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Programa Vamos ao Museu?

2021, Revista Cadernos do Ceom

Apresentaremos as características do Programa Vamos ao Museu?, iniciativa realizada em Minas Gerais de 2006 a 2016 com o objetivo de aproximar estudantes, professores e comunidades ligados a escolas públicas e espaços museais, visando contribuir para despertar um olhar mais curioso e sensível em relação à arte e ao patrimônio cultural, e promover o fortalecimento dos processos de construção identitária nas comunidades beneficiadas. Destacaremos as ações realizadas em duas edições emblemáticas do Programa: a edição “Natureza, Educação e Cultura”, em 2013, que teve como foco o patrimônio arqueológico de Pains, Minas Gerais, e a edição “Interpretar para Empreender”, com foco na obra de Vassily Kandinsky e realizada em 2015 no âmbito do V Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus, concedido pelo Ibermuseos.

Políticas e práticas de Educação em museus ibero-americanos - ISSN 2175-0173 DOI: http://dx.doi.org/10.22562/2021.54.16 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Let's go to the museum? Education and Culture Andreia Menezes De Bernardi* Ives de Oliveira Santos Melo** Lindaura Maia Klimkievicz Moreira*** Adriana Piva**** Patrícia Marinho de Carvalho***** Palavras chave: Educação patrimonial Arte educação “Vamos ao Museu?” Resumo: Apresentaremos as características do Programa Vamos ao Museu?, iniciativa realizada em Minas Gerais de 2006 a 2016 com o objetivo de aproximar estudantes, professores e comunidades ligados a escolas públicas e espaços museais, visando contribuir para despertar um olhar mais curioso e sensível em relação à arte e ao patrimônio cultural, e promover o fortalecimento dos processos de construção identitária nas comunidades bene ciadas. Destacaremos as ações realizadas em duas edições emblemáticas do Programa: a edição “Natureza, Educação e Cultura”, em 2013, que teve como foco o patrimônio arqueológico de Pains, Minas Gerais, e a edição “Interpretar para Empreender”, com foco na obra de Vassily Kandinsky e realizada em 2015 no âmbito do V Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus, concedido pelo Ibermuseos. Keywords: Heritage education Art education “Let's go to the Museum?” Abstract: We will present the characteristics of the Let's go to the Museum? Education and Culture Program, an initiative carried out in Minas Gerais from 2006 to 2016 in order to bring students, teachers and communities together, all linked to public schools and museum spaces, aiming to contribute to awakening a more curious and sensitive view regarding the art and cultural heritage, and promote the strengthening of identity construction processes in the communities targeted at. We will highlight the actions taken in two emblematic editions of the Program: the “Nature, Education and Culture” edition, in 2013, which focused on the archaeological heritage of Pains, Minas Gerais, and the “Interpreting for Entrepreneurship” edition, focused on Vassily Kandinsky's work, held in 2015 within the scope of the V Ibero-American Education and Museum Award, granted by Ibermuseos. Recebido em 30 de novembro de 2020. Aprovado em 12 de maio de 2021. * Arte Educadora pela Escola Guignard/UEMG, Mestre em Educação pela UFMG, Doutoranda em Design pela UEMG. Professora da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais e coordenadora geral do Programa Vamos ao Museu? E-mail: andreia.bernardi@uemg.br. ** Engenheiro civil pela FUMEC, especializado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas/FGV, gestor cultural e educador. Presidente da Akala, organização da sociedade civil proponente do Programa Vamos ao Museu? E-mail: contato@akala.org.br. *** Arte educadora formada pela Escola Guignard/UEMG, educadora da edição 2015 do Programa Vamos ao Museu?, “Interpretar para Empreender” E-mail: zeldarebelda@gmail.com. **** Bacharel em Filoso a pela USP, Licenciada em Pedagogia pela Newton Paiva, Mestre em Educação pela UFMG, Professora do Centro Universitário UNA. E-mail: adrianapiva9@gmail.com. ***** Doutora e Mestre em Arqueologia pelo MAE-USP, Especialista em Arqueologia pela UNISA e bacharel em Ciências Sociais pela FFLCH-USP, Assessora Técnica de Comunidade Quilombola Atingida por Barragem. E-mail: patymarinho@yahoo.com.br. Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho transdisciplinar, eram os professores de arte que eu visava como protagonistas destas ações, uma vez que eu estava prestes a me formar no curso de Licenciatura em Artes Plásticas. Com o intuito de me aproximar daquele universo e ouvir a opinião de professores do ensino básico, procurei a Escola Estadual João Felipe da Rocha, a instituição pública de ensino mais próxima de minha casa, em Nova Lima, Minas Gerais. Conversei com a direção da escola que me apresentou a professora de arte, Silvânia Faria, que no ato se interessou a realizar comigo a experiência que seria a ‘edição piloto’ do projeto. Nascia ali o “Vamos ao Museu? Educação e Cultura”. Hoje estou aqui para contar um pouquinho sobre esse projeto que, com um histórico de dez edições realizadas em dez anos, passou a ser um programa. Muitas mudanças ocorreram nesse intervalo de tempo: me formei, z o curso de mestrado na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG e hoje sou doutoranda em Design na Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG, onde atuo também como professora no curso de Licenciatura em Artes Visuais. Uma das disciplinas que ministro tem como foco o ensino-aprendizagem das artes e culturas visuais em espaços não formais de educação, estando as temáticas da mediação cultural e da curadoria educativa presentes nas bibliogra as, debates e práticas. Com minha dedicação à educação superior e ao doutoramento o Programa está “hibernando”, como digo aos que me perguntam “– E o Vamos ao Museu?”. Digo isso porque sinto que ele está vivo em mim, assim como nas equipes de educadores que trabalharam comigo, nos estudantes, professores e membros das comunidades que participaram do projeto. E também, talvez, vivo em forma de sementes ofertadas aos futuros professores de arte que estou ajudando a formar. Vamos ao Museu? teve suas primeiras edições viabilizadas por meio de parcerias, apoios e recursos captados via Lei Federal de Incentivo à Cultura em que eu era a proponente, como pessoa física. A partir de 2010 o projeto passou a ser proposto pela Akala, organização da sociedade civil sem ns lucrativos fundada por mim em parceria com Ives de Oliveira Santos Melo, que passou a ser responsável Introdução Meu nome é Andréia Menezes De Bernardi, sou brasileira, mineira de Belo Horizonte e arte educadora formada pela Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais, tendo iniciado os estudos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ. Durante todo o meu percurso na graduação, atuei como estagiária no atendimento ao público em museus e exposições e, mais adiante, atuei também como mediadora, coordenadora de programas educativos e diretora do Museu Mineiro, instituição museal vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Ao acolher grupos de escolares, no entanto, por vezes me questionava sobre as potencialidades da visita entendida como uma ação cultural. Naquela época, as discussões acerca da mediação cultural e curadorias educativas eram, ainda, incipientes. Mas havia inquietações acerca de nosso trabalho como mediadores que compartilhávamos entre colegas. Dentre elas, uma em especial chamava minha atenção: o fato de muitos grupos de escolares chegarem ao espaço expositivo sem saber que exposição ou coleção iriam visitar. Por vezes nem mesmo os acompanhantes sabiam. Não que eu acreditasse que essa fosse uma condição para se ter uma boa experiência, mas esse fato despertou em mim o desejo de pesquisa sobre a noção de visita como ação cultural. A ideia que se delineava para mim era a de um movimento que começaria na escola com pesquisas acerca da programação cultural da cidade naquele momento, a escolha da coleção ou exposição a ser visitada e da concepção, pelos professores, de um projeto a ser realizado com os estudantes, incluindo um momento anterior à visita, a visita em si, e um momento posterior à visita. Havia, no entanto, uma série de entraves para a consecução desse tipo de projeto por professores de escolas públicas tais como falta de recursos nanceiros para a contratação de transporte e aquisição de materiais, entre outros, além da pouca experiência da maior parte dos professores na realização de ações culturais a partir da escola. Mesmo considerando a importância de professores de diferentes disciplinas atuarem de forma 212 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 pela coordenação administrativa e gestão nanceira de todas as edições do Programa. Passamos a realizar o projeto por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e de editais especí cos como o edital do Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus, lançado pelo Ibermuseos em 2014. Nesta edição do prêmio, foram apresentados mais de 130 projetos provenientes de 14 países, avaliados por um comitê técnico formado por 10 especialistas ibero-americanos e o Programa Vamos ao Museu? conquistou o primeiro lugar na Categoria II, destinado a iniciativas em fase de elaboração e/ou planejamento. Ter recebido o Prêmio Ibermuseos em 2014 foi reconhecimento importante para mim e para todos os que participaram da construção do programa, coroando um trabalho “de formiguinha”, como dizemos por aqui, e que nasceu do sonho de uma estudante universitária, arte educadora e mediadora cultural apaixonada, sonhadora... E convicta do potencial transformador da educação artística e cultural. Faço aqui uma ressalva quanto à transição da primeira pessoa do singular para a primeira pessoa do plural. A partir da parceria estabelecida com Ives de Oliveira Santos Melo e da fundação da Akala em 2010, passamos a ser um grupo de pessoas trabalhando na execução do Vamos ao Museu?. Além dos sócio fundadores da Akala, que atuam em todas as edições, outros pro ssionais são convidados de acordo com a especi cidade de cada edição do Programa, caso das educadoras Adriana Piva, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira (Zelda) e Patrícia Marinho de Carvalho (Paty Marinho), também autoras desse relato de experiência. Assim sendo, escolhemos apresentar aqui duas edições do Programa Vamos ao Museu? que consideramos emblemáticas: a edição “Natureza, Educação e Cultura”, realizada em 2013 em parceria com o Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco, no município de Pains, Minas Gerais, com patrocínio da EIMCAL e da ICAL por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura; e a edição “Interpretar para Empreender”, realizada em 2015 em parceria com o Centro Cultural do Banco do Brasil na exposição “Kandinsky – Tudo começa num ponto”, edição realizada com os recursos do V Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus. A proposta do Vamos ao Museu? Vamos ao Museu? é programa de estímulo a iniciativas de educação que visem ao usufruto cultural pelas comunidades. Para além do convite de visitar museus, o programa traz em si a missão de ampliar as experiências culturais de estudantes, professores e comunidades. Pioneiro em Minas Gerais, Vamos ao Museu? une escolas e espaços culturais em projetos únicos elaborados a partir das demandas especí cas de cada comunidade e características das regiões que recebem o projeto. Tem por objetivo, portanto, promover o fortalecimento dos processos de construção identitária das comunidades envolvidas, a partir de uma aproximação com a cultura local e do contato com culturas outras, representadas material e imaterialmente nas coleções e acervos visitados. Entre 2006 e 2016, Vamos ao Museu? atuou em Belo Horizonte e em cidades vizinhas, privilegiando escolas públicas em bairros distantes dos principais espaços culturais da cidade. O público bene ciário foi formado majoritariamente por moradores de regiões desprovidas de ofertas culturais e/ou de infraestrutura para promoção de encontros e trocas culturais. As escolas foram convidadas de acordo com critérios que consideraram sua localização geográ ca, a carência de ofertas culturais nas proximidades, a demanda da comunidade por atividades culturais e o interesse pelas propostas do Programa. A realização do Vamos ao Museu? ao longo de dez anos ajudou a suprir a carência das instituições de ensino em relação à formação docente no trabalho com conteúdos que envolvam a arte e a cultura, a falta de recursos para garantir transporte, alimentação, materiais para atividades práticas, aquisição de livros para pesquisa e atualização, entre outros itens necessários à consecução de ações culturais de qualidade. A metodologia do Vamos ao Museu? foi elaborada a partir da teoria e da prática da mediação cultural tendo como premissa o respeito à cultura, à identidade local e ao saber dos sujeitos envolvidos, assim como a centralidade do diálogo como principal meio de construção de conhecimento. A ação cultural do Programa envolve três movimentos relacionados às visitas aos espaços e eventos culturais, promovidos com cada grupo – primeiro 213 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho com os professores, em seguida com os estudantes e num terceiro momento com a comunidade –, em etapas distintas e com objetivos especí cos: ANTES – Encontros de sensibilização e re exão acerca dos conceitos de cultura, memória e patrimônio partindo dos referenciais locais e experiências de vida dos envolvidos. Ocorrem na própria escola ou em espaços alternativos no entorno; DURANTE – Visitas ao museu ou espaço cultural, podendo ser um núcleo patrimonial urbano ou espaço de preservação ambiental. Momento em que a descoberta, a fruição, a socialização e a autonomia são estimuladas. Durante as visitas, Vamos ao Museu? atua conjuntamente com o programa educativo do espaço cultural parceiro, mediando as visitas de forma compartilhada e aprofundando questões relacionadas ao trabalho realizado anteriormente na escola; DEPOIS – Momentos em que a expressão e a construção coletiva de conhecimentos são estimuladas a m de promover experiências que provoquem nos participantes o cultivo de um olhar mais atento e crítico para si, para sua realidade, seu bairro, sua cidade. Formuladas de acordo com o contexto de cada edição, as ações do Programa envolvem leitura de imagens, contextualização, crítica, produção artística, debates entre outras formas de fruição e expressão. Os encontros incluem o cinas criativas por meio das quais os participantes reinventam as experiências vividas durante o processo e delas se apropriam, tornando-se, talvez, sujeitos mais conscientes de si e do mundo. Rodarte e Escola Estadual Maria Luíza das Dores, esta última situada na zona rural. A equipe foi formada por Andréia Menezes De Bernardi – na coordenação geral –, Ives de Oliveira Santos Melo – na coordenação administrativa –, e pelas educadoras Adriana Piva e Patrícia Marinho de Carvalho, arqueóloga. O público-alvo do Programa consistiu em 25 pro ssionais da Educação, 95 estudantes do 4.o ao 6.o ano do Ensino Fundamental, 50 representantes da comunidade e aproximadamente 200 visitantes na abertura da exposição que apresentou os resultados do projeto, perfazendo o total de 370 bene ciários diretos e cerca de 800 indiretos. Cada público envolvido – estudantes, professores e comunidades – participou dos três momentos: antes, durante e depois da visita ao Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco, MAC/Pains. Material didático pedagógico foi especialmente desenvolvido: Caderno do Professor, no qual foram abordados aspectos do patrimônio museológico e arqueológico da Província Cárstica do Alto São Francisco, e o material que chamamos de Cartas Patrimoniais, que estimulou o reconhecimento de outras expressões do patrimônio de Pains de forma lúdica e instigante. Assim como o o condutor da formação de professores, o Caderno do Professor propôs re exões e vivências práticas a partir da história pessoal das participantes, passando pelo patrimônio material, imaterial e natural do município e seus arredores, até chegar ao patrimônio arqueológico e sua relação com o Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco, MAC/Pains. As Cartas Patrimoniais destacaram elementos da história e da cultura de Pains, sugerindo re exões e práticas de pesquisa que levem educadores e suas turmas a conhecerem mais profundamente o patrimônio do município a partir de estudos interdisciplinares desenvolvidos no cotidiano escolar. Vamos ao Museu? – Natureza, Educação e Cultura (2013) A sétima edição do Vamos ao Museu? intitulada Natureza, Educação e Cultura, foi realizada em Pains, cidade de 8 mil habitantes localizada no centro-oeste de Minas Gerais. Teve como museu parceiro o MAC/Pains – Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco e atuou em três escolas públicas: Escola Estadual Padre José Venâncio, Escola Estadual Prof. João Batista 214 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 aquilo que mais lhes chamou a atenção. A partir das fotogra as produzidas, um Mapa Afetivo de Pains foi construído coletivamente com técnicas de colagem e desenho. Figuras 1 e 2 – Caderno do Professor e Cartas Patrimoniais: materiais educativos desenvolvidos para a edição “Natureza, Educação e Cultura”. Fotos: Akala. Formação de professores 1.o momento: Antes Figuras 3 e 4 – Primeiros encontros de formação de professoras da edição “Natureza, Educação e Cultura” Fotos: Andréia De Bernardi e Ives Melo. Com os grupos de professores, foram realizados sete encontros que totalizaram 24 horas de formação, incluindo a visita ao MAC/Pains. No primeiro encontro, foram organizadas vivências e re exões com o objetivo de promover a sensibilização dos professores quanto ao patrimônio de Pains. Iniciou-se pela expressão mais singular presente na história de vida dos participantes a partir das memórias guardadas em objetos de valor afetivo. Bens pessoais carregados de emoção e histórias que também contam sobre valores, acontecimentos e traços da coletividade foram trazidos e compartilhados pelo grupo. No segundo encontro, foi proposto o (re)olhar para o patrimônio da cidade: igrejas, casario, praças, pessoas, expressões culturais, saberes e fazeres. Os participantes foram convidados a trilhar seus caminhos cotidianos como quem os descobre pela primeira vez e a fotografar No terceiro encontro, pela manhã, foi proposta caminhada nas cercanias da cidade e o lançamento de um olhar mais amplo para a paisagem e as formações rochosas que deram origem à ocupação humana na região: abrigos, grutas e cavernas que são características de regiões cársticas. Com o apoio do ambientalista Pablo Hendrigo Alves de Melo, foi possível conhecer melhor o patrimônio natural de Pains: o relevo cárstico, os cursos d’água, a fauna e a ora local. À tarde, foram abordadas as descobertas arqueológicas encontradas ali que dizem respeito às primeiras atividades humanas na região, instigando os participantes para a visita ao Museu. 215 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho debate sobre as evidências encontradas. Como a escavação foi organizada em três níveis distintos, foi possível entender claramente as três principais ocupações humanas que caracterizam a região. Ao nal, foi organizado seminário em que cada subgrupo apresentou o resultado das análises realizadas no Gabinete e as inferências (origem, datação, tipo de população que produziu o artefato e seu suposto uso) para o restante do grupo. Essa experiência foi fundamental para a compreensão do acervo exposto no MAC/Pains na mesma medida em que a observação e a re exão sobre o acervo ajudaram na compreensão dos vestígios encontrados na o cina de escavação. Figuras 5 e 6 – Caminhada nas cercanias de Pains realizada com as professoras participantes da edição “Natureza, Educação e Cultura”. Fotos: Andréia De Bernardi. 2.o momento: Durante A visita ao MAC/Pains, no quarto encontro com professores, foi momento de muitas descobertas. Para que o processo de investigação e produção de conhecimento relacionado ao trabalho arqueológico pudesse ser apropriado pelas participantes, realizamos uma O cina de Arqueologia dividida em dois momentos: a Escavação – quando os professores puderam escavar e recolher achados arqueológicos cuidadosamente selecionados e enterrados em três níveis distintos –, e o Gabinete – etapa em que os participantes higienizaram e analisaram os vestígios encontrados com a ajuda de livros e apostila especialmente elaborada para esta atividade. A partir dessa experiência, as professoras puderam perceber o complexo trabalho desenvolvido pelos arqueólogos, desde suas atividades em campo até a análise e o Figuras 7 e 8 – O cina de Escavação Arqueológica e visita ao Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco com professoras participantes do projeto. Fotos: Andréia De Bernardi. 216 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 Figuras 9 e 10 – O cina de Escavação Arqueológica e visita ao Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco com professoras participantes do projeto. Fotos: Andréia De Bernardi. Figuras 11 e 12 – O cina de Elaboração de Projetos de Educação Patrimonial para professoras participantes da edição. Fotos: Andréia De Bernardi. O sétimo encontro consistiu na participação dos professores na abertura da exposição, momento em que o Mapa Afetivo de Pains, os registros de todo o processo de formação e os projetos elaborados pelos professores foram expostos à comunidade. 3.o momento: Depois No quinto encontro, desenvolvemos a O cina de Elaboração de Projetos. Além de aproximar os professores da prática de elaboração de projetos, objetivou-se a transformação de toda a experiência vivida por eles durante a formação (re exões, metodologias, recursos didáticos) em instrumento prático de ação no cotidiano escolar. Cada participante elaborou um projeto educativo a partir de um bem patrimonial de Pains abordado nas Cartas Patrimoniais e, no sexto encontro, cada projeto foi apresentado para o restante do grupo, provocando discussão coletiva. Formação de estudantes Foram realizados cinco encontros de três horas de duração, além da visita ao MAC/Pains. Os encontros descritos a seguir foram realizados tanto na Escola Municipal Prof. João Batista Rodarte como na Escola Estadual Padre José Venâncio. Estudantes da Escola Estadual Maria Luíza localizada na Vila Costina, zona rural de Pains, participaram de um dia de atividades que contemplou a visita ao Museu. 217 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho 1.o momento: Antes No terceiro encontro, a re exão gerada sobre patrimônio, memória e história de cada estudante foi ampliada para o entorno das escolas em passeio fotográ co pelas ruas de Pains. Utilizando visores, eles enquadraram e selecionaram paisagens, cenas e curiosidades do lugar onde vivem. Cada subgrupo foi orientado por educadores da escola e do Vamos ao Museu? que registraram com câmeras digitais o que foi selecionado pelos estudantes. As fotogra as foram então impressas e com elas os estudantes também elaboraram Mapas Afetivos de Pains. Após essa vivência de olhar a cidade, no quarto encontro os estudantes participaram de caminhada nos arredores de Pains, quando puderam ver de perto algumas formações rochosas; parar na ponte sobre o Rio São Miguel, e observá-lo; conhecer diversos tipos de plantas e animais endêmicos e, com isso, entender melhor o que é o Carste. A ação teve por objetivo promover o contato dos estudantes com características típicas da Província Cárstica do Alto São Francisco, que são relevantes para o entendimento do potencial arqueológico da região, e rea rmar a importância da preservação do patrimônio natural de Pains. O percurso foi concluído com a apresentação de diversos tipos de rochas e a visita a uma cavidade. No primeiro encontro com os estudantes, a equipe do Vamos ao Museu? estabeleceu o contato inicial com as turmas e apresentou as atividades previstas, momento em que houve distribuição dos materiais elaborados, como a Bolsa e o Caderno de Campo. O segundo encontro explorou a identidade e o patrimônio pessoal de cada um. Após apresentação dos estudantes pautada em imagens e objetos signi cativos trazidos por eles, exibição de imagens com autorretratos criados por diversos artistas ao longo da história da arte e realizados por meio de diferentes técnicas foi mostrada ao grupo. A seguir, teve início a O cina de Autorretrato, na qual os estudantes elaboraram seus próprios retratos com tinta guache em formato A3. Os autorretratos formaram um grande painel na exposição nal do projeto. Figura 15 – Caminhada no entorno da escola e produção de fotogra as. Foto: Andréia De Bernardi. Figuras 13 e 14 – O cina de Autorretrato com estudantes participantes da edição. Fotos: Andréia De Bernardi. 218 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 Alto São Francisco, esclarecendo, em diálogo com eles, o signi cado do nome do Museu. Durante a visita, a coleção foi investigada pelos estudantes. Eles puderam, também, tocar peças arqueológicas genuínas que foram reunidas com o apoio do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais. Também no quinto encontro, os estudantes assistiram apresentação em vídeo de registros rupestres do Brasil e do exterior, discutindo formas, cores e temáticas. Ao nal, eles participaram da O cina de Pintura Rupestre utilizando como suporte lascas de pedras calcárias, carvão, gravetos e tintas fabricadas com pigmentos minerais. O resultado das O cinas de Pintura Rupestre – mais de 70 pedras pintadas por participantes do projeto –, foram exibidas na exposição do Vamos ao Museu?. Figura 16 – Elaboração do mapa de Pains. Foto: Andréia De Bernardi. Figuras 17 e 18 – Caminhada nas cercanias de Pains e visita a uma cavidade. Fotos: Andréia De Bernardi. Figuras 19 e 20 – O cina de Pintura Rupestre e conjunto de pedras calcárias pintadas. Fotos: Andréia De Bernardi e Pedro Queiroz. 2.o momento: Durante Estudantes da Escola Estadual Maria Luíza, localizada na Vila Costina, zona rural de Pains, puderam permanecer mais tempo no Museu. Além Para as visitas dos estudantes ao museu, foram recuperados conceitos como Arqueologia, Carste, 219 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho da visita orientada, o grupo participou da O cina de Autorretratos e de caminhada no entorno do museu para conhecer a ressurgência de um pequeno curso d’água. Lá, numa clareira, os estudantes produziram poemas com palavras distribuídas pela equipe do Vamos ao Museu? antes da saída da escola. Como num sarau, os estudantes leram suas criações para o grupo e as penduraram no Varal de Poesias. Figuras 23 e 24 – Coreto da Praça Tonico Rabelo transformado pelo Programa Vamos ao Museu? em espaço expositivo especialmente para acolher os resultados das o cinas realizadas com professoras, estudantes e comunidade ao longo do projeto. Fotos: Andréia De Bernardi. Formação com a comunidade Figuras 21 e 22 – O cina de Autorretrato e Varal de Poesias realizados na visita da Escola Estadual Maria Luíza ao MAC/Pains. Fotos: Andréia De Bernardi e Pedro Queiroz. Funcionários da ICAL, empresa incentivadora do projeto, e seus familiares, além de membros da comunidade de Pains, foram convidados a participar de duas visitas ao Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco, MAC/Pains. Nelas, puderam participar de experiências tais como o toque de artefatos arqueológicos e de O cinas de Pintura Rupestre. Envolver as comunidades é maneira de garantir e incentivar sua participação nas propostas de re exão e ação do Vamos ao Museu?. Ao convidar as famílias dos estudantes, pretendeu-se que a participação da vida cultural da cidade passasse a ser mais frequente entre os grupos familiares, fortalecendo a cidadania cultural. 3.o momento: Depois Consistiu na exposição de fotogra as e trabalhos plásticos produzidos pelos estudantes – pedras pintadas produzidas das O cinas de Pintura Rupestre e Mapas Afetivos. Momento em que os resultados das ações culturais desenvolvidas bem como os registros fotográ cos de todo o processo desencadeado pelo Vamos ao Museu? foram expostos à comunidade. 220 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 Figuras 25 e 26 – Visita ao MAC/Pains com a comunidade. Fotos: Andréia De Bernardi. A exposição Ao nal do processo, foi realizada a exposição dos resultados no coreto da Praça Tonico Rabelo: as pedras pintadas por estudantes e membros da comunidade, os mapas afetivos de Pains produzidos pelos professores e estudantes; os projetos educativos dos professores, além dos registros das ações empreendidas pelo Vamos ao Museu? Expor o resultado do trabalho em espaço público, na principal praça de Pains, em uma construção que foi inteiramente adaptada para acolher a mostra, com projeto expográ co especialmente elaborado, fez parte dos objetivos do projeto: devolver à comunidade o resultado dessa ação coletiva de forma emblemática. Na abertura da exposição, houve apresentação da tradicional Banda de Música Santa Cecília, ativa desde 1920, representativa do patrimônio imaterial de Pains. Figuras 27, 28, 29 e 30 – Dia da abertura ao público da exposição do Programa Vamos ao Museu?, com presença da comunidade, apresentação da Banda de Música Santa Cecília e o cina de Pintura Rupestre. Fotos: Andréia De Bernardi. 221 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho Vamos ao Museu? – Interpretar para Empreender (2015) A nona edição do Vamos ao Museu? intitulada Interpretar para Empreender foi realizada no bairro José de Almeida em Nova Lima, Minas Gerais. A instituição de ensino convidada foi a Escola Municipal Harold Jones, que atende estudantes da educação infantil e do ensino fundamental. Em diálogo com a coordenação da escola, optou-se por trabalhar com duas turmas do 3.o ano do ensino fundamental, totalizando 42 estudantes de 10 a 11 anos e seus professores. A exposição Kandinsky – Tudo começa num ponto, de Wassily Kandinsky, foi realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB, de 15 de abril a 22 de junho de 2015, em Belo Horizonte. As ações com os estudantes foram realizadas em cinco encontros e a equipe foi formada por Andréia Menezes De Bernardi – na coordenação geral –, Ives de Oliveira Santos Melo – na coordenação administrativa –, e pela educadora Lindaura Maia Klimkievicz Moreira (Zelda). Figuras 31 e 32 – Primeiro encontro com estudantes, narração artística da estória “Vassilissa, a Bela” e produção dos círculos cromáticos pelos estudantes. Fotos: Webert Debarry. Formação de estudantes 1.o momento: Antes Se no primeiro encontro foram trabalhadas as cores, no segundo os estudantes trabalharam com as formas. Por meio de caminhadas no entorno na escola os estudantes foram estimulados a observar as diversas formas existentes no percurso: formas geométricas, formas orgânicas, formas que têm nome e formas que não têm nome, uma maneira de iniciar a conversa sobre gurativismo e abstracionismo utilizando uma linguagem acessível para eles. Em lugar com vista privilegiada, os estudantes puderam olhar para a paisagem do bairro onde moram observando atentamente detalhes e formas. Ao retornar à escola, fotocópias das fotogra as do entorno foram usadas para encontrar e dar destaque a formas diversas. Utilizar essas imagens que retratam o cotidiano do bairro promoveu momento de identi cação dos estudantes com o território que habitam, reconhecendo lugares, moradores e edi cações. Permitiu também criar empatia fortalecendo a identidade do grupo por meio da No primeiro encontro, visando aproximar os estudantes do universo de Wassily Kandinsky de forma lúdica, narramos a história Vassilissa, a bela, conto tradicional que, assim como outros contos com os quais o artista teve contato na infância, in uenciou seu imaginário. Os estudantes conheceram também um pouco da história de vida de Kandinsky, que quando jovem viajou ao interior da Rússia onde o contato com peças de artesanato in uenciaria fortemente sua decisão em se tornar artista. Por meio de seleção de fotogra as os estudantes puderam observar também algumas paisagens tipicamente russas e, a partir dessas vivências, foi proposta experimentação com cores e a produção de círculos cromáticos. 222 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 a rmação do bairro onde moram, a escola em que estudam, as pessoas da comunidade. Figuras 35 e 36 – Deslocamento dos estudantes da escola, em Nova Lima, até a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, onde se situa o Circuito Liberdade e o Centro Cultural Banco do Brasil/CCBB-BH. Fotos: Webert Debarry. Figuras 33 e 34 – Caminhada no entorno da escola para observação das formas que têm nome e formas que não têm nome, seguida de o cina na escola. Fotos: Webert Debarry. Já na instituição museal, os educadores do CCBB dividiram o grupo de 42 estudantes em dois subgrupos para a visita à exposição, que incluiu a participação em atividades de ateliê, totalizando duas horas de atividade em que os estudantes tiveram contato com obras de Kandinsky e de vários outros artistas que o in uenciaram e que integravam a exposição. Durante a visita, com o intuito de promover uma experiência signi cativa, os educadores do Vamos ao Museu? estimulam a observação e o estabelecimento de conexões, pelos envolvidos, entre suas experiências de vida e as obras e ideias presentes na exposição. 2.o momento: Durante O terceiro encontro com os estudantes consistiu em visita à exposição Kandinsky – Tudo começa num ponto, no Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB, localizado na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, Minas Gerais. Pelas janelas do ônibus os estudantes foram estimulados a observar as transformações da paisagem desde a saída da escola. Antes de iniciar a visita à exposição, os estudantes puderam conhecer a Praça da Liberdade, caminhar, observar e descobrir o prédio do CCBB, espaço que integra o Circuito Liberdade, um dos maiores circuitos culturais da América Latina e o maior do Brasil. 223 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho 3.o momento: Depois Após a visita à exposição Kandinsky – Tudo começa num ponto, as o cinas de experimentação artística iniciaram com a elaboração de composições utilizando a técnica da colagem. Os estudantes criaram colagens utilizando recortes das fotogra as do bairro e papel do tipo Color Set. Em suportes de madeira do tipo MDF pintados de preto os estudantes criaram composições individuais e também coletivas utilizando exclusivamente formas que não têm nome. No momento de experimentação o Programa incentiva a liberdade, a imaginação e a expressão criativa utilizando técnicas e suportes também encontrados na exposição. Nessa o cina os estudantes criaram composições abstratas, algo totalmente novo para eles, assim como a utilização do suporte preto, como fazia Kandinsky, para realçar as cores de suas composições. Figuras 41 e 42 – O cina de colagem utilizando formas que não têm nome – realizada na escola após visita à exposição –, e composição coletiva que integrou a mostra. Fotos: Webert Debarry. Figuras 37, 38, 39 e 40 – Chegada ao prédio, visita dos estudantes à exposição Kandinsky – Tudo começa num ponto e atividades de ateliê promovidas pela Ação Educativa do Centro Cultural Banco do Brasil. Fotos: Webert Debarry. 224 Cadernos do CEOM, Chapecó (SC), v. 34, n. 54, p. 211-226, Jun/2021 que foram criadas no âmbito das o cinas do Vamos ao Museu?. O espaço foi aberto ao público em 6 de outubro de 2015 e a visita dos estudantes à exposição foi dividida em dois momentos. O primeiro, de descoberta individual, em que percorreram a mostra de forma espontânea, observando, procurando os trabalhos que zeram, investigando e interagindo com seus pares e professores, trocando impressões ou fotografando. No quinto encontro, os estudantes ouviram a narração da história O Reino Branco e experimentaram a pintura em aquarela com a técnica do papel molhado. Wassily Kandinsky também pintou inspirado por contos de fadas tradicionais russos, sendo a aquarela uma das técnicas utilizadas em sua primeira exposição individual, o que justi cou nossa escolha. A pintura em aquarela com a técnica do papel molhado tem como característica a imprevisibilidade do movimento da tinta. Esta qualidade ampliou ainda mais a experiência dos estudantes no universo da abstração. Figuras 43 e 44 – O cina de aquarela sobre papel molhado, realizada a partir da narração artística do conto O Reino Branco. Fotos: Webert Debarry. Figuras 45 e 46 – Exposição das colagens e aquarelas produzidas ao longo do projeto no dia da abertura da Mostra Vamos ao Museu? – Interpretar para Empreender 2015. Fotos: Webert Debarry. Mostra Vamos ao Museu? – Interpretar para Empreender 2015 E outro, em que os educadores do Vamos ao Museu? promoveram diálogo entre os estudantes e a mostra, convidando-os a olharem mais detidamente para o conjunto e também para um trabalho especí co de cada técnica, a dizerem o que viam, o que sentiam, o que mais despertou-lhes a atenção. Foi proposto trabalho de leitura de imagens, a exemplo do realizado quando da visita à exposição de Parceria estabelecida com o Shopping Ponto Verde, centro comercial próximo à Escola Municipal Harold Jones, possibilitou cessão em caráter de comodato de loja de 40 m2 para a realização da mostra das aquarelas, colagens individuais e coletivas 225 Programa Vamos ao Museu? Educação e Cultura Andreia Menezes De Bernardi, Ives de Oliveira Santos Melo, Lindaura Maia Klimkievicz Moreira, Adriana Piva, Patrícia Marinho de Carvalho Kandinsky; no entanto, agora feito com os trabalhos criados pelos próprios estudantes ao longo do projeto. comunidades e, também, pelos espaços expositivos e suas equipes de educadores. Aprendemos muito com cada pessoa que encontramos e, apesar das di culdades, esperamos que esse trabalho possa ter despertado em pro ssionais da cultura e da educação, estudantes e comunidades o interesse pela arte e pelo patrimônio cultural. Não como um m, mas como um meio para a formação de sujeitos mais críticos e conscientes de sua condição e de seu papel no mundo. Figura 49 – Após entrega dos certi cados, abraço coletivo entre estudantes, educadoras do Programa Vamos ao Museu? professora da turma e diretora da escola. Foto: Webert Debarry. Figuras 47 e 48 – Interação dos estudantes com o espaço expositivo e suas próprias colagens e aquarelas. Bate papo e troca de impressões conduzida pela educadora Lindaura Maia no dia da abertura da Mostra. Fotos: Webert Debarry. A todos os que acreditaram e abraçaram essa ideia, a nossa gratidão! Vamos ao Museu? Para concluir Políticas públicas têm sido criadas a partir da experiência do Vamos ao Museu?, mas ainda são insu cientes para atender às demandas de ampliação do acesso aos bens culturais de forma quali cada. Nesta perspectiva, o Programa formou professores para que pudessem replicar as propostas do Vamos ao Museu?, elaborando e executando projetos próprios. Por onde passamos com o Vamos ao Museu? ao longo desses dez anos fomos recebidos com muito interesse por parte de professores, estudantes, 226