1 de janeiro de 2017

Oi 2017

Do meu amar pulseiras, azul, prata, asas, búzios
Na medalhinha, um miúdo e lindo detalhinho:
Um passarinho
Por leveza, lindezas, liberdade
Paz e amor
2017 eu estou aqui

19 de dezembro de 2016

Brinde

Um brinde de Fanta Uva
Que meu marido acha, faço parte de um diminuto grupo, que gosta
Assim como uva passa
E memórias com traça
Falar e lembrar de quem já se foi
Querer viver o agora além do porvir

Enfim
E sem fins de mim
Que me senti brindada nas palavras de um poeta amigo
E trouxe para compartilhar
Brindar
Com quem em partes ou totalmente se identificar
Me identifiquei muito e quem me conhece me reconhecerá
Donos do mundo, é o nome do poetar

Para quem for o total oposto
Maiorias quiçá
Um brinde de...sei lá

"aos que soltam pipas
aos que chutam latas
aos que pedem fanta uva
aos que tomam chuva;

aos que abraçam (e beijam) árvores
aos que imitam desenho animado
aos que criam bichos
aos que separam o lixo;

aos que jogam paciência
aos que têm muita miopia
aos que vivem de brisa
aos que tiram a camisa;

aos que chupam pirulitos
aos que fazem algodão-doce
aos que compram pipoca e praliné
aos que esperam o sol nascer;

aos que caminham a esmo
aos que alimentam os pombos
aos que catam migalhas
aos que perdem as sandálias;

aos que falam sem pensar
aos que pensam sem dizer
aos que imitam passarinho
aos que falam sozinhos
aos que riem muito alto
aos que se fantasiam
aos que dão vexame e gorjetas
aos que não trancam gavetas;

aos que esquecem as chaves
aos que perdem a hora e a carteira
aos que fazem a festa surpresa
aos que sobem na mesa;

aos que jogam bola, bola de gude
aos que jogam jogo de botão
aos que jogam o jogo da verdade
aos que nunca jogam verde;

aos que olham nos olhos
aos que fazem letra e música
aos que vestem laranja
aos que tocam uma canja;

as que levam balas nos bolsos
aos que dão bom dia a estranhos
aos que gargalham no filme do carlito
aos que acham esquisito bonito;

aos que erram na conta
aos que fazem castelos na praia
aos que estouram o espumante
aos que não se desenganam antes.
aos que não ligam pra blusa furada
aos que costuram meias
aos que ainda usam chapéus
aos que tiraram os véus;

aos que atiram pétalas, pérolas
aos que abrem a casa, tomam um porre
aos que desligam o celular
aos que ligam, mesmo a cobrar;

aos crédulos, livres de espírito
aos meio crianças ainda
aos de alma de orgulho desprendida
aos que tentam o mais leve da vida
levem, pois este mundo lhes pertence."

Marcílio Godoi

18 de outubro de 2016

Oi!

Passando para tirar o pó do blog, que já teve um post por dia. O que houve? Vou contar...
Minha alegria e constância de postar foram sendo minadas pelas muitas partidas e poucas chegadas de leitores. Pela preferência coletiva gradativa por outras redes sociais., tal e coisas, coisas e tal.
Um diário, um ensaio, um querer, poder, ser ou vir a ser escritora, um descobrir e me descobrir na poesia, a necessidade e o gostar de me expressar, conversar, trocar idéias, opiniões. Um contar  da vida em crônicas, em fotos, em fatos e fantasias. Cotidiano, passado, presente, futuro. Assim para mim era e ainda é esse espaço.
Uma caixinha,  as vezes quintal, de descobertas, alinhamentos, desalinhos, amizades, terapia, filosofias, futilidades, temas sérios e amenidades. O que não gosto. O amar por conhecer, o amar exatamente por não conhecer (pessoas, lugares, coisas).
Estou aqui, a garimpar o que já postei, tenho pensado apostar no  idealizado e tão sugerido livro, talvez. Tirando coisas das gavetas, guardando no sótão, me desfazendo de algumas, inventando outras. Porque a vida é assim, muitos era uma vez, é a vez, serão as vezes, com páginas sempre a serem escritas.

23 de julho de 2016

Amar é ter um pássaro pousado no dedo
E quem tem um pássaro pousado no dedo 
Sabe que, a qualquer momento
Ele pode voar
Quem me ensinou foi Rubem Alves
Na foto uma viuvinha
Que marido achou na garagem e trouxe para mim
Elas me alegram
Desde menina
Pousam e se vão
Post por Cuca
Uma ser humaninha canina
Que nunca pousei minhas mãos em suas madeixas cor de ouro
E que voou hoje para o céu dos cachorros
Meu carinho Chica amada
E o sentimento
De que, o que importa
É o que nos importa
#dasefemeridadeseeternidades

13 de julho de 2016

Das dores e esperas

Eu disse na escola que tinha alergia a Merthiolate, acharam era medo e em minutos eu toda empolada lá estava. Quem tem pouco (ou muito) mais de 30, sabe a relação direta entre o medicamento e a dor, não só pelas causas para o uso, mas também pelo ardor causado pelo danado liquido avermelhado. Eu, piveta que era, vivia ralando os joelhos, cotovelos, rancando os tampos dos dedos e um primo do Merthiolate me salvava com sopro cheio de bactérias curativas depois. 
Ai, com o tempo criou-se uma fórmula que não arde e como muitos remédios a cura é a duras penas. Santa Água Maravilha! E esse post além das reminiscências, é uma ferida, que resolvi cutucar nessa prosa. Nessa onda do tudo sem açúcar, sal, lactose, glúten, sem dor, geração estranha que canta e exibe o sofrer como estilo de vida, gente exibida, estressada, desapegada, despachada além do senso do ridículo e do coletivo, reza a manada que gente antenada não sente nada, nem de ruim, nem de bom, suave na nave. 
Babys, kids, teens anestesiados, que não sabem o que é ardor, fome, sede, espera em fila, paciência, tempo de preparo, época de tal fruta. Todos cercados de aparelhos, apetrechos, apps anti mimimis, pitis, ses, sempre a mão. Água, com gás, aroma, vitaminas, da torneira nem passa na cabeça, pela guela então!  Bolachas e iogurtes sem gosto, smartphones inseparáveis, tablet, carregadores, analgésicos, contatos sem chance são decorados. Tudo assim misturado, insosso.
Filhos, maridos, esposas, amigos não podem esperar, nem meia hora, nem uma. Nem minutos para uma resposta nas redes sociais. Ou envios ficam no limbo, sem ser vistos ou vistos e não respondidos. Filas? Não! Restaurantes sem espaço específico para crianças não! Sem Wi-Fi não mesmo!
O viver as dores e esperas e o tanto que ensinam, a urgência por paciência em série para todos, resistência ao calor, ao frio, as mazelas, porque tem muita coisa que continua ardendo, doendo, demorando ainda que a moda seja camuflar e cultuar a falsa sensação de que nada mais é difícil, doído, doido, de que tudo é imediato, aceitável, que o prático vale mais que o rebuscado, que todo mundo é valente, contente, perfeito, saudável. Afff!