quarta-feira, 2 de abril de 2025

Tumor agrava quadro de Julio Iglesias


Desde que foi diagnosticado osteoblastoma - um tumor benigno que afeta a coluna vertebral - o quadro do cantor Julio Iglesias, de 81 anos, está se agravando. Um amigo próximo de Julio informou em um programa de rádio espanhol “Poniendo las Calles” que o artista está enfrentando sérios problemas de locomoção por conta do tumor.

Julio Iglesias sofreu um acidente de carro quando tinha 20 anos, mas, de acordo com o amigo, a condição do músico não tem relação com o acontecido. Ele garantiu que a mobilidade preocupa, apesar do cantor estar bem. "Ele está bem, não é o acidente", disse o jornalista Carlos Herrera, amigo próximo de Iglesias.

"O problema está na coluna e isso fez com que ela tivesse muitas deficiências", completou.

Além de afetar a coluna, onde passam nervos ligados ao movimento, a osteoblastoma afeta a saúde dos ossos.

O tumor parece ter causado um “desgaste progressivo”. Segundo Herrera, Iglesias garantiu que "ele está ótimo da cintura para cima", mas que a metade inferior do corpo tem sido muito afetada. “Da cintura para baixo ele tem 500 anos", revelou.

A dificuldade para realizar atividades cotidianas tem sido uma realidade para o famoso, mas o amigo jornalista garante: "[Mas ele] está progredindo".

Julio Iglesias não se manifestou sobre o assunto até o momento.

No final de 2024, o cantor negou sua aposentadoria dos palcos.

"Nos últimos anos, me mataram várias vezes. Disseram que tenho Alzheimer, disseram tudo, e hoje foram além. Um jornalista, não sei onde, diz que um amigo lhe disse que não posso e não quero mais cantar. É incrível o mal que um mau jornalista pode fazer. (...) No dia em que me aposentar, anunciarei pessoalmente com pesar, mas com dignidade", ressaltou Iglesias.
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Val Kilmer, ator de 'Batman', 'The Doors', e 'Top Gun', morre aos 65 anos


O ator americano Val Kilmer, famoso por interpretar o personagem ‘Iceman’ em Top Gun, faleceu aos 65 anos, vítima de pneumonia, informou sua filha Mercedes ao jornal The New York Times.

Grande estrela de Hollywood das décadas de 1980 e 1990, ele também interpretou o cantor Jim Morrison no filme The Doors de Oliver Stone e encarnou o super-herói de Gotham em Batman Eternamente.

Em 2014, o ator foi diagnosticado com um câncer na garganta do qual se recuperou, afirmou sua filha ao NYT.

O tratamento, no entanto, provocou a perda da voz, como os fãs viram em sua participação especial como Iceman na aguardada sequência Top Gun: Maverick de 2021.

Kilmer iniciou a carreira no teatro e foi a pessoa mais jovem a ser aceita na renomada Juilliard School de Nova York. Ele fez sua estreia no cinema em 1984 com a comédia Top Secret.

Dois anos depois, ele teve um de seus papéis mais celebrados: o arrogante e silencioso aviador Iceman, rival e depois amigo de Maverick (Tom Cruise) no sucesso Top Gun.

Mas alguns fracassos em grandes produções no início dos anos 2000 o levaram a participar durante mais de uma década de filmes de segunda linha e baixo orçamento.

No momento em que começava a se reerguer na década de 2010 com uma bem-sucedida peça teatral sobre Mark Twain, que ele pretendia adaptar para o cinema, o câncer interrompeu sua carreira.

Val, um documentário sobre sua ascensão e queda em Hollywood, foi exibido no Festival de Cannes em 2021.

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segunda-feira, 31 de março de 2025

No Brasil, crime organizado registra lucro superior a R$ 348 bilhões em apenas 1 ano


O crime organizado no Brasil tem gerado receitas astronômicas. Suas atividades ilegais estariam rendendo um faturamento anual de R$ 348,1 bilhões.

De acordo com o relatório Follow The Products, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado este mês, as organizações criminosas expandiram seus “modelos de negócio”, explorando mercados legais como combustíveis, ouro, tabaco e bebidas.

As operações ilegais estão diretamente ligadas à exploração de produtos essenciais e ao envolvimento de facções criminosas. Entre as atividades mais rentáveis estão o comércio ilegal de combustíveis, com R$ 61,5 bilhões de receita, e de bebidas alcoólicas, com R$ 56,9 bilhões.

Além disso, o tráfico de drogas ainda mantém sua relevância, gerando R$ 15 bilhões anualmente. O impacto fiscal dessas atividades é significativo, com perdas bilionárias para o país, como os R$ 23 bilhões de impostos sonegados no mercado de combustíveis ilegais.

Além de listar a expansão do crime nos mercados legais, o estudo aponta o aumento de crimes virtuais e furtos de celulares, resultando em uma receita de R$ 186 bilhões por ano. A falta de controle, rastreamento de produtos e o domínio territorial de facções são descritos como fatores que contribuem para o crescimento desse mercado ilegal.

O relatório sugere que um combate eficaz ao crime organizado exige maior integração de dados entre órgãos como a Receita Federal, Polícia Federal e agências reguladoras, além do uso de tecnologias como blockchain para monitorar o fluxo financeiro ilícito. A presença do estado em áreas vulneráveis também é considerada como ponto de prioridade para enfrentar a violência, corrupção e exclusão social que alimentam a economia do crime.

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Justiça Eleitoral da França torna Marine Le Pen inelegível


A líder do partido de direita francês Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen, foi condenada pela Justiça francesa por desvio de verbas públicas do Parlamento Europeu. A sentença determina uma pena de quatro anos de prisão, sendo dois anos a serem cumpridos com monitoramento eletrônico, além de uma multa de €100 mil e a inelegibilidade por cinco anos para cargos públicos.

O Tribunal de Paris concluiu que Le Pen, juntamente com outros oito eurodeputados e 12 assessores, participou de um esquema que desviou aproximadamente €2,9 milhões, utilizando contratos fictícios para financiar atividades partidárias. A juíza Bénédicte de Perthuis afirmou que “foi estabelecido que todas essas pessoas estavam realmente trabalhando para o partido, que seu legislador não havia dado a elas nenhuma tarefa”.

Durante o julgamento, Le Pen negou as acusações, alegando que os fundos foram utilizados de maneira legítima e que as funções de um assistente parlamentar foram definidas de forma restrita. Ela deixou o tribunal antes do término da sessão e planeja recorrer da decisão.

A condenação ocorre em um momento em que Le Pen lidera as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2027 na França. Uma pesquisa do instituto Ifop, publicada a alguns meses, indica que ela obteria entre 34% e 35% dos votos no primeiro turno.

A decisão judicial abriu reações de outras lideranças políticas. Nomes como Jordan Bardella, sucessor de Le Pen no partido, e Santiago Abascal, líder do partido espanhol Vox, criticaram a condenação, considerando-a um ataque à democracia francesa.
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Pais são presos por reclamar da escola em grupo de WhatsApp


Um casal foi detido pela polícia de Hertfordshire após fazer críticas à escola primária de sua filha, Sascha, de 9 anos, em Borehamwood, ao norte de Londres. Maxie Allen e Rosalind Levine alegaram que foram abordados por seis policiais, na frente da filha, sob suspeita de assédio, comunicações maliciosas e perturbação da propriedade escolar. Eles passaram oito horas detidos e, segundo relatos, as prisões ocorreram após o envio de e-mails e postagens em um grupo de pais no WhatsApp sobre questões envolvendo a escola Cowley Hill.

O casal já havia sido impedido de frequentar eventos escolares após questionamentos sobre o processo de nomeação do diretor e comentários no WhatsApp sobre o presidente do conselho escolar. Isso também os impediu de fornecer informações médicas essenciais para os professores de Sascha, que é neurodivergente, deficiente e tem epilepsia.

Maxie Allen, produtor da Times Radio, criticou a ação da polícia e afirmou que a escola tentou “silenciar” os pais. “Foi um pesadelo. Nunca usamos linguagem abusiva. Nossas preocupações eram legítimas e nunca nos foi especificado o que foi considerado criminoso”, disse Allen. A escola, por sua vez, afirmou que procurou a polícia após o volume crescente de mensagens e postagens nas redes sociais.

A controvérsia teve início em maio de 2024, quando Allen, então membro do conselho escolar, questionou a falta de transparência no processo de recrutamento para o cargo de diretor, após o anúncio da aposentadoria do anterior. As perguntas foram ignoradas, e o casal expressou seu desagrado em um grupo de WhatsApp com outros pais. Isso gerou um aviso do presidente do conselho sobre comentários considerados “inflamatórios”.

Após o incidente, a escola limitou a comunicação do casal a e-mails, mas acabou buscando conselho policial sobre o número de e-mails enviados. Uma semana depois, no final de janeiro, Allen e Levine foram presos.

A polícia investigou as alegações de assédio, mas decidiu não prosseguir com mais ações devido à falta de evidências. A escola se defendeu, dizendo que buscou apoio policial por causa da “perturbação” causada pelas mensagens. A polícia de Hertfordshire afirmou que as prisões ocorreram como parte de uma investigação padrão, mas posteriormente concluiu que não havia evidências suficientes para prosseguir com acusações.
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Baiana adotada por americanos busca por família biológica e faz descoberta após teste genético


Hilary Frank, tem 41 anos, é empreendedora e mora em Charlotte, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Ainda bebê, deixou Salvador e, na companhia dos seus pais adotivos, um casal de americanos, viajou para o norte do continente para morar em um lar cercado de afetos.

Há um registro desse dia. Uma foto em que a pequena Hilary aparece, de cachinhos apertados e olhos atentos, em um carrinho de bebê azul, ao lado de seu novo pai, um recrutador de recursos humanos, e da sua nova mãe, uma dona de casa. O casal sorri para a foto. Parecem expressar felicidade por seus destinos estarem se entrelaçando para sempre com aquele bebê brasileiro de origem desconhecida.


Os americanos não sabiam, mas estavam sendo enganados por uma quadrilha especializada no tráfico de bebês brasileiros para adoção ilegal no exterior — um esquema de grandes proporções que operou em diversas regiões do Brasil durante a década de 1980.

Uma das figuras mais conhecidas desse submundo foi Arlete Hilú, mineira que se tornou símbolo desse tipo de crime. Responsável por enviar mais de 10 mil crianças da região Sul do país para Israel e países da Europa, Arlete confessou ser uma contrabandista. Em 1988, foi condenada a dois anos de prisão pelos crimes de tráfico de crianças, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Faleceu em 19 de dezembro de 2023, aos 78 anos, em Porto Feliz, interior de São Paulo.

Na Bahia, o esquema envolvia uma rede que incluía assistentes sociais, advogados, escrivães e até juízes, que atuavam em diferentes regiões do estado em cidades do Recôncavo Baiano, como Cachoeira, da Região Nordeste, como Serrinha, do Sul, como Eunápolis e Camamu, e do Centro-Norte, como Feira de Santana e municípios vizinhos.

Segundo reportagens da época, os traficantes persuadiam famílias em situação de vulnerabilidade a entregarem seus filhos em troca de quantias irrisórias, com a promessa de que as crianças teriam uma vida melhor no exterior, adotadas por casais com melhores condições financeiras. Cada bebê podia ser negociado por até US$ 10 mil dólares, conforme os valores da época.

Os pais de Hillary não podiam ter filhos. Sentindo a falta da ternura e da alegria de uma criança em casa, começaram a buscar por agências de adoção. Foi assim que chegaram a uma organização sem fins lucrativos, com sede em Nova Jersey, Nova York, especializada em ajudar famílias americanas interessadas em adotar crianças latino-americanas disponíveis para adoção. Através dela, conheceram uma assistente social brasileira, nascida em Feira de Santana e residente em Salvador, que seria a responsável por intermediar os trâmites da adoção de bebês no Brasil.

A assistente social em questão chegava a cobrar milhares de dólares das famílias americanas para viabilizar o processo de adoção. O valor, porém, era destinado a remunerar os diversos envolvidos no esquema — desde os responsáveis por localizar e convencer as mães biológicas a entregarem seus filhos, até aqueles encarregados de fraudar documentos e falsificar passaportes. Apenas uma pequena parte desse montante chegava, de fato, às mãos das mães.

“Eles acreditavam que era um processo legítimo, por se tratar de uma organização confiável e por outros americanos estarem passando pelo mesmo caminho, com a ajuda dessa assistente social. Meus pais pagaram e se comunicaram com ela durante o processo de adoção. Eles também se lembram de que, quando estavam em Salvador tentando voltar para os EUA comigo, a assistente social disse que o juiz iria sair de férias e não poderia assinar a papelada, a menos que fosse pago para fazê-lo antes da viagem. Meus pais pagaram para que pudessem voltar para casa comigo mais cedo”, conta Hillary.

A brasileira recebeu dos pais adotivos uma educação de qualidade, cuidado e tudo de que precisava para crescer com dignidade. Desde muito pequena soube que era adotada, mas nunca alimentou sentimentos negativos em relação a isso. Sempre se sentiu acolhida, amparada e, acima de tudo, amada.

“À medida que fui crescendo, por volta da idade universitária, comecei a me perguntar sobre minhas origens e minha família biológica. Comecei a querer saber quem eram meus pais. Me perguntava se tinha irmãos e se havia alguém da minha família que se parecia comigo. Seria tão bom ver meus gestos e jeitos em pessoas que eu sei que estão ligadas a mim pelo sangue e pela herança”, diz.

Por volta dos 20 anos, Hillary passou a sentir uma curiosidade sobre suas origens e sua família biológica. Tentou entrar em contato com a assistente social baiana que havia intermediado sua adoção, mas descobriu que ela havia se mudado ou trocado de número. Sobre o Brasil, e especialmente sobre a Bahia, Hillary sabia muito pouco.

Em junho de 2018, decidiu viajar a Salvador. Queria se reconectar com suas raízes e buscar qualquer pista que a ajudasse a encontrar seus pais biológicos. Foi então que, após alguma insistência, conseguiu finalmente retomar o contato com a assistente social.

“Me encontrei com ela, acompanhada de uma amiga. Ela me disse que não se lembrava da minha adoção nem da minha mãe. Afirmou que havia perdido muitos arquivos em um incêndio em seu apartamento, mas que, caso contrário, tentaria me ajudar a encontrar minha família. Ela queria saber se eu tinha crescido em uma família amorosa, isso parecia importante para ela. Também comentou que provavelmente eu havia ficado com a irmã dela em Feira de Santana enquanto aguardava a adoção”, recorda Hilary.

Documentos oficiais do Poder Judiciário do Estado da Bahia revelam que Hillary, antes do processo de adoção, se chamava Nilda Bahia. Nascida em 18 de fevereiro de 1984 e registrada como filha de pais ignorados, no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais do Subdistrito da Vitória, localizado no bairro da Graça, em Salvador, seu processo de adoção foi concluído no dia 7 de junho de 1985, quando ela tinha pouco mais de um ano. A criança foi oficialmente entregue à nova família por meio de um alvará judicial expedido pela Vara de Menores, passando a se chamar Nilda Hillary Robin Frank.

Hillary foi até o cartório em busca de informações sobre seu processo de adoção, na esperança de encontrar pistas sobre suas origens. No entanto, se decepcionou ao perceber que os documentos não traziam nenhum dado que revelasse os nomes de seus pais biológicos, sua cidade de origem, o hospital onde nasceu ou qualquer referência a uma agência que pudesse conectá-la à sua história.

“Parecia um beco sem saída, sem dados que eu pudesse usar para procurar minha família, mas estar em Salvador foi muito especial. Foi a primeira vez que vi pessoas que se pareciam comigo. Isso me tocou profundamente. Senti que havia chegado a um lugar que meu sangue e minha alma já conheciam. Ao mesmo tempo, me senti distante, pois não conheço o idioma e não consegui me conectar com as pessoas como gostaria. Sou uma pessoa social e amo aprender sobre outras culturas e sentir conexão com as pessoas pela essência delas. Foi muito difícil não poder conversar com quem faz parte de quem eu sou”.

Ainda na esperança de encontrar seus familiares biológicos, Hillary realizou um teste genético para que seu DNA fosse comparado ao de milhões de pessoas ao redor do mundo que também passaram pelo mesmo procedimento e autorizaram o compartilhamento dos dados em bancos genéticos globais. É por meio desse cruzamento que muitas pessoas acabam descobrindo parentes desconhecidos e revelando histórias familiares que, por muito tempo, ficaram escondidas ou foram varridas para debaixo do tapete.

A descoberta finalmente veio. Hillary pôde se agarrar a um fio de esperança ao encontrar, em uma dessas plataformas genéticas, alguns parentes distantes. Muitos deles também foram adotados e, assim como ela, sabem muito pouco sobre suas origens e buscam pistas sobre a verdadeira história familiar. “É muito triste ver quantas pessoas estão procurando, e como, mesmo assim, ainda é difícil conseguirmos nos ajudar a desvendar nossos laços de sangue”, lamenta.

Uma dessas pessoas, em especial, conhecia parte da própria história, embora não soubesse que havia, em sua família, uma criança que teria sido entregue para adoção na década de 1980. Trata-se de Alyda Moraes, uma jovem de 25 anos, natural de Recife, Pernambuco, identificada como prima de segundo grau de Hillary, segundo o teste genético.

Em 2022, Alyda embarcou para os Estados Unidos para um intercâmbio. Durante uma conversa com uma de suas anfitriãs, comentou que havia assistido a um vídeo na internet sobre testes genéticos. O tema chamou sua atenção, já que ela sempre teve o desejo de conhecer mais sobre suas origens.

“No Natal daquele mesmo ano, eles me deram de presente um teste genético. Fiz o teste e enviei em 2023. Como eu não tinha grandes expectativas — queria só conhecer mais sobre minhas origens mesmo —, quando o resultado ficou pronto, entrei no aplicativo, olhei tudo, tirei print e mandei para a minha família no Brasil. E foi isso: parei de usar o aplicativo”, conta.

Depois de enviar o teste em 2023, a jovem só fui entrou no site novamente em dezembro de 2024, momento em que se deparou com uma mensagem de Hillary. “A primeira mensagem tinha sido enviada em fevereiro de 2024, mas eu só vi no final do ano. Nessa mensagem, ela contava um pouco da história dela: disse que tinha sido adotada e que queria muito descobrir suas origens, entender de onde vinha sua família biológica e tudo mais. Falou que tinha feito o teste e que o sistema apontava que nós éramos primas de segundo grau”, continua.

As duas iniciaram uma troca de mensagens, e Alyda se prontificou a ajudar a brasileira adotada com todas as informações que pudesse reunir sobre sua família, inclusive consultando outros parentes em busca de pistas que pudessem esclarecer a origem de Hillary.

“Fiquei muito impactada com a história dela. Lembro que era de madrugada quando vi as mensagens. Corri para contar à minha mãe. Falei: ‘Mãe, olha que loucura!” E contei tudo para ela. No dia seguinte, levei a história para o resto da família. Todo mundo ficou muito impressionado. Eu nem cogitei levar para o lado da família do meu pai, porque ela se parece muito com a família da minha mãe, tanto quando era criança, quanto agora adulta”, conta a jovem.

A avó materna de Alyda, por exemplo, diz não se lembrar de nenhuma história de adoção ou sequestro de criança naquela época. Mesmo assim, a jovem continuou buscando informações com outros parentes, na tentativa de encontrar alguma pista — mas, até então, sem sucesso.

“A gente começou a desconfiar que talvez ela nem tivesse nascido na Bahia, porque, na época, não tínhamos nenhum parente morando lá. Então levantamos a hipótese de que ela pudesse ter nascido em Pernambuco ou nos arredores, e depois sido levada para a Bahia, onde foi adotada”, desconfia.

Alyda começou a montar uma abordagem mais lógica, tentando entender de quem Hillary poderia ser filha. Chegou à conclusão de que ela poderia ser filha de algum dos irmãos de sua avó. A partir daí, passou a sondar os filhos desses irmãos, tentando descobrir se alguém se lembrava de alguma história de gravidez fora do casamento, especialmente na juventude.

“Como muitos desses tios já são idosos — alguns até já faleceram —, não queríamos chegar diretamente com uma notícia tão impactante. Até cogitamos a possibilidade de ser filha de alguma das irmãs da minha avó, mas minha avó descartou isso. Disse que era impossível uma delas ter engravidado sem ninguém perceber, porque todas moravam juntas na época”.

Com isso, a hipótese mais provável passou a ser a de que algum dos irmãos homens da avó tenha engravidado uma moça, e a criança, no caso, Hillary tenha sido adotada sem que ninguém soubesse da existência dela.

“Eu espero de coração que ela consiga encontrar seu lugar no mundo, entender suas origens e encerrar essa busca que já dura tantos anos. Ela vai ser sempre muito bem-vinda. Minha família está de braços abertos para recebê-la, para fazer testes, o que for preciso. Espero, de verdade, que ela consiga finalmente as respostas que tanto procura”, finaliza Alyda.

Hillary, por sua vez, diz que um reencontro com seus pais biológicos representaria muito mais do que apenas descobrir nomes ou rostos, seria como recuperar uma parte fundamental de sua identidade, que esteve ausente por toda a vida.

“Se eu pudesse encontrar minha família biológica, não conseguiria expressar em palavras o quanto isso significaria para mim. Luto com minha identidade há anos, sem conhecer uma parte essencial de quem sou. Ser uma mulher brasileira é motivo de orgulho. Sou única e venho de um país lindo, cheio de amor, história e expressão. Gostaria de olhar nos olhos da minha mãe e do meu pai e ver uma parte de mim neles”, comenta.

“Quero abraçá-los e dizer o quanto meu coração ansiava por eles mesmo antes de eu ter palavras para entender esse sentimento. Seria tão especial descobrir de quem herdei o amor pelos animais, pela leitura, pela dança, música, pela água, pelos abraços e pelo carinho de passar um tempo de qualidade com quem se ama. Só de escrever essas palavras, me emociono com lágrimas de esperança e renovação, nesse processo tão longo de, um dia, poder me reconectar com minha família”, completa a brasileira.

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domingo, 30 de março de 2025

Número de mortos em Mianmar após terremoto chega a 1,7 mil


O número de vítimas do terremoto de magnitude 7.7 em Mianmar subiu para pelo menos 1.700 mortos e 3.400 feridos, segundo balanço divulgado neste domingo (30) pelo governo militar. O general Min Aung Hlaing, líder da junta no poder, admitiu que o número pode aumentar e destacou os desafios para coordenar os esforços de resgate em meio à destruição de infraestruturas críticas.

O terremoto, um dos mais fortes registrados no país neste século, danificou pontes, rodovias, aeroportos e ferrovias, dificultando o acesso de equipes de socorro. Em áreas próximas ao epicentro, como Sagaing, moradores relataram à Reuters a ausência de assistência governamental: "Não recebemos nenhuma ajuda e não há equipes de resgate à vista", desabafou o residente Han Zin.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha alertou sobre necessidades humanitárias crescentes, enquanto a ONU destacou a superlotação em hospitais de Mandalay e Naypyitaw. Imagens de satélite revelaram o colapso de uma ponte vital sobre o rio Irrawaddy, isolando comunidades. O governo de oposição (NUG) anunciou trégua militar de duas semanas para facilitar ajuda.

Na Tailândia, o tremor provocou o desabamento de um arranha-céu em construção em Bangkok, matando 18 pessoas. Equipes com cães farejadores e drones continuam buscas por 76 desaparecidos nos escombros. "Temos 72 horas críticas para encontrar sobreviventes", explicou o comandante policial Teerasak Thongmo.

Enquanto China, Índia e Rússia enviam equipes de resgate, o Serviço Geológico dos EUA estima que as mortes em Mianmar possam ultrapassar 10 mil. O desastre agrava a crise em um país já devastado por conflitos pós-golpe de 2021, com 3.5 milhões de deslocados e sistema de saúde colapsado.
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sábado, 29 de março de 2025

Morre aos 90 anos o ator Richard Chamberlain


O ator Richard Chamberlain, famoso por seus papéis nas minisséries de televisão Pássaros Feridos, Dr. Kildare e Shogun, morreu neste sábado, 29 de março, aos 90 anos.

Chamberlain morreu em Waimanalo, Havaí, por complicações derivadas de uma apoplexia, divulgou a Variety.

“Foi o Shogun original. Foi o Jason Bourne original. Foi, para uma geração, a quintessência do galã”, o homenageou nas redes sociais seu amigo e também ator David Havasi.

Com sua aparência de menino e correto — e a ambição de ser levado a sério — Chamberlain teve uma carreira extraordinária. Além de seu trabalho em séries de televisão populares, fez musicais em teatros e papéis clássicos, com destaque para uma interpretação de Hamlet em Birmingham, Inglaterra.

No cinema, encarnou Aramis, de Os Três Mosqueteiros (1973) e Allan Quatermain em As Minas do Rei Salomão (1988). Em 1988, foi o primeiro Jason Bourne da série de TV A Identidade Bourne.

Ganhador três vezes o Globo de Ouro por seus papéis em Pássaros Feridos, Dr. Kildare e Shogun.

Em 1990, Chamberlain passou a morar no Havaí.

Em sua biografia, em 2003, Chamberlain contou que era homossexual. Seu companheiro de muitos anos foi Martin Rabbett, a quem conheceu durante a filmagem de Allan Quartermain e a Cidade do Ouro Perdida.
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