Papers by Milena dos Reis Rabelo
Debates do NER. ANO 23, N. 43 (2023): RELIGIÃO E VIDA DIGITAL, 2023
Resumo: O seguinte ensaio visual coloca em cena a prática contemporânea da Robigália-antigo festi... more Resumo: O seguinte ensaio visual coloca em cena a prática contemporânea da Robigália-antigo festival agrícola romano, como é celebrada no santuário politeísta da Vila Pagã, localizado na zona rural de José de Freitas (PI). A festividade, incorporada ao calendário litúrgico do Paganismo Piaga, acontece no mês de abril e evidencia o aspecto agrário da estação chuvosa e de temperaturas altas no Piauí: o plantio cultivado é o meio sacralizado tanto pelas bênçãos do deus Robigus, que atua na proteção dos campos e lavouras, como pelo aspecto destrutivo da divindade-o qual pode colocar em risco toda a plantação pela ação de pragas, ferrugem e bolor. A oferta de guirlandas e alimentos feitos de milho, consumidos durante a celebração, constitui oferendas que ativam seu aspecto benéfico, e a queima do espantalho, ápice do ritual festivo, é a queima da face maléfica do deus honrado. Nesse sentido, as fotografias apresentadas aqui sugerem uma perspectiva imagética da mobilidade dessa divindade na prática local de uma religião integrada à rede transnacional do Paganismo Contemporâneo. Além disso, acompanham a produção de novos lugares sagrados para antigas religiões e seus diferentes efeitos de sentido, indicando modos de visualizar o protagonismo do lugar onde a religião é materializada, uma vez que "É Robigus que vem" de uma origem romana, mas que é (re)situado na prática do Piaganismo no Piauí.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
A Roda do Ano Piaga - paisagem e cosmologia na Vila Pagã (PI), 2021
A presente Monografia delineia primeiras considerações acerca do Paganismo Piaga e da Vila Pagã n... more A presente Monografia delineia primeiras considerações acerca do Paganismo Piaga e da Vila Pagã no Piauí. Olhando para os aspectos da cosmologia e da paisagem, faço uma reflexão sobre como a organização dos mundos físico, espiritual e divino do piaganismo é relacionada à incorporação de elementos que estão no lugar habitado pelos pagãos piagas: a Mata de Cocais piauiense, que contorna a localização da Vila na zona rural do município de José Freitas (PI). Tomando como meio de visualização dessa relação, temos a Roda do Ano Piaga, calendário litúrgico pagão, que estrutura as oito celebrações principais festejadas ao longo de um ano, que olha para os ciclos da natureza e o percebem enquanto manifestações espirituais de emanação de energias de deuses, divindades, elementais, almas, e muitos outros. Para isso, faço uso de entrevistas, imagens fotográficas e desenhos, que foram desenvolvidos como resultado das minhas idas à campo durante os anos de 2019 e 2020. Sustentada pelo campo das Epistemologias Ecológicas e amparada nos Pagan Studies, discuto conceitos que envolvem a percepção dessa tradição pagã contemporânea como um modo de vida em específico, que forma um processo contínuo e coletivo de relação com uma natureza sacralizada, própria ao Paganismo Piaga.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Anais do XI CONGRESSO INTERNACIONAL EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO - Religião, Arte e Cultura: Multiplicidades Convergentes, 2023
O Paganismo Piaga é um movimento religioso de reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Pia... more O Paganismo Piaga é um movimento religioso de reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Piauí. O Piaganismo – como também é conhecido, é fundamentado em cultos de sacralização da natureza, onde elementos do mundo biofísico local são compreendidos enquanto manifestação de “seres outros”: deuses e deusas, espíritos e elementais que têm morada em flores e folhas, em chuvas e ventos, no dia e na noite. Materializado na Vila Pagã, santuário politeísta construído em meio a mata de cocais da zona rural de José de Freitas (PI), o Piaganismo mobiliza relações entre humanos e meios materiais que fazem a experiência pagã, como as imagens e estátuas dispostas nos altares do Templo Piaga, que serão aqui incorporadas à noção de “objetos”, de “coisas” que atuam como agentes mobilizadores de práticas específicas, e como criadoras de vínculos de acesso ao sagrado. Dito isso, proponho trazer ao centro de observação e análise os arranjos e rearranjos envolvidos no processo de materialidade da relação desses “seres” com os pagãos piagas, direcionando essa escrita para o caminho e o caminhar daqueles objetos que são movimentados desde o Pólo Cerâmico de Teresina até sua chegada na Vila Pagã, e as transformações que mobilizam quando chegam ao santuário. Orientada pelo campo dos estudos da materialidade (Meyer, 2003; Hallam & Ingold, 2014) e dos Pagan Studies (Bezerra, 2019) proponho a análise da dimensão material da religião num contexto em que há a criação de um vínculo com o sagrado a partir da relação estabelecida entre objetos e humanos, conduzindo esse trabalho a uma observação sobre como as coisas importam (Meyer, 2019) na experiência do Piaganismo na Vila Pagã.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Anais da XX Jornadas sobre Alternativas Religiosas na América Latina Religiões na América Latina: Horizontes e Novos Desafios, 2022
A presente escrita delineia considerações acerca do Paganismo Piaga e da Vila Pagã no Piauí. Olha... more A presente escrita delineia considerações acerca do Paganismo Piaga e da Vila Pagã no Piauí. Olhando para os aspectos da cosmologia e da paisagem, faço uma reflexão sobre como a organização dos mundos físico, espiritual e divino do piaganismo é relacionada à incorporação de elementos que estão no lugar habitado pelos pagãos piagas: a Mata de Cocais piauiense, que contorna a localização da Vila na zona rural do município de José Freitas (PI). Tomo como meio de visualização dessa relação a Roda do Ano Piaga, calendário litúrgico pagão, que estrutura oito celebrações festejadas ao longo de um ano, que olha para os ciclos da natureza e o percebem como manifestações espirituais de emanação de energias de deuses, divindades e entidades. Para isso, faço uso de entrevistas e imagens fotográficas desenvolvidas nas minhas idas à campo desde 2019. Sustentada pelo campo das Epistemologias Ecológicas e dos Pagan Studies, discuto conceitos que envolvem a percepção dessa tradição pagã contemporânea como um processo contínuo e coletivo de relação com uma natureza que é sacralizada.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
O Paganismo Piaga é um movimento religioso de reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Piauí. Originado e localizado em terras piauienses, o piaganismo – como também conhecido, é fundamentado em cultos de sacralização da natureza, onde elementos do mundo biofísico local são compreendidos e..., 2023
O Paganismo Piaga é um movimento religioso de
reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Pia... more O Paganismo Piaga é um movimento religioso de
reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Piauí. Originado e
localizado em terras piauienses, o piaganismo – como também
conhecido, é fundamentado em cultos de sacralização da natureza,
onde elementos do mundo biofísico local são compreendidos enquanto
manifestação de seres de outros mundos, como deuses e deusas,
espíritos e elementais, almas e fadas, que têm morada em flores e folhas,
em chuvas e ventos, no dia e na noite. Materializado na Vila Pagã,
santuário politeísta construído em meio a mata de cocais da zona rural
do município de José de Freitas (PI), o piaganismo mobiliza relações
entre humanos – como os membros do Círculo Piaga, grupo de iniciados
na religião e entre seres outros que humanos – como plantas, animais e
objetos. Os objetos serão aqui elevados à qualidade de conceito a
partir das imagens e estátuas dispostas nos altares dos quinze panteões
da corrente colona ou dos cinco panteões da corrente da terra no Templo Piaga (local onde ocorrem a maioria dos rituais e celebrações
da Roda do Ano Piaga) que, como agentes que mobilizam práticas
específicas, criam um vínculo de acesso ao sagrado. Assim, há de se
perguntar de quais modos esculturas, imagens e estátuas fazem a
experiência do paganismo piaga. A partir da observação e
participação em dias de véspera e nos dias próprios das celebrações
da Roda Piaga, proponho fazer pensar os arranjos e rearranjos
envolvidos no processo de materialidade da relação desses seres
envolvidos na religião. Direciono essa escrita desde a feitura das
esculturas, imagens e estátuas no Polo Cerâmico de Teresina – onde são
passadas informações ao artesão responsável sobre estilo, cores e
posturas de como se quer a imagem esculpida em barro e/ou argila até
a ida e chegada desses objetos na Vila Pagã e a transformação pela
qual passam quando chegam no Templo Piaga: a consagração
realizada sobre eles em rituais específicos e os seus rearranjos nos dias
de celebração. Orientada pelo campo dos estudos da materialidade
(MEYER, 2012; MORBERG, 2016; MORGAN, 2010) e dos Pagan Studies
(BEZERRA, 2019) proponho a análise da dimensão material da religião
num contexto em que há a criação de um vínculo com o sagrado a
partir da relação entre objetos e humanos. Trata-se, então, de uma
questão empírica numa prática específica que conduz esse trabalho a
uma análise sobre como as coisas importam (GIUMBELLY; RICKLI; TONIOL, 2019) na experiência do piaganismo na Vila Pagã.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
IDENTIDADE ÉTNICA E CONFLITO VIVENCIADO PELOS GAMELAS NO SUDOESTE PIAUIENSE, 2019
O recorte desse trabalho faz parte do projeto Emergência Étnica Indígena
no Estado do Piauí, coor... more O recorte desse trabalho faz parte do projeto Emergência Étnica Indígena
no Estado do Piauí, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Carmem Lúcia Silva Lima, docente
do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí-UFPI. As
atividades desenvolvidas visam compreender a emergência étnica indígena no
Estado do Piauí; ou seja, estudar o processo de afirmação da identidade indígena
dos grupos Cariri, Tabajara, Tapuio e Gamelas. O objetivo do referido trabalho é
apresentar a realidade vivenciada pelos Gamelas, mapeando o processo de
territorialização e os conflitos decorrentes da instalação do agronegócio e de
empreendimentos “desenvolvimentistas” instalados em grande escala.
Palavras-chave: Gamelas, Piauí, territorialização, conflito.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Caderno de resumos - IV CONACIR, 2019
Compreendido como “[...] o culto mágico da terra e dos espíritos do lugar”, o Paganismo Piaga, ou... more Compreendido como “[...] o culto mágico da terra e dos espíritos do lugar”, o Paganismo Piaga, ou piaganismo, é uma tradição politeísta nascida no Piauí, que, enquanto sistema espiritual, busca resgatar a ancestralidade da terra através do culto das correntes nativas piagas. O entendimento da natureza dotada de sacralidade, ou seja, como local de experiência do sagrado, situa o sujeito numa relação comum entre espiritualidade e ecologia, organizando tanto a vida humana, quanto a espiritual e a divina. Pensando o piaganismo como uma forma de habitar o mundo, como uma trilha de movimento ao longo do qual a vida é vivida, o presente trabalho intenciona compreender a textura do mundo da vida no paganismo piaga, entendendo a sua cosmologia como linhas que entrelaçam e percebem seus mundos. Ao mesmo tempo que reflete a complexidade dos novos movimentos religiosos, o piaganismo ressurge o sagrado da natureza no entendimento da dimensão espiritual, (re)construindo um mundo de relações, de texturas de vida, que aponta novos olhares e percepções para se pensar o paganismo contemporâneo a partir de uma epistemologia ecológica. Palavras-chave: Paganismo Piaga. Novos movimentos religiosos. Epistemologia ecológica.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Livro Gênero, Etnografias e Performances, 2022
Bookmarks Related papers MentionsView impact
II Seminário Antropologias Contemporâneas e Fronteiras: "Reflexões em Tempos de Pandemia", 2020
Como uma tradição politeísta e pagã no/do estado do Piauí, o Paganismo Piaga é uma religiosidade ... more Como uma tradição politeísta e pagã no/do estado do Piauí, o Paganismo Piaga é uma religiosidade de busca e de resgate da ancestralidade e dos costumes dos piagas, povo de culto solar que teria habitado a região nordeste brasileira em tempos pré-cabraliano. Atualmente, materializando-se na Vila Pagã, colônia politeísta localizada no interior do município de José de Freitas (PI), o paganismo piaga (re) constrói os cultos e as crenças do antigo povo do Piauí. Através das celebrações que ocorrem ao longo do ano na Vila Pagã, um calendário litúrgico organiza oito festividades anuais, que configuram momentos rituais de conexão à natureza sacralizada e de devoção às correntes e linhas pagãs cultuadas na Vila. Uma dessas celebrações é a Festividade da Carnaúba, culto que celebra as palmeiras sagradas da região (buriti, tucum, babaçu, e a própria carnaúba) e que materializa a sacralização envolvida no plantio e na colheita dessas palmeiras. Envolvendo uma dinâmica ritual que revela a própria estrutura do piaganismo, a festividade media processos de entendimento, de formação e de conhecimento daqueles que compõem o eixo do paganismo piaga e da tradição pagã da Vila. A fim de compreender a festividade como um ritual fechado aos membros internos da Vila Pagã (por conta da pandemia do Covid-19), este trabalho busca delinear primeiras considerações acerca das dimensões rituais e materiais da festa da carnaúba, e como a mesma forma sentidos e performances que carregam memórias do passado que influenciam o presente e o futuro.
Palavras-chave: Paganismo Piaga, Vila Pagã, ritual, antropologia da religião.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Milena dos Reis Rabelo
reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Piauí. Originado e
localizado em terras piauienses, o piaganismo – como também
conhecido, é fundamentado em cultos de sacralização da natureza,
onde elementos do mundo biofísico local são compreendidos enquanto
manifestação de seres de outros mundos, como deuses e deusas,
espíritos e elementais, almas e fadas, que têm morada em flores e folhas,
em chuvas e ventos, no dia e na noite. Materializado na Vila Pagã,
santuário politeísta construído em meio a mata de cocais da zona rural
do município de José de Freitas (PI), o piaganismo mobiliza relações
entre humanos – como os membros do Círculo Piaga, grupo de iniciados
na religião e entre seres outros que humanos – como plantas, animais e
objetos. Os objetos serão aqui elevados à qualidade de conceito a
partir das imagens e estátuas dispostas nos altares dos quinze panteões
da corrente colona ou dos cinco panteões da corrente da terra no Templo Piaga (local onde ocorrem a maioria dos rituais e celebrações
da Roda do Ano Piaga) que, como agentes que mobilizam práticas
específicas, criam um vínculo de acesso ao sagrado. Assim, há de se
perguntar de quais modos esculturas, imagens e estátuas fazem a
experiência do paganismo piaga. A partir da observação e
participação em dias de véspera e nos dias próprios das celebrações
da Roda Piaga, proponho fazer pensar os arranjos e rearranjos
envolvidos no processo de materialidade da relação desses seres
envolvidos na religião. Direciono essa escrita desde a feitura das
esculturas, imagens e estátuas no Polo Cerâmico de Teresina – onde são
passadas informações ao artesão responsável sobre estilo, cores e
posturas de como se quer a imagem esculpida em barro e/ou argila até
a ida e chegada desses objetos na Vila Pagã e a transformação pela
qual passam quando chegam no Templo Piaga: a consagração
realizada sobre eles em rituais específicos e os seus rearranjos nos dias
de celebração. Orientada pelo campo dos estudos da materialidade
(MEYER, 2012; MORBERG, 2016; MORGAN, 2010) e dos Pagan Studies
(BEZERRA, 2019) proponho a análise da dimensão material da religião
num contexto em que há a criação de um vínculo com o sagrado a
partir da relação entre objetos e humanos. Trata-se, então, de uma
questão empírica numa prática específica que conduz esse trabalho a
uma análise sobre como as coisas importam (GIUMBELLY; RICKLI; TONIOL, 2019) na experiência do piaganismo na Vila Pagã.
no Estado do Piauí, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Carmem Lúcia Silva Lima, docente
do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí-UFPI. As
atividades desenvolvidas visam compreender a emergência étnica indígena no
Estado do Piauí; ou seja, estudar o processo de afirmação da identidade indígena
dos grupos Cariri, Tabajara, Tapuio e Gamelas. O objetivo do referido trabalho é
apresentar a realidade vivenciada pelos Gamelas, mapeando o processo de
territorialização e os conflitos decorrentes da instalação do agronegócio e de
empreendimentos “desenvolvimentistas” instalados em grande escala.
Palavras-chave: Gamelas, Piauí, territorialização, conflito.
Palavras-chave: Paganismo Piaga, Vila Pagã, ritual, antropologia da religião.
reavivamento de práticas pagãs e politeístas no Piauí. Originado e
localizado em terras piauienses, o piaganismo – como também
conhecido, é fundamentado em cultos de sacralização da natureza,
onde elementos do mundo biofísico local são compreendidos enquanto
manifestação de seres de outros mundos, como deuses e deusas,
espíritos e elementais, almas e fadas, que têm morada em flores e folhas,
em chuvas e ventos, no dia e na noite. Materializado na Vila Pagã,
santuário politeísta construído em meio a mata de cocais da zona rural
do município de José de Freitas (PI), o piaganismo mobiliza relações
entre humanos – como os membros do Círculo Piaga, grupo de iniciados
na religião e entre seres outros que humanos – como plantas, animais e
objetos. Os objetos serão aqui elevados à qualidade de conceito a
partir das imagens e estátuas dispostas nos altares dos quinze panteões
da corrente colona ou dos cinco panteões da corrente da terra no Templo Piaga (local onde ocorrem a maioria dos rituais e celebrações
da Roda do Ano Piaga) que, como agentes que mobilizam práticas
específicas, criam um vínculo de acesso ao sagrado. Assim, há de se
perguntar de quais modos esculturas, imagens e estátuas fazem a
experiência do paganismo piaga. A partir da observação e
participação em dias de véspera e nos dias próprios das celebrações
da Roda Piaga, proponho fazer pensar os arranjos e rearranjos
envolvidos no processo de materialidade da relação desses seres
envolvidos na religião. Direciono essa escrita desde a feitura das
esculturas, imagens e estátuas no Polo Cerâmico de Teresina – onde são
passadas informações ao artesão responsável sobre estilo, cores e
posturas de como se quer a imagem esculpida em barro e/ou argila até
a ida e chegada desses objetos na Vila Pagã e a transformação pela
qual passam quando chegam no Templo Piaga: a consagração
realizada sobre eles em rituais específicos e os seus rearranjos nos dias
de celebração. Orientada pelo campo dos estudos da materialidade
(MEYER, 2012; MORBERG, 2016; MORGAN, 2010) e dos Pagan Studies
(BEZERRA, 2019) proponho a análise da dimensão material da religião
num contexto em que há a criação de um vínculo com o sagrado a
partir da relação entre objetos e humanos. Trata-se, então, de uma
questão empírica numa prática específica que conduz esse trabalho a
uma análise sobre como as coisas importam (GIUMBELLY; RICKLI; TONIOL, 2019) na experiência do piaganismo na Vila Pagã.
no Estado do Piauí, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Carmem Lúcia Silva Lima, docente
do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí-UFPI. As
atividades desenvolvidas visam compreender a emergência étnica indígena no
Estado do Piauí; ou seja, estudar o processo de afirmação da identidade indígena
dos grupos Cariri, Tabajara, Tapuio e Gamelas. O objetivo do referido trabalho é
apresentar a realidade vivenciada pelos Gamelas, mapeando o processo de
territorialização e os conflitos decorrentes da instalação do agronegócio e de
empreendimentos “desenvolvimentistas” instalados em grande escala.
Palavras-chave: Gamelas, Piauí, territorialização, conflito.
Palavras-chave: Paganismo Piaga, Vila Pagã, ritual, antropologia da religião.