A Configuração do Setor Central de Goiânia
Leyla Elena Láscar Alarcón1
Frederico de Holanda2
1. Introdução
Goiânia é uma cidade planejada que surgiu com a idéia da mudança da capital do
Estado; com o objetivo de melhor localizá-la, de acordo com os interesses econômicos,
políticos e de centralização geográfica de Goiás. A cidade, planejada inicialmente para
50.000 habitantes, hoje já supera um milhão de habitantes.3 Além de capital administrativa,
a cidade hoje se destaca por ser um importante pólo populacional, comercial, financeiro e
de serviços.4
O núcleo central de Goiânia foi projetado pelo urbanista Attílio Corrêa Lima (fig. 1),
em 1933. O desenho da malha urbana recebeu influências dos traçados de Versailles,
Karlsrure e Washintong, onde predominava o efeito monumental e absolutista, que se
traduzia num urbanismo barroco.5 O traço comum dessas cidades é o asterisco, ou seja, a
convergência de diversas vias de circulação sobre uma praça.6
A cidade foi construída a partir da Praça Cívica, ponto de convergência das principais
avenidas da cidade: Av. Goiás, Av. Araguaia e Av. Tocantins (fig. 2). A Av. Anhangüera
corta estas três avenidas. A partir de qualquer ponto das três avenidas se obtinha uma visão
monumental da Praça Cívica. A monumentalidade da Praça Cívica é promovida por ser um
ponto de convergência das principais avenidas, pela localização na parte mais elevada do
setor e pelos edifícios administrativos em estilo Art-Déco.
1
Arquiteta (UCG), Mestre (UnB), Professora de projeto urbano e teoria na Universidade Estadual de Goiás UEG e pesquisadora do Programa de Pós Graduação da Fau-UnB leylaelena@hotmail.com /
leyla@brturbo.com
2
Professor de teoria e projeto de urbanismo e pesquisador do Programa de Pós Graduação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da UnB. E-mail: fredholanda@solar.com.br
3
1.085.806 habitantes no perímetro urbano, segundo GOIÁS, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
CENSO DEMOGRÁFICO, 2000.
4
GOIÁS, Plano Diretor Integrado de Goiânia, 1992.
5
GOIÁS, Plano Diretor Integrado de Goiânia, 1992.
6
GRAEFF, Goiânia: 50 anos, p. 18.
2
O Setor Central é hoje a maior aglomeração de estabelecimentos de serviços e de
agropecuária da cidade; possui a mais elevada concentração de grandes empresas; possui
boa parte do comércio informal da cidade; tem a maior parte das instituições financeiras,
de cartórios e tabelionatos e a maior parte dos hotéis. Possui o terceiro valor mais alto do
terreno, é o terceiro bairro em quantidade de cinemas, mesmo que sejam populares. O
Centro é o primeiro bairro em acessibilidade do transporte coletivo e o terceiro em
acessibilidade topológica7. O Centro além de ser um dos núcleos pioneiros da cidade,
possui também o maior conjunto de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional - IPHAN em estilo Art-Déco8. Assim, escolheu-se o Setor Central,
visto que é um dos mais importantes centros da cidade, com características de centro
principal. 9
3. Metodologia
A teoria da Sintaxe Espacial10 - desenvolvida por HOLANDA (2002) - é utilizada
como metodologia de análise configuracional do Setor Central, considerado representativo
de valores espaciais consagrados pela história da cidade.
Assim como na gramática a sintaxe consiste no conjunto de regras para a posição ou
ordem das palavras na estrutura da frase, no urbanismo a Sintaxe Espacial também se
refere à localização de determinada unidade (rua, praça) ou um conjunto de unidades em
relação à estrutura da cidade. A Sintaxe Espacial estuda a articulação dos elementos tanto
do ponto de vista global (articulação dos elementos entre si e o papel que cada um
representa no sistema) quanto do ponto de vista local (características dos elementos em si
mesmos).11 Algumas categorias são de natureza mais global e outras de natureza mais
local.
Na Sintaxe Espacial, o espaço deixa de ser concebido como receptáculo passivo e
assume qualidade posicional, passando a ser compreendido como um sistema composto por
7
A topologia é o estudo das relações espaciais que independem da forma e tamanho, mas dependem de sua
posição em relação ao conjunto considerado. A articulação ou inflexão, a proximidade ou distanciamento, o
modo como espaços se relacionam ou se articulam, referem-se à topologia (Douglas Vieira AGUIAR, op.
cit., p.71-74)
8
Leyla ALARCÓN, A centralidade em Goiânia, p. 148.
9
Segundo Villaça, centro principal é a maior aglomeração diversificada de empregos, ou a maior
aglomeração de empregos e serviços da cidade (Flávio VILLAÇA, O Espaço Intra-Urbano no Brasil, p.12).
10
A teoria da Sintaxe Espacial foi proposta inicialmente por Bill Hillier e colegas da Bartlett School of
Graduate Studies em Londres e posteriormente desenvolvida por diversos pesquisadores em vários paises.
Nesta dissertação utiliza-se a metodologia desenvolvida por: Frederico de HOLANDA, O Espaço de
Exceção.
11
Frederico de HOLANDA, Espaço de Exceção, p. 99.
3
unidades elementares que se posicionam umas em relação às outras, tais como linhas axiais
(e.g. representando vias), unidades convexas (e.g. representando praças) e, mais
recentemente, isovistas (e.g. campos visuais)12. Em Sintaxe, o espaço é um sistema de
barreiras e permeabilidades ao movimento de pessoas sobre o chão (superfície de base ao
trânsito de pedestres e veículos); sociedade é um sistema de interações pessoais em espaços
abertos de uso coletivo de assentamentos humanos13. Esta lógica dos assentamentos
humanos e suas implicações no espaço são buscadas no Setor Central de Goiânia.
A Sintaxe Espacial é um instrumento adequado para verificar a congruência entre a
configuração espacial e as expectativas sociais de interação social (por meio da categoria
co-presença14) e acessibilidade15 (pela categoria integração16). A teoria é especialmente útil
para o estudo de espaços públicos centrais, onde o potencial de cada via (sua integração ou
segregação) pode influenciar a localização adequada de cada uso; a teoria faculta verificar
se a configuração de cada setor é coerente com sua função.
Pela aplicação da sintaxe, avaliamos a compatibilização entre o grau de
acessibilidade e os usos, verificando se nas vias mais integradas estão as atividades
comerciais e de serviços e nas vias segregadas, as atividades residenciais.
A metodologia utilizada sugere a existência de dois paradigmas de configuração do
espaço: o paradigma da urbanidade e o paradigma da formalidade, com características
opostas. Para Holanda, urbanidade refere-se simultaneamente às idéias relativas tanto ao
comportamento humano como ao espaço físico. Do ponto de vista comportamental, a
urbanidade está associada à qualidade de cortês, afável, relativo à negociação continuada
entre interesses.17 A negociação de interesses, no âmbito urbano, refere-se às relações
entre classes sociais ou etnias. A urbanidade
vale para sociedades e instituições não-hierarquizadas, não-ritualizadas, caracterizadas pelo
espontâneo e pela improvisação, o que não se atém ao preestabelecido, não é convencional.18
12
Idem, Sintaxe Espacial: Introdução por meio de material empírico, p. 7.
Idem, Arquitetura & Urbanidade, p. 35.
14
Co-presença significa a presença simultânea, real ou potencial, de pessoas em espaços públicos.
15
Do ponto de vista arquitetônico, acessibilidade é a capacidade dos espaços - de edifícios e cidade - de
serem alcançados pelas pessoas em decorrência de seu posicionamento relativo, dentro de um sistema de
rotas qualquer. (Douglas Vieira AGUIAR, Alma Espacial 2, p. 73).
16
A medida de integração é o carro-chefe da teoria da Sintaxe Espacial; refere-se à distância média de uma
linha ou de um conjunto de linhas a que são reduzidos os percursos urbanos, ante as demais do sistema. Essa
distância é de natureza antes topológica do que geométrica, ou seja, é obtida em razão de quantas linhas
axiais (eixos topológico de vias) temos que minimamente percorrer para ir de uma dada posição na cidade a
outra, não em virtude dos metros lineares de percurso que separam minimamente essas posições. Em outras
palavras, trata-se de quantas inflexões de percurso temos de minimamente operar entre uma dada linha e
todas as outras (Frederico de HOLANDA, O Espaço de Exceção, p. 102-103).
17
AURÉLIO apud HOLANDA, Arquitetura e Urbanidade, p. 16.
18
Frederico de HOLANDA, op.cit., p. 16.
13
4
Do ponto de vista físico, urbanidade refere–se a:
a) minimizar espaços abertos em prol de ocupados; b) menores unidades de espaço aberto (ruas,
praças); c) maior número de portas abrindo para os lugares públicos (jamais paredes cegas); d)
minimizar espaços segregados, guetizados (becos sem saída, condomínios fechados) e efeitos
panópticos, pelos quais tudo se vê e se vigia (grifos no original).19
São estas relações de forte presença de pessoas em locais públicos em horários
diversos que são indício de vitalidade urbana. Quanto mais pessoas há no espaço público
maior é a urbanidade da área e nesses locais provavelmente há alguma atividade de centro
urbano (comércio, serviço) ou de lazer (centros de convívio). O paradigma da formalidade
implica características opostas em todos os aspectos referidos.
Holanda propôs o desdobramento da teoria da Sintaxe em três níveis analíticos:
sistemas de encontros interpessoais (presença de pessoas em locais públicos e privados);
características socioeconômicas gerais (classe social, grau de instrução e renda) e padrão
espacial (características unicamente do espaço).
4. Sistemas de co-presença
Este nível estuda os diferentes tipos de pessoas no espaço, verificando como elas se
comportam espacialmente: onde elas se encontram, para fazer o quê, quando e como. Para
isto, é necessário: (1) levantar o número de pessoas paradas e em movimento nos espaços
públicos; (2) caracterizar os usos dos edifícios, pois estes interferem no tipo de pessoa que
freqüenta o Centro.
O Setor Central é muito diversificado quanto aos seus usos. Alguns edifícios são
pólos atratores de pessoas de outros bairros da cidade e caracterizam-se por diversas
funções, desde administrativas até de esportes e lazer (fig. 3). Os usos foram classificados
de acordo com o período do dia e com o dia da semana de seu funcionamento. Assim,
foram registrados 5 categorias de usos: habitação, serviço e comércio, escolas, hotéis e
restaurantes e garagens particulares.
Considerando o Setor Central como um todo, as habitações coletivas (63,63%)
predominam sobre as unifamiliares (36,36%). Mas considerando-se os trechos de acordo
com sua predominância, há duas áreas distintas quanto à habitação (fig. 4): no antigo
Bairro Popular, na região norte do Centro, há uma maior predominância de habitações
19
Idem, p. 16.
5
unifamiliares (69,64%) e no restante do Centro predominam os edifícios coletivos
(77,48%)20.
Há dois problemas referentes à habitação: um é a contínua substituição da habitação
unifamiliar por outros usos (principalmente por garagens), o outro é o número elevado de
domicílios vagos, que chegam a constituir 14,92% do total21. Estes dois problemas
caracterizam a perda de interesse para a moradia, a população muda-se para outros setores.
Os domicílios ficam vazios porque a população de menor poder aquisitivo não tem
condições de pagar e a população de igual, ou melhor, renda não se interessa por este setor,
que vai ficando cada vez mais vazio.
Apesar da diversidade dos usos de serviço e comércio (fig. 5), que estão concentrados
ao longo das grandes avenidas, a co-presença gerada por estes é intensa apenas no horário
comercial.
As escolas e cursinhos pré - vestibulares (fig. 6) constituem um número considerável
de usos no Centro, que são os únicos geradores de co-presença durante o período noturno.
A concentração de alunos nas calçadas acontece de forma pontual nos horários de início e
de término das aulas.
Os hotéis e restaurantes formam um grupo à parte (fig. 7), pois determinam outro tipo
de pessoas: os visitantes e as pessoas de outros bairros. Alguns restaurantes funcionam aos
finais de semana, mas a maioria é popular e visa atender à população local no decorrer da
semana.
As garagens particulares (fig. 8) são os usos que mais crescem, devido à grande
demanda por estacionamento. A maior parte dos edifícios de prestação de serviços na Av.
Goiás e Av. Anhangüera não possui estacionamentos suficientes, provocando o surgimento
de lotes exclusivos para garagens nas suas proximidades.
O Centro de Goiânia apresenta vários tipos de usos que se concentram de acordo com
o movimento da via. Assim, há uma variação de padrões espaciais e de co-presença no
Centro, que sugere uma divisão em 8 trechos distintos (fig. 9 e 10). A co-presença nos
espaços abertos varia de acordo com cada trecho do Centro.
Por meio do quadro resumo da co-presença (tabela 1), percebe-se claramente a
variação da co-presença segundo os diversos horários nos diferentes trechos. O horário
comercial e os dias de semana à noite foram divididos em horas contínuas e horas pontuais.
20
21
GOIÁS, Programa de Revitalização do Setor Central. Distrito 1, 1995.
Idem.
6
Tabela 1 - Quadro Resumo da Co-Presença no Setor Central
TRECHOS
HORÁRIO
COMERCIAL
horas
contínuas
(1)
MÉDIA
Trecho 1: Praça Cívica
DIA DE SEMANA A
NOITE
horas
horas
pontuais contínuas
(2)
FORTE FRACA
horas
pontuais
PREDOMINÂNCIA
FRACA
Trecho 2: Av. Goiás
FORTE
FORTE
MÉDIA
FRACA
Trecho 3: Entre rua 1 e 3
FORTE
FORTE
FRACA
FORTE
MUITO
FORTE
FORTE
FRACA
FRACA
FRACA
MÉDIA
MÉDIA
FORTE
Trecho 6: As vielas
MUITO
FORTE
MUITO
FORTE
FRACA
MUITO
FRACA
MUITO
FRACA
MUITO
FRACA
MÉDIA
FRACA
MÉDIA
MÉDIA
MÉDIA
FRACA
MUITO
FRACA
MÉDIA
FRACA
MUITO
FRACA
MÉDIA
FORTE
MUITO FRACA
Trecho 7: Antigo Bairro popular
Trecho 8: Mutirama
MUITO
FRACA
MÉDIA
FRACA
FORTE
FORTE
FRACA
FRACA
MUITO
FRACA
MÉDIA
Trecho 4: Área da
Anhangüera
Trecho 5: Área Paranaíba
PREDOMINÂNCIA
Av.
FRACA
FINAIS DE
SEMANA
FORTE
FORTE
FORTE
MÉDIA
FRACA
(1) Horas contínuas refere-se a co-presença homogênea ao longo de períodos do dia.
(2) Horas pontuais refere-se a co-presença intensa em apenas horários específicos (saída da escola, hora do rush, etc.)
RESULTADO: a predominância geral é uma co-presença média, sendo forte no horário comercial e fraca nos dias de
semana a noite e finais de semana
Houve uma nítida diferença entre os trechos do Setor Central. Verifica-se que onde
há uma predominância habitacional (trecho 7), a co-presença é constante durante todos os
períodos e horários. Nos demais trechos, a co-presença apresenta um ótimo desempenho
apenas durante o horário comercial. Os trechos que possuem escolas apresentam melhor
desempenho durante a noite mas somente em determinados momentos (horas pontuais).
4.1. Trecho 1: Praça Cívica
Os edifícios são administrativos, com exceção do Museu Zoroastro e da Biblioteca
municipal. A co-presença no espaço público é muito baixa. As pessoas que eventualmente
transitam no local são funcionários públicos ou pessoas que deixam o carro estacionado na
Praça. A concentração de pessoas acontece no contorno da Praça, onde estão os pontos de
ônibus.
4.2. Trecho 2: Avenida Goiás
Neste trecho linear concentram-se os usos de prestação de serviços, como bancos e
escritórios. Também se destacam algumas escolas pré-vestibulares e de informática. A
população que usa este espaço é mais variada, devido aos diversos serviços e usos que a
avenida possui, destacando-se os comerciantes, os profissionais liberais e estudantes. Nas
calçadas, a co-presença é muito acentuada. No canteiro central da Av. Goiás há outro tipo
7
de população: os mendigos e hippies, que transformam o espaço público em doméstico. No
cruzamento da Av. Paranaíba com a Av. Goiás, há concentração de camelôs que obstruem
a passagem no canteiro central da Avenida Paranaíba (Mercado Aberto).
No período noturno as escolas são o único uso que gera co-presença em horários
pontuais de entrada e saída de alunos.
4.3.Trecho 3: entre a rua 1 e a rua 3
Neste trecho destacam-se as garagens particulares que ocuparam o lugar de muitos
casarios antigos. O comércio e serviços também são predominantes. As habitações são
minoria neste trecho. A co-presença neste trecho é média.
4.4.Trecho 4: entre a rua 3 e a rua 4
Esta é uma área de forte influência da Av. Anhangüera, que por sua acessibilidade e
usos atrai uma co-presença altíssima. O uso predominante é o comércio popular, com
destaque para o “camelódromo”, galeria comercial com produtos importados do Paraguai e
depois os serviços. Nas ruas paralelas e perpendiculares à Av. Anhangüera destacam-se os
lotes utilizados para estacionamentos particulares, já que os comércios da Anhangüera não
comportam o volume de carros para estacionamento.
4.5. Trecho 5: entre a rua 4 e a Paranaíba
Este trecho destaca-se pelo uso misto de habitação, comércio, serviços e alguns
hospitais de pequeno porte. A co-presença é média, com exceção da Av. Paranaíba, que
atrai uma forte co-presença devido ao fato de ser muito acessível (transporte coletivo) e por
ter usos diversificados. A Av. Paranaíba funciona como eixo de ligação para outros setores,
como o Setor Aeroporto e o Setor Universitário.
4.6. Trecho 6: as vielas
As vielas são os fundos dos edifícios comerciais e de serviços. O espaço público das
vielas transformou-se em estacionamento. Pouquíssimos estabelecimentos possuem suas
portas de serviços para estas vias. Há dois casos interessantes: o Unibanco e o Bradesco
possuem a fachada principal para a Av. Goiás, mas a entrada para o público acontece pelas
vielas. Apenas numa destas vielas há uma galeria permeável tanto para a viela como para a
outra via. Contudo, nas vielas em geral a co-presença é baixíssima e pode ser atribuída
principalmente a sua segregação (baixa acessibilidade topológica), mas também à
insalubridade e à insegurança dos locais.
4.7. Trecho 7: o antigo Bairro Popular
8
Esta grande área caracteriza-se principalmente pela predominância de habitações
unifamiliares. Suas características de bairro residencial levaram a algumas propostas de
separação deste bairro do Setor Central para incorporar-se ao Setor Norte Ferroviário.
A co-presença nesta área é mais constante e de fluxo médio de pessoas nos diversos
horários do dia e no decorrer da semana. Isto se deve à habitação, em primeiro lugar, e a
alguns outros usos, como templos e academias de ginástica, que garantem o uso do espaço
em diversos horários.
4.8. Trecho 8: o Parque Mutirama
Este parque contém alguns brinquedos, algumas trilhas e poucos bancos. Possui uma
freqüência média de pessoas durante a semana e uma forte co-presença nos finais de
semana, destacando-se o uso intenso por crianças e jovens.
5. Características Socioeconômicas Gerais
A população residente no Centro representa apenas 2,12% da população total da
cidade22. A maioria dos usuários do Centro provém de outros setores, já que não mora no
local. No Setor Central, a classe média23 (tabela 2) representa a maioria dos moradores
(77,81%), sendo um grupo muito homogêneo se comparado aos demais bairros da cidade.
Tabela 2 - Divisão da Sociedade a Partir de sua Renda no Setor Central
CLASSE SOCIAL
VALOR
VALOR RELATIVO
DESCRIÇÃO
ABSOLUTO
PORCENTAGEM Em salários mínimos
no de habitantes
SEM RENDA
230
2,75
0
CLASSE BAIXA
317
3,79
Até 1
CLASSE
MEDIA
1177
14,08
De 1 a 3
BAIXA
CLASSE MEDIA
3514
42,03
De 3 a 10
CLASSE MEDIA ALTA
1814
21,7
De 10 a 20
CLASSE ALTA
1307
15,63
Mais de 20
TOTAL
8359
100
FONTE: IBGE Goiás censo demográfico de 2000.
Pelos levantamentos da co-presença nos espaços públicos, percebeu-se que há um
forte contraste entre a população que mora no Centro, de classe média e a população que
freqüenta o Centro, de classe baixa. A classe média usa os espaços públicos do Centro
apenas como local de passagem enquanto as pessoas de classe baixa utilizam o Centro
22
No Setor Central encontram-se 24.415 habitantes segundo GOIÀS, IBGE, Censo Demográfico 2000.
Na separação da sociedade em classes foi considerada apenas a renda da população (um dado atualizado e
acessível), apesar de conceitos de classe envolverem outros fatores mais complexos que não cabem aqui
aprofundar.
23
9
como permanência (compras, emprego informal, lazer).A população residente tem uma
renda média de 3 a 10 salários mínimos, mas é interessante destacar que 5,77 % é
analfabeta. Considerando que as crianças e adolescentes constituem uma minoria (21,01
%), essa taxa de analfabetismo está muito alta. Quanto aos grupos de idade residentes no
Centro (tabela 3) verifica-se um número predominante de jovens e adultos (64,30%). Esta
faixa da população predominante coincide com a faixa etária economicamente ativa.
Tabela 3 - Divisão da Sociedade a partir de sua Idade no Setor Central
IDADE
VALOR
VALOR
DESCRIÇÃO
ABSOLUTO
RELATIVO
EM ANOS DE VIDA
NO DE HAB.
PORCENTAGEM
CRIANÇA
2002
8,61
De 0 a 9
ADOLESCENTES
2883
12,4
De 10 a 17
JOVENS
6032
25,96
De 18 a 29
ADULTOS
8909
38,34
De 30 a 59
IDOSOS
3407
14,66
Acima de 60
TOTAL
23233
100
Fonte: IBGE Goiás. Censo Demográfico de 2000.
6. O nível dos padrões espaciais
Este nível analítico trabalha com características unicamente espaciais, tanto a forma
edificada como a configuração dos lugares. As categorias selecionadas neste nível integração24, percentual de espaço aberto sobre o espaço total25, espaço convexo médio26,
percentagem de espaços cegos27 e forma do núcleo integrador28 – contribuem para revelar
relações entre espaço e sociedade, e verificar de que forma o espaço favorece ou não a copresença. Todos estes atributos do espaço são relacionados com a co-presença (vitalidade
dos centros).
24
É a acessibilidade topológica de uma via, praça ou unidade urbana qualquer ante a cidade inteira.
Esta categoria é definida como: a quantidade relativa de espaços abertos de um assentamento (Frederico de
HOLANDA, O Espaço de Exceção, p 99).
26
Espaços convexos são aqueles onde de há uma ampla visibilidade de qualquer ponto a todos os demais.
São geralmente trechos de rua, praças, e são delimitados a partir das barreiras para o movimento dos
pedestres sobre o chão. Segundo a Holanda, os espaços convexos menores possuem utilização secular,
enquanto espaços convexos maiores possuem uma utilização simbólica (Frederico de HOLANDA, O Espaço
de Exceção, p. 100).
27
Jane Jacobs se refere às portas e janelas como sendo os “olhos da rua”, essenciais para o convívio e como
meio de manter a segurança dos moradores. (Jane JACOBS, Morte e Vida de Grandes Cidades). Os espaços
cegos são espaços delimitados por paredes cegas (sem portas).
28
Significa o conjunto das linhas mais integradas do sistema e o desenho que formam. Nas cidades
tradicionais, o núcleo integrador corresponde às ruas onde se localizam comércio e serviços (HOLANDA, O
espaço de exceção, p. 104-105). A centralidade, do ponto de vista sintático, refere-se ao núcleo integrador,
considerado o centro morfológico da cidade, parte fisicamente mais acessível às outras (HOLANDA,
Arquitetura e Urbanidade, p. 46.).
25
10
Analisando a malha urbana de Goiânia, percebe-se dois grandes eixos norteadores do
traçado: o norte-sul (Av. Goiás) e o leste-oeste (Av. Anhangüera). O Setor Central é muito
acessível devido ao transporte coletivo abundante, principalmente nestes dois eixos. O
coração da cidade pode ser considerado na Praça do Bandeirante, encontro da Av. Goiás
com a Av. Anhangüera. A Praça Cívica funciona como um “terminal”, pois é lá que a
maioria dos ônibus passa, atuando como local de troca de ônibus. Em cada eixo, circulam
250.000 pessoas por dia, sendo que na Praça do Bandeirante circulam 500.000. O
transporte coletivo favorece o acesso, mas não garante a permanência dessas pessoas no
Centro. Ao contrário, a maioria dessas pessoas que se desloca no transporte coletivo
freqüenta o Centro apenas como local de passagem. O triângulo compreendido entre a Av.
Araguaia, a Av. Paranaíba e a Av. Tocantins se encontra sobrecarregado de transporte
coletivo.
6.1. Integração
A integração, na Sintaxe Espacial, refere-se ao nível de acessibilidade topológica de
uma linha axial em relação a todas as demais linhas do sistema urbano considerado. No
mapa axial29, a representação gráfica de cada linha está associada a seu nível de integração
por meio de uma escala cromática que vai do vermelho (mais integradas) até o azul (mais
segregadas). Os mapas axiais foram elaborados a partir da base cartográfica mais
atualizada disponível30. Na década atual trabalhou-se com dois raios de abrangência da
integração: RN: calculou-se a integração de cada via em relação a todas as demais vias da
cidade; serve para detectar o centro principal; R9: calcula a integração das vias até somente
a nona conexão31, serve para determinar os subcentros locais. Quanto aos níveis de
integração, há um contraste muito grande nas vias do Centro. Ao mesmo tempo em que
passam as vias mais integradas da cidade, também se encontram as vias mais segregadas
(as vielas) numa distância de poucos metros.
Analisando o mapa axial do Setor Central em Rn (fig. 11), as vias mais integradas
são a Av. Anhangüera, a Av. Universitária e a Marginal Botafogo enquanto as vias mais
29
O mapa axial é uma descrição da planta da cidade como um sistema de percursos (linhas de movimento). É
construído a partir de linhas axiais (eixos) que separam as barreiras de percurso. Ele faculta reduzir um
sistema urbano a um conjunto de segmentos de reta que correspondam aproximadamente a eixos de rua e
estradas.
30
Os mapas axiais foram elaborados em vários softwares: as linhas axiais foram desenhadas no AutoCad e,
posteriormente georeferenciadas no ArcView e o processamento do cálculo de integração no Ovation
(MacIntosh). O mapa axial foi feito em cima da base cartográfica disponível em 2003 pela COMDATA. A
elaboração dos mapas axiais foi feita pela autora deste trabalho em co-autoria com Valério Augusto Soares de
Medeiros.
31
Após vários testes de geoprocessamento em diversos raios (R3, R5, R7 e R9); Escolheu-se a nona conexão,
pois os subcentros por ela detectados estão mais próximos dos centros funcionais existentes em Goiânia.
11
segregadas são as vielas do Setor Central e do Setor Sul. A Av. Anhangüera é um eixo de
comércio popular que cruza vários setores. A Av. Goiás é um eixo predominantemente de
serviços e comércio. A Av. Marginal Botafogo é um via muito integrada, de trânsito rápido
(80Km/h), atua como atalho para se chegar mais rapidamente ao centro, pois não possui
interrupções (seus acessos são indiretos) e passa por debaixo das outras vias, seguindo a
margem do Córrego Botafogo.
Analisando-se o mapa axial do Setor Central em R9 (fig. 12), muda a configuração
das vias mais integradas: agora a Av. Independência, a Av. Anhangüera do Setor Campinas
e a Av. T-7 do Setor Oeste são as mais integradas do sistema. A análise em raio 9 revelou a
rivalidade do Setor Campinas, em termos de integração com o Setor Central. Comparandose o resultado dos dois mapas axiais, a Av. Anhangüera aparece como muito integrada e as
vielas permanecem segregadas em ambos.
6.2. Percentual de espaço aberto sobre o espaço total
Na área de estudo encontram-se trechos contrastantes (tabela 4) quanto ao percentual
de espaço aberto sobre o espaço total: a Praça Cívica e o Mutirama apresentam um
percentual grande de espaços abertos e as vielas apresentam um percentual baixo de
espaços abertos. Nos dois casos a co-presença é baixa.
6.3. Espaços convexos médios
Da mesma forma, a Praça Cívica possui grandes espaços convexos médios (trechos
de ruas, praças) enquanto que nas vielas os espaços convexos são pequenos e estreitos
(tabela 4). Isto faz com que na Praça Cívica haja uma ampla visibilidade e nas vielas haja
pouca visibilidade do entorno.
Tabela 4 - Padrão Espacial no Setor Central
Trechos do Centro / categorias
Do padrão espacial
Percentual de espaço aberto Espaço convexo Percentagem de espaços
sobre o espaço total
médio
cegos
Trecho 1: a Praça Cívica
Grande
grande
Trecho 2: a avenida Goiás
Médio
médio
Trecho 3: entre a rua 1 e a rua 3
Médio
médio
Trecho 4: entre a rua 3 e a rua 4
Médio
médio
Trecho 5: entre a rua 4 e a Paranaíba
Médio
Médio
Trecho 6: as vielas
Pequeno
Pequeno
Trecho 7: antigo Bairro popular
Médio
Médio
Trecho 8: Parque Mutirama
Grande
grande
OBS: características feitas a partir de levantamentos da autora deste trabalho.
Médio
Pequeno
Pequeno
pequeno
pequeno
grande
Pequeno
Pequeno
6.4. Espaços cegos
O Centro em geral possui poucos espaços cegos, com exceção das vielas que
possuem grande quantidade de paredes cegas. Os espaços cegos das vielas são, na maioria
das vezes, delimitados por portas que permanecem sempre fechadas pelo abandono do
12
estabelecimento e uma pequena parcela por ausência de portas. Na Praça Cívica há
pouquíssimos espaços convexos cegos devido à ocorrência de poucos muros cegos nas
laterais dos edifícios administrativos (tabela 4). O percentual de espaços cegos indica, de
certa forma, o nível de formalidade do espaço, já que um elevado número de espaços cegos
impede a comunicação entre os edifícios e o exterior, constituindo espaços desconexos.
6.5. Forma do núcleo integrador
O núcleo integrador32 segue a lógica das cidades tradicionais, onde o conjunto das
linhas mais integradas do sistema corresponde às ruas onde se localizam o comércio e
serviços (fig. 13). A malha do Centro possui uma simetria bilateral a partir do eixo central
da Av. Goiás. A malha é distributiva, já que há várias possibilidades de acesso ao Centro, e
as vias possuem mais de uma possibilidade de acesso.
7. Conclusões
Os padrões espaciais do Setor Central de Goiânia encontram-se mais próximos da
urbanidade do que da formalidade. A integração, no caso do Centro, apresenta-se
adequada com os usos, já que nas vias mais integradas estão o comércio e serviços. A
porcentagem de espaços abertos é muito menor que a porcentagem de espaços fechados.
Os espaços convexos médios são pequenos, quando comparados à área total do Centro.
Todas as categorias indicam, assim, a maior pertença do espaço do Centro ao paradigma
da urbanidade.
Nesta pesquisa, é considerado um trecho de cidade bem-sucedido, se este mantiver
uma utilização intensa dos espaços abertos de uso público e será considerado problemático
todo aspecto da configuração espacial ou social que dificulte a “presença intensa e
informal no espaço público”. Isto porque a urbanidade considera mais saudáveis as
relações quanto mais oportunidades houver de encontrar o outro desconhecido,
resguardada a anonimidade que a grande cidade garante.33
Nesta avaliação fica claro que a co-presença está intimamente relacionada com os
níveis de integração de cada via e também com os usos do local.
O Centro encontra-se numa situação típica dos centros das grandes metrópoles, nos
quais há uma superlotação (no horário comercial) e abandono (à noite e finais de semana).
Este fato deve-se não à sua sintaxe (que possui uma ótima configuração espacial) mas aos
32
Em sintaxe, a forma do núcleo integrador refere-se à configuração do conjunto de linhas mais integradas
do sistema (HOLANDA, 2001 op.cit. p.104).
33
Frederico de HOLANDA, Sintaxe Espacial: Introdução por meio de material empírico, p. 7.
13
seus usos predominantemente de comércio e serviços, que atraem forte co-presença apenas
no horário comercial. A falta de outros usos de lazer, que funcionem em diversos horários,
também contribui para esta situação.
Do ponto de vista sintático, o Centro de Goiânia pode ser considerado bem–sucedido
quanto ao seu desempenho co-presencial, já que a maior parte do tempo (horário
comercial) possui uma forte co-presença.
O centro de uma cidade deve ser um local de grande intercâmbio e de encontro, já
que é o local da memória histórica de seus habitantes. O Centro de Goiânia encontra-se
numa situação típica dos centros brasileiros, onde há saturação e abandono de pessoas,
além de estar sofrendo um processo de perda de habitantes e um ganho em transeuntes de
mais baixos estratos sociais. Há uma falta de distribuição das pessoas durante diversos
horários do dia e diferentes dias da semana, o que causa um congestionamento de pessoas
no horário comercial e um total abandono durante a noite e, principalmente, nos finais de
semana.
O Centro de Goiânia é um exemplo claro onde a co-presença está tanto relacionada
com o nível de integração das vias como dos usos existentes no local e com a cultura da
população. O estudo da configuração espacial demonstrou que o espaço, por ser fortemente
acessível, favorece a presença de pessoas nos espaços públicos. Encontrou-se forte relação
dos usos com o padrão espacial: as atividades de comércio e serviço concentram-se nas
vias mais integradas do sistema.
Pelo estudo da área, verificou-se que há uma predominância de forte co-presença,
mas as relações entre as pessoas não são seguras: a delinqüência, a poluição atmosférica e
a falta de qualidades paisagísticas e mobiliário urbano dificultam a criação de uma
ambiência propícia ao encontro propriamente dito e ao lazer da população. Não basta um
número elevado de pessoas no espaço público para que o convívio e a troca de
experiências (mesmo que sejam só visuais) sejam satisfatórios.
Este trabalho mostrou que o problema do Centro de Goiânia não é só a falta de
pessoas na rua em certos períodos, mas a pouca qualidade dos encontros sociais no espaço
público. A insegurança e falta de atrativos do espaço fazem com que a permanência no
espaço público seja apenas funcional (para fazer compras ou usar os bancos e escritórios) e
não de lazer e convívio. O problema do Centro não está relacionado à sua sintaxe, mas a
outros atributos não-morfológicos, tais como:
- Quanto aos usos: falta de habitações e de equipamentos públicos de lazer, esporte e
convívio que atraiam pessoas em diversos horários;
14
- Quanto à qualidade do espaço: deterioração física e ausência de manutenção do
Centro. Falta de atrativos visuais (como as fachadas mal preservadas), falta de espaços
paisagísticamente trabalhados, falta de manutenção das calçadas, ausência de mobiliário
urbano confortável, como bancos, que proporcionem a estadia das pessoas no local;
- Quanto à segurança: falta de segurança devido a falta de iluminação, alta
delinqüência, índices de assaltos, roubos e a falta de policiamento no local;
- Quanto ao transporte: congestionamento das vias pelo elevado número de
automóveis e de transporte coletivo. Percebe-se um privilégio dado ao automóvel em vez
de dá-lo ao pedestre;
- Quanto a imagem mental: perda da memória histórica e do conceito de centro
histórico por seus habitantes;
- Quanto à legislação: omissão da legislação diante da tentativa de reversão do
processo de substituição das habitações por garagens particulares;
- Quanto à administração e legislação: falta de investimentos, de incentivos para a
melhoria do local.
Não basta a conservação e restauração de bens, mas garantir a qualidade do
espaço por meio do estímulo a novas atividades. Para recuperar o Centro é preciso integrálo à vida da cidade, atendendo diversas atividades em horários distintos. O Centro
encontra-se degradado e com pouco bem-estar no espaço público devido à falta de
preservação, manutenção e estímulo de novas atividades sócio-culturais, políticoeconômicas e equipamentos como bares, restaurantes e cinemas que aumentem o tempo de
permanência das pessoas durante horários distintos do dia e da semana e garantam a
utilidade e ocupação deste espaço.
Uma estratégia é principalmente atrair novos usos e ao mesmo tempo recuperar a
qualidade do espaço, como limpar e recuperar o visual das fachadas e o paisagismo dos
espaços públicos, como calçadas e praças.
O Centro possui um potencial muito vasto para uma renovação espaço:
recuperação do patrimônio histórico Art Déco, criação de galerias permeáveis nas vielas
que saem da Av. Goiás, recuperação da rua 08 (de pedestres), criação de novos
restaurantes, dentre outras que propiciem a qualidade dos encontros programados e não
programados. Sua sintaxe também é um potencial, pois favorece o encontro.
A criação de um espaço melhor depende principalmente dos órgãos competentes
para a criação de incentivos fiscais e criação de atrativos para a requalificação do Centro.
Além disso, é preciso pressão e vontade da sociedade geral para mudar esta situação.
15
Como Holanda afirma: “A cidade mais urbana somente o será se forças sociais que com
ela se identificam forem suficientemente fortes para produzi-la.”34
8. Referências Bibliográficas
AGUIAR, Douglas Vieira. Alma Espacial 2. In: Revista Arquitetura e Urbanismo. Ano 19,
No 127, Outubro 2000. p. 71-74.
ALARCÓN, Leyla Elena Láscar. A Centralidade em Goiânia. Dissertação de Mestrado –
Universidade de Brasília, Departamento de pós-graduação da Fau/UnB do curso de
Arquitetura e Urbanismo, 2000. Brasília, 2000. 185 p
FRAQUESA, Jordi (org.). Reformulación urbanística del núcleo fundacional de Goiânia.
un centro para la metrópolis. Seplan, 2000.
GOIÁS, Cia De Processamento de Dados do Município de Goiânia e Prefeitura de Goiânia
– COMDATA. Mapa urbano básico digital de Goiânia – MUBDG V 14 – VERSÃO 14
DE 27/12/2002. Integrante do SIGGO V14.
GOIÁS, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, CENSO DEMOGRÁFICO. Goiânia,
2000.
GOIÁS, Instituto de Planejamento Municipal - IPLAN. Plano Diretor - PDIG - 1992.
Goiânia, 1992.
GOIÁS, Instituto de Planejamento Municipal - IPLAN. Programa de revitalização do
Setor Central. Distrito 1. Goiânia, 1995.
GRAEFF, Edgar Albuquerque. Goiânia: 50 anos. Brasília: MEC - SESU, 1985. 46p.
GRUPO QUATRO. Projeto Goiânia 21 – operação centro. Goiânia, 1997.
HOLANDA, Frederico de (organizador). Arquitetura & Urbanidade. São Paulo: Pró
Editores Associados Ltda., 2003. 192p.
HOLANDA, Frederico de. O Espaço de exceção. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 2002. 466p.
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 510p.
VAZ, Maria Diva Araújo Coelho. Transformação do Centro de Goiânia: renovação ou
reestruturação? Goiânia: Universidade Federal de Goiás, Departamento de Geografia,
mestrado em geografia, 2002 p. 229.
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP:
Lincoln Institute, 2001. 374p.
34
Frederico de HOLANDA, Sintaxe Espacial: Introdução por meio de material empírico, p. 10
16
9. Anexos
Fig. 1– Anteprojeto do Plano Piloto de Goiânia de Attílio
Corrêa Lima em 1933-35, com indicação do zoneamento.
Fig. 2– Grandes Avenidas, que convergem na
Praça Cívica, proporcionam monumentalidade.
FONTE: MANSO, 2001 p. 221.
HABITAÇÃO
habitação coletiva
habitação unifamiliar
habitação coletiva mista
habitação unifamiliar mista
Fig. 3 – Principais pólos atratores de co-presença
Fig. 4 – tipos de habitação no Centro.
FONTE: GRUPO 4. Projeto de Revitalização do Centro de
Goiânia. 1995. Instituto de planejamento de Goiânia – IPLAN.
COMÉRCIO & SERVIÇOS
bancos
comércio
igreja / culto
ESCOLAS
escola diurna / noturna
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GARAGENS
ATRATIVOS
estacionamentos particulares
hotéis
grandes avenidas
restaurantes
Fig. 7 – Hotéis e restaurantes no Centro.
Fig. 8 – Garagens no Centro.
FONTE: GRUPO 4. Projeto de Revitalização do Centro de
Goiânia. 1995. Instituto de planejamento de Goiânia – IPLAN.
FONTE: GRUPO 4. Projeto de Revitalização do Centro de
Goiânia. 1995. Instituto de planejamento de Goiânia – IPLAN.
Fig. 9 – Divisão do Setor Central por trechos de acordo com a co-presença e usos.
1
2
18
Fig. 10 - fotos dos trechos: 1.Praça Cívica e Av. Goiás, 2. garagem
particular, 3. Av. Anhangüera, 4. Av. Paranaíba, 5. viela como
estacionamento, 6. viela permeável, 7. antigo Bairro Popular, 8.
Parque Mutirama.
Fig. 11 – Mapa axial Rn do Setor Central