Desenhar - fragmento e montagem
2019, Montagens: nos espaços fílmico, expositivo e impresso (ISBN: 978-85-9578-107-8)
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Abstract
A montagem é uma operação mencionada com recorrência nas reflexões sobre cinema, literatura e fotografia, mas pouco presente quando se discute desenho. Apesar disso, a montagem lhe é fundamental. No desenho, elaboram-se as partes simultaneamente à sua disposição no campo compositivo. A produção (que entendo como reprodução, explicarei adiante) dos fragmentos ocorre ao mesmo tempo em que eles são dispostos e articulados entre si. Nessa forma de edição, as marcas das emendas confundem-se com a própria estrutura das partes. Partes formadas pela aproximação (ou distância) que mantêm entre si. Tal dificuldade de identificação trata menos do resultado de uma intenção dissimulante do que de uma derivação da própria natureza promíscua do meio gráfico.
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Trama Interdisciplinar, 2024
Este artigo apresenta o processo de construção de uma história em quadrinhos que narra um acontecimento histórico na cidade de Cerquilho, interior de São Paulo, utilizando conceitos de montagem cinematográfica. O projeto leva em consideração a premissa de que a rememoração presume uma montagem mental e de que a história é a partilha de memórias que foram definidas como dignas de serem registradas. A partir de registros textuais e fotográficos e da percepção e memória de um dos autores, a pesquisa levantou a hipótese de que a montagem de diferentes tipos de registros em uma linha do tempo poderia acrescentar diferentes pontos de vista à história oficial. Para isso, foram definidos e apresentados conceitos de memória e rememoração e de montagem, bem como o processo construtivo da história em quadrinhos.
2017
These reflections came from the questioning of the research and its deployment as an academic writing with the production of photographs and textual and imaging narratives. This work came from the experimentation with the researches, where the image productions and written imaging narratives was developed through texts production workshops and photographs from the discussion about the relationship between words and images.The workshop happened in four stages, with written letters, which were photographed and cut, generating new textual constructs. The technique of cutup was the reference to propose the textimage as a fragment to form new writtenimage. Foucault and Deleuze indicated support for thinking the lines of visibility and the similitude relations operating between words and images. Also the operation essay, suggested by Jorge Larossa and Adorno, where thinking, writing and living create reciprocal links. Such experimentation led the boundaries between images and words, creat...
O Mosaico, 2009
RESUMO: O artigo reflete sobre o ensino e a prática do desenho a partir de uma pesquisa exploratória, realizada no final da década de 1990, na Faculdade de Artes do Paraná e, também, de relatos sob o ponto de vista do aluno, transformados em diários entre 2003 e 2009. Este trabalho foi motivado pelas discussões sobre o processo criativo e desenho, durante encontros de orientação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da FAP. Na seqüência, identificou-se a crítica genética como possibilidade de pesquisa e de contribuição para uma cartografia dos processos de criação. O desenho pode ser entendido enquanto processo de criação e de comunicação da arte e, além de ampliar o campo de investigação, sugere uma metalinguagem. PALAVRAS-CHAVE: ensino e prática de desenho, processo criativo, crítica genética, comunicação REGISTROS: DIÁRIOS E DESENHOS Recordações da primeira aula de desenho, desenho de observação de estruturas de sólidos geométricos, ficaram marcadas pela presença de uma maioria de alunos que executava primorosamente seu trabalho sem auxílio de réguas. No entanto, observou Sejanes (2009) em suas anotações, além da maneira correta de segurar o lápis, a primeira lição tratou de distinguir pessoas e habilidades, ou seja, confirmou a existência necessária de uma técnica de desenho que se impôs desde a primeira tentativa. Pelos idos de 2003, a
2006
No Verão passado, no templo de Philae, em Assuão, no Egipto onde, estando eu rabiscando num pequeno bloco de desenho, um polícia (que não falava inglês) veio ter comigo, e autoritariamente me gesticulou que não podia desenhar. Espantado, por gestos perguntei-lhe se podia fotografar a que ele acenou afirmativamente. Perguntei-lhe ainda se podia filmar e a resposta foi idêntica. Como confirmação perguntei-lhe se não podia desenhar e ele confirmou-me: não podia! Grande homem este que tão bem conhece a distinção entre perceber o mundo através do desenho e "percebê-lo" através da fotografia! Excelente professor de desenho! Esqueci-me de lhe perguntar se podia pintar mas presumo que a resposta fosse sim Porque não podia desenhar? O que preocupava o guarda não era o (meu) desenho, mas sim o que eu poderia estar a fazer com o desenho; o que o preocupava era aquilo que o desenho possibilita, as possibilidades e competências do desenho! Não era por estar a fazer uma simples representação (a fotografia faria melhor e mais depressa) nem por estar a utilizar uma "técnica artística"; mas por poder estar a fazer alguma coisa que, quer a foto, quer o vídeo, quer a pintura, não podiam fazer. Por estar ali, naquele sítio, a "maquinar" alguma coisa!... Não era por utilizar o desenho como um fim (a produção de uma imagem, uma "representação óptica", perceptiva) mas como um meio (de perceber: para além da aparência do espaço, a sua estrutura, a sua ordenação, a sua implantação, a sua planta, de poder anotar as movimentações dos guardas, os seus equipamentos, de poder registar os pontos fracos, no fundo de poder estar a esquematizar um plano de ataque!). 1 1 Já Francisco de Holanda, no livro Da ciência do desenho refere "…de que vem dizer também que os imperadores na guerra que têm desenho de ir assentar seu campo em tal província, ou em combater com seu exército tal cidade, ou de fazer tal fortaleza, muito antes que o façam, tendo feito já o desenho na deliberação secreta do entendimento" pág. 21
Rua, 2022
Resumo: O presente artigo visa realizar uma leitura da construção de uma imagem da cidade por meio do fotolivro Paranoia, de Roberto Piva e Wesley Duke Lee. No estudo são articuladas questões inerentes ao objeto fotolivro, a afinidade com a produção surrealista da representação, a questão do acaso objetivo e a busca pelo Maravilhoso, assim como, a articulação entre imagem fotográfica e imagem poética, questão de acentuada importância em Paranoia. A leitura é apresentada através da unidade significante do poema Visão de São Paulo à noite, Poema Antropófago sob Narcótico e mostra um olhar particular sobre a cidade, construída por meio da experiência e com interdependência entre fotografia e poesia.
ESAD -Escola Superior de Artes e Design ESG -Escola Superior Galleacia O signo grafado é a unidade de um discurso sistematizado, traduzido na percepção e aquisição de um processo de desenho específico, operacionalizado nos diferentes modos e suportes de inscrição. A escrita enquanto desenho tem uma dimensão concreta, materializada, pensada e definida na respectiva sequência e organização do traçado dos diferentes signos. O desenho encontra-se na fundação da prática gráfica. A correspondência entre desenho e escrita atinge o seu expoente na arte caligráfica, uma vez que o resultado final da acção entre escrevente e instrumento de escrita, tem como principal objectivo a excelência gráfica. O cálamo, a pena e o estilete, eram os instrumentos utilizados para o desenho das letras. A matéria subjectiva mais comum era o papiro, tábuas enceradas, cerâmica e lâminas em metal. Reportamo-nos aos escribas da Idade Média e, particularmente, aos da Renascença, na época em que se estudavam e propunham diferentes formas de escrita-desenho. Na Renascença, a compreensão do desenho como ferramenta específica da grafia e da arte caligráfica, atingiu o auge, assistindo-se ao aparecimento de formas de grafias mais livres que a dos séculos seguintes, durante os quais se foi verificando uma institucionalização ao nível dos seus parâmetros formais. Na actualidade, a escrita grafada manualmente não se rege por qualquer padrão gráfico ou cânone artístico. O sentido da visão
Texto escrito a partir da conferência realizada na Universidade de Évora, no 1º Colóquio Desenho e Imaginação.
Encontros estudioum II, 2012
Conferência "Pensar pelo Desenho. Do esquisso à obra"
2018
Podemos definir o desenho como um processo pelo qual uma superficie e marcada aplicando-se sobre ela a pressao de um objeto – lapis, caneta, giz, que se transforma numa imagem formada por tracos. O mundo dos tracos e das cores marca presenca junto a infância com encantamento, motivando o desejo da descoberta, pois e carregado de significados e reflete o retrato da crianca. O desenho infantil estabelece uma relacao entre a crianca e sua expressividade, que possui seu proprio estilo de representacao grafica bem como sua propria maneira de expressao. O desenho como linguagem tambem se constitui um instrumento do conhecimento e leva a crianca a percorrer novos caminhos e apropriar-se do mundo. A crianca que desenha estabelece relacoes do seu mundo interior com o exterior, adquirindo e reformulando conceitos e aprimora suas capacidades, envolvendo-se afetivamente e operando mentalmente. Ela externaliza sentimentos e expressa pensamentos. Read (2001) afirma que o desenho e um modo de exp...
Paisagem e Ambiente
Este texto compreende o segundo capítulo da tese de doutorado: "Paisagens temáticas: Ambiente virtual" (Pellegrino, Paulo, FAUUSP, 1995). Esta tese parte da visão da paisagem como estrutura de linguagem e de percepção ambiental como uma alternativa para a produção da interpretação do espaço geradora de conhecimento. Este capítulo faz parte de um levantamento de dados secundário para posterior análise e interpretação do processo de transformação de um conjunto específico de paisagens no setor oeste da região metropolitana de São Paulo