Papers by Ricardo Costa de Oliveira
Aspectos demográficos, genealógicos, sociológicos, econômicos, culturais, políticos e históricos ... more Aspectos demográficos, genealógicos, sociológicos, econômicos, culturais, políticos e históricos dos primeiros fundadores da Curitiba.
Apresentamos a formação e evolução econômica do senhoriato da vila de São Francisco do Sul, Capit... more Apresentamos a formação e evolução econômica do senhoriato da vila de São Francisco do Sul, Capitania de Santa Catarina. Investigamos as origens sociais, as atividades econômicas e políticas dos “homens bons” do Norte de Santa Catarina, no final do século XVIII. Investigamos fontes primárias para observar o padrão econômico das atividades agrícolas e mercantis da região. O crescimento econômico é lento e gradual, mas constante. O ritmo da vida econômica segue padrões locais e conexões com mercados mais amplos em outros portos do Brasil. Percebemos um determinado padrão social nas principais famílias da governança em suas origens paulistas e portuguesas. Este grupo social também seria importante para o futuro sucesso da implantação da Colônia Dona Francisca e para a viabilização da formação urbana de Joinville.
Palavras-chave: Elite senhorial. São Francisco do Sul. Projeto
colonial e poder local. Genealogia. Revista do Arquivo Histórico de Joinville. Ano 1. Vol 1. 2007. 127-154.
Portugal e por consequência boa parte do Brasil apresentam múltiplas raízes existenciais, cultura... more Portugal e por consequência boa parte do Brasil apresentam múltiplas raízes existenciais, culturais e genéticas. Há vários Portugais e vários Brasis, unos e diversos. Nós temos um Portugal Celta, um Portugal Romano, um Portugal Suevo, um Portugal Judeu, um Portugal Islâmico e investigaremos neste artigo um Portugal Alano. Este é um texto de sociologia história de longa duração.
Influência dos Alanos na Formação de Portugal.
1 – Os Alanos chegam na Lusitânia e na Galécia Romana. Crônica de Hidácio.
2 – Formação do Estado Etnonacional Português. Os Livros de Linhagens. Séculos XI-XIII.
3 – Guerra de Restauração no Século XVII
4 – Poesia Galega do final do século XIX
5- Genealogia Genética do século XXI
Toda identidade nacional é parte histórica, parte imaginada e parte documentada.
Investigamos o conceito sociológico de família nas instituições estatais brasileiras contemporâne... more Investigamos o conceito sociológico de família nas instituições estatais brasileiras contemporâneas. De que maneira algumas famílias políticas apresentam grande importância e destaque na dinâmica dos poderes executivo, legislativo, judiciário e em instituições como os tribunais de contas, ministério público e cartórios, em suas conexões sociais e políticas. As relações familiares entre a mídia, as grandes empresas e os poderes estatais institucionalizados. A estratificação social e a reprodução das desigualdades como processos sociais, históricos e familiares. Apresentamos estudos de caso empíricos de famílias políticas relacionadas com instituições públicas, na concentração de capitais sociais e políticos produtores de desigualdades sociais. Genealogias e trajetórias sociais de famílias políticas nas eleições de 2014. As relações entre estruturas de parentesco, poderes políticos e capitais sociais no Brasil contemporâneo. Por que muitas das instituições políticas brasileiras ainda são substancialmente atravessadas por famílias e formas de nepotismos no Brasil moderno ? Apresentamos resultados e metodologias para
a conexão entre privilégios familiares acumulados, com as questões da desigualdade e estratificação social existentes no Brasil.
Política, Direito, Judiciário e Tradição Familiar, Aug 7, 2014
Pesquisamos as relações entre o Poder Judiciário e as estruturas de parentesco. O Poder Judiciári... more Pesquisamos as relações entre o Poder Judiciário e as estruturas de parentesco. O Poder Judiciário e o Ministério Público também podem representar instituições atravessadas por interesses e capitais sociais familiares. Em nosso livro “Na Teia do Nepotismo” investigamos as ações de grupos familiares nas instituições políticas, seus impactos na formação de redes de interesse e na formulação de algumas políticas públicas.
Western European J1-M365 position in the Y chromosome phylogenetic tree. Next-generation sequenci... more Western European J1-M365 position in the Y chromosome phylogenetic tree. Next-generation sequencing technology has increased the phylogenetic resolution for Y chromosome studies. Almost 200 new SNPs were investigated and discovered in a J1-M365 case. Full Genomes Y-Sequencing Results can detect the correct phylogenetic position of a Brazilian Portuguese Christian J1-M365 in the J1 haplogroup tree with new detailed
phylogenetic resolution.
O governo Requião encerra um ciclo político como uma promessa não realizada de modernização da ge... more O governo Requião encerra um ciclo político como uma promessa não realizada de modernização da gestão pública do Paraná. A agenda política progressista que o elegeu e reelegeu não foi cumprida ou implementada. Práticas políticas arcaicas e o atraso político perpassaram o sistema político paranaense e impediram o avanço da modernização. Redes de nepotismo e dinastias políticas mantêm, preservam e reproduzem o arcaísmo como projeto político em várias instâncias do Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e atingem instituições como o Tribunal de Contas, o Ministério Público e os cartórios e tabelionatos. O símbolo mais visível dos problemas políticos paranaenses ficou completamente a descoberto na crise da Assembléia Legislativa, com a falta de transparência, funcionário fantasmas e descontrole nos gastos. Um sistema político monopolizado por dinastias políticas e redes de nepotismo não é transparente e sim dependente do nepotismo que somente traz parente!
Governadores anteriores encerraram seus ciclos políticos com avaliações negativas nas esferas de gestão política e administrativa no passado, com visível mal estar político. Affonso Camargo, em 1930, Lupion, em 1961, Ney Braga, em 1982 e Jaime Lerner, em 2002, todos passaram pela síndrome de final de governo com a sensação de certo descontrole e colapso político.
Para uma análise da gestão política e administrativa do ciclo de Requião é preciso avaliar que as áreas mais problemáticas foram os setores mais vinculados ao nepotismo, ao clientelismo, à patronagem e ao favoritismo político. O balanço administrativo apresenta os melhores resultados nas áreas com pessoal administrativo de caráter mais técnico e profissionalmente melhor orientado. Nos últimos anos houve crescimento econômico e avanços sociais em todo o Brasil. Políticas sociais e políticas nacionais ganharam dimensões estaduais nos programas assistenciais e políticas de caráter social, como o programa do leite, luz fraterna, tarifa social da água e outros. Outra área de políticas progressistas ocorreu nas políticas de saúde, construções de hospitais, na recuperação de estradas, no apoio à agricultura familiar, na isenção fiscal e no aumento do salário mínimo regional. Houve alguns avanços, mas a educação continua com graves problemas e baixos salários. O pedágio herdado do governo anterior não acabou e nem abaixou!
O problema é que faltou uma marca central ao governo Requião, uma grande obra ou um paradigma que conseguisse se sobrepor à identidade do nepotismo militante, que contagiou todos os outros poderes e instâncias político-administrativas do Paraná. A gestão política do governo anterior, de Jaime Lerner, foi caracterizada pela problemática orientação neoliberal, com flexibilizações, desregulamentações e privatizações. O governo Lerner conheceu grande ônus político na condução da privatização da COPEL, um verdadeiro desastre político. As terceirizações desmontaram a estrutura administrativa do Estado do Paraná. O resgate do público e a reconstrução da esfera administrativa do Paraná foram tarefas esperadas com a vitória de Requião em duas eleições. No entanto, lamentavelmente não houve reformas administrativas e nem avanços na forma do aperfeiçoamento da racionalidade burocrático-legal no Paraná. O número de cargos comissionados continua a ser expressivo e aparentemente irracional. A Governadoria apresenta relativamente mais cargos comissionados do que a educação e quase o mesmo número que a saúde, ainda que as atividades fins da educação e saúde sejam muito mais importantes e necessárias para o bem estar da população. Não adianta querer esconder, a crise na Assembléia Legislativa também atinge o núcleo duro do Governo Requião. O poder executivo tem grande preponderância na direção política e moral do sistema político estadual, indicando os Procuradores Gerais e politicamente influenciando decisivamente os conselheiros do Tribunal de Contas, responsáveis diretos pela fiscalização da ALEP. Um dos parentes do governador quase foi para o Tribunal de Contas! Os diferentes poderes têm que se fiscalizar e se supervisionar de maneira direta. É inadmissível uma rede de nepotismo e de interesses na qual os poderes e as instituições se acobertam e se protegem com silêncios cúmplices em jogos de mútuos interesses. Boa parte do atraso político paranaense está relacionada com o nepotismo direto e nepotismos cruzados, bem como estruturas de parentesco conectando e atravessando múltiplos poderes, que deveriam ser independentes e autônomos entre si.
A baixa renovação da elite política paranaense e a persistência de dinastias e linhagens político-familiares em diferentes poderes e instituições, ao longo de várias gerações, têm motivado problemas e dificuldades administrativas. O monopólio do poder político em poucas famílias tende a viciar o sistema político com várias irregularidades e muitas incorreções. Os partidos políticos deixaram de ser o centro da organização política em detrimento das relações familiares e dependências pessoais.
A construção de um projeto paranaense de desenvolvimento sempre passou pela formação de uma burocracia moderna, legal, meritocrática, eficiente e produtiva. Lamentavelmente a cultura do nepotismo foi reforçada pela gestão que se encerra, o que é um obstáculo considerável à renovação e modernização da burocracia estadual do Paraná, em todos os poderes e instâncias.
Concluímos com a impressão de que não houve nenhum grande projeto, nenhuma grande organização ou visão sistêmica na gestão pública e administrativa do Paraná dos últimos anos. Problema que vem também dos últimos governos, quando o grande planejamento, a racionalidade, a moralidade, a publicidade, a impessoalidade, a competência e a eficiência nas grandes instituições públicas foram abandonadas em proveito do dia-a-dia das moedas eleitorais embaladas pelas sinecuras e prebendas com os cargos comissionados.
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Ricardo Costa de Oliveira é Sociólogo e Cientista Político UFPR.
Ricardo Costa de Oliveira's list of Brazilian ancestors
Reconstruímos aspectos das origens e da trajetória geográfica, social, econômica, cultural e polí... more Reconstruímos aspectos das origens e da trajetória geográfica, social, econômica, cultural e política da família Miranda Coutinho do litoral do Paraná. Centramos a pesquisa nas primeiras gerações desta família e desenvolvemos alguns ramos específicos.
Palavras-chave: genealogia, Paranaguá.
Analisamos o processo de formação do Estado no Brasil, o processo de autonomia e independência, r... more Analisamos o processo de formação do Estado no Brasil, o processo de autonomia e independência, relacionado com a construção do Exército Nacional. Dialética entre classes sociais, elites dirigentes, elites burocráticas, elites militares e mobilização popular regional. O modelo Imperial centralizado, as diferentes intervenções militares regionais e internacionais na conjuntura da independência e da consolidação estatal
brasileira. Investigamos o tema no marco teórico de autores clássicos como Caio Prado Júnior, Raimundo Faoro e na agenda do discurso dos historiadores militares do Brasil.
A construção simbólica de uma agenda política oficial no livro História do Exército Brasileiro – Perfil Militar de um Povo, publicado em Brasília, em 1972, pelo Estado-
Maior do Exército.
Analisamos as relações entre estruturas de parentesco e poder político no Brasil. Verificamos o f... more Analisamos as relações entre estruturas de parentesco e poder político no Brasil. Verificamos o fenômeno do nepotismo em suas conexões sociais e políticas como um processo de concentração de poder e renda, responsável pela formação de desigualdades e carências de longa duração. O estudo dos ricos e poderosos é inseparável da análise das relações privilegiadas desenvolvidas por esses grupos nas instituições e nos aparelhos de poder do Estado. Apresentamos uma metodologia conceitual na forma de um observatório do fenômeno do nepotismo no Brasil. Investigamos casos empíricos relacionados com o poder executivo, legislativo e judiciário em várias unidades da federação. Das famílias de gestores públicos às instituições, como os tribunais de contas e cartórios, o nepotismo é uma grande rede social de interesses, favores e cumplicidades organizados com os cargos políticos do aparelho de Estado.
Reflexões sobre a sociologia histórica da formação da classe dominante brasileira.
Talks by Ricardo Costa de Oliveira
Books by Ricardo Costa de Oliveira
Como poucas famílias dominam as instituições políticas brasileiras. A "teoria do nepotismo", uma... more Como poucas famílias dominam as instituições políticas brasileiras. A "teoria do nepotismo", uma teoria elaborada dentro da sociologia política e histórica, pesquisa elementos dos poderes políticos explicados pelas relações de parentesco. As famílias, os capitais sociais, os capitais políticos familiares importam e explicam bastante para entendermos as origens, ações, mentalidades e comportamentos das elites da classe dominante ! Análise e investigação empírica das relações entre grupos sociais, famílias políticas e instituições brasileiras. O Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP-UFPR), com seu programa de pesquisas e agenda temática, desenvolve ao longo dos anos pesquisas e teses sobre alguns dos seguintes estudos de casos comentados e discutidos neste livro:
- Poder Executivo
- Poder Legislativo
- Poder Judiciário e Sistema Judicial
- Tribunal de Contas
- Cartórios
- Mídia
- Empresariado
- Classes Sociais e Hereditariedade
- Associações e Entidades Educacionais, Esportivas e Políticas
Este livro é uma coletânea de pesquisas e trabalhos acadêmicos recentes dos três autores, tendo c... more Este livro é uma coletânea de pesquisas e trabalhos acadêmicos recentes dos três autores, tendo como objetivo a compreensão da política paranaense no crucial período da década de 1930 até 1980. O Paraná transformou-se mais rapidamente nessas décadas do que ao longo de toda a sua história anterior. Trata-se de uma importante contribuição para se pensar alguns dos mais importantes gestores do poder executivo paranaense e o sentido das políticas estatais implementadas na regíào. O livro está dividida nos seguintes capítulos: Ricardo Costa de Oliveira analisa a política paranaense e o Estado Novo no período de 1930-1945", Jefferson de Oliveira Salles investiga aspectos do perfil do Governador Moisés Lupion (1947-1951 e 1956-1961) e Pedro Kunhavalik apresenta uma ampla investigação dos períodos do Governador Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-1955) e do Governador Ney Braga (1961-1965 e 1979- 1982), de modo que representa uma contribuição crítica de pesquisas da Universidade Federal do Paraná para o Sesquicentenário do Paraná.
Nepotismo, Parentesco e Mulheres, 2016
O Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP) apresenta como
tema central da coletânea de 2016 a importân... more O Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP) apresenta como
tema central da coletânea de 2016 a importância e centralidade da
mulher nas relações de parentesco e nepotismo. Livro disponibilizado porque as bibliotecas estão fechadas com a grande pandemia.
O Impedimento. Romper os limites do golpe. Contar pela literatura o que a sociologia nomeia e ide... more O Impedimento. Romper os limites do golpe. Contar pela literatura o que a sociologia nomeia e identifica ! Um conto, uma crônica, um pequeno romance sociológico-político-satírico familiar. Como são e como vivem algumas das elites genealógicas tradicionais brasileiras. Ficção e não-ficção. Um conto escrito em poucos dias, a experiência de mais de cinquenta anos de idade e quinhentos anos de genealogia. Uma
síntese de comportamentos de uma classe dominante tradicional e histórica em suas contradições e estilos.
Coletânea de sociologia política e de sociologia histórica. Como as famílias políticas atravessam... more Coletânea de sociologia política e de sociologia histórica. Como as famílias políticas atravessam as instituições. Poder executivo, legislativo e judiciário investigados sob a perspectivas das relações de parentesco e poder político. O Estado, o empresariado, as mídias, o futebol, os tribunais e as genealogias dos poderes.
Conference Presentations by Ricardo Costa de Oliveira
Tipologia de famílias políticas nas Eleições Municipais de 2020
Apresentação no 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia.
GT 05 - Família, Instituiçõ... more Apresentação no 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia.
GT 05 - Família, Instituições e Poder.
Investigamos empiricamente diferentes formatos de famílias políticas verificados nas eleições municipais de 2020. Pesquisamos estudos de casos de famílias políticas em todas as capitais estaduais e em alguns municípios selecionados, de modo a elaborarmos uma tipologia de famílias políticas presentes nas eleições municipais de 2020.
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Papers by Ricardo Costa de Oliveira
Palavras-chave: Elite senhorial. São Francisco do Sul. Projeto
colonial e poder local. Genealogia. Revista do Arquivo Histórico de Joinville. Ano 1. Vol 1. 2007. 127-154.
Influência dos Alanos na Formação de Portugal.
1 – Os Alanos chegam na Lusitânia e na Galécia Romana. Crônica de Hidácio.
2 – Formação do Estado Etnonacional Português. Os Livros de Linhagens. Séculos XI-XIII.
3 – Guerra de Restauração no Século XVII
4 – Poesia Galega do final do século XIX
5- Genealogia Genética do século XXI
Toda identidade nacional é parte histórica, parte imaginada e parte documentada.
a conexão entre privilégios familiares acumulados, com as questões da desigualdade e estratificação social existentes no Brasil.
phylogenetic resolution.
Governadores anteriores encerraram seus ciclos políticos com avaliações negativas nas esferas de gestão política e administrativa no passado, com visível mal estar político. Affonso Camargo, em 1930, Lupion, em 1961, Ney Braga, em 1982 e Jaime Lerner, em 2002, todos passaram pela síndrome de final de governo com a sensação de certo descontrole e colapso político.
Para uma análise da gestão política e administrativa do ciclo de Requião é preciso avaliar que as áreas mais problemáticas foram os setores mais vinculados ao nepotismo, ao clientelismo, à patronagem e ao favoritismo político. O balanço administrativo apresenta os melhores resultados nas áreas com pessoal administrativo de caráter mais técnico e profissionalmente melhor orientado. Nos últimos anos houve crescimento econômico e avanços sociais em todo o Brasil. Políticas sociais e políticas nacionais ganharam dimensões estaduais nos programas assistenciais e políticas de caráter social, como o programa do leite, luz fraterna, tarifa social da água e outros. Outra área de políticas progressistas ocorreu nas políticas de saúde, construções de hospitais, na recuperação de estradas, no apoio à agricultura familiar, na isenção fiscal e no aumento do salário mínimo regional. Houve alguns avanços, mas a educação continua com graves problemas e baixos salários. O pedágio herdado do governo anterior não acabou e nem abaixou!
O problema é que faltou uma marca central ao governo Requião, uma grande obra ou um paradigma que conseguisse se sobrepor à identidade do nepotismo militante, que contagiou todos os outros poderes e instâncias político-administrativas do Paraná. A gestão política do governo anterior, de Jaime Lerner, foi caracterizada pela problemática orientação neoliberal, com flexibilizações, desregulamentações e privatizações. O governo Lerner conheceu grande ônus político na condução da privatização da COPEL, um verdadeiro desastre político. As terceirizações desmontaram a estrutura administrativa do Estado do Paraná. O resgate do público e a reconstrução da esfera administrativa do Paraná foram tarefas esperadas com a vitória de Requião em duas eleições. No entanto, lamentavelmente não houve reformas administrativas e nem avanços na forma do aperfeiçoamento da racionalidade burocrático-legal no Paraná. O número de cargos comissionados continua a ser expressivo e aparentemente irracional. A Governadoria apresenta relativamente mais cargos comissionados do que a educação e quase o mesmo número que a saúde, ainda que as atividades fins da educação e saúde sejam muito mais importantes e necessárias para o bem estar da população. Não adianta querer esconder, a crise na Assembléia Legislativa também atinge o núcleo duro do Governo Requião. O poder executivo tem grande preponderância na direção política e moral do sistema político estadual, indicando os Procuradores Gerais e politicamente influenciando decisivamente os conselheiros do Tribunal de Contas, responsáveis diretos pela fiscalização da ALEP. Um dos parentes do governador quase foi para o Tribunal de Contas! Os diferentes poderes têm que se fiscalizar e se supervisionar de maneira direta. É inadmissível uma rede de nepotismo e de interesses na qual os poderes e as instituições se acobertam e se protegem com silêncios cúmplices em jogos de mútuos interesses. Boa parte do atraso político paranaense está relacionada com o nepotismo direto e nepotismos cruzados, bem como estruturas de parentesco conectando e atravessando múltiplos poderes, que deveriam ser independentes e autônomos entre si.
A baixa renovação da elite política paranaense e a persistência de dinastias e linhagens político-familiares em diferentes poderes e instituições, ao longo de várias gerações, têm motivado problemas e dificuldades administrativas. O monopólio do poder político em poucas famílias tende a viciar o sistema político com várias irregularidades e muitas incorreções. Os partidos políticos deixaram de ser o centro da organização política em detrimento das relações familiares e dependências pessoais.
A construção de um projeto paranaense de desenvolvimento sempre passou pela formação de uma burocracia moderna, legal, meritocrática, eficiente e produtiva. Lamentavelmente a cultura do nepotismo foi reforçada pela gestão que se encerra, o que é um obstáculo considerável à renovação e modernização da burocracia estadual do Paraná, em todos os poderes e instâncias.
Concluímos com a impressão de que não houve nenhum grande projeto, nenhuma grande organização ou visão sistêmica na gestão pública e administrativa do Paraná dos últimos anos. Problema que vem também dos últimos governos, quando o grande planejamento, a racionalidade, a moralidade, a publicidade, a impessoalidade, a competência e a eficiência nas grandes instituições públicas foram abandonadas em proveito do dia-a-dia das moedas eleitorais embaladas pelas sinecuras e prebendas com os cargos comissionados.
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Ricardo Costa de Oliveira é Sociólogo e Cientista Político UFPR.
Palavras-chave: genealogia, Paranaguá.
brasileira. Investigamos o tema no marco teórico de autores clássicos como Caio Prado Júnior, Raimundo Faoro e na agenda do discurso dos historiadores militares do Brasil.
A construção simbólica de uma agenda política oficial no livro História do Exército Brasileiro – Perfil Militar de um Povo, publicado em Brasília, em 1972, pelo Estado-
Maior do Exército.
Talks by Ricardo Costa de Oliveira
Books by Ricardo Costa de Oliveira
- Poder Executivo
- Poder Legislativo
- Poder Judiciário e Sistema Judicial
- Tribunal de Contas
- Cartórios
- Mídia
- Empresariado
- Classes Sociais e Hereditariedade
- Associações e Entidades Educacionais, Esportivas e Políticas
tema central da coletânea de 2016 a importância e centralidade da
mulher nas relações de parentesco e nepotismo. Livro disponibilizado porque as bibliotecas estão fechadas com a grande pandemia.
síntese de comportamentos de uma classe dominante tradicional e histórica em suas contradições e estilos.
Conference Presentations by Ricardo Costa de Oliveira
GT 05 - Família, Instituições e Poder.
Investigamos empiricamente diferentes formatos de famílias políticas verificados nas eleições municipais de 2020. Pesquisamos estudos de casos de famílias políticas em todas as capitais estaduais e em alguns municípios selecionados, de modo a elaborarmos uma tipologia de famílias políticas presentes nas eleições municipais de 2020.
Palavras-chave: Elite senhorial. São Francisco do Sul. Projeto
colonial e poder local. Genealogia. Revista do Arquivo Histórico de Joinville. Ano 1. Vol 1. 2007. 127-154.
Influência dos Alanos na Formação de Portugal.
1 – Os Alanos chegam na Lusitânia e na Galécia Romana. Crônica de Hidácio.
2 – Formação do Estado Etnonacional Português. Os Livros de Linhagens. Séculos XI-XIII.
3 – Guerra de Restauração no Século XVII
4 – Poesia Galega do final do século XIX
5- Genealogia Genética do século XXI
Toda identidade nacional é parte histórica, parte imaginada e parte documentada.
a conexão entre privilégios familiares acumulados, com as questões da desigualdade e estratificação social existentes no Brasil.
phylogenetic resolution.
Governadores anteriores encerraram seus ciclos políticos com avaliações negativas nas esferas de gestão política e administrativa no passado, com visível mal estar político. Affonso Camargo, em 1930, Lupion, em 1961, Ney Braga, em 1982 e Jaime Lerner, em 2002, todos passaram pela síndrome de final de governo com a sensação de certo descontrole e colapso político.
Para uma análise da gestão política e administrativa do ciclo de Requião é preciso avaliar que as áreas mais problemáticas foram os setores mais vinculados ao nepotismo, ao clientelismo, à patronagem e ao favoritismo político. O balanço administrativo apresenta os melhores resultados nas áreas com pessoal administrativo de caráter mais técnico e profissionalmente melhor orientado. Nos últimos anos houve crescimento econômico e avanços sociais em todo o Brasil. Políticas sociais e políticas nacionais ganharam dimensões estaduais nos programas assistenciais e políticas de caráter social, como o programa do leite, luz fraterna, tarifa social da água e outros. Outra área de políticas progressistas ocorreu nas políticas de saúde, construções de hospitais, na recuperação de estradas, no apoio à agricultura familiar, na isenção fiscal e no aumento do salário mínimo regional. Houve alguns avanços, mas a educação continua com graves problemas e baixos salários. O pedágio herdado do governo anterior não acabou e nem abaixou!
O problema é que faltou uma marca central ao governo Requião, uma grande obra ou um paradigma que conseguisse se sobrepor à identidade do nepotismo militante, que contagiou todos os outros poderes e instâncias político-administrativas do Paraná. A gestão política do governo anterior, de Jaime Lerner, foi caracterizada pela problemática orientação neoliberal, com flexibilizações, desregulamentações e privatizações. O governo Lerner conheceu grande ônus político na condução da privatização da COPEL, um verdadeiro desastre político. As terceirizações desmontaram a estrutura administrativa do Estado do Paraná. O resgate do público e a reconstrução da esfera administrativa do Paraná foram tarefas esperadas com a vitória de Requião em duas eleições. No entanto, lamentavelmente não houve reformas administrativas e nem avanços na forma do aperfeiçoamento da racionalidade burocrático-legal no Paraná. O número de cargos comissionados continua a ser expressivo e aparentemente irracional. A Governadoria apresenta relativamente mais cargos comissionados do que a educação e quase o mesmo número que a saúde, ainda que as atividades fins da educação e saúde sejam muito mais importantes e necessárias para o bem estar da população. Não adianta querer esconder, a crise na Assembléia Legislativa também atinge o núcleo duro do Governo Requião. O poder executivo tem grande preponderância na direção política e moral do sistema político estadual, indicando os Procuradores Gerais e politicamente influenciando decisivamente os conselheiros do Tribunal de Contas, responsáveis diretos pela fiscalização da ALEP. Um dos parentes do governador quase foi para o Tribunal de Contas! Os diferentes poderes têm que se fiscalizar e se supervisionar de maneira direta. É inadmissível uma rede de nepotismo e de interesses na qual os poderes e as instituições se acobertam e se protegem com silêncios cúmplices em jogos de mútuos interesses. Boa parte do atraso político paranaense está relacionada com o nepotismo direto e nepotismos cruzados, bem como estruturas de parentesco conectando e atravessando múltiplos poderes, que deveriam ser independentes e autônomos entre si.
A baixa renovação da elite política paranaense e a persistência de dinastias e linhagens político-familiares em diferentes poderes e instituições, ao longo de várias gerações, têm motivado problemas e dificuldades administrativas. O monopólio do poder político em poucas famílias tende a viciar o sistema político com várias irregularidades e muitas incorreções. Os partidos políticos deixaram de ser o centro da organização política em detrimento das relações familiares e dependências pessoais.
A construção de um projeto paranaense de desenvolvimento sempre passou pela formação de uma burocracia moderna, legal, meritocrática, eficiente e produtiva. Lamentavelmente a cultura do nepotismo foi reforçada pela gestão que se encerra, o que é um obstáculo considerável à renovação e modernização da burocracia estadual do Paraná, em todos os poderes e instâncias.
Concluímos com a impressão de que não houve nenhum grande projeto, nenhuma grande organização ou visão sistêmica na gestão pública e administrativa do Paraná dos últimos anos. Problema que vem também dos últimos governos, quando o grande planejamento, a racionalidade, a moralidade, a publicidade, a impessoalidade, a competência e a eficiência nas grandes instituições públicas foram abandonadas em proveito do dia-a-dia das moedas eleitorais embaladas pelas sinecuras e prebendas com os cargos comissionados.
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Ricardo Costa de Oliveira é Sociólogo e Cientista Político UFPR.
Palavras-chave: genealogia, Paranaguá.
brasileira. Investigamos o tema no marco teórico de autores clássicos como Caio Prado Júnior, Raimundo Faoro e na agenda do discurso dos historiadores militares do Brasil.
A construção simbólica de uma agenda política oficial no livro História do Exército Brasileiro – Perfil Militar de um Povo, publicado em Brasília, em 1972, pelo Estado-
Maior do Exército.
- Poder Executivo
- Poder Legislativo
- Poder Judiciário e Sistema Judicial
- Tribunal de Contas
- Cartórios
- Mídia
- Empresariado
- Classes Sociais e Hereditariedade
- Associações e Entidades Educacionais, Esportivas e Políticas
tema central da coletânea de 2016 a importância e centralidade da
mulher nas relações de parentesco e nepotismo. Livro disponibilizado porque as bibliotecas estão fechadas com a grande pandemia.
síntese de comportamentos de uma classe dominante tradicional e histórica em suas contradições e estilos.
GT 05 - Família, Instituições e Poder.
Investigamos empiricamente diferentes formatos de famílias políticas verificados nas eleições municipais de 2020. Pesquisamos estudos de casos de famílias políticas em todas as capitais estaduais e em alguns municípios selecionados, de modo a elaborarmos uma tipologia de famílias políticas presentes nas eleições municipais de 2020.