A MORTE DE IDOSOS ASILADOS - PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE
ENFERMAGEM
Alexandra Carolina Amaral Santos *
Lígia Soares *
Mari Cristina Graciotto *
Sabino Scipiecz *
Vanilde Batista **
Gladys Amélia Velez ***
RESUMO
O segmento populacional de idosos cresceu nas últimas décadas. Constatou-se isso em um asilo em Itajaí/SC,
despertando assim o desejo de verificar a percepção dos cuidadores de enfermagem sobre a morte dos idosos.
Partiu-se então, para um estudo exploratório com abordagem qualitativa. Realizou-se a coleta de dados no
primeiro semestre de 2003 com questionário semi-estruturado. A análise partiu das unidades de registro,
agrupadas em sub-categorias, chegando-se às categorias do estudo. O resultado revelou que, a percepção dos
cuidadores na categoria conhecimento da morte, é limitada, interferindo nos cuidados finais de vida; na
categoria sentimento do cuidador sobre a morte, identificou-se sentimentos diversos, do alívio ao sentimento de
culpa e impotência; em relação à categoria percebendo a morte com olhares diferentes, alguns cuidadores
vêem-na com naturalidade, religiosidade, outros como mistério, fatalidade. Esta pesquisa verificou que existe a
necessidade individual dos cuidadores conhecerem o processo morte/morrer para torná-lo menos assustador e
negativo.
Palavras-chave: Atitude frente à morte. Equipe de enfermagem. Idoso.
INTRODUÇÃO
Todos os seres vivos são regidos por um
determinismo biológico: nascem, crescem,
amadurecem, envelhecem, declinam e morrem.
Desta forma, o envelhecimento, propriedade
exclusiva dos seres vivos, envolve processos que
implicam
a
diminuição
gradativa
da
probabilidade de sobrevivência, acompanhada
por alterações regulares na aparência, no
comportamento, na experiência e nos papéis
sociais (NERI, 1997).
Embora o envelhecimento saudável seja
uma das grandes conquistas da humanidade, ele
também representa desafios para as diferentes
sociedades, particularmente para países em
desenvolvimento, como o Brasil, que deveriam
dispor de recursos para atender às necessidades
básicas de saúde e sociais dos indivíduos idosos.
A família constitui o principal sistema de
suporte do idoso. Nos casos de vulnerabilidade
do sistema familiar e do sistema formal
(Governo), ou do abandono do idoso por ambos,
a principal conseqüência é a exclusão do próprio
idoso de sua coletividade para “continuar sua
vida” numa casa asilar, o que pode acarretar
efeitos positivos e/ou negativos sobre sua
qualidade de vida, principalmente no que diz
respeito aos momentos finais de vida.
Braz e Bitencurt (2000, p. 41) asseveram
que uma das questões fundamentais da velhice é
a vivência da finitude e que a “existência é um
contínuo fluir em direção ao futuro e nele, agora
muito próximo, encontra-se a morte”. Louzã e
Louzã Neto (1982) ressaltam que a convivência
com a morte faz parte do cotidiano de trabalho
de cuidadores de saúde, causando-lhes
sobrecarga emocional, ansiedade e depressão.
Tal situação se agrava com a constatação de que
o
preparo
profissional,
nesta
área,
freqüentemente se resume aos aspectos de
desenvolvimento de habilidades técnicas e
*
Enfermeiros, graduados pela Universidade do Vale do Itajaí – SC.
Enfermeira. Especialista. Docente da Universidade do Vale do Itajaí – SC.
***
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente da Universidade do Vale do Itajaí – SC.
**
Ciência, Cuidado e Saúde
Maringá, v. 3, n. 3, p. 277-286, set/dez. 2004
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SANTOS, A.C.A.; SOARES, L.; GRACIOTTO, M.C.; SCIPIECZ, S.; BATISTA, V.; BENITO, G.A.V.
fundamentos teóricos da fisiopatologia, o que de
certa forma, está de acordo com o atendimento
muitas vezes despersonalizado e mecânico.
Desde a formação do profissional de saúde, os
conhecimentos técnico-científicos são destinados a
preservar a vida e a recuperar a saúde, a
possibilidade de morte surge assim como o reflexo
da fragilidade e vulnerabilidade, ou seja, a morte
entra em cena como a limitação do ser humano,
levando os profissionais de saúde a refletirem
sobre sua própria morte e a de seus familiares.
Em nosso meio os profissionais de saúde
não estão adequadamente preparados para lidar
com a morte, observando certa desumanização
no atendimento que prestam ao paciente
terminal, não se percebendo muita expressão na
abordagem/conteúdo curricular neste contexto
(BARCHIFONTAINE; PESSINI, 1999).
Tem-se como pressuposto que os cuidadores
da saúde vêem a morte friamente e como um
fato desagradável, mas comumente isso não é
discutido porque põe em evidência o limite
profissional. Portanto, é preciso discutir este
assunto, buscando uma concepção menos
carregada de associações negativas à morte e ao
morrer. Estas premissas impulsionaram os
autores deste artigo na busca pela compreensão
da experiência e a lógica de atuação de um
grupo de cuidadores de enfermagem de idosos
institucionalizados frente à morte dos asilados.
O único fenômeno que desperta no homem
igual ou maior interesse que a vida humana é a
possível extinção da própria vida. Pelo que
envolve de inevitável, trágico e misterioso, a
morte é objeto de estudo de áreas como
psicologia, fisiologia, antropologia e medicina.
Barchifontaine e Pessini (1999) afirmam
que nos dias de hoje, a morte virou um tabu.
Tornou-se vergonhosa e objeto de interdição,
fazendo-se um esforço enorme para negá-la. O
moribundo agora é poupado quanto à gravidade
do seu estado, das decisões a serem tomadas e a
saber que seu fim se aproxima; tendo como
regra moral que o doente morra na ignorância da
sua morte. A morte, obviamente, não é a única
perda, e qualquer que seja a forma e as
circunstâncias, o luto deve ser experimentado. O
luto é elaborado diferentemente de acordo com
cada cultura, e, a seu modo, os rituais de luto
facilitam não apenas a integração da morte, mas
também as transformações dos sobreviventes
Ciência, Cuidado e Saúde
para que sigam adiante com o seu dia-a-dia
(McGOLDRICK; WALSH, 1998).
Diante do exposto surge o questionamento:
Como é vivenciado o processo de luto pelos
profissionais de enfermagem que convivem
diariamente com a morte, em especial àqueles que
cuidam de idosos institucionalizados, onde a finitude
da vida é mais próxima? Tais profissionais sentem a
dor, a tristeza e a impotência diante daquele que
se foi. O empenho nas tarefas diárias do cuidado
parece não ter surtido efeito, tornando as perdas
dos pacientes uma carga humanamente
insuportável, levando-os muitas vezes a
esconder seus sentimentos (pessoais e
profissionais) atrás de ações "mecanizadas"
(PENNA et al., 1999).
Assim, o objetivo do presente estudo é
investigar como os cuidadores de idosos asilados
percebem a morte do idoso institucionalizado,
seus sentimentos, percepções e conhecimentos
sobre o processo de morte e morrer destes
idosos.
METODOLOGIA
Esta pesquisa é um estudo exploratório com
abordagem qualitativa com o objetivo de
verificar a percepção dos cuidadores de
enfermagem de idosos institucionalizados frente
à morte dos asilados. Foi realizado numa
instituição asilar, em um município da Região
do Vale do Itajaí, de caráter filantrópico mantido
através de pensões e aposentadorias dos idosos
residentes. O asilo atualmente abriga 58 idosos,
sendo que destes 22 são homens e 36 são
mulheres. Os sujeitos do estudo foram 1
enfermeira, 2 técnicos e 8 auxiliares de
enfermagem.
Realizou-se a avaliação do instrumento
através de uma consulta técnica com cinco
profissionais; sendo todos eles docentes de um
curso de enfermagem da região com no mínimo
10 anos de formados e atuantes como
enfermeiros em instituições de saúde que
prestam assistência a populações idosas.
A coleta de dados foi realizada no primeiro
semestre de 2003, através de questionário semiestruturado. Para análise dos dados adotou-se o
modelo teórico proposto por Lüdke e André
(1988), partindo-se das unidades de registro,
agrupadas em subcategorias, chegando-se às
categorias de estudo. Para preservar a identidade
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A morte de idosos asilados- Percepção dos cuidadores de enfermagem
dos pesquisados, sugeriu-se que os mesmos
fossem identificados por cores escolhidas por
eles próprios. As escolhas foram: laranja1,
laranja2, vermelho, roxo, verde, lilás, amarelo,
branca1, branca2, preto e azul.
Para realização deste estudo, adotaram-se as
recomendações da Resolução nº 196/96, do
Conselho Nacional de Saúde (OLIVEIRA, 1997).
O projeto passou por avaliação, tendo sido
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade do Vale do Itajaí.
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
Caracterizando os informantes
Identificou-se que o sexo feminino
representa a maioria na instituição. Para
compreender a vasta e predominante atuação do
sexo feminino na enfermagem, dentro da
instituição em estudo, é importante observar
que, de acordo com Carter e McGoldrick (1995),
os cuidados informais à saúde sempre foram
exercidos pelas mulheres, pois cuidavam dos
filhos, maridos e pais, e serviam de enfermeiras
quando visitavam os doentes agonizantes. Esta
característica confere à enfermagem uma
conotação feminina ainda muito presente.
Quanto à categoria profissional, há a
predominância de auxiliares de enfermagem (8)
dentro do quadro atual de funcionários de
enfermagem da instituição. Atualmente, no
Brasil, os enfermeiros ocupam 4,5%, os técnicos
3,2% e os auxiliares 22% da oferta de postos de
trabalho do setor saúde no país, e ainda temos
5,3% dos profissionais que são os "atendentes",
apesar das mudanças legais que houve em 1986
(VIEIRA; OLIVEIRA, 2001).
Em relação à idade dos participantes,
percebeu-se que 4 deles tem de 28 a 37 anos e os
outros 7 estão na faixa etária dos 40 a 57 anos,
demonstrando desta maneira que não existe
idade específica para produzir, mas sim
dedicação e empenho. Trata-se portanto, de um
grupo de pessoas adultas, com idade socialmente
produtiva para o trabalho e compatível ao tipo
de assistência prestada pela instituição.
Quanto ao tempo de formação profissional,
observou-se que quase metade dos respondentes
(5) está formada há mais de 10 anos. Sutil e
Werner (2002) acreditam que pelo espaço de
Ciência, Cuidado e Saúde
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tempo, a formação vai se aperfeiçoando através
dos conhecimentos adquiridos e pelas mudanças
inevitáveis do dia-a-dia tanto na vida
profissional quanto na pessoal, o que lhes
proporciona maior oportunidade para o exercício
profissional.
Apenas dois informantes trabalham na
instituição há mais de 10 anos. O tempo de
trabalho em uma mesma instituição é um
aspecto importante a ser analisado e que tanto
pode atuar de forma positiva como negativa. No
caso da instituição em estudo, a possibilidade de
um tempo maior atuar de forma negativa é
considerável, pois como afirmam Costenaro e
Lacerda (2001), os cuidadores passam muito
tempo no trabalho, tem um desgaste físico
enorme, um desgaste emocional, sofrem
indiretamente e até diretamente muita pressão
por parte dos pacientes e familiares, sobretudo
em situações de cuidado aos pacientes crônicos
e suas famílias. Por outro lado, observou-se que
quase todos os respondentes (10) são casados ou
divorciados e apenas um é solteiro. Ballone
(2003) afirma que há uma ligação entre
desempenho no trabalho e relações conjugais, e
associa esta relação às mulheres, a maioria entre
os participantes desta pesquisa, possivelmente
devido à dupla carga de trabalho que concilia a
prática profissional e a tarefa familiar.
Categoria 1. Sentimento dos cuidadores de
enfermagem sobre a morte
Na medida em que a morte é uma questão
assustadora, temida e incômoda para muitas
pessoas, o trabalho no hospital e outros
estabelecimentos, onde o contato com a
probabilidade ou ocorrência de morte é
constante, pode provocar sentimentos muito
intensos nos profissionais de saúde, como medo,
angústia, ansiedade, impotência, tristeza, culpa,
entre outros (TINOCO, 1997).
Em
nossa
formação,
durante
o
desenvolvimento de atividades assistenciais nos
estágios curriculares e extracurriculares,
percebemos como os profissionais de saúde
dicotomizam o cuidado. Além disso, de maneira
geral, eles tendem a mecanizar suas ações,
contribuindo na “desumanização” do cuidado.
McGoldrick e Walsh (1998), justificam esta
desumanização, afirmando que os pacientes e
seus familiares projetam neste profissional
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aspectos emocionais decorrentes da situação de
hospitalização e/ou gravidade da doença, o que
os leva a utilizarem-se de mecanismos de defesa,
para protegerem-se da ansiedade gerada pela
pressão dos pacientes, familiares e também pela
cobrança
pessoal.
Kübler-Ross
(1996),
complementa dizendo que a negação da morte é
o mecanismo constantemente utilizado por eles,
o que acaba por impossibilitar o reconhecimento
das angústias do paciente e familiares frente à
morte, não favorecendo a elaboração do luto.
Contudo, no decorrer da análise dos dados
evidenciou-se que estes cuidadores descreveram
variadas formas de sentir a morte de um
paciente, como sentimentos de impotência,
insegurança, indiferença, remorso/culpa, apego,
tristeza, negação e aceitação, o que será
discutido a seguir.
Hutchison e Rupp (2001), afirmam que
trabalhar com pacientes que estão morrendo é
assustador para muitas pessoas. Os cuidadores,
muitas vezes, não se sentem bem com isso,
sentem-se desconfortáveis, além de serem
tomados por um sentimento de impotência frente
à doença/morte. Visualizou-se este fato nas
declarações
de
alguns
cuidadores
de
enfermagem, que descrevem sua frustração em
ver o paciente morrendo ou morrer, e
simplesmente não ter como ajudá-lo a enfrentar
este problema, momento este que é único e
individual:
própria finitude, mesmo não admitindo
(KÜBLER-ROSS, 1996; TINOCO, 1997). Com
relação a este aspecto, ao ser questionada sobre
o preparo para enfrentar a morte, uma das
informantes declarou
Dá uma sensação ruim, que não se pode
fazer mais nada [...]. (Laranja 1);
Num domingo, depois de ter trabalhado
na ala de oncologia do hospital e de ter
estado extremamente atarefada com
muitos doentes, eu estava dirigindo
meu carro de volta para casa pela autoestrada quando comecei a chorar. Deime conta, subitamente, de que eu tinha
dado todas as injeções intravenosas de
morfina [...], completado todas as
transfusões de sangue, mantido em
funcionamento os tubos intravenosos,
trocado catéteres e ataduras, e etc., mas
não tinha olhado nos olhos de nenhuma
pessoa durante o dia inteiro. Apenas
tinha prestado atenção às coisas físicas
e não tinha me importado com
pacientes na cama.
[...] estava muito dolorido ver o
sofrimento dela e ser incapaz de fazer
algo para reverter o quadro (Roxo).
Kübler-Ross (1996), em seus estudos,
observou que médicos e enfermeiros ocultavam
a gravidade da doença de seus pacientes.
Evitavam visitas àqueles que estavam
moribundos, e quando os visitavam era feito de
maneira muito impessoal. Para ela isso
caracterizava que os mesmos sentiam sua
própria impotência diante da morte, e eram
incapazes de reconhecer que nada mais havia a
fazer pelo paciente.
Identificou-se ainda, que os cuidadores
enfrentam além do sentimento de impotência,
um certo grau de desespero. Isto possivelmente
ocorre porque o cuidador experimenta sua
Ciência, Cuidado e Saúde
Às vezes me sinto preparada, e às vezes
não (Branca 2)
revelando uma insegurança frente à morte.
McGoldrick e Walsh (1998), afirmam que a
angústia e a insegurança denotam um medo da
morte de si espelhada na morte do outro.
Kübler-Ross (1996) associa tal fato às lacunas
na formação e preparo dos profissionais de
saúde para lidarem com a morte.
Alguns
profissionais
demonstram
indiferença em relação à morte, ao serem
questionados sobre o significado da morte:
Não parei para pensar (Branca 2).
Este depoimento evidencia indiferença, pois
a informante não se dá ao trabalho de refletir
sobre um fato inexorável da nossa existência,
exteriorizando que é algo que não merece sua
reflexão. Tal atitude evidencia a lógica de grupo,
podendo se refletir em outras ações,
principalmente no que se refere ao cuidado,
caracterizando a desumanização do atendimento.
Esta indiferença por parte dos cuidadores pode
ser exemplificada por um trecho do depoimento
de Hutchison e Rupp (2001, p.15):
O cuidador assume uma postura impessoal e
de indiferença que, conseqüentemente, vai
desencadear mais adiante um sentimento de
remorso/culpa relacionado à morte. Este tipo de
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A morte de idosos asilados- Percepção dos cuidadores de enfermagem
sentimento é identificado por exemplo no
seguinte depoimento:
necessidade de proporcionar um ambiente
familiar e dar o conforto necessário, declara:
[...] enfeitei ela com muitas flores; fiz
uma oração pedindo desculpas por
algumas vezes ter que 'forçá-la' a se
alimentar e a tomar remédios mesmo
sabendo que não adiantaria mais
(Verde).
Fico triste, às vezes sinto pena pelo
abandono e procuro fazer o melhor [...]
(Branca 2).
Kübler-Ross (1996), afirma que o profissional
se mistura ao processo de luto, muitas vezes
culpando-se pelos rumos da doença e por sua
incapacidade em gerir os elementos incontornáveis.
Julga-se que este sentimento de remorso/culpa é
equivalente ou aparece concomitantemente ao
sentimento de impotência já descrito.
Como a pesquisa desenvolveu-se com os
cuidadores de enfermagem de idosos de uma
casa asilar, é válido salientar que o asilo difere
do ambiente hospitalar, sendo que a taxa de
permanência é elevada, já que a maioria dos
idosos internos passam seus anos finais na
instituição. Sendo assim, o vínculo do cuidador
com o idoso é maior. Isto foi observado na
análise de dados, visto principal sub-categoria se
refere ao sentimento de vínculo/apego com o
idoso falecido:
[...] alguns a gente sente saudades, ou
deixam saudades (Amarelo);
Vamos sentir a falta e lembramos do
que ele era no dia-a-dia[...] (Branca 1).
Nas casas asilares o idoso se insere em um
novo contexto social: a convivência com os
demais idosos asilados e com os cuidadores. Isso
os torna uma “família” onde experiências,
sentimentos, dúvidas, medos e aspirações são
compartilhadas. Cria-se um vínculo entre idoso–
idoso, idoso–cuidador e cuidador–cuidador.
O que norteia este vínculo é a única certeza
que temos em nossas vidas: a morte (CARTER;
McGOLDRICK, 1995). Destaca-se aqui o papel
do cuidador na vivência dessa “finitude” pelo
idoso, mencionada por Braz e Bitencourt (2000),
a própria experiência do cuidador frente a esta
finitude/morte e ainda, a vivência do cuidador
em relação ao luto/perda de um membro da
“família”, criada a partir do vínculo idosocuidador.
Esses cuidadores referem-se à morte do
idoso com saudades e lembranças dos mesmos
em vida. Outro cuidador, referindo-se à
Ciência, Cuidado e Saúde
Há ainda os que comparam os idosos com
alguém da família:
Como se fosse um
perdemos. (Laranja 2);
parente
que
Poderia ser meu pai ou minha mãe.
(Preto).
Todos estes depoimentos apontam um
sentimento de vínculo/apego com o idoso.
Hutchison e Rupp (2001), ressaltam que os
cuidadores devem ter um enorme respeito e
reverência por àquelas pessoas que estão
chegando perto da morte, não interferindo em
suas crenças e valores pessoais, mas, ao mesmo
tempo, assegurando que as necessidades físicas,
emocionais, espirituais e mentais do paciente
sejam atendidas.
Neste contexto, surgirão os sentimentos do
cuidador diante da perda do vínculo com o
idoso. Após a desestruturação do vínculo, o
cuidador vivenciará um sentimento de tristeza /
perda relacionado à morte. Identifica-se isto nas
seguintes respostas:
Senti tristeza ao perder o idoso. (Lilás);
Uma perda triste (Vermelho);
Nós que convivemos com os idosos nos
apegamos muito a eles, e quando
acontece a perda, sofremos muito.
(Azul).
Pitta (1991), comenta que os profissionais
de saúde, devido ao contato constante com a
possibilidade e a ocorrência de morte, vivenciam
um "luto profissional" em relação aos pacientes
perdidos.
Emergiu ainda o sentimento da negação em
alguns depoimentos:
Eu me sinto preparada, apesar da gente
sentir que não deveria morrer, não
deveria envelhecer (Amarelo).
Este depoimento expressa, além da negação
da morte, a negação da velhice, que é associada
a finitude.
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Fico chocada com a perda, não queria
perder. Não quero perder [...].
(Branca1);
Dizem que a morte é um descanso,
então eu prefiro viver cansada aqui
mesmo [...] (Amarelo).
Tinoco (1997), afirma que há uma tendência
por parte dos profissionais da saúde em falar
mais sobre a vida, negando-se, muitas vezes, à
iminência da morte. Esta posição pode
inviabilizar a vivência do luto antecipado.
Porém, o sentimento de aceitação da morte
também foi evidenciado:
Já participei de uma palestra sobre
morte, [...] eu me aprofundei mais no
assunto, cheguei à conclusão de que
temos que encará-la quando vier.
(Verde);
A morte significa uma saudade,
lembranças, enfim, são coisas que
devemos aceitar (Lilás).
Os depoimentos indicam um processo mais
avançado de interpretação do que é a morte. O
que se quer dizer, é que estes cuidadores já
tomaram consciência da própria mortalidade e
aceitaram este fato inevitável de forma serena.
Kübler-Ross (1996), afirma que o homem
somente será capaz de mudar as coisas se
começar a conceber sua própria morte e, conclui
dizendo que podemos alcançar nossa paz
interior, encarando e aceitando a realidade de
nossa própria morte.
Categoria 2. Percebendo a morte com
diferentes olhares
Desde a concepção, a morte é a única
certeza para cada ser vivo. Este fato inevitável
independe da religião, cultura, valores e
conhecimentos. No entanto, quando se refere à
maneira como se encara, entende e se percebe a
morte, diretamente remete-se às crenças,
valores, culturas e conhecimentos de cada um.
McGoldrick e Walsh (1998), confirmam isto
dizendo que a maneira como encaramos a saúde
e a doença e, por extensão, a maneira como
encaramos a vida e a morte e os seus
significados, é influenciada diretamente por
nossa etnicidade e conhecimentos. Com esta
pesquisa constatou-se que, há pessoas que
Ciência, Cuidado e Saúde
acreditam que há vida depois da morte ou
reencarnação, outros pensam que quando após a
morte tudo acaba. Comumente, a esperança de
vida após a morte está ligada à religiosidade.
As entrevistas revelaram que os cuidadores
de enfermagem percebem a morte com
diferentes olhares. A percepção da morte com
olhar de naturalidade foi revelada ao comparar a
morte a um fato natural como o do nascimento
de um bebê:
[...] a morte é um estágio normal da
vida, a gente nasce e têm dia e hora
para morrer (Amarelo),
ou associada ao sentimento de aceitação da
morte:
[...] a morte faz parte da vida, temos
que aceitar (Preto).
De acordo com McGoldrick e Walsh (1998),
a morte do idoso é vista como uma parte
integrante do ciclo de vida. As autoras
discorrem, na verdade, sobre a natureza da
morte. A morte do idoso, por exemplo, é
"esperada", diferentemente do que acontece
quando ocorre a morte súbita de um jovem ou
criança, quando a morte é "inesperada". Nesse
sentido, identifica-se nos relatos dos cuidadores
de enfermagem, a percepção da morte com olhar
de fatalidade:
A morte é irreversível, não se pode
fazer nada, não há dinheiro que
compre, não tem o que fazer pela morte
(Laranja 1).
Em outro relato o cuidador refere-se à
fatalidade da morte de um idoso:
[...] não sentia nada e morreu tão rápido
(Preto).
Outro cuidador afirma que a fatalidade
independe do modo como se viveu:
[...] quando chega a hora de partir, não
depende como era quando vivo
(Verde).
Para Aries (1988), entre o homem medieval
e o homem atual, a grande diferença na forma de
enfrentar questões de saúde e doença está na
naturalidade de adoecer e a fatalidade de morrer,
relacionadas a um pessimismo e depressão que
participam da atualidade como se fosse algo
incomum ou que não fizesse parte de sua
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A morte de idosos asilados- Percepção dos cuidadores de enfermagem
natureza. Observou-se que a negação da morte e
o luto têm a ver também com a percepção da
morte como um mistério, evidenciado nos
relatos:
É como um mistério (Laranja 2);
no meu entender, a grande maioria das
pessoas não consegue absorver bem o
processo de perda, [...], pelo fato de
não saberem o que acontece depois; é o
desconhecido que assusta e deixa na
dúvida o que será, ou melhor, o que irá
acontecer com aquela pessoa querida
(Roxo).
Alguns cuidadores revelaram suas crenças
religiosas ao manifestarem a esperança de algo
mais após a morte: "Passagem para outra vida."
(Branca1). É interessante observar que a
expectativa é quase sempre de que existe algo
positivo a ser vivenciado após a morte:
Significa uma passagem inadiável para
algo melhor, [...] (Verde);
Após a morte existe alguma coisa, e é
boa (Roxo).
Markhan (2000) diz que mesmo entre os que
acreditam firmemente que existe vida após a
morte, há muitas idéias diferentes do que vem a
ser essa vida.
A religiosidade ligada à morte, de certo
modo, referencia a esperança de algo após a
morte. Por isso, essas sub-categorias são
discutidas em conjunto. A religiosidade é
evidenciada por exemplo, na seguinte resposta:
Meu sentimento naquele momento era
que ela tinha se livrado daquele
sofrimento, que agora ela estava feliz,
pois Deus lembrou dela e a levou.
Achei que no momento aquilo era o
melhor para ela (Verde).
Markhan (2000), diz que algumas pessoas
afirmam que, quando morremos, vamos viver
com Deus (embora as diferentes religiões
tenham terminologias diferentes) ou com Jesus.
Alguns acham que existe realmente um céu e um
inferno, e que somos mandados para o lugar que
merecemos estar para o resto da eternidade,
colhendo os frutos positivos ou negativos de
nossos pensamentos e ações na Terra. Outros
ainda, acreditam que existe um outro mundo
onde nossa alma ou espírito vai viver. Há
Ciência, Cuidado e Saúde
também os que acreditam firmemente na teoria
da reencarnação. De fato, nenhuma dessas
crenças pode ser comprovada até o momento, e
nem se sabe quais são as possibilidades de
existir algum tipo de comprovação.
Categoria 3. Conhecimento dos cuidadores de
enfermagem sobre a morte
Autores como Barchifontaine e Pessini
(1999), Braz e Bitencourt (2000) e Kübler-Ross
(1996), defendem que o conhecimento sobre a
morte pode e deve ser compartilhado com o
propósito da evolução pessoal e profissional de
cada um. Entretanto, o conhecimento não se
resume ao adquirido no seio da família, ou no
passar dos anos de escola. É um conhecimento
amplo, que surge a partir da troca de
experiências, do interesse individual em querer
saber mais, de novas leituras, conhecendo outras
culturas. Diante disto, e da análise dos dados do
estudo surgiu uma categoria relacionada ao
conhecimento dos cuidadores de enfermagem
sobre a morte.
A falta de conhecimento sobre a morte,
evidenciada em algumas respostas, é revelador
da insegurança que o medo provoca:
Às vezes não me sinto preparada
(Laranja2);
[...] nenhum preparo. Somente
apostilas sobre a morte (Lilás);
li
Nunca tive um preparo específico e
imagino que nem tampouco os outros
funcionários [...] (Roxo).
Penna et al. (1999) asseveram que pode ser
difícil tentar ensinar sobre a morte, porque cada
um a vivencia de forma subjetiva, diferenciada.
Não existem receitas de como enfrentá-la, pois o
vivido pode ser compartilhado, mas o
sentimento é, sem dúvida, subjetivo, próprio
daquele que a experiencia. Para os cuidadores de
enfermagem, sujeitos do estudo, considera-se
que a falta de conhecimento sobre a morte pode
interferir de maneira significativa no chamado
"luto profissional" citado por Pitta (1991). O
luto profissional pode acabar se transformando
em uma carga humanamente insuportável,
refletindo na insensibilidade do profissional de
saúde perante a morte do paciente (PENNA et
al., 1999). Neste ponto, destaca-se a importância
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SANTOS, A.C.A.; SOARES, L.; GRACIOTTO, M.C.; SCIPIECZ, S.; BATISTA, V.; BENITO, G.A.V.
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da interação através de trocas de experiências
sobre a morte. Isto é evidenciado na seguinte
declaração:
Até a morte desta idosa não havíamos
conversado, mas após, eu senti
necessidade de saber dos outros qual
foi a sensação e o que pensavam a
respeito (Roxo).
Kübler-Ross (1996), afirma que muito
ajudaria se as pessoas conversassem sobre a
morte e o morrer, como parte intrínseca da vida,
do mesmo modo como não temem em falar
quando alguém espera um bebê. O autor
acrescenta dizendo estar convicto de que
prejudicamos mais evitando tocar no assunto do
que aproveitando e encontrando tempo para
sentar, ouvir e compartilhar.
Alguns
cuidadores
de
enfermagem
revelaram que têm interesse em conhecer mais
sobre a morte:
Eu gostaria que tivesse cursos, palestras
ou dinâmicas (Lilás);
Eu gostaria que tivesse [...] educação
continuada, ter apoio psicológico, tirar
as dúvidas e medos [...] (Verde);
Sinto falta e gostaria de palestras [...],
cursos e preparos [...] para saber cuidar
dos idosos e também durante os dias
finais e morte (Branca 1);
Seria interessante ter palestras [...],
cursos (Amarelo);
Falar mais sobre o assunto, com
palestras, até treinamentos, ter coragem
de falar no assunto (Branca 2).
Um dos cuidadores revelou que depois que
leu sobre a morte, sentiu-se mais preparado.
Já li um texto [....] sobre a morte, no
momento sinto que estou melhor
preparada [...] (Branca 1).
O profissional de enfermagem, não pode
limitar sua atenção no atendimento daquilo que
é visível no corpo. Ampliar essa visão é uma
necessidade, principalmente em áreas críticas,
onde a vivência com situações de vida-morte é
sempre tão próxima. Portanto, é preciso oferecer
aos profissionais subsídios para que compreendam
aquilo que se apresenta de forma invisível aos
olhos. Esta é uma forma de cuidar do cuidador
(COSTENARO; LACERDA, 2001). O interesse
Ciência, Cuidado e Saúde
pelas palestras, cursos, dinâmicas e educação
continuada que abordem o tema morte, na
verdade, expõe a necessidade de cada um obter
mais informações, mais conhecimento e, além
disso, apresenta a necessidade de compartilhar
dúvidas, medos, angústias e até mesmo
experiências. Sendo assim, compreende-se que,
a necessidade gera o interesse em conhecer mais
sobre a morte e o morrer, e que isto favorece o
cuidador e, conseqüentemente, o paciente,
refletindo em um atendimento de qualidade e
humanizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste estudo, deparou-se com
questões interessantes. No início, quanto ao
tema do estudo, havia uma certa inquietação,
apesar da livre escolha do assunto. Com o
levantamento da bibliografia e leituras sobre o
tema, descobriu-se um universo de informações
que passou a atrair a atenção. Percebeu-se então
que a inquietação inicial transformou-se em
interesse, paixão pelo tema. Ao contrário do que
se achava, o tema não se mostrou sombrio,
tétrico ou pesado. Foi e é agradável ler e
trabalhar o tema morte e morrer.
De acordo com os objetivos traçados na
pesquisa, inicialmente identificou-se que os
sentimentos dos cuidadores de enfermagem
sobre a morte dos idosos asilados eram
diferentes e abrangem: impotência, aceitação,
negação, remorso, culpa, vínculo, apego,
insegurança, indiferença, tristeza, perda, como
foi notado nos depoimentos do Vermelho, Preto
e Branca 1.
Da mesma forma, a percepção dos
cuidadores de enfermagem sobre o processo
morte/morrer acontece com olhares diferentes:
como uma fatalidade, como um mistério, com
religiosidade, como natural, com esperança de
que existe algo mais após a morte.
A falta de conhecimento dos cuidadores de
enfermagem sobre a morte, e mais
especificamente sobre a morte dos idosos
asilados, revela a importância da interação, por
meio da troca de experiências, como elemento
de suporte para o cuidador que passa a
manifestar a necessidade ou interesse, em
aumentar seus conhecimentos sobre a morte.
A morte é, de fato, um mistério a ser
desvendado. Pouco se tem estudado sobre como
Maringá, v. 3, n. 3, p. 277-286, set/dez. 2004
A morte de idosos asilados- Percepção dos cuidadores de enfermagem
fazer da morte um fato menos negativo e mais
natural, ou como trabalhar este medo da
finitude, da mortalidade. O que se observa é que
a morte, cada vez mais, é tratada como um tabu.
As pessoas evitam falar na morte e no morrer,
influenciadas, em parte, por uma sociedade
capitalista, consumista, e que foge da velhice,
pois esta lembra a aproximação da morte. O
homem não se dá conta que sua onipotência e
imortalidade são irreais, questões que surgiram
durante o desenvolvimento deste trabalho.
Além de contemplados os objetivos, constatouse que os cuidadores de enfermagem carecem de
atenção voltada à retroalimentação no cuidado,
assim como a família e o paciente terminal. Os
285
profissionais de saúde que convivem
diariamente com a possibilidade de morte de um
paciente precisam de atendimento psicológico.
Existe necessidade dos cuidadores de enfermagem
em conhecer sobre o processo de morte/morrer para
tornar o momento chegado menos assustador e
negativo. Portanto é necessário que as instituições
de saúde disponibilizem aos seus profissionais
cursos, treinamentos e atendimento psicológico, para
que haja uma maior reflexão sobre o processo
morte/morrer. Os cursos da saúde poderiam abordar
este tema com seus discentes, trabalhando este
processo na formação acadêmica de forma inter e
multidisciplinar e transversalmente durante o
currículo.
THE DEATH OF ELDERLY PEOPLE LIVING IN RETIREMENT HOMES – PERCEPTIONS OF
NURSING CAREGIVERS
ABSTRACT
The elderly population has grown significantly in the last decades. This fact has been observed in a retirement
home in Itajaí, in the State of Santa Catarina, prompting a desire to investigate the perceptions of nursing
caregivers concerning death among the elderly. This is an exploratory study, which takes a qualitative approach.
Data was collected during the first semester of 2003, using a semi-structured questionnaire. The analysis was
based on the units recorded, grouped into subcategories, which formed the categories used in this study. The
results show that the caregivers perception regarding knowledge of death, is limited, which affects the care
offered in the final stages of life; on caregivers feelings about death, different feelings were identified, ranging
from relief through guilt and impotence; in the category perceiving death from different points of view, some
caregivers see it from a natural or religious perspective, while others see it as a mystery or fate. The research
observes that there is need for caregivers, as individuals, to understand the process of death and dying in order
to make it less frightening and negative.
Key words: Attitudes to death. Nursing team. Elderly.
LA MUERTE DE ANCIANOS ALBERGADOS–PERCEPCIÓN DE LOS CUIDADORES DE
ENFERMERÍA
RESUMEN
El segmento poblacional de ancianos ha crecido en las últimas décadas. Ese crecimiento fue constatado en un
albergue en Itajaí, SC, despertando el deseo de comprobar la percepción de los cuidadores de enfermería sobre
la muerte de los ancianos. Se ha partido entonces para un estudio exploratorio con abordaje cualitativa. Se ha
realizado la colecta de datos en el primer semestre de 2003 con cuestionario semi-estructurado. El análisis se
partió de las unidades de registro, agrupadas en subcategorías, llegándose a las de estudio. El resultado ha
revelado que la percepción de los cuidadores en la categoría conocimiento de la muerte es limitada, interfiriendo
en los cuidados finales de vida; en la categoría sentimiento del cuidador sobre la muerte se identificó diversos
sentimientos, del alivio al sentimiento de culpa e impotencia. En relación a la categoría percibiendo la muerte
con miradas diferentes, algunos cuidadores la miraban con naturalidad, religiosidad, otros como misterio,
fatalidad. Con esta pesquisa ha podido verificar que existe la necesidad individual de los cuidadores conocieren
el proceso muerte/morir para convertirlo menos asustador y negativo.
Palabras clave: Actitud delante a la muerte. Equipo de enfermería. Anciano.
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jan./abr. 2001.
Endereço para correspondência: Alexandra Carolina Amaral Santos. Rua Lúcio Correa Mendonça, 343 - Bairro
Fazenda - CEP: 88302-520 - Itajaí / SC. E-mail: leandro.strauss@receita.fazenda.gov.br.
Recebido em: 03/09/2004
Aprovado em: 14/02/2005
Ciência, Cuidado e Saúde
Maringá, v. 3, n. 3, p. 277-286, set/dez. 2004