INSÉTE
O VIDEIRINHO
segunda-feira, fevereiro 11, 2019
OLHARES
.
“De
Soslaio”
Há três
dimensões espaciais e uma temporal.
Isto se não
tivermos em conta as dimensões extra, propostas por alguns físicos.
Eu
acrescento outra dimensão: a dimensão “De soslaio”.
A dimensão
“De soslaio” é uma dimensão espacial que se vê pelo “Rabo do olho”.
Isto
significa, para aqueles que ainda não entenderam, que se tentares ver
diretamente, não poderás vê-lo.
Estás a
perder tempo.
Assistir
intensamente com a ideia de ver essa dimensão só produzirá uma dor de cabeça
estúpida no palerma em questão.
A dimensão “De
Soslaio” existe mas não se parece assim: tens que olhar para isto “De Ladecos”,
para “Translúcido”, como se não olhasses, e não é fácil.
É por isso
que as pessoas que não a conhecem encontram-na sem querer, quando o “Rabo do
olho” trabalha inconscientemente, que é delas.
Conseguir
ver essa nova dimensão de propósito é realmente doentio, quase impossível.
Para que
vejas o quão fod…, digo, lixado estou, vou dar o meu exemplo: levei dez anos, à
vontade, para ver a dimensão “De Soslaio”.
Dez porra de
anos para desenvolver uma técnica que engana o cérebro, acreditando que está a
olhar para fora do canto do olho sem querer e de bom grado.
Dez malditos
anos.
E o que está
na dimensão “De Soslaio”? Nada além de cagadas.
Penugens
espaciais, coisas que as outras dimensões não contêm porque são inúteis.
Lixo puro e
duro.
E eu tenho
que me sentir mal por ter desperdiçado dez anos da minha vida desenvolvendo uma
técnica para vê-la, dez fod…, digo, lixados anos com todas as suas horas, os
seus minutos e os seus segundos?
Tenho que me
arrepender de me ter possivelmente tornado a única pessoa nesta porra de
planeta que pode ver à vontade uma absurda dimensão inútil em que não há nada
que valha a pena ver?
Eh! Eh!
Bem... sim,
fod*-se, claro que sim!
.
sexta-feira, fevereiro 01, 2019
Pornografia sentimental
.
A primeira obrigação de quem lida com o lixo é espalhá-lo é vendê-lo como se fosse um diamante.
Este princípio está na entrada das redações de vários programas de televisão, na cartilha de apresentação de muitos espaços, no intróito de qualquer transmissão.
Vi uma reportagem em directo sobre o resgate de Julen, a criança que caiu num buraco/poço.
Não tinha experimentado o horror dessa cerimônia manicomial por algum tempo e tentei entender o mecanismo da pornografia sentimental.
Este princípio está na entrada das redações de vários programas de televisão, na cartilha de apresentação de muitos espaços, no intróito de qualquer transmissão.
Vi uma reportagem em directo sobre o resgate de Julen, a criança que caiu num buraco/poço.
Não tinha experimentado o horror dessa cerimônia manicomial por algum tempo e tentei entender o mecanismo da pornografia sentimental.
O primeiro ponto é apresentar o show como se não fosse.
Falam de obrigação e responsabilidade cívica.
"Todo mundo faz o que pode e nós podemos informar."
Mas, como não há nada a dizer, surge um segundo ponto, o da grandiloquência e da repetição.
Tudo se move no mesmo eixo: para girar em torno de uma fraseologia vazia de conteúdo com um tom grave e circunspecto.
Inevitavelmente, a coisa deriva em direção a uma poética mesquinha que gera expressões como esta: "O coração não sabe de relógios".
E, terceiro ponto, siga um roteiro maquiavélico que persegue a ideia de criar um clima dramático - como se fosse uma série televisiva- isto não é pretendido como um serviço ou consolo, mas como um prelúdio para o clímax.
Assim, o público fica preso à ideia de um final feliz e, assim, a frustração das expectativas é, naturalmente, uma nova demanda sentimental.
Eu não vomitei porque tomei notas.

NOTA FINAL:
A "última esperança" não é um artifício literário.
Há alguns dias, pelo menos 170 pessoas morreram em dois naufrágios (homens, mulheres e CRIANÇAS) .
Enquanto isso, no alto mar, há 140 crianças em perigo. 308 migrantes da Líbia que nem a Itália nem Malta, os portos seguros mais próximos, queriam hospedar.
Dois navios espanhóis, (O Aita Mari e o Open Arms), ofereceram-se para resgatar essas pessoas.
Mas não deixam que eles partam.
Deixar estes navios no porto condena 308 pessoas à morte que podem e devem ser salvas.
"Que raça estranha é o humano, que investe milhões no resgate do corpo de uma criança “morta” e que não quer salvar 140 crianças vivas".
.
sábado, dezembro 01, 2018
TRUCA-TRUCA
Ela
só queria que alguém lhe escrevesse duas letras nas suas costas desnudas com o
dedo indicador como pena e, como tinta, a humidade do seu baixo ventre.
Só queria que umas mãos experimentadas em desapertar sutiãs lhe roubassem o seu, passassem e repassassem com ternura a língua nas “bolinhas-botão” que o mesmo esconde por debaixo.
Não queria, nem heróis nem príncipes azuis, só um homem vulgar que fosse capaz de pontar-lhe um mundo do seu agrado.
Não queria poetas que a descrevessem em mil versos, queria que a desejassem tanto, que não fossem capazes da descrever nem com todas as palavras do mundo.
Só queria que umas mãos experimentadas em desapertar sutiãs lhe roubassem o seu, passassem e repassassem com ternura a língua nas “bolinhas-botão” que o mesmo esconde por debaixo.
Não queria, nem heróis nem príncipes azuis, só um homem vulgar que fosse capaz de pontar-lhe um mundo do seu agrado.
Não queria poetas que a descrevessem em mil versos, queria que a desejassem tanto, que não fossem capazes da descrever nem com todas as palavras do mundo.
Em
pequena quis ser princesa e veterinária e quando cresceu quis aprender a
acreditar nas mentiras do homem antes de um orgasmo.
Tão-pouco desejou, quer músicos quer trovadores, preferia os tipos narigudos que lhe tocassem violino nos seus lábios escondidos.
Queria inventar um licor que matasse todas as penas subitamente e que não provocasse ressacas.
Que os espelhos lhe mentissem e que o vizinho do quinto não estivesse tão calvo, nem tão casado.
Ela só queria que alguém lhe fod**** (“lixasse”) a alma e se suicidassem todos os seus complexos.
Tão-pouco desejou, quer músicos quer trovadores, preferia os tipos narigudos que lhe tocassem violino nos seus lábios escondidos.
Queria inventar um licor que matasse todas as penas subitamente e que não provocasse ressacas.
Que os espelhos lhe mentissem e que o vizinho do quinto não estivesse tão calvo, nem tão casado.
Ela só queria que alguém lhe fod**** (“lixasse”) a alma e se suicidassem todos os seus complexos.
.
terça-feira, novembro 13, 2018
PREMATURO
.
Tinha a capacidade de sonhar e antecipar o que iria suceder no dia seguinte e portanto, já nada o surpreendia.
Ao despertar, começava a manhã com certos conhecimentos que o ajudavam a converter-se numa pessoa capaz de se antepor aos problemas e planear de antemão a solução de situações complexas.
Graças ao seu dom pode evitar algumas desgraças, mas as mortes estavam fora do seu alcance.
Por mais que intentasse, ao sonhar com o falecimento de alguma pessoa, nada podia fazer para evitá-lo.
Interferir com os desejos da morte era-lhe impossível e após várias tentativas para salvar familiares e seres queridos, teve que resignar-se.
Ainda que assombroso, em certos casos o seu poder era inútil.
Naquela noite, dentro dos seus sonhos, o seu filho teve um acidente.
Na manhã seguinte despertou com uma decisão tomada: um pai não merece ver morrer o seu filho.
.
terça-feira, julho 17, 2018
SEXO DOENÇA MENTAL???
Há mais de três horas que,
com ansiedade, procuro a notícia de um estudo da Universidade de Massachusetts
que assegura que nós, os homens, pensamos em sexo umas 280 vezes ao dia.
Temo
que seja uma lenda urbana: a cifra, o estudo da dita universidade ou, sem
dúvida, algo que tenha saído nalguma revista cor-de-rosa — que para o caso é o
mesmo — ou nalguma telenovela.
Vejamos, se qualquer ser humano masculino do
planeta Terra pensa em sexo 280 vezes em 24 horas é porque não tem a mente em
mais nada.
O que, contrariamente ao que os psiquiatras nos fizeram crer, as
nossas mentes não são como caixas estanques que não se comunicam entre si.
Não, na realidade somos tão
“multitarefeiros” como elas, só que com esta desculpa (barata) psicológica nos
obrigais a deixar-vos em paz: “animálico, se é que não pode ter a cabeça em
dois lugares”.
Suponhamos que as coisas
são assim: carregas na embraiagem do
carro e ao mesmo tempo achas que estás a meter outra coisa, como empurrar um
camarão ou escápula contra a parede, e de repente transforma-se em Scarlett
Johansonn, apanhas o pó da perfuração e fantasias com uma súper broca que aprofunda
em cavidades mais húmidas.
Quiçá por
isso gostas tanto de bricolage.
Facilita-vos
pensar em sexo enquanto tendes as mãos ocupadas (ah!, ah!)?.
Nem suspeitar como
viverão os pobres carpinteiros, artesãos e picheleiros ou canalizadores.
Pensarão
na sua noiva cada vez que desatarracham uma tubagem?
Passam o dia quentes como
um bolinho de canela recém sacado do forno?
Valha-nos a Virgem do Perpétuo Pão
Torrado!
Pobres criaturas!!!
Como estava a dizer.
Não me
creio deste dado.
Mas é que há outro que se torna ainda mais inverosímil.
Tradicionalmente,
sustentou-se que o homem pensava no sexo a cada 7 segundos.
Total, nada.
Isso
não se sustenta por muito machos que sejais.
Imaginais?
Seria algo assim como
ter 8.000 ideias de sexo nas 16 horas que se está acordado.
Vamos lá, que, quiçá algum ser com imaginação espectacular,
súper inteligência e satirismo avançado possa ver na sua mente 8.000 imagens de
sexo em cada dia (porque pensais em imagens).
Francamente, parece-me um pouco
incompatível com o dia a dia. Inclusive algo angustioso.
Imaginem uma sucessão
de instantâneos ao tentar pagar no súper, abastecendo o carro (ai, essas
mangueiras e esses depósitos), levando o menino à escola ou jogando pádel.
Ouve!
A mim encanta-me o erotismo das coisas e o quotidiano, mas sem
extremismos.
A Universidade estatal de Ohio sacou um estudo similar mas mais
realista. O número de vezes que os homens pensam em sexo é 19.
Nem mais nem
menos.
Justamente o dobro que as mulheres, mas é que ademais, dão uma
explicação muito plausivel.
Não é que os homens sejam todos uns saídos que passam
a vida imaginando penetrações e pénis.
Não.
Os homens, seja lá pelo que for, (por
estas minudências não me aventuro, porque não sou erudito), pensam com igual
reincidência em necessidades básicas e biológicas: lembram-se de comer 18 vezes
ao dia, e de dormir 11 (os escatologismos, imagino que estarão quantificados).
Pensar em sexo é bom; de facto os que o fazemos é porque vivemos uma sexualidade
com a qual concordamos e nos agrada.
Obsessionar-se com o sexo, não.
Há
patologias de muitas classes e o temido vício ao sexo que pode ser tão perigoso
como qualquer outro.
O melhor, creio, é deixar-se de quantificações, relaxar-se
e desfrutar com o caminho do prazer.
Os estudos dão muita margem de manobra aos
jornalistas mas o melhor é mandá-los todos para o car*lho e rirmo-nos muito!
Subscrever:
Mensagens (Atom)