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Comunicação comunitária pelas ondas do rádio

2015, PRÁTICAS E SABERES DE EXTENSÃO

O artigo faz análise das abordagens dos problemas locais presentes na comunicação radiofônica, por meio de uma prática extensionista realizada no município de Blumenau/SC, a partir do projeto Informação e Cidadania (FURB). A principal atividade é desenvolver programetes radiofônicos de cunho educativo e cidadão focados nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), definidos pela ONU (Organizações das Nações Unidas), no ano 2000. Esta pesquisa se classificou como exploratória, analítica e interpretativa dos conteúdos. A partir dos resultados alcançados percebeu-se a falta de articulação dos problemas locais nos trabalhos realizados. Esta realidade conduziu para uma reflexão metodológica sobre as atividades realizadas no projeto e a necessidade de mais inserção da realidade local nas abordagens da pauta dos programetes radiofônicos realizados.

COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA PELAS ONDAS DO RÁDIO Rafael Jose Bona ŽƵƚŽƌĂŶĚŽĞŵŽŵƵŶŝĐĂĕĆŽĞ>ŝŶŐƵĂŐĞŶƐƉĞůĂhŶŝǀĞƌƐŝĚĂĚĞdƵŝƵƟĚŽWĂraná (UTP). Graduado em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda (Furb). Docente do Departamento de Comunicação, da Universidade Regional de Blumenau (Furb), e do Ceciesa-CTL, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Coordenador do Projeto de Extensão Informação e Cidadania ;&hZͿ͘ ƐƚĞ ƚĞdžƚŽ Ġ Ƶŵ ĂƌƟŐŽ ĚŽ ĂƵƚŽƌ͕ ƌĞǀŝƐĂĚŽ Ğ ĂƚƵĂůŝnjĂĚŽ͕ ƉƵďůŝĐĂĚŽ nos Anais do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (2013), realizado em Manaus/AM.– bona.professor@gmail.com RESUMO: KĂƌƟŐŽĨĂnjĂŶĄůŝƐĞĚĂƐĂďŽƌĚĂŐĞŶƐĚŽƐƉƌŽďůĞŵĂƐůŽĐĂŝƐƉƌĞƐĞŶƚĞƐŶĂĐŽŵƵŶŝĐĂĕĆŽƌĂĚŝŽĨƀŶŝĐĂ͕ƉŽƌŵĞŝŽĚĞƵŵĂƉƌĄƟĐĂĞdžƚĞŶƐŝŽŶŝƐƚĂƌĞĂůŝnjĂĚĂŶŽŵƵŶŝĐşƉŝŽĚĞůƵŵĞŶĂƵ ʹ^͕ĂƉĂƌƟƌĚŽƉƌŽũĞƚŽ/ŶĨŽƌŵĂĕĆŽĞŝĚĂĚĂŶŝĂ;&ƵƌďͿ͘ƉƌŝŶĐŝƉĂůĂƟǀŝĚĂĚĞĠĚĞƐĞŶǀŽůǀĞƌ ƉƌŽŐƌĂŵĞƚĞƐƌĂĚŝŽĨƀŶŝĐŽƐĚĞĐƵŶŚŽĞĚƵĐĂƟǀŽĞĐŝĚĂĚĆŽĨŽĐĂĚŽƐŶŽƐKďũĞƟǀŽƐĚŽĞƐĞŶǀŽůǀŝŵĞŶƚŽĚŽDŝůġŶŝŽ;KDͿ͕ĚĞĮŶŝĚŽƐƉĞůĂKEh;KƌŐĂŶŝnjĂĕƁĞƐĚĂƐEĂĕƁĞƐhŶŝĚĂƐͿ͕ŶŽĂŶŽ ϮϬϬϬ͘ƐƚĂƉĞƐƋƵŝƐĂƐĞĐůĂƐƐŝĮĐŽƵĐŽŵŽĞdžƉůŽƌĂƚſƌŝĂ͕ĂŶĂůşƟĐĂĞŝŶƚĞƌƉƌĞƚĂƟǀĂĚŽƐĐŽŶƚĞƷĚŽƐ͘ƉĂƌƟƌĚŽƐƌĞƐƵůƚĂĚŽƐĂůĐĂŶĕĂĚŽƐ͕ƉĞƌĐĞďĞƵͲƐĞĂĨĂůƚĂĚĞĂƌƟĐƵůĂção dos problemas ůŽĐĂŝƐŶŽƐƚƌĂďĂůŚŽƐƌĞĂůŝnjĂĚŽƐ͘ƐƚĂƌĞĂůŝĚĂĚĞĐŽŶĚƵnjŝƵƉĂƌĂƵŵĂƌĞĨůĞdžĆŽŵĞƚŽĚŽůſŐŝĐĂ sobre as atividades realizadas no projeto e a necessidade de mais inserção da realidade local nas abordagens da pauta dos programetes radiofônicos realizados. Palavras-chave: Comunicação; Cidadania; Mídia Regional; Rádio. 1 INTRODUÇÃO A comunicação midiática tem passado por intenso processo de hibridização, principalmente nos últimos anos, em que a interatividade dos dispositivos técnicos começou a se tornar cada vez mais de fácil acesso por parte da população em geral. Isso pode ser observado na quantidade de aparelhos de televisão que são vendidos diariamente e também se encontram na maioria dos lares brasileiros e do mundo, assim como os aparelhos de telefonia móvel, nos quais se pode assistir a programas –‡Ž‡˜‹•‹˜‘•ǡƒϐ‹Ž‡•ǡ‘—˜‹””ž†‹‘ǡ‡–”‡—‹–ƒ•‘—–”ƒ• ‘‹•ƒ•Ǥ A comunicação continua uma constante palavra conceitualmente ambígua. É por meio dos dispositivos técnicos que circulam os discur- 202 Rafael Jose Bona sos da sociedade, dos quais variados públicos (amplos e heterogêneos) conseguem ter o contato com as vozes que compõem os paradigmas da comunicação. Os efeitos dos meios de comunicação atingem um público amplo, que é tocado por muitas vozes e referências devido aos hibridismos midiáticos. A comunicação é uma experiência antropológica, pelo fato de não haver vida social sem ela (SODRÉ, 2012). As primeiras pesquisas realizadas no âmbito da comunicação, segundo Sodré (2012), foram sempre desvendar a extensão dos discursos midiáticos sobre as diversas populações. A televisão, o rádio, a informática etc. sempre foram percebidos como “uma aproximação ao ideal de comunhão da diversidade ética e cultural do planeta” (SODRÉ, 2012, p. 19). Esses meios comunicacionais, da mesma forma, também foram adaptados aos seus contextos, sejam eles locais ou regionais, para que pudessem atingir a população de acordo com uma linguagem padrão e entendível para o seu público. Foi dentro desse contexto que surgiu este estudo, o qual teve como objetivo analisar a abordagem dos problemas locais na linguagem radiofônica por meio dos programetes de extensão: Informação e Cidadania. O foco dos temas abordados trata, principalmente, dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM, que se referem aos oito Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) como meta para a humanidade acabar com os problemas sociais no mundo, até o ano de 2015, estabelecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas), no ano 2000. Esses objetivos da ONU estão implícitos em várias áreas do saber como a do Serviço Social, da Antropologia, da Sociologia, da Comunicação Social etc. O projeto Informação e Cidadania faz parte do Programa de Extensão: Comunicação e Comunidade. O programa possui três projetos de extensão inter-relacionados: Plug In (programa de televisão), Comunicação para o Desenvolvimento Social (campanhas publicitárias para ONGs), e Informação e Cidadania (programetes radiofônicos de cunho educativo e cidadão). Os projetos são realizados na região do Vale do Itajaí, no município de Blumenau – SC, por intermédio do Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, da Furb (Universidade Regional de Blumenau). A prática extensionista para os alunos da área da comunicação social se torna importante no processo de aprendizado. Em relação a isso, Soares (2011, p. 10) argumenta que: “os meios de comunicação e Práticas e Saberes de Extensão Volume II especialmente o rádio, devido à sua popularidade, podem ser elementos importantes para o crescimento da consciência crítica do educando na medida em que o conteúdo difundido torna-se objeto de estudo, de análise e de discussão”. 2 O RÁDIO E A COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA O dialogismo acerca dos temas comunicação e comunidade é prolongado por um caminho teórico extenso. Para Medeiros (2012a, p. 13) “alguns passos já estão sendo dados em direção à perspectiva de entrelaçar alguns dos seus principais fundamentos: o vínculo comunitário, que pressupõe uma relação aberta à pura experiência, e a possibilidade de convivência entre os indivíduos […]”. Os meios de comunicação preparam o “cidadão para o exercício da cidadania, usufruindo o direito à comunicação por meio da sua inserção organizada e coletiva na esfera pública de comunicação, bem como o incentivo a uma relação crítica com as mensagens midiáticas” (ALMEIDA; ANDRELO, 2011, p. 26). Ao se referir à comunicação comunitária, Rodrigues (2012, p. 3) ƒϐ‹”ƒ“—‡‡ŽƒDz†‡•–ƒ ƒƒ˜‹†ƒŽ‘ ƒŽ†ƒ• ‘—‹†ƒ†‡•‡ ‘ƒ —Ž–—”ƒ globalizada, difundida pelos grandes meios. Evidencia-se um processo de inclusão dos membros da comunidade. A ênfase é para aspectos da vida quotidiana das pessoas”. Existe vasta discussão sobre nomenclaturas e conceitos em relação ao termo: “comunicação comunitária”. Muitos teóricos discorrem sobre o que é ser “comunidade” pelo fato de haver uma constante atualização do termo. E, dentro deste processo comunicacional de atualização, “a mobilização social fez surgir um novo tipo de comunicação comunitária, inerente a organizações e movimentos populares, que propiciou inúmeros estudos no Brasil e em vários outros países da América Latina” (PERUZZO, 2005, p. 72). A autora ainda ressalta que, a partir dos anos 1980, criou-se um acervo de diversas publicações teóricas sobre comunicação comunitária. Para Rodrigues (2012, p. 4), “a comunicação comunitária é apresentada como uma alternativa de comunicação que privilegia os anseios populares no que tange aos aspectos sociais da vida cultural e econômica da comunidade”. 203 204 Rafael Jose Bona ’”‘’‘•–ƒƒ“—‹‡š’‘•–ƒ ‘˜‡”•ƒ•‘„”‡ƒ–‡‘”‹œƒ­ ‘‘—†‡ϐ‹‹­ ‘ da comunicação comunitária. A pretensão é de apenas expor ou argumentar sobre os termos dentro do contexto radiofônico. O propósito é argumentar acerca da comunicação comunitária regional e suas possibilidades dentro da realidade midiática no município de Blumenau. Sobre as mídias locais, Peruzzo (2003, p. 2), em outro momento, diz que: ȏǥȐƒ•À†‹ƒ• ‘—‹–ž”‹ƒ‡Ž‘ ƒŽ•‡ ‘ϐ‹‰—”ƒ‡†—ƒ•˜‡”–‡–‡•ǡ ƒ†ƒ—ƒ ‘•—ƒ•‡•’‡ ‹ϐ‹ ‹†ƒ†‡•ǡƒ•“—‡ǡ‡ƒŽ‰—• ƒsos, se encontram no que diz respeito a conteúdos transmitidos. Porém, a tendência maior é que a mídia local se ocupe de assuntos mais gerais (das vias públicas, tragédias, violência urbana, –”žϐ‹ ‘†‡†”‘‰ƒ•ǡ’‘ŽÀ–‹ ƒŽ‘ ƒŽǡ•‡”˜‹­‘•’ï„Ž‹ ‘•ǡ’”‘„Ž‡ƒ•†ƒ cidade, culinária regional etc.), enquanto os meios comunitários trabalham principalmente com pautas de interesse mais espeÀϐ‹ ‘ †‡ •‡‰‡–‘• •‘ ‹ƒ‹• ȋƒ••—–‘• †‘• „ƒ‹””‘•ǡ †‘ –”ƒ„ƒŽŠ‘ǡ dos movimentos sociais, questões de violência, esclarecimentos quanto aos perigos relacionados às drogas e outras problemáticas de segmentos sociais excluídos). O primeiro tipo de mídia visa mais a transmissão da informação e o segundo a mobilização social e a educação informal. Devido ao ritmo acelerado das mídias que ocupavam cada vez mais os lares das pessoas, no início do século XX, os pesquisadores começaram a observar esses meios de comunicação como uma poderosa ferramenta social. “O jornal, o rádio e o cinema permitiam a uma mesma mensagem ser captada por milhões de pessoas ao mesmo tempo” (MARTINO, 2009). Com esses apontamentos, pode-se perceber que desde o início as mídias já eram avaliadas como ferramenta com certo poder político e, ao mesmo tempo, poderia trabalhar em prol da comunidade e tendo suas peculiaridades em cada segmento midiático e focando também a questão regional/local. O processo de globalização começou a ser condicionado nos anos 1980, momento este em que as mídias cresciam a todo o vapor em vários pontos do planeta. É nesse momento também que surgem os movimentos para a valorização da cultura local e regional com a produção e veiculação de informações e de produtos culturais. Os autores Santos, Licht e Gil (2005), dentro dessa realidade, comentam que o processo da Práticas e Saberes de Extensão Volume II regionalização, dentro do contexto da globalização, tornou-se cada vez mais segmentado. As mídias regionais abrem espaço para diversas manifestações culturais locais e promovem a cidadania e o fortalecimento dos laços comunitários. Rodrigues (2012, p. 5) diz que, “no aspecto alternativo da comunicação, um dos principais meios que representa a democratização da informação e a difusão das culturas populares é o rádio, o que pode ser atribuído às características desse meio de comunicação […]”. Para Zuculoto (2005), que discorre acerca da teoria do rádio, a partir de Brecht1, quando a comunicação radiofônica era apenas uma nova tecnologia que se inseria na sociedade, o rádio já era vislumbrado por Brecht como um meio potencial, com recursos e características que mais tarde iriam ser evidenciados. “O rádio continua a ter potencial para ser o veículo mais popular e de maior alcance de público. E permanece sendo o de maior imediatismo, instantaneidade de transmissão” (ZUCULOTO, 2005, p. 7). Segundo Rodrigues (2012, p. 1): É comum a observação de espaços comunitários que utilizam o rádio como um meio de mobilização social. Muitos começam com simples sistemas de alto-falantes e outros buscam melhores estruturas técnicas para garantir a comunicação alternativa. Em geral, o rádio serve para expressão da cultura, divulgação de notícias, articulação de reuniões, avisos, homenagens, dentre outras funções de utilidade pública no espaço comunitário. Esch (2001) argumenta que, de toda a evolução tecnológica vivida pelo rádio nos últimos anos, levando-se em conta o crescimento acelerado das emissoras radiofônicas e seu poder de penetração nas últimas décadas, ainda não perdeu sua personalidade. No texto de Esch, escrito em 2001, pode-se perceber que houve grande evolução do rádio enquanto meio de comunicação (haja vista que tivemos uma grande proliferação da rádio digital por meio da internet daquele ano para cá). Porém, o autor diz que apesar da evolução e transformações que esse meio passará na sociedade do futuro, o seu poder de “personalidade” nunca será perdido. Quando se trata em personalidade, o autor se refe”‡“—‡ƒ ‘—‹ ƒ­ ‘”ƒ†‹‘ˆØ‹ ƒ•‡ϐ‹”ƒ ‘‘•‘Ž‹†ž”‹ƒ‡ƒˆ‡–‹˜ƒȋ‘ papel do seu locutor). 1 WĞƐƋƵŝƐĂĚŽƌƉŝŽŶĞŝƌŽŶĂƐƚĞŽƌŝĂƐĚŽƌĄĚŝŽ;ĐŽŵĂƌƟŐŽƐĞƐĐƌŝƚŽƐŶŽĮŶĂůĚŽƐĂŶŽƐϭϵϮϬĞ início dos anos 1930). 205 Rafael Jose Bona 206 O rádio, portanto, sempre teve seu papel social dentro da comunicação desde os seus primórdios e, mesmo com o advento da internet, ele ainda mantém suas peculiaridades e sua função de informar o público das mais diversas classes sociais. Ao se tratar da cidade de Blumenau/ SC, local no qual acontece o projeto que é o objeto deste estudo, Reis e Petters (2008) observam que desde o pioneirismo da radiodifusão na ‹†ƒ†‡ȋϐ‹ƒŽ†ƒ†± ƒ†ƒ†‡ͳͻ͵ͲȌˆ‡œ ‘“—‡–‘†ƒƒ ‘—‹†ƒ†‡–‹˜‡••‡ o contato com os fatos, acontecimentos e ideias de diversas regiões do Brasil. Isso “gerou uma maior integração de informações; estabeleceu apoio a causas comunitárias, mobilizando a sociedade e os órgãos pú„Ž‹ ‘•Ǣ ‡ ƒŒ—†‘— ƒ Ǯ†‹˜—Ž‰ƒ”ǯ Ž—‡ƒ— ’ƒ”ƒ ‘• ƒ–ƒ”‹‡•‡•ǡ ƒ–”ƒ‹†‘ moradores e novos negócios” (REIS; PETTERS, 2008, p. 102). É possível perceber com os resultados da pesquisa dos autores, que a comunidade local sempre teve a aceitação do rádio enquanto meio propagador da informação e da cidadania, e foi dentro deste contexto que nasceu o projeto de extensão na universidade (Furb) que tem nas suas diretrizes a promoção do desenvolvimento socioeconômico sustentável com intensa inserção comunitária. 3 O PROJETO INFORMAÇÃO E CIDADANIA O projeto Informação e Cidadania, integrante do programa de Extensão Comunicação e Comunidade (Furb), está em execução desde o ano de 2011. Se refere a uma atividade na qual assegura a integração da Universidade com a comunidade local. A proposta consiste na execução de programetes radiofônicos educativos que são produzidos pelos bolsistas e estudantes voluntários do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda2 da Furb, orientados por um professor. Semanalmente eles se reúnem para discutir, confeccionar roteiros e produzir programetes de trinta segundos a um minuto de duração, de cunho cidadão com foco nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Soa”‡•ȋʹͲͳͳǡ’Ǥͳ͵Ȍ†‹œ“—‡ǡ‡•‘’‡”ƒ–‡†‘•†‹˜‡”•‹ϐ‹ ƒ†‘•‡˜ƒ”‹ƒ†‘• aparatos tecnológicos e ao acesso à informação, “o professor continua desempenhando papel fundamental no processo ensino-aprendizagem, 2 ƐƐĂĂƟǀŝĚĂĚĞĚĞĞdžƚĞŶƐĆŽƐĞĚĄĂƉĂƌƟƌĚĂƐĚŝƐĐŝƉůŝŶĂƐĚĞZĞĚĂĕĆŽWƵďůŝĐŝƚĄƌŝĂ//ʹƵĚŝŽǀŝƐƵĂůĞWƌŽĚƵĕĆŽWƵďůŝĐŝƚĄƌŝĂĞŵZĄĚŝŽ͘KƵƚƌŽƐĐƵƌƐŽƐƚĂŵďĠŵĞƐƟǀĞƌĂŵƉƌĞƐĞŶƚĞƐ ĂƚƵĂŶĚŽĐŽŵŽƉĂƌĐĞŝƌŽƐĚŽƉƌŽũĞƚŽ͕ĂƉĂƌƟƌĚĂĚŝƐĐŝƉůŝŶĂŽŵƵŶŝĐĂĕĆŽĞ^ŽĐŝĞĚĂĚĞ͕ƋƵĞ foram: Administração, Ciências Contábeis, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Educação Física. Práticas e Saberes de Extensão Volume II pois informação não é, necessariamente, sinônimo de saber.” O professor, neste projeto, se torna o condutor deste processo educacional. Reis (2008, p. 53) diz que programetes também podem ser chamados de microprogramas. “É um formato de anúncio que se veicula ao vivo ou gravado e que se integra à programação da emissora como um espaço autônomo”. Eles são veiculados intercaladamente durante a programação radiofônica. Geralmente, debate um assunto em questão e podem ser entrevistadas pessoas relacionadas ao tema que está sendo abordado. Os Objetivos do Desenvolvimento Milênio foram instituídos no ano 2000, quando a ONU (Organização das Nações Unidas), a partir dos “considerados” maiores problemas sociais do mundo, estabeleceu a categorização de oito objetivos que no Brasil é conhecido também como 8 Jeitos de Mudar o Mundo (OBJETIVOS DO MILÊNIO, 2013). A meta é que, até 2015, todos os países sejam atingidos pelos ODM. Para melhor ˜‹•—ƒŽ‹œƒ­ ‘ǡƒϐ‹‰—”ƒƒ•‡‰—‹”ǡ‡š’Ù‡‘•‘„Œ‡–‹˜‘•ǣ Figura 1:KďũĞƟǀŽƐĚŽĞƐĞŶǀŽůǀŝŵĞŶƚŽĚŽDŝůġŶŝŽ;KDͿ Fonte: PNUD (2013) 207 208 Rafael Jose Bona É dentro destes oito objetivos que o projeto Informação e Cidadania se alicerça. E ao se pensar no meio rádio dentro dos Cursos de Publicidade e Propaganda, em geral, os autores Maciel et al. (2012) argumentam que há um esforço por parte dos que lecionam disciplinas voltadas para este meio, haja vista que apesar de haver inovações neste âmbito, é preciso se desfazer o equívoco que a comunicação radiofônica se trata de algo ultrapassado. O estudante de Publicidade e Propaganda geralmente está conectado às mais diversas mídias e, a partir de observações empíricas, é notório o desinteresse por grande parcela deles quando se trata deste veículo de comunicação. Para Maciel et al. (2012, p. 5), A apresentação em sala de aula de informações atuais sobre o rádio, bem como o exercício da sua instantaneidade, é uma forma de romper com a desinformação geradora de preconceitos, de gerar sua aproximação com os estudantes e de chamar atenção para um veículo que é considerado o “primo pobre” no mundo publicitário. O projeto Informação e Cidadania faz com que os estudantes se tornem membros ativos deste processo. Ao discorrer sobre os membros de uma comunidade e a extensão universitária, Marra (2012) diz que [...] ocorre, na realidade, uma troca de conhecimentos, em que a universidade também aprende com a própria comunidade sobre os valores e a cultura dessa comunidade. Assim, a universidade pode planejar e executar as atividades de extensão, respeitando e não violando esses valores e cultura. A universidade, através da š–‡• ‘ǡ‹ϐŽ—² ‹ƒ‡–ƒ„±±‹ϐŽ—‡ ‹ƒ†ƒ’‡Žƒ ‘—‹†ƒ†‡ǡ ou seja, possibilita uma troca de valores entre a universidade e o meio. (MARRA, 2012, p. 42) O trabalho dos estudantes realizado na Furb faz com que aprendam a colocar em prática os ensinamentos da sala de aula. Neste caso, eles são também participantes desta ação comunitária. Essa realidade se insere no contexto exposto por Peruzzo (2002) quando diz que o processo de interação das pessoas na produção e transmissão das mensagens dentro de algo com objetivos para a comunicação comunitária, Práticas e Saberes de Extensão Volume II acabam se tornando sujeitos capazes de realizar algo em que todas elas estão acostumadas a receber pronto e acabam se tornando protagonistas da comunicação, e não somente como receptoras das mensagens. Peruzzo (2003, p. 2), em outro momento, ao referir-se sobre o ”‡• ‹‡–‘ †ƒ À†‹ƒ Ž‘ ƒŽǡ †‹œ “—‡ ‹••‘ •‡ Dz†‡˜‡ • ‘†‹ϐ‹ ƒ­Ù‡• ‘ cenário dos meios de comunicação, motivadas pela valorização do local, tanto enquanto ambiente de ação político-comunicativa cotidiana, como pela oportunidade mercadológica que ele representa.” E é poss혇Ž ‘•–ƒ–ƒ”‡’‹”‹ ƒ‡–‡‡••ƒ‘†‹ϐ‹ ƒ­ ‘•‘„”‡ƒÀ†‹ƒŽ‘ ƒŽ’‘” parte dos estudantes da Furb, que já apontam para os meios de comunicação da região como uma forte oportunidade empregatícia, não precisando migrar para grandes centros como São Paulo ou Rio de Janeiro. Deliberador e Lopes (2011) analisam a mídia no processo educativo com foco na promoção e no desenvolvimento de práticas cidadãs a partir do rádio3. Os autores argumentam a importância da participação dos estudantes na elaboração de conteúdos veiculados nos programas produzidos no qual se projeta “um olhar crítico da mídia a partir da participação nos fazer comunicativo, contribuindo para a valorização enquanto sujeito ativo” (p. 98). A operacionalização do projeto Informação e Cidadania acontece em três etapas e momentos distintos. A primeira etapa consiste na reunião do professor, bolsistas e alunos voluntários no qual são discutidos acerca das pautas dos programetes que serão produzidos. A pauta é direcionada aos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Em seguida, parte-se para a segunda etapa, que é a produção dos programetes radiofônicos no Laboratório de Rádio da Furb. Esses programetes são avaliados e discutidos com os alunos. A terceira etapa consiste no envio do material produzido para a rádio Furb FM e diversas rádios comunitárias da cidade de Blumenau. Nelas o material é veiculado semanalmente em horários alternados durante a programação. De acordo com observação empírica pode-se perceber cada vez mais a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão no curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da Furb (em determinados momentos, acadêmicos de outros cursos também participaram do projeto interdisciplinarmente). O projeto (e o programa de 3 ƉĂƌƟƌĚĂĂŶĄůŝƐĞĚĞŽĮĐŝŶĂƐĚĞƌĄĚŝŽĞƉƌŽŵŽĕĆŽĚĞĐŽŶƚĞƷĚŽƉŽƌĞƐƚƵĚĂŶƚĞƐĚĞƵŵĂ escola no interior do Paraná, em 2008. 209 210 Rafael Jose Bona extensão como um todo) auxilia na formação dos estudantes, no desenvolvimento de peças radiofônicas com foco social, e auxiliam a comunidade local nas questões sociais propagando a informação e a cidadania. Esses dados já foram expostos em Zucco, Bona e Moretti (2011). Desde a concepção do programa de extensão também já havia sido discutida a possibilidade da interação, cada vez maior, com as disciplinas do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda. Isso já foi abordado em Bona, Zucco e Deschamps (2013) que versam sobre uma abordagem em relação à interação dos projetos extensionistas com uma determinada disciplina do curso (Técnicas de Relações Públicas em Publicidade e Propaganda) e a Gincana Acadêmica Rinha. 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE •–ƒ ’‡•“—‹•ƒ •‡ Žƒ••‹ϐ‹ ‘— ‘‘ ‡š’Ž‘”ƒ–×”‹ƒǡ ‹–‡”’”‡–ƒ–‹˜ƒ ‡ analítica dos conteúdos na qual se fez uma observação direta intensiva. Ela foi dividida em duas etapas. Aprimeira se deu com a pesquisa bi„Ž‹‘‰”žϐ‹ ƒ‡†‘ —‡–ƒŽǡ“—‡ǡ•‡‰—†‘‡†‡‹”‘•ȋʹͲͳʹ„Ȍǡ”‡ˆ‡”‡Ǧ•‡ƒ‘ ”‡ ‘ŽŠ‹‡–‘ †‡ „‹„Ž‹‘‰”ƒϐ‹ƒ ‡ †ƒ†‘• ’‡”–‹‡–‡• ƒ‘ ’”‡•‡–‡ ‡•–—†‘Ǥ A segunda etapa foi a respeito da análise dos programetes em que eles foram ouvidos e decupados, assim como foi realizada a análise dos respectivos roteiros de rádio. Baseado em dois estudos já abordados (ZUCCO; BONA; MORETTI, 2011; BONA;, ZUCCO; DESCHAMPS, 2013), a análise foi focada na observação dos problemas locais já trabalhados nos programetes radiofônicos, nos anos de 2011 e 2012. Isso é importante para que se possa dar uma continuidade mais elaborada e crítica nos conteúdos que são executados e trabalhados no projeto. Para melhor visualização do leitor, foi tecido o quadro a seguir, no qual consta a relação dos 8 ODM, a quantidade de abordagem daquele tema em questão nos programetes e a relação com a comunidade local/ foco em temas regionais. Práticas e Saberes de Extensão Volume II Quadro 1: Análise dos dados KďũĞƟǀŽƐĚŽ Desenvolvimento do Milênio (ODM) 1) Redução da pobreza ϮͿƟŶŐŝƌŽĞŶƐŝŶŽďĄƐŝĐŽ universal 3) Igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres 4) Reduzir a mortalidade na infância 5) Melhorar a saúde materna 6) Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças ϳͿ'ĂƌĂŶƟƌĂƐƵƐƚĞŶƚĂďŝůŝĚĂde ambiental 8) Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento Não se enquadra nos ODM Programetes abordados com o tema no biênio 2011/2012 5 6 7 5 4 6 10 5 18 Fonte͗ŽĂƵƚŽƌ͕ĂƉĂƌƟƌĚŽƐƉƌŽŐƌĂŵĞƚĞƐĂŶĂůŝƐĂĚŽƐ͘ Relação com a comunidade local/ focado em temas regionais Relacionado 0 Não relacionado 5 Relacionado 1 Não relacionado 5 Relacionado 0 Não relacionado 7 Relacionado 0 Não relacionado 5 Relacionado 0 Não relacionado 4 Relacionado 0 Não relacionado 6 Relacionado 4 Não relacionado 6 Relacionado 0 Não relacionado 5 Relacionado 8 Não relacionado 10 211 212 Rafael Jose Bona Ao se fazer uma análise crítica e minuciosa dos conteúdos abordados percebeu-se a necessidade de se trabalhar mais os conteúdos relacionados com dados locais. Por exemplo, nos programetes que tratavam sobre as DTS, no caso, a AIDS, são apresentados dados internacionais ou nacionais sobre a doença. Da comunidade local/regional, nada foi apresentado. No caso do tema, educação básica de qualidade para todos, acontece o mesmo. Em poucos os casos aconteceu a aparição da realidade local. Vale destacar que um dos programetes abordados tratava da doação de violões para uma escola de uma comunidade carente Ž‘ ƒŽǤ‘†‘•‡••‡•ƒ’‘–ƒ‡–‘•Ž‡˜ƒ’ƒ”ƒ—ƒ”‡ϐŽ‡š ‘‡–‘†‘Ž×‰‹ ƒ sobre as atividades realizadas no projeto Informação e Cidadania e a necessidade da inserção dos problemas locais (da realidade local) nas abordagens das pautas. Em nenhum momento esta análise desmerece o trabalho realiza†‘ǡƒ•‘•ˆƒœ”‡ϐŽ‡–‹”ƒ‹••‘„”‡‘“—‡†‹œ‘†”±ȋʹͲͳʹȌǡ“—ƒ†‘ƒ”gumenta que para que os meios comunicacionais atinjam a população, é necessário trabalhar com uma linguagem acessível e padrão para o público. O projeto trabalha com esta linguagem acessível e padronizada, o que se sente falta é uma coerência mais voltada para a realidade local, referir-se mais da região do Vale do Itajaí, apresentar dados da cidade de Blumenau, e isso, talvez, possa conscientizar mais ainda a população local sobre os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Peruzzo (2005) pontua que as mídias locais existem desde o surgimento das mídias de massa. O rádio já possui uma característica predominantemente local. É importante que se faça mais conteúdo midiático regionalizado. Neste artigo de Peruzzo (2005, p. 83), a autora diz que “há interesse das pessoas em ver os temas de suas localidades retratados na mídia, como também há interesse por parte da mídia em ocupar o espaço regional com vistas a atingir seus objetivos mercadológicos”. Dentro do contexto da análise, portanto, percebe-se que há a necessidade da abordagem de mais conteúdos globais com visões mais locais. É cada vez mais importante a interação da comunicação regional com o meio no qual ela se insere. Ela acontece a partir da interação de pessoas próximas, que possuem o mesmo compartilhamento de valores, de modos de vida, de interesses. Ou seja, compartilham de uma cultura comum e possuem suas raízes na mesma região (SOUSA, 2013). Deixa-se de sugestão e referência o Projeto Nossa Mídia, que é realizado em Juiz de Fora – MG, desde 2011 e abordado no artigo de Práticas e Saberes de Extensão Volume II Galdino e Fuser (2012, p. 10). No projeto, há a interação dos estudantes moradores de uma periferia no aprendizado de técnicas comunicacionais e possibilita a eles a expressão da cultura de suas comunidades locais. O projeto em questão acontece “a partir do diálogo que professores, voluntários e estudantes elaboram (e reelaboram) a sua constante aprendizagem. […] a discussão sobre a realidade local, a gestão do processo e […] o estudo das técnicas jornalísticas aguçam um olhar mais crítico com relação aos meios massivos.” O que é colocado na prática é a “educação para os meios” e esta atividade pode servir como referência para o projeto Informação e Cidadania. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim como a pesquisa e o ensino, a extensão realizada dentro de uma universidade pode ser considerada uma das melhores formas de integrar mais a comunidade na qual ela se insere. Segundo Frantz (2002, p. 13), a extensão universitária guarda “uma estreita relação com as atividades de ensino e pesquisa, porém, inserindo a universidade na †‹Ÿ‹ ƒ†‘†‡•‡˜‘Ž˜‹‡–‘†ƒ•‘ ‹‡†ƒ†‡ǡƒ‘ˆƒœ‡”ƒ’‘–‡‡–”‡ϐ‹ƒŽ‹dades institucionais e interesses e necessidades das pessoas”. O artigo teve como objetivo fazer um estudo dos problemas locais abordados nos programetes de extensão: Informação e Cidadania. Esta atividade de extensão realizada se traduz nas palavras de Vieira (2011) que, ao analisar dois programas radiofônicos brasileiros que tratam sobre prevenção de doenças, diz que esta mídia (o rádio) continuará sendo um poderoso veículo comunicativo no Brasil, “mas que são necessárias ações de reforço, sustentação e aprimoramento para que se atinjam objetivos mais amplos” (VIEIRA, 2011, p. 16). Enquanto uma universidade se insere cada vez mais na sua comunidade local, ela auxilia numa troca de valores que contribui, ao mesmo tempo, para o aprendizado dos acadêmicos. Segundo Sheidemantel, Klein e Teixeira (2012, p. 1), “a ‡š–‡• ‘—‹˜‡”•‹–ž”‹ƒ’‘••‹„‹Ž‹–ƒƒˆ‘”ƒ­ ‘†‘’”‘ϐ‹••‹‘ƒŽ ‹†ƒ† ‘‡ se credencia, cada vez mais, junto à sociedade como espaço privilegiado †‡’”‘†—­ ‘†‘ ‘Š‡ ‹‡–‘•‹‰‹ϐ‹ ƒ–‹˜‘’ƒ”ƒƒ•—’‡”ƒ­ ‘†ƒ•†‡•‹gualdades sociais existentes”. Com os resultados alcançados, após a análise dos programetes radiofônicos, vem-se ao encontro das considerações de Vieira (2011), 213 214 Rafael Jose Bona “—‡†‹œ•‡”‡ ‡••ž”‹‘—ƒ’”‹‘”ƒ‡–‘‡—ƒ”‡ϐŽ‡š ‘ƒ‹‘”ƒ ‡”ca dos conteúdos que são produzidos, fazendo com que cada vez mais os assuntos relacionados aos ODM caminhem para os problemas locais (mostrando esta realidade para o ouvinte). É importante que uma comunidade local possa ter mais conhecimento sobre os problemas da comunidade na qual ela está inserida, e não somente a problemática global. Esta também é de grande importância, mas de mais fácil compreensão a partir da regionalidade. O rádio continua sendo uma poderosa mídia no contexto social e os conteúdos veiculados devem ser bem planejados e trabalhados. Soa”‡•ȋʹͲͳͳȌ‡ˆƒ–‹œƒ“—‡Dz‘”ž†‹‘ȏǥȐ±—ƒÀ†‹ƒ“—‡‡•–žǮ‹ϐ‹Ž–”ƒ†ƒǯ em nosso cotidiano e, muitas vezes, não nos damos conta. Devido a sua fácil adaptação aos mais variados ambientes, o rádio é um dos veículos de comunicação mais acessíveis a nós e devem ser bem aproveitados”. A partir deste estudo, deixa-se como sugestão outras pesquisas relacionadas às mídias locais, como, por exemplo, um estudo que analise a realidade local em outros produtos midiáticos como a televisão. Ou, ainda, um estudo que abrangesse outros formatos radiofônicos de atividade semelhante à realizada no projeto Informação e Cidadania em outras Instituições de Ensino. REFERÊNCIAS ALMEIDA, L. B. C.; ANDRELO, R. Rádio e TV Escola: um projeto de capacitação para leitura e produção midiática na comunidade escolar. Revista Diálogos: pesquisa em extensão universitária, Brasília, v.15, n.1, jul. 2011. BONA, R. J.; ZUCCO, F. D.; DESCHAMPS, B. C. Comunicação e comunidade: relatos de experiência de um programa de extensão universitária em publicidade e propaganda. In: XIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL. 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