Jump to ratings and reviews
Rate this book

Poesias Completas & Dispersos

Rate this book
A nova edição da obra poética de Alexandre O’Neill na Assírio & Alvim, organizada e posfaciada por Maria Antónia Oliveira e revista por Luis Manuel Gaspar, adopta o título «Poesias Completas & Dispersos» e reúne num só volume dois livros do autor. Como nos explica a organizadora na Nota à presente edição, «Um deles, "Poesias Completas", aquele que enforma e dá o tom a esta edição, foi publicado em vida do escritor, na Imprensa Nacional, aumentado duas vezes pelo próprio com os livros "As Horas já de Números Vestidas" (1981) e "Dezanove Poemas "(1983). Em 1986, ano da morte, surgiu nova edição que incluía "O Princípio de Utopia, O Princípio de Realidade Seguidos de Ana Brites, Balada tão ao Gosto Popular Português & Vários Outros" Poemas (1986, Moraes, colecção Círculo de Poesia). O outro livro, "Anos 70. Poemas Dispersos" (Assírio & Alvim), veio a lume em 2005 e resultou da minha pesquisa para a biografia do escritor. Além destes dois livros, incluem-se nesta edição quarenta e dois textos dispersos em jornais, revistas, discos e catálogos de arte. Foram localizados sete inéditos em espólios.»

744 pages, Hardcover

First published March 1, 2017

Loading interface...
Loading interface...

About the author

Alexandre O'Neill

39 books38 followers
Autodidacta, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua acção à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
7 (38%)
4 stars
11 (61%)
3 stars
0 (0%)
2 stars
0 (0%)
1 star
0 (0%)
Displaying 1 - 3 of 3 reviews
Profile Image for tiago..
417 reviews128 followers
December 2, 2024
Palavras não descrevem o quanto me apaixonaram os dois primeiros livros deste volume em que se reúne toda a poesia de Alexandre O'Neill. Tempo De Fantasmas e No Reino da Dinamarca acham-se facilmente entre os meus livros de poesia favoritos, com esta poesia misteriosa sem ser críptica, cheia de ritmo e suavidade, com aquela beleza que não se pode fabricar - só se pode mesmo achar, como se por acidente.

Mas, como acontece com muitos poetas, esta verve inicial começa a esfriar.

A partir de Abandono Vigiado , começam a surgir livros inteiramente diferentes, emergindo a poesia humorística e 'quotidiana' (feita de observações do dia-a-dia) porque Alexandre O'Neill é tão conhecido. O'Neill descreve esta mutação pelas suas próprias palavras:
Acaba mal o teu verso,
mas fá-lo com um desígnio:
é um mal que não é mal,
é lutar contra o bonito.

Vai-me a essas rimas que
tão bem desfecham e que
são o pão de ló dos tolos
e torce-lhes o pescoço,

tal como o outro pedia
se fizesse à eloquência,
e se houver um vossa excelência
que grite: – Não é poesia!,

diz-lhe que não, que não é,
que é topada, lixa três,
serração, vidro moído,
papel que se rasga ou pe-

dra que rola na pedra…
Mas também da rima «em cheio»
poderás tirar partido,
que a regra é não haver regra,

a não ser a de cada um,
com sua rima, seu ritmo,
não fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo…

Perde aquela magia inebriante dos primeiros livros, é verdade. Mas perde por isso a sua poesia todo o encanto? Evidentemente que não. Mas ganha, a meu ver, algo de banalidade. Ainda assim, o humor do nosso Alexandre é justamente reconhecido, e nem mesmo entregando-se a ele consegue este grande poeta escapar-se, ocasionalmente, a encontrar momentos de rara beleza.
Profile Image for la poesie a fleur de peau.
484 reviews58 followers
July 29, 2024
7.5/10

"Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura por ti."

Excerto de "Um adeus português"

***

"É simples a separação.
Adeus.
Desenlaçado o último abraço, uma pressa de dar costas um ao outro.
Já não há gestos. O derradeiro (impossível) seria não desfazer
o abraço.
Pressa de cada um retomar o outro na teia lenta da remembrança.
Não desfazer o abraço. Ficar face encostada ao niagara dos
cabelos.
Sobram fotografias, voz no gravador, um bilhete na caixa do correio.
Sobra o telefone.
Tensão-telefone. Possibilidade de voz não póstuma.
No gravador, voz de ontem, de anteontem. De há anos.
Sobra o telefone. Mudo.
Retininte?
Sobrarão as cartas. Sobra a espera.
Na teia lenta da remembrança, retomo-te em memória recente: na
praia de ternura onde nos enrolámos e desenrolámos desesperados
de separação.
Sobra a separação."

Dois tropeções de ternura



Profile Image for Diogo Carvalho.
22 reviews
November 8, 2024
“Discurso

No dize-tu-direi-eu
havia um que dizia
quer dizer é como quem diz
que o mesmo é não dizer nada
tenho dito”
Displaying 1 - 3 of 3 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.