human beings, the geographies of economic power, different subjectivities and the multiplicity that characterises a city are manifested. It presupposes that to listen is to be at- tentive to the dynamic movement of the world and the ephemerality of the events and interweav- ings that occur in it to translate what affects us into words. Although the essay focuses on an ap- proach to listening, it acknowledges the impossibility of separating the five senses in perception and their continuous action in the relations between human beings and the world, thus forming not only individual subjectivities and idiosyncrasies, but also shareable perspectives on being and acting in the shared space.
exclusão do circuito cinematográfico por razões éticas e políticas. A seguir, analisaremos a banda sonora do filme tendo como referência as categorias sonoras e suas funções
identificadas pelos teóricos Michel Chion e Johnny Wingstedt, focalizando o papel determinante da banda sonora sobre a montagem do filme e seu papel no delineamento da violência presente na Instituição Mental de Bridgewater. Após, discutiremos a poética e a ética da representação no Cinema Direto, observando como Titicut Follies desconstrói os princípios daquele cinema e delineia outra forma de construção de sentido e outra ética através do uso de sua banda sonora.
Books by Frederico Pessoa
durante a pandemia de Covid-19 e as plataformas de streaming e as redes sociais se tornaram espaços para escuta de música, apresentações improvisadas, shows, lives em que os lares dos músicos
se abriam através da janela virtual e nos permitiam entrar e
compartilhar não só seu fazer musical, mas aspectos de sua vida
para além dos produtos de sua criação. Desfrutamos da música
através dos meios digitais como nunca antes havíamos feito. Mas e os músicos? Aqueles que estavam criando todo esse “conteúdo” digital, o
que estavam fazendo para se manterem ativos em suas carreiras?
Que soluções encontraram para driblar os reveses do momento e
continuarem criando, ensinando, tocando e tentando levar suas
vidas de forma normal? Para tentar entender o outro lado, o lado de quem cria e produz a música que ouvimos nos mais diversos momentos de
nossas vidas e, principalmente, nos momentos mais difíceis da
pandemia, conversei com 14 músicos de Belo Horizonte. As entrevistas ocorreram no decorrer de 2021 e no início de 2022, e tiveram, como um de seus resultados, este texto. Nossas conversas foram gravadas e estão disponíveis como episódios do podcast Para Além das Lives: música e tecnologia pós-pandemia no Spotify: https://open.spotify.com/show/6cBNPzu4x8MvpW0fG6Kv1P
Também podem ser escutadas a partir de links disponíveis em nosso perfil no Instagram: @paraalemdaslives, e no site https://paraalemdaslives.fredericopessoa.net.
A proposta deste texto é relatar alguns aspectos das experiências dos músicos com quem conversei e que poderão nos ajudar a entender melhor as questões que surgem quando músicos utilizam a internet como ambiente de trabalho full time, bem como compartilhar atitudes, práticas, ações e escolhas que os fizeram enfrentar e atravessar de maneira criativa a situação pandêmica e o universo das redes naquele momento. Ao final, encontram-se as transcrições das entrevistas realizadas.
This article addresses the engendering of listening territories in the town of Belmonte (Brazil) and discusses how listening can be about a way of knowing the world which starts in the senses and dives into it deeply and intensely to bring to light insights that can guide our perceptions of an object in various aspects. Regarding a city, those aspects can go from its urban structure to the relationships between people who inhabit it. The text proposes an essay in which travelogues engage in dialogue with the openness to the sensations caused by the soundscapes and their reticular characteristics where affection, coexistence, differences, the relations between human and non-human beings, the geographies of economic power, different subjectivities and the multiplicity that characterises a city are manifested. It presupposes that to listen is to be at- tentive to the dynamic movement of the world and the ephemerality of the events and interweav- ings that occur in it to translate what affects us into words. Although the essay focuses on an ap- proach to listening, it acknowledges the impossibility of separating the five senses in perception and their continuous action in the relations between human beings and the world, thus forming not only individual subjectivities and idiosyncrasies, but also shareable perspectives on being and acting in the shared space.
exclusão do circuito cinematográfico por razões éticas e políticas. A seguir, analisaremos a banda sonora do filme tendo como referência as categorias sonoras e suas funções
identificadas pelos teóricos Michel Chion e Johnny Wingstedt, focalizando o papel determinante da banda sonora sobre a montagem do filme e seu papel no delineamento da violência presente na Instituição Mental de Bridgewater. Após, discutiremos a poética e a ética da representação no Cinema Direto, observando como Titicut Follies desconstrói os princípios daquele cinema e delineia outra forma de construção de sentido e outra ética através do uso de sua banda sonora.
durante a pandemia de Covid-19 e as plataformas de streaming e as redes sociais se tornaram espaços para escuta de música, apresentações improvisadas, shows, lives em que os lares dos músicos
se abriam através da janela virtual e nos permitiam entrar e
compartilhar não só seu fazer musical, mas aspectos de sua vida
para além dos produtos de sua criação. Desfrutamos da música
através dos meios digitais como nunca antes havíamos feito. Mas e os músicos? Aqueles que estavam criando todo esse “conteúdo” digital, o
que estavam fazendo para se manterem ativos em suas carreiras?
Que soluções encontraram para driblar os reveses do momento e
continuarem criando, ensinando, tocando e tentando levar suas
vidas de forma normal? Para tentar entender o outro lado, o lado de quem cria e produz a música que ouvimos nos mais diversos momentos de
nossas vidas e, principalmente, nos momentos mais difíceis da
pandemia, conversei com 14 músicos de Belo Horizonte. As entrevistas ocorreram no decorrer de 2021 e no início de 2022, e tiveram, como um de seus resultados, este texto. Nossas conversas foram gravadas e estão disponíveis como episódios do podcast Para Além das Lives: música e tecnologia pós-pandemia no Spotify: https://open.spotify.com/show/6cBNPzu4x8MvpW0fG6Kv1P
Também podem ser escutadas a partir de links disponíveis em nosso perfil no Instagram: @paraalemdaslives, e no site https://paraalemdaslives.fredericopessoa.net.
A proposta deste texto é relatar alguns aspectos das experiências dos músicos com quem conversei e que poderão nos ajudar a entender melhor as questões que surgem quando músicos utilizam a internet como ambiente de trabalho full time, bem como compartilhar atitudes, práticas, ações e escolhas que os fizeram enfrentar e atravessar de maneira criativa a situação pandêmica e o universo das redes naquele momento. Ao final, encontram-se as transcrições das entrevistas realizadas.