Papers by Kelly Cristina Melo
Se todas as paisagens são culturais, o que motiva a eleição de algumas como mais representativas ... more Se todas as paisagens são culturais, o que motiva a eleição de algumas como mais representativas da relação homem e ambiente ? O conceito paisagem existe desde a Idade
Média para designar uma região de dimensões médias na qual se desenvolviam pequenas unidades de ocupação humana. Na Geografia a paisagem é analisada como produto de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocupar um espaço, pode ser cartografada em diferentes escalas e classificada de acordo com um método ou elemento que a compõe. Ao
incorporar as relações do homem com o meio sugere-se que os modos de vida do ser humano produzem paisagens que são amplas em aspectos culturais e também patrimoniais. O trabalho aqui apresentado faz parte de uma pesquisa de doutoramento em que as paisagens culturais são analisadas em seus aspectos conceituais, metodológicos e legais. A chamada paisagem cultural passa a ser reconhecida a partir de uma avaliação institucional e enquadramento em
determinadas categorias, a partir de 1992, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), entretanto, muito pode ser questionado em
relação aos critérios utilizados e, ao observar quais são e aonde estão estas paisagens observa-se certa disparidade em termos de representatividade e consideração de elementos
reconhecidos localmente como herança e identidade de uma comunidade ou grupo social. Os procedimentos da pesquisa baseiam-se em levantamento de cartas e recomendações
institucionais que foram, ao longo das últimas décadas, abordando a paisagem nas discussões sobre patrimônio e conservação, além de uma análise das 88 paisagens culturais reconhecidas pela UNESCO, de 1993 até 2014, em todo o mundo, a partir dos critérios de escolha e localização. Os resultados, parciais, alcançados permitem compreender as nuances envolvidas com os critérios de elegibilidade de uma paisagem como cultural. Entende-se que a aplicação do conceito a partir do reconhecimento da sua complexidade pode funcionar como recomendação fundamental para uso e gestão do território, além da simples manutenção de um símbolo construído desvinculado de seu contexto identitário e social.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
A categoria Paisagem Cultural conferiu uma nova leitura ao patrimônio, buscando uma leitura integ... more A categoria Paisagem Cultural conferiu uma nova leitura ao patrimônio, buscando uma leitura integrada daquilo que foi construído pelo homem com os componentes naturais do
meio. A pesquisa desenvolvida buscou abordar os instrumentos de proteção das paisagens culturais, avaliando a figura consagrada do Tombamento e a mais recente Chancela da Paisagem Cultural. A pesquisa baseou-se na avaliação de documentos vinculados ao processo de tombamento da Serra do Mar em São Paulo e na discussão sobre os novos instrumentos de proteção da paisagem, com foco no instrumento da Chancela e seu significado. O Tombamento é o mais antigo instrumento de proteção do patrimônio cultural
brasileiro, foi instituído, em nível federal, em 1937. No processo de Tombamento, a abordagem sobre a Paisagem se dá pela análise de aspectos relacionados ao uso e ocupação da terra em três momentos distintos - antes do inicio do processo de tombamento, no inicio do processo de tombamento e no momento atual, ou posterior ao tombamento.Na busca de novos instrumentos de gestão da paisagem, recentemente foi incorporada a figura da Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, instituída pela Portaria 127 de 30/04/2009 do
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, diferente do tombamento, pois trata de setores peculiares do território
que sejam representativos do processo de interação do homem com o meio natural.Em seus artigos 4º e 5º a Chancela trata do estabelecimento de um pacto que envolve o poder
público, a sociedade civil e a iniciativa privada, visando a gestão compartilhada da porção do território nacional assim reconhecida; a paisagem chancelada pode usufruir do título desde que mantenha as características que a fizeram merecer esta classificação, sendo, por isso, necessário desenvolver um Plano de Gestão, onde devem estar planejadas todas as ações
voltadas à preservação dos valores que levaram determinado lugar a ser reconhecido como uma Paisagem Cultural Brasileira.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Este
trabalho de pesquisa tratou da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba... more Este
trabalho de pesquisa tratou da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba (SP), partindo da avaliação da paisagem através do estudo das condicionantes do meio físico e social. O referencial teórico baseou-se na abordagem sistêmica, preconizada na Teoria Geral dos Sistemas. Os
procedimentos operacionais e metodológicos desenvolveram-se em etapas, desde a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, sistematização de dados, caracterização e mapeamentos. O modo de análise buscou ser integrador, contendo elementos norteadores, estabelecimento de escalas espaciais de abordagem, definição e mensuração de áreas denotando formas sustentáveis de utilização, em aspectos históricos, espaciais e ecológicos.
Palavras-chave: Geoecologia; Paisagem; Unidades da Paisagem; Ubatuba.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
No âmbito da Geografia, verifica-se que o estudo da paisagem é de fundamental importância para a ... more No âmbito da Geografia, verifica-se que o estudo da paisagem é de fundamental importância para a compreensão dos fenômenos resultantes da relação entre a dinâmica social e a dinâmica da natureza, permitindo avaliar os resultados da
relação entre o tempo/espaço social e o tempo/espaço natural. Este trabalho de pesquisa trata da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba (SP), partindo da avaliação da paisagem através do estudo das condicionantes do meio físico, social e cultural, destacando-se também a importância da espacialização para construção da síntese, representada por meio da Cartografia Ambiental. O referencial teórico baseou-se na abordagem sistêmica, preconizada na Teoria Geral dos Sistemas. Os procedimentos operacionais e metodológicos desenvolveram-se em etapas, desde a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, sistematização de dados, caracterização e mapeamentos. O modo de análise buscou ser integrador,
contendo elementos norteadores, estabelecimento de escalas espaciais de abordagem, definição e mensuração de áreas denotando formas sustentáveis de utilização, em aspectos históricos, espaciais e ecológicos.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Thesis Chapters by Kelly Cristina Melo
Paisagem Cultural do Rio De Janeiro: o patrimônio na valorização, gestão e ordenamento do territó... more Paisagem Cultural do Rio De Janeiro: o patrimônio na valorização, gestão e ordenamento do território
Na geografia, a paisagem é analisada como produto de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocuparem um determinado espaço, pode ser cartografada em diferentes escalas e classificada de acordo com um método ou elementos que a compõem. A abordagem da paisagem adjetivada de cultural foi evidenciada no final do século XX sob diversas concepções teórico-metodológicas, ultrapassando o campo disciplinar da geografia, abrangendo as artes, a arqueologia, a ecologia, o paisagismo e o urbanismo. Neste contexto, podem ser apresentados múltiplos olhares e por vezes redundâncias em suas definições e dificuldades na consolidação de um método de análise mais amplo e assertivo que ultrapasse o simples reconhecimento de um sítio como cultural ou natural, mas que ofereça instrumentos para sua gestão e valorização. O trabalho aqui apresentado tem como objetivo discutir o conceito de paisagem cultural e sua utilização como uma categoria de preservação patrimonial. Para tanto, traz uma análise da Paisagem Cultural do Rio de Janeiro, uma vez que um setor da cidade fluminense foi assim declarado pela UNESCO em 2012. É apresentado também um panorama das discussões mais recentes sobre estas paisagens como patrimônio e num aspecto mais amplo como espaços adequados à gestão e ao ordenamento territorial. O patrimônio abordado como herança e permanência, como lócus de identificação individual e coletivo e por isso, instituído de valor àqueles que na paisagem produzem seus espaços de vida e convivência. A paisagem cultural passa a ser reconhecida como categoria de preservação patrimonial por meio de uma avaliação institucional, a partir de 1992, pela UNESCO, entretanto, muito pode ser questionado em relação aos critérios utilizados e, ao observar quais são e onde estão estas paisagens constata-se certa disparidade em termos de representatividade e consideração de elementos reconhecidos localmente como herança e identidade da coletividade ou determinado grupo social. Entre 1993 e 2015 a lista da UNESCO totalizou 95 paisagens culturais em todo o mundo. No Brasil, em 2009 foi publicada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a Portaria nº 127, estabelecendo a Chancela da Paisagem Cultural, instrumento que busca definir setores do território brasileiro que assim possam ser considerados, implicando em reconhecimento e gestão compartilhada. Diante dos resultados alcançados pela pesquisa, entende-se que a aplicação do conceito a partir do reconhecimento da sua complexidade pode funcionar como instrumento fundamental para o planejamento, a gestão e o ordenamento do território, além da simples manutenção de um símbolo construído desvinculado de seu contexto identitário e social. A pesquisa foi desenvolvida com base em levantamentos bibliográficos, análises de cartas patrimoniais, resoluções e recomendações nacionais e internacionais, sob uma abordagem descritiva e analítica, visando identificar a evolução da discussão da paisagem e como esta passou a ser uma categoria de preservação patrimonial. A paisagem ultrapassa o mero papel de categoria de preservação, permite a percepção da grandeza dos territórios em sua unidade e pluralidade, sua valorização e adequada gestão podem tornar-se importantes ferramentas na formação de seres contemporâneos, atuantes e participativos, inseridos no presente e aptos a construir um futuro muito além de um projeto congelado de símbolos destituídos de significados.
Palavras-chave: paisagem, paisagem cultural, Rio de Janeiro, ordenamento territorial, planejamento.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Kelly Cristina Melo
Média para designar uma região de dimensões médias na qual se desenvolviam pequenas unidades de ocupação humana. Na Geografia a paisagem é analisada como produto de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocupar um espaço, pode ser cartografada em diferentes escalas e classificada de acordo com um método ou elemento que a compõe. Ao
incorporar as relações do homem com o meio sugere-se que os modos de vida do ser humano produzem paisagens que são amplas em aspectos culturais e também patrimoniais. O trabalho aqui apresentado faz parte de uma pesquisa de doutoramento em que as paisagens culturais são analisadas em seus aspectos conceituais, metodológicos e legais. A chamada paisagem cultural passa a ser reconhecida a partir de uma avaliação institucional e enquadramento em
determinadas categorias, a partir de 1992, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), entretanto, muito pode ser questionado em
relação aos critérios utilizados e, ao observar quais são e aonde estão estas paisagens observa-se certa disparidade em termos de representatividade e consideração de elementos
reconhecidos localmente como herança e identidade de uma comunidade ou grupo social. Os procedimentos da pesquisa baseiam-se em levantamento de cartas e recomendações
institucionais que foram, ao longo das últimas décadas, abordando a paisagem nas discussões sobre patrimônio e conservação, além de uma análise das 88 paisagens culturais reconhecidas pela UNESCO, de 1993 até 2014, em todo o mundo, a partir dos critérios de escolha e localização. Os resultados, parciais, alcançados permitem compreender as nuances envolvidas com os critérios de elegibilidade de uma paisagem como cultural. Entende-se que a aplicação do conceito a partir do reconhecimento da sua complexidade pode funcionar como recomendação fundamental para uso e gestão do território, além da simples manutenção de um símbolo construído desvinculado de seu contexto identitário e social.
meio. A pesquisa desenvolvida buscou abordar os instrumentos de proteção das paisagens culturais, avaliando a figura consagrada do Tombamento e a mais recente Chancela da Paisagem Cultural. A pesquisa baseou-se na avaliação de documentos vinculados ao processo de tombamento da Serra do Mar em São Paulo e na discussão sobre os novos instrumentos de proteção da paisagem, com foco no instrumento da Chancela e seu significado. O Tombamento é o mais antigo instrumento de proteção do patrimônio cultural
brasileiro, foi instituído, em nível federal, em 1937. No processo de Tombamento, a abordagem sobre a Paisagem se dá pela análise de aspectos relacionados ao uso e ocupação da terra em três momentos distintos - antes do inicio do processo de tombamento, no inicio do processo de tombamento e no momento atual, ou posterior ao tombamento.Na busca de novos instrumentos de gestão da paisagem, recentemente foi incorporada a figura da Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, instituída pela Portaria 127 de 30/04/2009 do
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, diferente do tombamento, pois trata de setores peculiares do território
que sejam representativos do processo de interação do homem com o meio natural.Em seus artigos 4º e 5º a Chancela trata do estabelecimento de um pacto que envolve o poder
público, a sociedade civil e a iniciativa privada, visando a gestão compartilhada da porção do território nacional assim reconhecida; a paisagem chancelada pode usufruir do título desde que mantenha as características que a fizeram merecer esta classificação, sendo, por isso, necessário desenvolver um Plano de Gestão, onde devem estar planejadas todas as ações
voltadas à preservação dos valores que levaram determinado lugar a ser reconhecido como uma Paisagem Cultural Brasileira.
trabalho de pesquisa tratou da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba (SP), partindo da avaliação da paisagem através do estudo das condicionantes do meio físico e social. O referencial teórico baseou-se na abordagem sistêmica, preconizada na Teoria Geral dos Sistemas. Os
procedimentos operacionais e metodológicos desenvolveram-se em etapas, desde a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, sistematização de dados, caracterização e mapeamentos. O modo de análise buscou ser integrador, contendo elementos norteadores, estabelecimento de escalas espaciais de abordagem, definição e mensuração de áreas denotando formas sustentáveis de utilização, em aspectos históricos, espaciais e ecológicos.
Palavras-chave: Geoecologia; Paisagem; Unidades da Paisagem; Ubatuba.
relação entre o tempo/espaço social e o tempo/espaço natural. Este trabalho de pesquisa trata da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba (SP), partindo da avaliação da paisagem através do estudo das condicionantes do meio físico, social e cultural, destacando-se também a importância da espacialização para construção da síntese, representada por meio da Cartografia Ambiental. O referencial teórico baseou-se na abordagem sistêmica, preconizada na Teoria Geral dos Sistemas. Os procedimentos operacionais e metodológicos desenvolveram-se em etapas, desde a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, sistematização de dados, caracterização e mapeamentos. O modo de análise buscou ser integrador,
contendo elementos norteadores, estabelecimento de escalas espaciais de abordagem, definição e mensuração de áreas denotando formas sustentáveis de utilização, em aspectos históricos, espaciais e ecológicos.
Thesis Chapters by Kelly Cristina Melo
Na geografia, a paisagem é analisada como produto de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocuparem um determinado espaço, pode ser cartografada em diferentes escalas e classificada de acordo com um método ou elementos que a compõem. A abordagem da paisagem adjetivada de cultural foi evidenciada no final do século XX sob diversas concepções teórico-metodológicas, ultrapassando o campo disciplinar da geografia, abrangendo as artes, a arqueologia, a ecologia, o paisagismo e o urbanismo. Neste contexto, podem ser apresentados múltiplos olhares e por vezes redundâncias em suas definições e dificuldades na consolidação de um método de análise mais amplo e assertivo que ultrapasse o simples reconhecimento de um sítio como cultural ou natural, mas que ofereça instrumentos para sua gestão e valorização. O trabalho aqui apresentado tem como objetivo discutir o conceito de paisagem cultural e sua utilização como uma categoria de preservação patrimonial. Para tanto, traz uma análise da Paisagem Cultural do Rio de Janeiro, uma vez que um setor da cidade fluminense foi assim declarado pela UNESCO em 2012. É apresentado também um panorama das discussões mais recentes sobre estas paisagens como patrimônio e num aspecto mais amplo como espaços adequados à gestão e ao ordenamento territorial. O patrimônio abordado como herança e permanência, como lócus de identificação individual e coletivo e por isso, instituído de valor àqueles que na paisagem produzem seus espaços de vida e convivência. A paisagem cultural passa a ser reconhecida como categoria de preservação patrimonial por meio de uma avaliação institucional, a partir de 1992, pela UNESCO, entretanto, muito pode ser questionado em relação aos critérios utilizados e, ao observar quais são e onde estão estas paisagens constata-se certa disparidade em termos de representatividade e consideração de elementos reconhecidos localmente como herança e identidade da coletividade ou determinado grupo social. Entre 1993 e 2015 a lista da UNESCO totalizou 95 paisagens culturais em todo o mundo. No Brasil, em 2009 foi publicada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a Portaria nº 127, estabelecendo a Chancela da Paisagem Cultural, instrumento que busca definir setores do território brasileiro que assim possam ser considerados, implicando em reconhecimento e gestão compartilhada. Diante dos resultados alcançados pela pesquisa, entende-se que a aplicação do conceito a partir do reconhecimento da sua complexidade pode funcionar como instrumento fundamental para o planejamento, a gestão e o ordenamento do território, além da simples manutenção de um símbolo construído desvinculado de seu contexto identitário e social. A pesquisa foi desenvolvida com base em levantamentos bibliográficos, análises de cartas patrimoniais, resoluções e recomendações nacionais e internacionais, sob uma abordagem descritiva e analítica, visando identificar a evolução da discussão da paisagem e como esta passou a ser uma categoria de preservação patrimonial. A paisagem ultrapassa o mero papel de categoria de preservação, permite a percepção da grandeza dos territórios em sua unidade e pluralidade, sua valorização e adequada gestão podem tornar-se importantes ferramentas na formação de seres contemporâneos, atuantes e participativos, inseridos no presente e aptos a construir um futuro muito além de um projeto congelado de símbolos destituídos de significados.
Palavras-chave: paisagem, paisagem cultural, Rio de Janeiro, ordenamento territorial, planejamento.
Média para designar uma região de dimensões médias na qual se desenvolviam pequenas unidades de ocupação humana. Na Geografia a paisagem é analisada como produto de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocupar um espaço, pode ser cartografada em diferentes escalas e classificada de acordo com um método ou elemento que a compõe. Ao
incorporar as relações do homem com o meio sugere-se que os modos de vida do ser humano produzem paisagens que são amplas em aspectos culturais e também patrimoniais. O trabalho aqui apresentado faz parte de uma pesquisa de doutoramento em que as paisagens culturais são analisadas em seus aspectos conceituais, metodológicos e legais. A chamada paisagem cultural passa a ser reconhecida a partir de uma avaliação institucional e enquadramento em
determinadas categorias, a partir de 1992, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), entretanto, muito pode ser questionado em
relação aos critérios utilizados e, ao observar quais são e aonde estão estas paisagens observa-se certa disparidade em termos de representatividade e consideração de elementos
reconhecidos localmente como herança e identidade de uma comunidade ou grupo social. Os procedimentos da pesquisa baseiam-se em levantamento de cartas e recomendações
institucionais que foram, ao longo das últimas décadas, abordando a paisagem nas discussões sobre patrimônio e conservação, além de uma análise das 88 paisagens culturais reconhecidas pela UNESCO, de 1993 até 2014, em todo o mundo, a partir dos critérios de escolha e localização. Os resultados, parciais, alcançados permitem compreender as nuances envolvidas com os critérios de elegibilidade de uma paisagem como cultural. Entende-se que a aplicação do conceito a partir do reconhecimento da sua complexidade pode funcionar como recomendação fundamental para uso e gestão do território, além da simples manutenção de um símbolo construído desvinculado de seu contexto identitário e social.
meio. A pesquisa desenvolvida buscou abordar os instrumentos de proteção das paisagens culturais, avaliando a figura consagrada do Tombamento e a mais recente Chancela da Paisagem Cultural. A pesquisa baseou-se na avaliação de documentos vinculados ao processo de tombamento da Serra do Mar em São Paulo e na discussão sobre os novos instrumentos de proteção da paisagem, com foco no instrumento da Chancela e seu significado. O Tombamento é o mais antigo instrumento de proteção do patrimônio cultural
brasileiro, foi instituído, em nível federal, em 1937. No processo de Tombamento, a abordagem sobre a Paisagem se dá pela análise de aspectos relacionados ao uso e ocupação da terra em três momentos distintos - antes do inicio do processo de tombamento, no inicio do processo de tombamento e no momento atual, ou posterior ao tombamento.Na busca de novos instrumentos de gestão da paisagem, recentemente foi incorporada a figura da Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, instituída pela Portaria 127 de 30/04/2009 do
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, diferente do tombamento, pois trata de setores peculiares do território
que sejam representativos do processo de interação do homem com o meio natural.Em seus artigos 4º e 5º a Chancela trata do estabelecimento de um pacto que envolve o poder
público, a sociedade civil e a iniciativa privada, visando a gestão compartilhada da porção do território nacional assim reconhecida; a paisagem chancelada pode usufruir do título desde que mantenha as características que a fizeram merecer esta classificação, sendo, por isso, necessário desenvolver um Plano de Gestão, onde devem estar planejadas todas as ações
voltadas à preservação dos valores que levaram determinado lugar a ser reconhecido como uma Paisagem Cultural Brasileira.
trabalho de pesquisa tratou da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba (SP), partindo da avaliação da paisagem através do estudo das condicionantes do meio físico e social. O referencial teórico baseou-se na abordagem sistêmica, preconizada na Teoria Geral dos Sistemas. Os
procedimentos operacionais e metodológicos desenvolveram-se em etapas, desde a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, sistematização de dados, caracterização e mapeamentos. O modo de análise buscou ser integrador, contendo elementos norteadores, estabelecimento de escalas espaciais de abordagem, definição e mensuração de áreas denotando formas sustentáveis de utilização, em aspectos históricos, espaciais e ecológicos.
Palavras-chave: Geoecologia; Paisagem; Unidades da Paisagem; Ubatuba.
relação entre o tempo/espaço social e o tempo/espaço natural. Este trabalho de pesquisa trata da identificação de Unidades de Paisagem no município de Ubatuba (SP), partindo da avaliação da paisagem através do estudo das condicionantes do meio físico, social e cultural, destacando-se também a importância da espacialização para construção da síntese, representada por meio da Cartografia Ambiental. O referencial teórico baseou-se na abordagem sistêmica, preconizada na Teoria Geral dos Sistemas. Os procedimentos operacionais e metodológicos desenvolveram-se em etapas, desde a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, sistematização de dados, caracterização e mapeamentos. O modo de análise buscou ser integrador,
contendo elementos norteadores, estabelecimento de escalas espaciais de abordagem, definição e mensuração de áreas denotando formas sustentáveis de utilização, em aspectos históricos, espaciais e ecológicos.
Na geografia, a paisagem é analisada como produto de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocuparem um determinado espaço, pode ser cartografada em diferentes escalas e classificada de acordo com um método ou elementos que a compõem. A abordagem da paisagem adjetivada de cultural foi evidenciada no final do século XX sob diversas concepções teórico-metodológicas, ultrapassando o campo disciplinar da geografia, abrangendo as artes, a arqueologia, a ecologia, o paisagismo e o urbanismo. Neste contexto, podem ser apresentados múltiplos olhares e por vezes redundâncias em suas definições e dificuldades na consolidação de um método de análise mais amplo e assertivo que ultrapasse o simples reconhecimento de um sítio como cultural ou natural, mas que ofereça instrumentos para sua gestão e valorização. O trabalho aqui apresentado tem como objetivo discutir o conceito de paisagem cultural e sua utilização como uma categoria de preservação patrimonial. Para tanto, traz uma análise da Paisagem Cultural do Rio de Janeiro, uma vez que um setor da cidade fluminense foi assim declarado pela UNESCO em 2012. É apresentado também um panorama das discussões mais recentes sobre estas paisagens como patrimônio e num aspecto mais amplo como espaços adequados à gestão e ao ordenamento territorial. O patrimônio abordado como herança e permanência, como lócus de identificação individual e coletivo e por isso, instituído de valor àqueles que na paisagem produzem seus espaços de vida e convivência. A paisagem cultural passa a ser reconhecida como categoria de preservação patrimonial por meio de uma avaliação institucional, a partir de 1992, pela UNESCO, entretanto, muito pode ser questionado em relação aos critérios utilizados e, ao observar quais são e onde estão estas paisagens constata-se certa disparidade em termos de representatividade e consideração de elementos reconhecidos localmente como herança e identidade da coletividade ou determinado grupo social. Entre 1993 e 2015 a lista da UNESCO totalizou 95 paisagens culturais em todo o mundo. No Brasil, em 2009 foi publicada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a Portaria nº 127, estabelecendo a Chancela da Paisagem Cultural, instrumento que busca definir setores do território brasileiro que assim possam ser considerados, implicando em reconhecimento e gestão compartilhada. Diante dos resultados alcançados pela pesquisa, entende-se que a aplicação do conceito a partir do reconhecimento da sua complexidade pode funcionar como instrumento fundamental para o planejamento, a gestão e o ordenamento do território, além da simples manutenção de um símbolo construído desvinculado de seu contexto identitário e social. A pesquisa foi desenvolvida com base em levantamentos bibliográficos, análises de cartas patrimoniais, resoluções e recomendações nacionais e internacionais, sob uma abordagem descritiva e analítica, visando identificar a evolução da discussão da paisagem e como esta passou a ser uma categoria de preservação patrimonial. A paisagem ultrapassa o mero papel de categoria de preservação, permite a percepção da grandeza dos territórios em sua unidade e pluralidade, sua valorização e adequada gestão podem tornar-se importantes ferramentas na formação de seres contemporâneos, atuantes e participativos, inseridos no presente e aptos a construir um futuro muito além de um projeto congelado de símbolos destituídos de significados.
Palavras-chave: paisagem, paisagem cultural, Rio de Janeiro, ordenamento territorial, planejamento.