terça-feira, 10 de maio de 2011

TROVADORES URBANOS: COPACABANA [Re-up]


TROVADORES URBANOS
Trovadores Urbanos são um quarteto vocal misto que iniciou sua carreira em 1990, em São Paulo, oferecendo o serviço de serenatas em domicílio na capital paulista. Esse trabalho, inicialmente despretensioso, passou a ser conhecido na cidade, e já resultou na gravação de seis álbuns.
---------------
TROVADORES URBANOS
The Brazilian vocal mixed quartet, Trovadores Urbanos, got together in 1990. They have performed all over Brazil as well as internationally, on four different tours.
The group have released 6 CDs and 1 DVD. Trovadores Urbanos have shared the stage with major Brazilian artists. A common feature on the Brazilian media, the group have made appearances on popular TV soap operas. Known as “the Brazilian Serenaders”, Trovadores Urbans have performed thousands of serenades across Brazil and the world over, always spreading joy and happiness.
(Source: myspace.com, edited by CB)
----------------
ALBUM REVIEW
With their latest album, OS TROVADORES MODERNOS look toward Rio de Janeiro, or more specifically, the Rio of the 1950s, when samba-canção was the reigning romantic song and heartache a staple on the musical menu. The project received a substantial boost from music historian Zuza Homem de Mello, who selected the repertoire, and Maurício Maestro (leader of the vocal group Boca Livre), who arranged and conducted.
(By Daniella Thompston, edited by CB)
-------------
C0MENTÁRIO DE ZUZA HOMEM DE MELLO
Após terem coberto o universo da música paulista no CD “Canções Paulistas”, que afinal é o território de origem dos componentes do grupo criador das serenatas de casa em casa, nada mais natural que se voltem agora para o Rio, ajustando seu foco sonoro para o bairro de Copacabana. Naquele Rio de Janeiro, ainda a capital do país, onde os mais ilustres representantes de uma elite intelectual e artística conviviam informalmente em reuniões frequentes, num ambiente que é um verdadeiro cenário de filme, os bares do Rio nos anos 50. Nessa época de alta boemia, a música surgia como consequência dos encontros noturnos quase diários nas boatezinhas onde pontificam célebres cronistas como Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Vinícius de Moraes, Fernando Lobo, Antonio Maria, Sergio Porto e muitos outros. Era um soberbo bloco de artistas e intelectuais cuja obra nos transporta para a sedutora atmosfera que, de alguma maneira, tem-se a sensação de ter feito parte de nossas vidas. Mesmo não sendo cariocas, mesmo que muito jovens. Como que percorrendo a curvilínea calçada de Copacabana, os Trovadores Urbanos concentram suas vozes nos sambas-canção do tempo em que as emissoras de rádio eram porta – voz de âmbito nacional para o que se criava no ambiente enfumaçado e regado a álcool das mesinhas de bares do Rio. Nos romances que nasciam e morriam às vezes em uma só noite, mas não desapareciam quando celebrados em versos melodiosamente emocionantes. Esse período foi como um preparatório para a revolucionária Bossa Nova que explodiria logo a seguir. Foi ainda uma fase inusitada já que conviveram em harmonia duas gerações diferentes, alguns dos maiores compositores dos anos 30 como Ary Barroso de um lado, e os novos que surgiam, como Dolores Duran, de outro. Unidos pelo glamour. As melodias dessa época formam um significativo capítulo da memória musical Brasileira: Copacabana, Se queres saber, Zum Zum, Bar da noite, Encontro com a saudade, Nossos momentos, Sábado em Copacabana, Kalú, são preciosidades de uma época de boemia pura, que a neblina do tempo tenderia a desvanecer, não tivessem tais canções o brilho ofuscante das gemas de uma mina da música popular.
----------------
MINHA OPINIÃO
Neste CD, lançado em 2003, o repertório foi selecionado por Zuza Homem de Mello. Dele constam grandes sambas-canções da fase “pré-bossa-nova”, representativos da "noite de Copacabana", em cujas "boites", naqueles anos dourados, se ouvia a grande música - brasileira ou não - pelas vozes e instrumentos dos grandes cantores e músicos da época: Tom Jobim, Newton Mendonça, Dolores Duran, Tito Madi, Johnny Alf, Nora Ney, etc. Ao contrário dos arranjos usuais, em que se utilizam mais de duetos e contracantos, fórmulas simples, mais facilmente assimiláveis e adequadas à seresta, desta vez os TROVADORES entregaram suas vozes aos cuidados do grande MAURICIO MAESTRO, e o resultado não podia se outro: arranjos modernos, sofisticados, urdidos com maestria (sem trocadilho). E os vocalistas dos TROVADORES foram perfeitos na execução dos belíssimos "block chords", onde o mestre MM usa e abusa de "choques" de segunda menor, sétima maior, nona menor, décima-terceira e outros intervalos que usualmente complicam a vida dos cantores. O acompanhamento instrumental é discreto e elegante.
Em suma: OURO EM PÓ!

(*)O arranjo "à capela" de DUAS CONTAS é de arrepiar. Valeu a aula mestre MM!
-------------
TROVADORES URBANOS: COPACABANA

TROVADORES URBANOS
Juca Novaes
Maída Novaes
Valéria Caram
Eduardo Santhana

VOCAL & INSTRUMENTAL ARRRANGEMENTS: MAURICIO MAESTRO

SPECIAL GUESTS:
Toninho Ferragutti - accordion (Track # 7)
Adriano Busko - zabumba, triangle, and ganzá (Track # 7)
Teco Cardoso - tenor sax (Track # 9), wind instruments and piccolo (Track 13).

TRACKS/FAIXAS
1 - Copacabana
2 - Neste mesmo lugar
3 - Poema do olhar
4 - Duas contas
5 - Fim de caso
6 - Encontro com a saudade
7 - Kalú
8 - Se queres saber
9 - Bar da noite
10 - Você não sabe amar
11 - Vingança
12 - Nossos momentos
13 - Zum zum
14 - Caminhemos
15 - Sábado em Copacabana

sábado, 30 de abril de 2011

O SOM LIVRE: O Som livre

O SOM LIVRE
Foi um conjunto vocal (sexteto) de estúdio de brevíssima duração. Nos anos 70 as trilhas sonoras das novelas da Globo eram formidáveis: cada personagem tinha sua própria música, que era encomendada aos melhores compositores da época. O SOM LIVRE foi criado por Raymundo Bittencourt (sempre ele) para gravar duas delas: "Wanda Vidal" (O homem que deve morrer) e "O que é que houve, o que é que há"  (Minha doce namorada) , lançadas nos álbuns das respectivas novelas. Mas já que haviam entrado no estúdio, aproveitaram a oportunidade para gravar este compacto com 4 faixas. Minha memória anda "rateando" pois, embora eu tivesse assistido a vários ensaios do grupo,  não consegui lembrar exatamente quem eram os componentes do grupo. Portanto a informação está sujeita a futura correção de nomes: Raymundo Bittencourt, Eloy Vicente (atualmente nos "Cariocas") e Marilia (ex- "Trevo) são certos. Rubens Serrano (Brazil Aquarius) é provável, mas ficam faltando mais um cantor e uma cantora :-(
----------
MINHA OPINIÃO
Os arranjos foram escritos em conjunto por Ray e Eloy, inpirados pela coqueluche da época: o som "pop" dos "Mammas & Papas" e "The Association".  O repertório tem "xaxado-pop" e "baião-pop" - as composições de Marcos & P.S.Valle e Fernando Leporace/Vitor Martins. E, de quebral,  o prenúncio do "rock-rural" de Sá, Rodrix e Guarabira. Bons tempos...
-----------
O SOM LIVRE: O Som livre

TRACKS/FAIXAS
1. O Jeito de Viver
   (Luiz Carlos Sá)
2. Wanda Vidal
  (Marcos Valle - Paulo Sérgio Valle)
3. Coisas Mineiras
   (Fernando Leporace - Victor Martins)
4. O Que é Que Houve?
   (Guttemberg Guarabyra - Zé Rodrix)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

AHMAD JAMAL (with the voices of The Howard A. Roberts Chorale): The Bright the Blue and the Beautiful [RE-UP]



AHMAD JAMAL (with the voices of The Howard A. Roberts Chorale)
Os "xiitas" sempre torceram o nariz para as gravações de jazz com cordas e, por extensão, vozes. Mas nem mesmo os mais conservadores poderão deixar de reconhecer a excelência deste álbum, onde Ahmad Jamal, no melhor de sua forma, dosa bons momentos de jazz com "easy listening", tudo com o adorno das vozes do Choral de Howard A. Roberts.
---------------
ALBUM REVIEW
"Sounds cheesy -- but this is a pretty wonderful album, the kind that really gets at the dark genius of Jamal! Ahmad's trio with Frank Gant and Jamil Sulieman is joined by the Howard A Roberts Chorale, set to arrangements by Jamal and Joe Kennedy that create these dreamy pillows of sound, pushing the voices forward like piles of feathers, supporting Ahmad's lines on piano with amazing subtlety, evoking a really moody late night sound. Richard Evans produced, and the whole thing has that sophisticated groove of the best late 60s Cadet work. Titles include "Never Let Me Go", "Wild Is The Wind", "Yesterdays", "Of Bass I Love", and "By Myself".
(Dusty Groove's Review)
------------
MINHA OPINIÃO
Muita gente acha que ele é "músico de coquetel". Ledo engano: Ahmad Jamal, para quem não sabe, foi uma das maiores influências de ninguém menos que MILES DAVIS. Se você me perguntar se ele é um dos meus pianisitas preferidos, a resposta é NÃO. Mas é inegável que AJ acabou descobrindo um jeito de dosar, com equilibrio e muita qualidade, jazz e "easy listening", numa fase de sua carreira. Acabou ficando marcado por isso e rotulado como pianista de festas, o que não é justo. Neste álbum, além de grandes  improvisos, extraordinariamente bem construídos, Ahmad Jamal exibe uma nem sempre explorada faceta do seu talento: a de grande harmonizador. Vejam, por exemplo, o que ele faz com a harmonia de "Never let me go". Além disso, como compositor, nos brinda com uma belíssima e complexa "Ballad for Beverly". As vozes do coral de Howard A. Roberts (*) emolduram com simplicidade e eficiência os solos de A.J. e seu trio. Um belo álbum, sem dúvida.

(*) Não confundir com o guitarrista Howard Roberts.

-------------
AHMAD JAMAL With with the voices of the Howard A. Roberts Chorale: "Bright, Blue and Beautiful" (1968)

PERSONNEL: 
Ahmad Jamal (piano)
Jamil Sulieman (bass)
Frank Gant (drums)
The Howard A. Roberts Chorale (voices)

ARRANGEMENTS: Ahmad Jamal & Joe Kennedy

TRACKS/FAIXAS
Wild Is The Wind
Ballad For Beverly
Of Bass I Love
Yesterdays
I Wish I Knew (How It Would Feel To Be Free)
At Long Last Love
Never Let Me Go
Gypsies In The Wind
Lover Man
By Myself

sábado, 23 de abril de 2011

THE SINGERS UNLIMITED & ART VAN DAMME: INVITATION [Re-up]


THE SINGERS UNLIMITED
O fantástico grupo liderado por Gene Puerling dispensa apresentação: sua biografia já foi postada aqui várias vezes e ainda tem muita coisa pela frente. Além da série "à capella", ainda faltam suas gravações com Roger Kellaway, Oscar Peterson, Pat Williams, etc.
----------------
ART VAN DAMME
O acordeonista Art Van Damme é americano, apesar do sobrenome holandes ou belga. Nascido em 9 de abril de 1920, na cidade de Norway, estado de Michigan, Van Damme teve as suas primeiras lições no instrumento aos 9 anos. Cinco anos depois, quando sua família se mudou para Chicago, ele prosseguiu seus estudos entrando para o conservatório, mas logo estaria de volta à música popular e, principalmente ao Jazz. Van Damme foi o pioneiro na introdução do acordeon no Jazz - embora na "vintage era" houvesse outros fantásticos acordeonistas nos USA - ao contrário do Brasil, onde o instrumento foi execrado por longos anos, graças a Mário Mascarenhas e sua mulher Conchita. Art Van Damme foi influenciado pelos discos de swing, principalmente por Benny Goodman e, no fim dos anos 30 começou a transcrever para o acordeão os solos do clarinetista. Experimentos que chegariam ao disco em 1944, quando o quinteto formado por Van Damme foi contratado pelo pequeno selo Music Craft. A formação instrumental que misturava acordeão, vibrafone e guitarra e uma seção rítmica de baixo e bateria viria a se tornar um padrão para o gênero. No ano seguinte, Van Damme foi incorporado ao elenco da emissora de rádio NBC de Chicago, acompanhando artistas como Ella Fitzgerald, Peggy Lee, Buddy De Franco e Dizzy Gillespie em suas passagens pela cidade. A partir de 1947, por dez anos consecutivos ele foi eleito o melhor acordeonista de jazz pelos exigentes leitores da revista Downbeat e repetiu o feito na revista Contemporary Keyboard, como o melhor acordeonista entre os anos de 1976 e 1980. Além de seu quinteto, interessado em expandir ainda mais o potencial de seu instrumento, Van Damme fez discos acompanhado de cordas, de sopros e do grupo vocal Singers Unlimited. Van Damme, aos 88 anos, continua o mestre desse instrumento no gênero e esteve no Brasil em 2004, participando do Tim Jazz Festival.
-------------
The hippest cat ever to swing an accordion, Art Van Damme dared go where no man had gone before: jazz accordion. He started taking accordion lessons at the age of nine, and moved on to classical studies after his family moved to Chicago, Illinois, in 1934. After leaving school. he played in a trio in local clubs under big band leader Ben Bernie hired him in 1941. He soon returned to Chicago, though, and continued to work the club circuit there throughout World War Two. Van Damme was inspired by swing recordings, particularly Benny Goodman's, and in the late 1930s, he began experimenting, adapting Goodman solos to the accordion. Throughout his career, he would often be compared to Goodman, since the two were both classically trained, technical masters of their instruments, and versatile and creative jazz soloists. He formed a quintet with several of his studio colleagues, and recorded his first album, for the small label, Music Craft, in 1944. He joined the staff of NBC Radio in Chicago in 1945 and remained a studio musician for over 15 years, even after he became a recording artist in his own right. He would go on to voted "Top Accordionist" in Downbeat's annual poll of jazz musicians for ten years in a row. Later, he was similarly recognized by Contemporary Keyboard magazine for five years in a row. As time went on, Van Damme moved into more adventurous territory, closer to mainstream jazz.After leaving NBC Radio in 1960, Van Damme opened a music store and accordion studio in Chicago, but he continued to tour regularly. He left the recording mainstream when his contract with Columbia Records ran out in 1965, but was quickly signed by the German jazz label, MPS, and went on to record 16 albums for them. Since 1980, he has recorded less frequently, usually for small jazz labels, including an excellent album with the group Singers Unlimited. Although a number of other accordionists ventured into jazz territory after Van Damme broke the trail, he remains the acknowledged master. He continues to perform occasionally.
-----------------
MINHA OPINIÃO 
Este álbum é uma preciosidade, reunindo os Singers Unlimited e Art Van Damme, uma legenda do Jazz. A "performance" dos Singers e Van Damme na maravilhosa composição de Bronislaw Kaper, "Invitation" já seria suficiente para incluir o álbum na categoria de "one of the best, ever". OURO EM PÓ!

----------------
ART VAN DAMME & SINGERS UNLIMITED : INVITATION

THE SINGERS UNLIMITED
Bonnie Herman
Don Shelton
Gene Puerling
Len Dresslar

ART VAN DAMME QUINTET
Art Van Damme - Accordion
Heribert Thusek - Vibes
Sigi Schwab - Guitar
Eberhard Weber - Bass
Charly Antolini - Drums

TRACKS/FAIXAS:
01 - Spring Is Here
02 - But Beautiful
03 - We Could Be Flying
04 - Violets For Your Furs
05 - Invitation
06 - Cherry
07 - Ecstasy
08 - Let There Be Love
09 - My One And Only Love
10 - Wave


quarta-feira, 20 de abril de 2011

QU4TRO MANOS: Qu4atro Manos

QUATRO MANOS
A fonte desta postagem é o blog DESFILE DE QUARTETOS, especializado em gospel (brasileiro ou não). Mas este obscuro quarteto vocal, sobre o qual não consegui qualquer informação na Net, vai um pouco além do "gospel": a sua "praia", na verdade, é o "brazilian soul", preconizado por Genival Cassiano, Tim Maia & Cia.
---------
MINHA OPINIÃO
Nem mesmo sei se o QUATRO MANOS ainda continua em atividade. Na seara do "soul brasileiro"  eu só conhecia os legendários "Diagonais", liderado por Genival Cassiano; por isso, resolvi acrescentar o QUATRO MANOS ao nosso acervo. Os "manos" dão conta do recado: como é próprio do estilo, sempre existe um solista em destaque, enquanto as vozes remanescentes fazem o "backing vocal". A maioria dos temas me são estranhos: alguns, suponho, devem ser da sua própria lavra; mas no repertório também  tem composições de outros autores (Antonio Adolfo, Tibério Gaspar, Rosana), que tiveram destaque na mídia, nos anos 70 e 80 (BR-3, Nem Um toque) e algumas versões de músicas norte americanas. Espero que algum amigo do Blog possa me oferecer informações sobre o grupo.
----------
QU4TRO MANOS: Qu4atro Manos

TRACKS/FAIXAS:
01 Esquece E Vem
02 BR-3
03 A Magia Está No Ar
04 Nem Um Toque
05 Preciso Recomeçar
06 Êxtase
07 Amor, Eu Vou Te Dar Amor
08 Eu Amo Você
09 Amizade, Amor E Compreensão
10 Tudo Certo
11 Queria Lembrar
12 Esquece E Vem ( Remix )

sábado, 16 de abril de 2011

TRIO DE OURO: O famoso Trio de Ouro (1969)

TRIO DE OURO
Esta postagem é, de certa forma, um complemento da anterior, do "Trio Marabá", por proporcionar aos interessados a oportunidade de comparar os dois trios. É uma coletânea de sucessos da primeira e legendária formação do "Trio de Ouro".
--------
TRIO DE OURO
O Trio de Ouro foi um conjunto vocal brasileiro formado por Herivelto Martins em 1937.
Na época, Herivelto formava com Nilo Chagas  a dupla Preto e Branco. Nilo tinha substituído o primeiro parceiro de Herivelto, Francisco Sena, falecido no ano anterior. Em 1936, eles conheceram a cantora Dalva de Oliveira no Cine Pátria, onde trabalhavam. Então eles começaram a ensaiar juntos em busca de algo diferente. Eles foram ouvidos pelo compositor Príncipe Pretinho, que, entusiasmado com o resultado, incentivou-os a prosseguirem juntos. Eles então passaram a se apresentar juntos, como Dalva de Oliveira e dupla Preto e Branco, e assim gravaram o primeiro disco na Victor em 1937.Nesse ano, o trio foi contratado pela Mayrink Veiga, para o programa de César Ladeira. Em 1938, assinaram contrato com a Odeon, onde gravaram os primeiros discos com o Regional de Benedito Lacerda. Foi então que o nome Trio de Ouro apareceu pela primeira vez em disco. Essa denominação foi dada por César Ladeira, que, durante uma apresentação do grupo, afirmou que ser esse “um trio de ouro”, designação que eles passaram a usar, embora eles só a tenha adotado oficialmente dois anos depois. Naquele ano, realizou-se o casamento de Herivelto e Dalva. Em 1940, passaram a atuar no Rádio Clube do Brasil. Nessa década, eles alcançaram o auge do sucesso com “Praça XI” e “Ave Maria no Morro” Também em 1942, eles passaram a integrar a Rádio Nacional. Em 1950, com a separação de Herivelto e Dalva de Oliveira, o trio se desfez em sua primeira formação. Herivelto refez o conjunto com a cantora Noemi Cavalcanti Dois anos depois, o trio se desfez novamente, com a saída de Noemi e Nilo Chagas, que resolveram formar uma dupla. O trio então se formou novamente, com Herivelto, Raul Sampaio e Lourdinha Bittencourt esposa de Nelson Gonçalves. Em meados dos anos 50, o sucesso do grupo entrou em declínio. Em 1958, o trio passou a gravar pelo pequeno selo Carnaval, pelo qual lançaram, entre outros, o samba “A Felicidade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, uma rara adesão à nascente Bossa Nova. O trio lançou seu último disco comercial em 1964. O trio se desfez novamente pouco depois, devido a problemas de saúde de Lourdes Bittencourt, que viria a falecer em 1979. Nos anos 70, agora com Shirley Dom como solista, o trio voltou a fazer apresentações esporádicas, chegando até a gravar um LP para a Funarte em homenagem à obra de Herivelto Martins. Eles se apresentaram pela última vez no aniversário de oitenta anos de Herivelto em jantar fechado na residência de Ricardo Cravo Albin.
Fonte: Wikipedia, editada por CB
----------
TRIO DE OURO
This legendary Brazilian vocal trio was formed in 1939 by Herivelto Martins, Nilo Chagas and Dalva de Oliveira. The group had its peak in the next decade with two immortal classics, "Ave Maria no Morro" and "Praça Onze", both released in 1942. The group disbanded in 1950, when Dalva de Oliveira decided to go solo. As a matter of fact she became one of the most famous Brazilian singers at that time. Soon afterwards she has been replaced by Noemi Cavalcanti. In 1952,  new changes in the line up ocurred, when   two brand new members -- Raul Sampaio and Lourdinha Bittencourt -- joined the remaining founder, Herivelto Martins. They trio was permanently dissolved in 1957.
(CB)
---------
MINHA OPINIÃO
Na primeira gravação do "Trio de Ouro" - "AVE MARIA NO MORRO" - ele funciona como um legítimo trio vocal, com blocos de 3 vozes em boa parte do arranjo. Mas ao longo de sua carreira, o arranjador  Herivelto Martins (em função do brilho individual de Dalva de Oliveira e do consequente sucesso artístico e comercial do Trio), espertamente, foi deixando de lado os blocos de vozes: ele e Nilo Chagas passaram a vocalizar em dueto - como nos velhos tempos - quase que como um "backing vocal" da "estrela Dalva". (Se foi bom para os negócios do Trio, foi péssimo para o casamento de Dalva & Herivelto pois, segundo consta, o sucesso pessoal da cantora foi um dos motivos - talvez  o principal, para o dramático e folhetinesco fim do casamento). Em algumas faixas, especialmente nos sambas, Herivelto acrescentava vozes adicionais, formando um coro - com destaque para as vozes femininas, criando uma sonoridade que se tornou uma espécie de "marca registrada" nas  gravações dos sambas compostos por ele. O "Trio de Ouro", a despeito de não fazer parte das minhas preferências, é uma legenda na história da música brasileira.

(*)Inimaginável nos dias de hoje, depois da invenção do abominável  "politicamente correto", uma dupla de cantores intitulada "Dupla Preto e Branco", um compositor chamado "Principe Pretinho" ou músicas intituladas "Negro Artilheiro" e "Festa de Preto". Bons tempos aqueles, em que se dava o nome às coisas, pessoas e situações, tal como elas eram na vida real. Os negros, orgulhosamente, se consideravam simplesmente negros e ponto final. Na minha opinião: depreciativo,  preconceituoso e pedante, é  se referir a um negro através do ridìculo neologismo "afrodescendente". Eu, se fosse um deles, responderia, de bate-pronto: "Afrodescendente é a P.Q.P!"

(**)O famoso "barraco" da separação de Herivelto e Dalva rendeu uma grande quantidade de  melodramáticos sambas-canções, através dos quais - mútua, explícita, recíproca e públicamente - lavaram a "roupa suja" e extravasaram seu amor & ódio. Mas a melhor produção de Dalva & Herivelto foi mesmo o cantor Pery Ribeiro.
------
TRIO DE OURO: O famoso Trio de Ouro (1969)

TRIO DE OURO
Herivelto Martins
Nilo Chagas
Dalva de Oliveira

TRACKS/FAIXAS
01 - Ave Maria no Morro (Herivelto Martins)
02 - Batuque no Morro (Humberto Porto, Herivelto Martins, Ozon)
03 - Fala, Claudionor (Herivelto Martins e Grande Otelo)
04 - Yaya Bahianinha (Humberto Porto)
05 - Não É Horário (Principe Pretinho e Herivelto Martins)
06 - A Maria Me Controla (Herivelto Martins e Roberto Roberti)
07 - Senhor do Bonfim (Herivelto Martins)
08 - Morro (Dunga e Mario Rossi)
09 - Obé (Herivelto Martins)
10 - Negro Artilheiro (Herivelto Martins e Sinval Silva)
11 - Festa de Preto (Humberto Porto)
12 - Mágoa (Dunga e Walfrido Silva)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

TRIO MARABÁ: Trio Marabá

TRIO MARABÁ
Na mesma linha do "Trio de Ouro", o MARABÁ não chegou a fazer tanto sucesso quanto o seu "alter ego", embora suas vocalizações - ainda que muito simples -  fossem melhores que as de Herivelto Martins & Cia. que, na verdade, quase não vocalizava em acordes, limitando-se a contracantos à voz da "estrela da companhia", Dalva de Oliveira. Ainda assim, de forma discreta, o "Trio Marabá"  marcou presença no cenário da "era do rádio". Lastimavelmente, são escassas as informações existentes na Net e, mais escassas ainda, suas gravações. Este álbum, por exemplo, foi postado em diversos blogs, mas a fonte é sempre a mesma: o "Toque Musical", no qual me abasteci  - seguindo a diretriz do próprio, segundo a qual "se foi publicado, público é..."
(*)Valeu Toque Musical!
----------
TRIO MARABÁ
Em 1951, gravaram pela Star o samba "Minha história", de Panchito, e a canção "Ribeira", de Pancho e Panchito. No mesmo ano gravaram os sambas "Castigo de Deus", de J. Carlos Ferraz e W. Melo, e "Saudade do lar", de Arlindo de Oliveira e Celso Vilaça. Em 1952, gravaram de Panchito a canção "Eu não posso" e, de Panchito e Hemi Reis, o samba "Deus, perdoai". No mesmo ano gravaram o rasqueado "Cidades de Mato Grosso", de Mário Zan e Arlindo Pinto, e o bolero "Aventureira", de Agostin Lara e versão de Ariovaldo Pires. Em 1953, gravaram pela Copacabana o samba-canção "Nem eu", de Dorival Caymmi, com acompanhamento de Betinho e seu Conjunto, a marcha "Por que choras, palhaço?", de Vladimir de Melo, Marciano Neto e Edson Ribeiro e o samba-canção "Risque", de Ary Barroso. No mesmo ano gravaram o motivo popular nordestino "Mulher rendeira" e de Fernando Lobo e Antônio Maria o samba-canção "Ninguém me ama", clássico da chamada música de fossa, além da valsa "Vivamos, amor", de Hervê Cordovil. Em 1954, gravaram a valsa "Alma, coração e vida" e o baião "A moreninha", de Pancho e Panchito. Em 1955, gravaram a toada "Até as pedras se encontram", de Victor Simon e David Raw, e o samba "Amor proibido", de Panchito.
Fonte: Dicionário Cravo Albim
---------
MINHA OPINIÃO
A postagem vale pela inclusão, no acervo do CBVG, deste grupo que simplesmente foi esquecido - a exemplo de tantos outros - pela proverbial falta de memória brasileira. As vocalizações são simples: acordes perfeitos, em terças superpostas, padrão que durante bom tempo foi utilizado pelos conjuntos vocais brasileiros, similares e da mesma época. No repertório, alguns clássicos do "samba-canção": "Nem eu" (Dorival Caymmi), "Risque" (Ary Barroso) e "Ninguém me ama" (Antonio Maria). 

(*)Para o meu gosto pessoal, prefiro a sonoridade do "Trio Marabá"  à do "Trio de Ouro". O Marabá era  formado por vocalistas  e por isso é mais "cool", mais contido, ao contrário do  "Trio de Ouro", onde o vozeirão da Dalva de Oliveira se sobressaía de tal maneira que prejudicava a fusão das vozes, o "blend", essencial a qualquer conjunto vocal.
----------
TRIO MARABÁ: Trio Marabá

TRIO MARABÁ
Pancho
Panchito
Carmen Duran.

TRACKS/FAIXAS
Mulher rendeira
Ribeira
Nem eu
Sombras entre nós
Risque
Vivamos amor
Ninguém me ama
Noites do paraguai