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2021
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Webinário organizado pelo Laboratório de Estudos Medievais e pelo Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos. Dia 17 de maio de 2021, das 16h00 às 18h30.
2020
O conceito de crise é particularmente caro às Ciências Sociais. E é-o não apenas no domínio da ciência económica ou política, mas também da Sociologia, da História, da Antropologia, da Educação, da Geografia e da Comunicação. Se no campo da saúde, ela é entendida como uma perturbação momentânea, uma circunstância de anormalidade que afeta o funcionamento regular de um organismo, no campo social, para onde se transporta com o mesmo sentido, a crise também diz respeito a uma certa ideia de interrupção, de descontinuidade, de alteração – por vezes, abrupta – das condições de vida. A metáfora da crise, explica R. J. Holton, terá sido transposta para a reflexão sobre a sociedade como uma forma de perspetivar “as perceções de patologia social, de colapso social e de desorganização” (Holton, 1987, p. 504). É para o corpo social um fenómeno equivalente ao que fragiliza o corpo físico quando confrontado com a ameaça da enfermidade. Na sua vocação compreensiva, as Ciências Sociais têm colocado a noção de crise em perspetiva em quase todas as dimensões da vida. Ao procurarem explicar as dinâmicas sociais como processos sujeitos à mudança e à transformação, estas ciências têm desenvolvido a ideia de que as crises são, não apenas momentos de disrupção dos valores instituídos, mas também pontos de viragem histórica e civilizacional. A retórica da crise, que entra no campo das Ciências Sociais pelo prisma da Economia e pelos efeitos da quebra das lógicas de produção, comercialização e consumo, assim como pela identificação de episódios de instabilidade política e de conflitos, domina todo o discurso sobre a modernidade. As definições comuns identificam o conceito de crise como sinónimo de impasse, de perturbação, como contexto de perigo ou tensão, como fase de rutura em relação a hábitos ou crenças, ou ainda como carência ou escassez. Em todas estas declinações, a abordagem da crise oferece-se ao cientista social como um problema e como um desafio. Num ensaio publicado em 1976 na revista Communications, Edgar Morin sugeria que “a noção de crise se propagou no século XX por todos os horizontes da consciência contemporânea” (Morin, 1976, p. 149). Constatava então que não havia “domínio ou problema que não estivesse assombrado pela ideia de crise: o capitalismo, a sociedade, a família, os valores, a juventude, a ciência, o direito, a civilização, a humanidade” (Morin, 1976, p. 149). Pela ciência ou pelos média, a perspetiva da crise estende-se hoje à notícia da crise ambiental, da crise dos refugiados, da crise dos sistemas de informação, da crise de confiança, da crise da cultura e do pensamento. A perceção de que toda a experiência humana está sujeita à prova da crise tem no entendimento de que as próprias Ciências Sociais (e as Humanidades) são um ramo de conhecimento que também se descobre em situação crítica, por insuficiente reconhecimento público e dificuldades de financiamento. O debate sobre a crise (ou as crises) é, portanto, um debate atual que reclama da ciência um exercício permanente de reflexão. Cientes de que o que comanda o progresso é também o que instaura paradoxalmente novas precariedades, os cientistas sociais assumem hoje a responsabilidade de analisar os fatores que desencadeiam as crises, de avaliar os seus efeitos e de propor estratégias de governabilidade que, não resolvendo em definitivo a “origem da ameaça”, recomendam a sua incorporação como parte do processo de desenvolvimento. A problematização da crise não é um fim em si mesmo; é, antes a assunção necessária do imperativo de deslocação para diante. É por isso que as Ciências Sociais são, não apenas ciências úteis, mas também ciências emancipatórias e transformistas. Com esta convicção, reunimos neste volume um conjunto de leituras que apresentam a experiência da crise como uma experiência transversal. É esse o ponto de originalidade desta obra, que reúne contributos de vários membros da comunidade do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. O tema da crise tem sido apresentado na produção científica em abordagens específicas da economia, da política, do jornalismo, da educação, da cultura. Neste livro, porém, juntamos a perspetiva de diferentes disciplinas, assumindo a multiplicidade do próprio conceito de crise. Num registo breve, cada capítulo é um convite à reflexão da diversidade de experiências e problemáticas sociais da crise. Assumida em título como uma noção plural, a noção de crise(s) é aqui encarada ora como fatalidade ora como oportunidade. Todos os capítulos se afinam pela mesma nota: a de que a crise é central à análise crítica das sociedades. Os 22 ensaios que compõem este volume situam esta problemática em contextos vários: na perspetiva histórica da saúde, na demografia, na economia, na comunicação, nas instituições, no ambiente, na tecnologia, na cultura, nas migrações, nos territórios, na educação e na ciência. Como todas as obras coletivas, Sociedade e crise(s) não esconde a heterogeneidade de estilos. E pelo momento que a Humanidade atravessa neste ano de 2020, também não é indiferente à crise sanitária provocada pela COVID-19. A pandemia não era propriamente o pretexto de partida para esta coletânea. No entanto, em quase todos os textos a referência à experiência extraordinária da situação epidemiológica tornou-se inevitável. Porque nela se acentuou o sintoma de todas as outras crises a cujos efeitos não escaparão as próximas gerações. Assinalando o 44º aniversário do Instituto de Ciências Sociais, a edição deste livro tem também um propósito celebrativo e de partilha do que somos enquanto comunidade científica. Que o leitor encontre nestas páginas razão bastante para um saber inquieto que nada tem de conformista.
Revista Estudos do Século XX, 2010
RESUMO O objetivo do artigo é trazer o debate de alguns autores sobre a crise atual da sociedade ocidental contemporânea, a partir de três questões que nos parecem discriminar parte considerável dos seus principais problemas: a autonomização da economia, a razão instrumental e a decadência cultural. Com a primeira e a segunda questão se acusam os riscos da separação da economia, da ciência e da técnica diante das necessidades da vida, e com a terceira se acusa nosso estado atual de impotência para responder a tais desafios. O objetivo é fomentar a discussão crítica desses problemas, que nos parecem questões incontornáveis no presente de nossas vidas. ABSTRACT The goal of this article is to present the debate of a few authors about the current crisis of contemporary Western society based on three questions that, in our view, can distinguish a considerable part of its main problems: the autonomization of the economy, the instrumental reason, and cultural decadence. With the first and second questions, the risks of a separation of economy, science and technique from the necessities of the world of life are denounced; with the third question, our current state of impotence to respond to such challenges is 1 Email: reinaldof@ffclrp.usp.br
2018
Sumário do livro: Apresentação, Semíramis Corsi Silva e Carlos Eduardo da Costa Campos 9 Prefácio, Loiva Otero Félix 13 Crisis, Decadencia y Degradación humana en Hesíodo. Entre lo cósmico y lo a-cósmico, María Cecilia Colombani 17 Dioses em conflito: jerarquías divinas y el fin de la Edad de los heróes, Iván Pérez Miranda 31 Odisseu, a Guerra de Tróia e a crise da honra ou Odisseu, o embusteiro que nunca traiu a si mesmo, Paulina Nólibos 49 Autor de um crime, autor de uma obra: sobre uma variável da responsabilidade entre os gregos (Poesia e História), Tiago da Costa Guterres 73 A instituição teatral como estratégia na crise política ateniense: o final do século V e as corrupções oligárquicas, Dolores Puga 89 Relações de parentesco e política: uma crise trágica, Jussemar Weiss Gonçalves 105 Hábitos epigráficos e suas relações com os embates entre oligarcas e demotikoi no fim do século V em Atenas, Luis Fernando Telles D’ajello 123 Otávio Augusto e a construção de suas redes político-religiosas pelo poder na Roma Antiga: um estudo sobre a clemência augustana, Carlos Eduardo da Costa Campos 141 A breve ascensão de Sejano durante o governo de Tibério César Augusto (14-37 d.C.): elementos de uma crise de representatividade política no início do Principado Romano Rafael da Costa Campos 157 Príncipes funestos não descansarão em paz: discursos e resistências políticas no Panegírico de Trajano, Andrea L. Dorini O. C. Rossi e Nelson de Paiva Bondioli 173 A corrupção e os crimes de Heliogábalo: aspectos da governabilidade imperial romana e as práticas políticas do princeps sírio vistas por seus detratores (século III EC), Semíramis Corsi Silva 193 Do milenário da fundação de Roma à perseguição de Décio contra os cristãos: a “crise” como chave de leitura, Moisés Antiqueira 217 Elites locais, influências imperiais: Eumênio, Ausônio e as relações políticas, nas Gálias do século IV d.C., Thiago Brandão Zardini 233 A “Idade de Ouro” promovida por Graciano nos Panegíricos de Quinto Aurélio Símaco Eusébio (século IV d.C.), Janira Feliciano Pohlmann 251 Acusações de desonestidade e enriquecimento em nome da fé entre a Hibernia e a Britannia do século V: a Confessio de São Patrício, uma Apologia Pro Uita Sua, Dominique Santos 265 Declínio e Queda do Império Persa: as leis, a política e a crise do período Sassânida, Otávio Luiz Vieira Pinto 279 Sermo rusticus, plebeius et barbarus: a diversidade dos falares como fator de corrupção da língua latina, Leila Maraschin 295 Retórica e Antiguidade na argumentação jornalística gaúcha do início do século XIX: Marco Túlio Cícero e a rejeição da multidão na plataforma antiretórica de O Analista (Porto Alegre, 1840), Anderson Zalewski Vargas 311 Pão, Circo e Pipoca: as representações da política romana no Brasil atual, Luis Carlos P. Martins 331 Notas biográficas 347
Psicologia & Sociedade, 2018
Resumo O presente artigo aposta em um diagnóstico acerca da atualidade: atravessamos, no campo político, uma experiência de colapso, um movimento físico o qual se dá quando um certo corpo esgota suas possibilidades repertoriais - exigindo, assim, seu abandono. Após a narrativa de uma trajetória da esquerda - da Revolução Francesa, passando pelas disputas proletárias pelo centro do poder e pelas atualizações operadas pelos jovens hippies e partícipes do Maio de 68 - chegamos à atualidade. Tratamos de operar um pensamento no qual, além e aquém da polêmica e das trincheiras filosófico-militantes, opera a relação paradoxal entre o ressentimento e a singularização - a tentativa de articular as lutas identitárias e a não sujeição do sujeito a uma verdade de si. Explicitamos tal relação paradoxal com o objetivo de fornecer mais ferramentas para uma clínico-política do comum, que possibilite articulações entre diferentes perspectivas onto-epistêmico-políticas.
De um ponto de vista antropológico é difícil compreender a chamada " crise financeira " a que assistimos como um fenómeno unicamente ligado ao mundo da economia e das finanças. Pelo contrário, se assumirmos uma perspectiva que presume que os fenómenos sociais só podem fazer sentido na medida em que são vistos relacionalmente, a actual crise financeira e económica, afinal, revela-se como o mero assinalar dos muitos processos de desestabilização e alteração sistémica a que temos vindo a assistir na nossa contemporaneidade. Urge, pois, perguntar: " qual crise? " Como se sabe, a palavra " crise " teve a sua origem nas práticas medicinais dos primórdios da Era Moderna para referir o momento de uma doença em que havia uma mudança súbita, geralmente decisiva, para o bem ou para o mal. Em suma, o conceito presume um processo de ruptura da normalidade ou de quebra sistémica. Mais ainda, presume que essa quebra é decisiva: isto é, para simplificar, que " ou cura ou mata " , como se dizia ainda 1 Texto apresentado no Workshop " Próximo futuro – Respostas à crise " , Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 12 e 13 de Novembro 2009. 2 há bem pouco tempo de muitas mesinhas. Por outras palavras, em matéria de crise, a saúde, o bem-estar, a vida normal é um pressuposto – isto é, como se costuma dizer em inglês, um background assumption.
In this paper I discuss the capitalist system employing Marxian analyses on the development of historical conditions for the evolution and transition from the actual economic system. I present and analyze two world economic crises, the first in the years 1970-80, and the financial system crisis in 2008, using texts of different Marxist authors. I also problematize the consequences of the 2008 crisis in Brazil and the actions of the government of Dilma Rousseff. I point to alternatives in the field of Solidarity Economy and Finance of Solidarity, forged within the capitalist system, as a strategy of development of necessary historical conditions for social, economic and political transformations, considering its scope and limits. Resumo: Neste artigo problematizo o sistema capitalista empregando análises marxianas referentes ao desenvolvimento de condições históricas na transição da velha forma. Exponho e analiso duas crises econômicas mundiais, a dos anos 1970-80 e a do sistema financeiro em 2008, utilizando-me da fala de diferentes autores marxistas. Discorro também sobre as consequências da crise de 2008 no Brasil e as ações do governo de Dilma Rousseff. Aponto alternativas no campo da Economia Solidária e das Finanças Solidárias, forjadas dentro e a partir do sistema capitalista, como estratégia de desenvolvimento das condições históricas necessárias para a transformação sócio/econômica/política, considerando seus alcances e limites.
2009
RESUMO: O estudo relaciona questões sobre a crise mundial presente, a cultura e o desenvolvimento humano. Reúne provocações que buscam contribuir para o esclarecimento do conceito e do contexto da crise. Em seguida, coloca a sua relação com a cultura e o modelo de políticas culturais em uso no Brasil, ponderando a articulação das dimensões material e simbólica para o desenvolvimento integrado. PALAVRAS-CHAVE: crise; cultura; desenvolvimento. The Crisis and the Culture ABSTRACT: The study relates questionings about the recent world crisis, the culture and human development. It reunites provocations which try to contribute to the clarifying of the concept and context of the crisis. It also relates it to the culture and to the model of cultural politics in Brazil, meditating the articulations of the material and symbolic dimensions to the integrated development. A etimologia da palavra crise, bem como as acepções derivativas de usos específicos que configuram dezenas de verbetes singul...
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2ND INTERNATIONAL CONFERENCE ON EMERGING SMART MATERIALS IN APPLIED CHEMISTRY (ESMAC-2021): ESMAC-2021
Journal of accounting and public policy, 2008
La Recherche En Éduca.on – n°30 , 2024
GEREDE ARAŞTIRMALARI VE HALK KÜLTÜRÜ, 2024
Woda-Środowisko-Obszary Wiejskie, 2008
International Journal of Molecular Sciences