Raquel Kritsch
Tem graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1991), doutorado-direto em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2000), pós-doutorado pela Universidade de Lisboa e London School of Economics and Political Science (2007-2008) e pela Freie Universität Berlin (2012-2014). Atualmente é Profª Associada na Universidade Estadual de Londrina (atuando na graduação e pós-graduação) e coordenadora dos grupos de pesquisa GETePol (Grupo Estudos em Teoria Política), de âmbito nacional, e e 'teoria&politica.edu', em âmbito local.
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Papers by Raquel Kritsch
que devam reger as práticas e instituições políticas diante da pluralidade das doutrinas abrangentes em sociedades marcadas por uma grande heterogeneidade social e cultural. Tal distinção na fundamentação aparece com clareza na noção de razão pública, tema central do famoso debate no qual Rawls lança mão da
idéia de overllaping consensus para explicitar uma concepção política da justiça que possa ser aceita pelas diversas doutrinas abrangentes de uma sociedade democrática bem-ordenada. Já o procedimento ideal de
Habermas é o da deliberação, que pressupõe uma associação que se julga capaz de regular de um modo imparcial as condições de convivência numa sociedade, fazendo uso, para isso, de uma racionalidade procedimental para a justificação moral. Trata-se assim, aqui, de elucidar e debater duas fundamentações distintas (neutralidade de objetivo e princípio racionalmente justificável) da noção de razão pública.
the concern with the complex intertwining of culture and politics has been object of reflection in various disciplines. In the field of political theory, this article draws attention to the thought of Oliveiros Ferreira contained in his book The 45 Hungarian Knights. The article presents and discusses the theory developed by the author, based on a particular
reading of Gramsci. Thus, in the first section of this article we will show how Oliveiros Ferreira organizes the Gramscian thought (I). Next, we will expose the foundations of his remarkable “theory of essential possessions”, which purposes to contribute towards a “theory of hegemony” inspired by Gramsci (II). It will enable us to present the important role of the theory of essential possessions in Oliveiros Ferreira’s comprehension of the central Gramscian notions of civil society, political society, and state as well as his interpretation of the crisis of hegemony (III). Finally, we take up the question of the
relationship between politics and culture in some of the exponents of the Cultural Studies, trying to point out the main differences between this strand of thought and the explanation offered by Oliveiros Ferreira for the same phenomenon.
se destacam os autores vinculados aos Cultural Studies. No Brasil, a preocupação com a complexa imbricação entre cultura e política tem sido objeto de reflexão de várias disciplinas. No campo da Teoria Política, chama a atenção a formulação oferecida por Oliveiros Ferreira, em seu Os 45 cavaleiros húngaros. Este artigo tem como objetivo apresentar e debater a teoria elaborada por este autor, a partir de uma leitura particular de Gramsci. Para tanto, aborda-se a organização do pensamento gramsciano empreendida por Oliveiros Ferreira. Em seguida, serão expostos os fundamentos de sua original “teoria das posses essenciais”, que intenta contribuir para uma “teoria da hegemonia” de inspiração gramsciana, para mostrar o papel de relevo que tal teoria desempenha na compreensão pelo autor das noções centrais de sociedade civil, sociedade política e Estado formuladas pelo Sardo, e também para sua interpretação de como se dá a crise da
hegemonia. Por fim, retoma-se a questão da relação entre política e cultura em alguns dos expoentes dos Cultural Studies, procurando apontar as principais diferenças entre esta corrente de pensamento e a explicação oferecida por Oliveiros Ferreira para o mesmo fenômeno.
preliminares, destinados a eliminar as causas da guerra entre os Estados. Em seguida, serão tratados os três artigos definitivos, os quais constituiriam as garantias para uma paz duradoura. Tal percurso permite jogar luz sobre as relevantes noções de república, direitos do homem, federalismo, Estado constitucional e política mobilizadas por Kant neste texto. Por fim, aponta-se alguns desdobramentos contemporâneos de tais formulações kantianas
a saber, a herança hegeliana. Por fim, discutimos as diferenças substantivas entre uma noção positiva e outra negativa do reconhecimento e das identidades e apontamos as potencialidades de uma agenda de pesquisa em ciências sociais e humanas que adote
algumas das premissas fundamentais do reconhecimento negativo.
político de Edmund Burke, um dos nomes mais influentes do
pensamento político conservador. A partir de uma breve
contextualização da crítica burkeana ao racionalismo iluminista, o
artigo procura mostrar como o autor organiza conceitos centrais de
sua teoria política, como poder, legitimidade, conservação, correção,
preconceito, prescrição, num discurso articulado e coerente, com o
objetivo de sustentar que na Inglaterra política e religião constituem,
juntas, não só a base não só da prosperidade do povo mas também
o fundamento do Estado. Em seguida, aborda-se a crítica de Burke à
Revolução Francesa, à “psicologia dos revolucionários” e, de
maneira mais detida, aos direitos do homem, discutindo alguns de
seus argumentos contra as abstrações distanciadas das práticas
concretas dos coletivos humanos e a transformação da metafísica
moderna num programa político.
que devam reger as práticas e instituições políticas diante da pluralidade das doutrinas abrangentes em sociedades marcadas por uma grande heterogeneidade social e cultural. Tal distinção na fundamentação aparece com clareza na noção de razão pública, tema central do famoso debate no qual Rawls lança mão da
idéia de overllaping consensus para explicitar uma concepção política da justiça que possa ser aceita pelas diversas doutrinas abrangentes de uma sociedade democrática bem-ordenada. Já o procedimento ideal de
Habermas é o da deliberação, que pressupõe uma associação que se julga capaz de regular de um modo imparcial as condições de convivência numa sociedade, fazendo uso, para isso, de uma racionalidade procedimental para a justificação moral. Trata-se assim, aqui, de elucidar e debater duas fundamentações distintas (neutralidade de objetivo e princípio racionalmente justificável) da noção de razão pública.
the concern with the complex intertwining of culture and politics has been object of reflection in various disciplines. In the field of political theory, this article draws attention to the thought of Oliveiros Ferreira contained in his book The 45 Hungarian Knights. The article presents and discusses the theory developed by the author, based on a particular
reading of Gramsci. Thus, in the first section of this article we will show how Oliveiros Ferreira organizes the Gramscian thought (I). Next, we will expose the foundations of his remarkable “theory of essential possessions”, which purposes to contribute towards a “theory of hegemony” inspired by Gramsci (II). It will enable us to present the important role of the theory of essential possessions in Oliveiros Ferreira’s comprehension of the central Gramscian notions of civil society, political society, and state as well as his interpretation of the crisis of hegemony (III). Finally, we take up the question of the
relationship between politics and culture in some of the exponents of the Cultural Studies, trying to point out the main differences between this strand of thought and the explanation offered by Oliveiros Ferreira for the same phenomenon.
se destacam os autores vinculados aos Cultural Studies. No Brasil, a preocupação com a complexa imbricação entre cultura e política tem sido objeto de reflexão de várias disciplinas. No campo da Teoria Política, chama a atenção a formulação oferecida por Oliveiros Ferreira, em seu Os 45 cavaleiros húngaros. Este artigo tem como objetivo apresentar e debater a teoria elaborada por este autor, a partir de uma leitura particular de Gramsci. Para tanto, aborda-se a organização do pensamento gramsciano empreendida por Oliveiros Ferreira. Em seguida, serão expostos os fundamentos de sua original “teoria das posses essenciais”, que intenta contribuir para uma “teoria da hegemonia” de inspiração gramsciana, para mostrar o papel de relevo que tal teoria desempenha na compreensão pelo autor das noções centrais de sociedade civil, sociedade política e Estado formuladas pelo Sardo, e também para sua interpretação de como se dá a crise da
hegemonia. Por fim, retoma-se a questão da relação entre política e cultura em alguns dos expoentes dos Cultural Studies, procurando apontar as principais diferenças entre esta corrente de pensamento e a explicação oferecida por Oliveiros Ferreira para o mesmo fenômeno.
preliminares, destinados a eliminar as causas da guerra entre os Estados. Em seguida, serão tratados os três artigos definitivos, os quais constituiriam as garantias para uma paz duradoura. Tal percurso permite jogar luz sobre as relevantes noções de república, direitos do homem, federalismo, Estado constitucional e política mobilizadas por Kant neste texto. Por fim, aponta-se alguns desdobramentos contemporâneos de tais formulações kantianas
a saber, a herança hegeliana. Por fim, discutimos as diferenças substantivas entre uma noção positiva e outra negativa do reconhecimento e das identidades e apontamos as potencialidades de uma agenda de pesquisa em ciências sociais e humanas que adote
algumas das premissas fundamentais do reconhecimento negativo.
político de Edmund Burke, um dos nomes mais influentes do
pensamento político conservador. A partir de uma breve
contextualização da crítica burkeana ao racionalismo iluminista, o
artigo procura mostrar como o autor organiza conceitos centrais de
sua teoria política, como poder, legitimidade, conservação, correção,
preconceito, prescrição, num discurso articulado e coerente, com o
objetivo de sustentar que na Inglaterra política e religião constituem,
juntas, não só a base não só da prosperidade do povo mas também
o fundamento do Estado. Em seguida, aborda-se a crítica de Burke à
Revolução Francesa, à “psicologia dos revolucionários” e, de
maneira mais detida, aos direitos do homem, discutindo alguns de
seus argumentos contra as abstrações distanciadas das práticas
concretas dos coletivos humanos e a transformação da metafísica
moderna num programa político.