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PSICOPATOLOGIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PSICOLOGIA 5º SEMESTRE TATIANE MICHELI OKAMOTO COSTA SILVA PSICOPATOLOGIA II – RESENHA SOBRE UM DOS SONHOS DE DORA EM “FRAGMENTOS DE UM CASO DE HISTERIA” DE Sigmund FREUD Londrina 2015 TATIANE MICHELI OKAMOTO COSTA SILVA PSICOPATOLOGIA II – RESENHA SOBRE UM DOS SONHOS DE DORA EM “FRAGMENTOS DE UM CASO DE HISTERIA” DE Sigmund FREUD Trabalho de Psicologia, apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Psicopatologia II. Orientador: Profª. Silvana Farinha. Londrina 2015 Resenha sobre o Primeiro sonho de Dora descrito em “Fragmentos de um caso de Histeria” de Sigmund Freud: Dora estava em análise com o Dr. Sigmund Freud e este afirma que havia expectativas em esclarecer um ponto obscuro da infância de Dora, quando esta informou a ele que algumas noites antes havia tido um sonho que já havia se repetido vezes antes da mesma maneira. Dora descreveu seu sonho dizendo que uma casa estava em chamas, seu pai estava ao lado de sua cama e a acordou, ela vestiu-se rapidamente. Sua mãe ainda queria salvar a caixa de jóias dela, mas o pai de Dora negou dizendo que não queria que ele e seus dois filhos se queimassem por causa da caixa de jóias dela. Eles então desceram as escadas às pressas e, logo que Dora se viu do lado de fora da casa, acordou. Como se tratava de um sonho recorrente, Freud perguntou a ela quando o teve pela primeira vez. Ela afirmava que não sabia dizer mas que recordava-se de tê-lo tido três noites sucessivas em L (local onde ocorrera um incidente com o Senhor K) e agora voltava a tê-lo algumas noites atrás em sua cidade: Viena. Como Dora já estava instruída previamente na interpretação dos sonhos, Freud pediu que ela decompusesse o sonho e comunicasse o lhe ocorria a propósito dele. O primeiro relato foi de uma discussão que os pais de Dora tiveram porque a mãe de Dora trancava a porta da sala de jantar a noite pelo motivo que o quarto de seu irmão não tinha entrada independente. O pai de Dora se opunha pois afirmava que poderia acontecer alguma coisa durante a noite que tornasse necessário sair. Com isso, Dora fez relação desta alguma coisa com um incêndio. Ao voltar-se para a expressão alguma coisa que tornasse necessário sair, Freud pediu que ela decompusesse –a. Dora lembrou-se que quando estavam chegando a L, seu pai manifestou angústia da possibilidade de um incêndio, pois tinham chegado em meio a uma violenta tempestade e a casinha de madeira não tinha para-raios. Freud perguntou se teve a sequência de sonhos nas primeiras noites no lugar ou as últimas antes de sua partida, no início ela afirmou que não sabia, mas depois ela acrescentou que acreditava que tinha sido depois do incidente no bosque. A partir daí, Freud já havia estabelecido que o sonho seria uma reação àquela experiência no bosque. Indagou a Dora quantos dias ela ficou lá após a experiência e ela afirmou quatro dias e que teve o sonho nas três noites seguintes ao acontecimento, mas não na quarta. Após isso, Dora contou que na tarde após o passeio no lago com o Senhor K, recostou-se como de costume no sofá do quarto para dormir um pouco e que acordou de repente vendo o Senhor K parado em frente a ela. Freud associou este com a parte onírica de seu pai parado junto a ela ao lado de sua cama. Ela ainda disse que perguntou ao Senhor K o que estava procurando ali e este lhe disse que não ia deixar de entrar em seu quarto quando quisesse e que precisava de algo dali. Dora conseguiu com a Senhora K a chave da porta do quarto e trancou-se na manhã seguinte, porém a chave sumiu quando verificou na parte da tarde e atribuiu isso ao Senhor K. A associação de trancar ou não o quarto que surgiu na primeira associação do sonho e que desempenhou papel na causa recente do sonho. Dora afirmou que a partir daquele acontecimento decidiu não ficar mais na casa dos K na ausência de seu pai. Ela contou que nas manhãs seguintes ele temia ser surpreendida pelo Senhor K e por isso se vestia muito rapidamente. Na tarde do segundo dia formulou o propósito de escapar dessas perseguições, e então, na segunda, terceira e quarta noite repetiu este propósito enquanto dormia. Freud afirma que um propósito persiste até ser realizado. Na sequência da interpretação, Freud indagou Dora sobre a caixa de jóias que sua mãe queria salvar. Dora afirmou que sua mãe gostava muito de jóias e que ganhara várias de seu pai. Em um dia aproximadamente quatro anos antes (um ano antes do sonho), seus pais discutiram, pois sua mãe queria um pingos de pérolas para usar como brinco, mas seu pai não gostava disso e comprou uma pulseira. Sua mãe furiosa disse que se ele gastara tanto dinheiro pra comprar algo que ela não queria, melhor seria dá-lo a outra pessoa. Porém Dora não sabia porque sua mãe apareceu em seu sonho já que ela não estava com eles em L naquela época. Freud relacionou o desejo de Dora em receber aquela joia que sua mãe rejeitou com o sonho e Dora concordou afirmando ainda que havia sido presenteada com uma caixa de jóias pelo Senhor K pouco tempo antes, o que Freud associou que ela teria pensado em retribuir o presente e que a caixa de jóias aludia aos genitais femininos. Em uma das sessões Freud fez um experimento com uma caixa de fósforos sobre a mesa e perguntou se Dora via ali algo que não fosse habitual estar ali, ela afirmou que não vi nada. Freud dialogou com Dora sobre porque as crianças eram proibidas de brincar com fósforos, ou melhor, advertidas sobre não brincar com fogo. Dora nada sabia a respeito e Freud formulou que seria o temor da enurese noturna infantil. Dora então lembrou-se que seu irmão “molhava a cama” até os sei ou sete anos e quando indagada sobre si, afirmou que teve retorno da enurese aos sete ou oito anos e que foi levada ao médio nesta época. Este disse que era uma debilidade nervosa. Há ainda um acréscimo, Dora disse que esquecera de contar que todas as vezes ao acordar deste sonho sentia cheiro de fumaça. Freud afirmou que fumaça relaciona-se com fogo, mas Dora fez objeção pois seu pai e Senhor K eram fumantes apaixonados e ela também fumou durante sua estada ao lago. Freud colocou a sensação de fumaça como acréscimo ao sonho e que deveria ter tido que superar um esforço especial do recalcamento. O que estaria recalcado seria a tentação de se mostrar disposta a ceder ao homem e ao mesmo tempo ânsia de um beijo trocada com um fumante. Na seqüência, Freud postula a causa da enurese com a masturbação na infância. Quando Dora quis fazer relação de sua doença na análise, colocou a culpa em seu pai. Acreditava, pelo que tinha ouvido que seu pai adoecera por levar uma vida leviana, comparando a uma doença venérea e que passou esta doença para sua mãe (figura da caixa de jóias dela no sonho e que ela queria proteger) e que por hereditariedade teria passado para Dora, além de mais tarde ela associa-lo a leucorréia feminina. Freud, em uma outra sessão, observou em Dora atos sintomáticos (funções que as pessoas executam automática e inconsciente, sem reparar nelas e quando inquiridas explicam-nas como indiferentes e casuais), quando Dora brincava com uma bolsinha porta-moeda, colocando o dedo dentro e fechava-a, enquanto falava deitada no divã. Freud atribuiu tal ato à representação dos órgãos genitais. Mais adiante Dora reclamou de dores gástricas, Freud já havia postulado relação entre dores gástricas em masturbadores. Freud afirma que os sintomas histéricos não aparecem enquanto as crianças se masturbam mas na abstinência. Em alguns casos ela é interrompida no casamento, mas no caso de Dora ela foi suprimida. Foram feitas relações também desta masturbação com o fato de que por algum tempo o quarto dela era ao lado do quarto dos pais e que ela teria ouvido a respiração ofegante do homem durante o coito de seu pai e que isso teria lhe produzido prazer. Para Freud, o sonho transforma o propósito de fugir para o pai entranhado no inconsciente, desejando que o pai a salvasse do perigo. A caixa de jóias remete o ciúme infantil de Dora às gotas (relacionadas agora aos pensamentos de tentações atuais). Freud afirma que o sonho mostra-se como “uma reação uma nova vivência de efeito excitante que deve necessariamente ter despertado a lembrança da única vivencia de anos anteriores análoga a ela”, referindo-se ao beijo do Senhor K durante a qual surgiu a sensação de repugnância e que estavam entrelaçadas ao círculo de pensamentos ligados ao catarro e a tentação atual. Sobre o dito do pai no sonho “Não quero que meus dois filhos...” Freud afirma que “tais ditos oníricos são usualmente compostos de fragmentos de ditos reais, proferidos ou ouvidos”. REFERÊNCIAS FREUD, S. Fragmentos de Um Caso de Histeria – O Caso de Dora. Obras Completas. Vol VII. 6