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S-O Livro de Sabedoria da Bíblia

S-O Livro de Sabedoria da Bíblia Primeiro Volume-Capítulo 1 ao 7 Comentário Versículo por versículo Bíblia consultada BKJ 1611-Com estudos Holman e vários comentaristas conforme Bibliografia. Maurício Saramago-Teólogo INTRODUÇÃO O título hebraico é Qohelet, que o autor do livro se aplica a si mesmo (Ec1:12). “Eu, Qohelet, fui rei sobre Israel”. Significa alguém que reúne ou Convocador de reunião, e um Pregador de tal reunião. O propósito do Eclesiastes é demonstrar a vaidade de todas as ocupações meramente humanas, quando se faz delas a principal finalidade, em contraste com a verdadeira bem-aventurança da verdadeira sabedoria, ou seja, a religião. A imortalidade da alma menciona-se incidentalmente, como subsidiária ao propósito principal. A lei de Moisés pressupunha essa verdade, e tirou suas sanções de recompensa e de retribuição de acordo com a teocracia, que estava sob uma providência especial de Deus como Rei temporário de Israel, da vida presente, em lugar da futura. A Bíblia nunca hesita em confrontar verdades dolorosas e questões difíceis. O Livro de Eclesiastes enfrenta o problema de como podemos encontrar significado na vida à luz da natureza aparentemente inútil de tudo. O Livro não permite que o leitor fuja com respostas superficiais. Também não dá respostas a este problema nos confrontando com chavões vazios, pelo contrário, seu lema é “Tudo é vaidade”. No entanto, ao nos forçar a encarar a inutilidade da existência humana, Eclesiastes nos guia a uma vida livre de propósitos vazios e justificativas enganosas. Eclesiastes é o registro da luta mental de uma alma que busca satisfação sem Deus. Se escrito por Salomão no tempo do seu declínio religioso ou quase no fim deste, constituir-se-ia o mais valioso comentário sobre a história inspirada. O livro mostra a experiencia do desgoverno. Um escritor mais antigo não pode escrever no estilo um dos mais tardio embora o mais tardio possa imitar o mais antigo Qualquer estudioso do Velho Testamento precisa começar com o texto massorético; entretanto, devido aos inevitáveis erros dos copistas, deve se levar em consideração outros textos hebraicos conhecidos, e antigas traduções baseadas em textos anteriores. No caso de Eclesiastes, afortunadamente temos quatro pedaços de manuscritos descobertos em Qumrã, publicado em 1954, contendo fragmentos dos capítulos 5-7. Com base no estilo do texto, tais fragmentos foram datados como sendo de meados do segundo século a.C. A maior parte das variações é puramente de ordem ortográfica. O Eclesiastes não é apenas uma coleção de material a respeito de sabedoria; é, também, uma narrativa. Dentro de suas páginas há uma pessoa que mui oportunamente aparece nas palavras “diz o Pregador”. Bem no início (1:2) somos gentilmente informados de que um homem está relatando o material de sabedoria de outro homem. Mais ou menos na metade (7:27), tais palavras aparecem outra vez como lembrete delicado. No final (12:8), para que não nos esqueçamos, aparecem mais uma vez. Um título (1:1) e um epilogo (12:9-14) são adicionados à narrativa. METODOLOGIA Para facilitar o entendimento bem como o acompanhamento dos textos, usamos as seguintes performances: Onde houver esses sinais “...texto...” significa que aqui houve uma exegese profunda de um comentarista; Os sinais “texto”, aqui exegese e hermenêutica de outro comentarista; Os sinais texto> aqui uma analise profunda de outro comentarista; A cada citação de algum livro, carta ou escrito da Bíblia, usamos assim: (Ap4:3) como exemplo significando: Apocalipse capitulo 4 versículo 3 (quanto houver a continuidade do versículo será apresentado: 3-7 e assim por diante. No caso de citarmos vários livros e/ou cartas etc., será assim: (Ap4:3/Lc3:10/Hb5:10 ou também Hb5:10-18). A barra (/), foge do padrão normal para que o leitor tenha mais facilidade de entendimento da mudança de um para outro; Se, por acaso houver citação do escritor no final de cada texto ex.: [Trench) ou (Berkely) que serão encontrados na Bibliografia; 1.1>Palavras do Pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém. Quando Salomão se tornou um arrependido, ele imediatamente veio a ser um pregador. Pregador Qoheleth ou Kohelet significa àquele que reúne todos em assembleia para comunicar-lhes as conformidades divinas. A palavra Pregador ou Qoheleth pode ser encontrada em Eclesiastes sete vezes e somente neste livro. Alguns autores se referem ao autor como o Mestre, o Filósofo, ou Professor. Alguns, porém, preferem denomina-lo simplesmente “Kohelet”. As palavras aqui escritas são excessivamente importantes para Salomão juntamente com a sua fé. Igualam-se aos temas dos Salmos: 39 e 49. Aqui parece que Salomão não está afirmando ser ele o autor desse livro, mas, é um conjunto de textos da história dele e mais a frente, encontraremos um escritor cuidadoso, com sabedoria que colecionou provérbios. Mesmo alguns estudiosos não identificando Salomão como o autor, ele torna-se a pessoa que fala publicamente e oficialmente em nome do autor. “Filho de Davi” nos leva ao Maior Filho de Davi, Jesus, o Cristo então não se aplica somente a Salomão. 1.2>Vaidade de vaidades, diz o Pregador, vaidade de vaidades; tudo é vaidade. A vaidade também leva à inutilidade significando que é uma coisa ou momento inútil, um “sopro” ou “folego” pois é apenas por um momento ou passageira, como a palavra em hebraico “HEVEL”, tendo igualmente o sentido de “vão” de duração “limitada” e desnecessária, não querendo assim dizer que não tem valor algum apenas acabando rapidamente. Vaidade não em si mesma, já que Deus não faz nada em vão (1Tm4:4-5), mas se tornam vãs quando colocadas no lugar de Deus e feitas como “fim” não como os “meios” (Sl39:5-6/Sl62:9/Mt6:33); ineficazes também devido a “vaidade” a que foram “sujeitas” pela queda (Rm8:20). A expressão “vaidade das vaidades” traduz o superlativo no hebraico como está em “Cântico dos Cânticos” e santos dos santos. Aqui parece que o escritor está tentando falar o “cumulo dos absurdos” ou “um tremendo vazio”. Salomão era muito rico, tinha excelente cultura, prazer e excelente reputação, porém acaba admitindo que tudo isso não lhe satisfaz pois não são duradouras. Leia Lucas 12:13-21. Se não estiver debaixo da destra do Senhor, tudo que o homem possui, o que tem feito, todo o seu poder e sua glória, nunca satisfará o desejo do seu coração já que sempre há de desejar muito mais e sempre mais. A vaidade inclui: brevidade e ausência de substância, vazio como em Jó 7, onde a vaidade (v.16) significa uma nuvem que se evapora (v.9), que logo se extinguirá (v.9s); desconfiança e fraqueza (Sl62), onde Deus, a “rocha” e “alto refúgio” (vs.2 e 6) é comparada ao homem que é vaidade (v.9) ou “parede fendida” e “um muro prestes a cair (V.3). 1.3>Que benefício tem o homem de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? “Que benefício...trabalho”> O trabalho é proveitoso em seu devido lugar (Gn2:15/Gn3:19/Pv14:23) “debaixo do sol”> quer dizer nesta vida, em oposição com o mundo vindouro ou neste momento chamado hoje ou agora e não no futuro o qual pertence ao senhorio do Senhor. A frase volta a aparecer muitas vezes, mas, só aqui em Eclesiastes. Toda vida humana neste mundo, quando vivida longe da destra de Deus, é decepcionante e incapaz de satisfazer o homem. Toda a alegria e satisfação junto com as coisas materiais da vida, quando procuradas devido a elas mesmas, nada gera de bom somente infelicidade juntamente com aquilo que é fútil e superficial. O sentido de benefício são: 1) vantagem; e 2) proveito apropriado. Aqui a referência principal é uma indenização ou lucros, condição que normalmente é parte das transações comerciais. O propósito de Deus para nossa vida deve ser com Ele equilibrandonos assim: nascimento-morte; dor-alegria ou felicidade; começofinal. Os motivos de Deus fazer assim são dois a saber, 1.a fim de que não tentemos explicar ou entender as Suas obras facilmente (v.11) e 2.para que possamos aceitar e se apossar de tudo que temos (vv12-13). Deus coloca a “eternidade” em nosso coração (v.11) significando que as coisas do mundo não nos darão satisfação plenamente para que assim procuremos descobrir a Sua vontade para nossa vida e permitir que Ele junte todos os ingredientes de acordo com a Sua benignidade, plano e propósito. A expressão “que benefício tem o homem”? transmite a intenção do autor em levar o leitor a prestar atenção na indubitável futilidade do trabalho e da tentativa de adquirir conhecimento, mesmo que essas coisas ofereçam um pouco do prazer na sua realização, a morte aparece tornando-as sem significado. Aqui o autor deixa claro o resultado da futilidade na terra para a própria humanidade. Se o reino na terra for submetido a vaidade, não encontrará proveito (lucro) final, ou contentamento somente nos seus recursos. Aqui em Eclesiastes o destaque é em geral, no trabalho real e no empenho humano (veja 2:10s e 18-23), porém os entendimentos mentaisemocionais do trabalho do ser humano também devem ser colocados em sua mente aqui. 1.4>Uma geração passa, e uma outra geração vem; mas a terra permanece para sempre. É simplesmente um constante ciclo de ir e vir. Igualmente todas as gerações vem e vão, e o mundo continua o mesmo e, para piorar cada geração morre, porém o sol, o vento e as águas continuam. A ênfase dada a esta análise é a permanência da terra e a particularidade das pessoas sem “lucro” ou “vantagem”. O escritor leva o leitor a contemplar um ciclo inabalável de atividade que, por si só não fornece segurança ou sentido de aprendizado humano, isto é, um humilde reconhecimento de nossas restrições como mortais, sem condições de entender o mundo que só pode retornar ao próprio Deus como a única verdade. A terra continua “caminhando” no seu percurso previamente determinado por Deus pois somente ELE é eterno e durará para sempre, em todos os sentidos, o mesmo não podemos dizer o ser humano. 1.5> O sol nasce, e o sol se põe, e apressa-se de volta ao seu lugar onde nasceu. “volta ao seu lugar”> O verbo no hebraico é ofegar, e metaforicamente significa apressar-se, de um que corre, que parece surgir laboriosamente até o meridiano, e não o sol poente. A angustia desse versículo juntamente com o versículo 11 é que todas as coisas se movem em um círculo determinado, e assim não há, para o homem, a insatisfação de acontecer novamente. O homem foi feito na terra, tem vida curta e morre, mas o material do qual foi formado continua permanente. Esta cansativa repetição também se observa no “sol”. Aqui é crucial entender o propósito do Pregador. Há uma razão pela qual ele quer que sintamos todo o peso da fadiga e futilidade da vida debaixo do sol: “A função de Eclesiastes”, escreve Derek Kidner, “é levar-nos ao ponto em que começamos a temer que esse tipo de observação (tudo é vaidade) seja a única honesta. As coisas assim, se tudo estiver morrendo. Nós nos deparamos com a inferência terrível de que nada tem sentido, nada importa debaixo do sol” É simplesmente um constante ciclo de ir e vir. Da mesma forma, todas as gerações, vem e vão, mas nada muda o mundo de uma maneira fundamental. A terra parece dar continuação ao seu caminho predeterminado sem qualquer resultado de mudança. O ser humano não pode buscar, na natureza, significado a sua vivencia, nem pode, na terra, obter pleno contentamento. 1.6> O vento vai em direção ao sul, e faz o seu giro para o norte; o vento gira continuamente, e retorna novamente, de acordo com os seus circuitos. “Faz o seu giro”> Volta de novo por seus giros, caminhos anteriores, por muitas que sejam suas voltas até agora. O vento do norte e do sul são os dois prevalecentes no Egito e Palestina. Aqui há uma referência aos ventos predominantes na Palestina e aí repete o processo. Aqui o vento aparece soprando em seus circuitos, aparentemente sem propósitos; sem jamais encontrar um fim para sua tarefa. Segundo a ortodoxia do Velho Testamento, a criação ressoa os louvores do Senhor. A criação, lhe pertence. Nuvens, tempestade, trovões, raios, tudo está sob Seu controle. Ele pode reter ou conceder a fertilidade ao homem, ao animal e às plantas. Ele estabeleceu os limites do mar, deu ordens ao verão e ao inverno, determinou que o sol governe o dia, a lua a noite, e chama as estrelas pelos seus nomes. Contudo diz o Pregador: Se tirarmos Deus, criação já não refletirá Sua glória, mas ilustrará o enfado da humanidade. Quando Adão caiu, a criação também caiu (Gn3:17-19). Se a humanidade está enfadada, a criação está enfada com ela. 1.7> Todos os rios correm para o mar, contudo, o mar não fica cheio; ao lugar de onde os rios vêm, para ali retornam eles novamente. “ao lugar para onde os rios vem ou correm”> a tradução é correta. A ideia não é que os rios voltam à sua fonte de origem (como indicam algumas traduções) mas, ao contrário, que os rios fluem perpetuamente, sem fazer qualquer progresso no enchimento do oceano. “O mar não fica cheio”> As experiencias das pessoas comumente nunca as enchem ou satisfazem, tal como as águas não enchem o mar. “Todos os rios correm para o mar”> A evaporação e a chuva devolvem as águas à terra, e os rios correm novamente por onde correram antes. A natureza se move num ciclo, e quando alguém consegue enxergar apenas o ciclo, enlouquece. Assim como também o vento e o sol, os rios podem ser vistos cumprindo seu percurso predeterminado por Deus, com poucas mudanças e poucos acidentes. Esta cansativa repetição se repete incansavelmente no caminhar dos rios. Pelas cavidades subterrâneas, e pela evaporação que forma as nuvens de chuvas, os mananciais e os rios recebem água do mar, a qual depois retorna. A ideia que corresponde é, que os homens individuais vão mudando continuamente, enquanto a sucessão de raça continua e os rios não são diferentes: voltam ao ponto de partida. 1.8> Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; o olho não se satisfaz em ver, nem o ouvido se enche de ouvir. “Todas as palavras são trabalhosas”> isto é, são inadequadas, como também “o homem não pode expressar” todas as coisas do mundo que sofrem este incessante, inalterável ciclo de vicissitudes: “O olho não se satisfaz as contemplando.” Mas é evidentemente um retorno á ideia (v.3) com relação ao “trabalho” do homem, que não é mais que esgotante e sem proveito; “nada novo” de bom resulta dele (v.9); porque como o sol sai...etc.,, assim os trabalhos fatigantes do homem se movem num ciclo imutável. O “olho” e o “ouvido” são dois dos capatazes pelos quais trabalha o homem. Mas estes nunca se “fartam” (Ec6:7/Pv27:20). Nem poderão fartar-se depois de agora, porque não haverá “nada novo”. Não assim o sumo bem, Jesus Cristo (Jo4:13-14/Ap21:5). A lição que o Espírito Santo está retratando a nós é que toda e qualquer coisa que o “olho” vê ou os ouve “de ouvido” nunca pode satisfazer o desejo do coração do homem. O homem pensa que se pode apenas obter o que ele vê, e que vai trazer realização e satisfação. Ele nunca faz, porque as coisas não podem satisfaze-lo. “Todas as coisas são trabalhosas”> referindo-se ao fato de que todas as coisas da vida são monótonas e fúteis, que onde quer que se olhe, encontra-se a mesma roda cansativa e infinita de atividades. “O homem não o pode exprimir”> É impossível pôr em palavras a futilidade de tudo. Na realidade nunca produz verdadeira satisfação aos olhos ou ouvidos do homem. O mundo é feito de “os sem descanso”. Isso decorre dos olhos que não se fartam. Neste sentido, cita-se um provérbio que trata do apetite insaciável (Ec4:8; e 5:10) comparando com Pv27:20. Todas as coisas se cansam tanto, energia imensa foi gasta e não há nada diferente de antes. Essa é uma atividade totalmente insensata – “algo indescritivelmente cansativo (Berkeley). Como uma reflexão tardia, o espírito pessimista aqui vê apenas a futilidade na capacidade de compreensão do homem: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir. O argumento é desenvolvido um pouco mais. A despeito do fato de a criação permanecer ativa, ao ponto de exaustão tal, que não se pode descrever, ela é incapaz de dar ao homem secular qualquer satisfação duradoura. São canseiras se traduziria melhor numa forma passiva, difícil de exprimir-se em português, ao invés de voa ativa, acompanhando seu significado claro em outras ocorrências (Dt25:18/2Sm17:2). Todas as cousas podem traduzir-se “”todas as palavras”, o que enfatizaria que a insatisfação do homem está além das palavras. 1.9> O que acontece, isso é o que há de ser; e o que está feito, é o que deverá ser feito; e não há coisa nova debaixo do sol. Tornando conhecido que o que está debaixo do sol não é recente, o Pregador realça que nada há que mude as verdades ou realidades e a estrutura da condição humana porém, não nega que esteja ocorrendo novidades tecnológicas nem novidades em: obras de arte, literatura e arquitetura porém, todas elas já existiam e não há independência absoluta da humanidade da prisão ou escravidão da morte. Nós desejamos com ardor por verdade e conhecimento, mas nunca estamos satisfeitos com as explicações que recebemos. Nós somos incapazes de expressar o que não compreendemos. Interpretada em seu contexto amplo, esta não é uma expressão de cética descrença em todos os sistemas de fé. Na verdade, é um humilde reconhecimento de nossas limitações como mortais. Incapazes de explicar o mundo, só podemos nos voltar ao próprio. Deus como a fonte da verdade (Pv30:1-4). Novamente, a qualidade concreta da mentalidade hebraica é vista na maneira como o autor expressou a nossa incapacidade de entender; são os olhos e ouvidos que falham, e não o intelecto invisível (cf. Marcos 9:43-45). “não há coisa nova debaixo do sol”> antes, “nada há novo absolutamente”, como em Nm11:6. Isto não significa em sentido geral; mas sim não há fontes novas de felicidade (o tema em discussão) que se possam inventar; repetindo-se vez após vez o mesmo círculo de prazeres comuns, cuidados, afazeres, estudo, guerras, etc (Holden). Neste sentido, cita-se um provérbio que trata do apetite insaciável (Ec4:8/5:10); compare com Pv27:20 em representar a aparente falta de serventia dos recursos dos fenômenos naturais. Raramente alguém consegue contradizer os fatos para os quais o autor aponta nesse versículo. A maioria das coisas que fazemos já foram feitas por alguém antes de nós – e a maioria delas será realizada novamente por outros depois de nós. Vamos admitir que existam apenas algumas experiencias que possam ser chamadas de algo novo debaixo do sol. De duas coisas, nós somos capazes de tirar uma grande quantidade de prazer e satisfação, e de valorizar a nós mesmos, com referência aos nossos negócios e divertimentos no mundo, como se aquelas ajudasses a salvar estes da vaidade. Salomão nos mostra nosso engano em ambas. Outra dura realidade vem com a percepção de que nada e novo e nada será lembrado. “nada novo debaixo do sol”> Já em inscrições reais assírias parece que constantemente os reis estavam em busca de feitos e realizações a fim de que pudessem vangloriar-se de terem feito, algo nunca alcançado antes. Dessa forma, o rei podia incluir-se entre os “criadores” ou “fundadores” – aqueles que deram origem a algo novo. Tais feitos incluíam explorações ou conquistas; construções de estradas, palácios, templos ou cidades; ou a introdução de uma nova técnica ou celebração. 1.10> Há alguma coisa da qual se possa dizer: vê, isto é novo? Já era nos velhos tempos, que foram antes de nós. “Já era”> o plural hebraico não pode ser unido ao verbo no singular. Assim, traduza-se: “O que foi feito perante nós (em nossa presença. 1Cr16:33), já foi feito nos tempos antigos”. O “algo novo” que realmente muda a vida só pode vir de Deus (Jr31:31;34/ Lc22:20/Hb9:15). Outra realidade vem com a percepção de que nada é novo e nada será lembrado. Aqui é enfática a pergunta com admiração: Vê, isto é novo; nunca houve algo semelhante? Isso é um apelo aos homens observadores, e um desafio para aqueles que clamam por estudo moderno acima dos antigos. Que eles indiquem qualquer coisa que consideram novas, e ainda que talvez nós não possamos fazê-la aparecer, por faltarem os registros de tempos passados, mesmo assim nós temos razão para concluir que já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. O que há no reino da natureza de que nós podemos dizer: Isto é novo? As suas obras estavam acabadas desde a fundação do mundo (Hb4:3); as coisas que parecem novas para nós, assim como para as crianças, não o são tanto assim. Os céus já passaram; a terra permanece para sempre; os poderes da natureza e as ligações das causas naturais ainda são as mesmas que sempre foram. No reino da Providência, apesar de seu curso e método não terem conhecimento e regras certas como as da natureza, nem elas sigam sempre na mesma trilha, mesmo assim, no geral, ainda e a mesma coisa repetidamente. Os corações dos homens e suas corrupções são as mesmas; e o que Deus faz em seu relacionamento com os homens está de acordo com a Escritura, conforme os costumes, de modo que é tudo repetição. O que é surpreendente para nós não precisa ser assim, pois tem sido semelhante forma, como estranhos progressos e decepções, como estranhas revoluções e repentinas mudanças de assunto; a miséria da vida humana sempre foi a mesma, e os passos da humanidade são voltas contínuas, e, como o sol e o vento, estão onde sempre estiveram. Este versículo antecipa uma objeção: e aquilo que é comprovadamente novo? A resposta é que tal cousa é ilusória. Temse observado com frequência a semelhança com o pensamento grego, especialmente estoico. *Von Rad acha que o Pregador capitulou diante da filosofia secular, neste ponto. Entretanto, a identificação do Pregador com um horizonte voltado pra o plano terreno é apenas parte de sua exposição; ainda virá a perspectiva vertical. *Gerhard Von Rad, um dos mais brilhantes biblistas do século XX. Estudioso do Antigo Testamento. Doutor em Erlagen com o estudo “O povo de Deus” em Deuteronômio (Bwant 54, Stuttgart 1930) A maioria das atividades básicas de vida já ocorreu nos séculos passados, que foram antes de nós. Mas e daí? Por acaso exigimos que as coisas sejam novas para que possuam algum valor? Certamente este não é o ponto de vista de um colecionador de antiguidades! Devemos lembra que as coisas são novas para aqueles que acabam de chegar ao mundo. Antigas experiencias também ganham um novo significado para pessoas que de alguma forma são renovadas por um novo entusiasmo pela vida. Existem vidas novas, dias novos, interesses novos, serviços novos e novas devoções que trazem um significado revigorado à vida. Talvez devamos encontrar na perda da dedicação e do trabalho a chave para o estado de espírito do autor. Caso pareça que algo novo aconteça de vez em quando, lembre-se de que as pessoas têm memória curta. Há na realidade “nada de novo”, ou seja, nada ocorre ou pode ocorrer que pode transportar o homem para um novo mundo ou dar-lhe novas alegrias ou emoções novas. Invenções modernas são apenas “novo” em um comparativo, e não em um absoluto, sentido. 1.11> Não há lembranças de coisas anteriores; nem haverá nenhuma lembrança das coisas que hão de vir, entre as que hão de vir depois. Este versículo não alega que nenhum homem é lembrado na história. O ponto é que as pessoas se vão e aquela fama e aquela glória não têm importância duradoura. “tampouco serão lembrados”> Um registro escrito ou algum outro objeto que serve como lembrete desses eventos, pessoas e coisas que serão de curta duração. A razão por que acreditam serem novas algumas coisas, é que na realidade não o são, é que é imperfeita a história existente das idades precedentes entre seus sucessores. “os que hão de vir depois delas”> quer dizer, os que vivam mesmo depois das “coisas, antes, as pessoas ou gerações (v.4) com as quais este verso está relacionado, os seis versos intermédios são meramente ilustrações do v.4, que tem que vir” (Ec2:16/Ec:9:5). Este versículo diz que os registros do mundo antediluviano, são totalmente destruídos, exceto a informação que nos é dada na Bíblia (a partir do momento de Adão até o dilúvio de Noé). Deus destruiu tudo, dizendo que assim, o homem não fez nada que vale a pena. Na verdade. O que o homem fez foi grosseiramente mal, tão mal que teve de ser destruído. “Não há lembrança das coisas que precederam”> É a razão do nada “novo” do versículo 10 e provavelmente ficara melhor traduzido para homens que precederam. O homem não só é perseguido por sua incapacidade de realizar qualquer coisa digna de valor, mas também pela percepção de que até mesmo a lembrança dos seus esforços será logo esquecida. Eis a resposta completa à pergunta do versículo 3. “Que proveito tem o homem?” Ele nada ganha, nem mesmo a lembrança de sua luta. O mundo da natureza é fútil; a atividade humana também é fútil. Este versículo contradiz os dos versículos 9 e 10, e revela o pessimismo de Qoheleth como um sentimento em vez de atitude racional? O autor argumentou que a vida é sem valor porque nada é novo. Agora ele argumenta que a vida é sem valor porque tão pouco será lembrado! Muitas coisas são esquecidas – e talvez sejamos gratos pelo esquecimento da maioria delas – mas muitas coisas também são lembradas. Os monumentos que os homens constroem e os livros que escrevem conservam as memórias do passado. Muitas das coisas que apreciamos são preservadas em nossa memória aqui, e acreditamos que fazem parte de nós em uma existência consciente depois da nossa sepultura. Além do mais, Deus não esquece (Sl56:8). Encerra-se este estágio da argumentação pela consideração da abordagem que a humanidade faz da vida, á luz da avalição pessimista da história, nos versículos 9s. O niilismo não apenas domina sua perspectiva como também se projeta pela vida. Eventos passados são esquecidos, eventos futuros serão esquecidos. Lembrança, aqui, que deriva do verbo “lembrar-se”, significa “lembrar-se de agir de acordo”, um uso bem comprovado. A oração de Neemias “lembra-te de mim...para meu bem (Ne13:31) roga que as ações de Deus se originem em Suas promessas do passado (cf. Gn40:14 e Ex20:8). 1.12> Eu, o Pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Um rei não deixa de ser rei até morrer. A expressão fui rei não quer dizer que o mestre tenha deixado de ser rei, pelo contrário, o ponto é que, em sua vida, o rei esteve em uma posição que lhe deu riqueza e liberdade para suas questões fundamentais através do século. A posição soberana adotada em 1:1 é reafirmada, como se fora um grande passo à frente, enquanto a discussão prossegue. Dentre todos os homens, Salomão era o que tinha recursos para documentar suas investigações; estamos explorando a história que ele escreveu. O nome artificial denota o artifício literário. “fui rei”> em lugar de “sou rei”, porque está para os resultados de sua experiencia passada durante seu longo reinado. “em Jerusalém”> especificando, contrariamente a Davi, quem reinou em Hebrom e também em Jerusalém, enquanto que Salomão reinou só em Jerusalém. “Rei de Israel em Jerusalém” denota que reinou sobre Israel e Judá combinados; enquanto que Davi, em Hebrom, reinou só sobre Judá, e até que se estabeleceu em Jerusalém, não reinou sobre ambos Israel e Judá. Salomão chamou a si mesmo um “pregador”, e por isso ele foi. Ele foi chamado por Deus para ser tal. “Eu, o pregador, fui rei”> Neste texto há uma mudança da terceira pessoa, empregada desde os versículos 1 e 2, para a primeira pessoa. O escritor, ou quem sabe alguém que editou o livro posteriormente, volta à terceira pessoa no epílogo, em Eclesiastes 12:8-14. Talvez esta seja uma referência a Salomão como o autor desse livro. A declaração “Eu era rei” é difícil de explicar, uma vez que Salomão era rei até morrer, e a afirmação implica que ele está falando em um momento em que ele deixou de reinar. 1.13> Dediquei o meu coração a buscar e a procurar pela sabedoria no que diz respeito a todas as coisas que são realizadas debaixo do céu; essa enfadonha ocupação Deus deu aos filhos do homem para que nela se exercitem. Geralmente a busca pela sabedoria é considerada nobre e algo que traz realização, mas aqui é chamada de enfadonha ocupação, significando que é apenas um trabalho duro. “Sabedoria”> o uso de Salomão desse termo, em sua típica forma hebraica, é mais prático do que filosófico, implicando mais do que conhecimento. Carrega noções da capacidade de um comportamento adequado, sucesso, bom sendo, e inteligência. Os termos sabedoria e sábio aparecem pelo menos 51 vezes, em contraste com insensato e insensatez, que aparecem pelo menos 17 vezes. “fardo pesado”> algumas vezes, a busca do homem por entendimento é difícil, mas, ainda assim, é dada por Deus (cf. 2:26/3:10) “Deus”> o nome da aliança, Senhor, nunca é usado em Eclesiastes. No entanto , Deus é encontrado quase quarenta vezes. A ênfase está mais na soberania de Deus na Criação e na providência do que no relacionamento da aliança por meio da redenção. Papel do sábio. Os sábios formavam uma guilda diferente dos escribas, embora sua função e atividade exatas sejam obscuras. Certamente eram mestres, mas não se sabe se passavam por uma educação formal ou se transmitiam seus conhecimentos em escolas, ou informalmente. Os sábios eram conhecidos em outras culturas do antigo Oriente Próximo e às vezes atuavam como conselheiros da realeza. “este enfadonho trabalho”> o seja, “informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu.” Não a sabedoria humana em geral, a que vem depois (Ed2:12, etc.), mas sim a laboriosa investigação e as especulações a respeito das obras dos homens, por exemplo, a ciência política. Como o homem está destinado a procurar seu pão, assim como também o seu conhecimento, pelo suor do seu rosto (Gn3:19). “para que se ocupem”> quer dizer, “sejam disciplinados”: lit., para que nisso se castiguem ou se humilhem” Tudo o que a ciência pode fazer é reconhecer a vaidade de todos os esforços do homem para transformar a Terra em um céu sem Deus. A expressão debaixo do céu é um sinônimo de debaixo do sol (v3:9) e refere-se à vida como ela e vivida na terra. Ao dizer que aplicou o coração a esquadrinha-la, o autor de Eclesiastes não emprega o título divino Yahweh, o nome pelo qual Deus se revelou quando estabeleceu a aliança com Israel (Ex3:14-15). Em seu lugar, ele utiliza a palavra Elohim para Deus 28 vezes, a qual enfatiza a Sua soberania sobre toda a criação. Os escritores acadêmicos costumam usar Elohim quando tratam de verdades universais, em vez de verdades particulares à aliança de Deus com Israel. Segundo o autor, Deus deu a ocupação de informar-se sobre o que sucede na terra aos filhos dos homens, forma genética de referir-se à humanidade. O objetivo do Senhor foi para nela os exercitar, por isso o uso do adjetivo enfadonha para qualifica-la. O verbo exercitar só é empregado em Eclesiastes e significa estar ocupado com; neste caso, associa-se ao substantivo ocupação (trabalho, em Eclesiastes 3:10). Diz o texto que o Pregador aplicou “seu coração”, isto é, foi sincero e fervoroso; coração em oposição a “aparência exterior” (1Sm16:7), denota a vida interior, o cento das capacidades mentais, emocionais e espirituais. Os verbos esquadrinhar e informar-me indicam a seriedade da aplicação do autor. O primeiro significa “procurar profundamente”, indo ao fundo das coisas; o segundo “procurar extensivamente com amplidão”. Juntos dão ideia de estudo exaustivo. Tudo quando sucede debaixo do céu indica que o objetivo do estudo foram os recursos totais de uma visão mundana limitara; os aspectos verticais não estão em evidência, por enquanto. 1:14> Tendo visto todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo é vaidade e aflição de espírito. Dá-se aqui a razão pela qual a investigação das “obras” do homem não é mais que “enfadonho trabalho (v.13), ou seja, porque todos os caminhos do homem são vãos (v.18) e não podem ser endireitados (v.15). A essência dessa passagem é que o homem não pode resolver o problema do homem. Esse problema é uma natureza pecaminosa, caída que está em rebelião contra Deus. A expressão aflição de espírito só ocorre na Bíblia em hebraico dentro de Eclesiastes. Sete de suas nove ocorrências (Ec1:14/2:11, 17, 26/ 4:4, 6 e 6:9) acompanham declarações sobre vaidade. Neste caso, trata da natureza da vida segundo o pregador. A vida é real, mas passa rápido; qualquer tentativa de retê-la é tão vã quanto tentar agarrar o vento (tradução literal da expressão). O frustrado Qoheleth conclui que os esforços intelectuais da vida são vaidade e aflição de espírito. A conclusão é que a humanidade, necessariamente, é frustrada. O homem experimenta um ganho na vida (1:3) ou de satisfação no mundo ao seu redor (1:8) e no progresso da história (1:9-11), todavia, tudo isto o ilude. “debaixo do sol”> limita a declaração ao mundo visível, interpretado em termos dele mesmo. O contexto imediato é a preocupação coma sabedoria. A vida deste homem inclui Deus, para todos os propósitos práticos. Enfrenta problemas que julga serem insolúveis; a história é repetitiva e sem esperança. Portanto, corolário imediato da tarefa ordenada por Deus, para ele é frustração. É difícil determinar o sentido de correr atrás do vendo (aflição de espírito na ARC). O hebraico rû’h pode significar “espírito” ou “vento”. O contexto admite igualmente duas interpretações: frustração diante do insolúvel (aflição de espírito), ou ambição pelo inatingível (correr atrás do vento). Este último, quase com certeza é o verdadeiro sentido, aqui (e em 1:17/2:11, 17 e 26/ 4:4-6/ 16:6-9), visto ter paralelo, no Velho Testamento, no vento como linguagem figurada, e também, porque em 5:16 “trabalharão para o vento” não pode significar, facilmente, “trabalhado para o espírito. 1:15> Aquilo que é torto não se pode endireitar; e aquilo que falta não se pode enumerar. “não se pode calcular ou enumerar”> de modo a fazer um numero completo: equivale as ser suprido. O investigador pensa que pode reunir, em números exatos, a estatística das necessidades do homem; mas estas, inclusive os defeitos do investigador, não são parciais, mas sim totais. Salomão não está dizendo que tentar endireitar ou mudar algo é inútil, e sim que, por mais que se esquadrinhe ou use todos os recursos da terra, não se pode endireitar o que Deus estabeleceu que seria torto, distorcido, deturpado ou invertido (Ec7:13). Devemos admitir que sempre podemos encontrar mais coisas erradas em nós do que coisas certas. “Entretanto, possuímos o poder pela graça de Deus e o mistério de nossas próprias personalidades criativas para usar o material ainda não trabalhado de nossas experiencias e nosso ser sempre inacabado, para faze a vida um empreendimento digno de seu preço e promessas. O que é torto pode se endireitar, nas estradas, na sociedade, na alma; nem sempre é rápido ou fácil, e sempre custa um preço. Mas não temos outra opção a não ser tentar” Não importa a forma com o pensador pondera as coisas, ele não consegue solucionar as anomalias da vida, nem transpor tudo quanto vê para um sistema decente. Assim, reitera o velhíssimo problema dos sábios do antigo Oriente Próximo: a consciência da finitude, e a incapacidade para descobrir, sem ajuda, a verdade a respeito da vida. Frustrações perplexidade rodeiam o filosofo. A sabedoria dele poderá ajuda, em alguns casos; contudo, não poderá resolver o problema fundamental da vida. O texto hebraico deveria ser traduzido por “não pode tornar-se direito”. Ligeira emenda (litgõn mudado para l’tuggan”) redundaria em “não se pode endireitar. O contexto desse versículo é: o que é torto e o que falta caracteriza o negócio infeliz que Deus deu ao homem. O homem não pode fazer nada para mudar as circunstancias desagradáveis em que ele tem que viver sua vida. “o que é torto”[...] o que está faltando)> Sem necessariamente haver implicação moral, essas palavras avaliam a sabedoria como a capacidade de resolver questões na vida. Apesar dos esforços mais grandiosos do homem, alguns assuntos, tortuosos permanecerão desconfortáveis, por causa da pecaminosidade intratável do homem (Rm3:9-18) e dos efeitos perpétuos da maldição do Éden (Gn 3:824). 1:16> Falei eu com o meu próprio coração, dizendo: Eis que adquiri grande riqueza, e superei em sabedoria todos que vieram antes de mim em Jerusalém; sim, o meu coração teve uma grande experiência de sabedoria e conhecimento. “Eu falei no meu coração...eu me engrandeci”> antes, exaltei-me e adquiriu. “sobrepujei em sabedoria a todos“> ou seja, os sacerdotes, juízes, e os dois reis anteriores a Salomão. Sua sabedoria excedia a de todos os que foram antes de Jesus Cristo, o Qohelet antitipico ou o “Convocador de homens” (Lc13:34), e a “sabedoria” encarnada (Mt11:19 e 12:42). “tem tido”> etc., – (Jr2:31) Contraste com isto o glorificar-se na sabedoria mundana (Jr(9:23-24). Nenhum homem no mundo já teve a “sabedoria” ou o “conhecimento” que Salomão tinha. Como assim, sua grande “Sabedoria” foi dada a ele por Deus. Em outras palavras, é um presente de Deus. No entanto, isso não trouxe Salvação e, de fato, não poderia trazer Salvação. Experiencia de Salomão deu isso como nenhum outro homem já viveu. “Todos os que houve antes de mim em Jerusalém”> A expressão todas os que houve não exclui Salomão como autor do livro só porque ele foi precedido em Jerusalém, como um rei israelita, apenas por seu pai, Davi. Houve outros reis, como Melquisedeque (Gn14:18) e Adoni-Zedeque (Js10:1). A cidade de Jerusalém já existia há centenas de anos quando Salomão se tornou rei. O Pregador explica a angústia do filósofo secular, mesmo sendo um “Salomão que voltou dentre os mortos” (o vers. 16 ecoa 1Rs10:7). Tem tido larga experiencia literalmente seria “tem visto” (ARC “contemplou”). No Eclesiastes “ver” às vezes é usado literalmente (1:8/5:11/12:3); às vezes, significa “concluir, realizar” (2:3/3:18etc); às vezes “observar, experimentar” (1:16/2:1, etc.). Parece que enquanto o Pregador considerava a sabedoria e o conhecimento, mantinha um olho em outras alternativas. Desta forma, antecipa-se a seção seguinte, a respeito da procura do prazer. O primeiro experimento foi com sabedoria. Assumindo o caráter de Salomão, Koheleth fala de alcançar grande sabedoria e conhecimento. Ele achou inútil, apenas o esforço para o vento. Superando todos os que estavam sobre Jerusalém antes de mim, trai o fato de que o uso do nome de Salomão é apenas uma aparência literária, já que havia apenas um rei israelita que reinou em Jerusalém antes de Salomão. Alguns comentaristas entendem esta declaração para significar os reis Jebuseus que governaram Jerusalém. Mas eles não eram conhecidos entre os israelitas como sabedoria, e não é provável que eles fossem classificados em um grupo com David. 1:17> E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer a loucura e as tolices, e percebi que isto também é aflição de espírito. “Eu me esforcei para compreender”> Quando Salomão dependeu de pesquisa empírica, e não da revelação divina, para entender a vida, descobriu que era uma experiencia vazia e sem sentido. “Sabedoria...loucuras”> quer dizer, seus efeitos, as obras da sabedoria e da insensatez respectivamente. “Loucuras”, lit., extravagancia vaidosa, (Ec2:12 e Ec7:25 etc.), apoiam nossa versão tem tido, melhor que Dathe, “assuntos esplêndidos”. Desvarios” (tolice). Salomão tinha o dinheiro e o poder para fazer o que milhões gostariam de fazer, mas simplesmente não pode dar ao luxo de fazer. Mas depois que ele foi fez, ele disse: “Isso também é aflição de espírito” “Conhecer a sabedoria”> Além da busca do significado da vida comprovar-se frustrante e o seu alvo inatingível, também produz sofrimento mental e espiritual. Parece não haver um padrão de vida consistente sobre o qual se possa basear a conduta. Não é a sabedoria que Salomão julga absurda, mas sim a busca por mais sabedoria (Ec2:15) e por tornar-se demasiadamente sábio (Ec7:16). Aqui neste versículo, o Pregador reafirma seu esforço para conhecer a sabedoria, mas adiciona uma palavra a respeito de suas técnicas de estudo. Ele tentou adquirir sabedoria por meio do conhecimento de opostos, os desvarios e as loucuras. Esta não foi só uma tentativa para experimentar todos os fatos. Muitos comentaristas dão a entender que esta foi uma investigação mais profunda da mente numa busca por princípios pelos quais alguém pode distinguir a sabedoria dos desvarios e loucuras. Mas Qoheleth descobriu que mesmo uma teoria do conhecimento pode ser uma aflição de espírito. Melhor traduzir esse versículo assim: conhecer a sabedoria, e a loucura, e a estultícia. Isto levanta a questão da aparente introdução arbitrária da loucura e estultícia. Parece que enquanto o Pregador considerava a sabedoria e o conhecimento, mantinha um olho em outras alternativas. “Eu apliquei o meu coração a conhecer as regras e determinação da sabedoria, como eu poderia obtê-la; e a conhecer os desvarios e as loucuras, como eu poderia evita-las e curá-las, a conhecer suas armadilhas e insinuações, para que eu pudesse esquivar-me delas, e vigiar contra elas, e descobrir seus erros”. Tão aplicado foi Salomão pra melhorar em termos de conhecimento, que ele conseguiu instruções tanto por meio da sabedoria dos homens prudentes quanto da loucura dos homens insensatos, por meio do campo da preguiça, tanto quanto do esforço. Ele descobriu qual foi o resultado de seu julgamento, para confirmar o que ele havia dito, que é tudo vaidade. 1:18> Porque na sabedoria há muita angústia; e aquele que aumenta o conhecimento, aumenta a tristeza. “Sabedoria...ciência” > Não em geral; mas sim o conhecimento especulativo dos caminhos do homem (vv.13,17), o qual, quanto mais balança, mais dor motiva a alguém quando se dá conta de quão “torcidos” e “falsos” são (v15/Ec12:12). Sabedoria sem Deus só traz “conhecimento” sem Deus só traz “tristeza” “tristeza”. Isso não quer dizer que esses atributos são reprovados pelo Senhor. O significado é que mesmo estes nobres ideais não trará satisfação sem Cristo. “Aumenta a tristeza”> Além de busca do significado da vida comprovar-se frustrante e o seu alvo inatingível, também produz sofrimento mental e espiritual. Parece não haver um padrão de vida consistente sobre o qual se possa basear a conduta. Na muita sabedoria, há muito enfado. Apesar das vantagens provenientes da sabedoria, Salomão confessa que sabedoria e conhecimento demais são fonte de dor, tristeza e aflição. Sabe-se bem que o próprio processo de aprendizado apenas expande a consciência de nossa ignorância. Para os mortais, aumentar a sabedoria pode ser apenas aumentar a dor. (Ec12:12). Neste versículo existe uma verdade que é a descoberta por uma personalidade em crescimento. Quanto mais sabedoria alguém adquire, mais lacunas essa pessoa reconhece que existem, e menos satisfeita ela se torna com seu desenvolvimento. “Aquele que vive mais de uma vida, mais de uma morte precisa morrer”. Mas quem iria querer afastar as dores do conhecimento à custa de continuar ignorante? Quem iria tentar afastar as tristezas da perda dos amados ao se recusar a amar? Crescemos quando avançamos na busca pela vida. Privar-se dessa busca é errar e perder o alvo. Enquanto a sabedoria estiver restrita ao reino “debaixo do sol’, ela verá apenas o tumulto latejante da criação, a vida refugiando e surgindo em seus circuitos sempre-repetitivos, a nada mais. “Quanto mais você compreender, mais dores sente”. Sobre o todo portanto, ele concluiu que os grandes estudiosos nada fazem além de tornarem-se grandes enlutados; porque, na muita sabedoria, há muito enfado. Deve haver bastante dor para conseguila, e bastante cuidado para não esquece-la; quanto mais nós conhecemos, mais nos vemos que ainda há muito para conhecer, e consequentemente percebemos com grande clareza que nosso trabalho é interminável, e quando mais nós vemos nossos enganos e erros do passado, isso nos causa mais sofrimentos. Quanto mais nós vemos os diferentes sentimentos e opiniões dos homens (e grande parte do nosso aprendizado sobre isso vem de familiarizarmo-nos com tal assunto), mais perdidos nós ficamos, isto pode ser, no que ele tem razão. Aqueles que aumentam em ciências têm muito mais agilidade e sensibilidade na percepção das calamidades deste mundo, e para uma descoberta que eles fazem que é agradável, talvez eles façam dez que sejam desagradáveis, e assim eles aumentam em trabalho. Portanto, que não nos deixemos ir embora em busca de qualquer conhecimento útil, mas tenhamos paciência para atravessar a tristeza; porém, que nos deixemos desesperados para encontrar a verdadeira felicidade nesse conhecimento, e espera-la apenas no conhecimento de Deus e no desempenho cuidadoso de nosso dever para com Ele. “Sabedoria...maior desgosto”> O resultado esperado da sabedoria é o sucesso. O sucesso, por sua vez, deve trazer felicidade. Mas Salomão concluiu que não havia garantia; apenas múltiplas falhas.