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FACULDADE MERIDIONAL -IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Paloma Carollo Toscan Lar de Idosos em Nova Bassano/RS Passo Fundo 2018 1 Paloma Carollo Toscan Lar de Idosos em Nova Bassano/RS Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação do (a) Professor (a) Arq. Ms. Rafaela Simonato Citron. Passo Fundo 2018 2 Paloma Carollo Toscan Lar de Idosos em Nova Bassano/RS Banca Examinadora PROF.ª. ARQ. ME. RAFAELA SIMONATO CITRON Orientador(a) PROF.ª. ARQ. ME. GIULIE ANNA B. LEITE TEIXEIRA Membro avaliador PROF.ª. ARQ. ME. JOSIANE PATRICIA TALAMINI Membro avaliador Passo Fundo 2018 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus. Me sinto imensamente abençoada por Ele e o sinto comigo em todos os momentos de meus dias. Sem Ele, não seria possível chegar até aqui. Posteriormente dedico a minha família, minha mãe Neusa Carollo e meu pai Gilberto J. Toscan, os quais sempre estiveram ao meu lado, me apoiando, me dando forças, suporte e me incentivando a chegar até aqui. Vocês são minha base e me orgulho muito em ter vocês como minha família. Agradeço também, ao meu namorado Marcionei V. Luchesi, o qual esteve presente em todos os momentos e sempre foi muito compreensivo em relação aos momentos nos quais precisei me ausentar devido aos afazeres da faculdade. Os momentos difíceis pelos quais passamos, me fizerem ser melhor e mais forte. A minha orientadora Rafaela Citron, por toda ajuda, todo conhecimento que me passou e por que mesmo fora de hora, nos fins de semana, me atendeu e me ajudou a chegar até o fim do desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos, por todo o apoio, ajuda, e compreensão por nem sempre poder estar presente. As minhas colegas de faculdade, hoje amigas, Karisa Trevizan, Nayane Kogler e Tais Bisolo por toda ajuda, por toda parceria e todos os momentos dos quais compartilhamos juntas nesses cinco anos. Vocês estarão sempre em meu coração. A todos professores da Faculdade Meridional – IMED, por toda a dedicação, apoio e paciência utilizados em todas as aulas e atividades desenvolvidas até aqui. Cada um de vocês serão lembrados em todas as situações de minha vida profissional. Agradeço em geral, a todos que de alguma maneira me auxiliaram para que este sonho pudesse ser concretizado. Por fim, porém a mais importante, dedico inteiramente este trabalho aos meus avós paternos Aide I. Z. Toscan e Fortunato Félix Toscan (em memória) e aos maternos Oliva R. Carollo e Augusto Carollo (em memória). Realizei este trabalho tendo em mente vocês e todos os momentos de amor pelos quais passamos. Vocês foram minha fonte de inspiração. Obrigada por tudo. 4 RESUMO O trabalho aqui apresentado se refere ao projeto de um Lar de Idosos a ser implantado na cidade de Nova Bassano/ RS. Ele possui o intuito de suprir a falta de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) no raio abrangido, visando que o número desta população é elevado na região. O local da implantação é um antigo edifício do município, um antigo seminário, localizado na área central do mesmo e próximo de diversos pontos importantes e relevantes da cidade, o qual está bastante conservado e portanto, será reutilizado. Diante disto, o conceito se baseia na integração e acolhimento dos idosos, seja entre eles, com os familiares ou com a sociedade, levando em conta também a utilização das cores para o maior bem-estar e integridade física dos usuários. A disposição dos espaços, leva em conta este bem-estar, localizando os pontos de maior permanência dos idosos para a melhor posição solar. Palavras-chave: Lar de Idosos, reutilização, rearquitetura, integração, seminário 5 ABSTRACT The work presented here refers to the project of an Elderly Home to be implanted in the city of Nova Bassano / RS. It is intended to fill the gap of Long-Term Care Institutions for the Elderly (ILPI) within the radius covered, aiming that the number of this population is high in the region. The site of the implantation is an old building of the municipality, an old seminary, located in the central area of the same and close to several important and relevant points of the city, which is well preserved and therefore will be reused. In view of this, the concept is based on the integration and acceptance of the elderly, be it between them, with the relatives or with the society, taking into account also the use of the colors for the greater well-being and physical integrity of the users. The layout of the spaces, takes into account this well-being, locating the points of greater permanence of the elderly to the best solar position. Keywords: Elderly Home, reuse, rearchitecture, integration, seminary 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Pirâmides Etárias ....................................................................................... 16 Figura 2: Vista externa Igreja Matriz N.B. .................................................................. 22 Figura 3: Vista interna Igreja Matriz N.B. ................................................................... 22 Figura 4: Casa Nazaré .............................................................................................. 22 Figura 5: Moinho no Povoado Zanetti ....................................................................... 23 Figura 6: Hospital Paroquial em 1940 ....................................................................... 23 Figura 7: Edifício em 2018 ........................................................................................ 23 Figura 8: Raio de giro em banheiro ........................................................................... 30 Figura 9: Lar de Idosos em Perafita ......................................................................... 31 Figura 10: Planta de Localização e Descrição do Lar de Idosos em Perafita ........... 32 Figura 11: Zoneamento Planta Baixa Térreo............................................................. 32 Figura 12: Zoneamento Planta Baixa Primeiro Pavimento ........................................ 33 Figura 13: Ligação entre os edifícios ......................................................................... 34 Figura 14: Ritmo da fachada ..................................................................................... 34 Figura 15: Malha da planta baixa do primeiro pavimento .......................................... 34 Figura 16: Fachada principal: cores .......................................................................... 35 Figura 17: Ambiente de passagem ............................................................................ 35 Figura 18: Dormitórios ............................................................................................... 35 Figura 19: Fatores climáticos .................................................................................... 36 Figura 20: Residencial Vila dos Idosos ..................................................................... 36 Figura 21: Implantação Vila dos Idosos .................................................................... 37 Figura 22: Zoneamento Planta Baixa Térreo............................................................. 37 Figura 23: Zoneamento Planta Baixa Pavimento Tipo .............................................. 38 Figura 24: Planta Baixa Quitinete .............................................................................. 38 Figura 25: Planta Baixa Apartamento ........................................................................ 38 Figura 26: Ritmo das fachadas.................................................................................. 39 Figura 27: Planta baixa em malha ............................................................................. 39 Figura 28: Detalhe da fachada .................................................................................. 40 Figura 29: Fatores climáticos .................................................................................... 40 Figura 30: Vidya Residencial Geriátrico .................................................................... 41 Figura 31: Implantação Vidya Residencial Geriátrico ................................................ 42 Figura 32: Zoneamento Planta Baixa Térreo e Subsolo ............................................ 42 Figura 33: Características da fachada ....................................................................... 43 Figura 34: Características da planta aglomerada ...................................................... 44 Figura 35: Questões climáticas ................................................................................. 44 Figura 36: Acessibilidade .......................................................................................... 45 Figura 37: Localização do Município ......................................................................... 46 Figura 38: Localização do Terreno e Edificação Existente ........................................ 47 Figura 39: Relação do Terreno e Edificação Existente com o Entorno ..................... 47 Figura 40: Mapa Nolli ................................................................................................ 48 Figura 41: Mapa de Usos e Ocupação do Solo ......................................................... 49 7 Figura 42: Mapa das Alturas das Edificações ........................................................... 50 Figura 43: Mapa de Fluxos ........................................................................................ 51 Figura 44: Foto da Rua Silva Jardim ......................................................................... 52 Figura 45: Foto da Rua Projetada ............................................................................. 52 Figura 46: Corte Esquemático Gabarito da Rua Silva Jardim ................................... 53 Figura 47: Corte Esquemático Gabarito da Rua Projetada ....................................... 53 Figura 48: Mapa da Rede de Água e Esgoto Pluvial ................................................. 54 Figura 49: Mapa da Rede de Energia Elétrica........................................................... 54 Figura 50: Mapa de Vegetação ................................................................................. 55 Figura 51: Mapa das dimensões do Terreno, ventos dominantes e orientação solar 56 Figura 52: Isométrica da Topografia do Terreno ....................................................... 57 Figura 53: Projeção das Sombras no Terreno as 7:00 horas (Inverno) ..................... 57 Figura 54: Projeção das Sombras no Terreno as 17:00 horas (Inverno) ................... 57 Figura 55: Projeção das Sombras no Terreno as 7:00 horas (Verão) ....................... 58 Figura 56: Projeção das Sombras no Terreno as 17:00 horas (Verão) ..................... 58 Figura 57: Mapa das Visuais do Terreno .................................................................. 58 Figura 58: Visual 1 .................................................................................................... 59 Figura 59: Visual 2 .................................................................................................... 59 Figura 60: Visual 3 .................................................................................................... 59 Figura 61: Visual 4 .................................................................................................... 59 Figura 62: Visual 5 .................................................................................................... 59 Figura 63: Visual 6 .................................................................................................... 59 Figura 64: Planta Baixa Edificação Existente ............................................................ 60 Figura 65: Planta Baixa Pisos Edificação Existente .................................................. 61 Figura 66: Piso em Madeira (Parquet) ...................................................................... 61 Figura 67: Piso em Cerâmica .................................................................................... 61 Figura 68: Piso em Basalto Polido ............................................................................ 61 Figura 69: Piso em Granito........................................................................................ 61 Figura 70: Piso em Cerâmica Esmaltada .................................................................. 61 Figura 71: Piso em Cerâmica (Mosaico) ................................................................... 61 Figura 72: Piso em Cerâmica (Mosaico) ................................................................... 62 Figura 73: Piso em Cerâmica (Mosaico) ................................................................... 62 Figura 74: Piso em Cerâmica (Mosaico) ................................................................... 62 Figura 75: Piso em Cerâmica (Mosaico) ................................................................... 62 Figura 76: Piso em Madeira ...................................................................................... 62 Figura 77: Cortes A-A e B-B (Esquemáticos) ............................................................ 62 Figura 78: Fachada Leste.......................................................................................... 63 Figura 79: Fachada Oeste ......................................................................................... 63 Figura 80: Fachadas Sul e Norte............................................................................... 63 Figura 81: Estado de Limpeza no Edifício ................................................................. 64 Figura 82: Descolamento da Pintura das Janelas ..................................................... 64 Figura 83: Sujidade ................................................................................................... 64 Figura 84: Musgo Entre os Pisos de Pedra Externos ................................................ 64 8 Figura 85: Vegetação Crescendo Entre o Piso de Pedra Externo............................. 64 Figura 86: Porta Interna Preservada ......................................................................... 65 Figura 87: Zoneamento Nova Bassano ..................................................................... 65 Figura 88: Relação Entre Utentes, Familiares e Sociedade ...................................... 68 Figura 89: Exemplo de Fachada com Utilização de Tijolo de Demolição e Vidro...... 69 Figura 90: Exemplo de Fachada com Utilização de Placas de Concreto e Vidro ...... 69 Figura 91: Exemplo de Utilização de Cores Para Obter Espaços Dinâmicos ........... 69 Figura 92: Exemplo de Utilização de Cores Neutras em Espaços de Aconchego .... 69 Figura 93: Organograma Pavimento Térreo .............................................................. 73 Figura 94: Organograma Primeiro Pavimento ........................................................... 74 Figura 95: Fluxograma Pavimento Térreo ................................................................. 74 Figura 96: Fluxograma Primeiro Pavimento .............................................................. 75 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Porcentagem dos Usos...............................................................................50 Gráfico 2: Porcentagem das Alturas............................................................................51 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Porcentagem de Usos ............................................................................... 50 Tabela 2: Porcentagem das Alturas .......................................................................... 51 Tabela 3: Diretrizes Urbanísticas .............................................................................. 70 Tabela 4: Programa de Necessidades Setor Administrativo ..................................... 71 Tabela 5: Programa de Necessidades Setor Serviço ................................................ 71 Tabela 6: Programa de Necessidades Setor Lazer ................................................... 72 Tabela 7: Programa de Necessidades Setor Privado ................................................ 72 Tabela 8: Proposta de Zoneamento 01 ..................................................................... 76 Tabela 9: Proposta de Zoneamento 02 ..................................................................... 77 Tabela 10: Proposta de Zoneamento 03 ................................................................... 78 11 Sumário CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................... 15 1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ........................................................................ 15 1.2 TEMA DO PROJETO ....................................................................................... 15 1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO ............................................ 16 CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................... 19 2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ........................................................................ 19 2.2 PATRIMÔNIO: CONSERVAÇÃO E REUSO.................................................... 19 2.3 NOVA BASSANO: HISTÓRIA E PATRIMÔNIO ............................................... 21 2.4 LAR PARA IDOSOS: HISTÓRICO................................................................... 24 2.5 INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NA VELHICE ............................................. 25 2.5.1. Conforto Térmico .................................................................................... 26 2.5.2. Conforto Lumínico .................................................................................. 27 2.5.3. Conforto Acústico................................................................................... 28 2.5.4. Acessibilidade ......................................................................................... 28 2.5.5. O Quarto dos Idosos .............................................................................. 29 2.5.6. O Banheiro dos Idosos ........................................................................... 30 2.6 ESTUDOS DE CASO ....................................................................................... 31 2.6.1. Lar de Idosos em Perafita – Portugal .................................................... 31 2.6.1.1. Implantação ........................................................................................ 31 2.6.1.2. Zoneamento, Acessos e Programa de Necessidades ........................ 32 2.6.1.3. Forma e Técnicas ............................................................................... 34 2.6.1.4. Conclusões ......................................................................................... 36 2.6.2. Residencial Vila dos Idosos ................................................................... 36 2.6.2.1. Implantação ........................................................................................ 37 2.6.2.2. Zoneamento, Acessos e Programa de Necessidades ........................ 37 2.6.2.3. Forma e Técnicas ............................................................................... 39 2.6.2.4. Conclusões ......................................................................................... 41 2.6.3. Vidya Residencial Geriátrico.................................................................. 41 2.6.3.1. Implantação ........................................................................................ 41 2.6.3.2. Zoneamento, Acessos e Programa de Necessidades ........................ 42 2.6.3.3. Forma e Técnicas ............................................................................... 43 12 2.6.3.4. Conclusões ......................................................................................... 45 2.6.4. Conclusão Geral do Capítulo ................................................................. 45 CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ............................... 46 3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ........................................................................ 46 3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL ................................................................ 46 3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES..................... 48 3.3.1 Mapa Nolli ................................................................................................. 48 3.3.2 Mapa de Uso do Solo ............................................................................... 49 3.3.3 Mapa de Altura das Edificações ............................................................. 50 3.4 INFRAESTRUTURA URBANA......................................................................... 51 3.4.1 Mapa da Rede Viária ................................................................................ 51 3.4.2 Mapa Rede de Água, Esgoto Pluvial, Esgoto Cloacal e Rede de Energia............................................................................................................... 53 3.4.3 Mapa de Vegetação Urbana .................................................................... 55 3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO ...................................... 55 3.5.1 Mapa das dimensões do Terreno, ventos dominantes e orientação solar ................................................................................................................... 55 3.5.2 Topografia ................................................................................................ 56 3.5.3 Projeção de Sombra e Vegetação Existente ......................................... 57 3.5.4 Visuais do Terreno................................................................................... 58 3.5.5.1 Planta Baixa ........................................................................................ 60 3.5.5.2 Cortes e Fachadas .............................................................................. 62 3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS. ............................................. 65 3.6.1 Plano Diretor do Munícipio de Nova Bassano....................................... 65 3.6.2 Código de Edificações. ........................................................................... 66 3.6.3 NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. ................................................................................... 67 3.6.4 NBR 9077 - Saídas de emergência em edifícios. ................................... 67 3.6.5 RDC nº 283................................................................................................ 67 CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS....................................... 68 4.1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................ 68 4.2 CONCEITO DO PROJETO. ............................................................................. 68 4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA. .................................................................. 69 4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS. ....................................................................... 70 13 CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL. ............................................................................ 71 5.1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................ 71 5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES. ................................................................ 71 5.3 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA. .............................................................. 73 5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO................................................................... 75 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 79 Bibliografia............................................................................................................... 80 Anexos ..................................................................................................................... 84 14 CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para o desenvolvimento de um Lar Para Idosos na cidade de Nova Bassano/RS. Logo, seu objetivo geral é fazer o reuso de um antigo seminário para acomodar o novo programa de necessidades. Enquanto seus objetivos específicos são: Criar um local que atenda com excelência todos idosos e pessoas que acham necessário um local de permanência; Criar aspectos que melhorem a qualidade de vida dos idosos e pessoas que necessitam de um lar substituto; elaborar espaços públicos que todos possam desfrutar e compartilhar um com os outros e com a sociedade além de criar espaços específicos e particulares a cada um dos moradores; proporcionar um ambiente agradável a todos que estiverem ali sejam moradores ou visitantes; buscar criar "apartamentos" nos quais os moradores se sintam em casa e possam receber seus familiares e visitantes particularmente; reutilizar um edifício de grande importância para a cidade a fim de buscar sua preservação permanente. 1.2 TEMA DO PROJETO Buscando principalmente o bem-estar dos idosos, a criação de um Lar de Idosos em Nova Bassano visa sanar a carência existente na região de locais para a estadia permanente de idosos. Ele irá atender as necessidades de todos que o habitarem e buscará proporcionar um ambiente agradável para a recepção de visitas e familiares com o intuito de fazer os idosos se sentirem em suas residências. Para a implantação do projeto, se buscará fazer a recuperação de um antigo seminário existente na cidade. O termo recuperação se refere a técnica de utilizar um edifício já existente para a implantação e instalação de um novo uso a ele, recuperando e criando mudanças necessárias para a locação do programa de necessidades. Neste caso, será implantado um lar de idosos de longa permanência, que segundo Camarano e Kanso (2010), no Brasil não há unanimidade sobre o que é uma Instituição de Longa Permanência Para Idosos (ILPI). A ANVISA caracteriza como “instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicilio 15 coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania.” (ANVISA, 2005) 1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO Segundo Minayo (2002), a expectativa de vida está se elevando a cada década fazendo com que se suponha que em 2020 aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas serão idosos, cujo eles 34 milhões serão brasileiros. A Figura 1 demonstra as pirâmides etárias dos anos de 1980, 2015 e uma projeção estimada para o ano de 2050 (IBGE, 2008) e demonstra claramente que ela vem se invertendo, a população idosa vem aumentando na medida em que a taxa de natalidade diminui. De acordo com Camarano (2002), o crescimento da população idosa, se deve a taxa muito alta de fecundidade entre os anos de 1950 e 1960, e a redução atual da mortalidade de idosos. Atualmente, muitos idosos da região são cuidados por filhos, porém estes que hoje cuidam, possuem grandes chances de não serem cuidados pois suas famílias são razoavelmente menores, enquanto seus pais tiveram no mínimo seis filhos, eles têm no máximo três e este é o principal fator que está fazendo a pirâmide se inverter e a procura por lares de permanência aumentar. Figura 1: Pirâmides Etárias Fonte: IBGE (2008) 16 A cidade de Nova Bassano está localizada a 35km da cidade de Veranópolis que é capital nacional da longevidade e acaba se encaixando nesta região onde a longevidade prevalece. Porém, regionalmente, a carência de locais para a estadia permanente de idosos é clara. A área a ser abrangida pelo projeto implantado é de um raio de 20km a partir de Nova Bassano, este, irá englobar as cidades de Nova Bassano, Nova Araçá, Paraí, Nova Prata, Fagundes Varela e André da Rocha das quais apenas Nova Prata possui um lar de permanência, o qual dispõe de 24 leitos, porém todos já estão ocupados. De acordo com o Estatuto do Idoso (Brasil, 2003), quem possui mais de 60 (sessenta) anos de idade é considerado idoso. O número de idosos entre os 60 - 100 anos de idade no raio abrangido é de 6699 hab., segundo o Censo IBGE 2010, equivalendo a 14,48% da população total da região abrangida. Abaixo, uma descrição detalhada de quantos idosos cada cidade possui (IBGE, 2010). - Nova Bassano: 8.840 habitantes: 620 Idosos sexo masculino; 793 Idosos sexo feminino; - Nova Araçá: 4.001 habitantes: 261 Idosos sexo masculino; 334 Idosos sexo feminino; - Paraí: 6.812 habitantes: 424 Idosos sexo masculino; 521 Idosos sexo feminino; - Nova Prata: 22.830 habitantes: 1318 Idosos sexo masculino; 1700 Idosos sexo feminino; - Fagundes Varela: 2.579 habitantes: 229 Idosos sexo masculino; 293 Idosos sexo feminino; - André da Rocha: 1.216 habitantes: 100 Idosos sexo masculino; 106 Idosos sexo feminino. Tendo como base que a implantação de um lar de idosos é uma necessidade na devida região, busca-se dar novo uso a um antigo edifício da cidade o qual possui caráter histórico por se tratar de ter abrigado um dos primeiros hospitais da cidade, mas que atualmente passa por uma situação de descaso. Após ser utilizado como hospital, passou a ser um seminário e ainda mais tarde um colégio, porém desde o ano de 1975 não possui nenhuma atividade e se tornou propriedade particular. Visando as informações coletas acima, compreende-se que a implantação de um lar de idosos permanente possui grande importância na região onde localizado e 17 certifica-se, também, que o edifício terá mais atenção e mais cuidados necessários para uma boa conservação e preservação deste patrimônio tão importante. 18 CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO Neste capítulo será apresentada a revisão bibliográfica pertinente a compreensão e justificativa do tema desenvolvido neste projeto. Desta forma serão apresentados os assuntos a seguir: uma breve reflexão sobre o tema de conservação do patrimônio, levando em conta os termos referentes a conservação e reuso; a história da cidade de Nova Bassano e de seus Patrimônios Históricos; questões inerentes ao tema Lar de Idosos onde será abrangido o histórico e a influência da arquitetura na vida da terceira idade, trazendo as características necessárias para o desenvolvimento do projeto; e por fim, estudos de caso relacionados ao tema proposto. 2.2 PATRIMÔNIO: CONSERVAÇÃO E REUSO De acordo com Kühl (2009), é deveras importante preservar, pois desta forma, os bens podem ser transmitidos para o futuro não se perdendo na história. Neste contexto surgiram restauradores que, acima de tudo, tinham o intuito de preservar para as futuras gerações edifícios de caráter histórico, como expõe Zein e Marco (2007), o ato da preservação garante que sejam respeitados os antepassados dando continuidade a história. Edificações históricas se integram novamente à cidade quando possuem novos usos. Para a determinação de qual uso tal edificação será indicada, se leva em conta além das características históricas, as características arquitetônicas, por exemplo, antigos palácios são convertidos em museus, enquanto em alguns casos, a edificação é a arte a ser apreciada como antigas igrejas e fortes militares (DIAS, 2005). O arquiteto Viollet-le-Duc (2000) já no século XIX descrevia que a técnica mais apropriada de conservação para edifícios históricos era determinar um uso a elas. Segundo Azevedo (1987) a técnica da recuperação serve para que uma edificação perca seu caráter obsoleto. Também para ele, uma das maneiras de se impedir o desleixo e a destruição é destinando o edifício a um novo uso. Dentro da área de conservação do patrimônio histórico enquadram-se diversos termos/palavras que integram este trabalho. Para Zein e Marco (2007), o conceito- 19 chave seria Preservação e Conservação e a partir dele outros termos importantes seriam enquadrados. Abaixo, estes temas são citados: - Prevenção: como o título já descreve, são medidas preventivas as quais servem para retardar ao máximo a degradação de um patrimônio e a possibilidade da perda de seu uso; - Consolidação: técnica para paralisar o processo de degradação do bem, utilizando materiais modernos, reforçando regiões afetadas; - Manutenção: ações técnicas frequentes a fim de evitar qualquer degradação que possa vir a acontecer criando uma condição de completude; - Recuperação: se refere as questões de mudanças destinadas a adaptação do um edifício ao um novo uso mantendo suas características a fim de preservar suas marcas históricas; - Rearquitetura: faz referência a uma forma mais livre de recuperação, onde se faz possível mudanças bruscas no edifício como demolições e acréscimos relevantes; - Restauração: por fim, a intervenção considerada mais drástica, sendo praticamente técnica e que possui como base princípios científicos que buscam a recuperação original do edifício levando em conta seu caráter histórico. Diversos autores publicaram a respeito dos termos acima citados. Para Kiefer (2005), rearquitetura seria um termo mais geral para todas as áreas do restauro, nele se enquadrariam desde o restauro até conservação, preservação, recuperação, reciclagem, re-urbanização. A conceituação rearquitetura e recuperação são tratadas também por Glusberg (1994) na qual ele descreve o sentido da palavra baseado em seu significado na arquitetura, conforme citado abaixo. “Los verbos aludidos son una veintena. Todos ellos comienzan con la preposición “re”, y en la mayoría de los idiomas. Es natural, porque esta arquitectura opera sobre/en una anterior. Pero el único sentido de la preposición es aquí un sinónimo de la disciplina misma: “re” quiere decir “de nuevo”. Sin duda, se trata de una arquitectura “nueva”, absolutamente nueva, realizada dentro de uma arquitectura “vieja”. Esta noción de interior es definitoria, tanto por ser el lugar de trabajo de la arquitectura a que nos referimos, cuanto por ser el espacio de condicionamento y, a la vez, de libertad de ella.” 20 De acordo com Wiazowski (2007), o conceito de recuperação se trata de um processo amplo de intervenção, adequando para as necessidades atuais do imóvel, de forma a utilizar materiais modernos e tecnológicos, sem desfigurar os projetos originais. Conforme Osterkamp (2015), as questões relacionadas a reforma de ambientes e edificações se fazem cada vez mais presentes principalmente no fato de uma busca constante pela economia, pois a ideia de demolir e construir novamente acaba se tornando uma inviabilidade e um processo não condizente com o período atual. Como citam Diniz e Almeida (2016), reformas e recuperações em edifícios históricos ou sem uso é um ato de cidadania. Deve-se conscientizar a sociedade de que a forma mais eficiente e consciente de sustentabilidade é saber reutilizar estes bens. 2.3 NOVA BASSANO: HISTÓRIA E PATRIMÔNIO Nova Bassano localiza-se na mesorregião Nordeste Rio Grandense (IBGE, 2008) e possui uma população estimada de 9540 habitantes (IBGE,2016) sendo a grande maioria de origem italiana. A cidade foi povoada inicialmente por imigrantes vindos da Itália no final do século XIX e após disputas para a escolha do local da implantação da primeira Igreja, a qual seria o centro do povoado, o Padre Colbachini, o qual imigrou com a intenção de criar uma paroquia, no dia 15 de novembro de 1896 realizou a escolha do local. O primeiro nome da cidade foi Bassano Del Grappa, referenciando a cidade italiana da qual era advindo o povo habitante (RADIN, 1995; GUIZZARDI,1992). No decorrer dos anos, ela passou a ser território de outras cidades já emancipadas. Primeiramente de Lagoa Vermelha, depois de Veranópolis e por fim de Nova Prata, até que no dia 23 de maio de 1964 foi emancipada e intitulada oficialmente de Nova Bassano (RADIN, 1995). Visando que desde os primórdios a presença da Igreja Católica teve grande influência na idealização da cidade, justifica-se a presença dela nos patrimônios herdados também. A grande maioria deles, possuíram ou possuem caráter religioso. Um dos que possui maior destaque é a Igreja Matriz que foi construída entre 1947 e 1950, a qual é considerada uma das mais belas da região. Ela possui características únicas as quais se destacam os vitrais, as pinturas e os mármores no altar. Também 21 é possível salientar sua imponência sobre a cidade, pois se localiza em um ponto estratégico, acima das edificações do centro da cidade (RADIN, 1995). Figura 2: Vista externa Igreja Matriz N.B. Figura 3: Vista interna Igreja Matriz N.B. Fonte: Município de Nova Bassano (2017) Fonte: Município de Nova Bassano (2017) Ao lado da Igreja localiza-se o Campanário que pode ser visto na Figura 2, ele também possui importância para a cidade. Possui 30 metros de altura e foi construído em 1933 (RADIN, 1995). Outra edificação de importância é a Casa Nazaré, que foi inaugurada em 1962 para abrigar a Escola Sagrado Coração de Jesus, comandada pelas Irmãs do Imaculado Coração de Jesus funcionado até 1977. Entre 1977 e 1986, ela abrigou o Centro Administrativo da cidade até que em 1982 o prédio foi adquirido pela Paróquia e hoje serve como abrigo para realização de encontros pastorais (RADIN, 1995). Figura 4: Casa Nazaré Fonte: Município de Nova Bassano (2017) No Povoado Zanetti, localizado a 20km do centro da cidade e a 9km de Serafina Correa, fica um silo desativado que foi construído em 1982, porém, após um incêndio foi demolido e reconstruído posteriormente, permanecendo no mesmo estado até hoje. Ele abrigou cereais do mais diversos tipos os quais eram distribuídos para todo o estado. 22 Figura 5: Moinho no Povoado Zanetti Fonte: Autora (2018) Por fim, o edifício onde será implantado este projeto, um antigo prédio construído na década de 1940, o qual foi utilizado inicialmente como hospital (conforme Figura 6) e posteriormente, transformado em noviciado, porém com a transferência do noviciado para a cidade de Guaporé/RS, passou a ser um colégio administrado por Padres. Após a década de 70, passou a não possuir nenhuma atividade o que ocorre até hoje. Durante anos, ele passou por diversas mudanças e ampliações chegando ao estado no qual está hoje (conforme Figura 7). O terreno onde se localiza o edifício, possui aproximadamente 6800m² e está localizado na Rua Silva Jardim na área central da cidade próximo 700m do Hospital Nossa Senhora de Lourdes (RADIN, 1995). Figura 6: Hospital Paroquial em 1940 Fonte: Centenário Primeira Missa em Nova Bassano (1995) Figura 7: Edifício em 2018 Fonte: Autora (2018) 23 2.4 LAR PARA IDOSOS: HISTÓRICO De acordo com dados históricos, o cristianismo foi o primeiro na criação de locais para apoio aos idosos. Ainda no século V da era cristã, durante o Império Bizantino, surgiram as primeiras instituições filantrópicas voltadas à população carente, as quais sobreviviam por meio de doações, onde, quem doava, garantia a salvação de sua alma. O Papa Pelágio II (520-590) foi o instituidor do primeiro asilo transformando sua residência em um hospital para idosos (MARCÍLIO, 1998; ALCÂNTARA, 2003). Anteriormente o século XX, quando não haviam instituições próprias a idosos, eles eram amparados por instituições que abrigavam pobres, doentes mentais, crianças órfãs, desempregados, locais nomeados de asilos de mendicidade, caracterizando o significado da palavra mendicidade como o “ato ou efeito de mendigar” (BORN, 2002). Para Groisman (1999), a institucionalização da velhice servia para ocultar da sociedade muitas categorias, como por exemplo, os pobres, inválidos, indigentes os quais não eram produtores de uma boa imagem na sociedade. No ano de 1794, no Brasil Colonial, após o Conde de Resende defender a ideia de que os soldados velhos deveriam ter uma velhice tranquila, em carta enviada a Coroa de Portugal, iniciaramse as atividades da Casa do Inválidos no Rio de Janeiro/RJ, com o intuito de preservar a integridade do final da vida aos que defenderam a Pátria (ALCÂNTARA, 2003). No Brasil, somente no século XX, foram criadas instituições de caráter filantrópico as quais foram intituladas de asilos, abrigos, lares destinados a atender idosos em situações de desamparo e pobreza, o Asilo São Luiz no Rio de Janeiro/RJ, foi a primeira instituição destinada prioritariamente a idosos. A partir disto, crianças foram destinadas a orfanatos, loucos para hospícios e velhos para asilos (ARAÚJO et al. s/d; ALCÂNTARA, 2003). Na década de 60, após a iniciação da Sociedade de Geriatria, posteriormente, Geriatria e Gerontologia, começaram a surgir os primeiros abrigos para idosos sem caráter filantrópico fazendo com que este ramo, se tornasse uma fonte de renda. Levando em conta o crescente aumento da população idosa e a diminuição da possibilidade da família realizar o devido cuidado, criaram-se diversas Instituições de Longa Permanência com fins lucrativos (BORN, 1996, 2000). 24 Para Pavarini (1996), o modo como os lares e instituições são tratados de forma hostil no Brasil, está gerando uma situação onde as instituições estão promovendo formas mais eficazes para atrair os idosos a elas, onde uma das formas é criar pequenas “casas” em anexo, descaracterizando a ideia de serem apenas quartos compartilhados. Após a implementação da Portaria nº 810/1989, a primeira que define Normas e Padrões de Funcionamento de Casas de Repouso, Clínicas Geriátricas e outras instituições para idosos, o modo como estas instituições foram tratadas, mudaram e a partir dela foram implementadas diversas outras políticas destinadas aos cuidados dos idosos (PINTO, 2012). 2.5 INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NA VELHICE Conforme a idade vai aumentando, os movimentos funcionais vão ficando cada vez mais atrofiados e comprometidos e por conta disto, projetos maus desenvolvidos podem causar graus de dependência nos idosos gerando situações onde em residências de características normais, simples atividades possam vir a não ser desenvolvidas (MILANI, 2014). Por conta disto e de outros fatores, cada vez mais aumenta-se a procura por Instituições de Longa Permanência Para Idosos e isto gera uma nova preocupação nos arquitetos: projetar de forma adequada a manter a integridade física e psicológica dos usuários (MILANEZE, 2013). É de grande importância, que nestes projetos, todos os detalhes por menores e mais insignificantes que sejam, devem ser levados em conta, estes, geram uma grande diferença para os idosos, independente qual seu nível de dependência (QUEVEDO, 2002). Segundo a RDC nº 283 (BRASIL, 2005), os idosos são caracterizados de acordo com seu grau de dependência, os quais são três. No Grau I, os idosos são independentes em suas atividades rotineiras mesmo possuindo equipamentos de autoajuda como muletas e andadores. O Grau II integra os idosos que possuem a dependência em até três atividades diárias, por exemplo, precisar de ajuda para se alimentar, para andar ou para se higienizar, levando em conta que não tenha perdido sua cognição. No Grau III ficam enquadrados os que possuem dependência total para as atividades e/ou que possuam perda da cognição. Segundo Neri (2000), vários são os critérios relacionados ao bem estar na terceira idade, entre eles, saúde mental, física, satisfação, cognição, portanto, em 25 ambientes destinados a idosos, se faz necessário um maior grau de conforto, aumentando e preservando o bem-estar físico e psíquico e fazendo com que eles possuam maior vontade de se comunicar e interagir demonstrando comportamento mais receptivo e participativo. Desta forma, deve-se levar em conta no momento de projetar estes ambientes, questões relacionadas a Conforto Térmico, Lumínico e Acústico (QUEVEDO, 2002). 2.5.1. Conforto Térmico O clima que possui alternâncias de temperaturas é o mais complicado para se projetar. Nele é necessário que as edificações possuam versatilidade para passar por estas situações da melhor forma possível (QUEVEDO, 2002). De acordo com Frota (2001), a idade e o sexo, influenciam de forma comprometedora na maneira como a troca de calor entre ambiente e corpo funcionam. Os índices de conforto térmico se baseiam nesse conjunto de variáveis. A forma como o conforto térmico é avaliado em idosos se diferencia dos modos convencionais, pois ele é afetado por características próprias como o nível de atividade, a saúde, fisiologia, saúde mental, modelos de vestimentas, fazendo com que eles não produzam a quantidade normal de calor que um corpo consegue gerar (ROBSON, 1997). De acordo com Quevedo (2002), nesse clima inconstante, deve-se utilizar materiais que nos dias quentes mantenham o calor externo e que internamente o clima fique ameno. Também pode-se levar em conta a possibilidade da ventilação natural para diminuir este calor durante a noite. Nos dias frios, deve-se deixar o calor entrar de modo que o calor não possa sair. Os idosos são mais sensíveis ao frio, portanto os materiais utilizados no projeto, devem ser preferencialmente materiais que absorvam o calor. Projetos adequados, farão com que eles desenvolvam atividades de forma mais positiva. De acordo com Frota e Schiffer (1987), é necessário utilizar materiais que possuam inércia elevada, entre alguns exemplos, o concreto, materiais maciços e paredes grossas que fazem com que o calor demore mais para chegar ao interior da edificação, o que acontecerá provavelmente a noite, quando a temperatura externa já é mais baixa e em dias mais frios, fará com que a temperatura externa também tenha mais dificuldade de chegar ao interior mais aquecido e propicio aos utentes. 26 2.5.2. Conforto Lumínico Os olhos e o cérebro são os responsáveis pela nossa capacidade de enxergar. A junção entre olhos saudáveis e iluminação propícia resultam em uma boa visão. Desta forma, conseguimos distinguir formas, cores, volumes, brilho, distâncias de maneira precisa até onde nosso campo de visão conseguir chegar (BARBOSA, 2002). Porém, na terceira idade, esta capacidade de enxergar diminui, seja por problemas precedentes ou simplesmente por características herdadas com o aumento da idade (BARBOSA, 2002). De acordo com Barbosa (2002), os projetos arquitetônicos devem levar em conta fatores quantitativos, os quais dizem respeito a forma como devem ser projetados, levando em conta normas e leis que o auxiliem e os qualitativos que devem levar em conta as questões psicológicas dos usuários buscando o bem-estar por meio de formas projetuais que os façam sentir agradáveis no ambiente e integrados a ele. Levando em conta estes dois parâmetros, o projeto chegará ao seu êxito e proporcionará comodidade aos usuários. Para Barbosa (2002), um fator muito importante são as cores utilizadas no projeto, cores quentes (como vermelho, laranja, amarelo), propiciam mais conforto aos usuários enquanto as cores frias (como azul, violeta, verde, cinza) geram desconforto em certos ambientes. A cromoterapia é uma forma de tratamento utilizada desde os primórdios que faz uso das cores para curar certas disfunções, Bueno (1995) sintetiza e especifica em qual área cada cor é responsável conforme descrito abaixo. - Vermelho: além de estimular o fígado, é um estimulante sensorial e antianêmico; - Laranja: estimula o sistema respiratório e é um antiespasmódico; - Amarelo: estimula o sistema motor, o sistema digestivo e ajuda na assimilação dos fatos; - Verde: ajuda nas questões relacionadas a musculatura, além de ser um desintoxicante e antisséptico; - Azul: estimulante vital e calmante de irritações; - Violeta: estimula o baço e calmante de todo organismo; - Magenta: é uma cor diurética e estimulante cardíaca. 27 2.5.3. Conforto Acústico Os idosos possuem menor facilidade de compreender o que as pessoas estão dizendo. Isto se deve ao fato de que com o passar do tempo é normal perdermos esta capacidade. Quando jovens, podemos ouvir sons baixos com facilidade enquanto idosos, estes mesmos sons se tornam distorcidos e muitas vezes impossíveis de se ouvir (NEPOMUCENO, 1968). Para Rojas (2005), a forma como os ambientes são distribuídos e os materiais utilizados para a edificação deles, tem muita influência no bem-estar dos usuários. O uso de materiais de isolamento acústico faz com que o entendimento entre os moradores e funcionários seja mais claro. Conforme citam Barbosa e Barroso (2002), a utilização de materiais muito lisos criam ecos que geram menor entendimento entre os idosos, indicando que, sejam utilizados materiais permeáveis como a madeira. Os móveis devem ficar próximos de forma que eles não precisem alterar demasiadamente o tom de voz para serem compreendidos, recomendando também que os tetos possuam rugosidades. 2.5.4. Acessibilidade O acesso a dados antropométricos é escasso quando se trata de pessoas idosas. A maior parte deles se baseia em pessoas jovens, porém, sabe-se que idosos são consideravelmente menores, sendo pelo fato de pertencerem a outra geração ou por problemas relacionados a limitação do movimento das articulações (PANERO e ZELNIK, 1996). As dimensões projetuais mínimas estão descritas na NBR 9050 intitulada de “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”. Nela estão descritas as questões referentes a acessibilidade universal buscando com que cada pessoa, possa utilizar os ambientes projetados baseados nesta norma, de maneira independente (ABNT, 2004). Sabe-se que em idosos o risco de queda é elevado e que estas podem agravar severamente o estado no qual se encontram (MILANI, 2014), portanto se faz necessário projetar espaços capazes de prevenir estes acidentes. 28 2.5.5. O Quarto dos Idosos Em Instituições de Longa Permanência de acordo com a RDC nº 283 é necessário que os quartos possuam banheiros, que sejam divididos por sexo e que no máximo acomodem quatro idosos (BRASIL, 2005). Conforme Quevedo (2002) ressalta, os dormitórios são, no âmbito dos lares de idosos, o espaço no qual os usuários mais permanecem e onde realizam diversas atividades, destaca que por isso eles precisam ser grandes e confortáveis, porém, não podem tirar o destaque dos espaços de convivência comum, esperando que eles não passem o dia inteiro no quarto. Desta forma, podemos destacar duas possibilidades de quartos: individuais e compartilhados. Seguindo estas duas formas, Milani (2014) destaca alguns parâmetros a ser seguidos: - Em dormitórios individuais a área deve ser de no mínimo 7,5m² contando a área de armários, enquanto em compartilhados, o espaço mínimo para cada cama é de 5,5m² contando também os armários individuais; - Fazer uso de pisos antiderrapantes e com estampas simples que não causem confusão visual; - Utilizar portas de no mínimo 1,10m que não possuam trancas; - Adotar no mínimo 80cm entre camas, porém se for necessário cadeiras de rodas, o mínimo é o raio de giro de 1,5m e não deixar tapetes nos quartos. Quanto a recomendações sobre os mobiliários, Milani (2014) também cita algumas recomendações: - Toda mobília deve permanecer parada, sem rodas e sem possuir quinas ou vidros que possam causar acidentes; - As camas devem possuir no mínimo 46cm de altura e cabeceira, além de possuir grades protetivas para quando se tiver necessidade; - Ao lado da cama, se faz necessário uma mesa de cabeceira que possua 10cm a mais que a cama; - Os armários devem possuir preferencialmente portas de corres e devem ser leves de se abrir; - Se possível, o armário deve estar próximo a cama ou a uma poltrona para que o idoso possa se sentar ao se vestir. 29 2.5.6. O Banheiro dos Idosos Em ILPI’s o banheiro merece uma atenção reforçada no modo como é projetado pois considera-se um dos ambientes mais perigosos e o que apresenta maior número de acidentes, a combinação entre pisos lisos, água e eletricidade gera esta preocupação (MILANI, 2014). De acordo com Quevedo (2002), se faz necessário projetar este ambiente de forma que uma cadeira de roda possa fazer seu raio de giro de 1,5m tranquilamente, conforme ilustra a Figura 8, e que o usuário possa realizar todas as atividades de maneira independente. Figura 8: Raio de giro em banheiro Fonte: ROBSON (1997). No mesmo contexto, Milani (2014) também possui recomendações para os projetos de banheiros: - Os banheiros individuais devem possuir no mínimo 3,60m² e os coletivos devem ser diferenciados por sexo e devem possuir no mínimo um box de vaso sanitário; - Usar pisos antiderrapantes e que sejam foscos; - Não deve haver nenhum desnível; - As portas devem ter no mínimo 1,10m e devem abrir para fora do banheiro; - Devem ser instaladas barras de apoio conforme as seguintes normas regulamentadoras; - Se faz necessária pelo menos uma banheira em toda a instituição; - O box do chuveiro deve ser aberto, sem nenhum tipo de fechamento. 30 2.6 ESTUDOS DE CASO Como base para a facilitação do desenvolvimento da implantação do Lar de Idosos em Nova Bassano, foram examinados três estudos de caso pertinentes ao assunto. Entre eles, foi analisado um projeto internacional, intitulado de Lar de Idosos em Perafita em Portugal e outros dois no Brasil, um em São Paulo, Residencial Vila dos Idosos e por fim, um na cidade de Tapejara, Vidya Residencial Geriátrico, o qual foi desenvolvido a partir de visita realizada no dia 24 de março de 2018. 2.6.1. Lar de Idosos em Perafita – Portugal O projeto conta com uma área total construída de 3515 m² e está implantado desde o ano de 2015 na cidade de Perafita em Portugal o qual foi desenvolvido Grupo Iperforma e dispõe de 40 leitos (ARCHDAILY, 2015) (Figura 9). Figura 9: Lar de Idosos em Perafita Fonte: Luis Ferreira Alves (2015). 2.6.1.1. Implantação O Lar de Idosos está implantado no Centro Social e Paroquial Padre Ângelo Ferreira Pinto próximo a Igreja. Este Centro, além de incluir o Lar de Idosos inclui um centro de convívio e um jardim de infância conforme a Figura 10 (ARCHDAILY, 2015). O edifício se divide em dois blocos unidos por uma passarela elevada, posicionados em um terreno levemente inclinado no qual o projeto se encaixa de forma a não interferir com o a topografia. 31 Figura 10: Planta de Localização e Descrição do Lar de Idosos em Perafita Fonte: ArchDaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). 2.6.1.2. Zoneamento, Acessos e Programa de Necessidades Os blocos possuem dois pavimentos, os quais exercem funções distintas. O bloco principal, possui também um subsolo no qual fica localizado o setor administrativo seus dois outros pavimentos abrigam os espaços de maior relevância, já o bloco secundário abriga um espaço de uso em dias chuvosos para os moradores e serve como apoio ao estacionamento (ARCHDAILY, 2015). Figura 11: Zoneamento Planta Baixa Térreo Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). 32 Figura 12: Zoneamento Planta Baixa Primeiro Pavimento Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). Em relação aos dormitórios, é viável afirmar que eles se distribuem de forma ordenada e se dividem em três tipos: dormitórios com apenas uma cama de solteiro, com duas camas de solteiro e por fim, dormitórios com uma cama de casal. Após analisar a setorização e acessos do edifício é possível verificar que ele se desenvolve de maneira ramificada (CHING, 2002), centralizando uma circulação principal a qual dá acesso aos mais diversos setores do edifício (Figura 11 e Figura 12). Incluído a estes setores, se enquadram os seguintes espaços: 1- Recepção; 7- Sala de enfermagem; 13- Sala Gerência; 2- Sala de convívio e 8- Cozinha; 14- Sala de Reunião; 3- Refeitório; 9- DML; 15- Sala Adminstrativo; 4- Sala de Estar; 10- Banheiros; 16- Dormitórios Simples; 5- Sala médica; 11- Vestiários; 17- Dormitórios Duplos. 6- Salão de Beleza; 12- Lavanderia; atividades; Os acessos são divididos em acesso principal o qual é utilizado pelos moradores e público em geral, secundário utilizado por funcionários para acessar o segundo pavimento do bloco secundário e acesso e trajeto de veículos. Mesmo sem a planta baixa do subsolo, a qual não foi encontrada, pode-se prever que nela, se 33 localiza uma outra entrada secundária de funcionários, visando que nele se localiza o administrativo (Figura 11 e Figura 12). 2.6.1.3. Forma e Técnicas O projeto foi desenvolvido de forma a interligar os dois blocos de formas retangulares por meio de uma passarela metálica e envidraçada elevada conforme Figura 13, pensando em garantir a melhor forma de distribuição dos espaços (ARCHDAILY BRASIL, 2015). Figura 13: Ligação entre os edifícios Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). Ao analisar as fachadas é perceptível que elas foram geradas buscando o princípio de Ching (2002) de ritmo a qual demarca-se na Figura 14. Na planta baixa foi utilizada a técnica de malha em grande parte, conforme a Figura 15. Figura 14: Ritmo da fachada Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). Figura 15: Malha da planta baixa do primeiro pavimento Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). 34 É possível salientar que externamente as cores utilizadas foram diversos tons de cinza e branco as quais proporcionaram destaque as molduras avantajadas que podem ser visualizadas na Figura 16. Internamente o uso das cores foi muito importante, em locais de passagem foram utilizadas cores mais vivas criando espaços ritmados, marcados por volumes criando ambientes dinâmicos. Já nos quartos e espaços de permanência, foram utilizadas cores neutras e formas ortogonais (Figuras 17 e 18) (ARCHDAILY BRASIL, 2015). Figura 16: Fachada principal: cores Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). Figura 17: Ambiente de passagem Figura 18: Dormitórios Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). Fonte: Matosinhos (2015). Se fazem necessárias algumas observações quanto a posição solar no qual o edifício está localizado destacando que nem todos os cômodos de maior importância estão direcionados a Sul (melhor posição solar, visando que o projeto se localiza em Portugal) como os quartos e salas de convivência. Destaca-se também que os ventos predominantes de inverno para a cidade de Perafita são Leste e que os de verão são Oeste observando o projeto, verifica-se que ele possui aberturas para a Oeste o que está correto pois o vento é necessário no verão, porém também possui para Leste o que se configura como um erro, pois no inverno não se faz necessário (Figura 19). 35 Figura 19: Fatores climáticos Fonte: Archdaily Brasil (2015) modificado pela autora (2018). 2.6.1.4. Conclusões Diante da análise do estudo acima, é possível levar em conta para a implantação do projeto em Nova Bassano se use a técnica de ramificação e malha na distribuição dos espaços, observando que o edifício no qual o projeto será realizado possui características propícias a realização do mesmo. Observa-se que a distribuição dos espaços foi bem idealizada, porém houve falhas nas questões climáticas que são muito importantes ao bem estar dos idosos. 2.6.2. Residencial Vila dos Idosos O projeto possui uma área total construída de 8290m² em um terreno de 7270m² e está implantado desde 2007 em Pari, distrito de São Paulo - Brasil o qual foi projetado por Vigliecca & Associados e dispõe de 145 moradias (Figura 20). O projeto é de caráter social, seu objetivo foi abrigar idosos que necessitassem de habitação (ARCOWEB, 2015). Figura 20: Residencial Vila dos Idosos Fonte: Arcoweb, 2015. 36 2.6.2.1. Implantação O projeto está implantado junto a Biblioteca Municipal Adelpha Figueiredo e possui a função de “abraça-la” mantendo a biblioteca como destaque. O edifício se divide em dois blocos em forma de L, de quatro pavimentos e possui uma forma diferenciada dos outros edifícios do entorno (Figura 21) (ARCOWEB, 2015). Figura 21: Implantação Vila dos Idosos Fonte: Google (2018) adaptado pela autora (2018). 2.6.2.2. Zoneamento, Acessos e Programa de Necessidades Os blocos possuem 145 apartamentos dos quais 88 são quitinetes de 29m² e 57 são apartamentos com 1 quarto que possuem 43m². Os apartamentos/quitinetes localizados no pavimento térreo são adequados para idosos que possuem alguma deficiência ou dificuldade de locomoção (Figura 22 e 23). A principal característica do projeto é manter a convivência entre idosos, por isso foram criados espaços e corredores propícios a mesma (ARCOWEB, 2015). Figura 22: Zoneamento Planta Baixa Térreo Fonte: Vigliecca & Associados (s/d) modificado pela autora (2018). 37 Figura 23: Zoneamento Planta Baixa Pavimento Tipo Fonte: Vigliecca & Associados (s/d) modificado pela autora (2018). É possível verificar que os apartamentos se localizam nos dois blocos enquanto as quitinetes se distribuem apenas no bloco a direita. Posteriormente a análise da setorização e acessos do edifício é possível verificar que ele se desenvolve de maneira linear (CHING, 2002), possuindo uma circulação principal a qual dá acesso aos setores do edifício (Figura 22 e Figura 23). Dentro destes setores, se enquadram os seguintes espaços internos e externos: 1- Apartamentos; 4- Sala de Jogos; 7- Quadra de Bocha; 2- Quitinetes; 5- Sala multiuso; 8- Horta Comunitária; 3- Sala de TV; 6- Salão Comunitário; 9- Área Verde. Os apartamentos e quitinetes possuem uma configuração funcional e inteligente quanto a distribuição dos móveis e ambientes. Os do pavimento térreo, já são adaptados, porém, qualquer um pode passar por esta adaptação, pois o projeto já foi idealizado pensando nisso (ARCOWEB, 2015). Na Figura 24 é apresentada a configuração das quitinetes e na Figura 25 a dos apartamentos. Figura 24: Planta Baixa Quitinete Figura 25: Planta Baixa Apartamento Fonte: Vigliecca & Associados (s/d). Fonte: Vigliecca & Associados (s/d). 38 2.6.2.3. Forma e Técnicas A forma do projeto resulta na junção de dois L de forma a promover o maior contato com a vizinhança seja este comercial, cultural ou social, levando em conta que o terreno possui 3 frentes. As circulações horizontares distribuídas nos andares, facilita e permite também que esta interação seja possível (VIGLIECCA, s/d). A Figura 26, demonstra o ritmo (CHING, 2002) presente nas fachadas do edifício, as demarcações dos andares e a marcação do acesso. Na Figura 27, a qual demonstra a planta distribuída em malha linear (CHING, 2002), pode-se ver que ela se configura independente em quatro blocos separados, porém se caracteriza muito semelhante em todos. Figura 26: Ritmo das fachadas Fonte: Vigliecca & Associados (s/d) modificado pela autora (2018). Figura 27: Planta baixa em malha Fonte: Vigliecca & Associados (s/d) modificado pela autora (2018). Tendo em vista as limitações orçamentárias e as características econômicas dos moradores, foram utilizados materiais de baixo custo, alta durabilidade e que necessitassem de pouca manutenção, para isto, foi proposto simplificação de acabamentos e uso de laje aparente, não sendo utilizado revestimentos em paredes e pisos. As cores foram administradas de forma simples, porém muito bem 39 empregadas, preto nas esquadrias e branco no restante, criando linhas imponentes e marcantes nas esquadrias gerando um traçado muito interessante na fachada (Figura 28) (VIGLIECCA, s/d). Figura 28: Detalhe da fachada Fonte: Vigliecca & Associados (s/d). Figura 29: Fatores climáticos Fonte: Vigliecca & Associados (s/d) modificado pela autora (2018). Visando a Figura 29 apresentada acima, é possível afirmar que as fachadas voltadas para nordeste, onde os ventos predominantes são de inverno, são fechadas, enquanto as fachadas para sudeste, onde os ventos são de verão, são as quais ficam os corredores abertos. Levando em conta que as duas fachadas são ventiladas, cria-se um corredor de ventilação natural em todo edifício. A posição 40 solar, também é muito boa, a grande maioria dos apartamentos/quitinetes, são voltadas para a melhor posição solar e pegam sol no mínimo uma vez ao dia. 2.6.2.4. Conclusões As características analisadas neste estudo de caso são bastante qualificadas, porém a mais importante para o desenvolvimento do projeto são as características apresentadas na distribuição dos espaços dos quitinetes e apartamentos e o modo como eles interagem uns com os outros gerando espaços propícios a convivência dos idosos. 2.6.3. Vidya Residencial Geriátrico O projeto foi uma proposta de reuso a uma residência de 480m² a qual não possuía nenhuma atividade e desde 2016 abriga uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) na cidade de Tapejara no estado do Rio Grande do Sul/Brasil. A readequação foi projetada pelo arquiteto Luis Roberto Simor. O lar possui capacidade para 18 utentes, porém atualmente atende apenas 10 (Figura 30). Ele é um lar de caráter lucrativo e possui atendimento conceituado pois conta com uma enfermeira, seis técnicos em enfermagem, uma cozinheira, uma secretária e duas faxineiras além de prestar atendimento com médicos, fisioterapeutas e psicólogos. O cuidado dos enfermeiros e técnicos em enfermagem se distribui nas 24 horas do dia. Figura 30: Vidya Residencial Geriátrico Fonte: Autora (2018). 2.6.3.1. Implantação O lar está implantado na região central da cidade de tapejara, próximo a Igreja Matriz conforme mostra a Figura 31. A residência foi construída 41 aproximadamente por volta da década de 50 e possui características da arquitetura art decó, as quais foram mantidas após a intervenção. Figura 31: Implantação Vidya Residencial Geriátrico Fonte: Google (2018) adaptado pela autora (2018). 2.6.3.2. Zoneamento, Acessos e Programa de Necessidades A residência se configura como um único bloco de um pavimento térreo e um subsolo. Ela possui no total 480m² construídos, no primeiro pavimento localizam-se oito quartos, individuais e coletivos e todo o setor de lazer e atividades além de localizar dois pátios de integração e convivência entre os idosos, familiares e sociedade. No subsolo, ficam localizados apenas ambientes de serviço. Figura 32: Zoneamento Planta Baixa Térreo e Subsolo Fonte: Autora (2018). 42 Verifica-se que os setores se encontram desordenados no pavimento térreo, porém o subsolo se configura corretamente de acordo com sua função, pois nele a setorização se desenvolve de maneira correta. A planta baixa da residência também remete ao Art Decó, a qual é ampla e diversificada como demonstra a Figura 32. Inclusos nestes setores apresentados acima, ficam inseridos os espaços abaixo: 1- Quartos; 6- Varanda; 11- Depósito; 2- Banheiros; 7- Secretária; 12- Cozinha; 3- Refeitório; 8- Enfermaria; 14- Lavanderia; 4- Sala de Estar; 9- Vestiários; 15- Horta; 5- Estar Externo; 10- Almoxarifado; 16- Espaço Convivência. Os acessos são feitos através de uma entrada principal, a qual é utilizada pelos utentes, familiares e visitantes e o secundário e de veículos por um portão que dá acesso ao pátio de convivência externa o qual serve igualmente para o acesso de serviço. 2.6.3.3. Forma e Técnicas O projeto mesmo após receber a readequação, não perdeu suas características art decó. As formas semicirculares e o telhado, são típicas características como demonstra a Figura 33. A planta se caracteriza numa configuração aglomerada (CHING, 2002) o que igualmente caracteriza a art decó (Figura 34). Figura 33: Características da fachada Fonte: Autora (2018). 43 Figura 34: Características da planta aglomerada Fonte: Autora (2018). Ao analisar as questões climáticas relacionadas a este projeto, percebeu-se que muitos ambientes importantes não apanham sol, como quartos dos utentes e salas de convívio. Este fator influencia muito na integridade física e psicológica dos idosos, ambientes mais iluminados e que possuam calor natural ajudam na permanência do bem-estar. Quanto aos ventos predominantes, que para a cidade de Tapejara são Leste em todo o ano, constata-se que a casa se desenvolve principalmente ao lado contrário destes ventos, porém no verão, a varanda e pátio a Leste podem ser usados tranquilamente enquanto no inverno, o pátio aos fundos da residência, a Oeste, se torna uma boa opção já que a casa serve como um muro impedindo que estes ventos atinjam aquele espaço de forma desconfortável (Figura 35). Figura 35: Questões climáticas Fonte: Autora (2018). 44 Uma característica muito importante do projeto, é que ele está totalmente adequado de acordo com as normas brasileiras de acessibilidade e normas competentes a instituições de longa permanência, possui barras de apoio em todos os espaços e faixas de alerta e antiderrapantes nos locais que apresentem perigos conforme apresenta a Figura 36. Possui também cores aconchegantes e tranquilas, propícias ao projeto. Figura 36: Acessibilidade Fonte: Autora (2018). 2.6.3.4. Conclusões Posterior a esta análise, contatou-se que as técnicas empregadas na área da acessibilidade são deveras importantes para a idealização do projeto em Nova Bassano. Enquanto nas questões de setorização não há muito aproveitamento, por se tratar de uma residência com distribuição aglomerada, é possível salientar que os setores possuíam mais chances de se misturarem como ocorreu. 2.6.4. Conclusão Geral do Capítulo Neste capítulo foi apresentada a revisão bibliográfica pertinente a justificativa da implantação do projeto apresentado. Apresentou-se também estudos de caso referentes ao projeto os quais auxiliaram na compreensão e interpretação tema. 45 CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO 3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO Nesta parte será apresentado o diagnóstico da área de implantação. 3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL Nova Bassano é um município localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, pertencente a região da Serra das Antas que possui uma área total de 211.612km² e uma densidade demográfica de 45,08 hab./km². Ele se localiza 195km distante de Porto Alegre e a 100km de Passo Fundo e faz divisa com os municípios de Guaporé, Serafina Corrêa, Nova Araçá, Nova Prata e Vista Alegre do Prata (IBGE, 2010). Figura 37: Localização do Município Brasil Rio Grande do Sul Nova Bassano Fonte: Google (2018) modificado pela Autora (2018). Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2010), Nova Bassano possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,747 o que o enquadra na faixa de Desenvolvimento Humano Alto. De acordo com as pesquisas disponibilizadas no site Fundação de Economia e Estatística (FEE, 2018), a expectativa de vida no ano de 2010 era de 75,93 anos e o coeficiente de mortalidade infantil no ano de 2014 era de 11,76 a cada mil nascidos. Outro índice muito importante é a taxa de analfabetismo que é apenas de 3,29% (FEE, 2010) constatando que a educação possui prioridade no setor administrativo do município. Índices relacionados a economia também nos posicionam quanto a potencialidade do município, o PIB no ano de 2015 era de 667.175,17 reais. O terreno no qual o edifício destinado ao reuso está implantado se localiza na área urbana do município no Bairro Centro e se enquadra, segundo o Plano Diretor 46 (2013), na Zona de Comércio e Serviços (ZCS). Possui como limitantes a Rua Silva Jardim e uma rua projetada, a qual não possui nome e pavimentação. Ele fica localizado a 180m do centro administrativo da cidade, a 450m do centro e a 700m do Hospital Nossa Senhora de Lourdes e a apenas 100m do Posto Municipal de Saúde. Salienta-se que o acesso a estes pontos principais é facilitado. Figura 38: Localização do Terreno e Edificação Existente Esc.: 1/25000 Fonte: da Autora (2018) Figura 39: Relação do Terreno e Edificação Existente com o Entorno Fonte: Google (2018) modificado pela Autora (2018) 47 Na Figura 38, demonstra-se a localização do terreno e os pontos de maior significado no mapa da cidade de Nova Bassano. Na Figura 39, uma perspectiva para melhor entendimento da localização dos bairros apresentados anteriormente no mapa da Figura 38. 3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES 3.3.1 Mapa Nolli Para melhor entendimento da região na qual o projeto será desenvolvido, é apresentado um Mapa Nolli o qual busca demonstrar o modo no qual a cidade se expande. Para isto, o mapa representado na Figura 40, o qual possui raio de 500m a contar do eixo do terreno, demonstra o estudo entre cheios e vazios. Nele é possível visualizar uma grande área de vegetação, não edificada, porém já desmembrada a qual futuramente se adensará, pois, a região desmembrada será destinada a residências unifamiliares. Porém, ao lado contrário desta região, nas direções sul, norte e leste, há muita densidade em edificações. Figura 40: Mapa Nolli Esc.: 1/10000 Fonte: da Autora (2018) 48 3.3.2 Mapa de Uso do Solo Após analisar o mapa representado na Figura 41 o qual traz a representação do uso e ocupação do solo, constata-se que esta região se divide em edificações de usos diversos e possui densidade baixa. No sentido oeste da edificação, percebe-se uma área desabitada onde está implantado um loteamento de caráter residencial. Figura 41: Mapa de Usos e Ocupação do Solo Esc.: 1/10000 Fonte: da Autora (2018) A Tabela 1 abaixo apresentada, demonstra a porcentagem de cada um dos usos apresentados na Figura 41. De acordo com ela, o total de edificações nesta região é de 260, onde, a grande maioria são de uso habitacional seguido do uso comercial e de serviços. Os outros usos também são presentes nesta área, porém com menor intensidade. Portanto, a área pode ser caracterizada como de usos variados e misturados, pois há poucas regiões as quais podem ser caracterizadas como de apenas um uso. Para melhor compreensão e descrição da tabela, apresentase também um gráfico demonstrativo destas porcentagens (Gráfico 1). 49 Tabela 1: Porcentagem de Usos Comércio e/ou Serviços 46 de 260 (17,69%) Moradias 172 de 260 (66,15%) Misto Comércio/Serviço e Moradia 28 de 260 (10,77%) Institucional 7 de 260 (2,69%) Misto Institucional e Comércio/Serviço 6 de 260 (2,31%) Cemitério 1 de 260 (0,38%) Total de Edificações Gráfico 1: Porcentagem dos Usos Porcentagem 260 de 260 (100%) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 3.3.3 Mapa de Altura das Edificações Abaixo, a Figura 42 demonstra as alturas das edificações do entorno no terreno. Nela, as alturas foram caracterizadas como de 1 pavimento, 2 pavimentos, 3 e 4 ou mais pavimentos. Para melhor entendimento, são apresentados além do mapa, a Tabela 2 e o Gráfico 2 os quais sintetizam a porcentagem das alturas. Figura 42: Mapa das Alturas das Edificações Esc.: 1/10000 Fonte: da Autora (2018) 50 Tabela 2: Porcentagem das Alturas 1 pavimento 141 de 260 (54,23%) 2 pavimentos 89 de 260 (34,23%) 3 pavimentos 16 de 260 (6,15%) 4 pavimentos ou mais 14 de 260 (5,38%) Total de Edificações 260 de 260 (100%) Gráfico 2: Porcentagem das Alturas Fonte: da Autora (2018) Porcentagem Fonte: da Autora (2018) De acordo com o que é demonstrado pela Tabela 2 e Gráfico 2, pode-se ver que a maioria das edificações do entorno se caracterizam por possuir apenas 1 pavimento enquanto as de menor quantidade são as de 4 pavimentos ou mais e são distribuídas de forma mista. 3.4 INFRAESTRUTURA URBANA 3.4.1 Mapa da Rede Viária De acordo com a análise ao sistema viário apresentado na Figura 43, pode-se afirmar que o terreno fica localizado entre duas vias as quais podem ser caracterizadas por principal e secundária, a primeira, Rua Silva Jardim, de fluxo alto e estrutural a qual serve como acesso as mais diversas regiões do município e a outras cidades e a segunda de baixo fluxo e local a qual dá acesso ao loteamento residencial a oeste do terreno. Figura 43: Mapa de Fluxos Esc.: 1/15000 Fonte: da Autora (2018) 51 A Figura 43 demonstra, além dos fluxos e caracterização das vias, o sentido delas, o qual se caracteriza como mão dupla em todas as abrangidas. É justo citar que a única rodovia que passa pela cidade é a RS324, a qual possui grande fluxo e grande importância ao desenvolvimento econômico do município, pois esta, liga Nova Bassano aos municípios maiores para onde toda produção é escoada. Ela, serve também para o transporte de pacientes para centros maiores de tratamento, como é o caso das cidades de Passo Fundo e Porto Alegre. É necessário salientar que o município não dispõe de transporte público coletivo e que no raio apresentado, não há nenhuma parada de ônibus. Porém o município dispõe de o transporte escolar a suas escolas de ensino fundamental e médio distribuídos nos três períodos, manhã, tarde e noite. A cidade possui uma estação rodoviária de ônibus intermunicipais e interestaduais e conta com 20 pontos de táxi, os quais não foram abrangidos no raio proposto. Todas as vias são pavimentadas por basalto e se encontram conservadas, porém, apenas em alguns pontos se encontram degradadas ou com problemas. A Rua Projetada é a única no raio abrangido que possui chão batido. Abaixo, nas Figuras 44 e 45 fotos referentes as ruas que amparam o terreno. É possível observar que a Rua Projetada além de não possuir pavimentação, não possui passeio. As Figuras 46 e 47 representam cortes esquemáticos, onde neles são representadas as variações das larguras das ruas Silva Jardim e da Projetada. Figura 44: Foto da Rua Silva Jardim Figura 45: Foto da Rua Projetada Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 52 Figura 46: Corte Esquemático Gabarito da Rua Silva Jardim Esc.: 1/175 Fonte: da Autora (2018) Figura 47: Corte Esquemático Gabarito da Rua Projetada Esc.: 1/175 Fonte: da Autora (2018) 3.4.2 Mapa Rede de Água, Esgoto Pluvial, Esgoto Cloacal e Rede de Energia O mapa apresentado abaixo na Figura 48 demonstra que todo o entorno dispõe de rede de água potável, a qual é de responsabilidade da Concessionaria Corsan. A rede de esgoto pluvial também está presente em todo o entorno. Quanto a rede de esgoto cloacal, é inexistente pois a cidade não dispõe do mesmo, cada residência trata seu esgoto com o sistema de fossa, filtro e sumidouro e nenhuma parte da cidade possui esgoto a céu aberto. O município é visto por ter ruas muito limpas o que se deve a possuir diversas lixeiras nos passeios e por possuir coleta seletiva a qual acontece nas terças, quintas e sábados. Quanto a rede elétrica, contata-se que todo o entorno, bem como a cidade, dispõe de energia elétrica em suas ruas (Figura 49). 53 Figura 48: Mapa da Rede de Água e Esgoto Pluvial Esc.: 1/10000 Fonte: da Autora (2018) Figura 49: Mapa da Rede de Energia Elétrica Esc.: 1/10000 Fonte: da Autora (2018) 54 3.4.3 Mapa de Vegetação Urbana A Figura 50, abaixo representada, demonstra a rede de vegetação presente no município. É possível afirmar que esta rede é densa e que se mistura entre as mais variadas espécies de árvores. Figura 50: Mapa de Vegetação Esc.: 1/10000 Fonte: da Autora (2018) 3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO 3.5.1 Mapa das dimensões do Terreno, ventos dominantes e orientação solar A Figura 51, é basicamente um mapa de implantação do terreno e da edificação existente. Nele são apresentadas as cotas da edificação em relação ao terreno, e cotas do terreno as quais comprovam que o terreno possui 6780,56m² e se formata em L. Ele se configura de acordo com suas maiores dimensões as quais são 125,72m, na fachada principal e 60,49m na fachada secundária. Quanto aos condicionantes físicos pode-se afirmar que os ventos predominantes em todas as estações do ano na cidade Nova Bassano são sudeste e estão representados no mapa da Figura 51 e fica claro que o edifício existente possui apenas algumas árvores em sua fachada que servem como uma barreira a eles, 55 porém, são poucas. Quanto a insolação, é possível afirmar que o edifício fica localizado de forma muito positiva pois apenas uma pequena região não pega sol por um período grande de tempo, abaixo, está representada a altura desta insolação, no verão e no inverno. Na Figura 51, também são apresentados os acessos principais e secundários e o caimento do telhado. Figura 51: Mapa das dimensões do Terreno, ventos dominantes e orientação solar Esc.: 1/1000 Fonte: da Autora (2018) 3.5.2 Topografia A Figura 52, abaixo apresentada, representa uma vista isométrica do terreno com o edifício, realizada pelo software Sketchup 2018, no qual é perceptível que a 56 topográfica é plana na região onde o edifício está implantado, e possível também afirmar que ela foi alterada quando o edifício foi projetado de modo a facilitar a mesma. Figura 52: Isométrica da Topografia do Terreno Fonte: da Autora (2018) 3.5.3 Projeção de Sombra e Vegetação Existente As Figuras 53, 54, 55 e 56, abaixo apresentadas, representam o sombreamento existente durante dois períodos distintos do dia e em duas estações do ano. O primeiro as 7:00 horas onde é possível observar diferença significativa nas duas estações, pois no inverno o sombreamento das árvores do terreno a frente do edifício é muito maior que no verão, além disso, é possível verificar também as 17:00 horas a diferença clara entre inverno e verão, onde no verão a altura do sol é maior que no inverno. Figura 53: Projeção das Sombras no Terreno as 7:00 horas (Inverno) Figura 54: Projeção das Sombras no Terreno as 17:00 horas (Inverno) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 57 Figura 55: Projeção das Sombras no Terreno as 7:00 horas (Verão) Figura 56: Projeção das Sombras no Terreno as 17:00 horas (Verão) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 3.5.4 Visuais do Terreno Abaixo é apresentado na Figura 57, o mapa de visuais do terreno. Ele foi criado pois não seria possível realizar um skyline no local. Logo abaixo, são apresentadas as fotos referentes as visuais (Figuras 58, 59, 60, 61, 62, 63), onde é possível identificar que são pouco poluídas e que o edifício possui poucas edificações próximas as quais não influenciam sobre ele. Figura 57: Mapa das Visuais do Terreno Fonte: da Autora (2018) 58 Figura 58: Visual 1 Figura 59: Visual 2 Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Figura 60: Visual 3 Figura 61: Visual 4 Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Figura 62: Visual 5 Figura 63: Visual 6 Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 59 3.5.5 Levantamento da Edificação Existente 3.5.5.1 Planta Baixa Figura 64: Planta Baixa Edificação Existente Esc.: 1/500 Fonte: da Autora (2018) Após medições para o levantamento da edificação, pode-se definir as Plantas Baixas dos Pavimentos Térreo e Primeiro as quais são apresentadas na Figura 64 acima e possuem no total de 1467,58m². Elas foram zoneadas de acordo com os cômodos que apresentam atualmente. Alguns podem ser avaliados mais precisamente como os dormitórios, banheiros, circulações, capela, refeitório, cozinha e auditórios, porém os descritos como salas, não expressão ou deixam claro qual era seu uso pois são apenas ambientes vagos. Mais abaixo, na Figura 65, é apresentada a planta baixa de especificações de pisos. Ela é zoneada de acordo com o piso existente em cada ambiente. Após esta planta, são apresentadas fotos que mostram o modelo, forma e desenho dos pisos (Figuras 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76). Vale salientar que os pisos de basalto, granito e cerâmica esmaltada, foram colocados durante a última reforma do edifício, há aproximadamente 12 anos. 60 Figura 65: Planta Baixa Pisos Edificação Existente Esc.: 1/500 Fonte: da Autora (2018) Figura 66: Piso em Madeira (Parquet) Figura 67: Piso em Cerâmica Figura 68: Piso em Basalto Polido Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Figura 69: Piso em Granito Figura 70: Piso em Cerâmica Esmaltada Figura 71: Piso em Cerâmica (Mosaico) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 61 Figura 72: Piso em Cerâmica (Mosaico) Figura 73: Piso em Cerâmica (Mosaico) Figura 74: Piso em Cerâmica (Mosaico) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Figura 75: Piso em Cerâmica (Mosaico) Figura 76: Piso em Madeira Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 3.5.5.2 Cortes e Fachadas Figura 77: Cortes A-A e B-B (Esquemáticos) Corte A-A Corte B-B Esc.: 1/500 Fonte: da Autora (2018) 62 Os cortes apresentados acima na Figura 77, demonstra esquematicamente como o edifício desenvolve seu formato. No Corte A-A é possível visualizar todos os sentidos e caimentos dos telhados. Abaixo, nas Figuras 78, 79 e 80, são apresentadas as fachadas do edifício. Figura 78: Fachada Leste Fonte: da Autora (2018) Figura 79: Fachada Oeste Fonte: da Autora (2018) Figura 80: Fachadas Sul e Norte Fonte: da Autora (2018) 3.5.6 Patologias É possível salientar que o edifício está muito bem conservado fato que se dá devido a reforma feita há pouco mais de 15 anos, porém, ao se levar em conta o fato de ele ter começado a ser construído em meados dos anos 40, é consideravelmente importante citar que as maneiras construtivas e materiais utilizados foram de melhor qualidade pois ele ainda encontra-se muito preservado. A hostilização do edifício se deve principalmente pelo mau estado de limpeza que ele se encontra conforme destaca a Figura 81, que mostra dois modelos de piso (madeira e mosaico) e um dos modelos de soleira (concreto e pedaços de vidro) encontrados no edifício, os quais é visível que abaixo de toda sujeira, estão preservados. 63 Figura 81: Estado de Limpeza no Edifício Fonte: da Autora (2018) Algumas poucas patologias foram encontradas no edifício e estão citadas abaixo na Figuras 82, 83, 84 e 85. Figura 82: Descolamento da Pintura das Janelas Figura 83: Sujidade Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) Figura 84: Musgo Entre os Pisos de Pedra Externos Figura 85: Vegetação Crescendo Entre o Piso de Pedra Externo Fonte: da Autora (2018) Fonte: da Autora (2018) 64 Se faz necessário destacar que a conservação de todo o material em madeira do edifício, portas e janelas, não possuem nenhuma forma de degradação (cupins, umidade, partes quebradas ou falta de dobradiças), e que apenas nas que estão nas regiões externas do edifício estão escamando a tinta. A Figura 86 abaixo, demonstra isso, apenas é possível notar que a porta está suja. Figura 86: Porta Interna Preservada Fonte: da Autora (2018) 3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS. 3.6.1 Plano Diretor do Munícipio de Nova Bassano. Nova Bassano possui Plano Diretor o qual foi aprovado no dia 9 de dezembro de 2013 e vem passando por sua primeira edição neste ano, 2018. Ele apresenta em anexo o mapa do zoneamento do município o qual está apresentado na Figura 87 abaixo. Ele divide a cidade nas zonas especificadas juntamente com o mapa. Figura 87: Zoneamento Nova Bassano Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Bassano (2003) modificado pela autora (2018) 65 O terreno está localizado na Zona de Comércio e Serviços e no seu Art. 15 especifica as atividades permitidas nesta zona, abaixo citadas: (PMNB, 2013) I – Habitação coletiva; II – Hotel; III – Padaria; IV – Café, bar e lancheria; V – Restaurante; VI – Escritório; VII – Consultório Médico; VIII – Lojas em geral; IX – Laboratório de análise clínica; X – Livraria; XI – Agência bancária; XII – Cinema, teatro e auditório; XIII – Repartição Pública; XIV – Oficina de pequenos reparos de eletrodomésticos, e assemelhados; XV – ou qualquer outra atividade de comércio e serviços que se enquadre dentro do espírito deste artigo, segundo critério do CMPD. Especifica também em seu Art. 16 as taxas, índices e recuos a serem seguidos: I – Taxa de ocupação (TO): 75% (setenta e cinco por cento); II – Índice de Aproveitamento (IA): 7 (sete); A partir disso é possível analisar as características do terreno e edificação e salientar os índices já existente: - TO: 14,82%; - IA: 0,20. Com base nestes dados analisados é possível afirmar que o terreno possui ainda grande potencial de edificar-se. 3.6.2 Código de Edificações. Nova Bassano possui além do Plano Diretor um Código de Edificações, Lei Municipal nº 2632, a qual foi instituída em 9 de dezembro de 2013. Seu Capítulo XIII trata das rampas e escadas, descrito abaixo: - As rampas ou escadas devem ter no mínimo um metro de largura; - As rampas que ligam dois pavimentos, para pedestres, não podem ter inclinação acima de 15%; - Quando a escada possuir mais de dezoito degraus, é necessário patamar de no mínimo 80cm; - Os degraus da escada devem ser dimensionados de acordo com a fórmula de Blondel: L + 2 H = 0,62 a 0,64m (de sessenta e dois a sessenta e quatro centímetros) sendo: L a largura do piso, no mínimo de 0,25cm (vinte e cinco centímetros); H a altura do espelho, no máximo de 0,18cm (dezoito centímetros). 66 O Capítulo XVI, Parte C que trata dos asilos, orfanatos e congêneres, será levado em conta na maneira como o projeto será desenvolvido. 3.6.3 NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Esta norma será utilizada para que sejam garantidos aos usuários questões voltadas a acessibilidade e questões relacionadas ao dimensionamento correto ao uso dos ambientes. 3.6.4 NBR 9077 - Saídas de emergência em edifícios. Esta norma visa garantir o dimensionamento correto de escadas, rotas de fuga e saídas de emergência. 3.6.5 RDC nº 283 A Resolução de Diretoria Colegiada de nº 283 possui normas e diretrizes para projetos apropriados a Instituições de Longa Permanência e por isso, será utilizada para o melhor desenvolvimento do projeto. 67 CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS. 4.1 INTRODUÇÃO. Nesta parte será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes para a concepção de um Lar de Idosos, que irão orientar qual serão as escolhas arquitetônicas visando as propostas citadas anteriormente. 4.2 CONCEITO DO PROJETO. A terceira idade se caracteriza como uma fase da vida onde muitos cuidados são necessários. É possível também dizer que alguns dos idosos possuem a saúde debilitada o que os leva a estados de comprometimento psicológico e físico. Visando sanar estas situações, o conceito deste projeto se define por Acolhimento e Integração, levando em conta que ambientes agradáveis e aconchegantes diminuem estas possibilidades. Eles devem se sentir acolhidos e envolvidos em diversas relações, entre os utentes, entre suas famílias e com a sociedade, a junção entre estas relações garantirá o bem-estar em suas vidas (Figura 88). Figura 88: Relação Entre Utentes, Familiares e Sociedade Fonte: Google (2018) modificado pela autora (2018) As Instituições de Longa Permanência possuem papel fundamental nesta fase tão importante. Elas precisam ser ambientes onde os idosos possam se sentir bem e desenvolver suas atividades independentemente. É por este fato que eles precisam ter ambientes íntimos, para que possam se sentir em suas próprias casas, mas, que se sintam acolhidos pelos outros utentes e que o edifício disponha destes ambientes propícios a estas relações. Outro fator que será levado em conta na concepção do projeto, será a Cromoterapia e o Uso das Cores. Como já foi dito anteriormente, as cores podem ou não influenciar nas atitudes das pessoas e conforme a cromoterapia, na cura de doenças, neste sentido, as cores influenciarão este projeto tendo a função de incentivar os idosos em ambientes necessários ou acalmar em outros. 68 4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA. Tendo em vista que o projeto se baseia em um reuso, as diretrizes arquitetônicas se baseiam em preservar as características existentes no edifício, enfatizando a conservação e a valorização do edifício em suas épocas especificas. Caso sejam planejados novos edifícios em anexo, eles deverão ser de formato simples, em linhas retas, fazendo uso de materiais em cores claras e vidro e não deverão ofuscar a edificação principal e suas formas arquitetônicas esplêndidas e que possam ser reconhecidas. As Figuras 89 e 90 abaixo, fazem referência ao modo como estes novos edifícios podem ser projetados. Figura 89: Exemplo de Fachada com Utilização de Tijolo de Demolição e Vidro Figura 90: Exemplo de Fachada com Utilização de Placas de Concreto e Vidro Fonte: ArchDaily (2017) Fonte: ArchDaily (2017) Internamente, tanto no edifício existente, quanto no novo, as propostas serão voltadas a utilização do uso das cores e a busca de projetos de espaços convidativos e alegres, propícios ao desenvolvimento do projeto em conjunto com o conceito. Abaixo, são apresentadas as Figuras 91 e 92, as quais foram visualizadas em estudo de caso já apresentado, elas, representam como estes espaços devem ser. Outra questão muito importante, é que os pisos e as paredes devem possuir diferenciação de cor para que os idosos possam as diferenciar. Figura 91: Exemplo de Utilização de Cores Para Obter Espaços Dinâmicos Figura 92: Exemplo de Utilização de Cores Neutras em Espaços de Aconchego Fonte: ArchDaily (2015) Fonte: ArchDaily (2015) 69 4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS. Após analisar as características do terreno e seu entorno, foram encontrados alguns problemas os quais, podem se tornar potencialidades. Assim, abaixo são apresentadas na Tabela 3, as diretrizes urbanísticas convenientes a estas potencialidades. Problemas/Potencialidades : Falta da pavimentação na Rua Projetada Tabela 3: Diretrizes Urbanísticas Diretrizes: Imagens de Referência: Pavimentação, por meio de paralelepípedos (os quais oferecem boa drenagem pluvial), da Rua Projetada Falta de rede elétrica de iluminação na Rua Projetada Implantar rede de iluminação pública de forma a melhorar toda a iluminação do entorno do projeto, tanto na via de rolamento quanto no passeio Falta de passeio público na Rua Projetada e problemas em alguns pontos da Rua Silva Jardim Realizar a implantação do passeio em pedra basalto na Rua Projetada e melhoramento das regiões precárias na Rua Silva Jardim Falta de Acessibilidade Implantação de faixas de pedestres elevadas, que facilitarão a passagem de pessoas especiais e fará a redução da velocidade dos veículos Falta de modais de transporte Criação de uma ciclovia como incentivo ao uso de um novo modal de transporte na cidade Fonte: da Autora (2018) Fonte: Google (2018) Fonte: Google (2018) Fonte: Pasinato Pedras (2018) Fonte: Google (2018) Fonte: Google (2018) 70 CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL. 5.1 INTRODUÇÃO. Neste capítulo será apresentado o partido geral do projeto. Nele, são demonstrados o programa de necessidades do projeto, organograma e fluxograma condizentes com o projeto e três propostas de zoneamento para a implantação do Lar de Idosos. 5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES. O programa foi dividido em quatro setores: administrativo, serviço, lazer e privado. Abaixo são apresentadas as Tabelas 4, 5, 6 e 7 referentes a cada um deles e apresenta as dimensões necessárias e os mobiliários necessários. Tabela 4: Programa de Necessidades Setor Administrativo Ambiente: Setor Administrativo Dimensões (em m²): Diretoria 26 Secretaria e Recepção 13 Contabilidade 13 Banheiros 10 Mobiliário Necessário: Mesa, cadeira, computador, mesa para reunião e cadeiras. Bancada de atendimento, computador, cadeira, arquivos, cadeiras para espera Mesas, cadeiras e computadores (para duas pessoas), arquivos e armários Pia, vaso sanitário Fonte: da Autora (2018) Tabela 5: Programa de Necessidades Setor Serviço Ambiente: Almoxarifado Depósito Dml Setor Serviço Dimensões (em m²): 8 10 4 Vestiário Masculino 14 Vestiário Feminino 14 Dormitório Enfermeiros 15 Enfermaria 15 Sala Médico 21 Mobiliário Necessário: Prateleiras, armários Prateleiras Armários, tanque Vasos sanitários, pias, chuveiros, armários Vasos sanitários, pias, chuveiros, armários Cama, mesa, cadeira, armários Armários com separação dos medicamentos, mesa, cadeira, geladeira Mesa, cadeira, computador, maca, armários Banheiro: Vaso sanitário, pia 71 Sala Atendimentos Diversos 18 Sala de Fisioterapia 27 Cozinha 22 Depósito Cozinha Câmara Fria 8 6 Copa Funcionários 6 Espaço Para Funcionários 10 Lavanderia 18 Refeitório 77 Fonte: da Autora (2018) Mesa, cadeira, computador, maca, armários Banheiro: Vaso Sanitário, pia Mesa, cadeira, computador, maca, tatame Bancadas, fogão industrial, geladeira, frízer, mesa, cadeiras Armários, prateleiras Câmara fria Mesa, cadeiras, micro-ondas, geladeira, pia, fogão Mesa, cadeiras, sofás, tv Máquinas de lavar, de secar, passador Depósito: armários, prateleiras Mesas, cadeiras Tabela 6: Programa de Necessidades Setor Lazer Ambiente: Setor Lazer Dimensões (em m²): Espaço de Convivência 57 Capela Sala de Jogos Espaço de Convivência Externo Salão de Beleza Sala de Atividades Diversas 28 40 Mobiliário Necessário: Mesas, cadeiras, sofás, poltronas Cadeiras Mesas, cadeiras, armários Mesas, cadeiras, sofás 19 33 Cadeiras, bancadas, armários Armários, tatame Fonte: da Autora (2018) Tabela 7: Programa de Necessidades Setor Privado Ambiente: Setor Privado Dimensões (em m²): Quartos Individuais +/- 13 Quartos Coletivos +/- 30 Apartamentos Individuais +/- 40 Apartamentos Coletivos +/- 50 Mobiliário Necessário: Cama, sofá, armários, armários enfermaria Banheiro: Vaso sanitário, chuveiro, pia Camas, sofá, armários, armários enfermaria Banheiro: Vaso sanitário, chuveiro, pia Cozinha/Sala de Estar: Bancada, micro-ondas, geladeira, mesa, cadeiras, sofá, poltrona Quarto: cama, sofá, armário Banheiro: Vaso sanitário, chuveiros, pia Cozinha/Sala de Estar: Bancada, micro-ondas, 72 geladeira, mesa, cadeiras, sofá, poltrona Quartos: cama, sofá, armário Banheiro: Vaso sanitário, chuveiros, pia Fonte: da Autora (2018) 5.3 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA. O organograma do projeto, apresentado abaixo nas Figuras 93 e 94, expõe de forma hierárquica a ordem de importância e o tipo de ligação entre os compartimentos de cada setor. Figura 93: Organograma Pavimento Térreo Fonte: da Autora (2018) 73 Figura 94: Organograma Primeiro Pavimento Fonte: da Autora (2018) Figura 95: Fluxograma Pavimento Térreo Fonte: da Autora (2018) 74 Figura 96: Fluxograma Primeiro Pavimento Fonte: da Autora (2018) O fluxograma, apresentado anteriormente nas Figuras 95 e 96, se refere a um esquema que contém todos os compartimentos do projeto e demonstra a intensidade e natureza dos fluxos quanto da conexão entre os ambientes. 5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO. As Tabelas 8, 9 e 10, abaixo apresentadas, representam as três propostas de zoneamentos, que partiram de diversas análises, tanto do edifício existente quanto a relação climática e melhor posicionamento dos cômodos. 75 Tabela 8: Proposta de Zoneamento 01 Proposta de Zoneamento 01 A proposta 01 sugere que o edifício se desenvolva a partir de uma circulação central e principal. Se desenvolve também de forma a valorizar a formatação original do edifício, mantendo espaços, como a cozinha, em local que anteriormente também funcionava a cozinha, buscando a utilização consciente destes espaços, sem muitas mudanças. Manteve-se o acesso principal na porta principal, e acesso de funcionários pela parte traseira do edifício. Desta maneira, possibilitaria para a menor alteração dos ambientes. Em contrapartida, os ambientes de caráter privado, os quartos dos utentes, ficariam, em parte, localizados em uma posição solar não propicia ao bem-estar dos mesmos. Fonte: da Autora (2018) 76 Tabela 9: Proposta de Zoneamento 02 Proposta de Zoneamento 02 Esta segunda proposta também possui a ideia principal de manter a formatação original do edifício, sugerindo uma circulação central. A única diferença mais significativa, é o fato de possuir dois acessos principais, um para a região do setor administrativo e outra diretamente no setor de lazer dos idosos. Porém, nesta proposta, os ambientes de caráter privado, também estão localizados, em parte, em uma posição solar não propicia ao bem-estar dos mesmos. Fonte: da Autora (2018) 77 Tabela 10: Proposta de Zoneamento 03 Proposta de Zoneamento 03 A última proposta se diferencia completamente das demais. Nela a prioridade se altera, e leva-se em conta mais o bem-estar dos idosos do que a preservação dos espaços. O setor de serviço foi locado na região sul onde a posição solar é pior. O setor privado foi locado de modo que todos os quartos recebam insolação em sua melhor posição. O acesso principal se manteve na porta principal e o de serviço na região de trás do edifício. Nela, o edifício também se desenvolve a partir da circulação central. Fonte: da Autora (2018) Após analisar as três propostas de zoneamento, a escolhida para o desenvolvimento do projeto foi a de número 03 (três). Nela a prioridade se baseia na melhor localização dos cômodos para o maior bem-estar dos utentes. Mesmo desconsiderando a utilização dos antigos cômodos para a implantação dos novos, a 78 proposta selecionada se destaca, visando que os usuários serão idosos e como já fora citado anteriormente, o bem-estar destes, depende das condições na qual o ambiente que habitam, se encontra. Como proposta de ampliação, trago uma casa de chá, a qual poderá ser aberta ao público e onde os idosos, juntamente com auxiliares, poderão preparar os chás e se manterem ativos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após analise aos estudos sobre o tema, gerou-se uma proposta de Lar de Idosos visando a implantação em um edifício na cidade de Nova Bassano/RS. O projeto busca suprir a necessidade regional de uma instituição de longa permanência, levando em conta o conforto e bem-estar dos idosos que usufruirão do ambiente. 79 Bibliografia ALCÂNTARA , Adriana de Oliveira . Velhos Institucionalizados: Entre Abafos e Desabafos . 2003. 171 p. Dissertação (Mestrado em Gerontologia )- Faculdade de Educação , Universidade Estadual de Campinas , Campinas, 2003. 1. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/252871/1/Alcantara_Adriana deOliveira_M.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2018. ARAÚJO , Claudia Lysia de Oliveira ; SOUZA , Luciana Aparecida de ; FARO , Ana Cristina Mancussi e . Trajetória das Instituições de Longa Permanência para Idosos no Brasil . HERE , [S.l.], v. 2, n. 1, p. 250-262, mar. [2011 ]. 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Monografia (MBA Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos na Construção Civil )- USP , São Paulo, 2007. 1. 83 Anexos 84 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) IMPLANTAÇÃO E VOLUMETRIA Galinheiro Gruta Mesas P/ Piquenique Horta Área para atividades ao ar livre Academia Acesso Funcionários Bancos Para os Idosos e Visitantes da Casa de Chá Acesso Veículos Acesso Principal Implantação Esc.: 1/500 Sentido de Caimento do Telhado Inclinação: 15% VOLUMETRIA Lar de Idosos em Nova Bassano/RS Arquitetura e Urbanismo - IMED Trabalho de Conclusão de Curso I Aluna: Paloma Carollo Toscan Orientadora: Arq. Ms. Rafaela Simonato Citron 1/5 Junho/2018 PLANTAS BAIXAS (DEMOLIR/CONSTRUIR) Planta Baixa Pavimento Térreo Esc.: 1/250 Planta Baixa Primeiro Pavimento Esc.: 1/250 Lar de Idosos em Nova Bassano/RS CONSTRUIR DEMOLIR Arquitetura e Urbanismo - IMED Trabalho de Conclusão de Curso I Aluna: Paloma Carollo Toscan Orientadora: Arq. Ms. Rafaela Simonato Citron 2/5 Junho/2018 PLANTAS BAIXAS (PÓS ALTERAÇÕES) Planta Baixa Pavimento Térreo Esc.: 1/250 Planta Baixa Primeiro Pavimento Esc.: 1/250 Lar de Idosos em Nova Bassano/RS Administrativo Serviço Lazer Privado Arquitetura e Urbanismo - IMED Trabalho de Conclusão de Curso I Circulação Aluna: Paloma Carollo Toscan Orientadora: Arq. Ms. Rafaela Simonato Citron 3/5 Junho/2018 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) CORTES E SISTEMA CONSTRUTIVO Perfil Natural do Terreno Corte A-A Esc.: 1/350 Sistema Construtivo O edifício foi construído em fases, e em cada uma delas, foram edificadas de forma que as paredes externas são de caráter estrutural enquanto as internas, são comuns, de alvenaria. Não foi possível identificar pilares na edificação, portanto, eles devem estar ‘’escondidos’’ na alvenaria. É de fácil reconhecimento as vigas de concreto existentes no edifício. Fases Construtivas Vigas Fase 02 Fase 01 Fase 03 Parede Estrutural Parede Alvenaria Corte B-B Esc.: 1/150 Lar de Idosos em Nova Bassano/RS Arquitetura e Urbanismo - IMED Trabalho de Conclusão de Curso I Aluna: Paloma Carollo Toscan Orientadora: Arq. Ms. Rafaela Simonato Citron 5/5 Junho/2018