VOU FALAR SOBRE OS APLICATIVOS DE RELACIONAMENTO
Nota da autora: é um desabafo/crônica
Eu fiz um perfil num aplicativo de relacionamentos, mais especificamente no Boo, que é um aplicativo tanto de escala global quanto local. Eu acho o sistema deles interessante, essa questão de MBTI e eneagramas. Mas posso dizer uma coisa pra vocês? Esses aplicativos de relacionamento são extremamente frustrantes! Pelo menos para mim, que procuro um relacionamento saudável e sério! Na verdade, as coisas do coração são muito sérias pra mim! A um nível em que existe uma possibilidade de eu me encontrar no grupo de demissexuais, (pessoas que precisam de uma conexão intelectual ou emocional para conseguir ter uma troca mais íntima).
O capitalismo ganha com a solteirice e com a falsa liberdade sexual das pessoas, não sei… Mas pelo menos no Boo eles têm tantos planos de benefícios que até me constrange! Não é meu plano pagar pra encontrar uma pessoa, meu futuro parceiro. Tipo… Até porque gosto da maneira natural como as pessoas aparecem na minha vida.
É como eu e minha antiga colega de Iniciação Científica falávamos de livros. Contexto: minha faculdade possui uma mesinha de doação de livros, e a maioria são livros “ruins”, de assuntos não relacionados aos nossos gostos e necessidades, mas a gente sempre encontrava coisas boas e muito bacanas. Isso porque os livros nos chamavam, nos eram predestinados de alguma forma—assim como familiares, amizades, vagas de iniciação científica… Eu e ela tínhamos muito esse tipo de reflexão: as coisas sempre aconteciam de forma que pareciam certas.
Eu não acho que o Boo, Tinder, ou outro aplicativo, seja a coisa certa para MIM. É como se eu estivesse forçando que o livro certo esteja na mesinha. Eu quero a “sorte de um amor tranquilo”, mas não quero ser refém desse sistema lucrativo em cima da minha pretensão de formar uma família, escrever uma história.
No fim das contas, não quero transformar o amor em um produto de prateleira nem pagar frete para encontrar alguém que, no fundo, talvez nem tenha sido escrito na minha história. Prefiro acreditar que os melhores encontros acontecem nos momentos mais inesperados, como achar um livro incrível naquela mesinha quase sempre cheia de títulos duvidosos. E se for para investir dinheiro nisso, que seja comprando um café enquanto espero o acaso fazer sua parte—porque, convenhamos, pelo menos o café sempre entrega o que promete.