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La ecología del paisaje en América Latina: una aproximación a través de


internet

Chapter · January 2009

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3 authors, including:

Sara Barrasa Fabio Angeoletto


Complutense University of Madrid Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)
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Nuevas tendencias
en la ordenación
del territorio
MORA ALISEDA, J – CONDESSO, F – CASTRO SERRANO, J.
(COORDINADORES)

Ed. FUNDICOTEX
Asociación Profesional para la Ordenación del Territorio, el Ambiente y el Desarrollo Sostenible
NUEVAS TENDENCIAS EN LA
ORDENACIÓN DEL TERRITORIO
NUEVAS TENDENCIAS EN LA
ORDENACIÓN DEL TERRITORIO

Coordinadores:

Julián Mora Aliseda


Fernando Dos Reis Condesso
José Castro Serrano
Nuevas Tendencias en
la Ordenación del Territorio

Maquetación:
Ana Belén Muñoz Castaño

ISBN: 978-84-692-6725-7

Depósito Legal: CC-914-09

Imprime: CopeGraf, S.L. - Cáceres

Este libro está conformado por las aportaciones científicas realizadas por los participantes
en el Congreso Iberoamericano de Ecología y Sostenibilidad Urbana, patrocinado por las
siguientes instituciones:
- Ministerio de Educación y Ciencia – Ref. CGL2004-22431-E/B0S
- Junta de Extremadura, Dirección General de Medio Ambiente - SCR/Imc 2005
- Fondos FEDER – Ref. SCR/Imc 2005
- Asociación Profesional para la Ordenación del Territorio, el Ambiente y el Desarrollo
Sostenible – FUNDICOTEX
- Universidad de Extremadura
Índice

I. NUEVOS ENFOQUES EN LA ORDENACIÓN DEL TERRITORIO

Ordenamento do Territorio e Ambiente


Jorge Gaspar............................................................................................................. 13

Política ambiental y ordenación del territorio urbano


en la Unión Europea y España
Ana Yábar Sterling.................................................................................................. 15

La política europea de medio ambiente urbano


Susana Galera Rodrigo............................................................................................. 35

El modelo de redes neuronales artificiales aplicado a


la clasificación y caracterización de los núcleos urbanos:
el caso de los municipios españoles
José Antonio Gutiérrez Gallego y Miguel Macías Macías ......................................... 53

Lisboa supra-metropolitana. O espaço desocupado como instrumento


potencial de ordenamento
Sofía Morgado ................................................................................................... ...... 61

La regularización territorial en la zona metropolitana de la


Ciudad de México (1970-2002): un instrumento desvinculado
de la política de ordenamiento territorial
Elías Huamán .................................................................................................. ...... 69

A política Rodoviária Nacional e a Interioridade


Marcos António Marques da Silva ........................................................................... 91

Procesos de revilização da área central da cidade do Recife –


nordeste do Brasil: antecedentes, estratégias de
implantação e diagnóstico atual
José Maria Freire de Menezes Neto, Paulo Alves Silva Filho
y Edvânia Torres Aguiar Gomes........................................................................... 101

Premisas valorativas y lineamientos temáticos para


la intervención pública del ordenamiento territorial en Colombia:
una reflexión en medio de las crisis, el conflicto y el desarrollo
Manuel Pérez Martínez ....................................................................................111

II. ECOLOGÍA, DESARROLLO ECONÓMICO Y


CONSERVACIÓN AMBIENTAL.
Integración, economía y ecología: cambio de paradigma
para un desarrollo sostenible.
Luis Jiménez Herrero ............................................................................................. 127

Desarrollo Económico versus Conservación Ambiental.


La necesidad del equilibrio
Ernest Aliseda .................................................................................................. .... 161

Desenvolvimento sustentável: um conceito no limiar da utopia


Carlos de Arbués Moreira ...................................................................................... 167

Dimensión Internacional, Territorial y Urbana


del Desarrollo Sostenible
Rafael Andrés Velásquez Pérez ............................................................................. 183

La ecología como factor emergente de ventaja competitiva en las ciudades


Ramón Sanguiano Galván, María Isabel Sánchez Hernández y
María Cristina Barriuso Iglesias............................................................................. 195

Ecosistemas estratégicos en ecorregiones urbanas: una opción


para el desarrollo sostenible
Luis Carlos Agudelo Patiño ................................................................................... 201

La antítesis ciudad/naturaleza en el planeamiento urbano de Brasil


Fabio Angeoletto, Sara Barrasa García y Marta Moreno González ....................... 215
Estudio de ecología urbana en La Habana, Cuba.
Perspectivas para América Latina
Juan Pedro Ruiz y Marta Moreno .......................................................................... 225

Ecología y Desarrollo Local en la provincia de Pedernales:


(República Dominicana): protocolo seguido para la sostenibilidad
Alexis, S; Pastor, J; González, R y Hernández A................................................. 239

La ecología del paisaje en América Latina: una aproximación


a través de internet
Sara Barrasa García, Fabio Angeoletto, Juan Pedro Ruíz Sanz ............................ 255

Utilización de la avifauna en la valoración contingente


del espacio urbano
Sabina Caula, Renato Denóbrega y Pascal Marty................................................... 265

Das concepções gerais de gestão de bacia hidrográfica


ao mapeamento do uso e ocupação do solo da
bacia do Ipouca-Pernambuco, Nordeste do Brasil
Edvania Torres Aguiar Gomes, José María Freire de Menezes Neto
y Paulo Alves Silva Filho...................................................................................... 283

Mercado inmobiliario en el suelo rústico de un espacio natural protegido:


Análisis comparativo entre municipios pertenecientes y
colindantes a la reserva de la biosfera de Urdaibai
Inmaculada Astorkiza Ikazuriaga, Juan R. Murua Múgica, Ana Ferrero
Rodríguz, Patricia Abelairaas Etxebarría.............................................................. 293

La importancia de los recursos naturales renovables en el proyecto de


etnodesarrollo de Aguilix Santa Cruz del Quiché
Alden Paris Sánchez Ralda.................................................................................... 311

Bairro de Santo Antônio – Recife - nordeste Brasileiro: caraterização da


especialidade sócio-econômica no setor de serviços.
A permanência das relações do circuito superior e inferior
Deyglis Fragoso de Lima, Paulo Alves Silva Filho,
José Geraldo Pimentel Neto, Rogério Antonio de Araújo Santos y
Keilha Correira da Silveira .................................................................................... 325

Optimización espacial de torres de detección de


incendios forestales en la IX Región de la Araucanía. Chile
Mauricio Reyes Schencke y Francisco Hernández Rodríguez .........................335
I. NUEVOS ENFOQUES EN LA ORDENACIÓN DEL
TERRITORIO
ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE

JORGE GASPAR
(CEG – Univ Lisboa)

Ao longo de milénios, cada dia de forma mais assumida e integrada, os Homens


ordenaram os territórios de modo a retirar os melhores proveitos para satisfação de
necessidades, mas também para satisfazer ambições de poder.
As opções de O.T. têm consequências a vários níveis e em vários domínios: da
Economia e da Sociedade, mas também da Natureza, do ambiente natural (físico).
Só recentemente as sociedades se começaram a preocupar com as consequências das
opções de O.T. no ambiente natural. Curiosamente, esta questão começa por ser colocada
relativamente aos países menos desenvolvidos e na sequência da análise de programas de
desenvolvimento para Países do Terceiro Mundo, em que se verificou que se o modelo a
optar fosse uma réplica do que levou ao domínio dos países mais desenvolvidos, teríamos
consequências muito nefastas para o ambiente, a todas as escalas – da local á global.
Discutiu-se e ainda se discute se esta não é uma atitude ideológica tendente a
eternizar o domínio do Planeta pelo chamado “mundo ocidental”.
Assim, o conceito de sustentabilidade que começou por ser uma questão no
interface do económico e do social, passou a estar no centro de um triângulo equilátero: o
Ambiente, a Economia e a Sociedade.
O Ordenamento do Território é um conceito ainda não estabilizado, levantando
problemas distintos:
- Desde logo no seu enquadramento face aos vários saberes;
- Nos temas/domínios que abrange;
- Na escala de intervenção;
- No carácter normativo /não normativo que reveste a sua prática.
Por isso, em diferentes contextos nacionais/políticos/culturais, emergiram diferentes
conceitos operativos para responder ao mesmo problema: como mobilizar e dispor, no
espaço de uma comunidade, os recursos – naturais e humanos – de molde a promover o
bem estar das populações de forma sustentada/durável.
A própria terminologia adoptada em diferentes países sugere distintos
posicionamentos:
- Planning/physical planning
- Raumordnung
13
ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE

- Amènagement du territoire
Também a questão ambiental tem contornos algo difusos, na medida em que tanto se
pode limitar ao ambiente físico e aos recursos naturais, como englobar não só todas as
dimensões do desenvolvimento, como os vários quadros de vida e formas de organização
territorial.
Assim, para alguns, o ordenamento do território não seria senão um instrumento de
gestão ambiental.
É interessante analisar, para os vários países europeus, como é abordada, por um
lado, a questão do desenvolvimento sustentável e, por outro lado, a do ordenamento do
território. As respostas são diferenciadas, antes de mais como consequência de culturas de
planeamento distintas.
Daqui também decorreram, e decorrem, alguns mal entendidos nos trabalhos
conducentes á produção do EDEC (Esquema de desenvolvimento do espaço comunitário),
bem como nos que daí resultaram, nomeadamente no âmbito do Observatório Europeu do
Ordenamento do Território (ESPON/ORATE: European Spatial Planning Observatory
Network/Observatoire en réseau de l’aménagement du territoire européen).

14
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO
URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y ESPAÑA1.

ANA YÁBAR STERLING


Catedrática de Economía Aplicada
Universidad Complutense de Madrid
Directora del IUCA
Presidenta del CN IHDP-España

1.- INTRODUCCIÓN.
La ordenación territorial, instrumentada tradicionalmente a través de planes de
dimensión regional, subregional2 o municipal se orienta al objetivo de establecer los
elementos básicos de la organización de los recursos y la estructura de usos y destinos del
territorio, en aquel área geográfica objeto de ordenación.
La planificación aplicada a definir esta estructura y a determinar los usos del suelo y
los diferentes espacios, el diseño de las infraestructuras viarias y de comunicación, etc. está
íntimamente relacionada con el medio ambiente de las zonas contempladas. De hecho, el
estado y la evolución de los bienes y recursos ambientales de esos territorios sujetos a
ordenación y, por tanto, la política ambiental que se desarrolle en los mismos estará en gran
medida condicionada por aquella ordenación e influirá también sobre ella, alterándola en la
medida necesaria para la consecución de los objetivos ambientales de la colectividad
instalada en el territorio.
Los entornos urbanos desarrollados de la UE tienen numerosos problemas
ambientales que resolver y estos son similares en muchos de ellos, lo que podría indicar que
existen numerosos elementos comunes en el/los modelos de ordenación territorial urbana,
en la UE3.

1 El presente artículo se deriva y enmarca en el Proyecto de Investigación REN2002-02557 (MITEMES), del Plan Nacional I+D+i
financiado por la CICYT-Ministerio de Educación y Ciencia de España.
2 Para áreas de características singulares y con problemática territorial significativa, como las zonas de montaña, las áreas
metropolitanas, etc.
3 MONCLUS, FJ. y GUARDIA, M.: Modelos Urbanísticos y Cultura de las Ciudades. Revista de Geografía, 2003, MENDOZA
ARROYO, C.: Entre la Regulación y la Desregulación Urbanística. Dos experiencias paralelas de planeamiento urbano: Londres y
Barcelona, 1980-1999. Tesis doctoral, Universidad Politécnica de Cataluña, año 2000. RUEDA, Salvador: P5 Modelos de
ordenación del territorio más sostenibles. Barcelona (España), enero 2003, y Boletín CF+S 32/33. Instituto Juan de Herrera,
ETSAM, Madrid, marzo 2006.

15
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

Como es bien conocido, las ciudades originan crecientes tensiones ambientales


como consecuencia de la presión que ejercen sobre los recursos naturales (agua, suelo,
materias primas, aire o energía) que les sirven de sustento; por la contaminación derivada
de los vertidos al medio natural (suelo, agua, atmósfera) de los residuos (gases, residuos
sólidos y líquidos urbanos, industriales, etc.), o la propia expansión de las infraestructuras y
edificaciones que originan la ocupación casi irreversible del suelo.
Este punto de partida y el convencimiento de que era posible abordar la resolución
de tales problemas de manera sistemática y coherente sirvieron como bases para la
adopción de una estrategia europea sobre el medio ambiente urbano, el pasado 11 de enero
de 2006. Una estrategia de medio ambiente no es más que una nueva forma de aludir a la
planificación; esta pretende identificar y evaluar los problemas ambientales que pueden
surgir en un determinado ámbito, para tratar de anticiparse a estos sucesos previsibles o,
incluso, imprevistos (estimando sus niveles correspondientes de riesgo), con el objeto de
minimizar los impactos negativos de los mismos sobre el hombre y los ecosistemas. Sin
planificación previa no es posible una gestión adecuada, aunque puedan producirse aciertos
ocasionales en la adopción de políticas o medidas concretas.
La mejora de la gestión ambiental en el ámbito local, cuando surge en el discurso
municipal y en la consciencia institucional viene, generalmente, unida al concepto de
desarrollo sostenible en la ciudad. Como es sabido, este último concepto llega más allá de
la mejora ambiental pretendiendo que las autoridades locales desempeñen un papel esencial
en la transición hacia formas de vida urbanas más sostenibles (desde la triple perspectiva,
ambiental, económica y social) y que orienten su política en esa dirección para que el
desarrollo de la comunidad garantice la calidad de vida de las generaciones actuales sin
privar a las futuras ni a los demás pueblos del derecho a un planeta limpio y saludable.
La Agenda 21 que emana de la Cumbre de la Tierra de Río de Janeiro (1992), es el
punto de partida para reorientar el crecimiento de las ciudades hacia un desarrollo
sostenible. La Unión Europea establece, en 1998, un marco de cooperación (Marco de
actuación para el desarrollo urbano sostenible en la Unión Europea), destinado a fomentar
la concepción, el intercambio y la aplicación de buenas prácticas en el sector del
desarrollo urbano sostenible y de la Agenda 21. Previamente (en 1993) se había iniciado el
Proyecto Ciudades Sostenibles Europeas que se ocupaba del desarrollo urbano sostenible y
de la integración de objetivos ambientales en las estrategias de planificación y gestión
municipales4.

4 .La principal aportación del proyecto es el Informe sobre las Ciudades Europeas Sostenibles, el cual se centra tanto en aspectos
institucionales como ambientales y se plantean las posibilidades de que disponen las Administraciones Locales para garantizar la
sostenibilidad.

16
ANA YÁBAR STERLING

La estrategia europea sobre el medio ambiente urbano, por otra parte, es una de las
siete estrategias temáticas contemplada en el Sexto Programa de Acción en materia de
Medio Ambiente (aprobado en el año 20025).
El Sexto Programa de Acción en materia de Medio Ambiente, al hablar de este tema
en particular, marcaba el acento en un enfoque integrado horizontal de las políticas
comunitarias para mejorar la calidad del medio ambiente urbano y citaba al respecto,
expresamente, como puntos del máximo interés:
- el fomento del Programa 21 Local,
- la disminución de los vínculos entre el crecimiento económico y la demanda de
transporte de pasajeros,
- la necesidad de un mayor peso del transporte público, del ferrocarril, de la
navegación interior, y de los modos de desplazamiento a pie y en bicicleta,
- la necesidad de hacer frente a un volumen de tráfico en aumento y de disociar de
manera significativa el crecimiento del transporte y el crecimiento del PIB,
- la necesidad de fomentar el uso de vehículos con bajos niveles de emisiones en el
transporte público,
- la toma en consideración de indicadores medioambientales urbanos.
La estrategia europea de la que hablamos es aquella de la que da noticia la
Comunicación de la Comisión, de 11 de febrero de 2004, titulada: “Hacia una estrategia
temática sobre el medio ambiente urbano”6.
La citada estrategia se concentra en el servicio de la política ambiental al desarrollo
sostenible de las zonas urbanas cuya población supera los 100.000 habitantes. En la
Comunicación de la Comisión europea antes aludida se incluyen cuatro temas transversales
esenciales para una ordenación sostenible del territorio urbano: la gestión urbana, el
transporte urbano, la construcción y el urbanismo en la ciudad. Sin embargo, los aspectos
ambientales siguen teniendo una participación esencial en la estrategia, por encima de los
económicos o sociales.
1.- La gestión urbana sostenible: la gestión urbana sostenible recae de manera
natural en las administraciones locales.
La estrategia europea trata de estimular a las capitales y las ciudades de más de
100.000 habitantes a que adopten un plan de gestión de medio ambiente para el conjunto de
la urbe, acompañado de objetivos vinculados a las principales incidencias ambientales, y

5 Decisión n° 1600/2002/CE del Parlamento Europeo y del Consejo, de 22 de julio de 2002, por la que se establece el Sexto
Programa de Acción Comunitario en Materia de Medio Ambiente (DO n° L 242 de 10.9.2002), pag. 1
6 COM (2004) 60, Diario Oficial C 98, de 23 de abril de 2004.

17
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

pongan en práctica un sistema de gestión medioambiental para administrar adecuadamente


el proceso y alcanzar los objetivos establecidos.
Estos planes de gestión permitirían:
- Combinar la gestión de las actuaciones que obligatoriamente deben realizar los
municipios en aplicación de la legislación europea (directivas sobre calidad del aire y ruido
ambiental),
- Aumentar la cooperación entre diferentes niveles de gobierno (local, regional y
nacional) y entre diferentes departamentos de las administraciones locales,
- Conferir al quehacer municipal la necesaria continuidad entre administraciones
sucesivas,
- Ofrecer a las 500 ciudades europeas de mayor tamaño un grado más elevado de
comparabilidad en relación con sus iniciativas y obligaciones medioambientales.
Los conocidos 5 principios para una gestión urbana sostenible7 del Informe
“Ciudades Europeas Sostenibles” (1996) han sido, pues, notablemente concretados en la
UE, unos años más tarde.
2.- El transporte urbano sostenible requeriría, a juicio de la Comisión, la
elaboración, adopción, aplicación y revisión periódica de un plan de transporte urbano
sostenible que contemplase objetivos a corto, medio y largo plazo. También deberían
impulsarse otras medidas, como por ejemplo las destinadas a fomentar la adquisición de
vehículos de bajo nivel de emisiones y consumo o a promover el uso de combustibles
alternativos.
Detrás de estas recomendaciones se encuentra la evidencia de que el tráfico tiene un
impacto significativo en el medio ambiente y en la salud de los habitantes de las ciudades.
También el hecho de que el tráfico es una de las principales fuentes de gases, como el
ozono o el NO2 y representa cerca del 40% de las emisiones de CO2 vinculadas al
transporte. Por otro lado, las dos terceras partes de los accidentes de tráfico con resultado de
lesiones que se produjeron en la Unión Europea (UE) en 2000 se registraron en zonas
urbanas. El ruido en las zonas urbanas es también un problema grave y con tendencia al
alza; un 80% del mismo procede del tráfico.
3.- La construcción sostenible es un objetivo para el que la Comisión propone el
desarrollo de una metodología común para evaluar la sostenibilidad global de los edificios
y del entorno construido, que incluirá indicadores de costes durante el ciclo de vida útil. La
Comisión pretende alentar a todos los Estados miembros a desarrollar y poner en práctica
un programa nacional de construcción sostenible.

7 Principio de Precaución, Gestión de la demanda (en lugar de satisfacerla), Eficacia ambiental (reduciendo el uso de los recursos
naturales), Eficacia social (mayor beneficio social por cada unidad de actividad económica) y Equidad.
18
ANA YÁBAR STERLING

Además, la Comisión prevé medidas complementarias, como las posibilidades de


renovación de edificios más pequeños, el establecimiento de nuevas exigencias de
eficiencia ambiental no vinculadas a la energía, el etiquetado ambiental de los materiales de
construcción, así como la aplicación de una estrategia temática para la “prevención y el
reciclado de residuos”.
No hay que olvidar que los europeos permanecen un 90% de su tiempo en espacios
cerrados; que el consumo de energía para calefacción y alumbrado produce un 35% de las
emisiones de gases de efecto invernadero, o que cada año se generan 450 millones de
toneladas de residuos de construcción y demolición.
4.- El urbanismo (que se refiere a las pautas y el tipo de usos del suelo imperantes
en las zonas urbanas), para ser sostenible a juicio de la Comisión:
- Ha de velar por que sus sistemas de planificación urbanística tengan en cuenta los
riesgos medioambientales
- Debe crear incentivos para fomentar el aprovechamiento de los terrenos
abandonados y, en particular, de las instalaciones industriales abandonadas y las
propiedades vacías
- Tiene que fijar densidades mínimas para las zonas residenciales, que permitan
fomentar una mayor densificación y frenar la expansión urbana
- Requiere integrar en el proceso de ordenación del territorio las consecuencias del
cambio climático para las ciudades.
De esta relación de metas, parecen deducirse los riesgos principales para la
sostenibilidad urbana, como son: el crecimiento de las ciudades hacia las zonas rurales
limítrofes (y su progresiva y rápida reducción), con la creación de viviendas de baja
densidad y el aumento de los problemas de transporte, el elevado número de terrenos
abandonados en la ciudad y de propiedades vacías, la deficiente dotación y mala
localización de las infraestructuras económicas y de transporte, o la necesidad de
multiplicar y proteger los espacios verdes.
Así pues, la planificación y la ordenación del territorio en las ciudades, cuando el
objetivo es la sostenibilidad, exigen no solo la aplicación de una política ambiental
horizontal o transversal adecuada en el ámbito urbano (que difícilmente podrá serlo sin un
marco ambiental regional y nacional correcto, consistente y que deberá integrarse con los
otros componentes económico y social), sino también la articulación de las iniciativas
(participación) procedentes de todos los ámbitos, la mejora de la coordinación institucional

19
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

y ciudadana y la ampliación de la concienciación y la educación de la población en la


misma dirección8.

2.- PRINCIPALES RETOS AMBIENTALES DE LAS ZONAS URBANAS Y


CARENCIAS DE LA ADMINISTRACIÓN MUNICIPAL EN ESPAÑA.
En España, los municipios ejercen competencias en materias que inciden claramente
sobre el medio ambiente. Algunas de las mencionadas en el artículo 25. 2 de la Ley 7/1985
de Bases del Régimen Local, como las siguientes, tienen marcadas connotaciones de esta
naturaleza:
- Ordenación del tráfico de vehículos y personas en las vías urbanas.
- Ordenación, gestión, ejecución y disciplina urbanística; promoción y gestión de
viviendas; parques y jardines, pavimentación de vías públicas urbanas y conservación de
caminos y vías rurales.
- Protección del medio ambiente.
- Abastos, mataderos, ferias, mercados y defensa de usuarios y consumidores.
- Protección de la salubridad pública.
- Cementerios y servicios funerarios.
- Suministro de agua y alumbrado público; servicios de limpieza viaria, de recogida
y tratamiento de residuos, alcantarillado y tratamiento de aguas residuales.
- Transporte público de viajeros.
Además, a partir de la aprobación de la citada Ley 7/1985, los municipios están
obligados a prestar, como mínimo (de forma individual o asociándose con otros), servicios
como los siguientes (artículo 26 de la citada Ley de Bases), con efectos indudables sobre el
medio ambiente local y global en muchos casos, dependiendo del modelo y tecnologías que
se adopten en su gestión.
a) Alumbrado público, recogida de residuos, limpieza viaria, abastecimiento
domiciliario de agua potable, alcantarillado, acceso a los núcleos de población,
pavimentación de las vías públicas. En todos los municipios.
b) Tratamiento de residuos. Si se trata de municipios con población superior a 5.000
habitantes.
c) Prevención y extinción de incendios. En caso de municipios con población
superior a 20.000 habitantes.

8 Que el desarrollo urbano sostenible requiere el compromiso de la población y una buena base de conocimientos era recordado
por Wally N’Dow, Secretario General de Habitat II, la Segunda Conferencia de Naciones Unidas sobre Asentamiento Humanos
(Estambul, 1996), al inicio de la misma.
20
ANA YÁBAR STERLING

d) Transporte colectivo urbano de viajeros y protección del medio ambiente. Cuando


los municipios tienen con población superior a 50.000 habitantes.
La cuestión está en dilucidar si en los de las grandes y medianas ciudades españolas,
al menos, se han tratado de aplicar en estos últimos años los principios de la Agenda 21
Local, principal instrumento para el logro del desarrollo sostenible en el ámbito municipal.
La Agenda 21 Local requiere la realización y ejecución de un plan estratégico de
acción a largo plazo para orientar hacia el desarrollo sostenible a los entes locales y tiene
como objetivo (a partir de Aalborg + 10 –año 2004-) que cada ciudad de más de 100.000
habitantes adopte un plan de gestión ambiental, con acciones y medidas concretas para cada
localidad específica, así como el establecimiento de sistemas de gestión ambiental en el
ámbito urbano. Según datos de la Agencia Española de Cooperación, en 2003, en torno a
600 municipios españoles habían firmado la Carta de Aalborg y de ellos, 359 habían
iniciado las acciones pertinentes para la puesta en marcha de la Agenda 21 Local.
Los Datos de la Campaña Europea de Ciudades Sostenibles revelaba que en mayo
de 2004, en España la lista de firmantes ascendía a 864 o bien, 882 si se incluían aquellas
otras 36 entidades que estaban en proceso de firma de dicho documento (lo que situaba, en
esa fecha, en 882 el número de ciudades españolas comprometidas con el desarrollo
sostenible).
Existen muchas grandes ciudades que han aprobado documentos así denominados
pero pocos han actuado eficazmente o con celeridad a la hora de concretarlos y ejecutarlos.
Por ello, en la mayoría de los casos las Agendas 21 Locales parecen documentos de
adhesión formal sin verdadera voluntad política de realización.
Esta consideración induce a concluir que no resulta sencillo concretar en políticas y
medidas el principio de que las ciudades deben planificarse, construirse y gestionarse para
crear las condiciones de una economía sana, dinámica, socialmente integradora y
ecológicamente eficiente, que garantice el bienestar y satisfaga las necesidades de los
ciudadanos de manera sostenible, funcionando en armonía con los sistemas naturales que la
sostienen.
Tal como se deduce de la reciente Estrategia comunitaria sobre el Medio Ambiente
Urbano, los retos ambientales principales a los que se enfrentan las ciudades superiores a
100.000 habitantes son:
- la deficiente calidad del aire,
- los niveles elevados de circulación y congestión y ruido ambiental,
- un entorno construido de mala calidad,
- emisiones de gases de efecto invernadero,
- crecimiento urbano desordenado y

21
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

- amplia generación de residuos y de aguas residuales.


Las administraciones locales españolas que, indudablemente, son las más
directamente competentes y responsables de la gestión urbana sostenible carecen de
competencias plenas sobre estos temas; no poseen suficiente infraestructura de información,
cuadros técnicamente bien formados ni estructura organizativa para abordarlos. Sin
embargo, las Diputaciones y los gobiernos autonómicos tienen amplias capacidades de
coordinación para la planificación en temas de ordenación del territorio y ámbitos
supramunicipales y subregionales.
Dentro del ámbito del derecho administrativo, es la Ley 30/1992, de 26 de
noviembre –modificada por la Ley 4/1999 de 13 de enero - la que regula las relaciones
entre las Administraciones Públicas. En virtud de la misma, existe la posibilidad de crear
Conferencias Sectoriales y otros órganos de cooperación, en aquellas materias en que
exista interrelación competencial entre las distintas Administraciones públicas, así como de
firmar Convenios de colaboración en el ámbito de sus respectivas competencias y de
acordar la realización de Planes y programas conjuntos de actuación para el logro de
objetivos comunes, en materias en las que ostenten competencias concurrentes. Desde esa
fecha, se observa que en algunas CCAA existen Consejos de Medio Ambiente u otros
órganos de esta naturaleza, destinados al estímulo y coordinación de las iniciativas con
incidencia ambiental procedentes de diversas Consejerías, entes municipales y agencias de
ámbito autonómico o local (de energía, medioambiente, etc.).
El gobierno central, asimismo, ha puesto en marcha mecanismos de coordinación y
cooperación, de carácter intersectorial y ambiental especialmente adecuados para estas
finalidades, en los que participan las CCAA y otras organizaciones e interesados en la
temática del desarrollo sostenible. Los órganos siguientes, adscritos al Ministerio de Medio
Ambiente, constituyen una buena muestra de los mismos: el Consejo Asesor de Medio
Ambiente, la Conferencia Sectorial de Medio Ambiente, el Consejo Nacional del Agua, el
Consejo Nacional del Clima, o la Comisión de Coordinación de Políticas de Cambio
Climático.
Sin embargo, los procesos de reforma y mejora institucional que tienen lugar en toda
la UE son lentos y la coordinación con otras administraciones públicas, escasa todavía en
España y ello entorpece adicionalmente la toma de decisiones adecuadas y oportunas en el
tiempo, así como su ejecución eficaz, en el ámbito municipal.
Ello se añade a la problemática tradicional de los conflictos entre objetivos, en el
propio ámbito municipal territorial pertinente (municipio o área supramunicipal –
metropolitana, etc.-). En efecto, resolver un problema puede ocasionar otros, en otros
campos y algunas medidas pueden ser opuestas a otras políticas a nivel nacional o regional.
Por ejemplo, la política de mitigación de emisiones de GEI en la ciudad, atacado mediante
la adquisición de autobuses “limpios” puede verse entorpecida por el crecimiento del
transporte privado ocasionado por decisiones de ordenación del suelo, como las de
favorecer la construcción de aparcamientos en el centro urbano.

22
ANA YÁBAR STERLING

La amplitud de esta temática aconseja reducir el ámbito del análisis, en pro de la


concreción y especificidad de las conclusiones. Por ello, trataré a continuación de uno sólo
de aquellos aspectos citados, el de la movilidad sostenible en la ciudad. Este tema, aunque
más concreto, sigue siendo de gran amplitud y hace referencia a varios de aquellos grandes
retos de las grandes ciudades europeas, citados por la Estrategia comunitaria sobre el Medio
Ambiente Urbano: la deficiente calidad del aire, los niveles elevados de circulación y
congestión y de ruido ambiental, las emisiones de gases de efecto invernadero y, además,
es consecuencia en parte, de aquel citado también, crecimiento urbano desordenado.
2.1.- Algunas características del transporte en las ciudades españolas de tamaño
medio y grande.
- La dispersión de la edificación y el alejamiento de la vivienda del puesto de
trabajo,
- El uso masivo de los medios de locomoción para los traslados de personas y
mercancías,
- La saturación de la red de movilidad,
- La congestión, accidentes y costes económicos y sociales asociados,
- El aumento del nivel de ruido, de las emisiones de gases a la atmósfera y de la
degradación ambiental en la ciudad y su entorno natural.
Para resolver los conflictos que el transporte que genera en la ciudad, como la
saturación de la red urbana o la reducción de las pérdidas de tiempo en los traslados se han
aumentado las infraestructuras viarias (carreteras, etc.) para reducir o para resolver la
saturación de la red. Sin embargo, este proceso, dinámico, ha venido acompañado de
nuevos asentamientos urbanos dispersos que han vuelto a hacer insuficiente la ampliación
de las redes, desplazando el problema de la congestión y las variables que lo acompañan, a
superficies cada vez mayores.
El coche y el tráfico masivo de automóviles suelen considerarse como los
principales culpables de la degradación de la calidad ambiental del espacio público y de la
ciudad, provocando que la calidad de vida de los ciudadanos se reduzca considerablemente;
la circulación y sus efectos suelen citarse como los principales problemas de vivir en su
interior y de la preferencia por la periferia para la vivienda familiar.
La velocidad media del transporte en superficie, en las ciudades españolas medias y
grandes, es cada día menor. El tráfico masivo de vehículos se revela como uno de los
mayores causantes de disfunciones en el sistema urbano y para autores como Sebastián
Rueda, el deterioro del medio ambiente urbano es, en gran parte, consecuencia de la
presencia y el uso “asfixiante” de los vehículos privados.
La proliferación de las redes de movilidad por carretera, en especial en el caso de las
redes de vías segregadas, es causa de tendencias al aislamiento de los sistemas naturales en

23
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

los que las ciudades se integran, ya que la mayoría de organismos vivos no pueden
atravesar las barreras de asfalto y tráfico que las vías les imponen. La reducción de la
superficie natural de un hábitat o su aislamiento comporta una pérdida de especies (ya que
la extinción supera a la inmigración). Además, cada año mueren por atropello en España
unos diez millones de vertebrados, según la Coordinadora de Organizaciones de Defensa
Ambiental (CODA).
Desde el punto de vista sociológico, no ha de olvidarse que es esencial en la ciudad,
el contacto personal; por ello, los viajes a pie, en bicicleta o en transporte público son los
medios favoritos en las propuestas, para reducir el estrés ambiental provocado por los
vehículos, potenciar el contacto y la comunicación en el espacio público y mejorar la
participación y la gobernanza, al crear un entorno propicio y en el que calidad de vida sea
superior.
Una vez justificada la importancia de la batalla emprendida en las ciudades contra
del uso del vehículo privado (y a favor del transporte colectivo público, aunque no
exclusivamente), respetando el “logro social” de la mejora de la movilidad de los
ciudadanos, en este trabajo se presentan algunos datos de ciudades españolas de tamaño
medio o grande y otras evidencias disponibles sobre la movilidad.
Los datos sobre utilización del vehículo privado para el transporte urbano, dispersos
y de muy diversos orígenes (INE, OSE, IDAE, algunas CCAA –Andalucía, por ejemplo-,
etc.) indican que en España, en 2004, la distribución modal de viajeros estaba claramente a
favor del uso de los turismos, que participaban con un 79,4% en el transporte de pasajeros.
El autobús alcanzaba un 11,3% de tasa de participación, ferrocarril y el transporte aéreo
tienen una participación similar (4,8% y 4,2% respectivamente) y el transporte marítimo
participa con una tasa muy baja, del 0,3%.
Por otro lado, el número de viajeros/kilómetro que utilizan el vehículo particular
para desplazarse sigue en franco crecimiento (se eleva en 2003, un 3%) y el número de
pasajeros que utilizan el transporte público urbano desciende en 2004, más de un 5%
respecto al año anterior.
Estos datos son consistentes con los que se derivan del Inventario de Emisiones de
Gases de efecto invernadero, del Ministerio de Medio Ambiente, 2005 (datos hasta 2003),
según los cuales, las emisiones de CO2 del Transporte por carretera se originan, cerca de un
35%, en la “pauta urbana”; esa tasa de participación sigue creciendo en los últimos años en
España, así como también las emisiones de CO2 del transporte por carretera en general, que
se han casi duplicado entre 1990 y 2003.
Toda esta batería de información pone de manifiesto que las grandes ciudades y las
autoridades municipales tienen mucho que hacer para lograr un “transporte urbano
sostenible”. Asimismo, se deduce que, para un aspecto concreto como es el transporte en
las ciudades, las tendencias en España marcan una evolución en sentido contrario a la que
permitiría lograr aquel objetivo de sostenibilidad, dejando a los entes públicos de los

24
ANA YÁBAR STERLING

grandes municipios españoles mal calificados en la eficacia de sus políticas y medidas


orientadas, por ejemplo, hacia:
- la oferta de una red de transportes públicos regulares, frecuentes, cómodos,
modernos, a precios competitivos y con buenas correspondencias;
- el reforzamiento de los transportes no motorizados (a pie y en bicicleta);
- la modificación de los comportamientos y en la gestión de la intermodalidad; e
incluso en
- la promoción de una utilización más racional del automóvil en el ámbito urbano.
Sin embargo, dicha conclusión necesitaría mayores datos y evidencias en la misma
dirección. Por otro lado, no es posible efectuar un análisis aislado de esta cuestión, puesto
que la sostenibilidad del transporte urbano está ligada a la sostenibilidad del urbanismo y de
la construcción, de modo conjunto. También ese estudio amplio y detallado habría de
superar el límite geográfico del municipio de la gran ciudad para extenderse al ámbito
metropolitano e incluso a demarcaciones territoriales más amplias (el corredor del Henares,
en Madrid, el área metropolitana de Sevilla, en Andalucía, etc.).
Un modelo viable de ciudad sostenible exige la generación y aplicación de
estrategias urbanas integradas dirigidas, tanto a la protección y mejora de las condiciones
ambientales como, al menos, a la mejora de la productividad y el crecimiento económico,
la creación de empleo, la protección de la salud y la seguridad humanas, la mejora de la
accesibilidad y movilidad, la protección del paisaje urbano, establecimiento de zonas verdes
y equipamientos. Obtener conclusiones con vocación de ser elevadas a la categoría de
“generales” para las ciudades españolas de tamaño medio y grande exige un análisis
cuidadoso de casos de estudio, suficientes y representativos.
Algunas conclusiones sobre el estado de la cuestión en España están disponibles. En
concreto, tras un estudio efectuado recientemente en el Instituto Juan de Herrera9, con
relación a los municipios españoles firmantes de la Carta de Aalborg, en el mismo se afirma
que sus Agendas 21 Locales “carecen de visión integradora del municipio, de indicadores
para su seguimiento y que se plantean aquellas con ánimo de conseguir algún presupuesto
y hacer campaña de imagen verde”.
En esta misma línea de pensamiento crítico al respecto, el Observatorio para la
Sostenibilidad de España10 especifica que : “La firma de la Carta de Aalborg tan solo es el
primer paso en la cronología documental del modelo de A21L, al que han de seguir otras
actuaciones como: la realización de un diagnóstico socioambiental del municipio, la
creación de foros de participación, la adopción de un sistema de indicadores municipales y

9 Informe sobre los indicadores locales de sostenibilidad urbana utilizados por los municipios firmantes de la Carta de Aalborg.
Sección de Urbanismo, Instituto Juan de Herrera. Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Madrid. 2002-2003.
10 Informe sobre la Sostenibilidad en España. OSE. Madrid, 2005, pag. 250
25
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

la elaboración de un plan de acción y un plan de seguimiento”, derivándose del estado y


calidad de cada una de estas fases el grado de compromiso real con el desarrollo sostenible,
en cada municipio.
2.2.- Movilidad Sostenible en el área metropolitana de Sevilla. Un caso
particular.
Se presentan a continuación los elementos básicos del estudio efectuado por la
firmante de la presente Ponencia para el entorno metropolitano de Sevilla, por la existencia
de información relevante sobre movilidad y transporte en esta área metropolitana.
2.2.1 El Programa “Movilidad Urbana Sostenible” de la Junta de Andalucía.
El Plan de Medio Ambiente de Andalucía 2004-2010 (PMAA, en adelante)
denomina así a su Programa número 11; por ello, analizar su contenido parecía poder
generar el marco adecuado para analizar las actuaciones municipales en el ámbito de la
movilidad urbana de Sevilla.
Expresamente, dicho documento declara que considera como principal herramienta
para lograr un modelo de movilidad y accesibilidad sostenible en Andalucía el diseño y
desarrollo de sistemas de transportes integrados, haciendo imprescindible la coordinación
de la planificación de tres elementos: el transporte, el medio ambiente y el espacio (es decir,
el territorio).
La consistencia entre las metas de la UE en esta materia y el PMAA de Andalucía
está garantizada por declaraciones como la siguiente:
El reto de la sociedad actual, respecto a la movilidad urbana, consiste en desvincular
progresivamente el crecimiento del transporte del crecimiento de la actividad económica sin
restringir el derecho a la movilidad ni a la accesibilidad, a través de un uso más eficiente de
los modos de transporte colectivo, potenciando la intermodalidad y multifuncionalidad de
las plataformas e infraestructuras de transporte.
También se menciona expresamente como meta a conseguir, en este ámbito, la
reducción de las emisiones de gases a la atmósfera asociados a los distintos modos de
transporte, sin olvidar la de evitar la segregación social entre unas zonas y otras de la CA,
según su diferente dotación de infraestructuras de transporte.
Al concretar sus objetivos, en el Programa 11 del PMAA se cita uno solamente:
Incrementar los niveles de accesibilidad urbana promoviendo los modos de
transporte más eficientes, atendiendo a las especificidades que presenta la movilidad en
cada parte de la región (aglomeraciones urbanas, ciudades medias, litoral, etc.).
En cuanto a las llamadas “estrategias”, es decir, en este caso, equivalentes a los
medios para conseguir el objetivo, se citan las 3 siguientes:

26
ANA YÁBAR STERLING

E.1. Potenciación de los modos de transporte público frente al vehículo privado por
el mejor comportamiento de los primeros en cuanto a consumo energético, ocupación de
espacio y emisiones.
E.2. Ampliación de modos de transporte no motorizados.
E.3. Educación y sensibilización ciudadana sobre el transporte público y otros
modos de transporte con un menor impacto ambiental.
Finalmente, se mencionan 15 medidas a adoptar sin especificación de los entes
públicos competentes para adoptarlas:
M.1. Elaboración y divulgación de una Guía Modelo de Movilidad Urbana
Sostenible.
M.2. Diseño de una estrategia integrada de transportes.
M.3. Identificación y evaluación de alternativas a las necesidades de movilidad
motorizada.
M.4. Potenciación del viario verde para tráfico no motorizado.
M.5. Fomentar la realización de pactos o acuerdos entre asociaciones ciudadanas y
los ayuntamientos para alcanzar una movilidad sostenible.
M.6. Fomentar el desarrollo de planes de movilidad en empresas, parques
tecnológicos e industriales.
M.7. Creación de infraestructuras para medios de transporte más respetuosos con
el medio ambiente, en especial el ferrocarril.
M.8. Creación de plataformas logísticas para fomentar la intermodalidad.
M.9. Fomento de los usos múltiples frente a la especialización funcional de las
infraestructuras de transporte.
M.10. Estudios de ampliación de aparcamientos públicos ordenados en las entradas
a centros urbanos o en las proximidades a estaciones de transporte público para favorecer
el uso de éste.
M.11. Adquisición por parte de la administración e instituciones públicas de
vehículos menos contaminantes.
M.12. Conexión entre todas las provincias andaluzas mediante una red de
ferrocarriles de altas prestaciones.
M.13. Coordinación de las conexiones ferroviarias de larga distancia con las redes
de autobuses autonómicas, provinciales y locales para incrementar la accesibilidad del
transporte público en toda la Comunidad Autónoma.

27
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

M.14. Adecuación de la señalización de tráfico de modo que se establezcan


prioridades y se beneficie el transporte público en zonas de tráfico intenso.
M.15. Intensificación de las campañas de sensibilización sobre las ventajas del uso
del transporte público, alternativas más ecológicas y el uso responsable de los vehículos.
Aún declarándose expresamente en el citado Programa 11 del PMAA que: para
llegar a una accesibilidad urbana sostenible es necesario determinar objetivos e indicadores
de sostenibilidad, fijar metas y controles……, en la actualidad, casi dos años más tarde de
la formulación del PMAA no se ha avanzado mucho en la cuantificación y puesta a
disposición de público y autoridades regionales o locales de datos de esta naturaleza.
La excepción más destacable en este ámbito la constituyen las estimaciones de
consumo energético asociado al transporte en los municipios de Andalucía, sobre los que se
afirma que se han estimado, en todos ellos, por SODEAN y la Escuela Superior de
Ingenieros de Sevilla, y los publicados para las áreas metropolitanas de Sevilla, Málaga,
Granada y Bahía de Cádiz, con relación al año 200311 sin expresión de la metodología de
estimación y distribución de los de carácter provincial o regional disponibles con carácter
oficial.
Ahora bien, dentro del PMAA existe otro Programa, el número 9 denominado
“Ciudad 21”. En el mismo se especifica que su propósito es encauzar y apoyar todas las
iniciativas en materia de sostenibilidad local mediante la ampliación y consolidación del
anteriormente aprobado “Programa Ciudad”. Según se afirma en dicho documento, la
Consejería de Medio Ambiente asumirá y apoyará conjunto concreto de medidas que, en
materia de movilidad sostenible de las ciudades andaluzas, paralelamente al desarrollo y
generalización del programa Ciudad 21 en el conjunto de municipios de esa CA. Por otra
parte, los municipios andaluces están convocados a a formar parte de la Red Andaluza de
Municipios y Ciudades Sostenibles y muchos de ellos ya la constituyen en la actualidad.

2.2.2 Iniciativas e indicadores de sostenibilidad del transporte urbano en Sevilla .


A pesar de la escasez de datos oficiales existentes, pueden proporcionarse algunos
indicadores cuantitativos que revelan un empeoramiento de las pautas de movilidad en
Sevilla y su entorno, correlativas al aumento del uso del vehículo privado y a la reducción
de la importancia relativa del transporte colectivo de pasajeros. La tasa de movilidad de los
residentes en el conjunto de los 22 municipios que componen el área metropolitana de
Sevilla12, en 2004, se sitúa en 1,56 viajes motorizados por habitante y día; ese valor puede
considerarse como relativamente alto. Además, según afirmaciones de algunos estudios
disponibles relativos a esta temática, existe una gran intensidad de tráfico en los accesos y

11 SODEAN: Consumo Energético y Movilidad en el Sector Transporte en Andalucía, www.juntadeandalcia.es

12 Plan de Transporte Metropolitano del Área de Sevilla (PTMAS). Consejería de Obras Públicas y Transporte. Junta de
Andalucía, marzo, 2006, pag. 15.
28
ANA YÁBAR STERLING

principales arterias de esta ciudad y de otras grandes ciudades de Andalucía, que generan la
consiguiente contaminación y el desequilibrio del reparto modal en ellas.

CATÁLOGO DE MEDIDAS ESPECÍFICAS DEL PROGRAMA CIUDAD 21,


apartado 2.5: “ La movilidad urbana”.

a) Impulso a la ejecución de planes intermodales de transporte.


b) Implantación de medidas para el fomento de modos de transporte sostenible.
- Tarifas reducidas para estudiantes y tercera edad.
- Autobuses adaptados a discapacitados (plataforma baja).
- Horarios coordinados de autobuses urbanos e interurbanos.
- Terminales multimodales de transporte.
- Bonobús de autobuses urbanos e interurbanos.
- Existencia de carriles bus.
- Billetes combinados de autobuses urbanos e interurbanos.
- Prioridad de autobuses públicos e intersecciones.
- Medidas de peatonalización.
- Implantación de aparcamientos públicos.
c) Potenciación del viario verde para tráfico no motorizado.
-Obras de infraestructuras para la creación de redes o viarios verdes (carriles para bicicletas, adecuación
de caminos rurales y vías pecuarias en el entorno de las ciudades, etc.).
- Apoyo a la redacción de Planes Directores de Bicicletas y otros estudios para la potenciación del
tráfico urbano no motorizado.

Tabla 1.- Indicadores de intensidad de tráfico de la Ciudad de Sevilla


Turismos Vehículos Vehículos por
1.000 habitantes

1996 220.748 282.287 455

2002 299.886 375.012 522

2002/1996 35,8 % 32,8 % 14,7 %


(variac. %)

Fuente: SODEAN op cit., e Indicadores de Medio Ambiente Urbano,


Consejería de Medio Ambiente. Junta de Andalucía, año 2002.
Datos que confirman estas conclusiones se contienen en la Tabla 1. Ella contiene
indicadores de la intensidad del tráfico de la ciudad de Sevilla; los datos revelan que el
número de turismos se ha incrementado en un 36%, entre 1996 y 2002; que el número de
vehículos de toda naturaleza (vehículos ligeros, pesados, autobuses, motocicletas, etc.), lo
ha hecho a un 33%; y que el número de vehículos por cada 1.000 habitantes ha pasado a
522 en 2002, desde 455 en 1996, lo que significa una elevación del 15% en dicho periodo
de 6 años.
Otros indicadores de tráfico urbano, como los introducidos en la Tabla 2 revelan un
menor uso del servicio público de autobuses urbanos en la ciudad de Sevilla, entre los años
29
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

2000 y 2004. Como puede apreciarse de los datos de dicha Tabla, aunque la longitud total
de recorridos de las líneas en servicio se ha elevado casi un 20%, el número de pasajeros
que utilizan esta forma de transporte colectivo se ha reducido casi en un 8% y la velocidad
de estos vehículos en sus recorridos, medida en Km/hora, ha disminuido en casi un 5%
entre 1999 y 2003 (fundamentalmente por causa de la congestión urbana).
Tabla 2.- Indicadores de tráfico urbano en la Ciudad de Sevilla
Número de pasajeros Velocidad comercial Longitud total de
de TUSSAM (miles) de los autobuses las líneas de TUSSA
Km/hora (km)

2000 96.589 12,55 (1) 439

2004 89.113 11,94 (2) 525

2004/2000 - 7,7 % - 4,8 % 19,6 %


(variac. %)

Fuente: SODEAN op cit., e Indicadores de Medio Ambiente Urbano, Consejería de Medio


Ambiente. Junta de Andalucía, año 2002. (1)año1999. En 1995, este indicador se situaba en el valor
12,7, según PTMAS; (2) año 2003.
En el área metropolitana de Sevilla, se estima que casi el 71% de los viajes totales
motorizados realizados por los residentes en la misma, se realiza en vehículo privado,
mientras que el transporte público colectivo no llega a prestar el 21% de aquellos (el 9,4%
restante de los 1,78 millones de viajes diarios mecanizados de los residentes en el área
metropolitana se realiza en otros medios, como motos, taxis, discrecional, etc.)13.
La pérdida de cuota de mercado del transporte público colectivo en el área
metropolitana de Sevilla durante los últimos 20 años ha sido muy significativa,
reduciéndose a la mitad el valor correspondiente a este coeficiente (situado en el 43,2%, en
1983). Además, los viajes en transporte público/año han bajado desde 421.600, en 1983,
hasta 367.100 en 2004 (-13%). En el área metropolitana de Sevilla, por otra parte, los
vehículos por mil habitantes se encuentran ya cerca de los 400, en el año 2004.
Los indicadores de densidad del transporte Público, situados en la Tabla 3, indican
claramente que sus valores son muy reducidos, especialmente en el caso de los modos
ferroviarios.
De todos los datos e indicadores citados se puede deducir claramente que continuar
con el actual modelo de movilidad en Sevilla y su área metropolitana seria ambiental y
financieramente insostenible. La aglomeración, más aún que la congestión, derivada de la
saturación de las infraestructuras viarias, la dificultad de la ciudad de Sevilla de absorber el
correspondiente incremento de la demanda de aparcamiento y las emisiones de gases (CO2,

13 Plan de Transporte Metropolitano ... , op cit., pag 15.


30
ANA YÁBAR STERLING

CH4, CO, NOx, y partículas) no parecen solucionables sin una alteración esencial del
modelo de movilidad14.
Tabla 3.- Indicadores de Densidad del Transporte público, en el área metropolitana de
Sevilla (año 2003)
Longitud de red /1.000
habitantes.
0,081
- Modos Ferroviarios
- Autobús 1,096

Longitud de red / Km2


- Modos Ferroviarios 0,101
- Autobús
1,366
Densidad
(Habitantes /km2)
819

Fuente: SODEAN, op cit., pag. 25

Tabla 4.- Indicadores de demanda de combustibles, asociada al sector Transporte


(2003)
TOTAL
Gasolina Gasoleo A
(Ktep) Participación
(Ktep) (Ktep)
(%)

Ciudad de Sevilla 112,80 264,64 377,44 40,9 %

Sevilla (área 56,20 421,67 477,87 (1) 59,1 %


metropolitana)

Total Provincia
de Sevilla
265,30 657,36 922,66 100,0

Fuente. SODEAN, op cit., pag. 25 y PTMAS. (1) Esta última fuente estima las emisiones de
CO2, en 407,16 Mt, en 2004.

14 Sobre las emisiones de CO2 procedentes del sector transporte en Andalucía, ver YABAR STERLING, A: El Mercado de
Emisiones y las Políticas Regionales de Mitigación del Cambio Climático. el caso de Andalucía. Revista del Instituto de Estudios
Económicos (en prensa). YABAR STERLING, A: El Impuesto andaluz sobre emisiones atmosféricas y el sometimiento de las
emisiones de CO2, en Andalucía, al Mercado Europeo de Derechos de Emisión, CISS/NUE (en prensa). YABAR STERLING, A:
Emisiones del transporte y Política Autonómica de Mitigación. Un caso de estudio: Andalucía. Rev. M+A, Revista Electrónica, nº
1 (www.ucm.es/info/iuca).
31
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

A solucionar con criterios de sostenibilidad y medio/largo plazo el modelo de


movilidad de Sevilla y su entorno, se ha orienta el Plan de Transporte Metropolitano del
Área de Sevilla (PTMAS), expuesto a información pública el pasado 31 de marzo de 2006
y el Corredor Verde de conexión del Área Metropolitana de Sevilla. A ambas iniciativas se
hace referencia a continuación.
a) El Plan de Transporte Metropolitano del Área de Sevilla (PTMAS).-
La creación del Consorcio de Transporte Metropolitano de la ciudad de Sevilla (que
comenzó a funcionar en octubre de 2002) tenía como objetivo fomentar el uso del
transporte público y mejorar la integración de los especios metropolitanos. Esta
organización está orientando sus actuaciones a favorecer la transferencia modal - el
transbordo -, abaratando el coste de los viajes para los usuarios frecuentes; el instrumento
principal para conseguirlo es implantar un sistema zonal con títulos de viaje comunes, en
redes de operadores distintos, e integrar los servicios del ferrocarril de Cercanías –el anillo
ferroviario -.
Recientemente el Consorcio ha propuesto el PTMAS y el documento recientemente
conocido, determina metas, objetivos y criterios de actuación sobre el transporte en el área
metropolitana de Sevilla e identifica determinadas propuestas plasmadas en:
- la imagen del transporte público en el horizonte de 2020 (año final del PTMAS),
- las propuestas de actuación sobre la red viarias, propuestas de actuación a corto
plazo, ligadas a la puesta en servicio de una nueva linea de Metro (línea 1) en la ciudad de
Sevilla.
Asimismo, el PTMAS contiene una evaluación funcional de las propuestas, en
términos de sus objetivos de reparto modal, reducción de costes ambientales, etc., y aporta
un marco tarifario de los servicios de transporte público, protección de las infraestructuras
viarias y garantía de servicio público de esta transporte para los nuevos desarrollos urbanos.
b) El Corredor Verde de conexión del Área Metropolitana de Sevilla
Esta es una iniciativa que trata de impulsar la creación de itinerarios adecuados para
fomentar el uso y disfrute de los recursos que ofrece la ciudad de Sevilla y su entorno rural,
revalorizándolo y haciéndolo más atractivo para los residentes en el área metropolitana. La
Consejería de Medio Ambiente de la Junta de Andalucía, favorece la coordinación con los
Ayuntamientos y otras entidades y asociaciones del ámbito metropolitano, a estos efectos.
En concreto, el objetivo del Corredor Verde es contribuir a la creación de una Red
de Espacios Libres, articulados y vertebrados con el sistema de asentamientos y
comunicaciones en el ámbito metropolitano de Sevilla, donde las Vías Pecuarias cumplen
un papel significativo como soporte físico y ambiental. La obra del Corredor Verde
Metropolitano, se ha diseñado para 61 km. de longitud, incluye la recuperación de paisajes
y la construcción de carriles bici.

32
ANA YÁBAR STERLING

Esta iniciativa se contempla en el Plan de Ordenación y Recuperación de Vías


Pecuarias de Andalucía, cuya integración en el Plan de Ordenación del Territorio de la
Aglomeración Urbana de Sevilla, lo erige como un sistema de comunicaciones autónomas
destinadas al tráfico no motorizado.

3.- CONCLUSIONES.
La principal conclusión a la que se llega, tras el análisis efectuado en materia de
movilidad del transporte urbano, es que algunos municipios españoles han comenzado a
tomar medidas, con efectos esperables a medio y largo plazo, para incidir sobre algunos
problemas principales de insuficiencia, ineficiencia e insostenibilidad de los actuales
modelos de movilidad característicos de las ciudades españolas de tamaño medio y grande.
Es el caso de Sevilla y los municipios que componen su área metropolitana.
Ciertamente, ello significa un retraso con relación a lo realizado en otras ciudades de
la UE, más conscientes de esta problemática en el pasado. Sin embargo, en el caso
analizado, se observa también que ya se ha insertado en la mente de los planificadores y
ordenadores del territorio la convicción de que es preciso, antes de adoptar cualquier
medida, evaluar su eficacia potencial con base en datos o indicadores fiables y actualizados
y en análisis de escenarios alternativos y tendencias.
La razón de la integración de procesos y consideraciones acerca de la evaluación
socioeconómica y ambiental parece ser el convencimiento de que es preciso adoptar
medidas coste eficaces y, por consiguiente, descartar aquellas otras que podrían ser muy
costosas en términos de bienestar social y poco eficaces respecto al objetivo de conseguir
un transporte urbano sostenible, o poco equitativas.
Las tradicionales deficiencias de coordinación entre las decisiones de las
administraciones públicas concurrentes sobre el territorio, parece que tienden a corregirse.
Reducir estas deficiencias de los entes locales españoles entre si, en los entornos
metropolitanos, y aumentar la cooperación con órganos de la CA a la que pertenecen sobre
la materia y con los del Estado es una condición necesaria para la eficacia. Sin embargo, se
requeriría que las políticas y medidas para la zonas urbanas incorporasen también aspectos
de prevención ante el riesgo.
Se detectan ausencias, por ejemplo, en materia de previsión de los impactos del
cambio climático y de procesos de evaluación ligados a los procesos de adaptación y
mitigación de emisiones de GEI, lo que hubiera podido intensificar la corresponsabilidad de
los entes locales y sus ciudadanos ante los compromisos internacionales y europeos
adquiridos al respecto. Dicha temática estaba especialmente indicada en relación con la
movilidad sostenible, por la importancia de este sector en las emisiones y la prioridad de la
lucha contra el cambio climático para la sostenibilidad global y local.
También parecen insuficientes las actuaciones destinadas a intensificar el grado de
concienciación ciudadana acerca de la sostenibilidad y se echan en falta medidas para
33
POLÍTICA AMBIENTAL Y ORDENACIÓN DEL TERRITORIO URBANO EN LA UNIÓN EUROPEA Y
ESPAÑA

corregir la muy escasa participación social en los procesos de decisión y aplicación de las
políticas y medidas de esta naturaleza, por lo que podrían ser estos los principales escollos
que se encontrasen a la hora de la aplicación efectiva de las políticas y medidas propuestas.
Aún así, constituye un avance a destacar la más intensa aplicación de enfoques
integrados para la gestión del entorno urbano y la adopción planes de acción estratégicos a
medio plazo, como los generados para el entorno de Sevilla en el ámbito de la movilidad
sostenible.

34
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

SUSANA GALERA RODRIGO


Prof. Titular Derecho Administrativo
Universidad Rey Juan Carlos

1.- PLANTEAMIENTO.
El “Urbanismo Europeo”, entendido desde un punto de vista jurídico como el
conjunto de normas europeas que disciplinan el proceso de construcción de ciudad es, a día
de hoy, una realidad inexistente. Y lo es desde un doble punto de vista: ni el régimen
urbanístico de de los Estados europeos presenta una fisonomía común reconocible, ni la
Unión Europea ha adoptado hasta el momento un régimen jurídico urbanístico por, entre
otras razones, carecer de competencia para ello.
Sin embargo, es un hecho que las ciudades europeas deben enfrentarse a demandas
de sus ciudadanos y a la resolución de problemas comunes que son fácilmente perceptibles
en cada una de ellas: demandas de habitabilidad, necesidades de movilidad, zonas
industriales abandonadas, generación de residuos, abastecimiento de aguas y otras redes,
protección de patrimonios urbanos y áreas de zonas verdes, la maximización de la
eficiencia energética .
Estos problemas comunes a escala europea explican que, a pesar de la inexistencia
de ese corpus normativo vinculante que denominaríamos “Urbanismo Europeo”, algo
similar empiece a ser recognoscible a partir de un doble plano de actuaciones:
- por una parte, por orientaciones y declaraciones en principio no directamente
vinculantes que se adoptan en el plano internacional y de la Unión Europea: no obstante su
no eficacia normativa, en algunos casos –conferencias internacionales- su eficacia se
aprecia a partir de la voluntaria autovinculación por parte de entes locales y, en otros casos
–declaraciones y orientaciones de la Unión Europea- dejando su impronta en normas
comunitarias éstas sí de carácter vinculante y adoptadas en otros ámbitos de actuación;
- por otra parte, el Derecho de la Unión Europea comprende un conjunto de normas
sectoriales, adoptadas en el ámbito de sus competencias –medio ambiente, contratación,
política regional y energética…- que, en su conjunto, condicionan –aunque aun
tímidamente las decisiones estatales en materia de urbanismo y ordenación del territorio.

35
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

Se desarrollan a continuación estas dos categorías que, a mi entender, están


configurando un incipiente modelo normativo común en los países de nuestro entorno,
indicándose, en cada caso, la eficacia jurídica de las actuaciones que se comentan.

2.- ORIENTACIONES Y DECLARACIONES NO VINCULANTES SOBRE EL


MODELO DE DESARROLLO TERRITORIAL.
2.1. En el plano internacional.
No es infrecuente cuestionar la eficacia real de los Convenios y conferencia
internacionales, en general, y los que se celebran en materia de medio ambiente, en
particular.
Sin embargo, resulta muy gratificante romper una lanza a favor de alguno de ellos y
constatar que, como es propio, gracias a la voluntad política de algunas entidades, las
determinaciones de un Convenio internacional han sido acogidas y aplicadas de forma
concertada en una extensión significativa del territorio europeo.
La Cumbre de la Tierra de 19921 proclamó que las administraciones municipales
tienen un importante papel que desempeñar a la hora de lograr un desarrollo sostenible y
estableció el Programa 21 Local, también conocido como Agenda Local o Agenda 21. A
través de un grupo de acciones, se pretendió que las autoridades locales confeccionaran
unas estrategias para el desarrollo sostenible de su zona mediante un diálogo con los
ciudadanos, las empresas y otras partes interesadas.
En 1994, varias ciudades y redes de administraciones locales de Europa elaboraron
la Carta Aalborg, por la que sus signatarios se comprometen a asumir el Programa 21 Local
y a preparar planes de acción a largo plazo con el objetivo de sostenibilidad. La campaña
europea para las ciudades sostenibles se lanzó con el fin de crear redes entre los signatarios
y entre las redes de ciudades ya existentes. Estas ciudades y sus redes son la fuerza motriz
del desarrollo del Programa 21 Local, así como de su aplicación.
Diez años después, en una nueva conferencia celebrada en la misma ciudad, se
adoptan los “compromisos de Aalborg” (“Aalborg+10”) que plantea acciones concretas en
el marco de los objetivos establecidos en la Carta de 19942.

1 Conferencia de Naciones Unidas de Medio ambiente y Desarrollo, Brasil, Junio 1992.


2 Que suscriben inicialmente ochenta y cuatro entidades locales y regionales españolas, frente a los ochocientos ochenta y dos que
suscribieron la Carta de 1994. Las entidades que suscriben Aalborg+10 son: Agost, Albacete, Alcalali, Alcobendas, Alcoi, Alfafar,
Algorfa, Almansa, Almassora, Alonsotegi, Amurrio, Ares, Badalona, Barcelona, Beniarbeig, Benimassot, Benissa, Burguete,
Callosa d'en Sarriá, Calvia, Candelaria, Castejon De Sos, Castellfort, Caudete, Cocentaina, Cornella de Llobregat, Culleredo, El
Verger, Frontera - El Hierro, Gata de Gorgos, Getafe, Gijón, Granollers, Ibi, Igualada, Jaca, La Conuña, L'Alfas del Pi, La
Orotava, La Torres de les Macanes, Los Montesinos, Malaga, Manresa, Manzanares el Real, Mataró, Monforte del Cid,
Municipal Association of Lea-Artibai, Ondora, Ontinyent, Pamplona, Parla, Pedreguer, Petrer, Pineda de Mar, Pinoso, Porreres,
Portell, Rivas Vaciamadrid, Roncesvalles, Santa Cruz de Tenerife, Santander, Sant Boi de Llobregat, Santiago de Compostela,
Sevilla, Terrassa, Teulada, Tormos, Vall de Alcala, Valle De Erro, Vilafranca, Vilafranca del Penedes, Vitoria-Gasteiz, Zaragoza.
36
SUSANA GALERA RODRIGO

De los diez Compromisos de Aalborg (“Aalborg+10”) resulta aquí oportuno destacar


los siguientes:
Compromiso nº 5: Planificación y Diseño Urbanístico
Nos hemos comprometido a asumir un papel estratégico en el diseño y planificación
urbana y a enfocar los temas ambientales, sociales, económicos, de salud y culturales hacia
el beneficio común.
Por lo tanto vamos a trabajar para:
- regenerar y reutilizar las zonas degradadas y abandonadas.
- evitar el crecimiento urbano desmesurado, logrando densidades urbanas apropiadas
y priorizando el desarrollo urbano en zonas ocupadas frente a zonas verdes.
- asegurar un urbanismo de usos del suelo mixtos, con un balance equilibrado entre
la actividad laboral, residencial y de servicios, dando prioridad a un uso residencial en el
núcleo urbano.
- asegurar una conservación, renovación y reutilización apropiada de nuestra
herencia cultural urbana.
- aplicar requerimientos para un diseño y construcción sostenibles y promover la
arquitectura de alta calidad favoreciendo las nuevas tecnologías de construcción.

Compromiso nº 6 Mejor Movilidad y Reducción del Trafico


Reconocemos la interdependencia del transporte, la salud y el medio ambiente y
estamos comprometidos a promover firmemente los modelos de movilidad sostenibles.
Por lo tanto vamos a trabajar para:
- reducir la dependencia del transporte privado motorizado y promover alternativas
atractivas que sean accesibles para todos.
- aumentar el porcentaje de desplazamientos en transporte público, peatonal y en
bicicleta.
- promover el cambio a vehículos con bajas emisiones.
- desarrollar planes integrados de movilidad urbana sostenible.
- reducir el impacto del transporte en el medio ambiente y en la salud pública.
Nótese que, pese a carecer de ius contrahendi, esto es, no ser sujetos de Derecho
Internacional con capacidad para obligarse por esta categoría de obligaciones, los entes
locales con sensibilidad hacia la sostenibilidad han emprendido acciones de notable
eficacia. Así, aunque estas obligaciones no son exigibles en el plano internacional como las

Provincias: Diputación Provincial de Albacete, de Barcelona, de Huesca. Regiones: Diputación Foral de Vizcaya, Duero's
Riverside Region in Burgos Province. Otros: Comarca de Sobrarbe, Federación de Municipios y Provincias de Castilla-La
Mancha*, Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha, Network of local entities through Sustanability of Navarre, Udalsarea 21
Network of Basque Municipalities for Sustaniability

37
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

que derivan de los Tratados stricto sensu, los entes locales participantes voluntariamente las
han asumido y las han incorporado en sus correspondientes instrumentos de planificación
territorial3.
2.2. En el plano de la Unión Europea.
A lo largo de los años noventa, la Comisión ha venido planteando una serie de
iniciativas que han acabado por perfilar la actual política europea de medio ambiente
urbano.
El Libro Verde de 1990 sobre el medio ambiente urbano4 propuso por primera vez
un enfoque global y una serie de acciones a nivel europeo, destacando la importancia de
desarrollar la cooperación y la integración entre políticas. La Comunicación de 1997
titulada “Hacia una política urbana para la Unión Europea”5 se basaba en informes
adoptados en desarrollo del anterior Libro Verde, y se centraba en los retos económicos,
sociales y medioambientaes a los que se enfrentan las ciudades europeas, destacando la
necesidad de una perspectiva urbana de las políticas comunitarias. A ésta le siguió una
Comunicación posterior de 1998, titulada “Marco de actuación para el desarrollo urbano
sostenible en la Unión Europea”6, que aplicó un planteamiento sostenible definiendo
objetivos políticos interdependientes, estableciendo por primera vez un criterio que se ha
erigido en uno de los ejes de la política de medio ambiente urbano: la preferencia del
brownfield frente al greenfield en la planificación de los desarrollos urbanos.
Recientemente, y aun precedida de una anterior7, la Comisión Europea adoptó en
Febrero 2004 la Comunicación “Hacia una estrategia temática en medio ambiente urbano”8,
en desarrollo del marco establecido en el Sexto Programa de Acción en materia de Medio
Ambiente de la Unión Europea. La estrategia se centra en cuatro áreas clave:
- Gestión Urbana Sostenible
- Transporte Urbano Sostenible
- Construcción Sostenible

3 Es el caso de la Comunidad Autónoma del País Vasco: aunque su Ley 3/98 prevé que la Política Ambiental del País Vasco ha de
plasmarse en Programas Marco Ambientales de cuatro años de vigencia, se ha adoptado allí un enfoque a más largo plazo
influenciado por estos compromisos: se trata de la”Estrategia Ambiental Vasca de Desarrollo Sostenible (2002-2020)”, que
subsume el Programa Marco Ambiental 2002-2006. La ciudad de Vitoria-Gasteiz, una de las entidades que suscriben Aalborg+10,
es citada en la Comunicación de la Comisión de 2004 como ejemplo de “buenas prácticas de Urbanismo sostenible”, señalando su
política mixta de uso del suelo, con una alta densidad de población a lo largo de corredores de transporte público, rehabilitación de
distritos históricos, acceso equilibrado a espacios verdes, entre otros principios y actuaciones.
4 COM(90) 218 final
5 COM(97) 197final
6 COM(98) 605 final
7 “Desarrollo sostenible en Europa para un mundo mejor”, COM (2001) 264 final.
8 COM(2004) 60

38
SUSANA GALERA RODRIGO

- Urbanismo Sostenible.
La Gestión Urbana sostenible tiene como finalidad la conservación del medio
ambiente natural en su contexto socioeconómico, integrando las cuestiones ambientales en
otras políticas y reconociendo el carácter interdependiente de los aspectos sociales,
económicos y medioambientales. Una gestión urbana sostenible, que usualmente recae de
manera natural en las Administraciones locales, requiere, a juicio de la Comisión, reformar
las estructuras organizativas de tal manera que permitan enfoque políticos integrados de los
problemas urbanos.
Por lo que respecta al Urbanismo Sostenible, la Comisión lo define como “un
proceso en el cual todos los protagonistas colaboren con el fin de integrar las
consideraciones, medioambientales y de calidad para proyectar y planificar un entorno
edificado” de características determinadas, entre las que destacaría:
- trate el suelo como un recurso precioso que debe utilizarse de la manera más
eficiente posible, reutilizando solares y edificios vacíos dentro de las zonas urbanas en vez
de construir en terrenos vírgenes, evitando así la expansión urbana (ciudades densas y, a
nivel regional, descentralización concentrada);
- asegure que los nuevos proyectos urbanísticos estén localizados de manera
estratégica, sean accesibles mediante los transportes públicos y respeten el medio ambiente
natural (biodiversidad, salud y riego ambiental);
- fomente una utilización mixta del suelo con el fin de sacar el mejor partido posible
de los beneficios de la proximidad y limitar así al máximo los trayectos entre domicilio,
tiendas y lugar de trabajo;
- aplique estrategias avanzadas de ahorro de recursos, como viviendas con bajo
consumo de energía, transportes con un consumo de combustible económico y sistemas de
calefacción urbana y reciclado.
Como se ha subrayado9, la Estrategia Temática está basada en una concepción de
ciudades que actúan como un complejo de sistemas: estos sistemas son el soporte de un
conjunto de funciones que interactúan entre sí y condicionan el desarrollo físico de la
ciudad y su área circundante. Estas funciones pueden ser relacionadas como de alojamiento,
movilidad y accesibilidad, comercio, industria y servicios conexos, así como ocio y recreo.
El sistema físico urbano comprende variados elementos estáticos, incluyendo los
edificaciones, infraestructuras, especiaos abiertos, zonas abandonadas y degradadas,
agricultura y bosque, junto con elementos más dinámicos como el transporte, el agua, la
energía y los residuos.

9 Así lo indica Carlo Lavalle en su contribución a la Conferencia Aalborg+10 titulada Sustainable urban development: Challenges,
contradictions and visions, disponible en la web de la Conferencia (www.aalborgplus10.dn)

39
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

Cada función urbana está regulada por una política específica y, en consecuencia, las
políticas influyen y conducen el desarrollo de los elementos estáticos y dinámicos del
sistema. Es este sistema de influencias mutuas el que impone que un enfoque coordinado y
planificado de estas políticas resulte imprescindible.
De esta sucesión de documentos resulta que un modelo europeo de urbanismo ha
quedado ya suficientemente perfilado. Así, en el modelo comunitario de medio ambiente
urbano :
“predomina el modelo de los asentamientos con usos múltiples y de alta densidad en
los que se aprovechan los terrenos abandonados y los solares vacíos y la expansión urbana
tiene lugar de manera planificada en vez de improvisada. La expansión incontrolada es una
cuestión prioritaria para las ciudades europeas, por ello es claramente beneficioso
aprovechar instalaciones industriales y terrenos abandonados en los centros urbanos”10.
Esta expansión incontrolada provoca irremediablemente uno de los más graves y
perceptibles problemas que sufren las grandes ciudades europeas, la cuestión del transporte.
La descripción e interrelación de estos problemas no puede estar establecida con mayor
claridad en la Comunicación de la Comisión que se viene citando11:
“La expansión urbana es, por lo que al urbanismo se refiere, el aspecto más
acuciante. Las ciudades se agrandan invadiendo zonas rurales a un ritmo más rápido que el
crecimiento de la población (20% de la expansión en los últimos 20 años, con sólo un 6%
de crecimiento de la población). Se están sustituyendo espacios verdes (regiones agrícolas o
naturales de gran valor) por zonas destinadas a viviendas de baja densidad o con fines
comerciales. La expansión urbana refuerza la necesidad de desplazamientos y la
dependencia del automóvil aumentando así la congestión del tráfico, el consumo de energía
y las emisiones contaminantes. Estos problemas se agudizan cuando la densidad de
población disminuye y cuando las actividades ciudadanas (ir a casa, al trabajo, y de
compras) implican largos trayectos. Se ha observado que se da un fuerte aumento de la
utilización del automóvil cuando la densidad de población cae por debajo de 50-60
habitantes por hectárea”.

3.- EL “URBANISMO SECTORIAL” EN EL DERECHO COMUNITARIO.


A la vista del desarrollo de los trabajos dirigidos por la Comisión en el marco de la
estrategia temática que se acaba de exponer, no parece que los criterios expresados vayan a
verterse en normas europeas de obligado cumplimiento. Para ello sería necesaria activar la
unanimidad prescrita en el artículo 175, apdo. 2 del TCE para la adaptación de decisiones
con incidencia en la ordenación del territorio. Ello no obsta a que, dado el carácter
horizontal de las política ambiental comunitaria –ex art. 6 TCE- estos criterios puedan

10 Vid. COM (2004) 60 final citado, apdo. 2.4.3


11 COM (2004) 60 final, apdo. 2.4.1
40
SUSANA GALERA RODRIGO

reconocerse en normas comunitarias adoptadas en otros ámbitos sectoriales para los que sí
hay habilitación competencial suficiente. Las más numerosas, desde luego, se inscriben en
el Derecho ambiental comunitario –Evaluaciones estratégicas, Aguas, Residuos- pero
también, y porque lo medioambiental lo impregna todo, se reconocen en normas de ámbitos
tan diversos como los Contratos Públicos, la Política Regional o la Política Energética.
Veamos algunas de ellas.
3.1. Normas ambientales: las más numerosas.
a) Evaluación ambiental de Planes y Programas.
La Evaluación ambiental de actividades que tengan un incidencia en el entorno
natural, con carácter previo a su autorización, constituye, como es sabido, un
importantísimo instrumento de la Política Ambiental comunitaria. La Directiva 85/337/CEE
la norma básica en la materia a la que están referidas las sucesivas modificaciones, que han
ido ampliado el espectro de “proyectos públicos y privados” sujetos a Evaluación
Ambiental previa.
Recientemente, la Directiva 2001/42/CE, relativa a la evaluación de los efectos de
determinados planes y programas en el medio ambiente, concreta para los instrumentos de
planeamiento las obligaciones de evaluación ambiental que, con carácter general, se
establece para proyectos públicos y privados en la Directiva 85/33/CEE, que constituye un
elementos fundamental de integración de la política ambiental en otras políticas
comunitarias.
El objetivo de la Directiva es asegurar que las consecuencias ambientales de
determinados planes y programas sean identificadas y evaluadas durante su tramitación y
antes de su adopción.
Las autoridades ambientales y los ciudadanos tienen la posibilidad de comparecer y
su opinión habrá de ser considerada en el marco de la tramitación del instrumento de
planificación. En el supuesto de efectos transfronterizos significativos, los Estados
miembros afectados y sus ciudadanos deben ser informados y tienen la posibilidad de que
sus alegaciones se integren debidamente en el proceso nacional de adopción.
De acuerdo con las definiciones establecidas en su artículo 2, los “Planes y
Programas “ sujetos a una evaluación ambiental son aquellos:
- cuya elaboración o adopción, o ambas, incumban a una autoridad nacional,
regional o local, o que estén siendo elaborados por una autoridad para su adopción,
mediante un procedimiento legislativo12, por parte de un Parlamento o Gobierno, y
- que sean exigidos por disposiciones legales, reglamentarias o administrativas.

12 Así dice la traducción oficial, aunque, por razones obvias, creo que debe de entenderse “Procedimiento Normativo”.
41
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

Con carácter general13, el artículo 3 sujeta a evaluación ambiental todos los planes y
programas:
“que se elaboren con respecto a la agricultura, la silvicultura, la pesca, la energía, la
industria, el transporte, la gestión de residuos, la gestión de recursos hídricos, las
telecomunicaciones, el turismo, la ordenación del territorio urbano y rural o la utilización
del suelo”,
y que establezcan el marco para la autorización en el futuro de proyectos sujetos a
Evaluación de Impacto ambiental, esto es, sujetos al ámbito de aplicación de la Directiva
85/337/CEE.
La evaluación ambiental debe realizarse durante la tramitación del plan o programa
y antes de su adopción o sujeción al procedimiento normativo. Esta evaluación debe
concretarse en un informe ambiental que identifique los probables efectos significativos en
el entorno derivados de la ejecución del plan o programa, así como las alternativas
razonables teniendo en cuenta los objetivos y el ámbito territorial.
A este objetivo está dirigida la información que obligatoriamente ha de incluirse en
el Informe, concretamente y entre otros extremos:
- relación del plan o programa a adoptar con otros instrumentos relevantes de
planificación o programación;
- los probables efectos significativos en el medio ambiente, incluidos ámbitos como
la población, el agua, el aire, el paisaje y el patrimonio cultural, entre otros.
Los “probables efectos significativos” deben de comprender los efectos secundarios,
acumulativos, sinérgicos, a corto, medio y largo plazo, permanente y temporales, positivos
y negativos (Anexo I).
La Directiva es de aplicación desde Julio 2004, estableciéndose un régimen
transitorio para los proyectos en tramitación14.
Desde mi punto de vista, la Directiva aporta una doble contribución especialmente
relevante para el necesario enfoque integrado en la planificación. En primer lugar, la
deseable coordinación e integración de los distintos instrumentos de planeamiento se
impone ahora por esta vía normativa En segundo lugar, es especialmente importante la
obligación de considerar los incrementos estimados en las demandas de agua que

13 El apdo. 3 de este artículo 3 establece que los planes y programas que con carácter general resultan sujetos a evaluación, y que
establezcan el uso de zonas pequeñas a nivel local y la introducción de modificaciones menores en planes y programas, únicamente
requerirán una evaluación ambiental si los Estados miembros deciden que es probable que tengan efectos significativos en el medio
ambiente. Para la determinación de dichos “efectos significativos” se remite a los criterios establecido en el Anexo II.

14 El Informe de la Comisión sobre la aplicación del Derecho comunitario Ambiental en 2004 [SEC (2004) 1055] señala que, a
diciembre de 2004, ninguna notificación se había recibido sobre los actos de trasposición de la Directiva por parte del Reino de
España.
42
SUSANA GALERA RODRIGO

determinaría el desarrollo urbano previsto en el plan urbanístico en tramitación.


Especialmente en el Sur y Este de Europa, donde el turismo es un importante activo
económico al tiempo de un importante factor de presión en los recursos hídricos, la
correlación entre planificación urbanística y territorial y los efectos subsiguientes en la
demanda de agua es, por razones obvias, especialmente recomendable.
Sin embargo resulta procedente señalarse una debilidad al objetivo de coordinación
entre instrumentos de planeamiento: y es que, a mi juicio, la relación entre planes debería
imponerse no como contenido de la evaluación ambiental del plan sino como contenido
sustantivo del mismo, arbitrando un régimen concreto de adaptación entre ellos en caso de
discrepancia-.
b) Planificación hidrológica.
La Directiva 2000/60, por la que se establece el marco para la gestión del agua, tiene
el ambicioso objetivo de establecer una política integrada del agua a nivel europeo.
Concibe, entre otros instrumentos, los “Planes Hidrológicos de Cuenca” como el
instrumento esencial para el cumplimiento y ejecución de sus preceptos.
Los Estados miembros han de conseguir los objetivos comunitarios de calidad de
las aguas, definiendo y ejecutando las medidas necesarias en el marco de los programas
incluidos en los Planes Hidrológicos de Cuenca, que han de considerar las obligaciones y
medidas comunitarias.
El Anexo VII de la Directiva incluye una lista detallada de las informaciones y
elementos que deben de incluirse en los Planes Hidrológicos de Cuenca. Por lo que aquí
interesa, son de destacar los siguientes:
“un resumen de las presiones significativas y el impacto de las actividades humanas
en las aguas superficiales y subterráneas, incluyendo:
- estimación de las fuentes de contaminación;
- estimación de las fuentes de contaminación difusa, incluyendo un resumen de los
usos del suelo;
- estimación de las presiones en la situación cuantitativa del agua;
- análisis de otros impactos de la actividad humana en el status hídrico.
Los planes han de revisarse cada seis años, y los Estados miembros han de mandar
copias de sus planes hidrológicos y sus modificaciones a la Comisión en un plazo de tres
meses desde su publicación.
En la legislación española en materia de aguas, esto es, el Decreto Legislativo
1/2001 por el que se aprueba el texto refundido, se da cumplimiento a la obligación de
trasponer estas disposiciones. En particular, en el artículo 42. apdo. 1 de este texto, que

43
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

relaciona los contenidos que preceptivamente deben presentar los Planes Hidrológicos de
Cuenca.
Ahora bien, sorprende que en la tramitación de la Planes Hidrológicos no se prevea
la preceptiva participación de los Entes Locales existentes en la demarcación hidrográfica
para la que se planifica. La idea de colaboración de las Administraciones implicadas está,
desde luego, establecida tanto en la legislación hidrológica15 como en la de régimen local16.
Pero no con la rotundidad necesaria como para considerar que la omisión de un eventual
deber de recabar informe del ente local vicia el procedimiento y, por lo tanto, el mismo
plan. No puede entenderse cómo en la “estimación de fuentes de contaminación” o en la
“estimación de presiones” en la cantidad de agua no han de tenerse necesariamente en
cuenta –entre otros- los datos de los desarrollos urbanísticos permitidos por los
instrumentos de planeamiento en vigor.
Viceversa, sorprende cómo –y sin perjuicio de que alguna disposición autonómica
me desmienta- la legislación urbanística tampoco dispone una enérgica vinculación entre la
planificación territorial y la planificación hidrológica –más allá de la que, en la evaluación
ambiental del Plan Urbanístico, ahora se establece en virtud de la norma comunitaria arriba
comentada-.
c) Suelo.
La protección del suelo como objetivo específico de las actuaciones públicas puede
decirse que tiene su origen, de nuevo, en un texto internacional, la Convención de Naciones
Unidas de lucha contra la desertificación de 1994, en la que se conviene el objetivo de
evitar y reducir la degradación del suelo, rehabilitar terrenos especialmente degradados y
recuperar tierras parcialmente desertificadas.
Aunque por ahora no hay ninguna política comunitaria dedicada explícitamente a la
protección del suelo17, muchas de las políticas de la Unión Europea afectan al suelo y velan
por su protección, aunque no sea éste su objetivo principal. Entre estas políticas destacan
las de medio ambiente, agricultura y regional.
En el marco de la legislación comunitaria sobre el agua la Directiva de nitratos18
insiste en la aplicación de buenas prácticas agrícolas en todas las zonas y de programas de
acción en las zonas vulnerables en relación con los nitratos. Contiene disposiciones para

15 El artículo 41, apdo. 4 del Decreto Legislativo 1/2001 dispone que “Los planes Hidrológicos se elaborarán en coordinación con
las diferentes planificaciones sectoriales que les afecten, tanto respecto a los usos del agua como a los del suelo, y especialmente
con lo establecido en la planificación de regadíos y otros usos agrarios”.
16 El segundo párrafo del artículo 58, apdo. 2, de la Ley 7/1985, de Bases del Régimen Local dispone que “En todo caso, las
Administraciones que tengan atribuidas la formación y aprobación de instrumentos de planeamiento deberán otorgar a las restantes
una participación que permita armonizar los intereses públicos afectados”.
17 Como tendencia, véase la Comunicación de la Comisión COM (2002) 179 final Hacia una estrategia temática para la protección
del suelo. En el Sexto Programa de Acción en materia de Medio Ambiente, presentado en 1991, se estableció el objetivo de
proteger los suelos contra la erosión y la contaminación.
18 Directiva 91/676/CEE del Consejo.
44
SUSANA GALERA RODRIGO

mejorar las condiciones del suelo, como cultivos de cobertura de invierno y gestión
ajustada del suelo en zonas con pendientes pronunciadas.
La legislación destinada a reducir y supervisar la contaminación atmosférica19 afecta
a la protección del suelo, toda vez que los contaminantes de la atmósfera contribuyen a la
acidificación y a la eutrofización cuando ciertos metales pesados y otras sustancias llegan
al suelo a través de precipitaciones.
Un lugar central lo ocupa el régimen jurídico relativo a la gestión de residuos,
elemento clave de la prevención de la contaminación del suelo: la Directiva marco sobre
residuos20 exige que los residuos se eliminen sin poner en peligro el suelo21. Y
estrechamente ligado con él, la Directiva sobre lodos de depuradora, que regula el uso de
lodos de depuradora en agricultura de forma que se eviten los efectos nocivos sobre el
suelo.
En el marco de la Política Agraria Común también las cosas han discurrido
acentuando los objetivos ambientales y de sostenibilidad. Desde los primeros años del
milenio22, se viene proponiendo y diseñando buenas prácticas agrícolas (BPA) en las que la
protección del suelo recibe una atención considerable y que constituyen un elemento
esencial de la nueva política de desarrollo rural (en relación con la concesión de ayudas
compensatorias en zonas menos favorecidas y compensaciones económicas para la
aplicación de medidas agroambientales adicionales y no obligatorias).
Las medidas agroambientales destinadas a proteger el suelo varían desde sistemas
generales de gestión de explotaciones como la agricultura ecológica (con inclusión de
cargas ganaderas máximas) y la gestión integrada de cultivos, hasta medidas específicas,
como prácticas de barbecho o de conservación, bandas de pradera, coberturas invernales,
uso de compost y mantenimiento de terrazas. También puede contribuirse a mejorar la
situación de los suelos agrícolas con medidas destinadas a reducir el uso de plaguicidas, la
gestión integrada de plagas o el fomento de la rotación equilibrada.
d) Construcción sostenible
La Política Europea en material de construcción viene persiguiendo objetivos
variados: la eliminación de obstáculos a la libre circulación de mercancías y de servicios en

19 Directivas 96/92/CE, 1999/30/CE y 2000/69/CE, marco de calidad de la atmósfera y derivadas, y Directiva 2001/81/CE sobre
límites nacionales de emisiones.
20 Directiva 75/442/CEE.
21 El régimen jurídico básico en la materia se completa con la Directiva 1991/31/CE sobre vertederos, la Directiva 2000/76/CE
sobre icineración, y la Directiva 91/271/CEE sobre el tratamiento de las aguas residuales urbanas.
22 La denominada Agenda 2000, acordada por el Consejo Europeo de Berlín de 1999 fija las directrices de las reformas para el
período 2000-2006, aunque el proceso de reforma de la agricultura europea se inición en 1992. Sobre el particular, vid. COM
(2002) 394, sobre la Revisión Intermedia de la Polícitca Agrícola Común en la que se destaca la integración de las exigencias
medioambientales en la PAC en general y en la Política de Desarrollo rural en particular.
45
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

el ámbito comunitario, la salud y seguridad y la salvaguarda de los trabajadores, así como,


específicamente, objetivos ambientales.
Un interesante informe elaborado bajo los auspicios de la Comisión “Perspectivas de
la construcción sostenible en Europa” propuso en 2001 un programa de acciones y
recomendaciones específicas, centrándose en los siguientes ámbitos: materiales de
construcción no perjudiciales para el medio ambiente, la eficiencia energética de los
edificios, la gestión de residuos de la construcción y la demolición, y los costes del ciclo de
vida útil del entorno construido23.
Desde esta última perspectiva, hay que mencionar la Directiva 2002/91/CE, del
Parlamento Europeo y del Consejo,24 relativa al rendimiento energético de los edificios.
La Directiva se inscribe en el marco de las iniciativas de la Comunidad contra el
cambio climático (obligaciones del Protocolo de Kioto) y a la seguridad de
abastecimiento25.
A través de sus disposiciones se pretende un ahorro importante de energía, toda vez
que el consumo por los servicios asociados a los edificios supone aproximadamente un
tercio del consumo energético de la Unión Europea. Se aplicará –enero 2006- al sector
residencial y al sector terciario, sin perjuicio de las eventuales excepciones.
La Directiva del marco general está articulada en torno a los siguientes cuatro
elementos principales:
- Una metodología común de cálculo del rendimiento energético integrado de los
edificios, expresada en su Anexo;
- Las normas mínimas relativas al rendimiento energético de los edificios nuevos y
de los ya existentes cuando se produzca una reforma importante en los mismos, normas a
establecer por los Estados miembros en función de la metodología anterior26;
- Sistemas de certificación de edificios nuevos y existentes y exhibición de
certificados y otras informaciones pertinentes, con una duración máxima de cinco años;
- Control regular de las calderas y de los sistema centrales de climatización en los
edificios y evaluación de las instalaciones de calefacción cuyas calderas tengan más de 15
años.

23 Informe disponible en www.europa.eu.int/comm/enterprise/suscon


24 D.O.L. 001 de 4.01.2003
25 En cuyo marco se adoptó la anterior Directiva 93/76/CEE relativa a la certificación energética de los edificios.
26 En este sentido resulta de interés señalar el concurso organizado por el Centro Danés de Arquitectura Ecológica, de un proyecto
de construcción de 130 viviendas en un distrito de Aarus: en tanto el estándar danés de eficiencia energética estaba establecido
desde 1995 en 62 Kwh/m2/año para calefacción y refrigeración, el proyecto adjudicatario mejoró este consumo hasta 15
Kwh/m2/año. Tomo los datos de Rie Oehlenschlaeger, Architecture and sustainability in new Danish social housing, ponencia
aportada a la Conferencia de Aalborg+10 y disponible en su página web (www.aalborgplus10.dn).
46
SUSANA GALERA RODRIGO

Debe asimismo mencionarse la Directiva sobre los productos de construcción27, que


trata determinados aspectos sanitarios y medioambientales y aborda los procedimientos que
deben seguirse para obtener las certificaciones de conformidad de los productos. Los
productos de construcción deben satisfacer las especificaciones técnicas europeas o
nacionales reconocidas, a fin de poder comercializarse provisto del marcado “CE”.
3.2. Contratos públicos.
El régimen jurídico comunitario relativo a los contratos públicos tiene –o ha de
tener- una incidencia en la fase de ejecución del proceso urbanizador. Y también en este
ámbito contractual las consideraciones ambientales han dejado su impronta en la
concreción de su régimen jurídico.
Parece que después de la Sentencia del Tribunal de Luxemburgo de 12 de julio de
200128 gran parte de la actividad de ejecución de planes urbanísticos entraría en el ámbito
de aplicación de las Directivas comunitarias y, por lo tanto, ser objeto de publicación en el
diario oficial europeo cuando su cuantía alcance el umbral comunitario. A título de
ejemplo, la Sentencia del Tribunal Superior de Justicia de la Comunidad Valenciana29
aplica y resume esta doctrina jurisprudencial comunitaria en términos muy clarificadores en
su Fundamento Jurídico Sexto:

“La cuestión de la naturaleza contractual de la adjudicación de un Programa a un


“Urbanizador” ha quedado resuelta por la sentencia del Tribunal de Justicia de las
Comunidades Europeas de 12 de julio de 2001 al entender que la adjudicación a un
particular de un plan de urbanización que permite a su titular la realización directa de una
obra pública es un contrato de obra, y ha de respetarse en cualquier caso la normativa
comunitaria sobre contratación administrativa, y por ello entiende que la normativa
urbanística italiana, que permite al titular del suelo que solicita una licencia urbanística, o al
titular de un plan, realizarlo por sí mismo, sin cumplir la normativa comunitaria en relación
con la contratación es contraria a la Directiva 93/1997/CEE sobre Coordinación de los
procedimientos de Adjudicación de los Contratos Públicos de Obras. En consecuencia, es
evidente que esta sentencia conlleva la consecuencia ineludible de que nos encontramos
ante un contrato de obra, puesto que el poder adjudicador es una Administración Pública, la
obra es de urbanización…”.
Desde la perspectiva que aquí interesa, debe señalar una reciente modificación en el
régimen jurídico contractual europeo30, estando prevista su aplicación el 31 de enero de

27 Directiva 89/196/CEE, D.O.L. 040 de 11.2.89.


28 As. C-399/98, “Scala de Milán”.
29 STSJ de 1 de octubre 2002, en el mismo sentido, STSJ de 1 de julio 2004.
30 Directiva 2004/18/CE, del Parlamento Europeo y del Consejo, sobre coordinación de los procedimientos de adjudicación de los
contratos públicos de obras, suministro y de servicios, y Directiva 2004/18/CE del Parlamento Europeo y del Consejo, sobre
coordinación de los procedimientos de adjudicación de los contratos en los sectores del agua, de la energía los transportes y los
servicios postales.
47
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

2006. En ese cambio han entrado con fuerza las consideraciones ambientales que pueden
imponer las autoridades públicas cuando realicen sus compras de obras, suministros y
servicios.
Desde esta perspectiva, hay que destacar el documento de la Comisión, denominado
literalmente “Comprando Verde. Guía de compras públicas ambientales”31 que realiza una
interpretación de sesgo ambiental de las disposiciones de las Directivas y, por lo tanto, de
las posibilidades de inducción hacia un comportamiento más ambiental de los operadores
económicos por parte de las autoridades públicas a través de sus compras. De entre estos
criterios resulta oportuno destacar los siguientes:
- utilización de ecoetiquetas para definir las prestaciones o las características
ambientales de los productos31, señalando la norma ISO 14024 como una de las más
comunes, así como la ecoetiqueta europea, y algunas nacionales como la escandinava
(Cisne Nórdico) o la alemana (Angel Azul);
- incluir productos específicos o procesos determinados en la determinación de las
especificaciones técnicas32;
- considerar la violación repetida de la legislación administrativa ambiental como
causa de exclusión del contratista, entendiendo que en ese caso se incurre en un supuesto de
“falta grave en materia profesional” que figura entre las causas de exclusión33;
- entre los criterios de adjudicación, las nuevas Directivas permiten incorporar
consideraciones ambientales, siempre que presente una relación directa con el objeto del
contrato, sean específica y objetivamente cuantificables, estén previamente publicados y
sean conformes con el Derecho comunitario34.
3.3 Política regional.
Desde la firma del Tratado de Ámsterdam, una de las misiones de la Unión Europea
es el desarrollo sostenible, y una de sus prioridades asegurar “un nivel elevado de
protección del medio ambiente”. Asimismo, el artículo 6 del tratado constitutivo de la
Comunidad Europea indica que la protección del medio ambiente debe integrarse en la
definición y la puesta en marcha de las políticas comunitarias.
Uno de los criterios atendido por la Comisión Europea para valorar los proyectos
que en el marco de la política regional se le someten es el respeto del medio ambiente: los
Estados miembros involucrados deben de realizar una evaluación del impacto
medioambiental de dichos proyectos.

31 Expresamente permitido en los artículos 23 de la Directiva 2004/18/CE y 35 de la Directiva 2004/17/CE


32 Anexo VI de la Directiva 2004/18/CE y Anexo XXI de la Directiva 2004/!7/CE
33 art. 45 Directiva 2004/18 y arts. 53 y 54 de la Directiva 2004/17.
34 Como ya previamente había establecido el Tribunal de Justicia en su Sentencia xxx, As. C-513/99
48
SUSANA GALERA RODRIGO

En línea con lo establecido en la estrategia temática, las normas que rigen los
Fondos Estructurales y las Directrices para el período 2000-2006, establecen la necesidad
de adoptar enfoques sostenible para el uso del suelo urbano, y afirman que deberá darse
prioridad a la rehabilitación de emplazamientos industriales abandonados por encima de la
creación de polos industriales nuevos. La iniciativa URBAN II (sostenida por el FEDER)
sostiene una utilización mixta y no perjudicial para el medio ambiente a la hora de reutilizar
emplazamientos industriales abandonados, disminuyendo la presión ejercida por la creación
de polos industriales nuevos y la expansión urbana.
Entre las posibles medidas indicativas está la recuperación de emplazamientos
abandonados y tierras contaminadas; rehabilitación de espacios públicos, incluidos espacios
verdes; y renovación de edificios para acoger actividades económicas y sociales de manera
sostenible y no perjudicial para el medio ambiente. INTERREG ha ofrecido oportunidades
similares.
Por su parte, el Fondo de Cohesión está destinado desde 1994 específicamente a
proyectos en materia de transporte y medio ambiente en los estados más pobres de la
Unión.
Los Proyectos medioambientales susceptibles de ser subvencionados por el Fondo
de Cohesión han de participar en la consecución de los objetivos del Tratado de la CE y, en
particular, los proyectos que coincidan con las prioridades en materia de política
comunitaria medioambiental establecidas por los planes de acción medioambiental y de
desarrollo sostenible pertinentes. El Fondo da prioridad al suministro de agua potable, al
tratamiento de las aguas residuales y a la eliminación de los residuos sólidos. También
tienen derecho a ser subvencionadas las medidas de reforestación, control de la erosión y
conservación de la naturaleza.
Recientemente, se han reforzado los criterios socio-económicos en el diseño de los
objetivos a perseguir por la Política Regional comunitaria, tal y como se expresa la
Comisión en su reciente Comunicación “Política de Cohesión en apoyo del crecimiento y el
empleo: directrices estratégicas comunitarias 2007-2013”35, al tiempo que se refuerza
asimismo el componente de “sostenibilidad” de la política regional. Así, claramente se
expresan los fines a perseguir por los futuros programas de cohesión, y en particular el
reforzamiento de la relación entre crecimiento y medio ambiente que queda perfilado
fundamentalmente como sigue:
- entre los programas habrán de tener prioridad la prestación de servicios
ambientales, como las infraestructuras de tratamientos de residuos y aguas residuales, la
gestión de los recursos naturales, la descontaminación de tierras para prepararlas para
nuevas actividades y la protección contra determinados riesgos ambientales;

35 COM (2005) 0299, de 5 de julio de 2005.


49
LA POLÍTICA EUROPEA DE MEDIO AMBIENTE URBANO

- el establecimiento de condiciones atractivas para las empresas y su personal más


cualificado puede concretarse en una ordenación territorial que reduzca la expansión de las
zonas edificadas y rehabilitando el entorno físico, incluidos los bienes naturales y
culturales;
- promoción de las inversiones en energías y transportes sostenibles que contribuyan
al cumplimiento de los compromisos de Kioto asumidos por la Unión Europea.
- En términos generales, el Fondo de Cohesión debe centrarse en las inversiones en
infraestructuras de recursos hídricos, residuos y contaminación atmosférica, mientras que,
los Fondos Estructurales deben, en términos generales, centrarse en la promoción de
sistemas de gestión ambiental, en la difusión de tecnologías limpias en las PYME y en la
rehabilitación de zonas contaminadas.
Estos cambios tienen su correlato en el nuevo régimen jurídico que se establece para
los Fondos comunitarios. Así, en la Propuesta de Reglamento “general”36, aplicable a todos
los fondos –estructurales y de cohesión”- tienes reflejo las prioridades anteriores
(sostenibilidad territorial y urbana, fundamentalmente) así como sus evaluaciones (ex -ante,
en los programas presentados por los Estados y ex –post, por el Estado y por organismos
externos de evaluación)37
3.4 Régimen de Ayudas.
Como es sabido, el régimen de ayudas estatales a empresas, públicas o privadas, se
aplica con absoluto rigor y con una fuerte supervisión de la Comisión Europea, ya que, de
ser autorizadas, suponen una excepción a un principio general de prohibición. De hecho, su
licitud depende de un examen de su “compatibilidad” con el mercado común y de su
autorización previa por la Comisión.
Sin embargo, en materia ambiental son contempladas con otra óptica. Y no me
refiero a los programas comunitarios que prevén financiación directa a actuaciones con un
impacto favorable en el medio ambiente, sino a ayudas estatales dispensadas por los
Estados a sus empresas.
Las Directrices comunitarias sobre ayudas estatales a favor del medio ambiente38
establecen las condiciones con arreglo a las cuales puede considerarse compatible con el
mercado común la asistencia financiera a empresas con el fin de rehabilitar emplazamientos
industriales contaminados.
Además de las medidas compatibles descritas en las Directrices, la Comisión llegó
recientemente a la conclusión, en su Decisión sobre la Ayuda estatal N 385/2002 –Reino
Unido. Ayudas para la rehabilitación de terrenos –que, en general, las ayudas destinadas a

36 SEC (2004) 924


37 Vid. Arts. 25, 36, 39, 45.
38 D.O.C. 37, de 3 de febrero 2001.
50
SUSANA GALERA RODRIGO

la reutilización de emplazamientos abandonados podían considerarse compatibles con el


mercado común.

4.- REFLEXIONES FINALES.


En estas consideraciones finales es preciso señalar que así como el cambio de
enfoque está claramente asumido por las instituciones europeas, el conjunto de acciones
sectoriales que se han referido, aunque suponen un avance en la racionalización ambiental
de cuantas operaciones conforman el proceso de creación de ciudad, adolecen de la
imprescindible articulación recíproca que sólo un instrumento de planificación puede
proporcionar. Planificación global o estratégica, que integre todos las perspectivas que es
necesario atender (ambiental, social y económica, fundamentalmente) en vez de
considerarlas de una forma estanca y mucho menos eficaz.
Aun cuando en los últimos años se han desarrollado distintos instrumentos de
planificación que posibilitan una gestión racional de determinados recursos naturales y
áreas (así., la planificación hidrológica, la planificación ambiental, los planes de
residuos…), la situación actual dista mucho de ser satisfactoria: el panorama que se aprecia
es de fragmentación, descoordinación y duplicación de esfuerzos, al tiempo que estos
instrumentos se encuentran en una situación de subordinación real a planes urbanísticos en
los que el factor económico tiene un peso preponderante. En este sentido, no se me ocurre
nada más irracional en este país que la ausencia de una vinculación muy estrecha entre
planeamiento urbanísticos y planeamiento hidrológico.
Coordinación horizontal entre instrumentos de planificación y también,
necesariamente, coordinación vertical entre los distintos entes territoriales con potestad
planificadora. En nuestro país, es difícil abstraerse de los condicionamientos legales y
políticos que deberían superarse para que la mínima coordinación entre autoridades fuera
posible y efectiva, en línea con el desideratum señalado por la Comisión como presupuesto
para una eficaz “gestión urbana sostenible”. Lamentablemente, ningún sentido tiene que
gran parte de los compromisos y estrategias nacionales e internacionales dependan, en
última instancia, de una adecuada aplicación de los gobiernos locales al tiempo que los
instrumentos de planificación de estos últimos no involucran y relación a los niveles de
gobierno territorialmente superiores donde se adoptan las decisiones a ejecutar.

51
EL MODELO DE REDES NEURONALES ARTIFICIALES APLICADO
A LA CLASIFICACIÓN Y CARACTERIZACIÓN DE LOS NÚCLEOS
URBANOS: EL CASO DE LOS MUNICIPIOS ESPAÑOLES.

DR. D. JOSÉ ANTONIO GUTIÉRREZ GALLEGO- Universidad de Extremadura -


Centro Universitario de Mérida- Departamento de Expresión Gráfica
DR. D. MIGUEL MACÍAS MACÍAS- Universidad de Extremadura -
Centro Universitario de Mérida- Departamento de Electrónica

1.- INTRODUCCIÓN.
Este trabajo ha sido realizado para determinar las características más relevantes de
los municipios españoles en el año 2001, a partir de una serie de indicadores demográficos
y socio-económicos de España que representan una gran disparidad a escala municipal.
El análisis multivariante consiste en un conjunto de métodos estadísticos cuya
finalidad es analizar simultáneamente una colección de datos multivariantes, teniendo en
cuanta que hay varias variables medidas para cada individuo ú objeto estudiado. Su razón
de ser radica en un mejor entendimiento del fenómeno objeto de estudio obteniendo
información que los métodos estadísticos univariantes y bivariantes son incapaces de
conseguir.
El análisis cluster es la denominación de un grupo de técnicas multivariantes. Su
objetivo es clasificar una muestra de entidades (individuos o variables) en un número
pequeño de grupos de forma que las observaciones pertenecientes a un grupo sean muy
similares entre sí y muy disimilares del resto. Los métodos aplicados al análisis cluster se
basan en las redes neuronales artificiales (ICA, SOM).
Tradicionalmente, el espacio geográfico ha sido subdividido en unidades espaciales
definidas por la homogeneidad de factores demográficos y socioeconómicos, como el
tamaño, el crecimiento vegetativo y el nivel de desarrollo. Resulta de gran importancia
dividir el espacio en unidades homogéneas.
El análisis cluster puede caracterizarse como descriptivo, teórico y no inferencial. El
análisis cluster no tiene bases estadísticas sobre las cuales deducir inferencias estadísticas
para una población a partir de una muestra, y se utiliza fundamentalmente como técnica
exploratoria. Las soluciones no son únicas, en la medida en que la pertenencia a un
conglomerado para cualquier número de soluciones depende de muchos elementos del
procedimiento y se pueden obtener muchas soluciones diferentes variando uno o más
elementos. Finalmente la solución del análisis de conglomerados es totalmente dependiente

53
EL MODELO DE REDES NEURONALES ARTIFICIALES APLICADO A LA CLASIFICACIÓN Y
CARACTERIZACIÓN DE LOS NÚCLEOS URBANOS: EL CASO DE LOS MUNICIPIOS ESPAÑOLES.

de las variables utilizadas como base para la medida de similitud. La adición o destrucción
de variables relevantes puede tener un impacto substancial sobre la solución resultante. Por
tanto, en las investigaciones se debe tener particular cuidado en evaluar el impacto de cada
decisión implicada en el desarrollo de un análisis cluster.

2.- OBJETIVOS DEL PROYECTO.


El principal objetivo de este trabajo es mostrar, a escala municipal, los fuertes
desequilibrios territoriales aplicando procedimientos de clasificación basados en redes
neuronales artificiales. Con el propósito de analizar su especialización funcional y su papel
en el conjunto del territorio.
El objetivo fundamental del análisis cluster es la obtención de un conjunto de
objetos en dos o más grupos basándose en su similitud para un conjunto de características
especificadas. Con la formación de los grupos se consigue: la descripción de una
taxonomía, la simplificación de los datos y la identificación de relaciones.
Por tanto, se pretende jerarquizar, clasificar y ordenar los municipios españoles, para
identificar grupos de municipios que presenten caracteres demográficos y socio-
económicos similares, a partir de la definición de variables representativas de la realidad
territorial de España en el año 2001.

3.- ESTADO DEL ARTE.


El tema de los desequilibrios territoriales ha sido tratado con profusión en los
últimos años por diferentes disciplinas, como la Economía, Sociología y Geografía. Ello
tiene su explicación porque se ha convertido en objeto de debate político y científico, tanto
en la escala global (desequilibrio Norte-Sur), como en la europea (Políticas regionales y
fondos estructurales) y en la española (comunidades ricas y pobres)
En la bibliografía consultada se ha constatado la aplicación de las técnicas
tradicionales de clasificación y la reducción de variables en estudios demográficos y socio-
económicos con cierto éxito, sin embargo no se ha encontrado ninguna referencia de la
aplicación de las técnicas antes comentadas con el empleo de algoritmos basados en Redes
Neuronales Artificiales (ANNs), que son las que se utilizan en este trabajo.
Las ANNs han encontrado muchas aplicaciones con éxito: en la visión artificial, en
el procesado de señales e imágenes, reconocimiento del habla y de caracteres, sistemas
expertos, análisis de imágenes médicas, control remoto, control de robots, inspección
industrial y exploración científica.

54
JOSÉ ANTONIO GUTIÉRREZ GALLEGO/ MIGUEL MACÍAS MACÍAS

4.- METODOLOGÍA Y TÉCNICAS DE INVESTIGACIÓN.


La descripción de la metodología y las técnicas de investigación se sustancia en
cuatro procesos fundamentalmente, que se corresponden con: pre-procesamiento de los
datos (el origen y tratamiento de los datos), reducción de la dimensionalidad, clasificación y
caracterización de los grupos.
En la etapa de pre-procesamiento se han elegido 40 variables relacionados con la
demografía y diversos factores socio-económicos. Las principales fuentes de estas variables
han sido los Censos de población y vivienda del año 2001y del año 1991.
Cuando el número de variables de entrada es elevado, algunos autores los sitúan en
15, es necesario proceder a una reducción de la dimensionalidad para evitar problemas de
ruido y redundancia en los datos.
Las técnicas de reducción de la dimensionalidad se pueden agrupar en técnicas de
selección de características y técnicas de extracción de características. En la extracción de
características se suele definir un nuevo vector de características cuyos componentes son
funciones del vector de características original. Generalmente la redefinición del nuevo
vector de características persigue la minimización de alguna característica como la
correlación de los datos de entrada, la independencia, etc… Como ejemplos de estos
métodos podemos destacar los métodos clásicos como: Análisis en Componentes
Principales (PCA), descomposición en valores singulares (SVD) o la descomposición en
serie de Fourier o métodos más actuales como el Análisis en Componentes Independientes
(ICA). En este trabajo hemos utilizado el Análisis en Componentes Independientes como
técnica para la reducción de la dimensionalidad.
El Análisis en Componentes Independientes es una técnica computacional y
estadística que se utiliza para extraer información oculta de un conjunto de variables. En
dicho modelo se supone que estas variables son mezclas lineales o no lineales de otras
variables ocultas. Tanto las variables ocultas como la mezcla de las mismas para obtener las
variables originales son desconocidas. La única suposición que hace el modelo es que las
variables ocultas son no gaussinas y mutuamente independientes. A estas variables ocultas
no gausianas y mutuamente independientes se les denominan “componentes
independientes”. La extracción de estas componentes y de los componentes de la mezcla
constituyen el objetivo del análisis en componentes independientes, que junto con otras
técnicas pueden englobarse en un campo más amplio el de la separación de fuentes a
ciegas, (Blind Source Separation BSS). En este sentido, ICA puede considerarse una
extensión del análisis en componentes principales (PCA), solo que ICA es una técnica
mucho más potente. PCA busca decorrelar las variables utilizando estadísticos de segundo
orden (matriz de covarianza), pero la independencia de las fuentes es una propiedad mucho
más restrictiva que la decorrelación. Una forma de estimar las componentes independientes
consiste en maximizar la no gausianidad utilizando estadísticos de orden superior como la
Kurtosis.
55
EL MODELO DE REDES NEURONALES ARTIFICIALES APLICADO A LA CLASIFICACIÓN Y
CARACTERIZACIÓN DE LOS NÚCLEOS URBANOS: EL CASO DE LOS MUNICIPIOS ESPAÑOLES.

Kurtosis se puede definir como la medida del agrupamiento de una distribución o


llanura cuando se compara con una distribución normal. Un valor positivo indica una
distribución relativamente puntiaguda y un valor negativo indica una distribución
relativamente plana.
Han sido muchos los algoritmos propuestos para tal fin. En nuestro caso hemos
usado el algoritmo FastICA (Hyvärinen, 1999) y para las simulaciones hemos utilizado el
paquete FastICA (R and C code implementation of the fastICA package.
http://www.cis.hut.fi/projects/ica/fastica/) del entorno de programación para el Análisis de
datos R (The R project for statistical computing. http://www.r-project.org/).
El sistema clasificador utilizado en nuestro caso ha sido el conocido como SOFM
basado en redes neuronales artificiales, las cuales son motivadas por las redes neuronales
biológicas aunque muchos investigadores muestran su empeño en considerarlas un caso
particular de algunos métodos estadísticos. Existen multitud de definiciones del concepto
de red neuronal entre las que podemos destacar las siguientes:
- Una red neuronal es un dispositivo diseñado para emular la forma en la que el
cerebro realiza una tarea de interés. (Haykin, 94).
- Una nueva forma de computación inspirada en modelos biológicos. (Hilera, 95).
-Redes neuronales artificiales son redes de elementos simples (usualmente
adaptivos) interconectados masivamente en paralelo y con organización jerárquica las
cuales intentan interactuar con el mundo real del mismo modo que lo hace el sistema
nervioso biológico. (Kohonen 88).
- Las redes neuronales son colecciones de procesadores paralelos conectados entre sí
en forma de grafo dirigido, organizado de tal modo que la estructura de la red sea adecuada
para el problema que se esté considerando.
Algunos de los aspectos más importantes de las redes neuronales son: procesan
vectores de características numéricos, trabajan con arquitecturas paralelas que realizan un
procesamiento distribuido de la información y pueden aprender mediante la modificación
de los pesos que definen las interconexiones entre las neuronas que integran la red.
Para el agrupamiento de los datos se suelen utilizar las redes neuronales de tipo
competitivo o “winner-take-all”. En dicho proceso los patrones similares son agrupados por
la red y representados por una simple neurona de la capa de salida. El representante más
utilizado de este tipo de redes son los mapas auto-organizativos de Kohonen (Self
Organizing Map SOM) (kohonen, 1984). Este algoritmo realiza una proyección de un
conjunto de datos multidimensional en un espacio bidimensional.
Los mapas autoorganizativos de Kohonen “self organizing Feature Map SOFM”
(kohonen, 1995) es uno de los modelos de red neuronal más populares. Es una red con
aprendizaje de tipo competitivo de aprendizaje no supervisado y ha sido utilizada en
muchas aplicaciones. Las ideas de autoorganización fueron propuestas en torno a 1973 por
56
JOSÉ ANTONIO GUTIÉRREZ GALLEGO/ MIGUEL MACÍAS MACÍAS

Von der Malsburg y fueron inspiradas en la biología, concretamente, en el comportamiento


selectivo de las neuronas en la región de la corteza visual del cerebro.
La etapa de caracterización o pos-procesamiento consiste en la extracción de un
vector de características como el representante de uno de los agrupamientos de los datos.
Esta tarea puede hacerse mediante la elección del centroide o mediante la elección de
algunos de los patrones de entrada más representativos de dicho agrupamiento. Otro de los
aspectos importantes de esta etapa sería la validez de la agrupación realizada por el
algoritmo que a menudo se puede realizar mediante la definición de alguna figura de
mérito. En nuestro caso hemos realizamos un análisis exploratorio para evidenciar las
características más relevantes de cada uno de los grupos.

5.- ANÁLISIS DE LOS RESULTADOS DE LA CLASIFICACIÓN.


El sistema empleado nos proporcionó el siguiente resultado que se muestra en la
figura número 1.

Figura número 1. Clasificación de los municipios de España.

Inicialmente se pueden observar y categorizar cuatro grupos que son muy


característicos.
Grupo 2: representa a los municipios del Sur de España con altas tasas de paro y
bajo nivel de cualificación de los empleados, pero con una estructura demográfica poco

57
EL MODELO DE REDES NEURONALES ARTIFICIALES APLICADO A LA CLASIFICACIÓN Y
CARACTERIZACIÓN DE LOS NÚCLEOS URBANOS: EL CASO DE LOS MUNICIPIOS ESPAÑOLES.

envejecida. Otra característica de este grupo son sus altas tasas de dedicación al sector
primario y a la construcción. El grupo 2 corresponde con el 12 % de la población total y el
10 % de los trabajadores de España.
Grupo 4: representa los municipios que se encuentran en las cabeceras comarcales,
con poca población dedicada a la industria, predomina la dedicación al sector servicios y al
sector de la construcción. Se corresponde con el 7% de la población total y con el 6 % de
los trabajadores de España. Es el grupo más reducido en cuanto a número de municipios
con sólo 483.
Grupo 6: caracterizados por un alto porcentaje de la población dedicada al sector
servicios, representa a las capitales de provincia y sus municipios tienen una buena
estructura demográfica de la población. Se corresponde con el 45 % de la población total y
el 46 % de los trabajadores de España.
Grupo 8: representa al sector industrial, con buen nivel económico y bajo niveles de
paro. Se corresponde con el 31% de la población total y el 33 % de los trabajadores de
España.
Los otros cuatro grupos que aparecen en la clasificación representan al 5 % de la
población y de los trabajadores. Sin embargo constituyen casi el 50 % de los municipios
españoles. Son municipios con bajo nivel de atracción de población, apenas reciben
efectivos demográficos de otras comunidades o del extranjero, y. tienen altas tasas de
envejecimiento, del orden de un 35 %, y bajas tasas de juventud.
Tienen un crecimiento negativo del 0,15 %, lo que unido al tamaño de los
municipios y a la estructura de la población representan un problema de desertización de
buena parte del territorio nacional.
Los grupos 1 y 7 con edades medianas de 53 y 52 años respectivamente (46 mediana
nacional), con tasas de juventud cercanas al 10 % (16 % mediana nacional) y tasa de
envejecimiento elevadas (grupo 1 del 41% y 36% del grupo 7, frente al 28 % mediana
nacional) el problema de despoblamiento se ve acentuado.
Se aprecia un bajo nivel de estudios sobre todo en el grupo 1, donde sólo un 4 % de
la población tiene estudios superiores, frente al 8 % de la media nacional. Otro factor
relevante de este grupo es el alto porcentaje de hogares con un solo miembro
Mayoritariamente se corresponde con ancianos que viven en soledad.
Una parte importante de las viviendas de estos municipios se dedican a segunda
vivienda, en el grupo 1 representan el 50 % de las viviendas frente al 27 % de la media
nacional. También es interesante destacar que en el grupo 7 el porcentaje de viviendas
vacías es superior al 20 % (12 % mediana nacional).
A pesar de presentar todos estos grupos una gran concentración de trabajadores
dedicados al sector primario, muy por encima de la media, estos se pueden distinguir en
cuanto a la dedicación por sectores productivos, así:
58
JOSÉ ANTONIO GUTIÉRREZ GALLEGO/ MIGUEL MACÍAS MACÍAS

Grupo 1: el 18 % de la población se dedica al sector de la construcción (13 %


mediana nacional) y un 43 % (45 % mediana nacional) se dedica al sector servicios.
Grupo 3: el 40 % dedicado al sector primario (20 % mediana nacional) y sólo un
9,68 % (15 % mediana nacional) se dedica al sector industrial.
Grupo 5: es muy parecido al anterior 37 % de su población se dedica al sector
primario y un 13,64 % se dedica al sector industrial.
Grupo 7: el 19 % de la población se dedica al sector industrial (15 % mediana
nacional) y un 42 % al sector servicios (45 % mediana nacional).
De estos grupos el que mejores indicadores económicos tiene es el 7 ya que es el que
mayor disponibilidad de segunda vivienda posee, así como una alta disponibilidad de
automóvil. Pero quizás lo más relevante sea el alto porcentaje de trabajadores por cuenta
ajena con empleo fijo que es del 47 %, casi 10 puntos por encima de los otros grupos y 5
puntos por encima de la media nacional.
También es interesante destacar la baja tasa de paro de los grupos 5 y 7 que con un 7
% están 5 puntos por debajo de la media de los municipios españoles.

6.- CONCLUSIONES.
En primer lugar es digno de reseñar la efectividad de la metodología utilizada,
pues se la idoneidad de los métodos estadísticos empleados nos ha permitido obtener una
clasificación de los municipios españoles, donde se pueden evidenciar una serie de
estructuras demográficas y socio-económicas latentes en el conjunto de la información
territorial.
La capacidad de las redes neuronales para manejar relaciones complejas,
particularmente aquellas de naturaleza no lineal, es alta. Por tanto, las redes neuronales
ofrecen un instrumento analítico de gran capacidad para los tipos de problemas que pueden
tratarse. Esta flexibilidad proporciona la base de una superior estimación de resultados de
muchos problemas de reducción y clasificación.
Desde el punto de vista de los factores demográficos y socio-económicos más
relevantes de la clasificación podemos destacar los siguientes desequilibrios territoriales:
Problemas estructurales en el suroeste peninsular. La característica más relevante
de los municipios del suroeste de la península ha sido la mala calidad en el empleo. Todos
estos factores configuran unos problemas estructurales de difícil solución, si bien se están
intentando resolver con la aplicación de medidas especiales, como el antiguo PER (Plan de
Empleo Rural), ahora AEPSA (Acuerdo Económico para la Protección Social Agraria). Los
resultados en los últimos veinte años no han sido satisfactorios para reorientar y modificar
las estructuras socioeconómicas de las áreas más deprimidas de la península, como se
puede constatar de los resultados de esta tesis.

59
EL MODELO DE REDES NEURONALES ARTIFICIALES APLICADO A LA CLASIFICACIÓN Y
CARACTERIZACIÓN DE LOS NÚCLEOS URBANOS: EL CASO DE LOS MUNICIPIOS ESPAÑOLES.

Despoblamiento del interior peninsular. 37 municipios concentran a 12.840.954


habitantes un 33 % de la población nacional, todos estos municipios pertenecen al grupo 6.
Sin embargo los grupos 1, 3, 5 y 7 constituyen casi el 50 % de los municipios y contienen
al 4 % de la población total. Las características más relevantes son: fuerte regresión
demográfica ( - 0,15 %), edad mediana (50 años), fuerte envejecimiento de la población (
TJ 10 %, TE 35 %), bajas tasas de actividad ( 42 %) y sector primario (32 %). El grupo 6
congrega al 42 % de la población, 12 % de los municipios, gran crecimiento de la
población (0,16 %), la edad mediana es baja (32 años), estructura demográfica rejuvenecida
( TJ 19 % y TV 18 %), el porcentaje de población procedente del extranjero es de los más
altos, altas tasas de actividad y bajo nivel de paro ( con el 42 % y 8,9 %). Se pueda afirmar
que existe una gran dicotomía entre una España que languidece, la rural, y otra que goza de
un incremento incesante, la urbana.
El porcentaje de población dedicada al sector agrario en el ámbito no urbano es
excesivamente alto en España. El sector agrario no puede impulsar por sí solo el
desarrollo endógeno de las áreas rurales, ni tampoco es suficiente para dinamizar el
comportamiento demográfico de las zonas no urbanas. La solución pasa por una
diversificación e incremento de las rentas y el empleo en el resto de sectores de actividad,
potenciando las cabeceras comarcales, para garantizar la accesibilidad de los pequeños
municipios a los servicios básicos ( educación, sanidad y cultura).

60
LISBOA SUPRA-METROPOLITANA. O ESPAÇO DESOCUPADO
COMO INSTRUMENTO POTENCIAL DE ORDENAMENTO.

SOFIA MORGADO,
smorgado@fa.utl.pt,
Professora Auxiliar, Doutora | Departamento de Urbanismo,
Faculdade de Arquitectura, Universidade Técnica de Lisboa

1.- ABSTRACT.
Initially, progressive knowledge of the metropolitan formation of Lisbon has made it
possible to describe and classify unoccupied space at every stage. Analysis of each period
showed a territorial structure under construction, from its foundation to its current status
as part of a supra-metropolitan formation.
As part of an ongoing research (FA-UTL, Lisboa / ETSAB-UPC, Barcelona), two
additional important premises have been defined:
- The potential of unoccupied spaces as instruments for urban control;
- A case study which revealed a certain degree of future impact or an emerging
transformation. For this, the following natural and urban areas that are still unoccupied
but which will house major infrastructures in the near future were selected: the New
International Airport of Lisbon, the International TGV, and a new local skeleton network
formed by a metropolitan tramway. This interpretation may lead to an improved and more
sustainable method of urban control and before that to a new concept of urban design.
Key words:
1.- Metropolitan Area of Lisbon
2.- Metropolitan Formation
3.- Major infrastructures in Portugal (International Airport, TGV)
4.- Urban planning
5.- Urban management and regeneration

61
LISBOA SUPRA-METROPOLITANA. O ESPAÇO DESOCUPADO COMO INSTRUMENTO POTENCIAL
DE ORDENAMENTO

2.- PROTAGONISMO DA AUSÊNCIA. INTERPRETAÇÃO URBANÍSTICA DA


FORMAÇÃO METROPOLITANA DE LISBOA A PARTIR DO DESOCUPADO.
A ausência é o protagonista contemporâneo das metrópoles. Não obstante, ante o
convite de vários autores verificou-se que ainda não se tinha interpretado una metrópole
concreta, averiguando as circunstâncias de ocorrência dos espaços desocupados, ainda que
sempre estivessem latentes nas leituras urbanísticas convencionais, a partir do espaço
ocupado.
O desafio estava feito: como interpretar uma formação metropolitana concreta a
partir do espaço desocupado. Por um lado, havia que justificar que os espaços desocupados
realmente determinam vários estados de evolução urbanística conducentes a uma condição
efectivamente metropolitana. Por outro, havia que eleger uma metrópole onde essa
premissa fosse inquestionável, o que sucede na de Lisboa, que se constitui em torno de um
grande espaço central desocupado: o Estuário do Tejo. O percurso da investigação
determinou uma abordagem de estrutura muito simples e extraordinariamente flexível.
A reflexão sobre a formação metropolitana de Lisboa a partir do desocupado
organizou-se em cinco momentos significativos nos quais a partir de três princípios – a
água, a terra, a criação artificial – se identificaram morfologias de espaços desocupados,
utilizando os mesmos critérios conceptuais, expressos segundo critérios cartográficos
idênticos. Considerando os motivos e as formas de ocupação, bem como o modo como se
inter-relacionam, caracteriza-se não apenas a metrópole de Lisboa mas também tendências
imediatas de desenvolvimento.
Esta matriz de leitura permitiu estabelecer um critério de análise coerente em todos
os estados de formação metropolitana apresentados. Além disso, pôde verificar-se como os
três elementos se relacionaram entre si caracterizando o estado territorial assim como cada
um, ao longo do tempo, foi adaptando-se às circunstâncias da própria formação
metropolitana:
1860 | o fundamento da metrópole: as formas da água e da terra eram, neste período,
os principais determinantes da formação urbanística, resultando directamente delas a
criação artificial que definitivamente marcou as evoluções subsequentes das formas de
ocupação do território;
1940 | a base infraestructural da metrópole: o território onde se estavam a formar as
linhas de desenvolvimento da futura metrópole de Lisboa, transformou-se a partir das
grandes linhas infraestruturadas, com particular incidência nos caminhos de ferro e no porto
de Lisboa;
1965 | o espaço máquina: começou a formar-se uma conurbação pré-metropolitana
assim como a exploração intensiva do território, implicando uma funcionalização do espaço
expressa em formas de máxima produção;

62
SOFÍA MORGADO

1992 | uma metrópole de oportunidades: estava-se perante o primeiro estado


realmente metropolitano, quando se assistiu a uma renovação das oportunidades do solo,
comparativamente ao período anterior;
2001 | uma transformação supra-metropolitana: a integração em redes de hierarquia
superior determinou uma redução aparentemente homogénea do espaço desocupado o que
contribui para uma paisagem indiferente e de poucos referentes urbanos.
A análise de cada período mostrou uma estrutura territorial em progresso, desde o
seu fundamento até à sua condição actual de integração numa formação supra-
metropolitana. A cada estado correspondeu uma leitura perfeitamente autónoma mas cuja
sequência temporal explica a actual configuração da metrópole de Lisboa a partir dos
espaços desocupados, permitindo enunciar algumas tendências de evolução. O
conhecimento progressivo da formação metropolitana permitiu, justificadamente, qualificá-
la em cada momento, mostrando que o espaço desocupado é o seu determinante essencial
no território de Lisboa.
Este contributo propõe uma interpretação inovadora de um território concreto a
partir da caracterização do espaço que não se ocupa, fundamentando-se numa metodologia
própria. A utilização de algumas técnicas SIG aplicadas a um território específico, sobre o
qual se avalia de forma sistemática a importância e o papel das várias formas de
desocupado em cada um dos cinco momentos da formação metropolitana, permitiu
constituir uma cartografia inédita sobre o tema, com potencialidades de uso futuro, assim
como um arquivo cartográfico detalhado, também ainda inexistente, sobre o território em
estudo. A metodologia e conclusões podem, eventualmente, ser aplicadas à interpretação de
outras metrópoles.

3.- PROJECTAR A AUSÊNCIA. O ESPAÇO DESOCUPADO COMO FUNDAMENTO


DA MORFOLOGIA E PROJECTO URBANOS NA LISBOA METROPOLITANA.
No contexto actual, perante novas perspectivas sobre a génese do espaço urbano, nas
quais se evidenciam as potencialidades do espaço desocupado, é oportuno investigar linhas
de leitura e intervenção urbanísticas inovadoras. Tratando-se de tema já apontado por
reputados especialistas como potencial instrumento de ordenamento metropolitano e de
intervenção urbana, e não ter sido ainda aplicado a situações específicas, pensa-se oportuno
este trabalho.
A eleição do território metropolitano de Lisboa justifica-se pela sua organização em
torno de um grande espaço desocupado, fundamental na sua formação: o Estuário do Tejo
como praça metropolitana e indutor de situações determinantemente interessantes na sua
génese urbana.
Propõe-se, consequentemente, uma metodologia própria com produção de
cartografia inédita, e o estudo de situações concretas. Para além da matriz interpretativa da

63
LISBOA SUPRA-METROPOLITANA. O ESPAÇO DESOCUPADO COMO INSTRUMENTO POTENCIAL
DE ORDENAMENTO

formação urbanística, defende-se que o espaço desocupado seja o fundamento da


articulação entre o ordenamento metropolitano e o projecto urbano.
Enunciam-se os seguintes objectivos:
- Aprofundamento de uma matriz teórica de interpretação (cinco períodos segundo
os determinantes principias: a água, a terra e a criação artificial).
- Detalhe da análise de áreas previamente identificadas como fundamentais, através
da elaboração de uma matriz de interpretação urbanística, generalizável a outros casos de
estudo.
- Contribuir para a definição de linhas de intervenção enunciando o espaço
desocupado como factor chave do projecto urbano. Preconizam-se uma forte caracterização
e ordenamento dos espaços urbanos, evidenciando-se os aspectos mais identitários dos
lugares.
- No âmbito da emergente necessidade de desenvolvimento de técnicas e
instrumentos específicos do ordenamento do território metropolitano e do projecto urbano,
contribuir para a definição de linhas futuras de investigação e actuação
- Construção de bases cartografadas inéditas recorrendo a técnicas de informação
geográfica (SIG) quer como análise, quer como arquivo de informação de índole
urbanística.
Dadas as presentes circunstâncias do panorama urbanístico da Lisboa metropolitana,
considera-se relevante uma concepção de projecto urbano cujo principal instrumento
caracterizador da identidade e ordenador do crescimento seja o espaço desocupado.
Também, como agente articulador entre escalas territorial e urbana.
Apresentam-se três âmbitos principais de desenvolvimento:
1. Análise de áreas específicas estruturadas a partir do Estuário do Tejo – casos de
estudo
Recorrendo a uma perspectiva temporal e a um aprofundamento da matriz anterior,
pretende criar-se um guião que explique verdadeiramente as relações entre o espaço
ocupado e o desocupado na metrópole actual.
A selecção dos casos de estudo fundamenta-se numa interpretação territorial a partir
do desocupado, entretanto sedimentada, destacando-se as áreas em articulação com o
Estuário do Tejo, anteriormente considerado praça metropolitana:
a) Linhas infraestruturadas da margem norte: Loures-Lisboa-Cascais. Principal
frente em urbanização onde se identificaram os matizes mais ricos de espaços desocupados,
onde se concentram os projectos mais relevantes, desde o único projecto de âmbito
metropolitano nos moldes propostos, o Plano da Costa do Sol, aos mais recentes como o
Plano de Ordenamento do Porto de Lisboa e a Expo’98.

64
SOFÍA MORGADO

b) Margens naturais em urbanização na margem sul: Alcochete-Moita-Montijo. Área


circunscrita por eixos de oportunidade onde as formas de parcelamento em progresso, sob o
impacte de grandes infraestruturas têm dado lugar a um tipo de paisagem caracterizada pela
dispersão e pela obsolescência dos usos rurais.
c) Espaços protegidos: Lezíria Grande-Rio Frio: Área de produção intensiva, onde o
progresso tecnológico e os novos usos ligados a uma percepção ecológica vêm introduzindo
alterações que importa questionar em termos de solicitação do espaço e do uso.
Simultaneamente, os actuais projectos de grandes infraestruturas (TGV e nova
travessia sobre o Tejo, novo aeroporto internacional, linhas de metropolitano de superfície)
permitem-nos antever a formação de uma nova hierarquia de âmbito supra-metropolitano
bem como uma nova constelação de centralidades, em sobreposição com a actual e
transversal à sua ordem infraestrutural e urbana. Naturalmente, daí emergirão fenómenos
urbanos que importa antecipar numa visão prospectiva do território e de desenvolvimento
urbano. Neste contexto, não obstante acertos futuros eventualmente necessários, elegem-se
como áreas privilegiadas de estudo:
- Bacia de Loures, centro de um concelho predominantemente não urbanizável;
- Eixo potencial Ota-Carregado/Lezíria Grande, introduzindo Alenquer na leitura
territorial;
- Eixo potencial Vale de Chelas-Barreiro.

2. Contributo para a definição de linhas de intervenção coerentes com esta leitura


O espaço desocupado começa finalmente a ser entendido como indispensável ao
ordenamento metropolitano, não só através de formas de protecção ambiental, apenas
indicativas, mas principalmente através de inovação nos próprios instrumentos urbanísticos,
que devem enunciar o espaço aberto como qualificado e acessível à população.
Nestas circunstâncias, pode ser de grande relevância a definição territorial do
projecto urbano (escalas de integração e projectos de estrutura espacializados com
conteúdos arquitectónicos do urbano) como instrumento principal de estratégias e
tendências, no qual a regeneração das formas de ocupação e usos são fundamentais no
contexto de uma estrutura metropolitana. Identificam-se, entretanto, alguns fenómenos
recentes associados aos espaços desocupados, desde já considerados como potenciais nesta
formulação.

3. Síntese de uma teoria da metrópole de Lisboa a partir do desocupado,


generalizável às metrópoles europeias
A investigação previamente realizada determinou uma estrutura muito simples e
extraordinariamente flexível organizada em cinco períodos de tempo. Esta matriz permitiu
estabelecer um critério de análise coerente em todos os estados de formação metropolitana
65
LISBOA SUPRA-METROPOLITANA. O ESPAÇO DESOCUPADO COMO INSTRUMENTO POTENCIAL
DE ORDENAMENTO

apresentados recorrendo à interpretação das morfologias tomadas por três determinantes:


água, terra, criação artificial. O conhecimento progressivo da formação metropolitana
permite uma qualificação em cada momento, evidenciando o espaço desocupado como
determinante essencial do território de Lisboa, cuja teoria importa agora formular.

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67
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA
METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO (1970-2002): UN
INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE
ORDENAMIENTO TERRITORIAL

ELÍAS HUAMÁN1

1.- RESUMEN.
El trabajo aborda las políticas de regularización de la tenencia de la tierra urbana
en la ZMCM, tomando en cuenta principalmente la acción gubernamental, el régimen de la
tenencia del suelo y los niveles de ingreso de la población beneficiaria. Es decir, por un
lado se ve las acciones y sus instrumentos, y por el otro, los factores favorables de
ejecución de los programas y/o los obstáculos que afectan su dinámica. Para finalmente
conocer la respuesta de la población a estas políticas, de acuerdo con el régimen de la
tenencia de la tierra y los niveles de ingreso.
El estudio comprende de 1970 hasta el 2002, pues a partir de 1970 la necesidad de
la regularización se hizo presente en los programas urbanos, debido al incremento de los
asentamientos irregulares y las presiones sociales de sus pobladores, que demandaban
legitimación de la propiedad, obtención de servicios y equipamiento urbanos.
En más de tres décadas, las acciones gubernamentales de regularización han ido
evolucionando hasta convertirse en componentes principales de las políticas urbanas. Los
cambios en sus instrumentos y mecanismos fueron institucionalizados a través de los
diferentes periodos gubernamentales, como consecuencia de la mediación de cuatro
elementos: las constantes presiones sociales, la vocación política sexenal, la disposición de
los recursos administrativos y financieros, y la capacidad económica de la población.
Así, las acciones promovidas por diferentes políticas, han provocado diferentes
respuestas de los sectores sociales en función al tipo de propiedad. La tierra privada es
regularizada en mayor proporción que la ejidal, aún con las reformas del art. 27
constitucional, la regularización de la tenencia de tierras ejidales continúa presentando
dificultades. Y mientras los grupos de mayores ingresos regularizan sus predios sin
inconvenientes, los de ingresos más bajos tienen problemas para asumir el costo de la
regularización.

1 Profesor investigador de la Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco, División de Ciencias y Artes para el Diseño,
Área de Estudios Urbanos.
69
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

En conclusión, regularizar la tenencia del suelo urbano para vivienda, representa


hoy para la acción gubernamental un atractivo y al mismo tiempo un desafío político,
social y económico, tanto por las operaciones magnificables que otorga el proceso, como
por las dificultades que hallan los intereses de la agenda oficial en materia de
legitimación. Aspectos que acorde al potencial electoral y fiscal del territorio, finalmente
determinan el grado de involucramiento e intervención del Estado. Flexibilizando de esta
manera la articulación de la política habitacional con la ordenación del territorio y la
dinámica poblacional, que conlleva a no satisfacer suficientemente la demanda y
promoción de suelo con aptitud habitacional, y el desarrollo de infraestructura y servicios
públicos básicos para la vivienda social.

2.- ASPECTOS GENERALES.


¿Hasta dónde y de qué manera la regularización ha avanzado en la ZMCM a través
de la acción de los diferentes organismos gubernamentales? Para responder a esta
interrogante, primero, es necesario hacer referencia a los instrumentos, técnicas y
procedimientos utilizados, y luego, a las condiciones de aplicación y la magnitud de las
operaciones desarrolladas; todo ello bajo la óptica de la política administrativa urbana.
En este marco, es necesario tomar en cuenta que el ámbito de la acción
gubernamental no necesariamente obedece a demandas de regularización de la población en
situación irregular, pues la acción de los organismos suele ir acorde a líneas políticas
establecidas en las agendas sexenales de los gobiernos federal y estatal, que eligen los
poblados a regularizar de acuerdo a "criterios" técnicos de las gestiones gubernamentales en
turno. Así, no cualquier poblado es elegible, aparte de que hay poblados que no lo solicitan,
ya sea por recursos económicos limitados, desinterés por la regularización o por
desconocimiento de los programas.

3.- LOS ASENTAMIENTOS POPULARES Y SU IRREGULARIDAD TERRITORIAL.


El crecimiento de la ZMCM es atribuible principalmente a la expansión y
relocalización de las actividades industriales y de servicios del Distrito Federal, que por un
lado, atrae grandes flujos de población externa y por otro, reubica la población interna.
Década tras década se van involucrando un mayor número de municipios del Estado de
México a una gran conurbación, la evolución de esta conurbación en buena medida está
acompañada y descansa sobre la producción perenne del suelo irregular urbano, que
solventa esencialmente las necesidades de vivienda. Hecho caracterizado por la confluencia
e interrelación de factores importantes como: una dinámica económica inequitativa, el
limitado acceso popular al financiamiento habitacional, y políticas urbanas fragmentadas,
ambiguas y efímeras.
Esta evolución también se ha marcado por períodos de injerencia o retiro del papel
del Estado en el control del mercado (regulación y desregulación) y en la producción de la
vivienda social, un ejemplo en la década de los noventa es el traslado parcialmente del
70
ELIAS HUAMÁN

manejo de la producción habitacional del sector público al sector privado. Este aspecto a su
vez repercute en el acercamiento o alejamiento del Estado como interlocutor entre el sector
privado y los demandantes de vivienda social, que esta eminentemente marcado por la
legitimación de la tenencia de la tierra habitacional.
En suma el trayecto de esta evolución siempre tiene un común denominador, el
constante crecimiento y desarrollo dado principalmente a través de los asentamientos
populares, cuyas características esenciales son la irregularidad de la tenencia del suelo, lo
rudimentario de las viviendas en permanente proceso de construcción, la carencia de
servicios y equipamiento urbano, y los muchos años que los colonos tienen que invertir,
tanto para regularizar el suelo, como para construir poco a poco una casa, que generalmente
llega a deteriorase prematuramente sin haberse terminado, por su naturaleza precaria y por
las condiciones de su uso carente de los más elementales servicios urbanos.
Actualmente, el crecimiento de la ZMCM ha rebasado a los municipios conurbados
tradicionales del primer envolvente del Distrito Federal. Tal es así que de 10 municipios
considerados en 1970 se extendió a 17 municipios en 1980, a 27 en 1990, y a 36 en el
2000. Para el 2000 la superficie urbana de la ZMCM presentaba una extensión de 156, 300
hectáreas. (Bazant 2001).
Algunas investigaciones han mostrado (Schteingart, 1989) que la ciudad se expandió
en los municipios conurbados del Estado de México (MCEM) sobre tierra no privada, en una
medida mucho mayor que en el Distrito Federal (77% de la mancha urbana ha crecido sobre
tierras de carácter público y colectivo) a través de diversos mecanismos, tanto legales como
ilegales. En 1982, la mancha de los municipios conurbados (16 municipios) se desarrollaba
sobre: 29.47% en tierra ejidal, 25.82% en tierra comunal, 19.17% en tierra estatal y 25.54%
en tierra privada (Iracheta, 1984:59), manteniendo un panorama semejante a 1975.
La magnitud de la irregularidad ha ido creciendo a velocidad extraordinaria de 1970
a 1982. En 1970 se estimaba que en el Distrito Federal, 30% de la población habitaba en
asentamientos irregulares (Schteingart, 1985:38), elevándose a 40% en 1975 (Montaño,
1976:92), y hacia 1977 se calculaba en 50% (Codeur, 1979); en cuanto a la zona conurbada
del Estado de México hacia 1982, en 16 municipios, la tercera parte de las tierras destinadas
a uso habitacional presentaban irregularidad (Iracheta, 1987:19), estimándose una
población afectada de 4'242,951 habitantes, los que representaban el 73.64% de la
población total de la zona conurbada (Cuadro 1). Luego en 1986 las cifras empiezan a
descender ligeramente…
Conjuntamente en el ámbito de la ZMCM la mayor irregularidad se observó en 1982,
cuando 54.13% de la población total vivía en esas condiciones2, y en las décadas
posteriores el porcentaje se ha mantenido alrededor del 30% (ver cifras del 1995 al 2001,
cuadro 1).

2 Aunque para 1982 conformaban 17 municipios conurbados (inegi), se consideraron 16 municipios, por falta de información
suficiente de los municipios restantes.

71
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

Analizando con más detalle el cuadro 1, en 1970 el universo inicial se constituía por
el DF y 11 municipios; en 1992 se tiene un universo ampliado con 19 municipios. Aunque
la irregularidad empezó a declinar desde 1982 en el DF con 38.32% y en 1984 en la zona
conurbada (16 municipios) con 41.46% gracias a la acción de los organismos encargados de
la regularización de la tierra, ésta no logró erradicarse, ya que en 1992 todavía se tenía
21.47% en el DF y 26.75% en la zona conurbada (19 municipios), mientras que en el ámbito
de ZMCM había 25.82% que representa una población de 3,615,469 habitantes.
Para el 2000, la población en situación irregular en la ZMCM era de 5,145,756 y
para el 2001 se tuvo 5,289,749, crecimiento que representa el 29.81% y 30.31%
respectivamente de la población total de la ZMCM. Hay que tomar en cuenta que estas
últimas aproximaciones sólo abarcan 27 municipios (continuidad del área urbana), ya que el
proceso de conurbación abarca un mayor número de municipios.
Cuadro I.Población afectada por la irregularidad de la tenencia de la tierra en la
ZMCM 1970-2001
Población en situación irregular y porcentaje con respecto a la población total
Año Distrito Federal MCEM* ZMCM
1970 2,062,250 30.00% 200.00 10.67% 2,262,250 25.39%
1975 3,086,552 40.00% 1,800,000 58.06% 4,886,552 46.54%
1977 3,942.33 50.00% 2,160,798 65.11% 6,103,132 53.54%
1982 3,336,300 38.32% 4,242,451 73.64% 7,578,751 54.13%
1984 2,545,120 29.66% 2,424,303 41.46% 4,969,423 34.44%
1986 1,600,000 18.92% 2,600,000 42.52% 4,200,000 28,83%
1992 1,743,115 21.47% 1,872,354 26.75% 3,615,469 25.82%
1995 4,961,761 30.44%
2000 5,145,756 29.81%
2001 5,289,749 30.31%
Fuente: Huamán, 1998:49, universos de Corett, DGRT, Auris y Cresem; y: estimación de Schteingart (1985-38),
Censo del Estado de México (1970), Codear (1979), Estimación de Iracheta (1987-22), Estimación de Espejel,
Hinostroza y Salazar (1990-224), Estimación de Iracheta (1989-260), Estimación de Huamán (2002)
* Las cifras de los MCEM de acuerdo con las fuentes, consideran el siguiente número de municipios: 11 en 1970, 13 en 1975, 15
en 1977, 16 en 1982 y 1984, 17 en 1986, 19 en 1992 y 27 en el 2000.

4.- LA DELIMITACIÓN POLÍTICO-TERRITORIAL DE LA REGULARIZACIÓN.


La presencia del Estado en los asentamientos humanos irregulares, ha tenido lugar a
través de diferentes mecanismos por medio de organismos encargados expresamente para la
regularización, quienes a su vez se han vinculado con diferentes entidades y dependencias
públicas para cumplir sus objetivos en el proceso de regularización. Este proceso ha
adquirido en los últimos 30 años una gran importancia, ya que involucra una serie de
programas masivos gubernamentales que actúan sobre las relaciones sociales, jurídicas y

72
ELIAS HUAMÁN

económicas de la propiedad del suelo, transformando el régimen de propiedad de los


territorios involucrados y las condiciones institucionales sociales de la población ocupante.
Los programas de regularización han estado bajo la responsabilidad de muchos
organismos públicos, con campos propios de acción, de acuerdo con el ámbito territorial y
el tipo de propiedad (cuadro 2); de esta manera las acciones de los organismos en la ZMCM
se delimitan por un lado por su competencia territorial en el Distrito Federal y en el Estado
de México; y por otro, por su competencia jurídica de acuerdo con el tipo de propiedad
ejidal, comunal, estatal o privada.
Es necesario anotar que durante el proceso de regularización, también participan
otros organismos complementarios como la Sedesol (antes Sedue), la Secretaría de
Reforma Agraria, la Procuraduría Agraria, el Registro Agrario Nacional, la Secretaría de
Hacienda y Crédito Público, el Colegio de Notarios, la Comisión de Avalúo de Bienes
Nacionales (Cabin), el Registro Público de la Propiedad y el Comercio, el Instituto
Nacional de Estadística, Geografía e Informática y los Ayuntamientos conurbados del
Estado de México.
Cuadro 2.- Campos de acción de los organismos responsables de la regularización de
la tenencia de la tierra según el tipo de propiedad en la ZMCM 1970-2001
Según el tipo de propiedad Distrito Federal Estado de México

Ejidal y comunal Fideurbe Corett-Edomex


Corett-DF Procede
Auris

Estatal y privada Fideurbe Fineza


Codeur Cresem
DGRT (GDF)

Fuente: Elaboración propia con base en la información de los organismos.

Interesa finalmente, hacer notar la responsabilidad directa de los organismos


encargados de la regularización, en sus operaciones, conducción y resolución final de los
procesos técnicos, jurídicos y administrativos, ha descansado sobre líneas políticas de los
diferentes gobiernos, que han definido la distribución de competencias y sucesión de
funciones vitales.

5.- LA REGULARIZACIÓN EN EL DISTRITO FEDERAL (DF)


Las características operativas en general de los organismos en el DF se definen por
los relevos administrativos políticos de los gobiernos. El organismo con más tiempo de
operaciones es la Comisión de Regularización de la Tenencia de la Tierra (Corett)-DF con
30 años, le sigue la Dirección General de Regularización Territorial (DGRT) con 20 años,

73
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

que pese a ser menor ha desarrollado mas acciones de regularización. La Comisión de


Desarrrollo Urbano (Codeur) y El Fideicomiso de Interés Social para el Desarrollo Urbano
de La Ciudad de México (Fideurbe), con 2 y 4 años respectivamente, fueron organismos de
corta duración por sus características prácticamente de transición, pues sus acciones
inconclusas las heredaron a la Corett-DF y la DGRT.
Son organismos locales la Codeur y la DGRT, y de carácter federal la Corett-DF, y
Fideurbe, que fue resultado de la agenda nacional de gobierno esa época, en la que los
fideicomisos eran instrumentos de políticas sociales.
Fideurbe, Codeur y Corett-DF han manejado un solo instrumento de regularización:
la expropiación, mientras que la DGRT tiene 6 mecanismos de regularización: vía
ordinaria, vía judicial, prescripción positiva, otorgamiento y firma, inmatriculación
judicial, y vía de expropiación.
Los costos de estos mecanismos de regularización inciden en los hogares
beneficiarios, el desembolso económico que cada hogar contratante de la regularización
tiene que enfrentar, tiene un comportamiento diferente en cada organismo. En la Corett-DF
en período de estudio del total de hogares el 4.44% presentaba problemas para pagar,
mientras que la DGRT, tiene cifras insignificantes (menor al 1%), por lo que no hubo
índices de morosidad, peculiaridad que se explica porque los hogares no pagaban el valor
del terreno al organismo, pues los pobladores ya pagaron al fraccionador ilegal el valor de la
tierra, pago que es legitimado al ser regularizado el contrato de compra-venta del terreno, o en
otros casos el valor de la expropiación es subsidiada por el GDF.
Por otro lado, Fideurbe presentaba 85% de deudores del total de sus acciones y en
cuanto a Codeur, dadas sus acciones inconclusas el endeudamiento era prácticamente del
100% (Huamán, 2005b:119); en estos últimos casos la falta de pago y la no contratación
reflejaban que el costo de la regularización eran insolventes para los hogares.
De esta manera en la regularización en el DF, es significativa la magnitud total de
acciones del DF, que el 2001 tuvo 523,209 cifra que representaba el 42.41% del gran total
de la ZMCM (1,233,568 cf. Cuadro 10). El organismo que mas ha regularizado es la DGRT
con 366,861 acciones, que reflejan el 70.11% del total del DF, realizadas sobre tierras de
origen privado y estatal. Por su parte la Corett-DF tiene 144, 196 acciones, 27.56% del
total del DF, correspondientes a su trabajo en tierras de origen ejidal y comunal (Cuadro 3).
En términos generales en el DF las acciones se realizaban mas sobre tierras estatales y
privadas (72.44%) que sobre ejidales y comunales (27.56%) (Cuadro 4).

74
ELIAS HUAMÁN

Cuadro 3.- Total de acciones concluidas por los organismos en la regularización


Distrito Federal 1971-2001
Lotes escriturados Población
Años Organismo
beneficiada
Promed.
Escrituras %
Anual
1974.1976 FIDEURBE 1,736 0.33% 579 10,416
1978-1982 CODEUR 10,416 2.00% 2,083 56,246
1976-2001 CORETT-DF 144,196 27.56% 5,546 634,462
1983-2001 DGRT 366,861 70.11% 19,308 1,467,444
Total 523,209 100.00% 27,516 2,168,568
Fuente: Elaboración propia con base en las operaciones de los organismos citados.

Cuadro 4.- Total de acciones concluidas en la regularización por tipo de propiedad en


el DF 1974-2001

Tipo de propiedad Organismo Acciones totales %

Ejidal y Comunal CORETT-DF 144,196 27.56


FIDEURBE 4 0.00
144,200 27.56
Subtotal
Estatal y Privada DGRT 366,861 70.12
FIDEURBE 1,732 0.33
CODEUR 10,416 1.99
379,009 72.44
Subtotal
Total 523,209 100.00
Fuente: Elaboración propia con base en reportes técnicos de los organismos citados y el cuadro 3.

6.- LA REGULARIZACIÓN EN LOS MUNICIPIOS CONURBADOS DEL ESTADO


DE MÉXICO (MCEM).
También en los MCEM, las operaciones de los organismos se han regido por los
periodos gubernamentales. Hasta el año 2002, el más antiguo de los cuatro organismos
estudiados ha sido Corett-Edomex, con 29 años de funcionamiento; le sigue El Instituto de
Acción Urbana e Integración Social (Auris) con 23 años. La Comisión para la Regulación
del Suelo del Estado de México (Cresem) (hoy Instituto Mexiquense de la Vivienda social)
tuvo 20 años de operaciones y El fideicomiso de Ciudad Nezahualcóyotl (Fineza) 19 años.
El más joven es El Programa de Certificación de Derechos Ejidales y Titulación de Solares

75
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

Urbanos (Procede) con 9 años de existencia, creado en 1992, pero con inicialización de
acciones en 1993. Aunque hay que mencionar que Auris finiquitó actividades en 1993 y
Fineza en 1991.
En cuanto a la incidencia de los costos de la regularización en los hogares, la
economía de los hogares beneficiarios de los programas, siempre ha sido afectada por los
contratos de regularización. El censo del 1990 dejó ver que "ingresos monetarios de hasta
dos salarios mínimos son insuficientes para cubrir las necesidades básicas de los hogares"
(Conapo, 1993:24), en 19 municipios conurbados continuos del área urbana en promedio el
60.91% de la población ocupada percibía menos de dos salarios mínimos. En el 2000 el
panorama de los municipios mencionados, seguían presentando características
preocupantes, destacando los casos de los municipios de Chimalhuacán con 56.20%,
Chalco con 55.40%, Ecatepec con 54.20%, Chicoloapan con 53.01% y Tultitlán con
50.41% de población ocupada con ingresos menores a dos salarios mínimos (Cuadro 5).
En este contexto, los hogares generalmente tienden asumir la regularización de
acuerdo a sus condiciones económicas (según sus niveles salariales), y a las condiciones
impuestas por el organismo (según el régimen de tenencia del suelo), de esta manera se
tienen tres grupos de hogares, cuyas características son:
- Hogares sin recursos para la regularización, con ingresos de menos de un salario
mínimo.
- Hogares con pocos recursos para la regularización, cuyos ingresos van de uno y
hasta dos veces el salario mínimo, son los que efectuaron sus contratos para la
regularización de sus predios, pero que están en proceso de lento pago o que presentan
estados de morosidad. Dadas sus condiciones económicas inestables, estos hogares no
pueden liquidar sus saldos o no pueden asumir una recontratación por el cambio de
condiciones del contrato por las alzas en el costo de los terrenos.
- Hogares con recursos suficientes para la regularización, con ingresos que van de
mas dos hasta cinco veces el salario mínimo.
En el 2000, el primer y segundo grupo se componían del 47.10% y el tercer grupo
del 52.9% de la población ocupada en 19 municipios integrados a programas de
regularización (cuadro 5). Una muestra realizada en Chalco en 1992, arrojó que el 66% no
había contratado la regularización por falta de dinero (Huamán, 1998:65).

76
ELIAS HUAMÁN

Cuadro 5.- Porcentaje de población ocupada con ingreso menor de 2 salarios mínimos en el DF y en 19
MCEM 1990-2000
Delegación Porcentaje
1990 2000
Azcapotzalco 59.71 39,09
Coyoacán 52.09 33,40
Cuajimalpa de Morelos 67.33 44,13
Gustavo A. Madero 62.52 43,93
Iztacalco 62.46 42,95
Iztapalapa 67.77 50,29
Magdalena Contreras, La 64.97 46,64
Milpa Alta 75.53 57,63
Álvaro Obregón 65.50 43,07
Tláhuac 74.34 49,49
Tlalpan 58.09 40,68
Xochimilco 67.41 46,47
Benito Juárez 40.71 23,25
Cuauhtémoc 56.53 38,63
Miguel Hidalgo 53.97 34,79
Venustiano Carranza 61.72 42,65
Promedio 61.92 41.76
Municipio Porcentaje
1990 2000
Acolman 63.85 49.08
Atizapán de Zaragoza 56.87 46.78
Chalco 70.96 55.40
Chicoloapan 65.23 53.01
Chimalhuacán 69.54 56.20
Coacalco 51.07 38.20
Cuatitlán 63.70 46.10
Ecatepec 67.10 54.20
Huixquilucan 54.35 34.60
Ixtapaluca 64.69 44.22
La Paz 64.24 47.49
Naucalpan 62.17 47.11

77
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

Nezahualcóyotl 60.70 41.82


Tecámac 58.59 43.39
Tepotzotlan 59.98 44.20
Texcoco 58.11 46.86
Tlalnepantla 60.24 45.58
Tultitlán 62.16 50.41
Cuatitlán Izcalli 43.69 41.73
Promedio 60.91 47.10
Fuente: CONAPO, "Indicadores Socioeconómicos e Índice de Marginación Municipal 1990", 1993 p. 60-62 y
COESPO “Indicadores Sociodemográficos Históricos, Actuales y perspectivas Futuras del Cambio Poblacional en
el Estado de México 1950-2000. 2001 GEM.

En el caso de los hogares beneficiarios de los programas de la Cresem, en general no


han tenido problemas de pago por la regularización, dadas las facilidades que se ésta les ha
otorgado, como es la exención o rebaja en los costos de escrituración y costos mínimos en
los trámites. A esto se agrega el hecho de que estos hogares beneficiarios no tienen que
pagar el valor de la tierra, ya que la CRESEM legaliza la compraventa efectuada antes de la
regularización, para que no existan dificultades de ningún tipo en los pagos. Los resultados
de estas acciones indican el predominio de mecanismos de regularización menos complejos
y problemáticos, en el orden siguiente: convenios, inmatriculación judicial y administrativa,
y prescripción positiva; entre los cuales destacan los convenios por su facilidad en el
procedimiento3.
Y finalmente, el Procede no tiene mucho impacto en la economía de los hogares, ya
que enfrentan el obstáculo del desconocimiento y la desconfianza de la población en el
programa, por lo que el organismo se limita a sensibilizar a la población a través de los
visitadores de la Procuraduría Agraria, quienes convencen a los ejidatarios, o comuneros de
que el certificado de derechos agrarios les permitirá tener mayor libertad de decisión sobre
su terreno, puesto que les otorga seguridad jurídica. A parte de que en el Procede, la
certificación es gratuita cuando se hace por primera vez y si se requiere de reposición el
costo es de 68 pesos. La expedición de certificados de derechos mediante enajenación,
cesión de derechos o traslado de derechos tiene un costo total de 216 pesos, por lo que
existe cierta facilidad de las familias para incorporarse al programa.
Así, la magnitud de la regularización en los MCEM, indica que después de 31 años
de actividad, los diferentes organismos han regularizado 709, 832 predios en la zona
conurbada del Estado de México, beneficiándose 3,335,762 habitantes. El mayor número de
acciones concluidas corresponden a Corett-Edomex con 24,777 lotes escriturados (31.7%)
en 28 años y la CRESEM con 216,346 (30.5%) en 19 años; les sigue Fineza con 159,000

3 Al ser entrevistado un funcionario del Registro Público de la Propiedad, indicó que en los antecedentes registrales de los
acciones de la Cresem había un predominio de acciones ordinarias (convenios) y judiciales (prescripción positiva).

78
ELIAS HUAMÁN

lotes escriturados (22.4%) en 19 años y por último se encuentran AURIS con 60,434 lotes
escriturados (8.5%) en 22 años de operación y Procede con 49,275 certificados agrarios
(6.9%) en 9 años (cuadro 6).
Cuadro 6.- Total de acciones concluidas por los organismos en la regularización
MCEM 1971-2001
Lotes escriturados Población
Años Organismo
beneficiada
Prom.
Escrituras %
Annual
1971-1992 AURIS 60,434 8.5% 2,628 302,170
1973-1991 FINEZA 159,000 22.4% 8,368 826,800
1974-2001 CORETT- 224,777 31.7% 8,028 1,011,497
EDOMEX
1983-2001 CRESEM 216,346 30.5% 11,387 973,557
1992-2001 PROCEDE 49,275 6.9% 5,475 246,375
Total 709,832 100.0% 23,661 3,360,399

Fuente: Elaboración propia con base en los reportes de los organismos.

El cuadro 7 muestra que el mayor porcentaje de los terrenos regularizados en los


MCEM de 1971 a 2001 corresponde a predios de origen privado y estatal con 52.9%; pues
los de origen comunal y ejidal tiene 47.1%. Destaca en la regularización ejidal y comunal el
aporte de Corett-Edomex con 31.7% y en los predios en los predios de origen estatal y
privado la Cresem con 30.5%

Cuadro 7.- Total de acciones concluidas en la regularización por tipo de propiedad en


los MCEM 1971-2001
Tipo de propiedad Organismo Acciones totales %
Ejidal y Comunal AURIS 60,434 8.5
Corett-Edomex 224,777 31.7
Procede 49,275 6.9
Subtotal 334,486 47.1
Estatal y Privada Cresem 216,346 30.5
Fineza 159,000 22.4
Subtotal 375,346 52.9
Total 709,832 100.0
Fuente: Elaboración propia con base en reporte técnicos de lo s organismos citados.

79
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

7.- MAGNITUD DE LA REGULARIZACIÓN EN LA ZMCM.


El cuadro 8 muestra el avance anual de la regularización efectuada por cada uno de
los organismos encargados en los últimos 30 años, notándose en primer término, el fuerte
incremento de las acciones en los años 1989, 1990, 1991 y 1992, hecho que se explica
porque son los frutos que se cosecharon de acciones emprendidas años atrás, sobre todo las
que requirieron de la expropiación como primer paso. La expropiación, como se vio, es un
proceso largo que suele tornarse muy complejo, pudiendo durar varios años; asimismo la
propia regularización también es lenta; por lo que ambos aspectos se prestan a las
manipulaciones sociales y políticas. Por ello, también el avance extraordinario de 1992 y
1993 estaría condicionado al intento del gobierno por incentivar la confianza de los sectores
populares, ante las consecuencias de las reformas económicas (desincorporación de
empresas) promovidas en el sexenio salinista.
Así, en la ZMCM todos los gobiernos centrales y locales desde 1970 sin excepción,
hicieron de los programas de regularización sus banderas político sociales, incidiendo en la
dinámica operativa global de éstos e impregnando a los organismos un cierto ritmo cíclico
sexenal, que inicia con tres años sucesivos y termina con un año focal (elecciones
presidenciales y gubernamentales en el Estado de México), lo cual se puede notar mejor en
la gráfica 1. Así, el primer pico de alza extraordinaria de acciones se dio en los años 1975,
1976 y 1977; el segundo pico extraordinario ocurrió seis años después, en 1982, 1983 y
1985; después seis años más tarde, la alza mas extraordinaria fue en 1987, 1989 y 1990;
luego un sexenio mas adelante en 1993 y 1994 se da un pico menor, y finalmente hasta el
año 2000 se muestra el último pico, año de elecciones y conjunción de los inicios del
último sexenio del gobierno federal, del Distrito Federal y del Estado de México.

80
ELIAS HUAMÁN

Cuadro 8.- Avance anual de la regularización en la ZMCM 1971-2001


Lotes escriturados anuales
Población
Año CORETT
CORETT- beneficiada
AURIS - CRESEM FINEZA PROCEDE FIDEURBE CODEUR DGRT ZMCM
DF
EDOMEX
1971 3,298 3,298 16,490

1972 2,595 2,595 12,975

1973 3,297 1,036 4,333 21,665

1974 2,300 3,300 761 664 7,025 35,125

1975 2,493 4,100 1,803 527 9,450 46,305

1976 2,390 4,200 24,200 5,219 545 36,554 182,770

1977 4,438 4,300 24,200 5,219 38,157 190,785

1978 4,439 4,300 8,144 5,219 2,083 24,185 120,925

1979 4,440 4,300 8,071 5,219 2,083 24,113 118,154

1980 4,434 4,290 8,071 5,219 2,083 24,097 120,485

1981 4,226 4,375 8,071 5,219 2,083 23,974 122,267

1982 1,749 4,400 8,071 5,219 2,084 21,523 105,463

1983 1,809 4,400 6,915 8,071 5,219 38,193 64,607 323,035

1984 1,798 4,421 8,360 8,071 5,219 11,047 38,916 194,580

1985 4,836 4,500 7,356 8,071 5,227 22,000 51,990 265,149

1986 3,778 4,500 7,465 8,071 7,771 19,011 50,596 252,980

1987 1,700 4,500 9,025 8,071 7,771 37,530 68,597 342,985

1988 1,052 4,500 10,600 8,071 7,771 20,025 52,019 260,095

1989 823 19,500 7,643 8,071 7,771 26,446 70,254 288,041

1990 725 20,905 27,687 7,075 7,770 35,870 100,032 403,129

1991 803 14,967 34,580 3,000 7,770 16,611 77,731 318,697

1992 2,070 21,198 36,400 7,770 16,063 83,501 334,004

1993 941 18,000 9,163 5,324 20,907 59,962 245,844

1994 20,839 5,607 4,655 21,827 58,555 234,806

1995 9,046 2,416 4,500 16,179 37,768 154,849

1996 10,015 7,447 4,500 14,248 41,837 169,021

1997 5,806 15,152 4,500 10,302 40,667 164,295

1998 9,507 15,326 4,500 10,710 45,670 187,247

1999 2,355 1,100 4,625 8,353 22,060 90,446

2000 8,346 2,955 3,000 10,309 30,237 126,995

2001 627 1,149* 2,000 11,230 19,265 78,987

Total 60,434 224,777 216,346 159,000 49,275** 144,196 1,736 10,416 366,861 1,233,568 5,528,594

Fuente: Elías Huamán, 2005:.25


En ciertos casos de Fineza y Corett-Edomex en que no se disponía de datos anuales estrictos, se hizo un promedio anual de los periodos conocidos.
*Hasta septiembre. **1993-2001

81
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

Gráfica 1
Avance de la regularización
ZMCM 1971-2001
120,000

100,000

80,000
Escrituras

60,000

40,000

20,000

0
71

73

75

77

79

81

83

85

87

89

91

93

95

97

99

01
19

19

19

19

19

19

19

20
19

19

19

19

19

19

19

19
Años

AURIS CORETT-EDOMEX CRESEM


FINEZA PROCEDE CORETT-DF
FIDEURBE CODEUR DGRT

Cuadro 9.- Interacción entre la irregularidad y la regularización del suelo ZMCM,


1990 – 2001
Población en Población con suelo
Población situación Regularizado Factor
irregular

Año ZMCM % % I/R

1971 9.014.263 2.262.250 25,10 20.448 0,23 110,63

1980 14.143.975 7.086.878 50,11 1.071.129 7,57 6,62

1990 15.047.685 5.485.483 36,45 3.852.230 25,60 1,42

2000 17.264.225 5.145.756 29,81 6.255.591 36,23 0,82

2001 17.451.835 5.289.749 30,31 6.339.625 36,33 0,83


Fuente: Huamán, 2005a:146.

82
ELIAS HUAMÁN

Gráfica 2
Gra.3 Población en situación irregular
y con suelo regularizadoZMCM,1990-2001

8000000

6000000
Población

4000000

2000000

0
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Año

Población en situación irregular Población con suelo regularizado

Fuente: Huamán, 2005a:146

8.- CONCLUSIONES.
8.1.- En torno a la operatividad de los organismos gubernamentales.
En general los organismos encargados de la regularización de la tenencia de la tierra,
han ejercido sus diferentes operaciones en función a:
1. Política de los gobiernos,
2. Sistema normativo ambiguo, y
3. Situación económica de los hogares
Comparando estos aspectos se observa que el procedimiento expropiatorio, por su
gran envergadura y complejidad (duración mínima de dos años con una fuerte disposición
de recursos administrativos y financieros), tiende a ser más costoso frente al procedimiento
ordinario de reconocimiento de la compra-venta4 (duración mínima de cuatro meses con
recursos económicos y políticos normales). Sin embargo, en ambos casos se pueden
presentar situaciones en las que la duración y los costos pueden subir mucho, ya que
implican una diversidad de situaciones complejas. En el caso de la expropiación, se puede
señalar, por ejemplo, una serie de modalidades (ubicación geográfica y jurídica) por los
cuales la legislación agraria influye en el procedimiento para reconocer a los avecindados
en zonas urbanas; en el caso de la regularización de tierras bajo el régimen de propiedad
privada, cuando las partes involucradas no entran en acuerdo, la vía judicial suele hacer
complejo el procedimiento.

4 Generalmente como resultado del uso del convenio, cuya mayor frecuencia se debe a su naturaleza contractual, que permite la
negociación rápida del fraccionador ilegal con el organismo.

83
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

De esta manera, dado que la regularización de la tenencia de tierras ejidales y


comunales está estrechamente vinculada a la expropiación (procedimiento largo y lento), y
que la de tierras de origen privado está relacionada más con los convenios (procedimiento
corto y rápido), los costos de la regularización de los primeros tienden a ser mas altos que
los segundos.
Cuadro 10.- Total de acciones concluidad en la regularización por tipo de propiedad
en la ZMCM (1971-2001)
MCEM DF Total ZMCM
Tipo de
propiedad Acciones %
Organismo Acciones % Organismo Acciones %
Ejidal y Comunal AURIS 60,434 8.5
Corett-Edomex 224,777 31.7 Corett-DF 144,196 27.56
Procede 49,275 6.9 Fideurbe 4 0.00
Subtotal 334,486 47.1 144,200 27.56 478,686 38.82
Subtotal
Estatal y Privada Fineza 159,000 22.4 Fideurbe 1,732 0.33
Codeur 10,416 1.99
Cresem 216,346 30.5 DGRT 366,861 70.12
Subtotal 375,346 52.9 379,009 72.44 754,355 61.18
Subtotal
Total MCEM 709,832 100.0 Total DF 523,209 100.00 1,233,041 100.00
57.57 42.43
Fuente: Elaboración propia con base en los cuadros 2 y 7.

En el DF, el 72.44% del total de acciones han tenido lugar en terrenos de origen
privado y estatal, y un 27.56% en terrenos de origen ejidal y comunal; en los MCEM, 52.9%
en terreno estatal y privado y 47.1% en terreno ejidal y comunal. De esta manera en el
ámbito de la ZMCM el 61.18% del total de las acciones han tenido lugar en terrenos de
origen privado, frente a 38.82% efectuadas en terrenos de origen ejidal y comunal. En
consecuencia, las políticas están desfavoreciendo a la población ocupante de tierras ejidales
y comunales, sobre todo a los grupos de menores recursos, y se ha hallado que estos
pobladores tienen problemas para costear la regularización de sus predios, aspecto que no
ocurre con los pobladores ocupantes de terrenos privados.
La principal diferencia radica en que los programas destinados a regularizar la
tenencia de tierras de origen ejidal y comunal, no contemplan el reconocimiento del pago
que hizo el colono a los ejidatarios o comuneros por la tierra que ocupa, por lo que tiene
que volver a pagar el terreno al organismo encargado de la regularización, mientras que los
programas destinados a regularizar la tenencia de terrenos de origen privado sí reconocen el
pago que hizo el colono a los propietarios de los predios. Los pobladores de terrenos
privados no hacen los pagos dobles que hacen los otros pobladores, situación que también
los favorece.
84
ELIAS HUAMÁN

En el caso de los predios de propiedad estatal, los pobladores que los ocupan se ven
favorecidos por costos mínimos, o por la subvención de éstos por el Estado, para realizar la
regularización de la tenencia de su tierra.
En general, se puede decir que el resultado de las políticas de regularización
instrumentadas en la ZMCM en el periodo estudiado, muestra que el proceso de
regularización favoreció de diferente manera al Estado, a los fraccionadores privados, y a la
población; al Estado, por las captaciones electorales y fiscales de los territorios
incorporados al nuevo régimen de propiedad, a los fraccionadores, por el ahorro de los
procedimientos normativos urbanos (recursos financieros y administrativos) y los pagos por
conceptos fiscales de la promoción del fraccionamiento, y a la población por la obtención
de sus títulos de propiedad.
Respecto a la incidencia de la regularización en la economía de los hogares, aunque
el costo de la regularización es asumido sin problemas por los grupos de mejor situación
económica, es importante señalar que los pobladores en pobreza extrema tienen dificultades
para sufragarla. Esto debido a que sus ingresos (generalmente inestables) de menos de dos
salarios mínimos no permiten solventar con facilidad los diferentes trámites administrativos
y jurídicos, así como el precio del terreno a regularizar. Las facilidades de pago que se
ofrecen mediante planes de crédito (hasta tres años5), "ajustables" (enganche y abonos
mensuales) a las débiles economías, resultan insuficientes, ya que se tiene que pagar los
abonos con intereses que, aunque bajos, resultan difíciles de solventar; además, en caso de
no pagarse en tres años, la deuda se incrementa por la aplicación de intereses mayores. Y
por último hay que tener en cuenta que las mensualidades no son fijas, ya que éstas pueden
subir por los cambios frecuentes del avalúo de los terrenos. En el año de 1992, los hogares
que regularizaban sus lotes en tierras ejidales y comunales presentaron un porcentaje
considerable de participantes deudores (21.40% del total de contratantes de ese tipo de
tierras), mientras la proporción de hogares deudores contratantes de tierras de origen
privado y estatal fue sólo de 3.85%6
Uno de los obstáculos más grandes para acabar con la irregularidad en la ZMCM es
el constante crecimiento de la zona conurbada, por más que se regularice, los programas
resultan insuficientes.
En la DGRT o la Cresem la situación es diferente; el mayor obstáculo parte de la
ambigüedad de las leyes referidas a los mecanismos para regularizar la tierra de origen
privado, la que posibilita que el organismo actúe en forma flexible. El empleo frecuente del
convenio, por su facilidad en el intercambio de intereses, propicia aplicaciones distintas del
mismo para cada caso, siendo determinantes las influencias económicas y políticas del
fraccionador o del propietario particular; de esta manera el Estado se convierte en gestor de

5 Antes de 1993 era de cinco años.


6 Sin embargo, es necesario aclarar que este porcentaje se refiere mayormente a operaciones no problemáticas (convenios e
inmatriculaciones).
85
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

fraccionamientos clandestinos, pues en la negociación las normas se adaptan a los intereses,


perdiendo vigencia y efectividad.
En cuanto a los factores que favorecieron la aplicación de los programas,
comparando la situación del periodo 1960-1982, de crecimiento extraordinario de la
irregularidad, con la década 1982-1992 de intervención en la misma, la reducción del
porcentaje de terrenos irregulares dentro del ámbito programático de los organismos ha sido
posible, primeramente, por una continuidad institucional. En los casos de Auris y Corett, a
través de sus actividades ininterrumpidas desde hace 22 y 27 años, respectivamente, se
perfeccionaron técnicas y mecanismos de la regularización, tanto por el mejoramiento de
las relaciones con los colonos, como por el afinamiento de las relaciones políticas entre el
poder central y local.
Así mismo, se puede mencionar la capacidad (aunque insuficiente) que tuvieron los
organismos para proponer y aplicar programas de acuerdo con la situación económica
mayoritaria de los beneficiarios, que se manifiesta en las facilidades de pago que han
ofrecido. Sin embargo es necesario aclarar que han tenido acceso sólo los hogares de mejor
situación económica; en el caso de CORETT-Edomex en marzo de 1993, presentaron deudas
4,033 hogares y no contrataron por limitaciones económicas aproximadamente 29,626
hogares, que representan 19 % del universo de trabajo del organismo.
También es necesario señalar que en el caso de CRESEM el éxito del mecanismo de
los convenios (de dudosa legalidad), generalmente radicó en la "disponibilidad" del
organismo, a través del convenio, para intercambiar favores con el fraccionador
clandestino. El Estado absorbe remanentes de las carteras del fraccionamiento y al mismo
tiempo capta votos; el fraccionador evita la aplicación de sanciones fiscales y penales.
8.2.- En torno a la regularización como producto político dosificado.
Dentro del marco de Estado entendido como conjunto heterogéneo de instituciones
que resguardan el interés colectivo, en un sistema urbano que se rige por la ganancia,
surgen varias contradicciones e interrogantes que se relacionan con el planteamiento
referido a la regularización como producto político dosificado del Estado.
Tomando en cuenta que la política urbana es un medio por el cual el espacio y su
localización física son socialmente controlados y ubicados para facilitar o limitar su
accesibilidad (Williams, 1971), y que la extensión de la competencia por el acceso al
espacio y a los intereses urbanos giran en torno al sistema de propiedad de la tierra, a la
interacción entre las políticas adoptadas por los gobiernos, y a las tendencias del desarrollo
económico de la ciudad y su posición fiscal derivada (Dunleavy, 1980), las políticas de
regularización de la tenencia de la tierra urbana albergan procesos políticos y procesos
socioeconómicos vinculados a las presiones institucionales y sociales, que generan
mecanismos a través de los cuales se efectúa dicha regularización. Una relativa autonomía
de estos procesos se puede vislumbrar a partir de la predominancia de uno; sin embargo,

86
ELIAS HUAMÁN

finalmente en el caso de la ZMCM, el resultado es absorbido por el proceso político, siendo


el intento de autonomía definido por el tipo de propiedad de la tierra.
Existen estudios en los que las comparaciones entre la urbanización ejidal y los
fraccionamientos privados irregulares en la periferia urbana, muestran una incidencia muy
baja de conflictos por la tierra en el primer caso (Azuela, 1994:86), mientras los
procedimientos de regularización para el segundo caso indican una diversidad de
situaciones, muchas de ellas resueltas sólo por vía judicial. Estos trabajos enfatizan la
dificultad de operar a escala masiva, a través de un solo procedimiento en una misma área,
para los casos de urbanización ilegal en tierra privada (Duhau, 1994:14). Sin embargo,
habría que preguntarse, entonces, por qué la superficie regularizada es mayor en el suelo
privado urbanizado clandestinamente (aprox. 588,400 acciones concluidas: 47.7%), que en
los terrenos urbanos de origen ejidal y comunal (478,682 acciones concluidas: 38%),
tomando en cuenta que la mancha urbana crece más en tierras ejidales y comunales que en
tierras privadas.
Un primer acercamiento a la respuesta, estaría en que el Estado, al no actuar con la
misma intensidad en ambos territorios, preferentemente reserva el territorio ejidal y
comunal para fines políticos (captación de electores), y el territorio privado para fines
económicos (protección de la economía del fraccionador), en un interés por asegurar la
estabilidad del sistema.
Considerando el primer aspecto, si el procedimiento de Corett ha traído cierta
estabilidad política al proceso de urbanización, que se explica en parte porque las fuerzas
sociales involucradas en el proceso están siendo institucionalizadas (Azuela, 1989), y en
parte porque las tierras ejidales y comunales son incorporadas al mercado del suelo a través
de dos etapas controlables (la expropiación y la regularización propiamente dicha) en
determinada área; se puede argumentar que el largo procedimiento de la privatización de
los ejidos (analizado también en el caso de Auris), es utilizado para la reproducción de los
intereses políticos por el potencial de votos. Esto se puede notar en los ritmos que la
regularización de Auris, Corett-Edomex y Corett-DF han emprendido a lo largo de las tres
últimas décadas, los cuales guardan una estrecha relación con el interés electoral.
De esta manera, los resultados de CRESEM se explican en parte por la participación
de los fraccionadores, (los cuales se benefician en este proceso por la valorización de sus
tierras y las ganancias obtenidas), y en parte por la legitimación del Estado. El organismo,
al trabajar más con los casos sencillos, relega los casos complejos en sus largos trámites
administrativos y judiciales; estos últimos conformaban 33% (73,690) de las acciones
pendientes en 1992.
En cuanto a los fines políticos administrativos, éstos tienen que ver por un lado con
lo político de la política de regularización, es decir con la estructuración de relaciones
clientelares entre el Estado y las colonias populares, a partir del proceso de regularización,
en el que cada progreso en las diferentes etapas es dosificado técnicamente por los intereses
de los gobiernos en turno a través de la administración de la ciudad.

87
LA REGULARIZACIÓN TERRITORIAL EN LA ZONA METROPOLITANA DE LA CIUDAD DE MÉXICO
(1970-2002): UN INSTRUMENTO DESVINCULADO DE LA POLÍTICA DE ORDENAMIENTO
TERRITORIAL

Y en cuanto a los fines económicos sociales, éstas son las condicionantes de las
negociaciones políticas, detrás de cada operación política dosificada esta el interés por las
ganancias que generan el consumo, la renta y las plusvalías de los territorios que van a ser
regularizados. Dosificación que al mismo tiempo conlleva el interés de controlar los
amplios sectores sociales de los asentamientos que van a ser incorporados al sistema
gubernamental, a través del intercambio de intereses.
Así, la regularización del suelo urbano, mediante el tipo de propiedad y las
limitaciones económicas de los hogares, no solo es compatible con las prácticas de
dosificación de las magnitudes a regularizar, que afianzan la dominación política, sino que
las estructura a través del mismo proceso, en suma la regularización como producto político
dosificado hace mas evidente la intención de construir una disposición permanente de la
condicionalidad social en la población de la periferia urbana.

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89
A POLÍTICA RODOVIÁRIA NACIONAL E A INTERIORIDADE

MARCO ANTÓNIO MARQUES DA SILVA

1.- INTRODUÇÃO.
O presente trabalho trata da Política Rodoviária e a questão da Interioridade a que
se assiste na actualidade em Portugal. Estando a desenvolver a minha actividade
profissional no seio de uma Direcção de Empreendimentos na Estradas de Portugal –
E.P.E., é com interesse que procedo à análise da dicotomia Política Rodoviária –
Interioridade, no sentido em que se pretende com a Política Rodoviária um urbanismo
menos concentrado desenvolvendo as potencialidades regionais e ao invés assiste-se a uma
desertificação progressiva do interior de Portugal, concentrando no litoral as melhorias das
acessibilidades, fruto da pressão demográfica actual.
O resultado da investigação é iniciado com uma breve descrição dos antecedentes do
Plano Rodoviário Nacional, situando o estado actual deste e os critérios que levaram à
revisão do mesmo. Numa segunda parte, procede-se à análise do Plano Rodoviário
Nacional e a Interioridade, com especial acuidade para as Auto-Estradas SCUT,
concluindo-se com uma súmula sobre o exposto.

2. OS ANTECEDENTES DO PLANO RODOVIÁRIO NACIONAL.


As grandes directrizes da política rodoviária de Portugal estavam definidas pelo
Plano Rodoviário Nacional de 1945, por iniciativa do Ministro Duarte Pacheco, perdurando
até à publicação do Plano Rodoviário Nacional em 1985. A revisão do PNR85 iniciou-se
em 1978, tendo em 1985 merecido a aprovação do Conselho Superior das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações, após proposta apresentada pela Junta Autónoma de Estradas e
ouvidos os pareceres dos Ministros da Tutela, da Defesa e da Administração Interna, as
Comissões de Coordenação Regional, 147 Câmaras Municipais e o Automóvel Club de
Portugal, e publicado em Diário da República, I Série – N.º 222 – Decreto-Lei n.º 385/85,
de 26 de Dezembro, o qual “consagra unicamente o regime jurídico das comunicações
públicas rodoviárias afectas à rede nacional”1.
Após mais de dez anos de implantação do Plano Rodoviário Nacional procedeu-se
em 1998 à sua revisão. Assim sendo, o Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de Julho, estabelecia

1 Decreto-Lei n.º 380/85, de 16 de Setembro.

91
A POLÍTICA RODOVIÁRIA NACIONAL E A INTERIORIDADE

no seu todo duas áreas essenciais e principais para as estradas, segundo Valle2: “a
Acessibilidade – maior ou menor possibilidade de acesso das propriedades marginantes e a
Mobilidade – maior ou menor possibilidade de pessoas e bens se deslocarem com rapidez
entre qualquer ponto da rede rodoviária”
Devido à duplicação do tráfego motorizado nas estradas nacionais, consequência
natural das melhorias do plano económico na Europa, evidenciou-se a crescente melhoria
da rede rodoviária havendo a necessidade de uma beneficiação contínua na implantação de
novas vias de comunicação para acelerar o desenvolvimento económico nalgumas zonas do
país, e igualmente proceder à reclassificação de alguns percursos como itinerários
complementares alargando o nível de cobertura no território.
Perante este cenário, há a considerar que as investigações relativas a infra-estruturas
de transporte são consideradas de importância vital devido à sua influência no
desenvolvimento sócio-económico, com maior ou menor amplitude, por meio de
equipamentos e serviços destinados a favorecer o aumento da produção, por meio de uma
exploração crescente dos recursos, a comunicação cultural ou turística e a integração
territorial3. Pode eventualmente ocorrer que as infra-estruturas impulsionem a expansão do
espaço económico, a elevação dos níveis demográficos e de rendimento, ou que
complementem e impulsionem outras deficientes, relativamente à procura de tráfico que
devem satisfazer. Trata-se, por conseguinte, de infra-estruturas de impulsão e infra-
estruturas de acompanhamento no sector dos transportes, constituindo elemento chave na
potenciação da economia territorial no quadro geral do aproveitamento dos recursos,
localização urbano-industrial e ligação entre os seus centros tal como o PRN20004.
2.1 Situação Actual e Critérios na Revisão.
Relativamente aos objectivos e critérios inerentes ao Plano Rodoviário Nacional
continuam a ser válidos, sendo que os objectivos são os seguintes:
- Assegurar o crescimento económico;
- Diminuir os custos de operação e facilitar a competitividade das actividades
económicas;
- Desbloquear o desenvolvimento dos centros urbanos;
- Possibilitar um urbanismo menos concentrado e a melhoria do meio ambiente.
Os critérios que serviram de base à definição da rede nacional foram essencialmente
funcionais, tendo-se considerado também critérios operacionais e de acessibilidade.

2 Valle, José – “Modelo de Regulamento de PDM”. In 2º Congresso Rodoviário Português. Lisboa, 2002, p. 532.
3 LNEC – 2º Encontro Nacional sobre a Qualidade na Construção. Lisboa, 1990.
4 Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de Julho.

92
MARCO ANTONIO MARQUES DA SILVA

Quanto às linhas estratégicas seguidas para a implantação do PRN2000, foram as


seguintes5:
- Potenciar o correcto e articulado funcionamento do Sistema de Transportes;
- Desenvolver as Potencialidades Regionais;
- Reduzir o Custo Global dos Transportes;
- Satisfazer a procura nacional e internacional;
- Aumentar a segurança de Circulação;
- Minimizar os impactes ambientais.
A rede classificada no PRN86 como nacional tinha uma extensão de
aproximadamente 9880 Kms dos quais 2640 Kms constituem a Rede Fundamental,
formada pelos Itinerários Principais (IPs), e 7240 Kms a Rede Complementar. Na rede
complementar há a considerar os Itinerários Complementares (ICs) com a extensão de 2440
Kms, e as Outras Estradas (OE).
Em finais da década de 90 estavam abertas ao tráfego cerca de 61% da extensão total
dos IPs e 34% dos ICs. Considerando os Itinerários Principais, somente os IP4 e IP5
estavam concluídos. Dos Itinerários Complementares encontravam-se concluídos os IC15
(Auto-estrada Lisboa-Cascais), IC18 (CREL), IC19 (Radial de Sintra), IC20 (Via Rápida da
Caparica), IC21 (Via Rápida do Barreiro e IC22 (Radial de Odivelas).
Face às alterações decorrentes das propostas apresentadas pelas diferentes entidades
que foram consultadas, verificou-se a insuficiência da rede complementar, razão pela qual
se aumentou a sua densidade nas zonas fronteiriças, promoveu-se o fecho das malhas
viárias, assim como se melhorou a acessibilidade de alguns concelhos corrigindo
assimetrias que ainda se verificavam no desenvolvimento sócio-económico do país, sendo
que foram então classificados cerca de 16548 Kms no PRN2000, correspondendo a um
acréscimo de 68% (6 667 Kms) os quais se devem essencialmente às Estradas Regionais (5
079 Kms), repartindo-se na seguinte forma:
Do articulado do PRN2000 destacam-se ainda novos propósitos:
- Criação de uma Rede Nacional de Auto-Estradas com cerca de 3000Kms;
- Criação de Estradas Regionais;
- Elaboração de um programa de construção de variantes;
- Implementação de Auditorias de Segurança Rodoviária;

5 CRP – As Estradas em Portugal: memória e história. Lisboa, 2001.


6 Decreto-Lei n.º 388/85, de 26 de Dezembro.
93
A POLÍTICA RODOVIÁRIA NACIONAL E A INTERIORIDADE

- Instalação de Sistemas de Informação e Gestão de Tráfego7;


- Integração na rede municipal de cerca de 4500Kms.

Figura I.1: Extensão do PRN2000

Estradas Itinerários
Regionais Principais
5079 Km 2605 Km

Itinerários
Complementare
s
Estradas
3537 Km
Nacionais
5327 Km

Fonte: PRN2000

Quadro I.1: Situação dos IP e IC no início de 2005:


(Km)
Em Serviço A Construir
Designação
Valor % Valor %
Estradas de Portugal 569 66 289 34
Com Portagem 936 94 62 6
IP Concessionada
Sem Portagem 441 64 248 36
Sub-Total 1946 76 599 24
Estradas de Portugal 811 34 1576 66
Com Portagem 259 37 443 63
IC Concessionada
Sem Portagem 224 75 76 25
Sub-Total 1294 38 2095 62

Total (IP + IC) 3240 55 2694 45

Fonte: Estradas de Portugal, E.P.E.

7 Decreto-Lei n.º 385/85, de 26 de Dezembro, artº 11º.


94
MARCO ANTONIO MARQUES DA SILVA

Tendo presente que a extensão de uma via é ajustável no decurso do processo de


maturação do seu projecto, no início de 2005 estava aberta ao tráfego 76% da rede de
Itinerários Principais (cerca de 1950 Kms, dos quais 1377 Kms de rede concessionada) e
38% da rede de Itinerários Complementares (cerca de 1295 Kms, dos quais 483 de rede
concessionada).

3. PLANO RODOVIÁRIO NACIONAL E A INTERIORIDADE.


Para além das questões de carácter estrutural inerentes à definição da rede nacional,
o PRN2000 reflecte um conjunto de novos propósitos que consubstanciam as preocupações
relativas à qualidade de vida das populações, melhoria da gestão do tráfego e maior eficácia
na gestão rodoviária. Assim, definiu-se uma Rede Nacional de Auto-Estradas que, além do
objectivo de ordem técnica de satisfação da procura de tráfego, terá funções estratégicas
quer no desenvolvimento de regiões interiores quer na melhoria da acessibilidade ao resto
da Europa. Em termos de características técnicas as Auto-Estradas são formadas por
elementos da Rede Rodoviária Nacional especificamente projectados e construídos para o
tráfego motorizado, que não sirvam as propriedades limítrofes e que à excepção de pontos
especiais ou temporariamente, disponham de faixas de rodagem distintas para os dois
sentidos de tráfego, as quais serão separadas uma da outra por uma zona central não
destinada ao tráfego ou, excepcionalmente por outros dispositivos. Para a Rede Rodoviária
Nacional, em articulação com os instrumentos de planeamento e ordenamento do território
de âmbito regional e municipal, são igualmente previstas circulares e vias de penetração
nos centros urbanos cuja importância o justifique.
Está ainda prevista no Decreto-Lei que regulamenta o PRN2000 a implementação da
figura de Auditoria de Segurança Rodoviária, de modo a poder ser tomadas medidas
preventivas no sentido da eliminação progressiva ou melhoria dos troços da Rede
Rodoviária Nacional cujos índices de sinistralidade sejam considerados elevados.
Tendo em conta que o grande objectivo da rede de transportes é “garantir a
mobilidade de pessoas e mercadorias nas melhores condições de conforto e segurança”8,
minimizando os custos de transporte e os impactes negativos no ambiente9, definiram-se as
seguintes áreas de actuação: Mobilidade, Tráfego, Economia, Segurança e Ambiente.
Apesar do planeamento efectuado através da publicação do PRN2000, ainda se
sentem problemas a nível das regiões do interior de Portugal, as quais, apesar do aumento
do nível económico assistido na generalidade em Portugal após a integração na União
Europeia, ainda se reduzem a povoações, por vezes, com estradas inexistentes no plano
geral ou em péssimo estado:

8 CESUR, ITEP, LNEC – Estudo de imputação dos encargos pela utilização de infra-estruturas de transporte. Lisboa, 2000.
9 Cardoso, Teodora – “Controlo orçamental e desorçamentação: os problemas de fundo”. In Seminário na Ordem dos
Economistas. Lisboa, 2000.

95
A POLÍTICA RODOVIÁRIA NACIONAL E A INTERIORIDADE

Essa constatação é evidente num estudo apresentado pela Direcção Regional do


Centro do INE, no qual se procede à construção de um indicador concelhio de interioridade,
com base em algumas variáveis com esse nível de desagregação, como sejam: poder de
compra per capita; sisa; quilómetros de estrada municipal; distância a Lisboa e Porto;
número de sociedades com sede no concelho; população empregada no sector primário10.
3.1 As AE-SCUT como solução da interioridade.
Na década de 90 foram equacionados vários cenários para promover o
desenvolvimento das regiões interiores tendo sido implementado em 1997 o conceito das
SCUT’s. Assim, uma concessão SCUT (Sem Custo para o Utilizador) é uma estrada com
perfil de Auto-Estrada em que o Estado substitui-se ao utilizador no pagamento da
portagem, utilizando para isso o Orçamento do Ministério das Obras Públicas, Transportes
e Comunicações. Assim, em 1999 foram lançadas sete concessões de Auto-Estrada SCUT
num total de 914 Kms de extensão, representando cerca de um terço das concessões
rodoviárias nacionais num investimento de 3,1 mil milhões de euros.
Mapa I.1: Localização das concessões SCUT

Fonte: MOPTC

Conforme se poderá constatar do mapa acima reproduzido, cerca de 55% das


concessões SCUT encontram-se no litoral, contrastando com a iniciativa inicial de
desenvolvimento do interior, confirmando assim as pressões que se sentem aquando das
decisões finais dos projectos a implementar na questão da interioridade. Mais se salienta

10 www.presidenciarepublica.pt/pt/biblioteca/outros/interioridade/2_7.html
96
MARCO ANTONIO MARQUES DA SILVA

que em alguns casos existe sobre-oferta de rodovias em detrimento de obras, como se


poderá constatar pela a não finalização da rede rodoviária nacional11.
A questão actual e de interesse público é o continuar com a parceria pública privada
relativamente a estas concessões ou aplicar a introdução das portagens utilizando o conceito
utilizador-pagador, visto que os encargos com estas rodovias irão situar-se nos 700 milhões
de Euros entre o período 2008 e 2023 conforme o gráfico abaixo.
Gráfico I.1: Encargos Anuais com concessões SCUT

Fonte: Estradas de Portugal, E.P.E.

As auto-estradas, construídas sob o modelo SCUT representam a factura mais cara


no que concerne à Rede Rodoviária Nacional. As sete rodovias – da Beira Litoral e Alta,
Beira Interior, Grande Porto, Interior Norte, Norte Litoral, Costa de Prata e Algarve – irão
ultrapassar a barreira dos 600 milhões de euros em 2008. Assim, tendo como principais
atribuições da Estradas de Portugal – E.P.E. a construção, beneficiação, conservação e
exploração de obras públicas e do património rodoviário, estes valores irão afectar estas
atribuições, canalizando para o financiamento das SCUT todo o orçamento disponibilizado
pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações12.
O lançamento deste excesso de infra-estruturas num curto espaço de tempo e sem
Declarações de Impacto Ambiental prévias ao lançamento dos concursos inviabilizou a
comparticipação de fundos comunitários, obrigando a reequilíbrios financeiros,
nomeadamente, derivados de algumas alterações aos traçados originais.
Relativamente ao esforço do Estado no pagamento destas SCUT’s salienta-se que
em 2008 corresponderá a 180 euros por agregado familiar, assim, com a introdução das

11 Martins, P. – Metodologias para a quantificação e internalização dos custos externos do sector dos transportes. Tese de
Mestrado. Lisboa: IST, 2001.
12 Departamento de Prospectiva e Planeamento, Ministério do Planeamento – Avaliação do impacto macro-económico e sectorial
do PIDDAC 1994-2002. Lisboa, 2002.
97
A POLÍTICA RODOVIÁRIA NACIONAL E A INTERIORIDADE

portagens através do princípio “utilizador-pagador”, conforme anunciado pelo Governo


através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 157/2004, de 30 de Setembro, dever-se-
á acautelar os princípios de equidade estabelecendo-se um regime específico para os
utilizadores locais, os quais deverão ser positivamente discriminados, beneficiando de uma
isenção para percorrerem uma extensão de percurso por um período de tempo cuja duração
dependerá do rendimento da sua região e qualidade de vida.
Apesar do objectivo final ser o reequilíbrio financeiro nunca se poderá esquecer que
a “planificação dos transportes é uma componente essencial da planificação económica,
mas é apenas um componente. Não pode ser conduzida de uma maneira autónoma, não
pode ter objectivos independentes, não pode ter metodologias fechadas”.13
Nesse sentido a “Política de Transportes surge como instrumento de planeamento
regional”14, devendo ser associado às novas formas de gestão da rede rodoviária, em
harmonia com as soluções propostas no Protocolo de Quito, deverão estar igualmente em
prossecução objectivos de promoção das potencialidades regionais, segurança na rede viária
para todos os utentes, redução do custo global dos transportes e integrar o Sector
Rodoviário numa política de Transportes harmoniosa de acordo com o estipulado na
política global do Ordenamento do Território.

4.- CONCLUSÃO.
Um dos factores estruturais e basilares para o nosso país é uma política eficaz de
Ordenamento do Território no que respeita à Rede Rodoviária Nacional, personificada no
Plano Rodoviário Nacional. A infra-estruturação rodoviária do território assume assim um
papel catalizador dos processos de desenvolvimento económico e social, sendo as políticas
prosseguidas neste domínio importantes para o aprofundamento das relações de
solidariedade territorial e coesão social. Contudo, este plano tem uma dependência total a
nível de financiamento, daí que terá que se levar a cabo novos modelos de gestão rodoviária
tendo em vista um futuro ajustamento e reequilíbrio financeiro.
As parcerias entre os sectores público e privado têm-se vindo a constituir como um
importante instrumento estratégico de reforma e de modernização dos serviços públicos.
Através destas parcerias é possível expandir a cobertura dos serviços públicos, em termos
de sustentabilidade financeira. No sector rodoviário, o recurso a este instrumento permitirá
ainda antecipar significativamente a abertura ao tráfego de cerca de 1200 Kms de novas
auto-estradas. Destes, 624 serão executados em modelo SCUT.
Sabendo-se que as AE-SCUT pagam-se durante os primeiros trinta anos, revertendo
“gratuitamente” para o Estado no final desse período, e que os benefícios recolhidos pela
sociedade e pelos utilizadores excedem largamente o que o Estado irá pagar durante esse

13 Diehl, J.P. – “Os Estudos Económicos Rodoviários”. In Simpósio da International Road Federation. Lisboa, 1974.
14 Condesso, Fernando dos Reis – Ordenamento do Território: Administração e Políticas Públicas Direito Administrativo e
Desenvolvimento Regional. Lisboa: ISCSP, 2005, p. 375.
98
MARCO ANTONIO MARQUES DA SILVA

período, representando um activo com um valor residual relevante, colocar-se-á por fim a
questão se o Estado terá capacidade de suportar este encargo, tendo em conta o seu grande
pseudo-pilar de luta contra a interioridade e o aproximar dos grandes centros urbanos.

BIBLIOGRAFIA.
CARDOSO, TEODORA – “Controlo orçamental e desorçamentação: os problemas de
fundo”. In Seminário na Ordem dos Economistas. Lisboa, 2000.
CESUR, ITEP, LNEC – Estudo de imputação dos encargos pela utilização de infra-
estruturas de transporte. Lisboa, 2000.
CONDESSO, Fernando dos Reis – Ordenamento do Território: Administração e Políticas
Públicas Direito Administrativo e Desenvolvimento Regional. Lisboa: ISCSP, 2005,
p. 375.
CRP – As Estradas em Portugal: memória e história. Lisboa, 2001.
Departamento de Prospectiva e Planeamento, Ministério do Planeamento – Avaliação do
impacto macro-económico e sectorial do PIDDAC 1994-2002. Lisboa, 2002.
DIEHL, J.P. – “Os Estudos Económicos Rodoviários”. In Simpósio da International Road
Federation. Lisboa, 1974.
LNEC – 2º Encontro Nacional sobre a Qualidade na Construção. Lisboa, 1990.
MARTINS, P. – Metodologias para a quantificação e internalização dos custos externos
do sector dos transportes. Tese de Mestrado. Lisboa: IST, 2001.
VALLE, José – “Modelo de Regulamento de PDM”. In 2º Congresso Rodoviário
Português. Lisboa, 2002, p. 532.

99
PROCESOS DE REVILIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DA CIDADE DO
RECIFE, NORDESTE DO BRASIL – ANTECEDENTES,
ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO E DIAGNÓSTICO ATUAL

JOSÉ MARIA FREIRE DE MENEZES NETO1, jmenezespe@gmail.com


PAULO ALVES SILVA FILHO2, pasfilho@gmail.com
EDVÂNIA TORRES AGUIAR GOMES3, torres@ufpe.br

1.- INTRODUÇÃO.
O seguinte trabalho tem como objetivo analisar o “Plano de Revitalização do Bairro
do Recife” (Cidade do Recife), atentando para a importância das formas de uso e ocupação
do solo durante a evolução histórica da área e para os distintos “Planos de
Desenvolvimento”. Nesse sentido, tem-se as principais tendências (políticas e sócio-
econnômicas) de planejamento que foram adotas pela Cidade do Recife com a finalidade de
estabelecer um plano de revitalização para a sua área central. Os procedimentos e
estratégias de implantação também foram analisados, assim como, a realização de um
diagnóstico urbano atual, apontando mudanças e consequências.

2.- UMA BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ÁREA DE ESTUDO (INÍCIO DA


OCUPAÇÃO).
2.1. Início da Ocupaçã.
O Bairro do Recife constitui-se em uma zona portuária limitada pelo Rio Capibaribe
e Oceano Atlântico, fazendo parte da Regiao Política Administrativa 01 (de acordo com o
sistema de gestao e planejamento da Cidade do Recife).
O Bairro do Recife veio a surgir como porto de exportação de açúcar,
transformando-se em um dos principais núcleos portuários do país. Olinda era o centro
urbano da Capitania fundada em 1536. A saída para o mar localizava-se ao Sul, com a
existência de um “ancoradouro natural”: O Porto do Recife. Devido às atividades de
exportação, constituiu-se um povoado, sendo este de grande importância para formação da

1 Graduando do Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil


2 Graduando do Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil
3 Professora Doutora do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco - Brasil
101
PROCESOS DE REVILIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DA CIDADE DO RECIFE, NORDESTE DO BRASIL
– ANTECEDENTES, ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO E DIAGNÓSTICO ATUAL

cidade, do fortalecimento comercial da área e do conseqüente surgimento do Bairro do


Recife, também denominado Ilha do Recife.
O primeiro passo para o crescimento do povoado da Bairro do Recife se deve à
evacuação e ao incêndio da cidade de Olinda, em 1631. Sendo Recife, então, a nova sede
do Governo da Capitania de Pernambuco. Nesse sentido, foram construídos edifícios, casas,
ruas e caminhos em direção ao continente: a “Ilha de Antônio Vaz”, hoje denominado
Bairro de Santo Antônio.
Os melhoramentos no ancoradouro foram os primeiros que aconteceram com a
presença dos holandeses na Ilha do Recife, além da fortificação e alteamento da muralha.
Até o início do século XX, os aspectos do Porto não diferiam daquela disposição original,
assim como o plano urbanístico zona da Ilha de Antônio Vaz. É importante lembrar que
nesta mesma época também se iniciou a tarefa de aterrar mangues e alagados e a construção
das pontes que ligariam as ilhas ao continente.
Com a expulsão dos holandeses, o Porto do Recife continuou a crescer e a cidade do
Recife passou a constituir um importante Porto algodoeiro do País. Neste período, a cidade
já correspondia ao terceiro lugar na ordem de importância dos núcleos portuários. A Rua do
Bom Jesus, prospera, ergue-se a Igreja do Pilar, a Igreja e o Convento da Madre de Deus.
A partir da metade do século XVII, começam a ser elaborados projetos para
solucionar problemas do porto. Tem-se então a decisão de reformar o Bairro do Recife, a
partir da aplicacao de uma série de projetos e com isso, iniciou-se uma intensa expansão
urbana do núcleo da cidade. Intensificou-se também o comércio na Marquês de Olinda, Rua
do Apolo com seu teatro, a Rua da Guia, a Estação Inicial da Estrada de Ferro do Recife ao
Limoeiro chamada Estação do Brum, e o Forte do Brum.

2.2. Reforma Urbana (Início do Séc. XX).


Esse Bairro, que corresponde ao marco inicial da história da cidade, passa por
diversas fases de evolução urbana, com inúmeras mutilações. No início do século XX
(1907-1918) grande parte do bairro foi demolido para a ampliacao dos servicos do porto.
A Reforma urbana no Bairro do Recife contou com todo um processo de decisões
de como e o que seria reformado, mostrando uma preocupação em modificar os
arruamentos dispostos naquele bairro.
Entre outros projetos que surgiram, com propostas de mudança no traçado urbano do
Bairro, sendo a planta escolhida intitulada de “O Novo Projeto de Melhoramentos do
Porto” (de acordo com informacoes da Subcomissão Fiscal e Administrativa das Obras do
Porto do Recife, 1991). Esta proposta de reformar o urbano sugere modificações que foram
implantadas, conferindo um caráter definitivo ao projeto.

102
JOSÉ MARIA FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ EDVÂNIA TORRES AGUIAR
GOMES

No âmbito do projeto de Reforma Urbana do Bairro, também foram implantados


projetos voltados para a questão do saneamento, devido ao aparecimento de doenças que na
época assolavam a cidade.
Fazendo análise comparativa entre o “antes” e o “depois” da reforma, ficam
evidentes alguns aspectos significativos:
O número de lotes desapropriadas menor do que o número de lotes vendidos após a
reforma;
Ainda que a parte considerável das áreas liberadas para desapropriação tenha servido
aos novos arruamentos, maior número e dimensão, as áreas da grande maioria dos novos
lotes era consideravelmente superior àqueles antigos.
Após a reforma, o Bairro do Recife passou a exibir uma paisagem como que
decalcada do estilo moderno europeu, adquirindo aspectos imponentes das metrópoles
burguesas do Velho Mundo. Por outro lado, acabou afastando para outras regioes da cidade
os escritórios, casas comerciais e restaurantes mais famosos, deixando o bairro ocioso. Com
o fim da reestruturacao, boa parte da área estava abandonada, o que ocasionou uma
desvalorizacao dos imóveis e o uso dos imóveis pela populacao de baixa renda para a
prostituicao e como pensoes para os trabalhadores do porto.

2.3 O Período 1940 – 1990.


A partir do ano de 1942, o Bairro iria sofrer novas mudanças, não mais ligadas ao
aspecto urbano-paisagístico, porém nos modos sociais e costumes da vida noturna. Essa
mudança estava relacionada a II Guerra Mundial, com a presença de tropas americanas na
cidade.
No Bairro portuário, a vida noturna estava sempre ligada à boemia, às mulheres, à
música, e também à prostituição, bem antiga na cidade.
Com suas peculiaridades e decorrências, a boemia no Recife teve dos anos 30 a 60
do século XX o seu apogeu. Com a presença das tropas americanas, os bares e outros locais
utilizados para diversao ganharam novas feições.
A partir do início dos anos 1970, o Bairro do Recife sofreu um processo de
abandono e degradação daquela imagem de prosperidade que o Bairro havia gerado no
início do século com o seu primeiro projeto de revitalizacao. A partir do incío da década de
1990, tem-se o planejamento de uma nova intervencao para revitalizar o Bairro do Recife.

3.- PLANO DE REVITALIZAÇÃO (SÉC. XX / XXI).


O Estado observou e estudou a necessidade de um novo projeto de revitalização do
Bairro, visando resgatar o seu valor histórico e econômico que todo aquele espaço poderia
proporcionar.

103
PROCESOS DE REVILIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DA CIDADE DO RECIFE, NORDESTE DO BRASIL
– ANTECEDENTES, ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO E DIAGNÓSTICO ATUAL

A estratégia de intervenção na área seria baseada em uma parceria entre os setores


público e privado, onde as instituiçoes públicas seriam responsáveis pela elaboração de um
sistema de de manegamento dos espaços públicos, enquanto que o setor privado seria
responsável por investimentos no sentido de recuperar prédios com importância cultural e /
ou histórica, além de ajudar na criação de condicionantes favoráveis à diversão e atração de
turistas e moradores da cidade.
Para se ter uma idéia da situação em que a área se encontrava antes da implantação
do projeto, as formas de uso e ocupação do solo da área estava relacionada com atividades
relacionadas ao Porto da Cidade. Era preciso reverter problemas como valores baixos de
imóveis e imagem negativa da área. Um estudo realizado pela Prefeitura da Cidade do
Recife em 1992 , apontou que 55% dos imóveis apresentavam uma boa condição de
preservação. Por outro lado, 22% dos imóveis apresentavam condiçoes regulares, enquanto
que 23% estavam em péssimas condiçoes ou em estado de ruínas.
Como objetivos iniciais, estipulou-se um plano de proteção das áreas com potenciais
históricos e / ou culturais, a criação de um pólo de atração para a cidade e áreas adjacentes,
além da criação de um centro destinado a atividades culturais e turísticas.
A estratégia de realizaçoes preveu uma renovação dos espaços públicos, melhorias
da infra-estrutura local, melhoria da imagem da área junto a população, renovação de
imóveis, estabelecimento de eventos regulares na área (Dançando na Rua, Semana da
Seresta, Carnaval, etc.), criação de uma agência estadual para o desenvolvimento de
serviços e atração do capital privado.
Juntamente com essa estratégia de atuação, dividiu-se a área central em três pólos,
de acordo com suas condiçoes (presença de população, concentração de atividades de
serviços, área de prédios a serem restaurados). Assim tem-se:
1. Pólo Alfândega: as quadras adjacentes à Rua da Moeda e à Rua da Madre de
Deus, tendo como ponto local o edifício onde abrigou a antiga Alfândega;
2. Pólo Bom Jesus: formado pelas quadras entre as Avenidas Cais do Apolo,
Alfredo Lisboa e a Praça do Arsenal, tendo como o ponto principal o conjunto arquitetônico
da Rua do Bom Jesus;
3. Pólo Pilar: corresponde ao quadrilátero formado pela Fábrica Pilar, Moinho
Recife, Avenidas do Cais do Apolo e Alfredo Lisboa. É importante lembrar aqui, que este
pólo concentra antigos moradores da área, os quais sempre tiveram uma negociação difícil
com os idealizadores do projetos. Os moradores reivindicam a construcao de casa próprias
e a não alteração do cotidiano das famílias, que está ligado ao porto

104
JOSÉ MARIA FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ EDVÂNIA TORRES AGUIAR
GOMES

A seguir, tem-se um esquema da área:

CENTRO EMPRESARIAL

PARQUE DO BRUM

ESTACIONAMENTO

AQUÁRIO

CENTRO COMERCIAL
DO PILAR

HABITAÇÃO COLETIVA

PERCURSO CULTURAL

POLO DO BOM JESUS

TERMINAL
MARÍTIMO
SE TO R ES DE
INTER VE N ÇÃ O WATER FRONT

Cons olidação SHOPPING CULTURAL

Revitalização
PROJETOS
Renovação ESTRUTURADORES

FONTE: Departamento de Arquitetura da UFPE, 1999

O plano de revitalização teveno período entre janeiro e junho de 1993, a restauração


dos espaços públicos, renovação do porto e de pontes. No período entre julho e decembro
de 1993, concretizou-se a parceria entre os setores público e privado e o estabelecimento de
uma série de projetos em PPP. Entre janeiro de 1994 e julho de 1995, criou-se um escritório
com a finalidade de estimular a ocupação da área, renovaram-se prédios e revitalizaram-se

105
PROCESOS DE REVILIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DA CIDADE DO RECIFE, NORDESTE DO BRASIL
– ANTECEDENTES, ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO E DIAGNÓSTICO ATUAL

ruas. A partir de julho de 1995, houve um considerável crescimento do número de


investimentos privados na área.
3.1. Projetos / Programas em Vigência.
Dentre os projetos destinados ao Bairro do Recife, tem-se como principais o
PRODETUR I e II, o Projeto Monumenta/BID, o projeto Luz e Tecnologia, o projeto de
Requalificação Urbanística e Inclusão Social da Comunidade de Pilar, o projeto
Arqueologia Urbana e o Projeto Morar no Centro.
É importante lembrar que esses projetos são responsáveis pela maioria das obras de
revitalização dos espaços públicos. Além desses, é importante destacar o projeto Recife,
patrimônio da humanidade, que visa incluir o centro do Recife na lista de sítios históricos
patrimônio mundial, elaborada pela UNESCO. A conquista do título e fundamental para a
melhoria da auto-estima dos habitantes da cidade, para a captação de investimentos na área,
e para a motivação de todos os atores envolvidos nos projetos de melhoria, inclusive da
Prefeitura. A proposta envolve o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da
Cultura, a Prefeitura do Recife, a Fundarpe, e o ERBR.
O projeto de Arqueologia Urbana, recentemente iniciado, poderá constituir em nova
atração turística no bairro, com a exposição das muralhas à população.
A seguir, tem-se uma breve descrição dos projetos:
Prodetur I e II:
Objetivo: Promoção e consolidação do potencial turístico do município, por meio de
obras físicas e desenvolvimento institucional.
Ações no Bairro do Recife: recuperação da Torre Malakoff; implantação do terminal
de passageiros do cais 12; obras de esgotamento sanitário; proposta de restauração da Cruz
do Patrão; proposta de Restauração da Igreja do Pilar; prospecção arqueológica do Forte de
São Jorge.
Atores envolvidos: Banco do Nordeste; Secretaria Municipal de Turismo; EBRB –
Escritório de Revitalização do Bairro de Recife; Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Turismo e Esportes (Estadual); Porto de Recife.
Abrangência: Bairro do Recife, Boa Vista, Brasília Teimosa e Aeroporto dos
Guararapes.
Monumenta / BID:
Objetivo: Recuperação de edifícios históricos e áreas públicas em sítios tombados
em nível federal.
Ações no Bairro do Recife: Recuperação da Av. Cais da Alfândega; restauração da
Igreja Madre de Deus; restauração do edifício Chanteclair; requalificação da Rua da
Moeda; plano de circulação para o Bairro (em licitação / projeto).
106
JOSÉ MARIA FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ EDVÂNIA TORRES AGUIAR
GOMES

Atores envolvidos: Ministério da Cultura; IPHAN; ERBR; BID; Santa Casa.


Abrangência: Pólo Alfândega, Madre de Deus (22 quadras, 14 ruas, 96 imóveis
Luz e Tecnologia:
Objetivo: Embutimento da rede elétrica, de fibra ótica e iluminação cênica dos
monumentos do Pólo do Bom Jesus.
Ações no Bairro do Recife: Enterramento dos dutos de energia e fibra ótica;
aquisição de equipamentos e mobiliário urbano – postes e luminárias.
Atores envolvidos: Prefeitura do Recife; Governo do Estado de Pernambuco;
Eletrobrás; Chesf; Celpe; Porto digital; Fundação Roberto Marinho; Emlurb – Empresa
Municipal de Limpeza Urbana.
Abrangência: Pólo do Bom Jesus
Requalificação Urbanística e Inclusão Social da Comunidade de Pilar:
Objetivos: Inclusão social da Comunidade do Pilar, com oferta de moradias e de
oportunidades econômicas; requalificação urbanística do Bairro e valorização do
patrimônio histórico.
Ações no Bairro do Recife: Elaboração e implantação do projeto urbanístico de
Comunidade do Pilar; qualificação das ruas da área; recuperação da Igreja da Nossa
Senhora do Pilar; prospecção arqueológica da igreja. (todas as ações ainda estão em
negociação)
Atores envolvidos: Secretaria de Desenvolvimento Econômico; Secretaria da
Política de Assistência Social; Secretaria de Educação; ERBR; Governo do Estado de
Pernambuco; Moinho Recife / Bunge Alimentos (recursos); BNDES; Prodetur; Moradores;
Porto Digital; Porto do Recife (cessão da área).
Abrangência: Pólo Pilar (463 famílias)
Arqueologia Urbana:
Objetivo: Pesquisa e valorização do patrimônio arqueológico.
Ações no Bairro do Recife: Projeto de visualização das muralhas da cidade (em
elaboração).
Atores envolvidos: IPHAN; FUNDARPE; DPU/DPSH; UFPE; ERBR.
Abrangência: Perímetro formado pelo núcleo original da cidade (Bairro do Recife e
Santo Antônio).
Morar no Centro:
Abrangência: Boa Vista, Santo Amaro, Santo Antônio, São José, Bairro do Recife

107
PROCESOS DE REVILIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DA CIDADE DO RECIFE, NORDESTE DO BRASIL
– ANTECEDENTES, ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO E DIAGNÓSTICO ATUAL

Principais Entraves:
- Conflito permanente de interesses: Porto (indústrias) / Eventos / Comércio
varejista / Prestação de serviços.
- Necessidade de renovação do mix de atividades e da oferta de produtos.
- Atração de novos usos e atividades: tecnologia, serviços, cultura e habitação.
- Necessidade de redesenho do escritório (institucionalização), voltado para uma
atuação mais eficiente e dinâmica.

4.- PORTO DIGITAL (2000).


As estratégias e ações relacionadas a este segmento têm como objetivo articular,
com os setores públicos e empresas privadas responsáveis, a estruturação, provimento e
manutenção de serviços e infra-estrutura adequada ao funcionamento de empresas de
tecnologia da informação no Bairro do Recife. Além disso, desenvolver projetos próprios
de infra-estrutura e serviços de comunicação, servindo ainda como modelo para a
implementacao de políticas de desenvolvimento econômico.
Esta estratégia tem como meta projetar, construir, implantar e operar uma rede de
alta velocidade para interligar as instituições âncoras do Porto Digital através da utilização
dos dutos de fibra ótica e de outras infra-estruturas necessárias. O projeto previa a
interligação de quatro pontos institucionais: CAIS do Porto, SECTMA, CESAR e ITBC.
O Porto Digital recebe incentivos do Município, do Estado e do Governo Federal,
além de outros incentivos, como por exemplo a redução de impostos para as empresas que
se instalam no pólo (incentivos fiscais), a liberação de verbas e apoio logístico no plano de
revitalização dos imóveis tombados (ate o momento foram recuperados 22.000 m2).
Até o final do ano de 2005, o Porto contava com 94 empresas da área de tecnologia
instaladas e com 2.500 empregos diretos gerados.

5.- CONSIDERAÇOES FINAIS.


O plano em questão apresenta algumas vantagens no que diz respeito a
investimentos de origem privada associadas ao sistema de gestão pública. A revitalização
do bairro do Recife apresenta-se como iniciativa importante ao valorizar fatores sócio-
econômicos e históricos, assim como a situação de abandono de diversos prédios e da baixa
frequentação de transeuntes.
Os objetivos iniciais foram relativamente alcançados; alguns dos resultados são a
valorização do valor do solo, instalação de empresesas relacionadas a tecnologia e o
estabelecimento de eventos de caráter cultural. Verificou-se também a diminuição dos
índices de prostituição, criminalidade, diminuição do número de estabelecimentos sem
nenhuma utilização e aumento do fluxo de transeuntes.

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JOSÉ MARIA FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ EDVÂNIA TORRES AGUIAR
GOMES

Por outro lado, a Comunidade do Pilar não apresentou grandes avanços desde o
início da implantação do plano de revitalização. Lembra-se ainda que as discussoes entre
moradores e planejadares não tem avanços e que o pólo ainda não foi efetivamente criado.
Por outro lado, tem-se uma série delimitações são identificadas pelos planejadores:
As atividades comerciais estimuladas pelo bairro (gastronomia, cultura, diversão) não
geraram o efeito multiplicador esperado pelo plano.
Também houve uma grande concentração de atividades nos pavimentos térreos –
mais fáceis de serem ocupados pelo comércio e mais visíveis ao público – havendo ainda
diversos edifícios nas áreas revitalizadas que não foram ocupados por novos
empreendimentos.
As áreas desenvolvidas limitaram-se àquelas selecionadas como pólos de atração
(Pólo Bom Jesus e Pólo Alfândega) não havendo uma expansão significativa para outras
ruas que se encontram em estado de degradação.
Reconsiderando o que já foi apresentado neste trabalho, é importante considerar que
o bairro do Recife apresenta-se como referência histórica para o Grande Recife. Tal
imagem, entretanto, tende a ser recuperada haja vista a contínua implantação de planos
relacionados à revitalização da área central do Recife, assim como o estabelecimento de
novas formas de parcerias entre insituiçoes privadas e o governo em suas diferentes escalas.
A inserção da universidade e da sociedade civil organizada dentro desse processo é algo
importante para uma consciente “espacialização” das atividades, materializadas na
transformação do espaço.

BIBLIOGRAFIA.
CAMPOS, H.A. Comércio na área central do Recife (PE-Brasil): novos e antigos
conceitos acerca da história da cidade. Scripta Nova, Revista Electrónica de
Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, vol. VI, nº 119 (57), 2002.
CAVALCANTI, Carlos Bezerra. O Recife e seus Bairros. Câmara Municipal do Recife.
Recife. 1991.
GADELHA, Everaldo da Rocha. Região Metropolitana do Recife: o espaço de suas
relações funcionais. Mestrado (Dissertação) em Geografia - UFPE.. Recife. 1997.
LUBAMBO, Cátia de Wanderley. O bairro do Recife: entre o corpo santo e o marco zero.
CEPE/Fundação de Cultura da Cidade do Recife. 1991.
REZENDE, Antônio Paulo. O Recife: Histórias de uma cidade. Recife: Fundação de
Cultura Cidade do Recife. 2002.

109
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA
LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL ORDENAMIENTO TERRITORIAL
EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL
DESARROLLO.

MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ1

1.- INTRODUCCIÓN.
Colombia viene discutiendo desde su reforma constitucional en el año de 1991 la
introducción del Ordenamiento Territorial (OT) como ley orgánica de la republica, asunto
que ha evolucionado con la introducción del OT municipal (1994): la ley de planeación (ley
152) y la ley de desarrollo territorial (Ley 388) mediante las cuales se regulan los planes
municipales, distritales y metropolitanos de OT. Mecanismo jurídico que se concibe como
El conjunto de acciones político administrativas y de planeación física concertadas,
emprendidas por los municipios o distritos y áreas metropolitanas, para orientar el
desarrollo del territorio bajo su jurisdicción y regular la utilización, transformación y
ocupación del espacio, de acuerdo con las estrategias de desarrollo socioeconómico y en
armonía con el medio ambiente y las tradiciones históricas y culturales1.
Sin duda esta intención se confronta en la práctica entre los esfuerzos de la
planeación oficial para controlar las formas de uso y ocupación del territorio y la inminente
crisis social, económica y política por la que atraviesa nuestro país. Voluntad política que
se expresa mediante formas legislativas de planificación y desarrollo, en cuyo epicentro se
ha privilegiado el modelo de urbanización y a él se ha subordinado la vocación agrícola y
rural de nuestro territorio. Este modelo de intervención revela el apogeo de un enfoque de
carácter estructural funcionalista, en el que no se reconocen las acciones político-
administrativas concertadas para la regulación y ocupación del espacio, afectando por ello
la sostenibilidad ambiental y el respeto a las tradiciones históricas y culturales de nuestros
territorios. La cada ves más dilatada voluntad política para consagración los principios de
una Ley Orgánica de Ordenamiento Territorial en Colombia, seguirá confirmando que el
Estado Colombiano continuará privilegiado los intereses del mercado global en detrimento
de la protección y el desarrollo de sus pobladores y territorios.

1 Tomado de Congreso de la Republica de Colombia 1997

111
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

Sobre la anterior premisa se ha preparado esta ponencia la cual contiene tres niveles
de reflexión2: el primero de ellos hace referencia a las trayectorias del modelo de desarrollo
imperante y su incidencia en la construcción física y social del territorio colombiano; en
segundo lugar, se presentan algunas valoraciones de carácter conceptual que consideramos
pertinentes para orientar el OT en medio de la crisis social que existe en Colombia y en
tercer lugar, planteamos los lineamientos temáticos de intervención que sugerimos para
fortalecer de la gestión pública en el OT.

2.- LAS CONDICIONES DEL DESARROLLO Y LA CONFIGURACIÓN DEL


TERRITORIO EN COLOMBIA.
El territorio colombiano ha sufrido grandes cambios producto de las diversas
manifestaciones que en él, han tenido los modelos de desarrollo económico. En parte por el
hecho mediante el cual la visión de su base de desarrollo agrícola y rural a mediados del
siglo XX, comenzó a asociarse con la idea de progreso que venía ya desde el siglo XVIII.
Para Pérez y Farah (2002) con esta orientación se inicia desde entonces, una forma de
desarrollo que conducía a la modernización, situación que debía implicar el transito de lo
rural a lo urbano y de lo agrario a lo industrial: “A pesar del atraso industrial de América
Latina y, específicamente, de Colombia, a mediados del siglo XX, se impone, por decisión
de los centros de poder económico, el modelo de desarrollo industrial. Colombia era, en
ese entonces, una sociedad eminentemente rural, pues allí habitaba el 61% de la
población. La economía del país dependía, en gran medida, del sector rural, pues sólo la
agricultura representaba el 40% del Producto Interno Bruto, el 55% del empleo total y era
la fuente principal de las divisas de la economía nacional” 3
Por tanto, la idea del progreso estaría ligada al desarrollo de los sectores industriales,
bajo el supuesto de que éstos eran más productivos que el de las economías campesinas. En
la industria se enfatizo en el crecimiento de la producción, la absorción del empleo y el
énfasis en la urbanización. Bajo estas consideraciones los países latinoamericanos, durante
la década de 1960 y 1970, fundamentaron su desarrollo a partir de la sustitución de
importaciones, lo cual implicaba una intervención absoluta por parte del Estado. Para el
caso colombiano, esta iniciativa mantuvo como principal finalidad la absorción de mano de
obra del campo a fin de concentrase como objetivo del fortalecimiento de los nacientes
centros urbanos, situación que produjo un fuerte proceso migratorio que se asumía, por
parte de la población, como una estrategia para alcanzar mejores condiciones de vida, así

2 Este trabajo se ha adelantado a través de avances de investigación y ensayos críticos, producto de dos cursos de formación sobre
los Fundamentos e Instrumentos del Ordenamiento Territorial en Colombia y la Construcción social del Territorio. Campos de
formación que se imparte desde el año 2003 a estudiantes de la Maestría en Desarrollo Rural de la Facultad de Estudios
Ambientales y Rurales, la Especialización en Gobiernos Municipales de la Facultad de Ciencias Políticas y Relaciones
Internacionales de la Pontificia Universidad Javeriana Sede Bogotá.

3 Tomado de Pérez Edelmira y Farah María Adelaida (2002) Los modelos de desarrollo y las funciones del medio rural en
Colombia. En Revista Cuadernos de Desarrollo Rural. No 49Segundo Semestre. Pontificia Universidad Javeriana. Facultad de
Estudios Ambientales y Rurales. Departamento de Desarrollo Rural y Regional. Instituto de Estudios Rurales. Pág. 14
112
MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ

como también para refugiarse de la violencia política bipartidista que incidió en las zonas
rurales del país.
En consecuencia con este modelo de desarrollo, para el último periodo del siglo XX
(1980 – 1990) y los primeros cinco años del siglo XXI, nos encontramos frente al apogeo
de una tendencia económica y política centrada en cuatro aspectos: 1) La Competitividad,
2) El Desarrollo y el Ordenamiento territorial a escala urbana, 3) El Ordenamiento
territorial a escala nacional, limitada por las tendencias provenientes de la reestructuración
económica internacional, 3) La sostenibilidad de los recursos naturales y 4) La
configuración de ciudades empresariales bajo el compromiso de las economías locales4.
Dicha estructuración ha generado avances en el campo jurídico representados en
aspectos de orden administrativo y de planificación5; fiscales y financieros6; políticos7 y
Ambientales8. Dichas regulaciones determinan las posibilidades de participación en la
definición de procesos sociales en la planificación del territorio.
Bajo las pautas referidas, se ha permitido de forma afirmativa la existencia de
procesos concertados para el desarrollo urbano industrial, afectando especialmente las
zonas de desarrollo agrícola y las áreas de reserva natural. Lo cual configura en nuestro
país, parafraseando a Edgar Moncayo (2004), espacios territoriales que ganan y espacios
territoriales que pierden. En Colombia estas orientaciones han promovido en los últimos
veinte años, experiencias de desarrollo regional diversas que permiten apreciar la
complejidad del tema y avanzar desde las disposiciones legales hacia su aplicación y
operación. Sin embargo, los procesos muestran notorias restricciones sociales entre las
cuales se destacan especialmente aspectos de orden político, económico y ambiental.
Estos aspectos son una clara consecuencia del posicionamiento progresivo del rol
del mercado como paradigma orientador de la política pública para el desarrollo de los
espacios rurales y naturales, el cual genera profundas transformaciones en la estructura
agraria y dinamiza procesos como la terciarización, cambios estructurales en la agricultura,
transformación del uso del suelo y del paisaje, y movimientos poblacionales que
transforman y reorientan las dinámicas de desarrollo en diversos territorios del país.

4 Moncayo, Jiménez Edgar. (2004) Las políticas regionales en Colombia. En Nuevos enfoques del desarrollo territorial:
Colombia en una perspectiva latinoamericana. CEPAL UNDP. Pág. 159 – 192
5 Ley 76 de 1985 y decretos 3083, 3084, 3085 y 3086 de 1986 creación de las regiones de planificación CORPES; Decreto 3270
de 1986 creación de los Consejos de Rehabilitación, reconciliación y normalización nacional; Ley 03 de 1986 Código de Régimen
Departamental, la ley 11 de 1986 Código de Régimen Municipal y la ley 388 de 1997 de planificación y ordenamiento territorial.
6 Ley 14 de 1983, Ley 50 de 1984, Ley 55 de 1985 y Ley 12 de 1986 respecto al fortalecimiento de fiscos territoriales, Ley 76 de
1985: creación de Fondos Regionales de Inversión.
7 Acto legislativo número 1 de 1986: Elección Popular de Alcaldes, Ley 131 y 134/94: Plebiscito, referendo, consulta popular,
iniciativa popular legislativa, cabildos abiertos, voto programático y veedurías, Ley 152 /94 y Ley 338 /97: definición de las
modalidades de participación ciudadana en los procesos de planificación, Ley 152/94 creación del Consejo Nacional y los consejos
Territoriales de Planeación.
8 Ley 136 de 1994: asignación a los municipios de funciones de planificación para el desarrollo económico, social y ambiental;
Ley 60 de 1993, Ley 15/94, Ley 90/93 y Ley 100 /93: descentralización sectorial de agua potable, educación y salud; Ley 99/93:
creación del Sistema Nacional del Medio Ambiente. SINA
113
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

Fuente: Resultados de ejercicios de interpretación y evaluación de Ordenamiento Territorial en


Colombia. Estudiantes de la Maestría en Desarrollo Rural y la Especialización de Gobiernos Municipales.
Pontifica Universidad Javeriana. Sede Bogotá (2005)

Los efectos de este modelo de intervención para el desarrollo, se han visto reflejados
en evidentes cambios en el uso y apropiación del territorio. Bajo esta lógica, un estudio del
Departamento Administrativo Nacional de Estadística - DANE - y el Instituto Geográfico
Agustín Codazzi - IGAC - (2002) confirma cómo las implicaciones de los criterios de
intervención, han generado la presión física y social sobre las 113.951.308 ha que
comprenden el área continental del territorio colombiano y destaca de ello los siguientes
efectos: “35.098.530 ha (30.8%) se encuentran intensamente intervenidas o transformadas,
allí las coberturas terrestres son de origen antrópico, con tierras en usos agropecuarios,
zonas urbanas y bosques plantados. Las demás tierras (20.4%) se hallan parcial y
ligeramente intervenidas, sus coberturas corresponden principalmente a matorrales,
bosques fragmentados, vegetación de sabana herbácea, vegetación xerofítica, de manglar y
de páramo. Este modelo ha ocasionado que en las tierras donde se encuentran conflictos
por sobreutilización, predominen grados moderado y severos en el 22.2% del área; la
mayor participación corresponde al grado severo. En las tierras que presentan conflicto
por subutilización, predominan los grados moderado y severo alcanzando el 21% del área;
la mayor participación corresponde al grado moderado. Los conflictos de uso por sobre y

114
MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ

subutilización, en grado ligero, alcanzan el 19.1% del área intervenida” (IGAC,


CORPOICA, 2001) 9
Una de las principales consecuencias identificadas como producto de esta forma de
uso y apropiación territorial, radica en la considerable concentración de la tierra en pocas
manos, sobre este aspecto la información del Catastro Nacional (IGAC, 2001), establece
que: “Solamente el 0.4% de los propietarios (15.273), poseen el 61.2% del área predial
rural registrada en Colombia, equivalente a 47.147.680 ha, las que en su totalidad
corresponde a predios mayores de 500 ha, mientras que el 24.2% del área predial rural
nacional (18.646.473 ha) se encuentra en manos del 97% de los propietarios registrados
en el Catastro, dentro de los cuales son predominantes aquellos con predios menores de 3
ha (57%) 10.
No obstante a las consecuencias físicas y sociales que esta ocasionando el modelo de
desarrollo, se continúa valorando al sector agropecuario y rural como un asunto residual, el
cual es fuertemente superado por fuentes prioritarias de exploración y explotación tales
como el petróleo, la minería, la infraestructura terrestre, marítima y fluvial. El propósito de
los gobiernos ha sido el de fortalecer su objetivo central de desarrollo a partir de garantizar
el acceso a inversionistas privados sobre las principales fuentes minerales, energéticas y de
biodiversidad11. La violencia aparece en estas zonas como mecanismo impositivo de los
intereses económicos y se generaliza en torno a la riqueza, ocasionado la
desterritorialización de las comunidades y beneficiando al capital y a los compradores de
tierra. En nuestro país no se ha generado la guerra porque existan millones de personas en
condiciones de pobreza, se produce porque hay riqueza y es en esos lugares en donde esta
ocurriendo un nuevo ordenamiento de poder y propiedad sobre el territorio.
En síntesis el país mantiene un matiz de desventajas comparativas entre las zonas de
tradición agrícola y rural y los territorios industriales y urbanos, lo cual ha ocasionado:

9 Ver Departamento Administrativo Nacional de Estadística – DANE - Instituto Geográfico Agustín Codazzi. Subdirección de
Agrología. Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria. Subdirección de Investigación en Sistemas de Producción.
Zonificación de los Conflictos de Uso de las Tierras del País. Capitulo IV USO ADECUADO Y CONFLICTOS DE USO DE LAS
TIERRAS EN COLOMBIA. Bogotá, D.C.,2002
10 Ver: Departamento Administrativo Nacional de Estadística – DANE - Instituto Geográfico Agustín Codazzi. Subdirección de
Agrología. Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria. Subdirección de Investigación en Sistemas de Producción.
ZONIFICACIÓN DE LOS CONFLICTOS DE USO DE LAS TIERRAS DEL PAÍS CAPITULO IV USO ADECUADO Y
CONFLICTOS DE USO DE LAS TIERRAS EN COLOMBIA. Bogotá, D.C.,2002 y Valderrama, Mario, et.al. “Agenda de
Economía campesina y desarrollo Colombia. 1998. Citando a : Ministerio de Agricultura. Encuesta Agro 1988. Dane.
11 Según Libardo Sarmiento (2001) el 96% de las inversiones contempladas en el Plan de Desarrollo para Colombia en el período
1999 – 2002 se concentró en regiones como: Magdalena Medio, Sur del departamento de Córdoba y Urabá, El pacifico chocoano
y el pie de monte sur oriental del país, según los propósitos de las organizaciones transnacionales 11. De otra parte, el gobierno
colombiano viene promoviendo la explotación del corredor forestal ubicado al sur del río Meta entre nueva Antioquia y Puerto
Carreño, estimulando la inversión nacional y extranjera (capital japonés se encuentra actualmente expoliando las áreas boscosas
para su explotación). Sobre la biodiversidad se conoce la promoción y venta por parte del gobierno colombiano a las
multinacionales europeas de los sectores químicos y de alimentos, la riqueza natural del departamento del Choco. Ver Sarmiento
Libardo (2001). Desarrollo societal, conflictos y territorio. En: Desplazamiento forzado interno en Colombia: Conflicto, paz y
desarrollo. Memorias del seminario Internacional. Junio 2000. ACNUR – CODHES. Bogotá.

115
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

 El abandono de las tierras por el desplazamiento forzado de la población rural y un


alto índice de pobreza en el campo12.
 El abandono estatal de las comunidades expresado en los más altos índices de
analfabetismo, enfermedades, muerte y desempleo.
 El modelo ha propiciado los niveles actuales de concentración de la tierra,
fortalecido a través de leyes agrarias un sistema bimodal. Lo cual ha limitado el acceso a la
tierra y por ende a los mercados de trabajo.
 El modelo de desarrollo se ha consolidado como un sistema negador de la
participación activa de la mayor parte de los pobladores, de esta manera no se puede
considerar como un sistema democrático.
 Se ha propiciado un atraso secular e las formas de explotación de la tierra y por
ende de las relaciones de producción, caracterizándose por la presencia, en muchas
regiones, de formas precapitalistas de producción y acceso a la tierra en aparcería y
arrendamiento.
 Los cultivos ilícitos y la narcoeconomía se convierten en posibilidad para subsanar
las desventajas en la comercialización de lo productos agrícolas y pecuarios.
 Las consecuencias de la sobreutilización de las tierras se reflejan principalmente
en la degradación de los recursos naturales, cuya expresión más evidente es la erosión
hídrica13.

Por tanto surge la pregunta: ¿Qué valoraciones conceptúales y énfasis temáticos de


intervención pública se requieren en un país como Colombia, a fin reorientar un proceso de
Ordenamiento Territorial que alcance la competitividad económica que exige el mercado
global, sin detrimento de los recursos naturales y sociales del país?

3.- LA REVALORACIÓN DEL TERRITORIO COMO FACTOR PARA EL


DESARROLLO: APORTES TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA
REFLEXIONES A PARTIR DEL CASO COLOMBIANO.
Conforme a las marcadas disyuntivas territoriales que demuestran las tendencias del
rigor aperturista de la globalización en Colombia, resientes estudios estiman que un

12 Se estima que en los últimos 20 años (1985 – 2005) se han movilizado 3. 400.000 pobladores rurales por consecuencia del
conflicto armado que persiste en el territorio nacional. Ver Consultoría para los Derechos Humanos y el Desplazamiento
CODHES. 2005.
13 En Colombia el 35% del total de las tierras se encuentran afectadas por erosión, con más de 4.300.000 ha erosionadas severa y
muy severamente y 12.916.000 ha, en grado moderado. Ver Departamento Administrativo Nacional de Estadística – DANE -
Instituto Geográfico Agustín Codazzi. Subdirección de Agrología. Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria.
Subdirección de Investigación en Sistemas de Producción. ZONIFICACIÓN DE LOS CONFLICTOS DE USO DE LAS
TIERRAS DEL PAÍS
CAPITULO IV USO ADECUADO Y CONFLICTOS DE USO DE LAS TIERRAS EN COLOMBIA. Bogotá, D.C.,2002
116
MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ

referente fundamental para obtener niveles de competencia en dicho marco de desarrollo,


requerirán una cada vez notoria comprensión e integración de las condiciones biofísicas de
los espacios geográficos con los aspectos socio culturales de las poblaciones que los
habitan14. Premisas que toman fuerza cuando la globalización sugiere un mundo en el que
las distancias se están banalizando y se produce, simultáneamente, una recuperación de la
dimensión territorial, no solo en el plano teórico sino en el de la realidad de las estrategias
de las organizaciones sociales y las instituciones públicas y privadas involucradas en su
desarrollo. Lo cual imprime un acento sustancial a la revalorización de la cuestión
territorial, como una ruta esencial en el proceso de adaptación de las sociedades locales al
mundo globalizado.
Por tanto, la re interpretación del desarrollo a partir de un enfoque territorial tiene
como eje, la exigencia de integrar y comprender las valoraciones económicas, políticas,
culturales y ambientales que poseen los territorios. A continuación presentamos una
síntesis de los aspectos valorativos del territorio como factor de desarrollo y sugerimos
algunos lineamientos temáticos para su implementación:
3.1 La valoración económica.
La incorporación del enfoque territorial ha generalizado la idea en la cual el
crecimiento económico obedece a una lógica en la que los encadenamientos de las
empresas conducen a una afluencia de actividades que se van reforzando progresivamente y
que van dependiendo de las escalas de competitividad externa así como de las capacidades
endógenas y flexibles de la acumulación, aspectos que permiten la existencia de procesos
de desarrollo concentrados en espacios geográficos específicos15.
De otra parte, esta perspectiva se contrapone a lugares en los cuales aparecen nuevas
condiciones económicas que van haciendo evidente un abanico de oportunidades para el
desarrollo productivo. Entre ellas la producción de bienes estandarizados para mercados
homogéneos, la manufactura de pequeñas empresas que se vinculan entre sí bajo relaciones
de cooperación (pymes) y que demuestran una oportunidad efectiva para fortalecer los
mercados locales, aunque no existen unos componentes definidos que hagan de estos
sistemas una forma de organización industrial que pueda reproducirse a voluntan en
cualquier lugar16.

14 Ver Moncayo Jiménez Edgar. (2004) Nuevos enfoques del desarrollo territorial : Colombia en una perspectiva Latinoamericana.
CEPAL. UNPD. Universidad Nacional de Colombia. Bogotá. Pág. 19 y ss.
15 Dichas condiciones espaciales en la creciente acumulación económica territorial se ha comenzado a analizar con la
formalización del marco teórico de la Nueva Geografía Económica que retoma elementos de los modelos teóricos sobre el lugar
central y la organización jerárquica de los emplazamientos urbanos, las economías de aglomeración, la ciencia regional la
causación circular acumulativa. (Ver Von Thuner, Cristaller, Losh, Marshall, Isard, Myrdal y Kaldor y Krugman) Puede
consultarse Velásquez, Elkin. Nota sobre geografía económica, desarrollo y política de ordenamiento territorial. Revista Lo
Publico. http://www.cnp-snp.gov.co/otros_documentos.htm

16 Para el caso de América Latina se han estudiado algunos casos como Blumenau, en Brasil; Gamarra (confecciones), en Perú; y
Guadalajara y León (Calzado) en México. Ver Benko, George y Alain Lipietz. Géographie Socio-économique ou Economie
117
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

En síntesis el aprovechamiento respecto a la valoración económica del territorio


implica el conocimiento y administración del stok de recursos financieros, que periodo a
periodo, esta disponible para fines de inversión en las regiones. No obstante, si bien éste es
un capital estrictamente exógeno a la región, normalmente se diluye entre quienes controlan
los territorios. Lo cual hace que la población no pueda controlar su propio crecimiento.
Inferir en ello implica la creación de mecanismo de planificación financiera local, para el
desarrollo de economías de carácter endógeno en la que se superen las fases de
acumulación primaria, por una reproducción aplicada desde las reales capacidades
productivas del orden local.
Por tanto el desarrollo de esta premisa valorativa sugiere un énfasis en la
productividad y la competitividad territorial el cual debe partir de las siguientes
consideraciones:
- Interpretación de la Infraestructura física - vial, social y de servicios locales –
como factores necesarios del desarrollo territorial.
- Comprensión de los sistemas de intercambio y mercados de productos, servicios e
insumos locales.
- Interpretación de las relaciones empresariales de competencia en el orden local y
regional.
- Análisis y creación de instrumentos de planificación e inversión financiera local.
- Reconocimiento practico y la participación simétrica de todos los participantes de
la producción en las cadenas productivas.
- Producción de bienes estandarizados para mercados homogéneos.
- Manufactura de pequeñas y Empresas de cooperación (pymes).
- Valoración y fortalecimiento de la producción de bienes agrícolas básicos en
espacios de producción cercanos a los centros de consumo
3.2 La valoración política.
El tono relevante de la cuestión territorial se traduce como una crisis del estado
nacional que tiene como origen las presiones por una redistribución del poder de tipo
ascendente, el cual obedece a que el Estado se encuentra perdiendo soberanía para el
manejo de problemas tales como la macroeconomía, los derechos humanos, el medio
ambiente, el narcotráfico y el armamentismo. Esto lleva a considerar que las condiciones
del ajuste implican la descentralización de diversos procesos de devolución de
competencias políticas, administrativas, financieras y fiscales a los entes regionales y
locales.

Géographique?. En Benko, George y Alain Lipietz. (2000) la Nouvelle GH´peographieuqe Socio économique, París: Presse
Universitaires de France.
118
MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ

Lo cual se explica debido a que al irse abriendo las economías nacionales, se


comienzan a dejar más visibles las economías regionales y locales, niveles que comienzan
a depender unos a otros y así mismo directamente de los actores de cada región,
empresarios, trabajadores, organizaciones sociales e incluso de los recursos naturales. Las
condiciones del mundo global apuntan entonces hacia la constitución de Estados que
deberán, en términos de Moncayo (2004) conducir su inserción a la comunidad
internacional de forma más discriminada y selectiva; atender y compensar los efectos
negativos de la competencia externa en los grupos sociales y territorios más vulnerables;
regular los servicios privatizados; y erigirse en una institución social con la aptitud de
analizar y entender las demandas económicas y políticas de la población 17.
Desde esta perspectiva se corrobora la importancia del neoisntitucionalismo como
factor generador de autonomías territoriales a partir del capital social. En este sentido,
siguiendo a Sergio Boisier (2001) la expresión territorial del capital social deberá ser el
resultado de la negociación de actores locales predispuestos a la ayuda inter - personal. En
cuyo accionar los miembros de la sociedad tengan la habilidad y seguridad de cooperar en
la formación de nuevos grupos y asociaciones para fomentar su desarrollo18.
Lo anterior implica el diseño de políticas públicas acordes con las dinámicas del
orden local, así como de la creación de instrumentos de planificación y gestión
participativa para el desarrollo, a fin de procurar la construcción de gobernabilidad,
asociación entre los ámbitos público y privado y la conformación de redes con fuertes
compromisos cívicos.
Por tanto, el desarrollo de esta premisa valorativa sugiere un énfasis en la
reproducción de una institucionalidad local la cual debe procurar las siguientes acciones:
- Examen de la alternatividad de las redes cívicas y de participación para el logro del
desarrollo.
- Exploración de la institucionalidad como mecanismo para el fortalecimiento de la
democracia, los derechos y deberes ciudadanos y su eficacia en el orden local.
- Estudio de los enfoques del aprendizaje colectivo y las redes de cooperación como
mecanismos de asociatividad básica del desarrollo territorial.
- Otorgar a las entidades locales capacidad de conducir una inserción más
discriminada y selectiva en la comunidad internacional.

17 Algunos de los aspectos citados han comenzado a presentarse paulatinamente para el caso colombiano en particular como para
el resto de América Latina, de ello se deriva el reconocimiento de transformaciones en la estructura de intervención estatal, la
descentralización y la reducción de su tamaño, así como la creciente visibilización de procesos de ordenamiento y administración
territorial, demuestran el traslado de los centros de poder del Estado Nacional hacia ámbitos locales en los que comienza hacer
evidente la configuración de nuevas estructuras de poder económico. Por tanto, el reto de las instituciones pública y privadas será
el de convertir estas nuevas formas de organización social en alternativas de sostenibilidad para aumentar formas desarrollo
territorial cada ves más autónomas y democráticas.

18 Ver Boisier Sergio, (2001) El desarrollo territorial a partir de la construcción de capital sinergético. Instituto Latinoamericano y
del Caribe de Planificación Económica y Social (ILPES). Santiago de Chile. 2001.
119
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

- Atender y compensar los efectos negativos de la competencia externa en los grupos


sociales y territorios más vulnerables.
- Regular los servicios privatizados
- Aptitud de analizar y entender las demandas económicas y políticas de la
población.
- Mantener el monopolio irrestricto de la seguridad con base en el DIH.
- Devolver la dimensión política al territorio, para que éste se vuelva un proceso
integrador de la ciudadanía, en la cual las partes presentes tengan la misma legitimidad, y
por lo tanto, los mismos derechos y deberes.
3.3 La valoración cultural.
El punto de partida para establecer la relación entre el territorio y la cultura, sucede
cuando los grupos humanos depositan en el espacio geográfico, valores y formas de
apropiación que van delimitando el entorno natural y social. Por lo cual se reafirma el
hecho mediante el cual, siguiendo a Henri Lefebvre, el espacio territorial debe ser formado
y modelado también por elementos históricos y naturales que es en definitiva un proceso
político19.
Este orden de ideas, cuando designamos la relación entre territorio y su cultura
siempre estamos asumiendo, aun de manera implícita, la existencia de un lugar y de un
sujeto que ejerce sobre él cierto dominio, una relación de poder o una facultad de
apropiación. La relación de pertenencia o apropiación no se refiere solo a vínculos de
propiedad sino también a aquellos lazos subjetivos de identidad y afecto existentes entre el
sujeto y su territorio. Ese sujeto individual o colectivo contiene generalmente una porción
de poder suficiente para incidir en su transformación.
Bajo dichas consideraciones, pensar el territorio colombiano implica, entonces,
definirlo a través de sus múltiples antagonismos. Entrecruces de demandas y
reivindicaciones políticas de la población que, históricamente, se han expresado en
prácticas de actores enfrentados, haciendo que la conformación de sus territorios se delimite
en razón del conjunto de prácticas y vínculos de dominio, de poder, de pertenencia o de
apropiación que se ejercen sobre espacios geográficos específicos. Lugares en los que se
expresa la acumulación del capital, la integración social de estructuras y de relaciones
conflictivas. Aspecto que hace referencia, en términos de Gustavo Montañez (2001), no
solo a vínculos de propiedad sino también a aquellos lazos subjetivos de identidad y afecto
existentes entre el sujeto y su territorio20.

19 Ver Lefebvre Henri. Reflections on the politics of space. En Antipode. No 8 Vol. 2. (sf).
20 Ver Montañez Gómez Gustavo (2001) Razón y pasión del espacio y el territorio. En Espacios y territorios. Red de Estudios de
Espacio y Territorio. Universidad Nacional de Colombia. Bogotá. Pág. 16 – 20.
120
MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ

Asumimos entonces que las múltiples contradicciones que se presentan en el


proceso de conformación territorial colombiano radican en la incompatibilidad que en ella
ha suscitado el uso, la tenencia de la tierra y la violencia política, como constantes en la
evolución de la sociedad colombiana y que no han sido resueltos ni se prevén mecanismos
gubernamentales para su resolución en el corto plazo. Estos aspectos han limitado las
posibilidades de gestión y planificación del desarrollo en diversas zonas del país. En esta
medida analizar aquellos contextos sociales e históricos del conflicto posibilitaría
reconocer las potencialidades de los actores locales y sus acciones colectivas como una
alternativa emergente de las formas desarrollo.
Por esta razón la reflexión sobre las formas de articulación y de interacción histórica
y cultural de los pobladores en los territorios, podrá permitir considerar cada uno de los
vínculos sociales que se dan entre adversarios y que debe procurarse mediante la
comunicación y la negociación permanente.
Por tanto el desarrollo de esta premisa valorativa sugiere un énfasis en la
reproducción Histórico Cultura del Territorio el cual debe incluir para su aplicación las
siguientes consideraciones:
- Incorporar los estudios de la historia de los asentamientos, sus prácticas
productivas y sus lógicas de adaptación e inserción al territorial.
- Razonamiento del papel de la historia, la cultura y la política, como fuerzas que
coexisten simultáneamente en la constitución del territorio.
- Exploración del territorio como un escenario en movimiento permanente, lo cual
implica asumirlo como ámbito de negociaciones cotidianas que logra estadios de
consistencia y momentos de estabilidad, observables e identificables, y otros de franca
confrontación, indefinición y caos.
- Mostrar que el discurso de la etnicidad es, parte, auto realizador y que esta auto
realización le da un fuerte contenido ideológico que está acompañado de cierta eficiencia
política.
- Legitimación de los discursos locales para la generación de espacios auto
referenciales.

121
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

3.4 La valoración ambiental.


En la actualidad la necesidad de incluir la dimensión ambiental en el ámbito
territorial del desarrollo se ha convertido en una práctica indispensable. El nuevo paradigma
del desarrollo busca superar las concepciones antropocéntricas de un crecimiento ilimitado,
basado en una posibilidad infinita de recursos naturales, tendencia que es superada de
forma determinante por una visión en la que se toma en cuenta las complejas
interrelaciones entre la actividad humana y su entorno natural. Es así como, siguiendo a
Moncayo (2004) el concepto de desarrollo sostenible que combina el mejoramiento
cualitativo de los niveles de bienestar sociales en el largo plazo con el mejoramiento
adecuado de los recursos biofísicos y geoquímicos del planeta, se esta imponiendo tanto en
el plano teórico como en el operativo.
Es así como de la preocupación sobre el impacto negativo de la actividad económica
sobre el ecosistema se pasó a una consideración explicita de los costos de los recursos
biofísicos o capital natural hasta llegar a una concepción compleja que plantea un modelo
abierto de las relaciones termodinámicas entre la economía y los recursos biofísicos y el
ecosistema.
En efecto, el acento sustancial de esta nueva concepción planeta las preocupación en
cuanto al uso y conservación de los recursos naturales y que estos, por tanto, están
localizados territorialmente, lo cual hace que dentro del enfoque del desarrollo sostenible se
agregue la dimensión ecológica como un factor clave dentro del concepto de endogeneidad
del desarrollo. En este orden de ideas, la sostenibilidad de un territorio estaría dada, por un
lado, por la garantía del suministro de recursos naturales y del flujo de servicios
ambientales esenciales para la supervisión de la comunidad y, por otro lado, por el
adecuado aprovechamiento económico de dichos recursos.
El impacto de esta nueva corriente conceptual ha venido evolucionando
gradualmente y se ha comenzado a integrar en las formas de planificar y administrar la
protección y el aprovechamiento del capital natural bajo el surgimiento del enfoque
biorregional21.
En síntesis este enfoque procura asumir el territorio a partir de su capital natural,
aspecto desde el cual los recursos naturales requieren de la concreción de situaciones
deseables para los grupos humanos. Es decir, retomando a González (1996), el enfoque de

21 Para el Instituto de Recursos Mundiales (WRI), la Unión Internacional para la Conservación de la Naturaleza (UICN) y el
Programa de Naciones Unidas para el Medio Ambiente (PNUMA), la biorregión es: “Un territorio de agua y suelos cuyos límites
son definidos por los límites geográficos de comunidades humanas y sistemas ecológicos. Tal área debe ser suficientemente
amplia para mantener la integralidad de las comunidades biológicas, hábitat y ecosistemas de la región; sostener procesos
ecológicos esenciales, tales como los ciclos de nutrientes y residuos, migración y flujos; satisfacer los requerimientos del territorio
para especies calves; e incluir las comunidades humanas en el manejo, uso y comprensión de los recursos biológicos Ver
Guimaraes P Roberto. (2001) Fundamentos territoriales y biorregionales de la planificación. CEPAL. Naciones Unidas. División
del Medio Ambiente y Asentamientos Humanos. Santiago de Chile. Pág. 23. Otro análisis referente a la temática puede
encontrase en McGinnis Michael Vincent: Bioregionalism. Routledge Eds. London. Chap. 1. 1999.

122
MANUEL PÉREZ MARTÍNEZ

este tipo de desarrollo debe partir de la conformación de un sistema social de interacciones


con el sistema biofísico, a partir del cual se logre maximizar su potencial productivo y
reproductivo inmanente22; lo cual lleva consigo, desde el punto de vista ecosistémico, el
objetivo de la conservación y que a la vez, desde el punto de vista productivo, satisfaga las
necesidades de la población. Desde esta perspectiva se aumentaría la producción del
territorio, como resultado del aprovechamiento de los recursos naturales, las posibilidades
económicas, las condiciones tecnológicas y las aspiraciones de la población sobre un
espacio geográfico determinado.
Por tanto el desarrollo de esta premisa valorativa sugiere un énfasis en la relación
entre ambiente y territorio la cual debe partir de las siguientes consideraciones:
- Comprensión y resolución de los conflictos y potencialidades de recursos básicos:
agua, suelos y cobertura vegetal.
- Determinación del uso y potencialidad de áreas de riesgo ecológico.
- Análisis integrado de factores formadores y procesos ecológicos relacionados con
la diversidad y configuración ecosistemita y la oferta ambiental del territorio con énfasis en
bienes y servicios ambientales.
- Estudio de las causas y condicionantes respecto a la problemática ambiental a
diferentes escalas territoriales, y su relación con el papel y dinámica de los actores sociales.
- Análisis para el diseño de procesos de planificación y ordenamiento territorial en el
marco de criterios de conservación y manejo sostenible, como respuesta preventiva y de
mitigación o solución a la problemática ambiental existente.
- Priorización del aprovechamiento territorial de los recursos naturales, sus
posibilidades económicas, las condiciones tecnológicas y las aspiraciones de la población
sobre dicho espacio geográfico.

4.- REFLEXIONES FINALES.


En consideración con la situación territorial actual en Colombia, podemos afirmar
que su ordenamiento orgánico no existe y lo más grave es que aún no se tenga claro el
acuerdo social que defina de una forma lógica y armónica la relación entre el espacio
habitado y la estructura político administrativa para el fomento de su desarrollo en materia
económica, ambiental, política y cultural. Con lo cual se podría definir la modernización de
la administración local, la planificación financiera y fiscal, la planeación de los municipios,
distritos y áreas metropolitanas, en armonía con su evolución histórica y de conformidad
con la identidad cultural de sus pobladores.

22 Ver González L de G Francisco. (1996) Reflexiones acerca de la relación entre los conceptos: ecosistema, cultura y desarrollo.
Ambiente y Desarrollo. Ensayos. Instituto de estudios ambientales para el desarrollo - IDEADE - Pontificia Universidad Javeriana.
Bogotá
123
PREMISAS VALORATIVAS Y LINEAMIENTOS TEMÁTICOS PARA LA INTERVENCIÓN PÚBLICA DEL
ORDENAMIENTO TERRITORIAL EN COLOMBIA:
UNA REFLEXIÓN EN MEDIO DE LA CRISIS, EL CONFLICTO Y EL DESARROLLO.

Consideramos que la base real de un efectivo ordenamiento territorial debe asumir


una clara posición frente al enfoque convencional del desarrollo y debe hacer coincidir las
funciones y ámbitos del medio rural y del medio ambiente, haciendo de éstos, las fuentes
primordiales y metas necesarias para la sostenibilidad del territorio. Siguiendo lo estudios
que sobre este tema se han desarrollado, esta perspectiva incorporaría marcos funcionales
de crecimiento y efectivos espacios de articulación entre el medio ambiente, los espacios
rurales y las dinámicas urbanas. 23 En este sentido, se requerirá de la implementación de un
sistema jerarquizado de planificación en el que la planificación urbanística, ambiental y
rural se vincule con la planificación del territorio, tanto de forma horizontal como vertical,
de modo que prevalezca la gestión integral y el entendimiento de toda la organización del
territorio. Lo cual requerirá de un compromiso determinado por la participación social y la
concertación, como formas de hacer de la ordenación del territorio un proceso de
construcción colectiva para su uso y ocupación.
En síntesis los aspectos aquí señalados constituyen un eje de reflexión para las
políticas públicas de ordenamiento territorial en países que como Colombia procuran su
desarrollo en medio de la crisis y se plantean, como ruta de orientación, el diseño de
mecanismos que produzcan territorios socialmente construidos, ya que la visión de
“ordenar la casa desde arriba” ha demostrado un matiz generador de desigualdades e
injusticias sobre sus pobladores y territorios.

23 Sobre este aspecto puede consultarse: Pérez Edelmira (2001) Hacia una nueva visión de lo rural. En ¿Una nueva ruralidad en
América Latina?. Norma Giarracca (comp.) Buenos Aires: CLACSO. Pagina 42. Otros recientes estudios que corroboran esta
nueva concepción pueden encontrase en: P. Bonnal, P.M Bosc, Díaz, B Losch (2004) Multifuncionalidad de la agricultura y nueva
ruralidad: ¿Reestructuración de las políticas públicas a la hora de la globalización?; Sumpsi José (2004) Estrategias y políticas de
desarrollo rural en la Unión Europea. Llambí Luis (2004) Nueva ruralidad, multifuncionalidad de los espacios rurales y desarrollo
local endógeno. Rodríguez G, Román (2004) la organización político – administrativa de los espacios rurales como factor de
desarrollo territorial. En Pérez Edelmira y Farah María Adelaida (2004) Desarrollo Rural y Nueva Ruralidad en América Latina y
la Unión Europea. Centro de Cooperación internacional en Investigación Agronómica para el Desarrollo CIRAD. Pontifica
Universidad Javeriana. Departamento de Desarrollo Rural y Regional. Maestría en Desarrollo Rural Facultad de Estudios
Ambientales y Rurales; Linck Thierry (2001) El campo en la ciudad: reflexiones en torno a las ruralidades emergentes, Echeverri
Rafael (2001). La Nueva Ruralidad; Díaz Gacitúa Miguel (2001) El desarrollo Rural y el medio ambiente en las últimas dos
décadas; dos pasos atrás y uno adelante. En Memorias Seminario Internacional. La Nueva Ruralidad en América Latina. Maestría
en Desarrollo Rural 20 años. Tomo I. Pontifica Universidad Javeriana. Departamento de Desarrollo Rural y Regional. Maestría en
Desarrollo Rural Facultad de Estudios Ambientales y Rurales.

124
II. ECOLOGÍA, DESARROLLO ECONÓMICO Y
CONSERVACIÓN AMBIENTAL
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE
PARADIGMA PARA UN DESARROLLO SOSTENIBLE.

DR. D. LUIS JIMÉNEZ HERRERO.


Profesor de Desarrollo Sostenible y Economía Ecológica de Ciencias Económicas y del
I.U.C.A. – U.C.M.

1.- INTRODUCCIÓN.
Hace bastante tiempo que la Economía se enfrenta a un cambio de paradigma ante
las evidentes insuficiencias para encarar los importantes problemas ambientales y sociales
generados por la actividad económica de una civilización industrial que ha venido
ignorando los límites al crecimiento.
Efectivamente, desde principios de los años setenta del siglo pasado son bien
contundentes las críticas al modelo científico dominante en el ámbito económico. Pero, más
aún, ahora ante los efectos de un cambio ambiental global inducido por grandes fuerzas
motrices humanas, entre las que destaca la expansión de una economía envuelta en la
presente ola de la globalización, se acentúa la visión crítica del modelo económico
convencional ante su incapacidad para afrontar los riesgos mundiales derivados de las
disparidades sociales y los desequilibrios ecológicos.
Ante esta situación de cambio planetario, se vislumbra una reacción estratégica que
se entronca en el nuevo marco del desarrollo sostenible. Un estilo de desarrollo humano
que debe ser ambientalmente sano, socialmente justo, económicamente viable, éticamente
responsable y aplicable desde la escala local a la global.
Bajo esta perspectiva, se insiste, por un lado, en la necesidad de reconducir las
estructuras económicas de la producción, el consumo y la distribución por sendas
sostenibles y equitativas, con menos retórica y mayor realismo, al tiempo que se reclama
una racionalización de las teorías económicas para ajustarlas también a la lógica del sistema
planetario. Conseguir que la actividad económica sea más eficiente, equitativa y sostenible
implica cambiar el “sentido” de la sociedad industrial para engranar definitivamente la
economía mundial con la ecología global y, de esta manera, poder trasformar el
“metabolismo” del sistema económico y llegar a la integración de los factores ambientales
y los principios de sostenibilidad en la toma de decisiones.
En esta línea, por otra parte, se requiere repensar lo económico en clave de
sostenibilidad, lo cual pasa por concebir la economía como un subsistema abierto al medio
ambiente dentro del ecosistema global, donde la producción de “bienes” (productos y

127
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

servicios) lleva aparejada la generación de “males” (degradación de recursos naturales y


contaminación), y donde la lógica económica debe ajustarse a la lógica de la biosfera.
De esta manera, el nuevo enfoque económico se plantea como un cambio de modelo
en el nuevo paradigma del desarrollo sostenible.

2.- ANTE NUEVOS PARADIGMAS PARA LA SOSTENIBILIDAD DEL SISTEMA


GLOBAL.
Ante la cosmovisión del sistema global se están reconsiderando las complejas
causas y efectos del permanente proceso interactivo entre los sistemas ambientales y los
sistemas humanos.
Pero es un proceso que sólo será viable y perdurable en la medida que se produzca
la integración coevolutiva entre medio ambiente y desarrollo (Desarrollo Sostenible), y
entre economía y ecología (Economía Ecológica).
Y, con esta percepción, de hecho, tanto en el ámbito del desarrollo como en el de la
economía se perciben claros vientos de cambio en sus clásicos paradigmas sobre las bases
de la dinámica global y bajo el común denominador de la sostenibilidad (Jiménez Herrero,
1996).
De esta manera, se perfila una transición hacia nuevos modelos alternativos de
desarrollo que sean más sostenibles frente a los modelos convencionales - propios de la
civilización industrial - que se han mostrado ecológicamente depredadores, socialmente
injustos y económicamente inviables a largo plazo, es decir, claramente insostenibles.
La ciencia y la conciencia que amparan el pensamiento económico dominante
vienen manteniendo una visión fragmentada de la realidad y su método es poco consistente
para tratar las realidades complejas de los sistemas vivientes conjuntamente con las
realidades socioeconómicas. Ninguna disciplina por sí misma tiene capacidad para abordar
la complejidad de la integración de los sistemas con un sentido holístico. Por ello, resurgen
complicidades científicas para aunar conocimientos y entretejer enfoques metodológicos
inter y transdisciplinares a fin de tratar los múltiples aspectos que atañen tanto a la
sostenibilidad del sistema global, como a la del sistema socioeconómico que forma parte de
aquél y con el que mantiene una dependencia biofísica insoslayable.
Para llegar a establecer un cambio paradigmático en la esfera de la economía, habría
que partir de una premisa inicial, poco discutible, tal como es la realidad de un sistema
global finito que tiene una capacidad limitada para soportar la carga de los habitantes y
mantener una economía creciente para satisfacer sus necesidades.
En tal sentido, las consideraciones sobre las posibilidades de mantener el
crecimiento económico y el establecimiento del tamaño o escala del sistema
socioeconómico acorde a las leyes de la naturaleza y la termodinámica son los puntos de

128
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

partida para analizar los cambios de paradigmas en el marco de la sostenibilidad del


desarrollo.
2.1 Del crecimiento a la sostenibilidad: el cambio paradigmático del
“desarrrollo sostenible”.
Una de las cuestiones más relevantes del nuevo planteamiento de la sostenibilidad
del desarrollo es la reconsideración de la sacrosanta idea del crecimiento económico,
convertida en la ideología de la “crecimanía” que ha dominado la escena de la teoría y
política económica en los últimos decenios.
El subsistema económico ya se ha apropiado del 40% de la Producción Bruta de la
Naturaleza creada a través de la fotosíntesis (Vitouseck, et al, 1986). Pero, en ningún caso,
este subsistema podría crecer más allá de los límites del sistema planetario, porque nunca
llegaría a poder incorporar el 100% de la producción natural. Lo cierto es que el
crecimiento económico indefinido es insostenible dentro del sistema cerrado Tierra. Y las
pretensiones de garantizar una vida saludable para los 6.400 millones de habitantes que
actualmente pueblan la Tierra se convierte en el gran interrogante cuando se confirma que
la “huella ecológica”de la humanidad ya sobrepasa los límites biofísicos del sistema global.
Eso sí, esa pretendida imposibilidad se presupone en tanto se mantengan inalteradas las
actuales estructuras económicas y políticas internacionales y sin plantear un sistema
alternativo a la economía globalizada. Actualmente, la demanda mundial excede la
capacidad regenerativa del planeta en un 20 por ciento, aproximadamente, y se necesitarían
varios planetas para renovar los recursos tan rápidamente como se están consumiendo si los
estándares de vida fueran replicados para todo el mundo, y esta necesidad de “más
planetas” aumentaría drásticamente si se quisiera disfrutar globalmente de un nivel de vida
similar al de un europeo medio (WWF, 2004), según se refleja en la Figura 1.
Ciertamente, las consideraciones sobre el crecimiento económico, desarrollo y
medio ambiente han cambiado profundamente en los últimos años. En la década de los 60’s
la expansión económica era un objetivo primordial sin importar demasiado los efectos
negativos asociados, aparentemente contrarrestados por los beneficios conseguidos. El
crecimiento material era sinónimo de desarrollo, progreso e incluso bienestar. Un
crecimiento económico “sostenido”, entendido como un simple mantenimiento de los
incrementos en el Producto Nacional Bruto, era concebido en sí mismo como necesario y
casi suficiente para proporcionar los aumentos de bienestar requeridos por una población
mundial en aumento y la necesidad de recomponer la economía mundial. Y su mayor valor
residía en que fuera rápido y continuo. Con más crecimiento también se podían resolver los
problemas y efectos de “rebosamiento” que generaba el propio crecimiento. Y así se
llegaba a identificar crecimiento con desarrollo, relegando a un segundo plano las
transformaciones estructurales o los aspectos cualitativos y de democratización del poder
que este último concepto conlleva.
En los años 70’s, la consideración de los “costes” del crecimiento, los efectos
externos, especialmente los relacionados con la degradación del medio ambiente, y la voz

129
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

de alarma sobre los límites ecológicos para la expansión económica, introdujeron un nuevo
planteamiento del desarrollo humano (Conferencia de Naciones Unidas sobre Medio
Humano, Estocolmo, 1972) y las relaciones internacionales con la pretensión de establecer
un Nuevo Orden Económico Internacional, que los países en desarrollo venían reclamando
hacía tiempo.
En el decenio de los ochenta, se empieza a tener en cuenta que el crecimiento
económico tiene que ser “sostenible” (no simplemente sostenido) de tal manera que se
puedan mantener de forma perdurable la base de los recursos naturales y ambientales sobre
los que descansan los procesos socioeconómicos. Un crecimiento económico saludable es
imposible si no se permite un desarrollo social ambientalmente sostenible. Se llega más
allá, posteriormente, ampliando estas consideraciones en los años noventa (Conferencia de
Naciones Unidas sobre Medio Ambiente y Desarrollo, Río de Janeiro, 1992), hasta
concebir la ineludible necesidad de considerar el medio ambiente y el desarrollo como un
binomio indisoluble y de integrar ambos conceptos plenamente en la forma de decisiones a
todos los niveles. Del resultado de esta integración surge el concepto de desarrollo
sostenible, como una síntesis conceptual que proclama un nuevo estilo de vida con formas
de producción, consumo, distribución más racionales en términos ecológicos, económicos y
sociales.
En los inicio del siglo XXI, se da un gran salto desde el debate conceptual al ámbito
estratégico para establecer una alianza mundial en favor del desarrollo y el medio ambiente
a nivel mundial, incluyendo nuevos Acuerdos Internacionales que buscan la ejecución de
compromisos, orientaciones y planes de acción para la “gobernabilidad planetaria”
(Conferencia de Naciones Unidas sobre Desarrollo Sostenible, Johannesburgo, 2002). Así,
el concepto de desarrollo sostenible se consolida y arrincona definitivamente la equívoca
identificación del crecimiento con el desarrollo o el bienestar, a la vez que se amplían y
refuerza con esquemas operativos en base a una Economía Ecológica que busca la plena
integración de los procesos económicos y ecológicos con criterios de eficiencia y equidad,
en lugar de una simple incorporación del “factor ambiental” al mercado, tal como postula el
paradigma de la economía clásica.
A todas luces, pues, es necesario adoptar definitivamente un enfoque integral del
desarrollo. Enfoque que, por supuesto, parte de una visión global del problema, pero que
debe reconocer sistemáticamente las diferencias y particularidades de cada región,
población o entorno ecológico. Con ello, se vislumbra la necesidad de un cambio
paradigmático de los enfoques económicos y teorías del desarrollo ortodoxos, en la medida
que afloran nuevos problemas a los que los viejos paradigmas dominantes con sus
instrumentos no pueden dar una respuesta satisfactoria. Así, las cuestiones del bienestar
humano de las actuales y futuras generaciones en relación con el uso racional de los
recursos naturales, el mantenimiento de la calidad ambiental y la conservación de la
biodiversidad, e convierta en el nuevo eje de referencia basado en la noción de
sostenibilidad integral (ecológica, económica y social) del desarrollo.

130
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

Bien es verdad que la sostenibilidad, concebida de esta forma, es la premisa básica


del desarrollo sostenible global. Pero no lo es todo. Podríamos pensar en procesos
sostenibles de producción o de uso de los recursos naturales sin que necesariamente las
condiciones y calidad de vida del presente y del futuro fueran las más deseables en
términos de bienestar para toda la población humana (Pearce, et al. , 1993). El mal uso y
abuso de las nociones de sostenibilidad, aplicadas al desarrollo, ha propiciado, incluso, que
se presuponga que aquello que es racionalmente deseable también es posible y, más aún,
que todo lo que es posible sea en sí mismo deseable (Daly, 1991). La sostenibilidad, en
consecuencia, no puede convertirse en un fundamento absoluto sino en un principio
específico que permita conseguir una determinada opción social cuyo fin último es definir
aquello que realmente se quiere hacer sostenible.
En último término, el desarrollo sostenible, más que un modelo definido o un estado
ideal, se presenta como un proceso de cambio y transición hacia nuevas formas de producir,
consumir y distribuir. Pero también hacia nuevas formas de ser, estar y conocer. Un
proceso dinámico abierto a las innovaciones, adaptativo a las transformaciones
estructurales, potenciador del ingenio humano y comprometido con la evolución de la vida:
En definitiva, un “marco de referencia” para afianzar nuestra esperanza en un futuro común
ecológicamente armónico, económicamente racional, socialmente equitativo y, sobre todo,
un referente necesario para impulsar nuestra fe en la propia vida (Jiménez Herrero, 2000).
Como reacción al cambio global, la aceptación de nuevos paradigmas del desarrollo
y de la economía va calando progresivamente en todos los campos para definir con mayor
precisión cómo hay que plantear los problemas y, en paralelo, dónde buscar sus
soluciones.
Los cambios de paradigmas siempre son procesos complejos y convulsos porque,
según Kuhn (1967), finalmente es la aparición de una “ciencia extraordinaria” lo que
permite modificar las ideas y conceptos prevalecientes de los antiguos paradigmas y aportar
soluciones a nuevos problemas, con nuevos instrumentos.
Sea como fuere, se producen ahora nuevos planteamientos científicos que vienen a
conformar cambios paradigmáticos sobre los conceptos de globalidad y sostenibilidad. Son
cambios que tienen una especial incidencia en la mayoría de los ámbitos científicos, pero
en particular en las teorías económicas y del desarrollo. En la esfera de la economía es algo
más que una simple reforma del modelo económico vigente. Se trata de lograr una profunda
transformación de la organización social y de la actividad económica con pautas eficientes,
equitativas y sostenibles.
2.2 El sistema económico como un subsistema abierto, coherente con la lógica
de la biosfera y en transición hacia la coevolución.
Una idea básica para plantear un cambio paradigmático en la economía es concebir
el sistema económico como un subsistema del ecosistema global. La “maquina económica”
es, por tanto, un “sistema abierto” que mantiene intercambios de materia, energía e

131
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

información con el medio ambiente, y está, por tanto, sujeto a las leyes de funcionamiento
de la naturaleza, a las cuales debe ajustarse para progresar en coevolución con la biosfera.
Bajo estas premisas, los fundamentos del análisis económico tendrían que
replantearse desde sus cimientos en términos de relaciones globales entre sistemas
interdependientes, pero reconociendo que el subsistema económico funciona en el seno de
la sociedad y dentro del ecosistema global. Un subsistema que, en definitiva, depende
también de otros factores extraeconómicos y que su propio desarrollo se sustenta sobre un
“capital natural”, cuyas leyes de funcionamiento (energéticas, físicas, ecológicas) se
manifiestan con prioridad sobre las leyes económicas delimitadas por el mercado.
En este proceso de cambio y transición, para hacer viable la sostenibilidad de
desarrollo, tanto el tamaño de la población como la escala de la economía mundial tienen
que ajustarse a la capacidad del ecosistema global. Por un lado, el crecimiento de los
habitantes del planeta asociado a sus particulares estilos de vida y consumo, (opulencia en
los países ricos y miseria en los países pobres), tiene unos claros límites dentro de un
sistema cerrado como es la Tierra. Por otra parte, el crecimiento económico también se
enfrenta a límites ecológicos y la economía productiva tiene que utilizar el medio ambiente
como base de actividades, fuente de recursos y sumidero de residuos de acuerdo con sus
para todo el mundo para renovar los recursos tan rápidamente como se están consumiendo
capacidades de soporte, autoregeneración y autodepuración.
La definición de la “escala óptima” de la economía en relación con la ecología
global es un objetivo prioritario para la economía del desarrollo sostenible o economía
ecológica (Daly 1990 a; 1991). La actividad económica no puede alterar el equilibrio y la
integridad de los ecosistemas ni sobrepasar su capacidad de carga si se quiere garantizar la
evolución cultural y el desarrollo humano de forma sostenible a largo plazo. A estos fines,
la teoría económica debe superar sus planteamientos de eficiencia a corto plazo y adoptar
una visión a largo plazo en consonancia con la dinámica evolutiva de la biosfera.
Bajo estas consideraciones anteriores, probablemente, podemos presuponer un
nuevo paradigma de la ciencia de la Economía al considerar que la “máquina” económica
es un subsistema “abierto” al medio ambiente que está sujeto a las leyes de la naturaleza y
de la Termodinámica..
La Primera Ley de la Termodinámica, asegura que la materia y la energía
permanecen constantes, ni se crean ni se destruyen, sólo se transforman. De aquí, que los
recursos naturales extraídos del medio ambiente se conviertan indefectiblemente en
residuos y calor, por lo que la producción de “bienes” (económicos) lleva aparejada la
generación de “males” (contaminación). Y esta regla de la “producción conjunta” debería
considerarse como un elemento básico del análisis económico con nuevas consideraciones
entorno a los conceptos de los límites, la escasez, los desequilibrios, las necesidades y el
cambio global.
Por la Segunda Ley de la Termodinámica (Ley de la Entropía) sabemos que en los
sistemas cerrados la energía se degrada cualitativamente de una forma ordenada a una
132
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

desordenada (entrópica) hasta llegar a una forma de calor irrecuperable para realizar
trabajo positivo. Esto implica que los procesos económicos son irreversibles y que el
verdadero valor de los recursos reside en su alto grado de energía disponible o baja
entropía, y no tanto en un arbitrario precio de mercado (Georgescu- Roegen, 1971).
De esta forma, la termodinámica permite ampliar la visión económica neoclásica y
reconsiderar sus su concepción nmecanicista con otros fundamentos físicos basados en el
análisis energético y la “eco-energética”(Odum, 1971) y que dan paso a un nuevo cuerpo
teórico como la “termoeconomía” (Ayres, 1998).
Pero, tanto la concepción mecanicista como la concepción termodinámica del
mundo no son adecuadas para explicar la existencia de vida, su evolución y su tendencia a
la complejidad. La aparición de nuevos impulsos de cambios paradigmáticos con la teoría
termodinámica de los “sistemas abiertos”, continúa con nuevas aportaciones como la teoría
del “caos” y la teoría de la “complejidad”, las cuales permiten establecer esquemas de
funcionamiento de estos sistemas económicos lejos del equilibrio, defendiéndose de la
degradación entrópica por medio de “estructuras disipativas”, en terminología de Prigogine
(1974). Los sistemas abiertos y los organismos vivos separándose del equilibrio son
capaces de mantener un estado estable importando del exterior energía libre y almacenando
información (negentropía) para contrarrestar el aumento de entropía y lograr mayor
organización, creando orden del desorden, por fluctuación y por la acción de procesos
disipativos (Prigogine, 1983; 1997).
Si los sistemas económicos pueden comportarse como los organismos vivos, a modo
de sistemas abiertos, teóricamente están capacitados para luchar temporalmente contra la
corriente entrópica del desorden creciente adquiriendo negentropía del exterior y creando
estructuras organizativas.¿ Se podría aumentar la capacidad creadora de la sociedad por
medio de una economía que transformara el “metabolismo económico” incluyendo otros
criterios de distribución equitativa y justicia social que transcienden la simple lógica del
mercado?.
Los desajustes entre los sistemas humanos y los sistemas ambientales que, en su
conjunto, conforman el sistema global de la Tierra, se evidencian por los diferentes grados
de evolución de los sistemas ecológicos en relación al desarrollo de los sistemas
económicos. Resulta de especial relevancia la teoría de la “coevolución” para explicar
cómo las especies conviven en ecosistemas donde simultáneamente cambian las especies y
los mismos ecosistemas. Por eso, entender el proceso coevolutivo nos acerca a la
comprensión de la interconexión y cambios de los sistemas humanos y naturales (Noorgard,
1988), y con ello, podemos llegar a una mejor interpretación de la economía en el contexto
ecológico.
La dinámica evolutiva, sin embargo, de ambos es diferente porque su estructura y
funcionamiento responden a principios organizativos y a “lógicas” bien distintas. Resulta
obvio que los ecosistemas naturales y los sistemas económicos de producción (mercado) se
rigen por “normas” sustancialmente diferentes, especialmente en lo que refiere a las

133
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

relaciones entre los elementos de cada sistema y la disposición de energía, materia e


información, tanto en el tiempo como en el espacio. Los bienes y servicios producidos por
la economía pertenecen al conjunto de productos generados en la biosfera, por lo que las
leyes económicas de mercado no pueden estar por encima de las leyes de la naturaleza. Esto
supone que la lógica de lo económico debe entretejerse en la lógica de lo vivo, en la lógica
de la biosfera” (Passett, 1979), en un proceso de fertilización cruzada. Esto es, una doble
fertilización científica mediante la “ecologización de la economía” y la “economización de
la ecología”.
Así, la economía para ser sostenible, tendría que asumir la lógica del sistema global,
de las esferas de lo vivo, de lo físico y de lo social además de lo puramente económico.
Porque reconociendo la escasez intrínseca del sistema Tierra, la gestión de sus recursos
desde la simple óptica del mercado se plantea con una gran miopía. Un defecto de visión
que debe ser corregida por la óptica ecológica. La exclusión de los bienes y servicios de la
naturaleza no directamente mercantilizables, reproducibles o globales evidencia grandes
contradicciones con ignorancia ética y ausencia de racionalidad. El acercamiento científico
entre Economía y Ecología tiene que orientarse hacia un nuevo cuerpo teórico conceptual
que estudie la “economía natural” conjuntamente con la “economía política” para impulsar
una actividad económica ambientalmente saludable y perdurable (Constanza, 1991,
Martínez Alier, 1999).
La moderna actividad económica está insertada en un sistema global con finalidad
propia y con ciertas características "vitales" de permanencia y autocontrol, según la
"hipótesis” Gaia del profesor Lovelock (1992), la Tierra es un superorganismo “vivo” con
capacidad de autorregulación). Ahora bien, la capacidad intrínseca del aparato económico
par autoorganizarse y coevolucionar con el sistema ecológico depende de que el
capitalismo imperante sepa adaptarse estratégicamente a las leyes ambientales y pueda
transformar el “metabolismo económico”, incluyendo otros criterios de distribución
equitativa y justicia social que transcienden la simple lógica del mercado.

3.- APROXIMACIÓN DE LA ECONOMÍA A LA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL Y


LA SOSTENIBILIDAD.
La necesidad de reconciliar el estudio de los procesos económicos conjuntamente
con los procesos ecológicos y encontrar nuevas formas de gestión integrada de los mismos,
es el argumento principal del actual debate sobre el papel de la economía en el marco de la
sostenibilidad del desarrollo.
El modelo económico predominante, inspirado en el pensamiento neoclásico,
mantiene una visión excesivamente mecanicista y reduccionista, a la vez que sigue
artificialmente encapsulado en el mundo de los valores de cambio y sin reconocer su
dependencia intrínseca del medio ambiente.
Mas aún, la economía académica convencional sigue viviendo en su propio mundo
con un claro distanciamiento de la realidad y, especialmente, del sistema ambiental,
134
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

haciendo gala de un poder de abstracción encomiable sobre la base del comportamiento


racional-egoista del consumidor en un mercado también abstracto, a lo que hay que sumar
el empeño de alcanzar el grado de universalidad concedido a las ciencias físicas y
matemáticas y la elegancia formal de sus modelos, marginando el realismo a favor del
razonamiento conceptual.
3.1 Algunas reflexiones críticas previas... “supongamos”...
A estas altura del debate parece suficientemente demostrado que el análisis del
sistema económico requiere otras formas de interpretación más adecuadas para, como dice
Naredo, “registrar y gestionar la interacción del proceso económico con el mundo físico en
el que se inserta. Ampliar así el objeto de estudio más allá del campo de lo apropiable,
valorable y productible”... “considerar la existencia de los recursos naturales y ambientales,
antes de que hayan sido valorados, mediante la producción, y a seguir su existencia física
posterior, en forma de residuos, cuando su valor se ha consumido” (Naredo, 2002: 40).
El actual modelo adoptado por la economía ortodoxa no refleja adecuadamente el
medio real en que vivimos, porque excluye una gran parte de nuestra realidad social y
ambiental. La teoría económica tradicional ha venido estudiando las relaciones de
producción, consumo y distribución en un contexto de mercado olvidando, un tanto, las
estructuras sociales y los procesos naturales. Para una gestión eficaz y también racional de
los recursos escasos de la biosfera -sabiendo que ésta es en sí misma escasa- la teoría
económica tiene que ajustarse a los imperativos socioambientales del mundo real, sin
escamotear la realidad y enfrentarse a los problemas en su totalidad, dinámica y
complejidad. En definitiva, una ciencia económica y una economía “de lo real” y que no
sólo sean parte del problema (Jiménez Herrero, 1982).
Quizá se utilizan demasiados supuestos simplificadores de la realidad por parte de la
teoría económica para encontrar equilibrios y óptimos de asignación de recursos en el
contexto paradigmático del mercado (ausencia de externalidades, transparencia,
condiciones competitivas, etc). Estas son cuestiones que no pueden subsanarse con la
utilización de un extenso aparato matemático-formal que ha asumido el análisis económico
desde su revolución “neoclásica-marginalista” para tratar de dar un mayor contenido y rigor
científico a esta disciplina. Una disciplina científica que sigue siendo también un “arte”, sin
perder tampoco parte de la esencia de aquella “filosofía social” que antaño fuera el sustrato
sobre el que se fraguó la Economía clásica.
Las críticas a la metodología del análisis neoclásico vigente son bien comprensibles
cuando proceden del mundo de las ciencias naturales, incluyendo las ciencias exactas.
Seguramente no les falta razón a estos científicos cuando critican determinados aspectos,
especialmente en el tema de las condiciones que se exigen para el cumplimiento de las
reglas en torno a un mercado (poco real) de competencia perfecta, información
transparente, ausencia de externalidades, “céteris páribus” y, sobre todo, de los “supuestos”.
Y enseguida se apresuran a resumir estas críticas poniendo de relieve planteamientos
paradójicos o incluso contándonos un chiste: el “chiste del economista”.... Estaban en una

135
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

isla desierta tres náufragos: un físico, un químico y un economista. Sólo disponían para
comer de un bote de alubias en conserva. Pero no tenían abrelatas ni otra herramienta
adecuada para abrir el bote. Cada uno propone su solución al problema dentro de la lógica y
racionalidad de su modelo científico. El físico dice, bueno.... si cogemos una piedra
puntiaguda y golpeamos con ella el bote, teniendo en cuenta el efecto de cizallamiento en la
penetración y.... No, no, contesta el economista, con su lógica, porque la piedra aplastaría
finalmente el bote y nos quedaríamos sin judías. Veamos la solución del químico. El
químico dice, bueno si con un cristal concentramos los rayos del sol en el bote, de acuerdo
con la ley de los gases, el efecto de calentamiento aumentará la presión interna del bote y...
. No, no, vuelve a replicar el defensor de la lógica económica; así el bote explotaría y
desparramarían las judías. Bueno, pues que proponga la solución el economista, dicen el
físico y el químico. Y este comienza respondiendo, bueno, bien...un momento...,
“supongamos que el bote está abierto....” (Jiménez Herrero, 1995).
Sin duda necesitamos una economía que forme parte de la solución y no sólo parte
del problema. Pero también precisamos una teoría que integre la asignación eficiente de los
recursos del medio ambiente con un uso racional y equitativo. Si la economía debe ser una
ciencia de lo “real”, también debe ser una ciencia de lo “vivo”, para lo que tiene que
despojarse, en primer lugar, del corsé mecanicista y reduccionista que sólo permite una
visión de una máquina sempiterna de producción-consumo con capacidad para crecer
ilimitadamente y que sólo necesita un sistema de mercado para regular eficientemente los
intercambios entre los agentes económicos, con independencia del medio ambiente.
La clave del cambio de visión, en primera instancia, es concebir lo económico en
términos de sistemas, reconocer las limitaciones del crecimiento material en el seno del
ecosistema global, aceptar la superioridad de las leyes ecológicas y termodinámicas sobre
las leyes del mercado y asumir, finalmente, los principios de la sostenibilidad del
desarrollo. Es una forma distinta de mirar las relaciones económicas con el entorno natural
viendo que el subsistema socioeconómico debe de integrarse en el sistema ecológico global
y que la economía forma parte del medio ambiente y no al revés como se ha contemplado
por la economía neoclásica.
Para mirar y ver de esta forma las interrelaciones económico-ecológicas necesitamos
concebir una nueva economía menos fragmentada científicamente y que asuma las
interdependencias, las relaciones no lineales, el holismo, la evolución y la complejidad del
mundo viviente donde se asienta la actividad económica. La concepción de una economía
integrada en la ecología, simbiótica y coevolutiva y con visión transdisciplinaria emerge
como un eje estructurante de los procesos de cambio y transformación hacia el desarrollo
sostenible.
3.2 Entre la “Economía Ambiental” y la “Economía Ecológica”. ¿”gato
blanco”..., “gato negro”...
Ahora bien, desde el campo de conocimiento de la economía no existe una visión
homogénea en su acercamiento a la problemática del medio ambiente y la sostenibilidad del

136
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

desarrollo. De hecho, actualmente existe un interesante debate acerca de las interrelaciones


económicas y ambientales que gira en torno a dos corrientes (más que subdisciplinas)
emergentes y que surgen de un proceso de aproximación (conceptual y operativa) entre
economía y ecología. Es un acercamiento progresivo que se produce a lo largo de las
últimas décadas y que se refuerza en la actualidad con pretensiones integradoras ante la
aceptación de un nuevo estilo de “desarrollo sostenible”.
Efectivamente, de tales tendencias integradoras aparece, en primer lugar, la
“Economía Ambiental” gestada a principios de los años setenta y, posteriormente, la
“Economía Ecológica” planteada a finales de los ochenta. Aparentemente, y sobre todo
para los no especialistas, esta discusión podría parecer un tanto inútil. ¿Economía
Ambiental...., Economía Ecológica?. Esto no recuerda aquello de “¿gato blanco...., gato
negro?. ¿Lo importante no es que cace ratones?”. Y seguro que lo más importante es que la
Economía con mayúsculas (como Ciencia) y la economía con minúscula (como actividad)
asuman (“cacen”) las reglas de evolución y funcionamiento de la naturaleza como
ecosistema global que alberga al sistema socioeconómico.
El reconocimiento de que la crisis global del ambiente se debe esencialmente al
“mal funcionamiento” del sistema socioeconómico con relación al entorno natural, es el
punto de partida de esta discusión. De acuerdo con ello, la cuestión fundamental es si es
suficiente una simple renovación o bien se necesita un cambio profundo del vigente
paradigma económico en el marco de la sostenibilidad del desarrollo.
La solución a la crisis global del medio ambiente pasa por engranar la economía
mundial con la ecología global para poner en marcha un proceso de desarrollo sostenible
limpio, justo y económicamente viable a largo plazo. Ahora bien, ¿cómo?. Desde luego es
la cuestión más difícil de responder. Porque somos mucho más conscientes de los procesos
insostenibles que de lo que tenemos que hacer sostenible. Pero, en cualquier caso, resulta
prioritario definir criterios operativos y, consecuentemente, explicitar el contenido de la
“economía de la sostenibilidad” y de sus instrumentos de acción.
En este sentido, nuestra idea de Economía del Desarrollo Sostenible está más
próxima a la todavía emergente noción de Economía Ecológica. Principalmente, porque
ésta última, en lugar de complementar los fundamentos de la economía de mercado con las
variables ambientales, trata de integrar la economía con la ecología en la toma de
decisiones a todos los niveles.
Una integración ineludible, porque no existe una economía viable sin tener
garantizada la sostenibilidad de la base de recursos y servicios del medio ambiente. Pero
tampoco es posible una gestión sostenible de los mismos sin racionalidad económica en la
asignación de la escasez de la biosfera.

137
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

4.- INTEGRACION ECONOMÍA - ECOLOGÍA EN MARCO DE LA


SOSTENIBILIDAD ¿ “ECONOLOGÍA” ?, ¿ “ECOLONOMÍA” ?.
La nueva economía de la sostenibilidad fundamentada en la ecología busca cómo
acoplar el subsistema económico al ecosistema global utilizando un pluralismo conceptual
y un enfoque transdisciplinar (Costanza, 1991). Llegar a una síntesis final para que la
economía y la ecología sirvan conjuntamente a la solución a los problemas de la interación
entre los sistemas humanos y los sistemas ambientales.
Emerge, así, un cambio de lógicas. Como ya hemos apuntado anteriormente, la
lógica de lo económico debe ajustarse a la lógica de la sostenibilidad en la biosfera. Y
bajo esa nueva racionalidad, permitir la “ecologización de la economía” y la
“economización de la ecología” para plantear nuevos sistemas de administración de la
“escasez global” y de los “bienes comunes globales”, así como de los ecosistemas y los
infravalorados servicios que éstos prestan a la humanidad.
Con esa hibridación científica entre economía y ecología en busca de su integración
operativa se incorporan nuevos mecanismos e instrumentos que trasciende el objetivo de lo
monetario y lo cuantitativo para aspirar a la supervivencia global de forma sostenible. La
escala de valores no puede quedar reducida a lo crematístico y a las reglas mercantiles, si
bien los precios y el mercado no pueden ser directamente excluidos del análisis y de las
decisiones.
Con todo ello, e independientemente de la posible denominación futura de este
nuevo híbrido económico-ecológico que a veces se ha explicitado con las denominaciones
de “Ecolonomía” o también “Econología”, se tienen que seguir abordando novedosos
esquemas de asignación de recursos con otra percepción diferente más sistémica y no
estrictamente basada en el sistema de mercado, sino enfocando el análisis en mayor medida
hacia la base biofísica e interdependiente de los procesos ecológicos y económicos.
Se puede reconsiderar, así, el papel del mercado y el mecanismo de precios con
nuevos criterios éticos intergeneracionales para una gestión del capital natural con un
cambio en la concepción económica de “valor” y anteponiendo, sobre todo, el análisis de
los flujos físicos de materia y energía que transmitan por el sistema económico.
4.1 El juego del mercado y los precios.
En los nuevos esquemas de gestión económica inspirados en la sostenibilidad
permanecen latentes varias cuestiones claves en torno al papel del mercado y de las fuerzas
dominantes. ¿Hasta qué punto es posible reinventar una economía ecológica (teoría y
actividad) para vertebrar un modelo de desarrollo sostenible sin trasformar radicalmente el
orden económico y social y los estilos de vida? ¿Ante el reforzamiento sistemático de la
ideología neoliberal que ampara el sistema de mercado, no estaremos ante una economía
ecológica mercantilmente mediatizada. ¿Economía ecológica, sí, pero de mercado?

138
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

Es lógico que cualquiera que pudiera ser la respuesta de la economía a las nuevas
realidades, se piense en los mecanismos de los precios. Sin embargo, tal como está
concebido el sistema económico de mercado, por sí mismo, no induce unas actividades y
conductas ambientalmente benignas porque el mercado no tiene insertado en su “código
genético” otras preferencias sociales, culturales o éticas, sino que está diseñado para
reproducirse sobre unas preferencias económicas guiadas por el “gen egoísta” del “homo
economicus”. Por eso, hay que encontrar instrumentos capaces, al menos, de dotar al
capitalismo de un “rostro humano y vital”, si bien, en cualquier caso, deben incluirse en el
sistema de precios mecanismos de corrección apropiados, ya que ninguna sociedad puede
permitirse tener sistemas de precios relativos erróneos sin poner en peligro la sostenibilidad
de su desarrollo.
Pero, aunque “los precios no deban mentir”, porque deben expresar la “verdad
ecológica” del valor del uso ambiental y su escasez, existen ciertos aspectos del sistema
ambiental (cambio climático, capa de ozono, pérdida de biodiversidad) que no se prestan a
ser cuantificados y valorados por los sistemas económicos. La lógica económica, en las
economías de mercado se ha concentrado en transacciones económicas al margen de
importantes aspectos físico-naturales. En consecuencia, determinados objetivos ambientales
de carácter esencial tendrán que estar definidos en mayor medida por los poderes públicos
que por el mercado.
Este último punto también contiene notables elementos de reflexión. Pretender
medir la inconmensurable o dar precio a lo inapreciable, aunque pueda tener sentido lógico-
económico (por la lógica económica convencional), puede dejar de tener sentido lógico-
racional. Sobre este aspecto, la Economía Ecológica ofrece una racionalidad
cualitativamente superior frente a la Economía Ambiental. Ambas, sin embargo, aunque en
diferente grado, reconocen la necesidad de renovación de los métodos de valoración de los
costes y beneficios asociados al medio ambiente, considerando aspectos de mejora
potencial, compensaciones sobre las preferencias nos sólo de los individuos de la
generación actual, sino también de las generaciones venideras.
Aún siendo conscientes de las limitaciones de la evaluación económica, si admitiera,
en última instancia, que los bienes y servicios ambientales están por encima de cualquier
sistema de valores económicos (precios), ¿no estaríamos corriendo el riesgo de renunciar a
la evaluación de la actividad económica?. En consecuencia, si se acepta la necesidad de la
valoración económica, entonces, ¿hay grandes diferencias entre el enfoque ambiental o
ecológico de la economía?, ¿Son tan diferentes el “gato blanco” y el “gato negro”, si ambos
dependen esencialmente del mecanismo de precios y del mercado?
De alguna manera, adentrarse en el diverso mundo de las “ciencias ambientales”
para compartir conocimientos y enfrentarse a relaciones entre sistemas humanos y
ambientales de por sí complejos, seguramente requiere un enfoque que cuestione el sistema
de mercado, porque éste, por sí mismo, no tiene capacidad propia para afrontar la
problemática ambiental e, incluso, puede resultar incongruente tratar de resolver los
problemas que él mismo crea.
139
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

Las diferencias entre el enfoque ambiental y ecológico en de la economía existen y


se manifiestan con evidencia en una serie de aspectos sustanciales, entre los cuales
destacaremos algunos de los más representativos en los apartados siguientes.
4.2 Más allá de las externalidades ambientale.
La nueva escuela de pensamiento económico-ecológico se plantea con una visión
más rica, profunda y radical que la defendida por el enfoque convencional de la Economía
Ambiental. Porque mientras que ésta fundamentalmente trata de reformar el paradigma
dominante del mercado incorporando determinadas variables ambientales con un enfoque
neoclásico de “internacionalización” de externalidades para subsanar los fallos del
mercado, como la contaminación y la degradación de los recursos naturales, aquella
pretende concebir una ciencia económica en términos de sistemas interdependientes para
que no se excluya una parte de la realidad social y ambiental y se pueda reflejar más
correctamente las relaciones económicas con el medio y el modo de vida .
En nuestra opinión, el verdadero carácter distintivo de la Economía Ecológica es que
va mucho más allá de las consideraciones sobre el control de las “externalidades
ambientales” dando un precio al medio ambiente y aplicando el Principio “Quien
Contamina Paga”, que básicamente ha sido el fundamento de la Economía Ambiental.
Ciertamente, con este enfoque se puede estudiar el problema de la degradación ambiental y
la contaminación como una “externalidad” que tiene solución en el contexto del mercado,
es decir buscando un “nivel óptimo de contaminación” (bastante diferente a un “óptimo
ecológico”), e internalizando estos efectos externos, vía precios, a través de instrumentos
económicos y mecanismos de mercado.
No obstante, la consideración de las contaminaciones globales, la pérdida del capital
natural, y la incapacidad de asignación de derechos de propiedad de los bienes ambientales
comunes, sugieren definitivamente un cambio radical en las teorías económicas del medio
ambiente. Al desconcierto sembrado en el dominio teórico -externalidades globalizadas,
uso insostenible de las fuentes de recursos y sumideros de residuos- hay que sumar una
considerable pérdida de credibilidad económica en la toma de decisiones.
Es bien sabido que las actividades económicas conducen a una degradación excesiva
del medio ambiente cuando existen intereses contrapuestos y la información y los
incentivos son inadecuados. Y cuando se trata de abordar los problemas que plantean un
mayor riesgo de insostenibilidad mundial, como es el caso del cambio climático, la teoría
de la internalización se debilita ante su incompetencia para acometer estas externalidades
globales y gestionar los llamados “bienes comunes globales”. Todo esto necesita de otros
métodos de gestión abordando novedosos esquemas de derechos y responsabilidades. En
este sentido, el cambio climático, por ser un fenómeno global, implica la necesidad de
contar con una fuerte cooperación internacional y el liderazgo de los países desarrollados
con criterios de precaución y también de solidadaridad intra e intergeneracional. La
finalidad es proporcionar opciones de gestión económica basadas en una alianza para el
futuro común que amplíen los sistemas de mercado y asignación de “cuotas de propiedad”

140
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

establecidos actualmente en mecanismos tales como los “Derechos de Emisión


Comercializables”, recientemente implantado actualmente en la U.E.
En resumen, los métodos económicos tradicionales basados en la “internalización de
las externalidades ambientales”, valoración de costes y beneficios, y en la corrección de los
fallos del mercado para la asignación eficiente de los bienes y recursos del medio ambiente,
se muestran insuficientes para dar una respuesta coherente e incitar al responsable político a
tomar decisiones apropiadas sobre los cambios planetarios, los procesos irreversibles y los
riesgos catastróficos.
Ante esa situación, por el contrario, la Economía Ecológica se sumerge en el
contexto físico de la actividad económica y trata de analizar, con instrumentos propios, los
impactos que ésta provoca en el entorno considerando los flujos de materia y energía, así
como la biodiversidad y la coevolución de los sistemas ambientales y humanos sin olvidar
los conflictos de la internalización de externalidades, la distribución y la equidad
intergeneracional.
Pese a todo, la utilidad del mercado no es desdeñable. De hecho, la internalización
de efectos externos ambientalmente negativos mediante instrumentos económicos y
fiscales/impuestos ecológicos), así como el uso de mecanismos de negociación mediante
creación de mercados, han supuesto notables avances en la gestión económica del medio
ambiente desde la perspectiva convencional del economía ambiental. Asimismo, la
valoración de activos ambientales ha progresado sustancialmente desde esta perspectiva
ampliando el análisis coste-beneficio con una panoplia de métodos valorativos que toman
como referencia mercados reales, subrogados o construidos (coste del viaje”, “precios
hedónicos”, “valor contingente”). Y bien es verdad que la Economía Ambiental puede
disponer de métodos aceptables, dentro del sistema de mercado, para abordar los problemas
ambientales relativamente localizados, valorables y reversibles. Pero, ante las cuestiones de
los límites ecológicos de la economía o de los fenómenos globalizados, inciertos,
inconmensurables e irreversibles, se requieren planteamientos con diferentes elementos de
lógica, de valoración y de racionalidad superiores al análisis económico mercantil.
En definitiva, hay que sopesar la gran dificultad o incluso la imposibilidad, en
muchos casos, de internalizar adecuadamente las externalidades ambientales e ir más allá
de la búsqueda de un “óptimo económico” de la degradación ambiental. Para enfrentarse a
la problemática ambiental y a la sostenibilidad todavía se requieren muchas acciones
sociales que vayan también mucho más allá de los instrumentos económicos. Es por eso,
aún existe un importante campo de acción para los movimientos ecologistas, incluyendo de
forma especial el “ecologismo de los pobres” en defensa tanto de la vida como de su
“medio de vida”, sabiendo, además, como dice Martínez Alier (1999), que en la actual
generación “los pobres venden barato”.

141
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

4.3 Principios operativos de una economía sostenible atendiendo a los flujos


físicos.
La Economía Ecológica, como instrumento estratégico para la transición hacia un
nuevo paradigma, se distinguiría sobre todo, por marcar los principios operativos del
desarrollo sostenible, especialmente marcando límites biofísicos para el uso sostenible de
los recursos y la gestión sostenible de los residuos, buscando equilibrios entre los flujos de
“entradas” y “salidas” de materia y energía, como ha sido inicialmente indicado por varios
autores (Daly, 1990b; Turner, 1991; Meadows, 1992. Ante todo, tiene que proporcionar
pautas racionales para el uso y gestión del medio ambiente en su doble calidad de fuente de
recursos y sumidero de residuos:
a) Una economía que no podría procesar los recursos vivos a una velocidad mayor
que la de su renovación (la tasa de uso de los recursos renovables no puede exceder a su
renovabilidad).
b) Un economía que no acabaría con los recursos agotables antes de encontrar
sustitutos duraderos (la tasa de uso no debe sobrepasar la tasa de sustitución por otros
recursos renovables)
c) Una economía que tampoco contaminaría más allá de capacidad de absorción
biológica de la naturaleza. (la actividad económica no puede generar residuos por encima
de la capacidad de carga de los ecosistemas).
Atendiendo a los flujos físicos habría que admitir, por tanto, la necesidad de una
nueva economía alternativa basada en la “eco-lógica” de la ecología global. Esta es la
orientación adoptada por la Economía Ecológica que ha de preocuparse, en primer lugar,
como señala Naredo, de la naturaleza física de los bienes a gestionar y la lógica de los
sistemas que los envuelven, considerando desde la escasez objetiva y la renovabilidad de
los recursos empleados, hasta la nocividad y el posible reciclaje de los residuos generados
(Naredo, 2002).
De esta forma, la Economía Ecológica supera los planteamientos convencionales
sobre el uso aislado de los recursos naturales y su asignación en aras del crecimiento
económico, porque centra mucho más su atención en el uso de los ecosistemas con fines
humanos pero no exclusivos, de tal forma que se puedan mantener su resiliencia,
funcionalidad e integridad de acuerdo con los principios del desarrollo sostenible.
Pero además de la consideración de los flujos físicos, hace falta incluir otros
principios para gestionar equitativamente el futuro con una nueva idea del contrato social
intergeneracional para una sociedad con aversión a la incertidumbre. De aquí, la
importancia de integrar el “principio de precaución”, ante la vulnerabilidad del cambio
global, la baja sustituibilidad del capital natural o la imposibilidad de internalización de
externalidades para la salvaguarda de "capitales críticos" (insustituibles y no compensables)
y la consecución de "niveles mínimos de seguridad” (buscando un equilibrio entre las
preferencias morales y el libre uso de los sistemas ambientales), o bien la definición de
142
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

“ umbrales de coexistencia racional” entre actividades económicas y servicios


ambientales mediante la “ aplicación de un “ principio de copropiedad" entre las
generaciones presentes y las futuras.
Por otra parte, la Economía Ecológica alienta un proceso de transformación
estructural de la actividad económica mediante un cambio del metabolismo del aparato
productivo. En efecto el “aparato digestivo” del actual sistema económico presenta claras
disfuncionalidades ambientales en relación al procesado de las entradas y salidas de materia
y energía. En esta línea, actualmente están en auge relevantes teorías sobre el “metabolismo
industrial” (Ayres, 1989; Simonis, 1989) y el “metabolismo urbano” orientados por un
enfoque ecosistémico donde los procesos de la producción industrial y de la vida de las
ciudades se quieren asemejar a sistemas vivos que procesan materia, energía e información
para mantener sus funciones vitales.
Esta reestructuración económica se define en base a criterios de “eco-eficiencia”,
para producir más y mejor con menos recursos materiales y energéticos y generando, a la
vez, menos contaminación, dado que los actuales sistemas de producción son muy
derrochadores e ineficientes en términos económico-ecológicos, o lo que es lo mismo, una
productividad muy baja en el uso de energía y materiales. Con la revolución de la
ecoeficiencia se puede actualmenete duplicar la satisfacción de las necesidades humanas
reduciendo a la mitad el consumo de recursos naturales (“factor cuatro”) (Weiszäcker,
1997). Todo ello, se plantea con el objetivo de reconstruir y reinsertar armoniosamente el
sistema socioeconómico en los sistemas naturales, lo cual pasa necesariamente por
implantar procesos de “desmaterialización” y “desenergización” y “descarbonización de los
insostenibles modos de producción y consumo vigentes.
La idea de imitar la “economía natural” de los ecosistemas por parte de la economía
se está ampliando actualmente con el concepto de biomímesis, esto es, imitar la naturaleza a
la hora de reconstruir los sistemas productivos humanos, con el fin de hacerlos compatibles
con la biosfera (Benyus, 1997; Riechmann, 2003). En esta misma dirección, apuntan los
planteamientos basados en el análisis del ciclo de vida de los productos y la producción en
ciclos cerrados, minimizando lo residuos, de acuerdo con los nuevos modelos propugnados
por la Ecología Industrial que, en definitiva, trata de imitar el funcionamiento de los
sistemas ecológicos. De este modo, un ecosistema industrial estaría formado por complejas
“redes de alimentos” que posibilitarían que tanto los productos utilizados como los residuos
fluyeran a través de un sistema multidimensional de reciclado y aprovechamiento posterior
(Frosh, 1993; Graedel, 1995). No es totalmente posible producir sin residuos pero sí hacerlo
sin contaminación, es decir, sin residuos no asimilables por la naturaleza y dañinos para los
seres vivos. En este sentido, si lo que se produce debe ser reintegrable al ciclo económico
habría que tender al abandono de sustancias peligrosas (no biodegradables), alejarse de los
productos sintéticos, y reducir la complejidad de bienes (Riechman y Fernández Buey,
1996)

143
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

4.4 Compromisos político- sociales y equidad.


Las cuestiones de índole social y política pueden parecer marginadas frente al
predominio de la orientación ecológica. Es por ello, suele ser necesario insistir en los
aspectos político-sociales para enmarcar adecuadamente la concepción de la economía
ecológica. A este respecto, puede ser ilustrativo el intento de Jacobs por definir un mayor
alcance conceptual con una “Economía Socioecológica” (Jacobs, 1996), más integradora y
menos reduccionista. En este sentido, se incluyen compromisos políticos que abarcan desde
la sostenibilidad ambiental, hasta la redistribución justa de la riqueza y del poder, pasando
por el fomento de la democracia participativa, la diversidad cultural, el control social de las
fuerzas de mercado y el desarrollo cualitativo personal y social.
Esta corriente de pensamiento también pone un mayor énfasis en señalar que hay
asignaciones que no tienen ninguna posibilidad de transacción en mercados reales o
ficticios, así como en la dificultad de compensación y sustitución de los bienes ambientales,
tales como la protección de la capa de ozono, o la biodiversidad (que se pierde sin
conocerse), o la dificultad de compensar a las generaciones futuras (que nunca podrán
expresar sus preferencias) por la degradación ambiental que estamos imponiendo ahora. Es
un enfoque claramente alternativo al ofrecido por la economía ambiental convencional que
asume los principios de compensación y sustitución (Martínez Alier, 1999).
De forma más concreta aún, en el ámbito de la economía ecológica, la dimensión
política se suele ceñir al análisis de los “conflictos ecológicos distributivos”, y se ha
definido más específicamente como “ecología política” (por similitud a la “economía
política”, que aunque fuera el nombre histórico de la economía, se ha venido usando
recientemente para estudiar las relaciones de distribución económica y equidad) (Martínez
Alier, 1999), con la finalidad de estudiar pormenorizadamente los conflictos distributivos
que se presentan en el uso humano de los recursos naturales y los bienes y servicios
ambientales (agotamiento del capital natural, pérdida de biodiversidad, contaminación, etc.,
a través de variados procesos que provocan distintas asimetrías y desigualdades sociales en
el tiempo y en el espacio (O’Connor,1995).
Cuando se debaten acciones en favor de la sostenibilidad global, se reclama reglas
específicas para compartir la carga y en las que se reconozcan las distintas
responsabilidades y capacidades de los países, sin duda comunes, pero sin duda también
históricamente bien diferenciadas respecto al problema ambiental mundial. El desarrollo
sostenible es una preocupación mundialmente reconocida, pero los países desarrollados
tienen una especial responsabilidad pasada, presente y futura, dada su contribución a los
impactos ambientales y su potencial para contribuir a paliar la pobreza y frenar los procesos
de insostenibilidad en todo el mundo. Es más, la deuda histórica contraída con la naturaleza
por la apropiación de las regiones ricas del “espacio ambiental mundial”, supera con mucho
la “deuda externa” de las regiones pobres, la cual podría estar perfectamente saldada con la
“deuda ecológica” de los países del Norte.

144
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

4.5 Valores ambientales en la economía de la sostenibilidad:un cambio


axiológico con una nueva ética.
La complejidad de las interacciones económicas y ecológicas no sólo requiere una
nueva lógica, sino también un cambio axiológico con nuevos esquemas de valores. La
tradicional concepción económica de valores de uso y de cambio, en un contexto de
mercado, tiene que dar paso a otros sistemas de valores más congruentes con otras formas
éticas de concebir las relaciones entre los sistemas humanos y ambientales mirando al
futuro, al menos para garantizar niveles mínimos de seguridad. Y eso supone el
reconocimiento de nuevos esquemas de valoración de la naturaleza en base a su propia
existencia y por las funciones ecológicas que prestan los sistemas naturales y los servicios
de soporte, regulación, producción e información que ofrecen para mejorar el bienestar
humano.
Esta novedosa concepción del valor de la riqueza natural se enmarca en una nueva
visión ética menos antropocéntrica y más biocéntrica que reclama un nuevo papel del ser
humano en la biosfera (una ser singular en el entramado ecológico de la vida, pero no el
dueño absoluto de la naturaleza). Ello conlleva una reconsideración de los predominantes
valores de mercado a corto plazo para poder reconducir los sistemas de contabilización
económica y social del patrimonio ambiental con un sentido de solidaridad intra e
intergeneracional. Y también para reajustar el propio concepto de valor y las formas de
valorar este patrimonio, ampliando el tratamiento económico hoy día predominante. Hay
que recordar, en cualquier caso, que siempre que se toman decisiones se está utilizando
alguna forma de valoración implícita o explícita. Pero cuanto más explicitado esté el
proceso de valoración seguramente será mejor la decisión frente a situaciones de
incertidumbre que, normalmente, son consustanciales a las relaciones económico-
ecológicas.
El análisis económico del valor que viene dominando en la escena de la toma de
decisiones toma como base de referencia las preferencias individuales, supuestamente
dadas y locales, con un horizonte temporal a corto plazo. Frente a ese valor presente, la
aplicación del concepto de sostenibilidad supone adoptar un criterio de “valor sostenible” y
global a largo plazo con otras consideraciones sobre las preferencias no solamente
individuales, sino colectivas y cambiantes a lo largo el tiempo.
Con el trasfondo de la vieja polémica optimista-pesimista (crecimiento-
anticrecimiento), en los enfoques actuales predomina la discusión en torno al capital
natural en relación a sus posibilidades de sustitución por otras formas de capital y a los
posibles mecanismos de compensación entre generaciones actuales, considerando la
asimetría Norte-Sur, y en relación con las generaciones futuras. Y, en esencia, se trata de
discernir si el desarrollo sostenible es viable a largo plazo tomando como factor más
limitativo, el stock de capital proporcionado por la naturaleza (Daly, 1990).
Frente a un enfoque de “sostenibilidad débil” (visión “tecnocéntrica”) que permite
un planteamiento basado en la sustituibilidad del capital natural por artificial (en la medida

145
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

que se mantenga el capital total para garantizar el bienestar a las futuras generaciones), las
posturas enmarcadas en la “sostenibilidad fuerte” afirman la necesidad de mantener la
totalidad del capital natural en su integridad (Pearce, et al., 1993). Esta posición “fuerte” de
conservación del capital natural es consecuente con la corriente de la economía ecológica.
En tal sentido, el fin es garantizar la gestión de los ecosistemas, contemplando su
capacidad de adaptación e incluyendo el principio de precaución para considerar la
incertidumbre y la irreversibilidad y la no linealidad de los procesos ecológicos.
La mayor parte del “capital natural” (el stock de riqueza que produce un flujo
valiosos de bienes y servicios en el tiempo) no puede ser sustituido por “capital hecho por
el hombre” (bienes de producción para producir) y su preservación resulta imprescindible
para el mantenimiento de la vida y la continuidad del bienestar humano a lo largo del
tiempo. Una economía orientada por la eco-lógica hacia la sostenibilidad se preocupa por
ajustar los valores del capital natural y se esfuerza por enseñarnos a “vivir de los intereses”
que éste produce sin agotarlo. Bajo esta premisa, se trata de construir una Contabilidad
Ecológica (contabilización de los stocks y flujos de materia y energía) integrada con la
Contabilidad Económica (cuentas económicas) donde se incorporen los costes y los
desgastes de los activos ambientales vinculados a los procesos económicos de consumo y
producción.
Este es un tema particularmente relevante para modificar el actual proceso de toma
de decisiones bajo la perspectiva de la sostenibilidad integral envuelta en la nueva ética
biocéntrica. Subestimar los servicios que prestan los ecosistemas parece ser una constante
histórica de la moderna economía. Pero, sin embargo, el reciente reconocimiento de que el
medio ambiente proporciona bienes y servicios (los cuales no entran en las contabilidades
nacionales (con tanto o más valor que los que proporcionan los mercados), es un cambio
significativo.
Además, como las materias primas que suministra la naturaleza al proceso
productivo, así como muchos de los servicios de los ecosistemas, no están mínimamente
reflejados en los precios de mercado, una gestión sostenible de los recursos naturales exige
un cambio en la concepción económica del “valor”, tanto si se usan como si no, para actuar
sobre opciones que no pertenecen al mercado (véase el Recuadro I).
RECUADRO I. VALOR ECONÓMICO TOTAL VINCULADO AL USO
SOSTENIBLE DE LOS ECOSISTEMAS FRENTE A USOS PRODUCTIVOS

Recientes investigaciones con datos contrastados en la “Evaluación de los Ecosistemas del Milenio”
recalcan que el valor económico total vinculado al uso sostenible de los ecosistemas es a menudo más
alto que el valor vinculado a la transformación de los ecosistemas mediante la agricultura y ganadería,
la tala rasa u otros usos intensivos, además de que los servicios que prestan los ecosistemas tienden a
tener beneficios múltiples y sinérgicos. En muchos casos, demás, los beneficios no comercializados
de los ecosistemas son generalmente más altos y, a veces, más valiosos que los comercializados. Por
ejemplo los valores económicos comercializados y no comercializados relacionados con los bosques
de países mediterráneos, la madera y la leña (valor de uso directo y comercializado) suponía por lo

146
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

general menos de un tercio del valor económico total de los bosques de cada país, mientras que los
valores relacionados con productos forestales no maderables, las actividades recreativas, la caza, la
protección de cuencas, la captura de carbono y la utilización pasiva (valores que no dependen de los
usos directos), suponían entre un 25% y un 96% del valor económico total de los bosques.
Adicionalmente, las investigaciones demuestran también que los costos económicos y de salud
pública relacionados con la degradación de los ecosistemas pueden ser considerables. Y, en resumen,
la nueva idea de valor de la naturaleza, nos indica claramente que el bienestar humano y el avance
hacia el desarrollo sostenible dependen fundamentalmente de un mejor manejo de los ecosistemas de
la Tierra para poder asegurar la conservación y utilización sostenible de éstos.
Fuente: Texto adaptado de “Evaluación de los Ecosistemas del Milenio” (PNUMA, 2004).

RECUADRO II. RELACIONES ENTRE LOS CAMBIOS EN LOS ECOSISTEMAS


Y EL BIENESTAR HUMANO

Los cambios que experimentan los ecosistemas no sólo afectan a los seres humanos, sino también a
innumerables otras especies. Los objetivos y las acciones que llevan a cabo están influenciados no
sólo por las consecuencias que para la humanidad tienen los cambios en el ecosistema, sino también
por la importancia que asignan a consideraciones del valor intrínseco de las especies y los
ecosistemas. Los cambios en los factores que afectan indirectamente los ecosistemas, tales como la
población, la tecnología y el estilo de vida, pueden provocar cambios en los factores que afectan
directamente los ecosistemas, como la captura de las pesquerías o la aplicación de fertilizantes para
aumentar la producción de alimentos. Los consiguientes cambios en el ecosistema provocan cambios
en los servicios que prestan los ecosistemas, con lo cual influyen en el bienestar humano. Estas
interacciones pueden suceder en más de una escala y también a través de ellas. Por ejemplo, un
mercado global puede llevar a una pérdida regional de la cubierta forestal, lo cual aumenta la
magnitud de las inundaciones en el curso local de un río. Igualmente, las interacciones pueden darse
en diferentes escalas de tiempo. En casi todos los puntos de este marco pueden realizarse acciones en
respuesta a cambios negativos o con miras a estimular los cambios positivos.

El mundo ha sido testigo en las últimas décadas no sólo de los dramáticos cambios en los
ecosistemas, sino también de los igualmente profundos cambios en los sistemas sociales que dan
lugar tanto a las presiones sobre los ecosistemas como a las oportunidades de respuesta. La influencia
relativa de las naciones-estado individuales ha disminuido con el aumento de poder e influencia de un
conjunto mucho más complejo de instituciones, entre las que se incluyen los gobiernos regionales, las
compañías multinacionales, las Naciones Unidas y las organizaciones de la sociedad civil. Los grupos
de interés tienen ahora mucho más participación en la toma de decisiones. Teniendo en cuenta los
múltiples actores cuyas decisiones actualmente ejercen una gran influencia en los ecosistemas, es
mayor el desafío de entregar información a los responsables de la toma de decisiones. A la vez, el
nuevo paisaje institucional puede generar una oportunidad sin precedentes para que la información
sobre los ecosistemas constituya la gran diferencia se transforme en un elemento de gran importancia.
Para avanzar en el manejo de ecosistemas con miras a aumentar el bienestar humano se requerirá de
nuevos acuerdos políticos e institucionales y cambios en los derechos y el acceso a los recursos, que
pueden ser hoy más factibles que nunca, teniendo en cuenta las actuales condiciones de rápido cambio
social.
Fuente: Texto adaptado de “Evaluación de los Ecosistemas del Milenio” (PNUMA, 2004).

147
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

Así, el reconocimiento de que los valores ambientales pueden ser de orden superior,
implica asumir nuestra dependencia con el medio. Aunque parezca que la evolución
cultural y los avances científico-tecnológicos permiten una mayor independencia del ser
humano con el medio ambiente (visión optimista- tecnológica), lo cierto es que hoy
seguimos dependiendo de los servicios que presta la biosfera a través sus ecosistemas y del
flujo de servicios que éstos prestan desinteresadamente.
Las decisiones relativas al uso de los ecosistemas y sus servicios requiere un
enfoque armónico entre diferentes disciplinas, perspectivas filosóficas y escuelas de
pensamiento (enfoque “transdisciplinario” que se comenta en el apartado siguiente), ya que
el actual proceso decisorio no reconoce en toda su amplitud el propio valor de los
ecosistemas y el de los servicios que prestan para el desarrollo económico y el bienestar
humano.
El estudio pionero realizado por R. Costanza sobre el valor económico de los
servicios proporcionados por los sistemas ecológicos se puede considerar un hito histórico.
Lo más destacable, no obstante, no es el valor “exacto” asignado a los grandes ecosistemas
mundiales y al capital natural, sino que los servicios de la naturaleza dejan de considerarse
“dones gratuitos” y se reconoce que su valor “fuera de mercado” (en su mayor parte) supera
ampliamente el valor de la producción material medida por el “Producto Nacional Bruto
Global” (Costanza, 1997). (Véase, Anexo, Tabla 1).
Tal como se refleja en el Anexo, Figura 2, los servicios que prestan los ecosistemas
se traducen en beneficios obtienen que las personas y, por tanto, los cambios que
experimentan estos servicios afectan el bienestar humano a través de los impactos en la
seguridad, las necesidades materiales básicas para el buen vivir, la salud y las relaciones
sociales y culturales. La cuestión del valor de la naturaleza y sus recursos se viene
planteando de forma distinta por las diferentes disciplinas, perspectivas filosóficas y
escuelas de pensamiento. De hecho, en los actuales procesos de toma de decisiones
coexisten dos paradigmas de valor: el “utilitario” y el “no utilitario”, que de alguna forma
se superponen e interactúan, sin un denominador común (PNUMA, 2004).
El enfoque utilitario es claramente antropocéntrico y se basa en el concepto de
bienestar atendiendo a la satisfacción de las preferencias de los seres humanos. El valor de
los ecosistemas y los servicios que éstos proveen se relaciona con el beneficio de su uso,
sea éste directo o indirecto. Y ciertamente, este enfoque cuenta con una amplia metodología
para cuantificar los beneficios de los distintos servicios que prestan los ecosistemas, la cual
está especialmente bien elaborada en el caso de los servicios de suministro, aunque menos
desarrollada en ámbito de los servicios de regulación y los vinculados con aspectos
culturales.
Por otro lado, el enfoque no utilitario considera los valores de existencia de la
naturaleza, por su propio valor intrínseco y en la medida que puede tener valor en sí mismo,
independiente de la utilidad que pueda representar para los seres humanos, al tiempo que
incluyen otros valores históricos, nacionales, éticos, religiosos y espirituales profundamente

148
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

arraigados en las sociedades, que incluso se vinculan con la apreciación de “servicios


culturales” de los ecosistemas. Estos conceptos pueden ir asociados desde la conservación
de “santuarios espirituales” hasta la protección de especies en peligro, que tienen derecho a
existir, y la decisión de conservarlos puede hacerse independientemente del resultado
obtenido a través de un análisis coste-beneficio.
A este respecto, la valoración económica tradicional es claramente insuficiente.
Sabido es que los mecanismos de mercado no suelen garantizar la conservación de los
ecosistemas y de los servicios que prestan, tanto porque no suelen existir mercados para los
servicios culturales y de regulación, así como para el llamado “capital natural crítico”
(Pearce, 1993), como porque la distribución de los beneficios es claramente desigual entre
las poblaciones locales y los restantes beneficiarios alejados del lugar en cuestión.
Los nuevos enfoques de una economía sostenible sobre la valoración económica del
medio ambiente tienen que hacer referencia al “valor primario de la naturaleza” (valor
intrínseco "no antropocéntrico" del capital natural) y explícitamente a los valores de uso y
de no uso que conforman el Valor Económico Total (VET), entendido como la suma del
“valor de uso directo” (alimentos, biomasa), del “valor de uso indirecto” (funciones
ecológicas de los ecosistemas) y valor de “opción” (para uso directo o indirecto en el
futuro), conjuntamente con el “valor de no uso” en sus condiciones de valor de
“existencia” (valor por el mero hecho de existir y más relacionado con la noción de valor
intrínseco), y valor de “legado” (para herencia de los descendientes) (Munasinghe, 1992).
Existen argumentos convincentes sobre las características superiores que presenta el
“capital natural” frente al “capital artificial”, debido a la enorme oferta de diversidad
biocenótica y estabilidad ecológica que proporciona el primero, lo cual beneficia no sólo a
la especie humana (como sucede fundamentalmente con el capital hecho por el hombre),
sino también a los sistemas ambientales, permitiendo, con ello, que se protejan los derechos
y necesidades de las otras especies vivas, además de las propiamente humanas. Cabe
añadir, además, que la valoración de los activos ambientales (especialmente sus pérdidas)
con los mismos criterios de mercado con que se valora el capital artificial corre evidentes
riesgos de manipulación política o desconsiderar una amplia gama de opciones para utilizar
o conservar en términos sostenibles los ecosistemas y sus servicios, teniendo en cuenta que
los beneficios derivados pueden ser difusos o que se entrecrucen determinados intereses
locales, comerciales o científicos. En este espíritu, se ha desarrollado el “enfoque
ecosistémico” (World Resources, 2002) como una valiosa metodología para analizar las
relaciones humanas y los sistemas ecológicos y actuar consecuentemente con una estrategia
integral y equitativa con criterios de conservación y el uso sostenible, teniendo en cuenta
que los humanos, con su diversidad cultural, son parte integral de los ecosistemas y que sus
decisiones deben estar supeditadas a la capacidad que éstos tienen para proporcionar todos
los servicios que proporcionan bienestar al sistema socioeconómico como los que tienen
utilidad por sí mismos.
De esta manera, una decisión social, democrática y racional sobre el valor del capital
natural y el uso y conservación de los ecosistemas se enmarca más en el ámbito de la
149
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

política, dado que no puede considerarse como una decisión meramente económica. En
cualquier caso, para sustentar adecuadamente las decisiones y que sean políticamente
coherentes es necesario disponer de modelos integrados que abarquen las interacciones
complejas entre los sistemas ambientales y humanos, a diferentes escalas, y que aborden
escenarios sobre los cambios a medio y largo plazo, incorporando información tanto
científica formal, como conocimiento tradicional o local.
Este último aspecto, suele ser desconsiderado por la ciencia pero puede ser muy útil
en términos de sostenibilidad. Se trata de conjugar múltiples disciplinas científicas con
otras sabidurías populares, porque la consideración de futuros ambiguos y de
incertidumbres cuantificables no sólo necesitan mayor rigor científico académico, sino
también experiencia, democracia participativa y credibilidad. Las consideraciones sobre la
“transdisciplinariedad” y la “ciencia posnormal” vienen a reforzar estos argumentos, que se
detallan en los apartados siguientes.
4.6 Transdisciplinariedad e instrumentos de acción.
Un distintivo claro de la emergente corriente integradora dirigida al estudio de las
relaciones entre los sistemas ecológicos y los sistemas económicos, como se ha comentado
anteriormente, es su concepción plural y su metodología transdisciplinar. Así, esta
economía ecológica orientada por los principios de la sostenibilidad, trata de evitar
reduccionismos tanto de tipo ecológico, como de lenguaje científico o de método. Bajo esta
perspectiva, la gran pluralidad de métodos y lenguajes científicos existentes deben incluirse
en el estudio de la relación entre la humanidad y medio ambiente, mediante una
“orquestación de las ciencias” para el estudio de los temas concretos de sostenibilidad
(Martínez Alier, 1999).
Si bien la economía ecológica viene evolucionando mediante un proceso interactivo
entre diversas escuelas de pensamiento, combinando diferentes presupuestos científicos e
ideas, al menos parece que una de las premisas básicas y generalmente compartida de esta
nueva disciplina es que la sostenibilidad del sistema socioeconómico en su conjunto está
limitada por la capacidad de carga del ecosistema global y el equilibrio de sus mecanismos
de regulación y evolución.
Sobre esta base, la economía ecológica suele entenderse como un producto de un
desarrollo histórico evolucionista que plantea un conjunto de respuestas dinámico, en
transformación constante y con una visión fundamentalmente transdisciplinaria de la
actividad científica, que recalca el diálogo y la solución cooperativa de problemas
(Costanza, 1991).
En efecto, la visión transdisciplinaria es uno de los rasgos distintivos de esta nueva
perspectiva frente a la visión disciplinaria estándar, en la cual se definen fronteras exactas
entre disciplinas y coexiste los espacios vacíos entre los territorios, que ninguna disciplina
cubre. Sin duda es una dimensión superior a la visión interdisciplinaria donde hay diálogo
e interacción y las disciplinas se superponen para llenar los espacios vacíos en el escenario
intelectual, pero manteniendo sus territorios claves.
150
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

La economía ecológica asume así el enfoque transdisciplinar, donde no sólo se


considera las fronteras del escenario intelectual como porosas y cambiantes, sino que las
fronteras entre las disciplinas se han eliminado, y problemas se consideran como un
conjunto en un contexto que también está cambiando y evolucionando. De tal forma, que
esta visión coexiste e interactúa con la estructura disciplinaria convencional, pero que
adicionalmente es capaz de proporcionar una coherencia de gran interés para anudar
conocimientos, agregar valor, subsanar deficiencias convencionales y abordar problemas de
sistemas complejos (Costanza, 1998). En Anexo, Figura 3, se indican gráficamente las tres
visiones disciplinaria, interdisciplinaria y transdisciplinaria.
Finalmente, si la perspectiva de la economía ecológica parte de un enfoque
científico transdisciplinar su aportación de instrumentos de acción deben ser también
transdisciplinares para enfrentarse a objetivos múltiples. Por eso, sin renunciar a las
aportaciones de la economía neoclásica, tales instrumentos deben asumir los fundamentos
de una escala ecológicamente sostenible, ser económicamente eficientes y socialmente
justos. El instrumental aportado por la economía ambiental ha estado centrado en
incentivos de mercado para corregir efectos externos localizados de forma eficiente
(teóricamente), pero sin capacidad para incluir la globalidad, la incertidumbre y el principio
de precaución. Ahora se trata de abarcar objetivos económicos, ecológicos y sociales al
tiempo. Un ejemplo en la buena dirección puede ser la “Reforma Fiscal Ecológica” con
doble beneficio para la economía (más empleo) y para la ecología (menor impacto
ambiental).
Una cuestión primordial, todavía no claramente planteada y ni mucho menos
resuelta, es encontrar fórmulas consensuadas para no anteponer estrictamente el criterio de
eficiencia frente a la sostenibilidad ambiental del desarrollo y a la justicia distributiva.
4.7 Posmodernidad, Ciencia Posnormal y Sabiduría.
Reflexionar sobre las interacciones profundas entre los sistemas humanos y los
sistemas ambientales, donde las relaciones económicas juegan un papel fundamental,
requiere manejar ambigüedades, incertidumbres, cualidades, multiculturas, visiones
múltiples y realidades heterogéneas. El pensamiento actual orientado desde la
sostenibilidad, está configurando una corriente de pensamiento que podría denominarse
“sostenibilista” que necesita fundamentos “posmodernos”, donde la única norma es la
ausencia de norma. Efectivamente, según la filosofía de la posmodernidad se ha
cuestionado las bases del conocimiento científico que han conformado el pensamiento
moderno y niega la objetividad de la ciencia, el determinismo, la cultura unitaria, la
racionalidad de la relación entre objeto y sujeto (el hombre racional frente a un mundo de
cosas), mientras que admite la fragmentación, la discontinuidad y lo caótico.
Situados ante un escenario de cambio global ambiental y social, con los nuevos
vientos de la posmodernidad se abren nuevas puertas para un nuevo enfoque científico
basado en la ciencia posnormal, frente a la ciencia tradicional que ha pretendido simplificar
la complejidad. Ciertamente, la ciencia moderna surgida de la filosofía cartesiana ha

151
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

mantenido un método científico excesivamente positivista y simplificador de la realidad,


que a la postre resulta reduccionista por un división sujeto - objeto pretendidamente libre de
valores. Cuando la ciencia normal no es capaz de encontrar respuestas a los problemas
surge la crisis y la aparición de ciencias extraordinarias que encabezan cambios de
paradigmas, y así la ciencia evoluciona, según Khun (1970). Sin embargo, la ciencia
normal y la posnormal plantean enfoques diferentes, pero son complementarias. Funtowicz
y Ravetz (1991; 1993) han acuñado el término de ciencia posnormal a la que identifican
como evolución y ampliación de la ciencia tradicional para adecuarla a las condiciones del
presente. Su esencia principal, aunque científica, es el reconocimiento de la incertidumbre y
la ignorancia, y su empeño es gestionar el bien común.
Para tratar de entender mejor y gestionar los procesos de sostenibilidad, en particular
las relaciones socioeconómicas y ambientales, se necesitan nuevos enfoques para
incorporar la incertidumbre científica en las decisiones. Para ello, se precisa conjugar los
niveles de riesgo, entendido como probabilidad conocida, y la incertidumbre verdadera,
entendida como probabilidad desconocida. Uno de los mejores ejemplos lo tenemos en el
fenómeno del cambio global y en especial del cambio climático. La ciencia nos puede
precisa los grados de incertidumbre pero no nos puede concretar con exactitud las posibles
consecuencias. Hasta el momento, el enfoque convencional de las decisiones en materia de
sostenibilidad se basan en “certidumbres” pero la ignorancia científica nos induce a aceptar
el “principio de precaución” (principio número 15 de la Cumbre de Río’92) , en base al
cual es necesario adoptar acciones sin esperar a la certeza absoluta científica.
Según se indica en Anexo, Figura 4, considerando el grado de incertidumbre de los
sistemas y los niveles de riesgo de decisión, se pueden establecer tres tipos de ciencia. La
ciencia normal basada en la simplificación de la complejidad mediante disciplinas
especializadas que supone una racionalidad capaz de establecer hechos, superar la
incertidumbre y plantear acciones, todo ello en condiciones de baja incertidumbre y bajo
riesgo. Para tratar los problemas con mayores grados de incertidumbre y riesgo y anta la
ausencia de soluciones únicas, la ingeniería y la asesoría profesional ofrecen
planteamientos negociados. Finalmente, en un contexto de conflictos de valoraciones y
altos riesgos aparece la ciencia posnormal ante fenómenos complejos e inciertos (cambio
climático, por ejemplo) y cuando las decisiones son urgentes.
La investigación de los problemas científicos, entre los que podemos incluir
especialmente los temas de sostenibilidad y economía ecológica, no pueden estar dirigida
por una curiosidad científica abstracta o por imperativos de los intereses económicos
pudientes. En su lugar, los científicos deberían abordar los problemas planteando
soluciones políticas admitiendo que “los hechos son inciertos, los valores están en
discusión, los intereses en juego son altos y las decisiones son urgentes” (Funtowicz y
Ravetz, 1991). La nueva ciencia debe reconciliar la razón con la pasión, en lugar de tratar
de descubrir hechos puros conquistando la ignorancia por el poder de la razón y creyendo
que la incertidumbre es el resultado de las pasiones humanas, tal como se ha venido
admitiendo por la ciencia normal. Más aún, respetando la calidad y la incertidumbre, en

152
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

esta visión científica se incluye la diversidad, el diálogo y el debate, ampliándose la


comunidad científica de “evaluadores” en un proceso de democratización científica, donde
caben los actores sociales implicados y las comunidades locales con conocimientos
específicos (como el manejo de la biodiversidad por comunidades indígenas).
Como consecuencia de un proceso de globalización económica y tecnológica
tenemos por resultado una saturación de información disponible, pero necesitamos una
información útil y responsable para pasar de la sociedad de la información a la sociedad del
conocimiento. No obstante, el logro de una mayor sostenibilidad ambiental, económica y
social requiere no sólo más conocimiento científico, sino mayores grados de inteligencia y
de sabiduría. A este respecto resulta contundente la expresión de Elliot, ¿dónde está el
conocimiento que hemos perdido por la información?.Y, ¿dónde está la sabiduría que
hemos perdido por el conocimiento?. Actualmente el volumen de información en
“Internet”, como medida de expresión simple del avance informativo actual, se dobla cada
tres meses, mientras que el stock de ciencia válida aumenta mucho más despacio, aunque se
dobla cada 15 años.
Mientras tanto, el nivel de sabiduría de hoy no es mucho mayor que hace tres mil
años, y no sabemos cómo producirla o al menos al ritmo que producimos conocimiento.
Un enfoque adecuado para concretar el sentido y dirección del desarrollo sostenible
debería basarse en una forma de aprender inteligente y en un modo de actuar con mayor
sabiduría, esto es, con una forma de saber superior a la ciencia y a la información. Porque,
en tanto, que el conocimiento científico nos dice lo que puede ser a partir de los datos,
combinando deducción e inducción, el saber muestra lo que merece ser hecho entre todo lo
que se puede hacer: qué amar, qué rechazar, qué conservar.
En resumidas cuentas, las decisiones sobre la sostenibilidad de los procesos
económicos y ecológicos tienen que reconocer la incertidumbre en vez de negarla, al
tiempo que tienen que incluir mecanismos para salvaguardarse de efectos dañinos y alentar
tecnologías de menor impacto. Sin embargo, el mayor desafío, como señala Peskín (1991),
es determinar los costes potenciales de la incertidumbre y ajustar los incentivos para que las
partes “paguen” el coste de esta incertidumbre y, además, estén incentivados para
contabilizar y reducir los efectos nocivos en niveles de producción y consumo sostenibles
que sean adecuados a la capacidad de carga de los ecosistemas.

5.- CONCLUSIONES.
Orientar la integración de los procesos ecológicos y económicos en clave de
sostenibilidad y hacia la coevolución, dependerá finalmente de si la teoría que explica el
funcionamiento de la “máquina económica” reconoce su papel como subsistema y sabe
fomentar un a actividad entretejida en el ecosistema global, capaz de adaptar su "habilidad"
para generar nuevos beneficio, mejorar su distribución y renunciar a la mercantilización de
la biosfera, respetando sus límites y asumiendo su lógica ; la lógica compleja de un mundo
viviente y evolutivo.
153
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

En suma, Economía y Ecología, teniendo la misma raíz “oikos” (casa) no deben


responder a lógicas contrapuestas - como así ha sido hasta ahora -. La “ ciencia de la
administración de la casa” (Economía) tiene que ser coherente con la “ciencia de la casa”
(Ecología) para llegar a una síntesis integradora que supere dos racionalidades
tradicionalmente incompatibles, asentadas en extremos económico-utilitaristas y ecológico-
conservacionistas, y dar así coherencia a la racionalidad coevolutiva del conjunto global y
de la humanidad que vive en el seno de la biosfera.
El gran reto sigue estando en llegar a un consenso generalizado de qué es lo que
debe ser sostenible con una visión de futuro y unos objetivos de desarrollo compartidos.
Aún si cabe, el problema más desafiante es reintegrar la economía con las ciencias
naturales y sociales para optar por un sistema socioeconómico duradero en el marco
biofísico de Gaia con eficiencia, ética y justicia distributiva.

ANEXO.
FIGURA 1. LA HUELLA ECOLOGICA DE EUROPA Y DEL MUNDO
La línea naranja muestra la demanda del mundo comparada con la capacidad
disponible (la línea de un planeta). La línea roja muestra el número de planetas necesarios
si todos los miembros de la familia humana vivieran con el estilo de vida de la UE.

154
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

FIGURA 2. SERVICIOS DE LOS ECOSISTEMAS RELACIONADOS CON EL


BIENESTAR HUMANO

155
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
SOSTENIBLE.

FIGURA 3. REPRESENTACIÓN GRÁFICA DE LAS VISIONES DISCIPLINARIA,


INTERDISCIPLINARIA Y TRANSDISCIPLINARIA

A: La visión disciplinaria del problema es una aproximación estándar donde:


a. Existen fronteras definidas entre disciplinas,
b. Existen diferentes idiomas y culturas dentro de las disciplinas
c. Falta la visión de conjunto que lo enmarque todo
d. Existen “espacios vacíos” entre territorios disciplinares y en el escenario
intelectual
B: La visión interdisciplinaria es una innovación donde:
a. Las disciplinas se expanden y superponen para llenar los espacios vacíos en el
escenario intelectual.
b. Pero manteniendo sus territorios clave
c. Hay diálogo e interacción
C: La visión transdisciplinaria es la más compleja y avanzada donde:
a. Se considera el problema como un todo, en vez de un escenario intelectual a ser
dividido,
b. Las fronteras iniciales se han eliminado y considera las fronteras del escenario
intelectual como porosas y cambiantes.
c. Los problemas e interrogantes se consideran como un conjunto inconsútil en un
escenario intelectual que también está cambiando

Fuente: Adaptado de Constanza, et al. (1998)

156
LUIS JIMÉNEZ HERRERO

FIGURA 4. TIPOS DE CIENCIA

ALTO
TIPOS DE CIENCIA

RIESGOS DE LA DECISIÓN

INGENIERÍA
CIENCIA APLICADA
APLICADA
NORMAL ASESORÍA
CIENCIA
PROFESIONAL POSNORMAL
BAJO
BAJA INCERTIDUMBRE DEL SISTEMA ALTA

Fuente: tomado de Funtowicz y Ravetz, (1991)

TABLA 1. VALOR DE LOS SERVICIOS PRESTADOS POR LOS ECOSISTEMAS


MUNDIALES
Valor en Bn
Servicios de los Ecosistemas
de $ USA
Formación del suelo 17,1
Servicios Recreativos 3
Ciclo de Nutrientes 2,3
Provisión y Regulación del agua 2,3
Regulación del clima (temperatura y precipitación) 1,8
Habitats naturales 1,4
Protección de las tormentas e inundaciones 1,1
Producción de alimentos y materias primas 0,8
Recursos Genéticos 0,8
Equilibrio atmosférico 0,7
Polinización 0,4
Otros servicios 1,6
Total Valor Servicios de Ecosistemas Mundiales 33,3
Total Valor PNB Mundial 18

Fuente: Adaptado de R. Costanza et al, "The Value of


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157
INTEGRACIÓN ECONOMÍA Y ECOLOGÍA: CAMBIO DE PARADIGMA PARA UN DESARROLLO
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160
DESARROLLO ECONÓMICO VERSUS CONSERVACIÓN
AMBIENTAL
LA NECESIDAD DEL EQUILIBRIO

ERNEST ALISEDA
Magistrado
Texas – EE.UU.

La experiencia de las democracias industrializadas ha demostrado que la calidad


ambiental puede afectar significativamente a un país tanto social como económicamente:
 El daño ambiental al suelo y al agua puede impactar seriamente las fuentes de
alimentos y de agua así como la salud de los humanos, causando obstáculos dentro de la
economía.
 La contaminación no solamente es un desperdicio en sí, sino también un
consumidor artificial de capital vital.
 El agotamiento o la mala administración de los recursos naturales disminuye a
largo plazo la riqueza interna de un país.
 Los mercados globales exigen cada vez más que se trabaje conforme normatividad
procesal ambiental para las mercancías importadas.
 Los inversionistas en nueva infraestructura o privatización requieren la mitigación
de consecuencias para el medio ambiente como requisito previo al financiamiento privado o
multilateral.
Teniendo estos conceptos en mente, debe quedar claro que el no poder hacer frente a
los problemas ambientales puede disminuir el apoyo popular para, y traer como
consecuencia el descarrilamiento de una democracia emergente. Afortunadamente, es
posible que las nuevas democracias realicen el desarrollo económico rápido y la
competitividad mundial sin sacrificar la protección del medio ambiente.
Se pueden tomar varias lecciones de las experiencias de los Estados Unidos y
Europa durante la revolución industrial. Los líderes políticos en Europa occidental y
Norteamérica no tenían ningún ejemplo con respecto a la buena administración del medio
ambiente y poco comprendían el impacto económico de la negligencia ambiental. El
impacto de la mala administración y uso del medio ambiente por parte de los países
desarrollados es bien conocido y documentado.
Durante cientos de años, la humanidad tomaba de la tierra solamente lo qué
necesitaba. Se puede decir que, en este sentido, generalmente existía un estado de
161
DESARROLLO ECONÓMICO VERSUS CONSERVACIÓN AMBIENTAL
LA NECESIDAD DEL EQUILIBRIO

equilibrio. Sin embargo, con el desarrollo de la Revolución Industrial, este equilibrio se


empezó perder. La degradación ambiental comenzó a manifestarse en los Estados Unidos
en el siglo antepasado con la explotación y el consiguiente agotamiento de recursos
naturales. Aunque los Estados Unidos pudo no haber visto la degradación de recursos
naturales como un problema cuando su población era pequeña, el crecimiento económico
creó un desequilibrio entre el uso de recursos, a veces limitados, y el reemplazo de éstos, en
su caso. Con la revolución industrial, el daño ecológico aumentó de manera exponencial
mientras el suelo era contaminado y el aire y los recursos hidráulicos eran envenenados.
Los científicos observaron la presencia de toxinas en el agua y en la cadena alimenticia y
las ligaron a la degradación de la salud humana. El daño siguió desenfrenado durante
décadas, y solamente en la última mitad el siglo veinte, fue que la gente comenzó a
reconocer las consecuencias tan serias de este daño. El "péndulo ambiental" giró del
equilibrio a la izquierda.
Fue en este momento que la consciencia ambiental del público se formó, motivando
exigencias para el cambio. El gobierno de los Estados Unidos estableció autoridades
ambientales y desarrolló leyes, reglamentación y medidas para obligar la aplicación de
éstas, para enfrentar el agotamiento los recursos naturales, la contaminación industrial y
municipal, y la restauración ambiental de sitios contaminados. Estos esfuerzos fueron
igualados por políticas establecidas para promover niveles sostenibles de uso y la
contaminación, por medio de incentivos a la industria para que opere de manera más
limpia.
Sin embargo, después de un tiempo, el péndulo giró demasiado lejos a la derecha.
Aunque las nuevas políticas para la protección del medio ambiente fueron establecidas para
proteger la salud humana, se empezó a ver afectada la industria y su competitividad dentro
de la emergente economía global. Reconociendo que las leyes y la reglamentación de
protección ambiental no alcanzaban las metas originalmente previstas, esta política
ecológica y de medio ambiente ha sido visitada de nuevo. Es solamente en los último cinco
o diez años que se ha buscado un equilibrio entre la salud humana, el desarrollo sostenible
y la competitividad económica. El potencial para un equilibrio que sea aceptable para
público, la industria y el gobierno ha producido varias nuevas tendencias, incluyendo:
 Consciencia social de la conservación de recursos naturales,
 Enfoque en los efectos reales a la salud y no los percibidos, y
 El desarrollo de tecnologías que minimizan el desperdicio y a la vez son
costeables para a la industria.
Hoy, muchos países se están moviendo hacia un equilibrio entre las metas del
desarrollo económico y la protección del medio ambiente. Plantas operan de forma limpia
para ser competitivas, el dinero se dirige a la limpieza de los sitios en cuestión más que al
litigio, y el reciclaje para conservar recursos naturales es común alrededor del mundo.
Aunque aún no ha llegado absolutamente al centro, el péndulo está regresando a ese punto
de equilibrio.
162
ERNEST ALISEDA

Países deberán desarrollar política ambientales bien fundadas y basadas en las


lecciones aprendidas de la experiencia de otros países. Algunas de las nuevas democracias
están en las primeras etapas de industrialización y están, en muchos casos, mejor que
algunos países que han estado industrializados desde hace décadas. Sin importar el punto
de partida, el objeto es alcanzar el equilibrio y no repetir los errores costosos y
derrochadores de tiempo de los Estados Unidos y otros países.
La Reglamentación y Aplicación de la Misma. Una vez que se hayan identificado
las prioridades, deberán desarrollarse los niveles respectivos de reglamentación ambiental
así como las medidas y estándares para su ejecución con el objeto de obtener el equilibrio
entre la salud, las consideraciones económicas y el uso sostenible de los recursos naturales.
Generalmente, las prioridades de la reglamentación ambiental (dependiendo del nivel de la
industrialización) son:
• consecuencias para el medio ambiente; legislación que fomente el crecimiento
sostenible en materia de infraestructura nueva o proyectos que agotan recursos naturales;
• estándares para el control de la contaminación y la minimización de
desperdicios (incluyendo estándares con respecto al agua potable, el tratamiento de las
aguas residuales, y los sistemas de administración de desechos sólidos), y
• criterios para la restauración ambiental de los sitios en donde se han
introducido desechos peligrosos (en caso de ser aplicable).
Administración de Impactos Ecológicos. Para aminorar el impacto adverso
causado por nuevos proyectos de infraestructura, proyectos que reducen las fuentes de
recursos naturales y la privatización de entidades nacionales existentes se requieren
políticas fuertes de impacto ecológico y crecimiento sostenible.
Las políticas de crecimiento sostenible son necesarias para conservar los recursos
naturales – estos recursos como todos sabemos, forman la base de la riqueza intrínseca y el
futuro de un país. El desarrollo económico en muchas democracias emergentes se basa en
el financiamiento externo, y el financiamiento privado o multilateral muy a menudo
depende de las medidas de protección e impacto ambiental. Ya que las consecuencias
potenciales para el medio ambiente debidas al desarrollo de grandes proyectos de
infraestructura o proyectos que impliquen extracciones o usos importantes de recursos
natural pueden ser significativos, comenzando con legislación que trata los impactos
ecológicos es una excelente idea..
Esta legislación sobre impactos ecológicos y crecimiento sostenible puede ser
financiada por medio de cuotas cobradas a las entidades y constructoras correspondientes
cuando éstas presenten estudios de impacto ambiental. Ésta es la base del principio en que
el "usuario y el contaminador paga."
Minimización de Desperdicios y Control de Contaminación. Después de instituir
legislación sobre impactos ecológicos y políticas para la administración de recursos

163
DESARROLLO ECONÓMICO VERSUS CONSERVACIÓN AMBIENTAL
LA NECESIDAD DEL EQUILIBRIO

naturales, los países relativamente industrializados deben concentrarse en la minimización


de desperdicios y el control de contaminación. Inicialmente, la mayoría de las democracias
se concentran en mejorar el acceso al agua potable, así como asegurar capacidad para el
tratamiento eficaz de aguas negras, y la disposición de basura sólida. Los reglamentos y
normas para el tratamiento del agua potable y de las aguas residuales son más o menos
estándares. En el caso de la administración de desechos sólidos, la mayoría de las
democracias emergentes tienden a tirar los materiales en cuestión de manera desorganizada
en rellenos sanitarios (lugares de confinamiento de desechos) no forradaos o incinerarlos,
causando contaminación atmosférica y del agua. La estandarización de normas en la
materia no es común, y muchas democracias todavía no desarrollan ni la reglamentación
correspondiente ni los mecanismos para su aplicación eficaz. Igual que con el tratamiento
del agua potable y aguas residuales, los sistemas para la administración de desechos sólidos
pueden ser financiados por cuotas cobradas a los usuarios, o de los impuestos locales o
regionales de las comunidades correspondientes. Es importante que el liderazgo político
incluya el concepto de fondos para la administración de basura y desechos sólidos en la
base impositiva.
Aunque el nivel tecnológico seleccionado para los sistemas de administración de
desechos sólidos debe estar en línea con los recursos económicos de la comunidad, sistemas
de desechos sólidos que a la vez contienen mecanismos de protección ambiental pueden ser
construidos por tan poco como $2/tonelada (comparado con $20-$60/tonelada que pagan
los consumidores de los Estados Unidos). Entre más rica sea la comunidad, mayor es su
capacidad de subsidiar sistemas menos dañinos. Aquí, cabe mencionar que los líderes
políticos deberían de integrar de forma gradual los mecanismos de protección ecológica
(es decir, un relleno sanitario con un forro sencillo es mucho más barato que uno con forro
triple, pero sin embargo, es mucho mejor que un relleno sanitario sin forro y sin
mecanismos de control).
El liderazgo político y comercial encontrará ventaja en categorizar a los
contaminadores de acuerdo a las prioridades nacionales y el impacto ambiental de las
entidades en cuestión. Distintos países tendrá prioridades diferentes. Un país quizá ponga
más énfasis en la protección del aire, concentrando sus esfuerzos en las compañías o grupos
que contaminen el aire, mientas que en otro país consideren las vías fluviales de mayor
importancia y se enfoquen en las personas que produzcan las descargas más grandes de
efluentes contaminados. Siguiendo este análisis, la reglamentación deberá de medir los
riesgos ambientales y sus efectos para la economía de forma realista. Un elemento crítico
de este proceso es el de educar la industria sobre los beneficios de la minimización de
desperdicios y de los beneficios que esto ofrece a la competitividad de sus productos en el
mercado global y la misma posición financiera de sus empresas. Los precios de los
productos debe de ser ajustados para tomar en cuenta la protección ambiental integrada en
su manufactura.
Mientras que los productos hechos con integración de protecciones ambientales van
a ser competitivos en el mercado global, participación en un mercado o zona económica no

164
ERNEST ALISEDA

debería de depender de acatamiento a reglamentación ambiental. Obligando a los paises no


garantiza el éxito ya que cada uno tiene que balancear sus asuntos económicos y ecológicos
de forma distinta. Los resultados de los acuerdos colaterales sobre medio ambiente del
TLCAN apoyan esta aseveración. México ha tenido grandes éxitos, pero algunas de sus
industrias no han podido ajustarse a los cambios drásticos de la política en la materia, con
la suficiente rapidez para evitar serios problemas de producción, los problemas económicos
consiguientes han contado más que los requisitos de cumplimiento ambiental. La
experiencia de México confirma que la reglamentación ambiental debe de ser realista,
gradual, y balanceada ante condiciones económicas prevalecientes

1.- LA RESTAURACION AMBIENTAL.


Para las democracias emergentes con economías más industrializadas, la
restauración del ambiente puede ser la última tarea en su lista de prioridades. También es
una tarea económicamente formidable. A diferencia de los impactos ecológicos y el uso
sostenible de los recursos naturales (financiado por cuotas y fondos derivados de la venta
de dichos recursos); el agua potable, instalaciones para el tratamiento de aguas residuales o
desechos sólidos (financiado por impuestos y cuotas pagados por los contaminadores) el
financiamiento para la limpieza de sitios en donde hay desechos peligrosos, vías fluviales,
masas de agua y otras áreas es difícil.
Las leyes en los Estados Unidos para la limpieza de sitios contaminados con
desechos peligrosos intentaron establecer fuentes lógicas de financiamiento para la
restauración ambiental que incluía responsabilidad conjunta y separada de todas la Partes
Responsables (PR) por dicha contaminación. Enfrentados con costos sumamente altos, las
PRs tienden a gastar el 80% de los fondos disponibles en litiigos para reducir su porcentaje
de los gastos de la limpieza, en vez de dedicarlos a la limpieza de los sitios afectados. Junto
con la estipulación de responsabilidad conjunta y separada había requistios extremadamente
conservadores para la limpieza, de las cuales algunas eran prohibitivas con respecto a
costos y otras eran técnicamente imprácticas.
No obstante que las PRs deben estar obligadas a pagar por el daño ambiental que
causen, las entidades gubernamentales deben de actuar con precaución. Los costos
asociados con las PRs que quiebran, cierran, o desaparecen tendrían que que ser cubiertos
por los contribuyentes. Ninguna de estas alternativas es ídonea.

2.- EL ESTADO DE TEXAS, EE.UU.


En mi estado de Texas, ha surgido algo nuevo. La comisión e-Texas trabajó con el
Consejo Ecólogico de Estados (ECOS) para realizar una encuesta de los estados sobre la
manera en que están asegurando el cumplimiento con la reglamentación de medio ambiente
en la industria, gobiernos locales y otras entidades reguladas. El trabajo del ECOS ha

165
DESARROLLO ECONÓMICO VERSUS CONSERVACIÓN AMBIENTAL
LA NECESIDAD DEL EQUILIBRIO

creado un resumen de los programas estatales para asistencia en y ejecución de la


reglamentación ambiental así como las innovaciones y prácticas superiores de 14 estados.
Conforme la encuesta e investigaciones anteriores realizadas por el ECOS, existen
cuatro principios comunes en los programas de control ambiental en los estados que han
tendio mayor éxito.
 Un enfoque en la resolución de problemas en vez de sanciones.
 Flexibilidad significativa para los negocios bajo reglamentación que estén
realizando esfuerzos de buena fe para obtener resultados ambientales.
 Labor conjunta con el sector privado en el mejoramiento del medio ambiente.
 Devolviendo la autoridad para hacer decisiones al nivel apropiado más bajo, ya sea
local, estatal o federal.
Estos principios ofrecen puntos de referencia para los programas ambiéntales en el
estado de Texas.
Los gobiernos también pueden usar una variedad de herramientas basadas en el
mercado para regular actividades. Por ejemplo, muchas de las cuotas ambientales son
levantadas en base a la cantidad de contaminación que el concesionario introduce al medio
ambiente. Para ayudarle al estado de Texas llenar los requisitos del Decreto sobre Aire
Limpio (Clean Air Act) , el Programa para la Transacción y Crédito de Emisiones del
TNRCC presta un marco basado en el mercado que permite a compañías particulares
intercambiar créditos para la emisión reducida de compuestos volátiles orgánicos, óxidos
de nitrógeno y ciertos otros contaminantes. TNRCC diseño el programa para darle más
flexibilidad a las empresas para que cumplieran con la reglamentación y a la vez creando
una reducción neta en el total de las emisiones atmosféricas con cada transacción de los
créditos.

3.- CONCLUSIÓN.
Innovaciones ecológicas basadas en el mercado ayudan a crear un ambiente en el
que las personas tienen que enfrentar las consecuencias de sus acciones pero a la vez
reciben incentivos para ser administradores responsables de sus recursos naturales. En
conclusión, los países deberán implementar los lineamientos en materia ambiental que sean
económicamente factibles para ellos.

166
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

1.- RESUMEN.
Hoy día se habla por todo y por nada sobre desarrollo sostenible. La diáspora,
como la llamó Martí Boada en el VII Congreso Nacional del Medio Ambiente, existente en
torno a este tema plantea una enorme dificultad para los expertos. Esta comunicación
intenta recorrer el camino de las teorías sobre crecimiento y desarrollo, los modelos
teóricos más importantes, desde el modelo de Harrod-Domar para el crecimiento, hasta el
modelo de Young y de la Agenda 21 Local para el desarrollo sostenible.
En todo este trayecto, nuestra opinión se articula en el sentido de que no existe un
único cuerpo doctrinal, ni un paradigma suficientemente fuerte como para imponerse en el
ámbito de estudio del desarrollo sostenible.
Hay, eso sí, un conjunto disperso de definiciones, cada una fruto de una experiencia
concreta. Sucede así, por ejemplo, con el modelo de “región-laboratorio” o con el modelo
recogido de la Agenda 21 Local.
Finalmente, encontramos en el marco teórico del desarrollo sostenible una paradoja
importante: con los conocimientos de hoy no es posible implementar un desarrollo infinito,
ilimitado. Así pues, podemos afirmar que el concepto de desarrollo sostenible está en la
frontera de la utopía.
Con todo, esa imposibilidad actual no es razón suficiente para que renunciemos al
sueño de una vida más ecológica y más equitativa. ¿Utopía? Quizá. Pero, ¿qué es la vida
sin un poco de utopía?
Poucas palavras estarão mais na “moda” que sustentabilidade. Um discurso político,
uma entrevista televisiva a um especialista económico, uma dissertação num qualquer
congresso, nada valem se o conceito de sustentabilidade não estiver expresso, mesmo que
tal nada o justifique.
A vulgarização do termo e também do conceito, tem sido dos principais obstáculos à
consciencialização de que a ideia de sustentabilidade é, neste início do século XXI, de uma
importância fundamental para a implementação das políticas reguladoras da actividade
humana, ao nível global e nos pontos em que ela contribui para a degradação do equilíbrio
económico, social e ambiental do planeta.

167
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

Martí Boada, da Fundación Abertis, afirmou no VII Congreso Nacional del Medio
Ambiente1 que “a ideia-força é que se está falando de uma nova cultura, a cultura da
sustentabilidade, recente, e é esse carácter de novidade de um processo novo que arrasta
compreensivelmente uma lógica de dificuldade no processo”2. Mais adiante afirmou que
“conhecem-se poucos processos com tanto êxito sociolinguístico”3 e, de seguida que “ a
primeira grande dificuldade do desenvolvimento sustentável é o fenómeno da diáspora ou,
como defendem alguns autores, do babelismo conceptual que nasceu em volta deste
conceito”4. Para demonstrar esse babelismo Martí Boada vai buscar o exemplo da
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, onde existem 85 definições distintas de
desenvolvimento sustentável.
Outro dos principais obstáculos à consciencialização da necessidade urgente de
implementar regras de sustentabilidade surge do aproveitamento de um erro estratégico por
parte das organizações “ambientalistas”. A colagem do conceito de sustentabilidade às
suas teses, quase em exclusividade, principalmente a partir da Conferência do Rio de 1992,
subalternizou a transversalidade inerente à ideia de sustentabilidade e, paradoxalmente,
tornou-a insustentável quando levada à prática. É este um fenómeno a que alguns autores
chamam de “verdadeirismo”, em oposição ao “antagonismo”, e que se traduz na tentação
de alguns grupos, por lobby, apropriarem-se do conceito de sustentabilidade para sua
exclusiva formulação, como se fosse própria de um só sector.
Logo, o “verdadeirismo” (a convicção que se detém a verdade exclusiva) é uma das
debilidades que apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável. Assim, e em
oposição, devemos incentivar o “antagonismo” como forma de enfrentar aquela debilidade
conceptual.
O “antagonismo” consiste no incentivo ao surgimento do diálogo entre as diversas
concepções de sustentabilidade, baseadas normalmente na especialização de quem as
defende, de forma a encontrar soluções de consenso entre as partes.
Uma terceira dificuldade no conceito de desenvolvimento sustentável é a que advém
da confusão entre «sustentável» e «sustentado».

2.- «SUSTENTÁVEL» VERSUS «SUSTENTADO».


Não estamos apenas perante uma diferença semântica, como poderia pensar-se e,
provavelmente, pensam muitos dos que usam, indiscriminadamente, um e outro termo.

1 VII Congreso Nacional del Medio Ambiente, Novembro de 2004, Madrid


2 BOADA, Martí, “estrategias del Desarrollo Sostenible”, VII Congreso Nacional del Medio Ambiente, trad: Carlos Arbués
Moreira
3 idem
4 ibidem
168
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

Ainda há alguns dias, o Ministro encarregue da Pasta dos Transportes em Portugal


utilizou, numa entrevista radiofónica e a propósito do Metro da cidade do Porto, os termos
sustentável, sustentado e sustentabilidade, o que em princípio só lhe ficaria bem. A verdade
é que, analisando o texto em concreto, ficámos convencidos que estas expressões tinham
sido utilizadas para afirmar que era necessário verificar a viabilidade financeira do projecto
de expansão do Metro do Porto. Não se tratava de um problema de sustentabilidade, antes
de uma questão de sustentação financeira.
Assim, um projecto é «sustentado» se alguma, ou algumas, características o sustém,
como por exemplo os fundos comunitários. Um projecto é «sustentável» se,
transversalmente, assegura a melhoria das condições de vida económica, social e ambiental
das populações a que se dirige e, ao mesmo tempo, não põe em causa a capacidade futura
da região e das suas populações em levar a cabo novos projectos sustentáveis.
O mesmo se pode dizer do desenvolvimento. O desenvolvimento é «sustentado» se
existem condições económicas, sociais e políticas que o suportem. O desenvolvimento é
«sustentável» se pressupõe a melhoria das condições económicas, sociais e ambientais da
região e das populações autóctones garantindo, simultaneamente, às gerações futuras, as
condições necessárias ao seu próprio desenvolvimento sustentável.
Como podemos verificar pelo atrás exposto, os termos «sustentado» e «sustentável»
não são sinónimos, pelo que não se podem usar em alternância. O que estamos a tratar neste
trabalho é de desenvolvimento sustentável, a que corresponde o conceito de
sustentabilidade. Porém, tal facto não impede que o desenvolvimento também tenha que ser
sustentado, ou seja, tem de haver a preocupação de criar as condições económicas, sociais e
políticas necessárias ao arranque de um processo de desenvolvimento.

3.- O CONCEITO DE CRESCIMENTO.


Interessa, em primeiro lugar, abordar o conceito de crescimento, quantas vezes
também confundido com o conceito de desenvolvimento. Mais uma vez, estes dois termos,
não sendo sinónimos, não devem ser utilizados como se de um só conceito se tratasse.
O conceito de crescimento económico pode ser encontrado logo nos textos dos pais
da Economia – Adam Smith e David Ricardo – tendo por base o acréscimo de riqueza
produzida. E embora o próprio Ricardo tenha afirmado que “… em estádios diferentes da
sociedade, as proporções em que o produto da terra é atribuído a cada uma dessas classes,
sob o nome de renda, de lucro e de salários, são essencialmente diversas … O problema
principal da Economia política consiste em determinar as leis a que obedece esta
distribuição.”, a verdade é que o crescimento era apenas visto na sua forma quantitativa,
representando um aumento das rendas, lucros e salários globais, sem qualquer preocupação
qualitativa.
“… toda a história da análise económica é, também, história da análise do
desenvolvimento, com o interregno «marginalista» e neoclássico desde fins do século

169
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

passado até ao termo da 2ª Guerra Mundial. Ainda assim, excluindo tudo isto, fica matéria
confusa nos domínios da teoria.”5
Na verdade, as ideias de desenvolvimento e crescimento de há muito estão incluídas
no pensamento do homem, pelo que a sua primeira apreensão é-nos dada através dos
historiadores em geral, e dos historiadores da Economia em particular. Porém, se aquelas
percepções já fazem parte do pensamento humano, estando presentes na procura constante
da melhoria das condições de vida das populações, já as teorias científicas do crescimento e
do desenvolvimento, tais como nós as vimos na actualidade, são relativamente recentes.
Pode mesmo dizer-se que a moderna teoria do crescimento económico nasceu com o
artigo de Harrod, de 1939, três anos depois da publicação da Teoria Geral de Keynes, sendo
que os primeiros modelos da teoria do crescimento são complementos e respostas à teoria
keyneziana. Tal convicção, que vai ao encontro da afirmação anterior de Francisco Pereira
de Moura, não implica forçosamente que tenha havido antes um perfeito deserto de ideias
no que ao crescimento diz respeito. Há interpretações clássicas e pós-classicas conhecidas
que abordam directa ou indirectamente a problemática do crescimento. No entanto, a teoria
moderna do crescimento nasce com Harrod e, principalmente, com a ideia que o
crescimento económico resulta da acumulação de capital, sendo que esta é resultado da
poupança (medida pela taxa de poupança) e do nível de rendimento que, em função do
coeficiente de capital/produto, influencia significativamente o nível de tecnologia e de
capacidade de inovação tecnológica da sociedade, gerando rendimentos de modo a que haja
cada vez mais recursos económicos para satisfazer as necessidades de cada sociedade.
Assim, seria da conjugação da acumulação de capital com o grau de tecnologia que
determinariamos o crescimento da Economia.
Era a base da teoria do «progresso», definido como o “crescimento da capacidade e
da produção mais rápido do que a da população”6, cuja expressão fundamental era a
equação designada de Harrod-Domar, a saber:

f
ph = -π
c

em que ph é a taxa de crescimento do produto por habitante, f é a intensidade de


acumulação de capital (∆K/P), c é o coeficiente capital/Produto (K/P) e π a taxa de
crescimento da população.
É necessário dizer que tudo isto se passava numa economia hipoteticamente fechada,
em condições ceteris paribus, ou seja, onde os factores externos não se faziam sentir e, em

5 MOURA, F. Pereira, lições de ECONOMIA, 4ª ed. Revista, reimpressão Coimbra : Livraria Almedina, 1978, p 391
6 Idem, p 397
170
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

que, todas as restantes incógnitas que poderiam influenciar o «progresso», directa ou


indirectamente, não se alteravam.
Daqui resultava uma primeira lista de obstáculos ao crescimento:
a) Escassez de capital;
b) Baixa eficiência dos factores produtivos;
c) Peso demográfico;
d) Exiguidade do mercado.
Quanto à escassez de capital, lembremos que numa economia simplificada, a
poupança é o que sobra da realização da actividade económica depois da aplicação de parte
dos rendimentos gerados em gastos de consumo imediato (S=R-C). Ora, é essa poupança
que serve, como foi dito anteriormente, para investir em tecnologia. Porém, numa
sociedade subdesenvolvida, em vias de crescimento, a maior parte da riqueza gerada é
destinada ao consumo pondo em causa a própria capacidade de investir.
As sociedades que necessitam de um maior crescimento são as que apresentam uma
menor eficiência dos factores produtivos (Capital e Trabalho), pelo que, paradoxalmente,
são as que mais dificuldades têm em crescer.
O acréscimo demográfico das sociedades menos desenvolvidas apresenta-se como
um sério obstáculo ao crescimento, aumentando as necessidades de consumo e diminuindo
a eficiência dos factores produtivos.
A exiguidade dos mercados dos países mais atrasados, relacionada com o fraco
poder de compra e a deficiente organização da distribuição de mercadorias e produtos,
impede que esse mercado interno sirva de trampolim ao crescimento da economia.
Na sequência destas constatações, numa fase posterior à 2.ª Guerra Mundial, os
estudos empíricos de Rosenstein-Rodan, entre outros, demonstraram que há dois tipos de
crescimento:
- o crescimento de países que têm taxas elevadas de poupança e níveis tecnológicos
avançados, e nos quais o problema básico é combinar acumulação de capital com inovação
tecnológica;
- o crescimento em países que, por razões estruturais ou institucionais, culturais,
civilizacionais, económicas, jurídicas, políticas, têm factores de atraso que como que os
puxam para o fundo, enquanto os outros, os países mais dinâmicos da economia mundial,
progridem.
Após a primeira crise petrolífera em 1973/74 Robert Solow, constatando que tinha
terminado o grande período de crescimento dos países desenvolvidos, cujo inicio
remontava ao fim da II Guerra Mundial, perguntava-se pela razão que levara as economias
dos países mais industrializados a inverterem a dinâmica de crescimento.

171
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

A resposta de Solow à sua própria pergunta, seguindo o raciocínio de Schumpeter na


primeira metade do século XX, constitui um enorme passo na investigação da teoria do
crescimento e permitiu-lhe enunciar aquilo que chamou o Resíduo de Solow.
Basicamente, o crescimento a longo prazo, na linha de Harrod Domar, depende da
acumulação de capital e da dinâmica demográfica, bem como da variável (constante no
curto-prazo, apenas possível de modificar no médio e longo prazo) coeficiente de
capital/produto que, como vimos anteriormente, é influenciado pela capacidade tecnológica
de cada economia.
Porém, Solow chegou à conclusão que este modelo não explicava totalmente o
crescimento, que estava incompleto, que lhe faltaria qualquer coisa para além da
demografia e do capital, coisa essa que explicaria as alterações de ritmo do crescimento
económico sem que tais variáveis acusassem modificações susceptíveis de justificar que em
determinadas alturas uma economia registasse grande crescimento e noutras pouco ou nada.
A investigação de Solow levou-o a encontrar um conceito essencial da teoria do
crescimento, o conceito de “produtividade” que marcou decididamente o conceito de
crescimento desde o final dos anos 70 até aos dias de hoje.
A produtividade, segundo Solow e outros que lhe seguiram, obtinha-se da
conjugação de dois factores fundamentais:
- a tecnologia
- a inovação
Esses factores, porém, dependem da capacidade que os homens apresentam em
avançar nos propósitos da técnica e da inovação, com base numa preparação cada vez mais
avançada. Então, a tecnologia e a inovação dependeriam principalmente do capital humano
ou, por outras palavras, da qualificação dos elementos de uma sociedade.
A partir dos finais dos anos 80, princípios dos anos 90, consolidou-se esta ideia de
produtividade ligada à inovação combinada com a tecnologia, verificando-se porém, com a
introdução da variável tempo, que os efeitos da qualificação dos recursos humanos
tenderiam a diluir-se com o avançar do tempo, pelo que para garantir a continuidade do
crescimento seria necessário um investimento permanente de forma a garantir o
prosseguimento do efeito desses factores de produtividade. É na sequência deste raciocínio,
que Lucas, curiosamente um neo-liberal, defende a necessidade do investimento do sector
público (Estado) e privado (empresas), como forma de apostar a médio e longo prazo na
qualificação dos recursos humanos e da sociedade em geral, visando a “sustentabilidade”
do crescimento.
Interessa aqui expor claramente a diferença entre Capital Humano e Capital Social:
- Por Capital Humano entendemos a qualificação da mão-de-obra, isto é, dos
recursos humanos de uma sociedade;

172
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

- Já o Capital Social será o conjunto organizado das instituições nas quais o Homem,
cada vez mais formado e qualificado, é capaz de produzir, tirando melhor proveito das
inovações tecnológicas existentes e criando condições para que em momentos incertos
novas inovações e novas capacidades e competências tecnológicas gerem novas vagas de
crescimento.
Em resumo, a contribuição de Lucas e depois de Giddens e da famosa Escola de
Londres, firma-se na ideia de que o crescimento, e também o desenvolvimento num
contexto mais complexo, depende principalmente da capacidade que as sociedades
demonstram de, a partir de acções dos sectores públicos e privados, investirem no capital
humano e no capital social, ou seja, de apostarem na educação e formação, na ciência e na
cultura de forma continuada. Este será, para esta escola, o factor principal que condicionará,
a longo prazo, a produtividade, sendo desta que depende o crescimento económico e, como
vimos anteriormente, o próprio desenvolvimento num contexto mais alargado.

4.- O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.


O conceito de desenvolvimento é bem mais complexo que o de crescimento.
Enquanto este último se baseia na combinação entre instituições, tecnologia e capital
acumulado como variáveis determinantes, o conceito de desenvolvimento é muito mais
transversal, tocando um conjunto de matérias de diversas ciências, desde a economia à
biologia, da sociologia à geografia, da ecologia à antropologia, abarcando um número
elevado de temas, tais como: - Crescimento económico, ambiente, cultura, pobreza, saúde,
integração, nível de vida, tradição, identidade, espaço, equidade, etc…
Tal mescla de assuntos e ciências implica uma ofensiva em várias frentes, através de
equipas pluridisciplinares, de âmbito económico e não económico, exigindo ao mesmo
tempo uma grande capacidade de diálogo, coordenação e negociação, para além de uma
permanente regulação.
Já não se trata de modelos simplistas, com pressupostos que dificilmente se obtêm
na vida real, como era o caso do modelo Harrod/Domar, antes um trabalhar sobre o
quotidiano, sobre as condições reais de vida das populações, visando a melhoria qualitativa
e quantitativa a curto, médio e longo prazo.
Porém, tais ideias de desenvolvimento são recentes. Apenas a partir da segunda
metade do século XX, o conceito de desenvolvimento tomou esta complexidade, afastando-
se do conceito de crescimento, embora ainda só assentasse nas teorias de acumulação de
capital, de utilização dos recursos naturais, no desenvolvimento da tecnologia, nas
condições e organização socio-culturais e políticas. O que acontecia era que cada autor
procurava seleccionar alguns destes elementos, indo ao encontro da sua especialização,
atribuindo-lhes uma importância maior capaz, só por si, de explicar o desenvolvimento ou a
falta dele. Aliás, paradoxalmente, é ao conceito de subdesenvolvimento que se devem os
trabalhos mais interessantes nesta área.

173
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

Em 1972, a Conferência de Estocolmo introduz as preocupações ambientais na


agenda internacional, embora ainda de forma incipiente. Uns anos mais tarde, em 1980, é
publicado pela UICN a “Estratégia Mundial para a Conservação” onde pela primeira vez é
referido o termo desenvolvimento sustentável. Porém, só em 1987 o Relatório Brundtland
aborda verdadeiramente o conceito de sustentabilidade e advoga um desenvolvimento com
preocupações ambientais, que finalmente assumem a forma de um compromisso
internacional na Conferência do Rio de Janeiro, em 1992.
O conceito de desenvolvimento passa então a ter um carácter transversal, abarcando
um conjunto vasto de áreas do conhecimento, que podem ser sintetizadas no conhecido
modelo de Sadler e Jacobs7 :

Alvo Figura 1 – Modelo de


1 Económico Sadler e Jacobs
Alvo Social
2 1 – Desenvolvimento Sustentável
4 2 – Economia Comunitária (ou social
3 democrática segundo Ferron 1993)
3 – Conservação de equilíbrio (ou
sistema de auto-consumo em
Alvo agricultura sustentável segundo
Ambiental Ferron 1993)
4 – Integração económica/ambiental

O modelo de Sadler e Jacobs funda-se na teoria dos conjuntos, propondo-se analisar


o desenvolvimento sustentável a partir de um conjunto de alvos. Neste modelo o
desenvolvimento sustentável surge como uma situação de equilíbrio entre três alvos
(Social, económico e ambiental).
Este modelo acabou por dar a conhecer o triângulo do desenvolvimento sustentável
de Sadler e Jacobs, que passamos a mostrar de seguida:

7 SADLER, B. e JACOBS, P., Définir les repports entre l’evaluation envoronnementale et les développement durable: la clé de
l’avenir. In Developpement durable et evaluation environnementale: perspectives de planification d’un avenir commun, Conseil
canadien de recherche sur l’evaluation environnementale, 1990, Ottawa

174
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

Economia

Ambiente Sociedade
Figura 2 – Triângulo de Sadler e Jacobs
Este triângulo surge em quase todos os textos sobre o desenvolvimento sustentável,
e justifica a procura de um equilíbrio entre as políticas económicas, ambientais e sociais.
Porém, pensamos que, sendo de simples compreensão, não reflecte a complexidade que
inevitavelmente a transversalidade dos conhecimentos e a profundidade dos tempos
acarretam. O modelo de Sadler e Jacobs é, neste sentido, demasiado redutor para quem
queira aprofundar a estratégia sustentável do desenvolvimento.
O modelo desenvolvido pela “região-laboratório do desenvolvimento
sustentável”8, inspirado em Claude Villeneuve9 e no triângulo de Sadler e Jacobs, apresenta
quatro pólos fundamentais:
a) Pólo Ético;
b) Pólo Ecológico;
c) Pólo Económico;
d) Pólo Social.
A novidade relativamente ao modelo anterior está na introdução de um Pólo Ético,
revelador de que o modelo foi construído com base numa experiência prática de
implementação regional do desenvolvimento sustentável.
O modelo é representado por uma figura piramidal em 3D, um tetraedro com os
quatro pólos referidos.

8 Région-laboratoire du développement durable du Saguenay – Lac-Saint-Jean, Une région engagée dans le développement
durable: explication et grille d’analyse, Document d’information, sans date.
9 VILLENEUVE, Claude, Qui a peur de l’na 2000? Guide d’education relative à l’envirennement pour le développement durable,
Editions Multimondes et UNESCO, 1998, Sainte-Foy
175
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

Qualidade de Vida

Pólo Ético
Necessidades de equidade Pólo Económico
Necessidades
materiais

Pólo Ecológico Pólo Social


Necessidade de um Necessidades sociais

Figura 3 – Modelo da região-laboratório do desenvolvimento sustentável


O vértice superior do tetraedro representa a plena qualidade de vida, ou seja, a
satisfação das necessidades respeitando os constrangimentos ecológicos, económicos e
sociais, quer individualmente quer colectivamente, para além da equidade entre extractos
sociais, regiões e países (equidade global) e a igualdade de oportunidades das actuais e das
futuras gerações.
Este conceito de qualidade de vida é, quanto a nós, um dos grandes contributos
deste modelo com vista à conceptualização de um desenvolvimento sustentável aberto às
necessidades actuais e à garantia de que é possível providenciar às gerações futuras
condições próximas das actuais.
O Relatório Brundtland define, senão um modelo, pelo menos as condições
necessárias para prosseguir no sentido do desenvolvimento sustentável.
Este modelo, baseado no referido Relatório da Comissão Mundial para o Ambiente e
Desenvolvimento (CMAD), sublima o relacionamento entre os diversos sistemas da
sociedade (Político, Económico, Social, Produtivo, Administrativo e Internacional) e os
objectivos com que cada sistema pode contribuir para o objectivo final do Desenvolvimento
Sustentável.
A evolução deste sistema, nomeadamente através dos conceitos de organização em
rede, permitiram verificar a complexidade do modelo, para além de imporem a ideia da
transversalidade do desenvolvimento e a necessidade da existência de equipas ou grupos de
trabalho pluridisciplinares.

176
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

Figura 4 – Modelo adaptado por Carlos de Arbués Moreira a partir do


Reletório Brundtland
Em 1992, Young10 apresentou as condições que, segundo ele, permitiriam uma
aplicação do desenvolvimento sustentável. Estas condições deveriam ser integradas num
Projecto de Desenvolvimento, ou seja, num plano por etapas e objectivos a partir de um
diagnóstico prévio à situação do território que se deseja desenvolver.
O texto de Young teve o mérito de alargar a visão economicista e estreita que, até
então, suportava a ideia de desenvolvimento, ao mesmo tempo que tipificava um conjunto
de normas e práticas destinadas à elaboração de Planos de Desenvolvimento a partir de um
conjunto homogéneo de objectivos.

10 YOUNG, M.D., Sustainable Investment and Resources Use, Parthenon – UNESCO, 1992
177
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

Projecto de Desenvolvimento
Sustentável

Manter a Soluções de Conservação


Qualidade Compromisso do Capital -
Ambiental Natureza

Evitar os erros da Manter as Equidade Utilização


Administração e oportunidades Nacional e eficiente dos
do Governo para o futuro Internacional Recursos

Figura 5 – Modelo de Young, adaptado por Carlos de Arbués Moreira


Não cabe neste trabalho, por evidente falta de espaço, uma explicação mais
pormenorizada do modelo de Young, dada a sua complexidade. Interessa, no entanto reter o
conceito Capital – Natureza, ou seja, a capacidade do Planeta, de um País ou de uma região
gerir os recursos parcialmente renováveis e os não renováveis. Para os primeiros, Young
defende que os custos de renovação devem ser incorporados no preço dos próprios
recursos, introduzindo o conceito de utilizador/pagador tão em moda nos dias de hoje. Para
os segundos, Young defende a revalorização dos recursos não renováveis, mantendo ou
diminuindo o seu consumo, ao mesmo tempo que pretende reinvestir os montantes obtidos
nos direitos de exploração na investigação e desenvolvimento de soluções alternativas de
substituição.
Note-se que o objectivo primeiro deste modelo de Young foi o de tentar
compatibilizar e integrar a “economia ambiental” (resultante dos diversos impactes
ambientais) na economia clássica. Porém, ao colocar os Projectos de Desenvolvimento na
escala territorial (internacional, nacional e local) e ao defender as soluções de compromisso
entre o ambiente e a economia, Young foi, sem dúvida, o precursor dos diversos modelos
em que se baseiam as Agendas 21, quer estas sejam globais, nacionais ou locais.
Na Conferência do Rio, em 1992, foi lançada a ideia da Agenda 21 Local (A21L)
como forma de levar à escala regional e local os processos de desenvolvimento sustentável.
Estas A21L’s têm produzido formal e, principalmente, de forma informal, modelos locais
de desenvolvimento sustentável. Embora diferentes e adaptados aos locais de
implementação da Agenda, quase todos os modelos existentes estão baseados num conjunto
de relações e práticas que, simplificando, podem dar origem a um modelo síntese.
A Agenda 21 Local é, na sua essência, um método de actuação ao nível local que
visa a implementação de uma estratégia de desenvolvimento sustentável através de um
178
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

esquema de participação das autoridades locais, instituições, grupos organizados da


sociedade civil e/ou cidadãos individuais, com vista à melhoria das condições de vida dos
cidadãos residentes no território em causa, melhorando as condições económicas e sociais e
preservando e ordenando o meio ambiente e os recursos naturais, tendo em conta a
necessidade de legar para o futuro pelo menos as mesmas condições que herdámos do
passado.

Figura 6 – Modelo Formal síntese da A21L adaptado por Carlos de Arbués Moreira
Assim, a A21L vai ao encontro da transversalidade pluridisciplinar e da
profundidade temporal do desenvolvimento sustentável, residindo na rede local de
informação, formação e decisão a seiva que permite caminhar no sentido da definição da

179
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

estratégia e na escolha das actividades e dos objectivos específicos que implicarão acções
concretas a curto, médio e longo prazo11.
A este modelo formal corresponde um modelo de desenvolvimento sustentável
compatível com a estrutura existente, e vice-versa. Na verdade, só a complexidade dos
temas abordados numa A21L e a necessidade de garantir a participação do maior número
de entidades, grupos de interesse e cidadãos comuns justifica uma estrutura tão pesada.

Figura 7 – Modelo síntese da A21L adaptado por Carlos de Arbués Moreira


Da figura 7 pode retirar-se que os motores da A21L são as Autoridades Locais, a
Estrutura da A21L, a Entidade Técnica e as Condicionantes Externas12.

11 Na Europa em geral e na Península Ibérica em particular, a A21L é de iniciativa das autoridades locais (Câmaras Municipais em
Portugal, Ayuntamientos, Comarcas e Províncias em Espanha). A estrutura da A21L é normalmente formada pelos Grupos
Temáticos, que discutem os problemas do território por tema, a Comissão que reúne os vários temas e elabora documentos sínteses
e o Fórum 21 que discute e aprova o Diagnóstico, Plano de Acção e as alterações decorrentes da avaliação contínua da execução do
Plano de Acção. A Câmara Municipal apoia e coordena os trabalhos da Agenda 21 Local e é o órgão executivo. A Entidade
Técnica (exterior à Câmara ou constituída por técnicos da autarquia) é o órgão consultivo da A21L e realiza os estudos, inquéritos
e outros trabalhos necessários.
12 É devido à existência destas condicionantes externas que faz sentido a frase “pensar global, agir local”.
180
CARLOS DE ARBUÉS MOREIRA

A Agenda 21 Local coloca o problema do desenvolvimento sustentável na


localização correcta perante a pressão neoliberal que caracteriza na actualidade a política de
grande parte dos países desenvolvidos e de importantes organizações internacionais. Na
verdade, é nas esferas locais e regionais, onde se joga grande parte do nível de vida das
populações, que é fundamental alterar as mentalidades e os comportamentos numa primeira
instância, aproveitando as boas práticas daqui resultantes como exemplos para outros locais
ou regiões. Face à globalização neoliberal das grandes variáveis macroeconómicas, a
resposta deve apostar na transformação das práticas diárias ao nível local, num discurso que
invoque a todo o momento as vantagens em caminhar no sentido do desenvolvimento
sustentável.

5.- CONCLUSÃO.
Por tudo o que escrevemos anteriormente parece ter ficado claro o carácter
simultaneamente utópico e imprescindível do desenvolvimento sustentável. Utópico porque
é uma prática que, pelo menos com os conhecimentos actuais, nunca será completamente
conseguida. Imprescindível porque sem este tipo de desenvolvimento condenamos o
Planeta, e com ele a espécie humana, ao caos e à extinção prematura. O desenvolvimento
sustentável é, antes de mais, uma utopia fundamental à sobrevivência da humanidade e do
mundo tal como ainda podemos vê-lo actualmente. Logo o seu carácter de urgência. Mas
também é algo que exige um esforço constante, uma atenção permanente, uma vigilância
apertada e um discurso cauteloso.
O desenvolvimento sustentável é, fundamentalmente, um processo de organização
da sociedade, ao nível das mentalidades e dos procedimentos, tendente a garantir a
sobrevivência da espécie humana através da equidade social e da preservação ambiental,
permitindo o acesso de cada vez maior número de pessoas aos níveis de vida socialmente
aceitáveis e, simultaneamente, garantindo uma utilização progressivamente mais eficiente
dos recursos existentes.
É, pois, altura de privilegiar um discurso que defenda os benefícios de uma prática
tendente a um desenvolvimento mais sustentável, a partir da criação de plataformas locais,
regionais e nacionais em redor dos princípios da equidade social, da preservação ambiental
e do progresso qualitativo (desenvolvimento não é só crescimento). É, ainda, altura para
difundir e vulgarizar o conceito de desenvolvimento sustentável através de uma educação
que explique as vantagens da utilização permanente de boas práticas ambientais e dos
valores da solidariedade activa e da cooperação.
É, por fim, necessário e imprescindível pressionar os governos nacionais e regionais
para adoptarem, no quadro das suas competências, políticas económicas em que estejam
presentes, efectivamente, considerações de ordem ambiental e de justiça social visando um
estado superior de desenvolvimento sustentável.

181
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
UM CONCEITO NO LIMIAR DA UTOPIA

BIBLIOGRAFÍA.
BOADA, M., Estrategias del Desarrollo Sostenible, VII Congreso Nacional del Medio
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Madrid, 52-76, 2002.
MOURA, F. Pereira, Lições de Economía, 4ª ed. Revista, reimpressão, Livraria Almedina,
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SADLER, B. e JACOBS, P., Définir les repports entre l’evaluation envoronnementale et
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Sainte-Foy, 1998.
YOUNG, M.D., Sustainable Investment and Resources Use, Parthenon – UNESCO, 1992.

182
DIMENSIÓN INTERNACIONAL, TERRITORIAL Y URBANA DEL
DESARROLLO SOSTENIBLE

RAFAEL ANDRÉS VELÁZQUEZ PÉREZ

1.- RESUMEN.
Este breve artículo contiene un análisis de las cuestiones relacionadas con las tres
dimensiones fundamentales del Desarrollo Sostenible. Como se conoce el concepto de
desarrollo sostenible se inspira en consideraciones económicas, sociales y ambientales y
en las interrelaciones que se producen en estos tres ámbitos. Así como responde a un
planteamiento integral que se asocia con la idea de hacer mejores las condiciones de vida
de del hombre.
En el contexto de la dimensión internacional de la sostenibilidad, reviste particular
importancia, el comercio internacional, la inversión extranjera y las políticas de
cooperación al desarrollo, especialmente para los países menos desarrollados. Aquí se
debate el temor a los efectos negativos de la globalización en la discusión sobre la calidad
y cantidad del crecimiento, los riesgos medioambientales y los efectos sociales derivados.
También abordamos el singular papel que debe cobrar, en el tema de la
sustentabilidad, la dimensión territorial y urbana, puesto que, por una parte, los
desequilibrios y la degradación tienen su origen y se localizan en el territorio y, por otra,
porque así se incorpora la responsabilidad de los poderes regionales y locales.
Cuba, país donde el proceso histórico, económico y social por el que ha transitado,
ha sido, desastroso para el medio natural y donde la Revolución influyó positivamente en
la erradicación de la pobreza y sus secuelas en términos de la salud y educación; las
mejoras de las condiciones ambientales y calidad de vida en un marco de equidad; el
incremento de la superficie boscosa nacional, la declaración progresiva de áreas
protegidas y parques nacionales, presenta un marco apropiado para implementar una
Estrategia de Desarrollo Sostenible.
Como conclusión, plantear que el desarrollo sostenible, en el caso cubano, no es
una nueva competencia ni se trata de una nueva política, además, en todo caso, existen
antecedentes diversos y útiles al respecto especialmente en un país con indicadores de
desarrollo humano bastante significativos.

183
DIMENSIÓN INTERNACIONAL, TERRITORIAL Y URBANA DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

2.- INTRODUCCIÓN.
La presente ponencia contiene algunos comentarios relacionados con las
dimensiones, hasta hoy definidas, en la literatura contemporánea, sobre el Desarrollo
Sostenible y tiene como fuente fundamental los trabajos de investigación desarrollados por
el autor en la realización de su tesis doctoral1.
Como se ha expuesto en reiteradas ocasiones, el concepto de desarrollo sostenible se
inspira en consideraciones económicas, sociales y ambientales y en las interrelaciones que
se producen en estos tres ámbitos. Pero, además, la sostenibilidad responde a un
planteamiento integral que se asocia con la idea de hacer mejores las condiciones de vida
de la población tanto a una escala global (en el planeta), como local (en el territorio).
Este carácter simultáneamente global y local de la escala de los problemas y de las
respuestas se asocia con la dimensión internacional y territorial del desarrollo sostenible y
justifica el enfoque global que debe adoptarse en materia de sostenibilidad, aunque en
bastantes casos las soluciones sólo puedan ser locales.
La adopción de este enfoque global y local supone, en todo caso, la necesidad de
que todas las decisiones que afectan al desarrollo sostenible se tomen sobre la base del
principio de responsabilidad compartida. Dada la multiplicidad de sinergias y de vías de
avance y las relaciones e influencias existentes, la cooperación institucional en todos los
niveles, la participación social y la existencia de unos flujos de información adecuados han
de constituir principio y fin en los procesos de decisión y gestión del desarrollo, pues esto
es, en definitiva, lo que da forma y significado a las diferentes acciones que se emprendan
en favor del desarrollo sostenible.

3.- DIMENSIÓN INTERNACIONAL.


Es evidente que el comercio internacional, la inversión extranjera y las políticas de
cooperación al desarrollo aportan una contribución importante al desarrollo de los países
menos desarrollados. En este contexto, el temor a los efectos negativos de la globalización
comprende varios de los aspectos que se integran en la discusión sobre el desarrollo
sostenible, en particular los referidos a los de la calidad y cantidad del crecimiento, los
riesgos medioambientales y los efectos sociales derivados.
No deben, en consecuencia, pasarse por alto las implicaciones que, sobre este
problema, tiene el tipo de relaciones económicas, financieras y comerciales que se
establecen con otros países y, especialmente, con los Países en Vías de Desarrollo (PVD)2.

1 Velázquez Pérez, R.A., Bases Metodológicas para la Aplicación de una Estrategia de Desarrollo Sostenible en Cuba, Cap. V.
Universidad de Extremadura, 2000-2005.
2 De la Estrategia Española de Desarrollo Sostenible (EEDS).
184
RAFAEL ANDRÉS VELÁZQUEZ PÉREZ

Previamente, se hace necesario tratar de dirigir correctamente los objetivos deseados a


alcanzar, el que debe ser común.
En la medida en que las pautas de comportamiento y el modo de vida de un país
tienen un impacto más allá de sus propias fronteras, no cabe concebir el concepto de
sostenibilidad sin tener en consideración la dimensión internacional del mismo. El
desarrollo sostenible es un objetivo que no puede ser abordado de forma individual o
aislado.
Dada la naturaleza de muchos de los problemas que ponen en peligro la consecución
del desarrollo; problemas sociales, económicos y ambientales, la eventual desaparición de
los mismos en una parte del mundo no permite garantizar la solución del problema de la
sostenibilidad global. En este contexto, los países desarrollados están llamados a ser los
líderes en el camino hacia el desarrollo sostenible y a despertar en los demás sus propias
responsabilidades en materia de sostenibilidad.
La sostenibilidad también exige avanzar en la idea de solidaridad mundial, recogida
en el principio 7 de la Declaración de Río de Janeiro. En él se señala la importancia de la
cooperación para la conservación, protección y restablecimiento de la salud e integridad del
ecosistema de la tierra, mencionando los compromisos comunes pero diferenciados que
deben corresponder a los Estados en proporción a su grado de desarrollo por su
responsabilidad en el deterioro ambiental o sus capacidades tecnológicas y financieras.
Se trata, en definitiva, de aplicar los criterios de sostenibilidad en las políticas de
cooperación para el desarrollo de carácter internacional, así como en las políticas de
solidaridad interterritorial para los desequilibrios dentro de un Estado. Estos principios
están recogidos en la mayoría de las estrategias de desarrollo de los estados europeos.
Pero además, aceptar las desigualdades vigentes en el planeta supone condicionar las
posibilidades del propio desarrollo. No sólo por poner en peligro la estabilidad ecológica de
la biosfera sino por alterar de facto la estabilidad social y hasta política. No se trata, por
tanto, de hacer únicamente sostenible el proceso de desarrollo sino la sociedad misma en su
conjunto3.
En consecuencia, la dimensión internacional del desarrollo sostenible también debe
contribuir a propiciar un tipo de relaciones que ayude a que todos los países contribuyan a
garantizar la sostenibilidad o, al menos, a no obstaculizarla.
Para ello, son necesarias dos condiciones imprescindibles:
 Partir de la base de que, si bien los PVD no son en esencia responsables de los
principales problemas ambientales globales, es ilusorio tratar de abordar una solución de
los mismos sin su concurso.

3 Fontanals. J., Jornadas internacionales sobre desarrollo sostenible 7 Nov 2002.

185
DIMENSIÓN INTERNACIONAL, TERRITORIAL Y URBANA DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

 Aceptar las dificultades que, a falta de un cambio de aptitud, de un compromiso


decidido por parte de los países desarrollados, los PVD puedan modificar sus pautas de
comportamiento en la medida necesaria.

4.- DIMENSIÓN TERRITORIAL Y URBANA.


Una consecuencia inmediata del concepto de desarrollo sostenible es también el
singular papel que debe cobrar, para su logro, la dimensión territorial y urbana, puesto que,
por una parte, los desequilibrios y la degradación tienen su origen y se localizan en el
territorio y, por otra, porque así se incorpora la responsabilidad de los poderes regionales y
locales.
La introducción de los principios de sostenibilidad en materia territorial y urbana ha
abierto en el ámbito mundial y particularmente europeo, un campo de reflexión con
resultados prácticos que han contribuido a aclarar y dotar de operatividad a algunos de los
conceptos de desarrollo sostenible.
Su fundamento es que la harmonización de las exigencias sociales y económicas del
desarrollo con las funciones ecológicas y culturales del territorio obligan a un desarrollo
territorial sostenible y equilibrado a gran escala. La aportación de las políticas de desarrollo
territorial consiste en promover el desarrollo sostenible mediante una estructura equilibrada
del territorio.
Se trata, por tanto, de reducir las diferencias entre los niveles de desarrollo de las
diversas regiones y el retraso de las regiones menos favorecidas, incluidas las regiones
rurales lo que ha permitido introducir el término de cohesión territorial a efectos de
diagnóstico y de prioridades de dimensión territorial para la cohesión económica y social.
Por su parte, la importancia del ámbito local deriva del carácter insostenible de
muchas de las pautas urbanas actuales, asociadas al alto grado de concentración de la
población urbana (más del 80% en el caso de Europa) y la consiguiente concentración en
las ciudades de los problemas sociales (paro, segregación y exclusión social, etc.)
ambientales (expansión urbana incontrolada, aumento de la movilidad y tráfico, ruido,
consumo de recursos y producción de residuos, etc.).
Además deben incluirse los problemas financieros por las limitaciones
presupuestarias que implican y por la mayor demanda de prestación de servicios4. Estos
problemas y sus efectos no sólo ponen en cuestión la calidad de vida de los habitantes de
las ciudades, sino que trascienden ampliamente el ámbito local y pueden, de hecho, incidir
decisivamente en las condiciones de vida de los habitantes del planeta.
En el seno de la UE, como ilustrativo ejemplo de referencia, se ha venido trabajando
desde hace años en la consolidación y recuperación del papel de las ciudades como

4 BANCO MUNDIAL (2001), PNUD (2000) y BID (2002) Informes.


186
RAFAEL ANDRÉS VELÁZQUEZ PÉREZ

espacios de integración social y cultural, fuentes de prosperidad y bases para el desarrollo


sostenible. Pese a no existir una competencia comunitaria específica, la UE ha trazado una
doble línea.
En primer lugar, la destinada a establecer criterios para contemplar la dimensión
urbana en las políticas comunitarias, como la regional, la ambiental o la de transportes (con
los objetivos de lograr la prosperidad económica y el empleo, fomentar la integración social
y la regeneración de las zonas urbanas, proteger el medio ambiente urbano y asegurar un
gobierno adecuado y la participación ciudadana). Y, en segundo lugar, mediante el diseño
de instrumentos financieros e iniciativas comunitarias en apoyo al desarrollo urbano
integrado y a la formalización de las Agendas 21 Locales.
No es necesario en este contexto apologizar o rehacer biografía sobre la situación de
pobreza ancestral y agudizada de esta parte del hemisferio sur, centremos el discurso tan
sólo en la inequidad social en límites extremos, la insatisfacción humana, la pérdida de la
identidad o la frustración personal casi generalizada y creciente que deriva en un aplastante
pesimismo existencial así como el deterioro gradual del medio natural.
Estas son precisamente las bases sobre las cuales se fomenta la idea del desarrollo
sostenible o sustentable para el sur, y sin embargo pese a todo se han desarrollado
interesantes vertientes conceptuales de sustentabilidad que son auténticos aportes al
contenido y a la propia percepción del bienestar.
Según los tratadistas más objetivos, las dos vertientes (definidas como fuentes) sobre
las que se manifiestan estos aportes son:
El Desarrollo Humano: Surgido y desarrollado sobre la base de la búsqueda de
“bienestar” y “realización personal” en un entorno agresivo donde el desequilibrio es
generalizado. y
La Economía Ecológica: El camino decadente y el efecto esquilmante de la
economía en los países en vías de desarrollo ha permitido que surjan posturas
antropocéntricas (el hombre y sus necesidades como prioridad básica), biocéntricas (la
naturaleza como prioridad) y coevolucionistas (armonía entre el hombre y la naturaleza).
Esta fuente citada anteriormente se enfrenta en algunos parámetros al Informe de
Brundtland que proclama, a groso modo, un crecimiento económico quintuplicado sin
dañar la biosfera incrementando la informática y otros tantos adelantos de la ciencia y la
tecnología pero obviando que con sólo duplicar el crecimiento económico actual se
sobrepasa la capacidad de asimilación del medio natural y como si la miseria de las
mayorías se alimentara con informática y no con servicios y recursos elementales de
subsistencia.
En lo personal y teniendo en cuenta lo antes expuesto, considero que la esencia
sobre la viabilidad o no del Desarrollo Sostenible como modelo y/o como necesidad de
subsistencia futura; está en que el hombre y su bienestar sean una finalidad prioritaria a
escala global y no el medio experimental de las modalidades económicas capitalistas.
187
DIMENSIÓN INTERNACIONAL, TERRITORIAL Y URBANA DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

Los modelos económicos pasados y presentes han perpetrado los valores de


eficiencia y satisfacción en términos cuantitativos generando un consumismo mercantilista,
despiadado, desigual, estigmatizando también la idea injusta y fatalista de la “eterna
pobreza de los siempre pobres”.
La paradójica convergencia de ricos cada vez más ricos y pobres cada más pobres
parece proyectarse hacia el infinito. Las grandes potencias en un alarde de vanidad
pretenden negociarse la contaminación, se distribuyen, como el mercado, el patrimonio
común donde coexisten con iguales derechos innatos ricos y pobres, culpando además a las
naciones más desfavorecidas de los presagios apocalípticos sobre el fin del universo,
causado por la acción depredadora del hombre.
Estos criterios lamentablemente predominantes en ciertos sectores, desnaturalizan el
concepto de sostenibilidad nacido de la necesidad, tienden a olvidar que el Desarrollo
Sostenible es una empresa presente y universal con perspectivas futuristas; no una filosofía
romántica y utópica para el mañana lejano y desconocido, porque así se aniquilan las
esperanzas y se compromete el bienestar de las generaciones presentes y futuras, esto es,
parafraseando a los eruditos del tema en cuestión, hacer que predomine la entropía y no la
sinergia entre especie humana y medio natural,.
Lo antes dicho queda sabiamente resumido por el Dr. Mora Aliseda al plantear que
“Las estrategias futuras requieren de un enfoque global y, por tanto, multidisciplinar, que
considere conjuntamente el trinomio Medio Ambiente-Economía-Desarrollo”5.
Podemos plantear que los diferentes estudios realizados en el área del Caribe
coinciden en que los problemas más importantes que inciden en la calidad ambiental y la
calidad de vida de la población están relacionados con: El impacto de la expansión turística,
las actividades industriales, la disminución rápida de los recursos vivos, el incremento de
las perforaciones petroleras, el impacto ambiental de las explotaciones mineras
(deforestación, degradación del suelo, contaminación del agua y el aire), los problemas
energéticos y por último, aquellos provenientes del cultivo de plantaciones para drogas y el
narcotráfico.
Paralelo a esto, existen una serie de problemas sociodemográficos y culturales que
surgen a consecuencia de los insostenibles proyectos de desarrollo utilizados, los cuales
tienes, así mismo, consecuencias ambientales. Entre estos el narcotráfico que no sólo
implica al medio natural sino también al hombre, la crisis ambiental urbana debido a la
superpoblación en condiciones no habitables, el abandono del medio rural debido a las
migraciones del campo a la ciudad en busca de mejores condiciones de vida y el creciente
aumento de la proletarización de la población que dispara los índices de marginalidad.
Un aspecto de gran significación por su impacto ambiental y sociodemográfica en el
Caribe es el turismo. Esta importante actividad ha producido en algunos países de la región

5 Conferencias del profesor Mora Aliseda, J. en Curso de Doctorado, Universidad de Extremadura, Cáceres, 2001.
188
RAFAEL ANDRÉS VELÁZQUEZ PÉREZ

un aumento de las migraciones, lo cual provoca, en muchos casos, sentimientos xenófobos,


racistas y una creciente discriminación6. De igual forma, producto de la actividad turística,
hay una creciente diferenciación entre la opulencia turística y la marginalidad de la
población local, y no pueden obviarse las epidemias y problemas de salud derivados de los
desequilibrios ambientales.
Es importante destacar sobre la base de lo planteado anteriormente, que para los
países del Caribe, los cuales en su mayoría aún poseen un capital natural significativo, los
postulados neoliberales obstaculizan la evaluación real del significado de la degradación de
la calidad de vida de la población y del ambiente.
Cuba no está exenta de los problemas antes mencionados, típicos en el Caribe, sin
embargo la jerarquización de los problemas ambiéntales tiene otras aristas y matices, otra
repercusión a nivel social, económico y como política estatal, no se puede olvidar que a
partir de la crisis de los 90, la estructura económica de la Isla ha sufrido grandes
transformaciones.
Las nuevas estrategias para sacar a flote una economía que había tocado fondo han
incluido importantes medidas tendentes a la sostenibilidad cuestiones que son objeto de
análisis detallado en el proyecto de investigación doctoral del autor precitado; notoria
influencia tuvo además la Cumbre de Río de 1992 cuyos principales pronunciamientos hoy
forman parte de la Estrategia Ambiental Cubana7.

5.- APROXIMACIÓN A LA SOSTENIBLIDAD EN CUBA.


La situación de un país no puede dejar de enmarcarse dentro del proceso histórico,
económico y social por el que ha transitado y por su vinculación y efectos producidos sobre
el medio ambiente. En el caso de Cuba este proceso no pudo ser peor por su extensión en el
tiempo y efectos durante el periodo colonial y durante la República Mediatizada, puesto
que el desarrollo económico alcanzado se logró sobre la base de la explotación agrícola
extensiva con un uso y manejo inadecuado de los suelos y una intensa destrucción de las
áreas boscosas y más recientemente los efectos de la guerra química implícita en el bloqueo
norteamericano sobre la Isla.
El triunfo de Revolución Cubana implicó también mejoras ambientales pese a lo
heredado; la erradicación de la pobreza y sus secuelas en términos de la salud y educación;
las mejoras de las condiciones ambientales y calidad de vida en un marco de equidad; el
incremento de la superficie boscosa nacional, la declaración progresiva de áreas protegidas
y parques nacionales.

6 Esta metodología, que utiliza una línea de pobreza uniforme para todos los países de la región, se considera adecuada para
realizar comparaciones internacionales y agregaciones regionales. (BEHRMAN, BIRDSALL, y SZEKELY, 2001).
7 Hitos Ambientales en Cuba. Buscar en www.cuba.cu
189
DIMENSIÓN INTERNACIONAL, TERRITORIAL Y URBANA DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

Paralelamente se trabajó sistemáticamente en el ordenamiento territorial y la


evaluación ambiental de las inversiones priorizadas; el uso de las capacidades científicas en
el diagnóstico y el desarrollo de tecnologías para la solución de muchos problemas del
medio ambiente; el proceso de introducción progresiva de la dimensión ambiental en el
Sistema Nacional de Educación aparejado al crecimiento de la gestión ambiental nacional
entre otros.
También fueron cometiéndose grandes errores, dados en lo fundamental por la
insuficiente conciencia, conocimiento y educación ambiental, mala o insuficiente gestión,
limitada introducción de resultados científicos, la aún insuficiente incorporación de la
dimensión ambiental en las políticas, programas y planes de desarrollo y la ausencia de un
sistema jurídico, suficientemente integrador y coherente así como la carencia de los
recursos financieros necesarios; cuestión agudizada en los últimos años por la desaparición
del otrora campo socialista y el incremento de las presiones norteamericanas que han
favorecido el abuso de recursos naturales como medio de subsistencia dando al traste con
los criterios de sostenibilidad.
Por su parte en el ordenamiento jurídico se le ha otorgado rango constitucional al
Medio Ambiente pues la Constitución de la República de Cuba de 1976, modificada en
1992, en su artículo 27, plantea como principio fundamental “la protección estatal del
Medio Ambiente y los recursos naturales por su estrecha vinculación con el desarrollo
económico y social sostenible para hacer más parcial la vida humana y asegurar la
supervivencia, el bienestar y la seguridad de las generaciones actuales y futuras”8.
De este enunciado se desprenden otros cuerpos legales que complementan la política
estatal como la Ley 33/81 “de protección del Medio Ambiente y los Recursos Naturales”,
D. L. 118/990 complementa la Ley 33. Aprobación del Programa Nacional de Medio
Ambiente y Desarrollo, adecuación cubana de la Agenda 21 (1993), creación del Ministerio
de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente, 1994 Ley 87/97, Ley del Medio Ambiente y la
aprobación del Plan Estratégico Nacional para el Medio Ambiente para el año 2000, entre
otras.
Analizado así, hasta se podría afirmar que Cuba es un país donde el Desarrollo
Sostenible es una realidad cotidiana en vías de hecho, por lo menos en el plano teórico,
pero si profundizamos un poco más hay cuestiones que no dependen de recursos
financieros o del bloqueo económico; Cuba es un país dotado de recursos naturales y
humanos excepcionales, realidad universalmente conocida, potencialidades que, con un
marco teórico como el anunciado, podrían generar un desarrollo verdaderamente sostenible,
sin embargo la percepción del bienestar del hombre derivada de una calidad de vida poco
satisfactoria, genera cuestionamientos en cuanto a funcionalidad.

8 Constitución de la República de Cuba de 24/02/1976, modificada en 1992 y publicada en la Gaceta Oficial del Estado, 2002.
Capítulo I, Fundamentos Políticos, Sociales y Económicos.
190
RAFAEL ANDRÉS VELÁZQUEZ PÉREZ

Efectivamente, muchos afirman que la esencia del Desarrollo Sostenible está en


lograr un desarrollo local satisfactorio y luego extenderlo hasta hacerlo universal por
utópico que parezca; o sea discurre de la archiconocida forma clásica de las sociedades
modelo que se basan en la proporción familia-sociedad-Estado, si lo primero es sólido, lo
segundo lo será inevitablemente; si se consigue un desarrollo endógeno a nivel local, éste
trascenderá a nivel nacional; en Cuba por su parte aunque existan los órganos locales de
poder a nivel municipal y provincial legalmente reconocidos, las funciones estatales de
gobierno se ejercen de forma centralizada.
Toda la política del país es trazada, dirigida y controlada a nivel central por el
Partido Comunista de Cuba y esto evidentemente frena las iniciativas locales que han
demostrado sus posibilidades, cuando en circunstancias críticas, se les ha permitido cierta
libertad de gestión, y esto se debe a que las necesidades locales nunca son homogéneas en
distintos territorios.
Otro de los factores que a mi criterio entorpecen el proceso de recuperación de un
verdadero camino hacia el Desarrollo Sostenible en Cuba es como bien dijera el profesor
Campesino Fernández9 y cito:“…el efecto de marginación de sectores poblacionales como
consecuencia del incremento de la inversión extranjera y la explotación turística de valores
patrimoniales”; aquí se vulnera el concepto de bienestar, se aleja al hombre de su entorno
cotidiano por razones que no le favorecen directamente y surgen mecanismos de
subsistencia generados por el desarraigo y por tanto al margen de la ley.
Lamentablemente esta tendencia se ha incrementado adquiriendo matices de
insatisfacción popular que es lo mismo que pérdida de concepto de bienestar, elemento
básico del Desarrollo Sostenible máxime en un país donde se arraigó la idea revolucionaria
de que la Ley primera de los cubanos debe ser el culto a la dignidad plena del hombre en
cumplimiento al sueño martiano por el que se dio inicio a las guerras independentistas en
1868.

6.- OPORTUNIDADES DE UNA ESTRATEGIA CUBANA DE DESARROLLO


SOSTENIBLE (ECDS).
La ECDS permitirá sentar las bases de una nueva dimensión del desarrollo a escala
nacional para las políticas tradicionales. El desarrollo sostenible no es una nueva
competencia ni se trata de una nueva política, además, en todo caso, existen antecedentes
diversos y útiles al respecto especialmente en un país con indicadores de desarrollo humano
bastante significativos.
En síntesis, supone aplicar a la realidad cubana los tres grandes principios del
desarrollo sostenible: aceptar la necesidad de disociar el crecimiento económico de la

9 Profesor Campesino Fernández, A. en Cursos de Doctorado 2001. Universidad de Extremadura, Cáceres, 2001.
191
DIMENSIÓN INTERNACIONAL, TERRITORIAL Y URBANA DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

degradación ambiental; prestar más atención a los elementos cualitativos del desarrollo; e
integrar y coordinar las políticas sectoriales que contribuyen a la calidad de vida.
Asimismo, la ECDS favorecerá la consideración de las implicaciones del desarrollo
sostenible en la aplicación de los instrumentos, iniciativas y programas regionales a nuestro
país. Cabe esperar que junto a los objetivos de convergencia nominal y real Cuba sea capaz
de converger con las exigencias universales en términos de sostenibilidad, asumiendo, en
cualquier caso, que la sostenibilidad es un objetivo dinámico y a largo plazo.
Adicionalmente, la ECDS podría aspirar a obtener el mayor respaldo político, social
e institucional posible en cuanto a las iniciativas nacionales que se pondrían en marcha para
un desarrollo más sostenible. Existe una amplia muestra de instrumentos de rango nacional,
de rango regional; y numerosos procesos de Agenda 21 Local en muchos municipios que
requieren la cooperación de las restantes instituciones para el logro de sus fines.
Por último, cabe señalar que una ECDS sería una oportunidad única para conocer la
propia realidad actual cubana y se podría instrumentar teniendo como base su precedente
española teniendo en cuenta los múltiples rasgos comunes que identifican ambas naciones.
En tal sentido pensar en términos de sostenibilidad permite aproximarse a la
complejidad de la realidad social, económica y ambiental con una mirada distinta, optimista
y sobre todo progresista. Los retos y las oportunidades en términos de desarrollo sostenible
permiten identificar opciones estratégicas sobre las que Cuba habrá de definir sus
prioridades políticas, económicas y sociales a lo largo de un horizonte temporal que
trascienda en términos de sostenibilidad.

192
LA ECOLOGÍA COMO FACTOR EMERGENTE DE VENTAJA
COMPETITIVA EN LAS CIUDADES

DR. RAMÓN SANGUINO GALVÁN


sanguino@unex.es
Mª ISABEL SÁNCHEZ HERNÁNDEZ
isanchez@unex.es
Mª CRISTINA BARRIUSO IGLESIAS
barriuso@unex.es

Dpto. Economía Aplicada y Organización de Empresas


Facultad de. CC. Económicas y Empresariales
Campus Universitario - Avenida de Elvas s/n
06071 Badajoz (España)
Universidad de Extremadura

1.- RESUMEN.
La competitividad de una ciudad puede ser entendida como la capacidad para
generar un entorno físico, tecnológico, social, ambiental e institucional propicio para
atraer y desarrollar actividades económicas generadoras de riqueza y empleo. Con el
transfondo teórico del enfoque de Porter (1995, 1996 y 1998) que defiende que las
ciudades efectivamente compiten entre sí y teniendo como objeto de análisis el caso de la
Candidatura Olímpica de Madrid 2012, este trabajo aborda la ecología como un factor
emergente de ventaja competitiva en las ciudades. Se concluye con unas reflexiones sobre
el papel del factor ecológico en la estrategia competitiva de las ciudades.
Palabras clave:
Competitividad, ciudades, ecología.

2.- ESTRATEGIA Y CIUDADES EN COMPETENCIA.


Las características que normalmente se asocian con los términos estrategia y
decisiones estratégicas son los siguientes:
- La existencia de una situación de competencia entre los intervinientes se
caracteriza por que los adversarios suelen tener objetivos, normalmente, incompatibles (si
bien en aquellos casos en los que intervienen más de dos partes se abre la posibilidad de

193
LA ECOLOGÍA COMO FACTOR EMERGENTE DE VENTAJA COMPETITIVA EN LAS CIUDADES

negociar y compartir un determinado objetivo) y porque los intervinientes disponen de


recursos limitados.
- La decisión de actuar está condicionada tanto por la actuación del oponente como
por la propia situación.
- Se presupone la racionalidad de los intervinientes. Todos elaborarán un plan
detallado de actuación para abordar las situaciones que se puedan plantear.
Algunos autores como Krugman (1996) critican la utilización del término
competitividad aplicado a las ciudades. Para este autor, las ciudades son sólo lugares en los
que se establecen empresas, que son las que compiten entre sí.
Sin embargo son muchos los autores para los que la competitividad entre ciudades
es una realidad (Begg, 1999; Cheshire, 1999; Gordon, 1999; Jensen-Butler, 1999) y en esta
línea el enfoque de Porter (1995, 1996 y 1998), soporte teórico de nuestro análisis, defiende
básicamente que las ciudades compiten de hecho al menos, por la atracción de:
- población, turistas o inversiones en inmuebles
- fondos públicos, recursos presupuestarios u obtención de subvenciones
- eventos de renombre internacional
- generación de empleo, domiciliación de los centros de decisión.
Hay bastante imprecisión a la hora de señalar las características esenciales para
convertir a una ciudad en competitiva. Cada autor, en función del análisis de su propia
realidad, espacio y contexto identifica diferentes componentes. Sin embargo, como señala
Sanguino (2005), tienden a coincidir en que la competitividad del territorio depende de una
combinación de factores que permiten a las ciudades:
- Participar en el mercado regional, nacional e internacional de bienes y servicios.
- Incrementar el ingreso real y el bienestar de sus ciudadanos (Begg, 2002)
- Promover el desarrollo sostenible (Lever y Turok, 1999)
- Promover la cohesión social combatiendo la exclusión (Boddy, 2002)

3.- LA ECOLOGÍA COMO FACTOR DE VENTAJA COMPETITIVA EN LAS


CIUDADES.
Es difícil identificar cuáles son las políticas, programas o acciones que crean
diferencias a favor de unas ciudades y las hacen competitivas.
Porter (1995) afirma que la competitividad supone un proceso fuertemente
localizado que fomenta la especialización y la eficacia local. Suelen identificarse dos tipos
de ventajas competitivas:

194
RAMÓN SANGUINO GALVÁN/ Mª ISABEL SÁNCHEZ HERNÁNDEZ/ Mª CRISTINA BARRIUSO
IGLESIAS

- Estáticas, las que se derivan de la aglomeración o concentración geográfica de la


desintegración vertical y provienen principalmente de los siguientes elementos o activos:
localización y concentración geográfica, disponibilidad de infraestructuras y estándares
medio-ambientales aceptables.
- Dinámicas, las que provienen de la capacidad innovadora y que son creadas por
empresas, gobiernos locales, asociaciones o redes de ciudades.
En un intento de recopilar los factores que afectan al funcionamiento económico de
las ciudades, Begg (1999) recoge en un esquema los diferentes factores de competitividad
(figura 1). Destaca como importante el factor “nivel de vida”, en el que incluiríamos los
aspectos medioambientales, ya que viene ajustado para recoger las influencias de aspectos
no dinerarios que afectan a la calidad de vida. De hecho, la función de bienestar incluye
variables subjetivas, en ocasiones con objetivos que entran en conflicto unos con otros.
Este sería el caso de considerar únicamente los niveles de renta, ya que se ocultarían
aspectos importantes como la degradación del medioambiente por ejemplo.
Los cuatro factores que aparecen en la parte inferior del esquema de Begg (1999)
son familiares al trabajo de Porter (1990) The Competitive Advantage of Nations, donde se
ponen de manifiesto las importantes influencias del entrono en el contexto de la
competencia global y donde se define el diamante de Porter, según el cual cada país tiene
unos factores básicos en los que se fundamentan las organizaciones para crecer y lograr
ventajas competitivas. La diferencia es que en este caso se trata de variaciones entre
ciudades y no entre naciones.

Figura 1: Factores de la competitividad de las ciudades


Factor
medioambiental
Nivel de vida / Calidad de Vida

Tasa de empleo Productividad

Funcionamiento socio-económico
de la ciudad

Tendencias sectoriales Características Capacidad de


El entorno de
e influencias de las innovación
los negocios
macroeconómicas empresas y aprendizaje

Fuente: Adaptado de Begg (1999)

195
LA ECOLOGÍA COMO FACTOR EMERGENTE DE VENTAJA COMPETITIVA EN LAS CIUDADES

Castells (2001) señala que los movimientos ambientalistas o ecologistas desde el


último cuarto del S.XX han tenido una gran repercusión en los valores culturales y en las
instituciones de la sociedad. Así, tanto los gobiernos como las instituciones internacionales
multiplican programas, organismos especiales y legislación para proteger la naturaleza y
mejorar la calidad de vida. De hecho, incide el autor, la antigua posición simplista entre
desarrollo para los pobres y conservación para los ricos se ha transformado en un debate
pluralista sobre el contenido real del desarrollo sostenido para cada país, región o ciudad.
En el planteamiento sociológico de Castells (2001, pp137), la ecología se entiende
como una serie de creencias, teorías y proyectos que consideran a la humanidad un
componente de un ecosistema más amplio y desean mantener el equilibrio des sistema en
una perspectiva dinámica y evolucionista.
Si buscamos el vínculo entre ecología y urbanismo, ya Aristóteles en La Política
decía que la comunidad perfecta de varias aldeas es la ciudad, que tiene, por así decirlo, el
extremo de toda suficiencia, y que surgió por causa de las necesidades de la vida, pero
existe ahora para vivir bien.
Una definición de urbanismo a este respecto, sería la búsqueda de un medio más adecuado
para el desarrollo de la vida humana (González, 2005). Como tal, el urbanismo es más
antiguo que las técnicas ambientales y, de hecho, la preocupación ecológica no se consolida
hasta que se han hecho patentes las consecuencias de la segunda revolución industrial sobre
el medio ambiente (McHarg, 2000)

4.- EL FACTOR ECOLÓGICO EN LA CANDIDATURA OLÍMPICA MADRID 2012.


Como señala Lever (1999), una de las circunstancias más significativas que
evidencian la competencia entre ciudades es la celebración de eventos internacionales de
renombre y entre ellos, por excelencia, la competencia entre ciudades que optan a ser sede
de unos Juegos Olímpicos.
La candidatura de Madrid a los Juegos Olímpicos de 2012, infelizmente sin éxito,
incluía entre sus factores estratégicos de competitividad el elemento ecológico en varias
dimensiones.
La Carta Verde de Madrid 2012 se erigía como una declaración de compromiso
medioambiental en la que Madrid se comprometía a incorporar en los planes y acciones de
los Juegos Olímpicos del año 2012 objetivos estratégicos medioambientales que reforzasen
y consolidasen el camino de la ciudad hacia el desarrollo sostenible.
Se identificaron áreas de actuación prioritaria y objetivos principales cuyo
cumplimiento quedaba sometido al seguimiento público. Fueron:
- Reducir el ruido ambiental
- Mejorar la calidad del aire

196
RAMÓN SANGUINO GALVÁN/ Mª ISABEL SÁNCHEZ HERNÁNDEZ/ Mª CRISTINA BARRIUSO
IGLESIAS

- Fomento del transporte sostenible


- Favorecer el ahorro y eficiencia energética con el protagonismo de las energías
renovables
- Reducir el impacto ambiental de los Juegos
- Fomento de tecnologías ambientales y construcción sostenible
- Influir en los habitos de consumo hacia los productos ecológicos mediante el
patrocinio
- Limitar el consumo de agua y fomentando su reutilización
- Minimizar la generación de residuos
- Protección de la biodiversidad y el paisaje
- Fomento de la cultura del deporte y la salud
- Impulsar el turismo verde
- Promoción de la participación ciudadana
Dentro de la propia web oficial de la candidatura (www.madrid2012.es) se destinaba
un apartado específico dedicado al Desarrollo Sostenible de la ciudad que incluía:
 El Plan medioambiental
Tenía como elemento fundamental el análisis integrado de la sostenibilidad del
proyecto olímpico, considerando aspectos urbanísticos, ambientales, económicos y sociales.
Así, los Juegos Olímpicos harían de Madrid una ciudad más sostenible, al incorporar los
nuevos desarrollos del proyecto olímpico en la trama urbana en un proyecto integrado y
accesible, con los servicios apropiados, protegiendo y mejorando los recursos naturales y
los elementos vitales de la ciudad.

 Medidas medioambientales
La Villa olímpica y sus equipamientos estarían inmersos en un paisaje natural
habitable y tras los Juegos Olímpicos, los espacios libres se incorporarían al Nuevo Anillo
Verde del Este, que permanecería vinculado a la memoria de la celebración de los Juegos.
Entre las medidas cabe destacar que para la construcción se utilizarían materiales
“amigos de la naturaleza”, los proveedores se seleccionarían mediante un índice de
contribución medioambiental.

 Gestión medioambiental
El compromiso de Madrid con el desarrollo sostenible se reflejaba en un Manual de
buenas prácticas medioambientales y en el proceso de contratación de obras y productos.

197
LA ECOLOGÍA COMO FACTOR EMERGENTE DE VENTAJA COMPETITIVA EN LAS CIUDADES

5.- REFLEXIONES.
Partiendo de la base de que las ciudades compiten entre sí por la atracción de
diferentes públicos para la consecución de sus objetivos, hemos realizado una aproximación
a los factores que consideramos vitales para promover el desarrollo sostenible y la cohesión
social.
Nuestra propuesta incluye el factor medioambiental como una nueva dimensión a
ser tenida muy en cuenta por los gestores locales. De hecho, tantos los gobiernos nacionales
como las instituciones internacionales están multiplicando en la última década los
programas y proyectos (e incluso la legislación) para proteger la naturaleza y mejorar la
calidad de vida
Por último, revisamos la importancia del factor ecológico en la Candidatura a la
celebración de los Juegos Olímpicos de Madrid 2012. El resultado se manifiesta en el
establecimiento de objetivos estratégicos ambientales que se plasman en la Carta Verde de
Madrid 2012 (haciendo especial mención al índice de contribución medioambiental por el
que serían elegidos los proveedores).
A pesar de que la candidatura de Madrid no fue seleccionada como sede olímpica y
las próximas Olimpiadas de 2012 se celebrarán en Londres, pensamos que el esfuerzo
realizado en general y en lo que a aspectos ecológicos se refiere en particular, debería
seguir orientando los esfuerzos de las autoridades para conseguir un Madrid más
comprometido con el medioambiente, que base su estrategia competitiva, cada vez más, en
factores que garanticen el desarrollo sostenible.

BIBLIOGRAFÍA.
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BEGG, I., “Cities on competitiveness”, Urban Studies, vol 36, nº 5-6, pp 795-809, 1999.
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198
RAMÓN SANGUINO GALVÁN/ Mª ISABEL SÁNCHEZ HERNÁNDEZ/ Mª CRISTINA BARRIUSO
IGLESIAS

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SANGUINO, R., Gestión del conocimiento y competitividad: análisis en las ciudades
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199
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS.
UNA OPCIÓN PARA EL DESARROLLO SOSTENIBLE.1

LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO.2

1.- INTRODUCCIÓN.
La transición global a la vida urbana, se impone como sello de la época y marca el
inicio del siglo XXI como el siglo del hombre ciudadano, moderno. Esto no admite
discusión, especialmente para quienes proponen el fin de la historia, que se concreta, según
esta visión, en la marcha inexorable de la humanidad por una única senda de progreso, el
desarrollo urbano capitalista, y la extinción de la ruralidad como forma de vida, por
incompatible con los beneficios de la vida moderna: tecnología, salud, seguridad,
comunicaciones.
Al frente de estas ideas marcha el desarrollo sostenible, y que mejor escenario para
ensayar esta fórmula mágica, usada como Patente de Corzo para el crecimiento económico,
que la ciudad -el escenario privilegiado de la crisis social y ecológica global3- el centro de
la vida humana moderna, su hábitat hoy.
¿Pero qué tanto cabe la realidad territorial de Colombia4 en estos presupuestos
teóricos? ¿Somos realmente un país urbano? ¿Cómo usar la sostenibilidad para mejorar
nuestra comprensión de las crisis socio-ecológicas que enfrentan nuestras ciudades? ¿Es
realmente útil hablar de ciudades sostenibles en Colombia?, en tal caso ¿Qué es lo que se
quiere hacer sostenible?
Esta ponencia propone respuestas a algunos de estos interrogantes, al tiempo que
señala y profundiza unos nuevos. Se trata de poner en discusión un planteamiento
biorregionalista: La Ecorregión Urbana, para profundizar un enfoque ecológico – en el
sentido biológico del término – de la sostenibilidad y para entender la inserción de la
ciudad en la región; léase, la localización ecológica de la ciudad; la urbe y su región

1 Ponencia preparada para el II Congreso Internacional: ORDENACIÓN DEL TERRITORIO Y DESARROLLO URBANO.
Mayo de 2006. Lisboa, Portugal.
2 Ingeniero Forestal. Especialista en Ordenación Territorial. Doctor Ordenamiento Territorial. UPV España. Profesor Asistente
Escuela de Planeación Urbano-Regional, Facultad de Arquitectura. Universidad Nacional de Colombia, sede Medellín. E-mail:
lcagudel@unalmed.edu.co
3 Fernández D., Ramón. et al. (1994). Modernización-Globalización vs. transformación Ecológica y Social del Territorio. En:
Ciudad y Territorio. Revista de Estudios Territoriales. II (100-101).
4 La intensidad y magnitud de los procesos de urbanización.
201
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

tributaria según Girardet5. El enfoque propuesto puede ayudar a consolidar el propósito de


la ciudad sostenible como un tema de justicia social urbana y un reto de equilibrio regional.
La hipótesis central de la ponencia es que la ciudad no es sostenible ecológicamente,
sino en relación con una región que le ayuda a abastecerse de productos localmente escasos
y de baja sustituibilidad, al tiempo que le permite liberarse de sus desechos. A los lugares
que hacen posible estos flujos de entradas y salidas, los llamo Ecosistemas Estratégicos
(EE) y al espacio geográfico que contiene estos ecosistemas lo nombro Ecorregión Urbana.
La ponencia se ha dividido en cuatro partes: En la primera se exponen conceptos de
la ecología clásica que soportan la noción de EE, con el propósito de llegar a una definición
conveniente a la sostenibilidad urbana que es una preocupación central en este trabajo. La
parte dos se dedica a ubicar el Desarrollo Sostenible (DS) en la reflexión sobre la
sostenibilidad urbana. Para ello se retoma la idea de diferenciar entre DS y Sostenibilidad
Ecológica, al menos mientras se reubica el papel de los ecosistemas en todo el discurso
moderno del desarrollo: competitividad, gobernabilidad, habitabilidad, globalización. En la
tercera parte propongo dos enfoques de la sostenibilidad, a saber, el enfoque de las buenas
prácticas y el enfoque biorregionalista, y a partir de allí, enuncio el concepto de Ecorregión
Urbana, una aproximación al espacio que debería planificar una ciudad que tenga como
meta la sostenibilidad ecológica. La cuarta parte contiene algunas conclusiones que espero
los lectores puedan ampliar.
Las ideas expresadas en estas páginas son el fruto de cuatro años de trabajo en el
tema que alimenta una de las líneas de investigación de la Escuela de Planeación Urbano –
Regional, por lo que debo conceder coautoría por lo que pueda valer este esfuerzo, a mis
colegas y alumnos.

2.- ECOSISTEMA ESTRATÉGICO (EE).


Tal y como suele suceder con frecuencia en el lenguaje hablado y en el lenguaje
escrito, algunos conceptos se desgastan incluso antes de ser plenamente clarificados. El uso
recurrente de ciertos términos en muy diversas plataformas discursivas, deviene en una
erosión semántica que banaliza y acaba por vaciar de significado términos y conceptos en
principio revolucionarios, o lo que puede ser un mal menor, por cambiar drásticamente el
significado original6. El desarrollo sostenible es un buen ejemplo de ello.
El propio concepto de ecosistema ha estado a punto de morir asfixiado en medio del
debate acerca la ciudad como ecosistema; debate que muestra la confusión entre el objeto
de estudio y la forma de estudiarlo. Lo cierto es que la ciudad puede estudiarse como un

5 Girardet Herbert. (2001). Creando Ciudades Sostenibles. Creating Sustainables Cities. Ediciones Tilde. Colección Gorgona.
Trad. Luis Miguel Pastor. Valencia España.111 Pág.
6 Nótese como algunas personas hablan de “proteger” la ecología.

202
LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO

ecosistema, si se atiende a la versión original de Tansley, quien propuso al ecosistema


como una categoría organizacional, antes que como una unidad espacial. De hecho Tansley
liberó a los ecólogos de su antigua obsesión por las unidades y sus fronteras (biomas,
biocenosis, asociaciones, comunidades, etc.), mostrando que las unidades podrían ser útiles
pero no necesarias cuando se hacía referencia a un nivel de organización7. El paso por una
concepción netamente utilitarista de la naturaleza, nos ha dejado de nuevo frente a la
preocupación por los límites de los ecosistemas.
En esta evolución los conceptos ganan significados de acuerdo con el campo
epistemológico en el que se apliquen, nacen también nociones híbridas: Ecorregión, región
ecológica o ecosistema regional. La noción de Ecorregión es útil para exponer en un marco
espacial dado, relaciones de dependencia ecológica; en otras palabras para delimitar la
región tributaria8 de la que dependen flujos de materiales, energía y servicios ambientales,
esenciales para la vida urbana. A esta referencia espacial del ecosistema (Ecorregión), al
estilo de los primeros ecólogos preocupados por la unidad espacial y sus fronteras, se ha
sumado una nueva calificación de los ecosistemas, esta vez como consecuencia de la
escasez de ciertos recursos naturales y de la emergencia de valores de existencia de la
naturaleza bajo el nombre de servicios ambientales. Es así como los ecosistemas se rotulan
como estratégicos, para indicar la urgencia y las razones para su preservación.
En el entorno de las ciudades ocurre una profunda transformación de los ecosistemas
originales del lugar, al punto que, una vez consolidada la urbe, los habitantes escasamente
logran percibir algunas corrientes, la topografía y en ocasiones, relictos de la vegetación
originaria que quedan como parches aislados o a lo largo de las quebradas, localizados en
determinados sectores urbanos; de tal suerte que el contacto de los citadinos con “la
naturaleza” es esporádico y distante. Comúnmente ocurre en sitios que conservan atributos
ecológicos destacados: panorámicas, entornos de lúdica acuática, senderos, bosques
periurbanos u otros escenarios que se integran a la vida urbana en un momento dado y se
abandonan tras la urbanización o el deterioro del atractivo natural. Cuando esto ocurre, las
opciones de recreación en entornos naturales se hacen más distantes y costosas, lo que
termina por excluir a una buena parte de la población urbana de esta posibilidad.
A lo que sí está expuesta prácticamente toda la población urbana, es a los mensajes
publicitarios y científicos que declaran la crisis ambiental global. Una consecuencia de lo
anterior es que la conservación de la naturaleza ha ganado amplio consenso social, aún la
población más pobre, escasamente rechaza los tributos destinados a la protección de la
naturaleza. Notemos que una primera acepción de EE remite a las áreas de reserva, tal
como se suele llamar en nuestro medio a los parques naturales, distritos integrados para el

7 Margalef., R. Teoría de los Sistemas Ecológicos. Alfaomega Ed. 2002.


8 Este concepto es utilizado por Luis Miguel Pastor, traductor del texto de Girardet “Creating Sustainables Cities” (1991) para
traducir el término original Hinterland: “región tributaria rural o urbana, que está muy vinculada económicamente a una ciudad
cercana. (Girardet, 1991. pág33. Ob.cit 5.
Nota del traductor).
203
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

manejo de los recursos naturales, reservas forestales, santuarios de flora y fauna y a todo el
catálogo producido a partir del decreto 2811 de 19749. He aquí una primera definición: Los
EE son las áreas de reserva que se mantienen con el menor grado de alteración posible para
la protección de la naturaleza.
La mayor parte de la población urbana entiende un ecosistema como un lugar en
donde “hay naturaleza”, la naturaleza misma; de modo que allí se materializa la imagen
publicitaria de “lo natural”: el bosque, los animales y el agua pura. No es objeto de este
trabajo ni soy el más indicado para entrar a analizar esta imagen, pero debo señalar que ella
de forma recurrente se construye sobre la base de bosques alpinos, grandes mamíferos de
las sabanas africanas10 o los bosques del norte del continente y paisajes nivales. Pese a esta
imagen errática, por esta vía se valora social y técnicamente lo escaso como necesario de
conservar: o estratégico
Veamos ahora lo estratégico como noción. La palabra "Estratégico (a)" ha hecho
carrera en el argot de los ecologistas para designar las características de las acciones de este
movimiento, en pro de la salvación del planeta. En cada contexto la utilización de "lo
estratégico" como noción lleva implícito un objetivo preconcebido; es decir, no existen
categorías de objetos estratégicos en sí mismos, sino en función de un propósito.
Etimológicamente la palabra Estrategia proviene del latín strateg: general, y un
significado más directo es "el arte de dirigir las operaciones militares". Así mismo se define
el significado de estratégico como "perteneciente a la estrategia, que conoce la estrategia"11
, "que posee el arte de la estrategia" 12
La génesis de esta noción en el lenguaje de la guerra, la ha hecho útil en otros
contextos en las cuales la confrontación es ideológica; de modo que ha adquirido nuevos
sentidos: "Fig. Dicho de un lugar, posición, actitud, etc., de importancia decisiva en el
desarrollo de algo" Mat. "En un proceso reglable el conjunto de las reglas que aseguran una
decisión óptima en cada momento"13.
Cuando el propósito con el que se usa la noción de "estratégico" es la protección y/o
la conservación de la naturaleza (de los recursos críticos) en cualquier grado de
intervención humana en que se encuentre, adjetivar de esta manera a un lugar geográfico le
dota de significado y valor para el propósito aludido. De modo que lugares estratégicos
para el mantenimiento de procesos naturales o actividades humanas son aquellos que

9 Este es el Código de los Recursos Naturales, aún vigente en aspectos que no derogó la Ley 99 de 1993, que creó en Colombia en
Ministerios del Medio Ambiente.
10 De niños siempre tuvimos mas clara la imagen del elefante, el rinoceronte o la jirafa que la de la ya casi extinta Danta, el Oso
de anteojos o el Chigüiro. Esto no ha cambiado mucho.
11 Pequeño Larousse: Ilustrado. Editorial Larousse. Paris. 1981. Pp 441.
12 Diccionario Real Academia Española XXI Edición. Editorial ESPASA, Madrid. 1992.
13 Ob cit 10. Mat: Matemáticas, Fig: figurado.

204
LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO

permiten que tales procesos y actividades se mantengan en el tiempo y de ser posible se


recuperen, se mejoren en beneficio del objetivo sin deteriorar el lugar. En síntesis, cuando
se habla de "Ecosistema Estratégico" aludiendo a un espacio determinado, se trata en
principio de un lugar especial con significados y valores únicos para un determinado grupo
social, en un memento dado de su historia.
El adjetivo (estratégico) está medianamente claro ahora. El sustantivo (ecosistema)
puede explicarse por una transformación en el uso de este concepto que, como se expuso
atrás, originalmente más que aplicarse a un lugar (espacio) concreto, aludía
fundamentalmente a un conjunto funcional14, 15. La transformación del concepto condujo a
espacializar el ecosistema para asignarle una dimensión concreta: un lugar con limites
claros, un espacio con fronteras al cual sus propiedades emergentes le otorgan el carácter de
estratégico.
Podemos aproximar otra definición general de EE, a partir de objetivos
conservacionistas16 como una porción geográfica concreta delimitable exactamente en la
cual la oferta ambiental, natural o inducida por el hombre, genera un conjunto de bienes y
servicios ambientales, imprescindibles para la población que los define como tales.
En esta definición es necesario clarificar algunas categorías: En si misma la
naturaleza no ofrece nada, es la forma en la que el hombre la percibe, lo que genera esta
categoría teórica. Lo que se conoce como oferta natural corresponde al conjunto de
beneficios que la biosfera provee a un determinado grupo de individuos sin que estos
intervengan para ello más que como recolectores, cazadores o pescadores17. La oferta
inducida se produce cuando se incrementa a corto plazo la oferta natural producto de una
intervención tecnológica humana; allí el hombre interviene como agricultor, silvicultor o
criador de animales. Podría señalarse que la oferta inducida es el objeto común de la
economía neoclásica, mientras que la oferta natural resurge de la economía clásica en esta
época, bajo la forma de la nueva economía ecológica.
Otra conclusión en torno a los EE: se trata de una categoría social, no natural, en la
medida en la que el carácter de Estratégico lo asigna un grupo social en función de sus
propios intereses. Así mismo, el tamaño y la localización del grupo social determinan la
escala a la que tiene valor un ecosistema estratégico; es así como para la población nacional
puede resultar estratégico el Amazonas o los páramos, o las zonas que abastecen los
embalses, mientras que para los habitantes de estos espacios, un bosque particular de la
cuenca alta o baja de un río podría tener especial significación. Tanto la importancia

14 De todos modos Tansley mantuvo en su definición la preocupación por el espacio que ocupa el Ecosistema: "Alguna parte de la
biosfera definida en función de las interacciones entre un conjunto de seres vivientes o poblaciones y su medio ambiente".
15 Vélez R. Luis, A. Ciencia e Idea de La Naturaleza. Para un Ambientalismo Sostenible. En: Revista Anotaciones Sobre
Planeación No. 44 pgs 27-36.
16 Entiéndase como tal la intención de preservar indefinidamente allí, el uso de la tierra que le otorga el carácter de estratégico.
17 Cuando estas actividades son artesanales.
205
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

(nacional, local, etc.) como el carácter estratégico (conservación, suministros, etc.)


dependen de intereses humanos.
Pero ¿qué hace que una comunidad humana perciba como especialmente importante
un lugar geográfico? Hay que decir que la significación especial de algunos lugares no
obedece en todos los casos a un valor ambiental, léase bien o servicio de la naturaleza. Los
significados van desde lo mágico religioso hasta la conexión con hechos históricos. Estos
lugares especiales constituyen por tanto hitos geográficas que no siempre coinciden con los
denominados ecosistemas estratégicos aunque sí viceversa. No siempre un hito geográfico
es un EE pero siempre – así debe ser – este último representa un hito geográfico. La
pregunta puede responderse de manera sencilla acudiendo a una ley de la ecología clásica
conocida como Ley de Factores Limitantes (FL), de la cual la más conocida es la Ley del
Mínimo de Liebig, enunciada por Justus Liebig en 1840, con numerosas reinterpretaciones
posteriores. La idea de Liebig puede ejemplificarse utilizando la metáfora del barril: un
barril hecho de tablas sólo podrá llenarse de liquido hasta el nivel en el cual alguna tabla
que lo conforma esté rota (FL) de tal manera que derrame sobre sí el líquido. (Figura 1)

Figura 1. Ilustración de la Ley del mínimo de Liebig.

F1 F2 F3 F4

F1, F2 … factores diversos, FL Factor Limitante


El enunciado formal de la ley del mínimo plantea que “cualquier condición que se
aproxime o exceda los limites de tolerancia se denomina factor o condición limitante”18.
Menos conocida pero también útil es la formulación de Shelford, hecha en 1913,
denominada “Ley de la Tolerancia” que considera no sólo la cantidad mínima de alguna
sustancia puede ser limitante, sino también el exceso como sucede con factores como el

18 Odum Eugene P. Ecología. Ed. Interamericana. México D.F. 1985.

206
LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO

calor, la luz y el agua. En consecuencia, los organismos tienen un máximo y un mínimo


ecológicos, la gama de concentraciones situadas entre estos dos extremos representa los
limites de tolerancia.19
Con estas leyes aplicadas al caso que nos ocupa podemos resolver la pregunta que se
formuló: la población identifica como especiales, estratégicos, a aquellos lugares de los
cuales obtiene recursos limitantes o que actúan como disipadores de excesos de un
determinado factor. De modo que para una población urbana con un crecimiento acelerado
y/o localizada en condiciones naturales de aridez, los sitios que proveen agua son, sin lugar
a dudas, estratégicos, hitos geográficos.
Una ciudad con alto índice de contaminación por desechos líquidos valoraría como
estratégicas a las corrientes que la liberan de este residuo. Como la Ley de Shelford, este
extremo de las condiciones de habitabilidad, es muy poco conocido. No se tiene clara la
función de transporte y dilución de contaminantes que hacen las corrientes sobre las que se
construyeron las ciudades, ni el papel que juegan las coberturas vegetales en la fijación de
carbono.
En síntesis, la calificación de un lugar como ecosistema estratégico, se hace en
función del deseo de conservar en un estado determinado un sitio de interés para una
comunidad humana. Tal estado bien puede ser natural o inducido por el hombre. Es así
como resulta estratégico un bosque natural que protege la parte alta de una quebrada o un
agro ecosistema que produce alimentos para un conglomerado urbano vecino. El adjetivo
Estratégico, tiene la virtud de resaltar las necesidades de conservación u otras formas de
intervención que un lugar requiere para asegurar un flujo permanente de ciertos bienes y
servicios. El desarrollo económico y el bienestar de la población dependen en alto grado de
estos ecosistemas estratégicos, pues conforman una parte esencial del capital natural o
patrimonio colectivo.

3.- MÁS SOBRE EL DESARROLLO SOSTENIBLE (DS).


Tanto se ha dicho sobre el DS, como poco se ha hecho para materializarlo. La
principal acusación de banalidad de este término, proviene de la crítica a su operatividad a
más de 15 años de su promulgación oficial20. Pese a ello, el mensaje central del DS de que
se debe promoverse un nuevo desarrollo, mantiene la crítica al capitalismo como forma de
relación con la naturaleza y de organización de la sociedad, aunque sólo sea en el terreno
discursivo.
Es posible apreciar un viraje teórico reciente respecto a la interpretación del DS, en
el que se trata de separar Desarrollo y Sostenibilidad, en otros términos, Economía y
Ecología o rescatar la noción básica de sostenibilidad entendida como utilización a

19 Ob.Cit 17
20 Aquí se acepta que tal promulgación tiene lugar en 1897 con el informe Brundland.
207
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

perpetuidad de los recursos naturales, a partir de establecer y extraer de los ecosistemas,


solamente aquel volumen de biomasa (peces, madera) que la propia dinámica de la
fotosíntesis es capaz de reponer en el periodo entre cada ciclo extractivo. De este concepto
la economía propuso la metáfora de los “rendimientos” del capital natural. Lo enunciado
puede verse gráficamente en la figura 2.
La figura muestra dos valores de K0 (azul y rojo); cada uno es un valor óptimo de K
(K/2 o 2K/3) es decir, el momento en el cual (t 1) el número de individuos en el sistema es
tal, que una extracción controlada P, permite una recuperación del nivel en el que se
alcanza la máxima tasa reproductiva, precisamente K/2 o 2K/3.

Figura 2. capacidad de Carga K, Rendimiento Sostenido –P y Ciclo Extractivo (tn t


n+1)

En términos sencillos, para unos autores el momento de máxima tasa reproductiva


ocurre cuando la población de una especie es la mitad del máximo posible (k/2) o un valor
cercano, de modo que se puede extraer hasta la mitad de los individuos de esa especie, con
ciertos cuidados para no degenerar la base reproductiva. Un análisis similar cabe para el
valor 2K/3, el cual se debería aceptar en atención al principio de precaución, especialmente
cuando se pregunte por la máxima población posible en una ciudad.
Desde luego que esta extrema racionalización, probada con cierto éxito cuando se
trata de poblaciones de peces o árboles con tasas conocidas de crecimiento en latitudes
medias, no puede trasladarse a todo el mundo natural, y menos al mundo humano sin más.
El mensaje que permanece en la noción de sostenibilidad es que debe preservarse la base
natural de todos los recursos renovables.

208
LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO

La noción de sostenibildad ecológica procura la permanencia del ecosistema, esto


es, su capacidad para mantener constante en el tiempo su funcionamiento y la salud de sus
componentes y procesos. En la medida en que este propósito demanda profundos cambios
en los patrones de producción, consumo y distribución de la riqueza, este enfoque reclama
para si el rótulo de sostenibilidad fuerte. Otra dificultad radica en que la ciencia no ha
alcanzado a conocer la base natural global, al punto que la tasa máxima de
aprovechamiento de un recurso considerado en forma independiente, no admita discusión.
El DS por su parte, ha tenido un proceso evolutivo a partir de incorporar cada vez
más elementos diferentes al pensamiento económico. Sigue vigente la noción de
sostenibilidad integral que mantiene como uno de sus pilares, más o menos en igualdad de
condiciones que las demás “sostenibilidades” a la sostenibildad ecológica. Bajo este
concepto se integran además la sostenibildad social, política y económica. La figura 3
ilustra un esquema posibles de sostenibilidad integral. Para algunos autores la versión más
recurrente de sostenibilidad débil.

Figura 3a.Las “Sostenibilidades” y la Sostenibilidad Integral.. (Adaptado de Nijkamp,


1990)21
S. Ecológica

Conservación-Restauración

Sustentabilidad Productiva

Habitabilidad

S. Ambiental
o Global Bienestar-Equidad
Productividad

Equidad-Eficiencia

S. Social
S. Económica

Las “Sostenibilidades” y la Sostenibilidad Integral. (Adaptado de Nijkamp, 1990 )

21 Nijkamp, P. Regional Sustainable Development and Natural Ressource Use. Annual Conference on Development Economics.
Washington. 1990.

209
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

Jiménez (2000)22, agrega una envolvente ética como condición determinante de la


sostenibilidad integral. Puede decirse que hay un cambio o mejor, una definición de esta
envolvente ética y es que el nuevo marco ético del DS es la sostenibilidad ecológica. En
efecto, cualquier grupo humano del planeta, con independencia de su raza, credo o nivel de
desarrollo, tiene hoy más que nunca, la obligación de reparar los daños a los ecosistemas
que ha provocado su estilo de desarrollo23, así como de prevenir daños futuros. En otras
palabras, hay un imperativo ético, una responsabilidad ineludible de todos los pueblos de la
tierra, con el patrimonio natural colectivo, localizado al interior de cada territorio.
A mi modo de ver, este cambio conceptual no debe entenderse como un retorno a un
ecologismo nostálgico, sino como una nueva irrupción de la ciencia ecológica en el
pensamiento ambiental moderno. Las diferentes “sostenibilidades” siguen vigentes, el
compendio de ellas se concreta en las ideas más recientes de sostenibilidad, que cobra en
las ciudades un especial significado. La figura 4 ilustra los 4 grandes temas de la
sostenibilidad urbana24.
En la figura 4 la letra K se refiere al capital (social, político, económico y natural),
igual ocurre a la derecha con la sostenibilidad (S). Es de destacar que a pesar de tratarse de
temas de sostenibilidad urbana, aparece la preocupación por la sostenibilidad ecológica o
por el capital natural. El tema que sigue puede introducirse con una pregunta ¿Cuál es y en
donde está localizado el capital natural de una concentración metropolitana?. Una respuesta
trivial por el momento es que, dada la probada dependencia ecológica de la ciudad, el
capital natural del que depende sus sostenibilidad ecológica y en parte sus sostenibilidad
económica, se encuentra por fuera de su ámbito administrativo ordinario (el área urbana, el
municipio) en una región tributaria que aquí llamamos Ecorregión Urbana.
Antes de entrar en el tercer tema, es necesario proponer un último esquema que
resume la tendencia conceptual anunciada: el cambio hacia un neoconservacionismo que
como veremos, se inscribe en la corriente biorregionalista de la sostenibilidad urbana. Este
esquema se presenta en la figura 5

22 Jiménez H. Luis. (2000). Desarrollo Sostenible. Transición Hacia la Coevolución Global. Ed. Pirámide. Colección Empresa y
Gestión. Madrid. 293 p.
23 Aunque para gran parte del mundo, tal estilo de desarrollo haya sido impuesto y no corresponda a la materialización de una
utopía colectiva de futuro que es, la versión ideal del desarrollo.
24 De acuerdo con la propuesta de Fernández R., Allen A y otros. Territorio, Sociedad y Desarrollo Sustentable. Estudios de
Sustentabilidad Ambiental Urbana. CIAM. Editorial Espacio. Buenos Aires. 1999.

210
LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO

Figura 4. Adaptado de Fernández y otros. (1999)25.

E s q u e m a A c t u a l d e S o s t e n ib ilid a d U r b a n a

E x is t e n 4 M e g a t e m a s
v in c u la d o s c o n L a
G SP SE
P S o s t e n ib ilid a d ( d é b il)
U rb a n a :
G . G o b e r n a b ilid a d - K P
SE
P . P r o d u c t iv id a d - K E
H . H a b it a b ilid a d - K S
H S S . S o s t e n ib ilid a d - K N SS SN

S P . S o s t e n ib ilid a d P o lít ic a

P r e s io n e s q u e d e s e n c a d e n a n S E . S o s t e n ib ilid a d E c o n ó m ic a
t e n s io n e s u r b a n a s S S . S o s t e n ib ilid a d S o c ia l
S N . S o s t e n ib ilid a d N a t u r a l

Figura 5. Esquema de Sostenibilidad Ecológica.

S. ECO N Ó MICA :
CO MP ETIT IVIDAD

S. SOC IA L: S. PO LÍT ICA :


HAB ITA BILIDA D
SU G O BER N A BILIDA D

S. E COLÓG ICA
Urban a y R egion al

Esquem a de S ostenib ilidades que convergen en la


S ostenib ilidad Urb ana. (SU )
El esquema apunta a la sostenibilidad ecológica, como propósito ultimo del
movimiento social y científico hacia el DS. Naturalmente este esquema precisa una nueva
conceptualización de las “sostenibilidades”: S. Social equivale a Equidad, S. Económica o
Competitividad a Solidaridad y S. Política o Gobernabilidad a Democracia e Inclusión..
El cortocircuito entre el capitalismo voraz que engulle al mundo entero -esta vez con
el ropaje de la globalización- y la ecología como una renovada economía de la naturaleza,

25 Ob. Cit 23.


211
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

revela que bajo el actual modelo de explotación y acumulación del capital natural global, se
acentuará, especialmente en las ciudades, la ingobernabilidad, la insolidaridad, la
inhabitabilidad y la inseguridad. El resultado se dejará sentir aún con más fuerza en los
ecosistemas locales y globales. Como colofón queda la tentadora conclusión de que no es la
pobreza, sino la forma de generar y acumular riqueza, la causa última de la crisis ecológica
y social global.

4.- ECORREGIONES URBANAS.


Al organizar el discurso y las prácticas propias de la Sostenibilidad Urbana, se
reconocen dos enfoques principales. El primero se ocupa de los problemas ambientales
generados en la ciudad, su tarea es encontrar y aplicar soluciones tecnológicas y educativas.
A este se le puede llamar el enfoque de las Buenas Prácticas, ya que es así como se
denomina a las soluciones mencionadas. El segundo enfoque da cuenta de los problemas
ambientales que la ciudad, su funcionamiento, genera en un territorio cuya extensión
depende del tamaño y de los patrones de consumo del centro urbano que lo organiza. A este
segundo enfoque lo denominaremos Biorregionalista porque buena parte de sus
preocupaciones se centran en la dependencia ecológica de las ciudades de una región
tributaria.
Revisemos cada uno de los enfoques, para ver la forma en la que incorporan y
resuelven el tema de los EE Urbanos-locales y regionales.
El enfoque de las Buenas Prácticas es básicamente remedial, aunque no deja de lado
la conservación de muestras de los ecosistemas originarios al interior de las ciudades. Sus
iniciativas están orientadas a reducir el consumo en general, y a no utilizar productos
contaminantes. También al reciclaje de aguas domésticas, de residuos sólidos, a la
reducción de emisiones de gases de efecto invernadero (por ejemplo mediante el
desestímulo al uso del vehículo privado y la promoción de ciclo rutas) al incremento de
zonas verdes, entre otras.
Así mismo el carácter conservacionista tiene expresiones radicales al interior del
llamado urbanismo verde. Esta corriente emparentada con la ecología profunda, no sólo
propone la restauración natural de los relictos de ecosistemas que quedan en ciertas áreas
urbanas (cerros tutelares o terrenos periféricos sin urbanizar), si no que sostiene la
necesidad de un gran cambio en la estética urbana de la naturaleza, para permitir procesos
naturales de restauración, aún en contra de la idea convencional de la zona verde aséptica.
Coloquialmente podría decirse que la propuesta, entre otras muchas cosas requiere cambiar
los parques lineales ( tan de moda) por corredores biológicos. Estas últimos generarían la
llegada y permanencia de avifauna e incluso reptiles y pequeños mamíferos: fauna urbana,
convivencia real con la naturaleza. Es natural que esta propuesta desate agudas polémicas.
Dejo a los lectores la reflexión a cerca del tema que, insisto, solo he ilustrado mediante este
sencillo ejemplo de corredores por parques lineales.

212
LUIS CARLOS AGUDELO PATIÑO

Figura 6. El metabolismo de las ciudades. Tomada de Girardet (2001)26

Esta acertada figura ayuda a resolver, si es que fuera necesario hacerlo, la polémica
alrededor de la ciudad como ecosistema, ya que ilustra que como tal puede estudiarse. La
gráfica que representa el metabolismo lineal (arriba) adopta el enfoque de las buenas
prácticas en cuanto, como ya se mencionó, este se propone reducir consumos (mercancías,
agua, combustibles, madera27, alimentos) y reducir también la producción de desechos
(gases residuales, residuos sólidos, residuos líquidos) sobre la base de una renovada
conciencia ciudadana, pero sin ocuparse de la procedencia de los bienes y servicios
consumidos o del destino de los residuos28. La figura no considera la valorización de la
naturaleza local que tiene aparejada esta conciencia ecológica urbana, la ciudad se muestra
como una caja negra por la cual los EE locales urbanos no se tienen en cuenta29.
La gráfica del metabolismo circular (abajo) insinúa una relación más equilibrada con
el entorno que Girardet llama Región Tributaria. En cuanto a los Ecosistemas Estratégicos
nótese que se considera la existencia de un cinturón agrícola. Sería útil agregar áreas
verdes urbanas y periféricas y corredores hídricos que surcan las áreas urbanas. Agregaría
también una denominación específica a las áreas que abastecen las “entradas” y aquellas
que reciben las “emisiones” de este metabolismo, precisamente los EE.; el área que los
contiene y a la ciudad es la Ecorregión Urbana.
Hay una condición importante para que un ecosistema que abastece un
requerimiento urbano pueda ser considerado un Ecosistema Estratégico; esta es que el bien
o servicio que se provee sea de baja o nula sustituibilidad local. Como tal debe entenderse

26 Ob.cit 5.
27 No conozco, bajo la denominación de BP, alguna dirigida a reducir el consumo de madera.
28 Excepto la idea general de que los gases contaminantes van a la atmósfera o contaminan el aire urbano.
29 Hay que advertir que ese no era el interés del autor de la gráfica, intentaba sencillamente compara ambos modelos
interpretativos: lineal y circular.
213
ECOSISTEMAS ESTRATÉGICOS EN ECORREGIONES URBANAS. UNA OPCIÓN PARA EL
DESARROLLO SOSTENIBLE

la imposibilidad de que, a costos razonables, se pueda reemplazar el bien o servicio


considerado, de forma que no se limite el acceso a el de la mayor parte de la población.
Lo anterior puede ilustrarse con un ejemplo aplicado al área metropolitano de
Medellín. Consideremos el servicio ambiental de regulación hidrológica. El agua que
consumimos 3 millones de personas en los 10 municipios del área, proviene de embalses
localizados en municipios vecinos como Entrerríos, Belmira, El Retiro. etc. Sin la
existencia de coberturas boscosas en las cuencas altas de las quebradas que surten los
embalses, tendríamos serias dificultades de abastecimiento de agua. La función reguladora
de esas coberturas es el servicio ambiental.
Ahora bien, las fuentes locales, las quebradas y el río Aburrá, no pueden
abastecernos de agua por muchas razones, entre ellas por la contaminación. Limpiar esta
agua para el consumo elevaría enormemente el costo del metro cúbico. Igual sucedería si
tuviésemos que bombear y transportar el agua desde distancias mayores. Todo ello hace
que resulte conveniente administrar con criterios de sostenibilidad ecológica
(mantenimiento de las coberturas y restauración de las mismas), las áreas cercanas, el
vecindario regional.
Se puede extender este ejemplo a otros servicios como la provisión de alimentos, la
regulación climática, el transporte y depuración de contaminantes líquidos a través de
quebradas y ríos, la recreación en áreas naturales y otras que se puedan ocurrir.

5.- CONCLUSIÓN.
Una vez presentados los dos enfoques, ahora podemos plantear algunas
conclusiones:
- Una ciudad no es sostenible en términos ecológicos, a no ser que considere una
Ecorregión que contiene los ecosistemas estratégicos para su funcionamiento. No por ello
deben dejar de considerarse los EE locales.
- Una Ecorregión Urbana comprende a una ciudad y su región tributaria: aquella de
la que obtiene bienes y servicios ambientales de baja sustituibilidad local. ¿Cómo
delimitarla?
- Los límites de una Ecorregión Urbana serán tales que contengan a los EE. Estos
ecosistemas son los mojones de las fronteras de la Ecorregión. Naturalmente estos límites
son difusos. Un mismo ecosistema puede ser compartido por varias Ecorregiones Urbanas.
Tampoco se trata de un espacio uniforme, sino de una entidad espacial discontinua y de
grano heterogéneo.
- Una ciudad que se plantee como propósito la sostenibilidad ecológica, debe contar
con los EE como una opción, un punto de partida para el equilibrio y la solidaridad
regional.

214
LA ANTÍTESIS CIUDAD / NATURALEZA EN EL PLANEAMIENTO
URBANO DE BRASIL

FÁBIO ANGEOLETTO *
SARA BARRASA GARCÍA *
MARTA MORENO GONZÁLEZ **
*Doctorandos en Ecología y Medio Ambiente
Universidad Autónoma de Madrid
**Profesora Ayudante de “Ecología Humana” y Medio Ambiente y Sociedad”,
Departamento de Sociología II, Facultad de Ciencias Políticas y Sociología
Universidad de Educación a Distancia

1.- RESUMEN.
En el artículo se discuten los problemas del planeamiento urbano brasileño que
opone ciudades y naturaleza. En un según momento, se presenta una experiencia de
planeamiento participativo que ha dado como resultado la construcción de una plaza
arbolada en el barrio de Pirajá (Salvador, Bahia, Brasil). Buscamos no repetir el
planeamiento desvinculado de criterios ambientales y sociales, y por eso en el proceso de
planificación se ha tenido en cuenta la opinión de la gente del barrio.

En los últimos años hemos asistido a la aparición de un conjunto de discusiones


conocido como Problemática Ambiental. Las discusiones y cuestiones surgidas en esta
problemática no están circunscritas a las universidades e instituciones de investigación, sino
que también a otros sectores de la sociedad, como las organizaciones no gubernamentales.
En el discurso de esas organizaciones, se percibe un gran énfasis en asuntos ecológicos
globales, como el agujero en la capa de ozono o la deforestación de los bosques tropicales.
No obstante, hay una predominancia, en las acciones de esas organizaciones, de
sentido común, que clasifica las ciudades como la negación de la naturaleza. El análisis de
las paginas web brasileñas de Greenpeace y WWF, es bastante esclarecedora. En ninguno
de los sitios se encuentra ninguna mención a los ecosistemas urbanos. Las ciudades
solamente aparecen involucradas en discursos evasivos acerca del desarrollo sostenible
(ANGEOLETTO, 2000).
En el sitio de Greenpeace (1999), había incluso una campaña en pro del cierre de la
Carretera del Colono (Estrada do Colono), un sendero de 17 kilómetros, no asfaltado, en el
215
LA ANTÍTESIS CIUDAD / NATURALEZA EN EL PLANEAMIENTO URBANO DE BRASIL

interior del Parque Nacional del Iguazú (sur de Brasil, cerca de la frontera con Argentina),
que unía las ciudades de Capanema y Serranópolis do Iguaçu. Por presiones de
movimientos ambientalistas, la carretera había sido cerrada en 1986. El 12 de enero de
1998, las poblaciones de Capanema y Serranópolis la abrieron nuevamente.
Greenpeace enumera varios motivos para el cierre de la carretera, como la
posibilidad de muerte de animales; caza y extracción de flora, presencia de pesticidas
transportados por camiones y polución generada por el tráfico de vehículos. Suena extraño,
todavía, por tratarse de una organización ambientalista, que no haga mención al hecho de
que los vehículos, al transitar por la carretera, dejaban de circular por otras carreteras
colindantes al Parque, ahorrando así 150 kilómetros en sus desplazamientos, y por lo tanto,
evitando la emisión de centenares de toneladas anuales de contaminantes que afectarían al
Parque.
No se discuten, ni siquiera se mencionan, los beneficios de la Carretera para la
población de las ciudades próximas a ella. Tampoco se mencionan, en la página web de
Greenpeace que pedía el cierre, las iniciativas de los ayuntamientos vecinos al Parque para
preservarlo, como por ejemplo la fundación de dos entidades, la “Asociación de los
Municipios por la Apertura de la Carretera del Colono” y el “Movimiento Amigos del
Parque”. La primera entidad fiscalizaba las áreas entre las ciudades-miembros y el Parque.
La segunda estableció normas y reglas para la utilización de la carretera. Estaba prohibida
la circulación de camiones con pesticidas, así como realizar paradas en el trayecto. Una tasa
de 2 euros se cobraba por vehículo. El dinero recaudado era utilizado para proyectos que
daban el destino adecuado a de envases de pesticidas, para proyectos de educación
ambiental y para proyectos de vigilancia y combate de la extracción ilegal de palmito.
Greenpeace, y la amplia red de organizaciones ambientalistas brasileñas que se
adhirieron a la campaña, tuvieron éxito. El gobierno federal cerró la carretera en 2001. No
obstante, fue una victoria amarga: los proyectos ambientales desarrollados por los
ayuntamientos no tuvieron continuidad. El PIB de los municipios, por la caída de tráfico, ha
disminuido; han disminuido también inversiones en salud y educación y los ciudadanos de
la región ahora tienen una fuerte aversión a cualquier institución o persona que se presente
como “ecologista”.
En Brasil, poco se ha discutido sobre la ecología de las ciudades, como si sus
problemas no estuvieran relacionados con la preservación del medio ambiente. Sus
problemas son entendidos como problemas urbanos, no relacionados a los problemas
ambientales. Es todavía usual la idea de la naturaleza como algo exclusivamente alejado de
las ciudades (SERPA, 1995, p. 114; SERPA, 1998, p. 49, 50).
Los ciudadanos brasileños comparten esta idea: entienden que la naturaleza está
ubicada fuera de los límites de la ciudad. Así, en el imaginario de la sociedad brasileña los
problemas ambientales están circunscritos a una orden global y distante (la capa de ozono,
las lluvias ácidas, etc.)

216
FABIO ANGEOLETTO/ SARA BARRASA GARCÍA/ MARTA MORENO GONZÁLEZ

CAMPBELL (1992, p. 191) y FRANCO (1997, p. 212) no esconden la ironía de esa


retorcida situación: mientras que los problemas inmediatos, circunscritos al ambiente más
próximo (la vivienda, el barrio), como la falta de arborización, son frecuentemente
ignorados por grupos ambientalistas y órganos públicos, las atenciones se vuelven hacia
cuestiones de ámbito global.
La negación de la ciudad como una parte de la naturaleza constituye lo que
DIEGUES (1996, p. 13) clasifica como el mito moderno de la naturaleza intocada, una
tentativa de reedición del paraíso cristiano. Para Diegues, los conceptos de natural/ salvage
son fundamentalmente una percepción urbana influenciada por el cristianismo. De ahí surge
la dicotomia urbano/ natural, siendo lo “natural” las áreas que deben ser preservadas como
templos intocables.
El ideário a que se refere Diegues se hace presente incluso en la política ambiental
brasileña de los años 80. Analizando documentos del Instituto Brasileño del Medio
Ambiente y de los Recursos Naturales Renovables (IBAMA), un organo gubernamental, el
autor ha descubierto que el IBAMA, en sus estudios para la creación de parques nacionales,
había propuesto la retirada de poblaciones tradicionales (como indigenas, por ejemplo) de
las áreas destinadas a convertirse en reservas ecológicas, sin que se tuvieran en
consideración sus milenarios conocimientos sobre los ecosistemas que se pretendían
proteger, ni su presencia durante siglos en esas áreas.
La antítesis ciudad/ naturaleza está también presente en la arquitectura y el
urbanismo brasileños. En palabras de la bióloga y urbanista Maria Angela Pereira Faggin
LEITE (1994, p.140):
“Las prácticas del urbanismo en Brasil no hacen uso del conjunto de características
naturales y sociales de un sitio – de la naturaleza de ese sitio – para evaluar, seleccionar,
emitir juicios o implantar concepciones de organización urbana. Al revés, eternizan, en una
actitud temeraria, la reproducción de modelos parciales, generalizadores y dogmáticos que,
a pesar de reducir la naturaleza a lo urbano, no tienen la capacidad de integrar lo natural y
lo construido.”

2.- CONSECUENCIAS DE LA ANTÍTESIS CIUDAD/ NATURALEZA EN EL


PLANEAMIENTO URBANO.
La idea de ciudad como un artefacto opuesto a la naturaleza ha ocasionado errores
en el planeamiento urbano. La UNESCO (DIAS, 1994, p. 96) aboga el planeamiento con
base ecosistemica como un requisito esencial para la supervivencia y el bienestar de las
poblaciones humanas en el presente y el futuro. Desafortunadamente, el planeamiento
urbano ha sido hecho sobretodo basado en criterios económicos, despreciando criterios
ecológicos (ZAREMBA, 1986, p. 80, DIAS, 1994). Para LOMBARDO (1997, p. 46) es
urgente la necesidad de establecer nuevas metodologías y técnicas que incluyan
conocimientos ecológicos en el planeamiento urbano.

217
LA ANTÍTESIS CIUDAD / NATURALEZA EN EL PLANEAMIENTO URBANO DE BRASIL

Al no considerar criterios ambientales, el planeamiento urbano ha agravado algunos


problemas, y causados otros: agua y aire contaminados, despilfarro de recursos; creciente
demanda de energía. La ciudad de Boston nos enseña un buen ejemplo de cómo la no
consideración de criterios ambientales en el planeamiento suele tener incluso consecuencias
económicas directas. En aquella ciudad, los inversores esperaban un lucro considerable por
la inauguración de un centro comercial y un edificio de oficinas. No obstante, el auge
financiero no ha ocurrido, pues fuertes vientos causados por el edificio acumulaban arena
en las partes abiertas del centro comercial, molestando a los clientes. La mayor parte de las
tiendas del centro han sido cerradas (SPIRN, 1995, p. 44, 45).
Otro buen ejemplo de un planeamiento que ha fallado al no considerar procesos
naturales está materializado en el embalse de Assuan. El embalse ha sido construido sin que
se tuviera en cuenta la ecología del molusco transmisor de la enfermedad esquistosomose.
Antes del embalse, los moluscos eran llevados por las aguas del Nilo. Después de su
construcción, ha aumentado el número de canales donde los transmisores podían
reproducirse. Como consecuencia, la esquistosomose se ha diseminado velozmente por
Egipto (SPIRN, 1995, p. 261).
Para la arquitecta Anne W. Spirn, no es usual que arquitectos y urbanistas proyecten
para el ahorro de energía y para la disminución de daños a la salud. Esos profesionales
desconocen como sus proyectos van a afectar al ambiente urbano, y, en otra escala, la
biosfera (SPIRN, 1995, p. 76, 79, 255; NERY, 1992, p.1)
Es verdad que el número de profesionales capacitados para el planeamiento urbano
basado en la ecología de las ciudades está aumentando. Pero en muchas ocasiones esos
profesionales no logran aplicar sus ideas, porque enfrentan a decisiones contrarias, basadas
sobretodo en intereses políticos y económicos de grupos e instituciones poderosas.
Otro hecho preocupante es el carácter casi siempre correctivo, y no antecipativo, de
las políticas urbanas brasileñas. Esto contribuye a agravar los problemas ambientales de las
ciudades de Brasil, principalmente las grandes. Además, hay un vacío de comunicación
entre la comunidad científica y los responsables del planeamiento, la gestión y la toma de
decisiones. Como consecuencia, solamente una pequeña parte de la investigación ambiental
se aplica al planeamiento y a la gestión de las ciudades de Brasil.
Felizmente, en el campo de las políticas urbanas brasileñas, hay un consenso
creciente sobre que el planteamiento integrado de los problemas urbanos, enfocados desde
la óptica ambiental generará una nueva lista de cuestiones y metodologías que van a ser
contempladas en el planeamiento y gestión de las ciudades.

3.- PLANEAMIENTO PARTICIPATIVO EN PERIFERIAS BRASILEÑAS.


Para la construcción de la sostenibilidad urbana en Brasil, no bastan profesionales
preparados. La cuestión de la propiedad del suelo urbano es un desafío aún no confrontado
en las grandes ciudades brasileñas, y que tiene claras implicaciones ambientales. La
218
FABIO ANGEOLETTO/ SARA BARRASA GARCÍA/ MARTA MORENO GONZÁLEZ

urbanista brasileña Ermínia Maricatto (1996, p. 16) observa que en ciudades de Brasil, la
ocupación ilegal del suelo se permite de modo informal, o incentivada por los poderes
públicos, aunque, no obstante, no permiten el acceso formal a la tierra de la ciudad. Incluso,
a menudo se permite la ocupación por miserables, de áreas de protección ambiental
(KOWARICK, 1979, p. 89).
De hecho, las autoridades municipales de Brasil tienen un discurso ambiguo.
Mientras los terrenos no tengan valor de mercado, o posean valores muy bajos, la
ocupación por miserables de áreas que suelen tener valor ambiental será habitual. Por otro
lado, cuando surge un barrio pobre en un sitio con valor en el mercado inmobiliario, las
autoridades interfieren a través de la legislación, incluso a través la legislación ambiental
(MARICATTO, 1996, p. 26).
Un ejemplo claro de las actuaciones ambiguas de las autoridades brasileñas respecto
al medio ambiente urbano está materializado en la periferia de la cuidad de Salvador,
Bahia, Brasil. En aquella ciudad, una área periférica conocida como “Suburbio Ferroviario
de Salvador”. Esta área abriga un parque, el Parque Metropolitano de Pirajá, con una
cuenca hidrográfica y 1500 hectáreas de Bosque Ombrófilo Denso. Poco a poco, el parque
está desapareciendo por el aumento de los barrios pobres que lo rodean. No hay conflictos
con las autoridades, y tampoco hay esfuerzos para se evitar la degradación ambiental: es un
área paupérrima, que no interesa al mercado inmobiliario.
Lo opuesto ocurre en el Parque Metropolitano de Pituaçu, ubicado próximo a barrios
de clase media de la ciudad, y a playas de gran interés turístico. Allí, una chabola fue
rápidamente retirada por el Ayuntamiento, que alegó tratarse de un área pública y de
protección ambiental (ANGEOLETTO, 2000; ANGEOLETTO, 2004).
Las periferias de Salvador poseen una magnitud impresionante – el 73% de sus
ciudadanos viven en ellas. Los barrios periféricos tienen en común diversas precariedades,
como la insuficiencia de espacios libres arbolados. Además, las inversiones para esos
barrios son escasas. Hay, por lo tanto, que investigar soluciones de bajo coste, y de sencilla
y amplia aplicabilidad.
En un proyecto financiado por la Unión Europea, hemos promovido en el barrio
periférico de Pirajá, en Salvador, un ejercicio de planeamiento participativo que ha dado
como resultado la construcción de una pequeña plaza arbolada, reemplazando un sitio que
antaño fue un depósito de basura, con una “lengua negra”. Hemos elegido el barrio de
Pirajá por estar contiguo al Parque Metropolitano de Pirajá. Creemos que la mejor
estrategia para contribuir a la conservación del bosque del Parque es actuar en la mejora de
las condiciones de los barrios miserables que lo rodean. Defendemos, por lo tanto, un punto
de vista opuesto de aquel expuesto por Greenpeace en el affaire de la Carretera del Colono:
no negamos un entorno humano del Parque, sino que buscamos investigar y actuar en él
con objetivos ambientales claros.
Para elegir el sitio donde se desarrolló el ejercicio, hemos utilizado el método de
sintaxis espacial. Con la ayuda de un software, (el space syntax), mapeamos todos los
219
LA ANTÍTESIS CIUDAD / NATURALEZA EN EL PLANEAMIENTO URBANO DE BRASIL

espacios libres (espacios donde no hay impedimentos a la circulación de personas) y


determinamos aquellos de carácter global (que concentran un número mayor de personas) y
de carácter local (espacios frecuentados sobretodo por los vecinos).
Elegimos entonces un sitio de carácter local para el ejercicio. La elección tiene un
motivo estratégico. En general, las pocas inversiones de los ayuntamientos suelen ocurrir en
espacios globales, por la visibilidad que las obras en esos espacios proporcionan, y que se
traducen en votos. Por otro lado, los espacios locales de barrios periféricos son “la periferia
de la periferia”: sencillamente no hay inversiones públicas en estos sitios. Además, al
seleccionar un espacio local, esperábamos que, una vez que los vecinos se hubieran
involucrado en el planeamiento, y se convirtieran en gestores de la nueva plaza,
conservándola y evitando actos vandálicos (lo que, de hecho, ha ocurrido).

4.- DEFINIENDO UNA METODOLOGÍA DE PLANEAMIENTO PARTICIPATIVO.


Una medida fundamental que debe ser tomada por el planeador que busca una
participación comunitaria real en la elaboración de un proyecto, es la identificación de las
redes que determinan las relaciones sociales del grupo. Es imprescindible que se preste
especial atención a las estructuras sociales, como redes de parentesco, grupos de
trabajadores, cooperativas y asociaciones, que son usadas para diseminar informaciones, y
además para convocar a los ciudadanos a la participación en la mejora de sus barrios.
De acuerdo con el sociólogo Tomás Villasante, de inmediato es posible percibir tres
tipos de redes sociales: redes de poder, redes de grupos organizados (organizaciones no
gubernamentales, asociaciones de ciudadanos etc.), que en conjunto suman cerca de 5% de
la población; y las redes informales, donde está la gran mayoría de la población
(VILLASANTE, 1998).
El planeador, cuando se rodea de los miembros de las redes informales percibe que
rápidamente surgen portavoces, líderes que representan al grupo. Identificar y contactar a
esos comunicadores es fundamental para el desarrollo de un proceso participativo de
planeamiento (VILLASANTE, 1998).
Al haber anunciado nuestra intención de establecer un convenio con los vecinos para
el planeamiento y ejecución de una plaza arbolada, se ha destacado una vecina, Gorette, que
desde el primer contacto abrazó con entusiasmo la idea. Gorette ha actuado como puente
entre los investigadores y los vecinos colindantes al área elegida para el ejercicio de
planeamiento participativo.
Fueron 6 reuniones, con una participación media de 13 personas, sobre todo
mujeres. En la primera reunión, se presentó un proyecto inicial de plaza, en realidad la
propuesta de los investigadores para el área.
En la segunda reunión han sido registradas las opiniones de los vecinos con respecto
al proyecto previo, con sus ideas y deseos para el espacio que estaba naciendo. Dos

220
FABIO ANGEOLETTO/ SARA BARRASA GARCÍA/ MARTA MORENO GONZÁLEZ

reivindicaciones han prevalecido en ese encuentro: 1) que el espacio tuviera juegos


infantiles, y 2) que un arroyo contaminado fuera canalizado. Las peticiones, formuladas,
sobretodo por madres, revelaba la ansiedad por un espacio de calidad para el ocio de sus
hijos, hasta entonces inexistente.
Fotocopias de la planta baja se distribuyeron a los participantes de la tercera reunión.
Se propuso que ellos mismos dibujasen en las Fotocopias la plaza que les gustaría tener.
Hubo una cierta resistencia, una vez de los participantes porque alegaron “no saber
dibujar”. Fue necesario explicar que lo que importaba era el registro de las ideas, y no la
belleza de los dibujos. En general, los dibujos contenían parcelas deportivas cementadas,
árboles y equipos de juego infantil.
El planeamiento participativo requiere insumos en forma de educación. Es natural
que la comunidad cometa errores. En estos casos, es tarea de los técnicos mostrar
argumentos y puntos de vista alternativos, de manera didáctica, proporcionan así
instrumentos a los vecinos, para que ellos mismos decidan sobre el futuro de sus espacios
libres. Y así se procedió. Los investigadores explicaron las ventajas de no cementar el área
(para evitar islas de calor) y de arbolar el lugar (para un mayor confort ambiental).
Por otro lado se pidió a los vecinos que buscasen identificar posibles “propietarios”
del espacio donde iba a ser hecha la plaza. La palabra propietarios está entre comillas
porque todas las viviendas del barrio ocupan suelo informalmente: no tienen títulos legales
de propiedad. Nuevamente lo aludimos para hacer ver la gravedad de la falta de
regularización de la propiedad del suelo en las grandes ciudades brasileñas. En las
periferias, la competencia por el espacio es feroz. Y la falta de regularización añade una
dificultad más en el planeamiento de espacios libres. Posteriormente, dos “propietarios”
fueran identificados. Uno de ellos permitió sin problemas la ejecución de la plaza en su
terreno, pero el segundo no lo hizo, lo que disminuyó el área disponible.
En la cuarta reunión los participantes fueron informados de que habría recursos
garantizados de la Unión Europea – US$ 850,00 – para la ejecución del proyecto
participativo, hecho que provocó grandes alegrías y expectativas entre los vecinos. La
quinta reunión fue la que registró un mayor número de participantes, 26 personas. Por
primera vez la presencia masculina fue grande (10 hombres). El reto de la reunión era el
establecimiento de un cronograma de acciones. Entre los participantes había operarios que
elaboraron una lista de materiales. Las Tareas fueran distribuidas entre los vecinos.
En la sexta reunión los materiales (hormigón, etc) fueron entregados. Algo curioso
pasó: uno de los participantes preguntó si nosotros teníamos la intención de ser candidatos
a algún cargo político. Por nuestra cara de sorpresa ante la pregunta, el se explicó: - “Nada
es gratis. Por lo tanto, alguna ventaja ustedes deberán sacar de estas reuniones (o sea,
votos). Le respondimos que no teníamos la pretensión de presentarnos a ninguna
candidatura, ni representábamos a ningún partido político, y que sólo éramos investigadores
estudiando maneras de mejorar los barrios de Salvador. Este diálogo es esclarecedor de
una práctica que desafortunadamente es bastante común en épocas electorales en Brasil: el

221
LA ANTÍTESIS CIUDAD / NATURALEZA EN EL PLANEAMIENTO URBANO DE BRASIL

cambio de votos por favores y servicios. En el barrio de Pirajá, por ejemplo, es usual que se
cambien votos por hormigón.
Utilizando la mano de obra voluntaria de los vecinos, fue posible, a un coste
bastante bajo (US$ 850,00) cambiar un sitio insalubre por en un área de esparcimiento
agradable. Sitio, además, proyectado según los deseos y necesidades de sus usuarios, lo que
garantiza su permanencia.
Fotos de la Plaza

BIBLIOGRAFÍA.
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Aumento da Biodiversidade e da Qualidade de Vida Nos Biomas Urbanos.
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222
FABIO ANGEOLETTO/ SARA BARRASA GARCÍA/ MARTA MORENO GONZÁLEZ

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ZAREMBA, Piotr, Urban Ecology in Planning, Polish Academy of Sciences. Wroclaw,
1986.

223
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA.
PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA LATINA

JUAN PEDRO RUIZ* Y MARTA MORENO**


* Departamento de Ecología, Facultad de Ciencias, Universidad Autónoma de Madrid
juan.ruiz@uam.es
** Departamento de Sociología, Facultad de Ciencias Políticas y Sociología, Universidad
Nacional de Educación a Distancia
mmoreno@uned.poli.es

1.- RESUMEN.
Se describen en este texto el contexto de trabajos de investigación en ecología
urbana y sostenibilidad y su aplicación al caso de Ciudad de La Habana, Cuba. Los
estudios de caso en que se ha centrado el equipo son: 1) inventario de los recursos
escénicos del paisaje de La Habana y evaluación de preferencias por la población urbana
y rural, visitantes extranjeros y paneles de expertos de Cuba, España, Grecia y Argentina;
2) estudio de salud ambiental a través de una encuesta biosocial aplicada a 1100
residentes en la cuenca del río Quibú en Ciudad de La Habana y centrada en: actitudes y
conocimientos ambientales, evaluación del estado de salud respecto a variables
ambientales e indicadores de participación comunitaria en la gestión ambiental; 3)
experiencia aplicada de participación de la población al diseño participativo en la
restauración paisajística de un área degradada costera en la desembocadura del río
Quibú. Se plantean líneas de discusión para la aplicación de estas metodologías y
resultados en las investigaciones futuras en ecología urbana en América Latina. Esta
investigación es parte de la contribución española al proyecto de investigación:
Cooperative Applied Environmental Systems Research ff Urban-Rural Interface
Sustainability in Water Management and Land Use in The Havana Region. Departamento
de Ecología UAM/INCO-DEV/INCO II (ICA4-CT 2002-10019). V Programa Marco de la
Comisión Europea.

225
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA. PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA
LATINA

2.- ECOLOGÍA URBANA.


A raíz de la Revolución Industrial, el consumo creciente de energía procedente del
uso de combustibles fósiles y el crecimiento continuo de la urbanización han constituido las
mayores fuerzas motrices de los cambios globales que afectan al clima y la biosfera,
incluyendo indudablemente a las poblaciones humanas. Motores del crecimiento
económico, fuente de creatividad y tecnología, las ciudades son también ámbitos de
pobreza, desigualdad y peligros ambientales para la salud. El modo de vida urbano se ha
convertido así precisamente en pieza clave de la ecología humana moderna.
El propio término “ecología humana” fue acuñado en la década de 1920 por
sociólogos de la Escuela de Chicago en un intento de describir el entramado de las ciudades
y el comportamiento humano en el entorno urbano utilizando términos propios de la
ecología (Park y Burgess, 1925). Más adelante, los estudios de ecología urbana han
pretendido integrar el funcionamiento de los ecosistemas humanizados en la teoría
ecológica que ofrece explicación a la distribución, abundancia y relaciones entre los
organismos y sus ambientes, incluidos los seres humanos y las especies asociadas a los
ambientes urbanos.
La visión que normalmente se tiene de la naturaleza, sobre todo para quienes viven
en las ciudades, suele reducirse a espacios protegidos, acotados y desvinculados de lo
cotidiano. El complejo mundo que convive y sustenta a las poblaciones humanas sigue
siendo percibido como algo alejado, que no compromete directamente aunque se reconozca
su singularidad y valor. La opinión social participa de esta escisión fundamental: la
valoración abstracta de la conservación de la riqueza natural sin un cambio guiado por
criterios ecológicos que altere significativamente las formas de consumo (Moreno, 2003b).
Uno de los conceptos de mayor peso que aparece en la investigación de las ciudades
es la consideración de la ciudad como organismo que consume recursos y produce desechos
consecuencia de su metabolismo (Boyden y Celecia, 1981). Para describir y comparar
ecosistemas se recurre a los flujos de entradas y salidas o nivel de utilización de materia y
energía. A diferencia de los ecosistemas “naturales” o poco humanizados en los que las
entradas y salidas están equilibradas, en plazos más o menos largos, los ecosistemas
urbanos utilizan ingentes cantidades de materia y energía, generando a su vez grandes
cantidades de residuos (figura). Precisamente el empleo de este enorme nivel de energía
exosomática, la que viaja por fuera de los organismos vivos, es la estrategia diferencial de
los ecosistemas urbanos que les permite explotar otros ecosistemas a enormes distancias.
De este modo las ciudades se han convertido en entidades inusualmente dependientes para
su mantenimiento de otros ecosistemas, extendiendo conexiones e impactos por todo el
planeta. Si bien el grado de dependencia depende, entre otros factores, de las condiciones
locales que incluyen el tamaño de la ciudad, la fertilidad del terreno colindante, la media de
ingresos de los habitantes, las variables culturales o el contexto político (Collins et al,
2000).

226
JUAN PEDRO RUIZ/ MARTA MORENO

La gran acumulación de información y la complejidad creciente caracterizan


igualmente a las ciudades. El mantenimiento de la complejidad de los sistemas urbanizados
se fundamenta igualmente en el ingente consumo de energía y en la explotación de recursos
de otros lugares, que se simplifican condicionando su producción de biomasa y
biodiversidad. Así, el flujo de materia y energía de la naturaleza hacia el hombre puede
considerarse proporcional al gradiente de organización. O dicho de otro modo, a medida
que se toma más de la naturaleza ésta se va desorganizando. Cuanto más parasitarias sean
las ciudades, más deprimidas y deterioradas quedarán las zonas rurales y naturales
encargadas de la regeneración de los ciclos de la vida (Moreno, 2003a).
El programa clásico de ecología urbana de Hong Kong (Boyden et al, 1981) se
inició en el contexto de la comprensión de estas interrelaciones para el estudio ecológico de
los asentamientos humanos y se continuó después en trabajos en otras ciudades como Roma
y Barcelona. Como parte del programa MAB de la UNESCO, iniciado en los años 70, se
centró en el estudio de las influencias mutuas del hombre y la biosfera en el caso específico
de las ciudades. Este estudio de vocación amplia tanto en su concepción teórica como en la
intención de transferibilidad de los resultados y metodología a otros asentamientos ha
servido de base conceptual para la realización del estudio de ecología urbana de la
provincia Ciudad de la Habana, Cuba.

3.- ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA.


Esta línea de trabajo ha formado parte de un proyecto internacional realizado en los
últimos tres años y financiado por la Comisión Europea dirigido al diagnóstico ambiental y
a proporcionar recomendaciones de gestión de la interfase rural-urbana de la ciudad. En el
mismo se ha partido de las especiales características ambientales y sociales de la isla para
plantear una evaluación ambiental basada en y soportada por un sistema de información
geográfica. Se ha enfocado en la interfase rural-urbana como frontera crítica para la
conservación de la naturaleza y la calidad de vida en países del sur. El caso cubano permite
el estudio aplicado de fenómenos incipientes en ese país pero muy extendidos y
aparentemente incontrolables en América Latina, como la favelización y la destrucción
acelerada de los paisajes naturales y rurales en la expansiva frontera urbana.
El objetivo de nuestro grupo en este contexto ha sido evaluar el estado de salud y
bienestar de las poblaciones urbanas y establecer las relaciones causales ambiente-
condiciones de vida. Estos aspectos, íntimamente relacionados con el universo perceptivo y
cultural de las poblaciones humanas, han sido objetivos prioritarios de los estudios de
ecología urbana del programa MAB y piedra angular de iniciativas recientes como el
programa de ciudades saludables promovido por la OMS en la década de los 80 o el de
ciudades sostenibles a partir de la Carta de Aalborg de 1994. Una ciudad saludable se
definió como aquella que de forma continua está mejorando su ambiente físico y social,
potenciando aquellos recursos comunitarios que permiten a la población realizar todas las
funciones de la vida y autodesarrollarse hasta su máximo potencial desde una perspectiva
de apoyo mutuo (Dhul 1986).

227
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA. PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA
LATINA

Por otra parte, el componente de la participación comunitaria en la evaluación y


gestión ambientales aparece ya esbozado en etapas maduras de los estudios de ciudades del
MAB. Si bien, debido a problemas de financiación y a las limitaciones impuestas a la
UNESCO a partir de los años 80, no llegó a ponerse en práctica en este programa,
claramente emerge en los planes de actuación local planteados tanto en los objetivos de
ciudades saludables como sostenibles. La salud no es por tanto un resultado exclusivo de
las acciones técnicas y profesionales realizadas por el sector sanitario, sino que surge como
resultado de los compromisos asumidos por los individuos, las comunidades y los
gobiernos en políticas, programas y servicios que favorecen su protección, así como del
fomento de la participación social.
Como vemos, el contexto perceptivo, cultural y social, junto con la habitual
caracterización de los elementos ambientales del entorno urbano, viene mereciendo una
atención creciente tanto en la propia conceptualización teórica del ecosistema ciudad como
en las investigaciones y planes de gestión integral de las ciudades. Debido a ello, el estudio
de la percepción del entorno biofísico y cultural, de las condiciones ambientales y de salud
228
JUAN PEDRO RUIZ/ MARTA MORENO

y la participación comunitaria, han configurado tres de los trabajos específicos del estudio
sobre ecología urbana de La Habana, dentro del proyecto general.

4.- ESTUDIOS DE CASO EN LA HABANA.


El equipo se ha centrado, como se ha mencionado, en tres aspectos de la percepción
de la calidad del paisaje como componente fundamental de la calidad de vida; la salud de la
población en relación con el ambiente y la participación comunitaria en el diseño
paisajístico.
En cuanto al paisaje visual se comenzó por realizar una cartografía a escala
1:100.000 del mismo en la provincia Ciudad de La Habana. El énfasis en este caso es en el
recurso escénico, es decir en los aspectos visuales del paisaje percibidos por los individuos
y colectivos humanos a través de procesos complejos a escalas de la especie humana, de
grupos culturales específicos y de la experiencia y personalidad individuales (Ruiz, 1989 y
1993; Ruiz y Bernáldez, 1983; Ruiz y Benayas, 1993; Ruiz y Moreno, 2002). Equipos de
los departamentos de Ecología de las universidades de Sevilla y Autónoma de Madrid
desarrollaron desde los años ’70 métodos para la tipología, clasificación, cartografía y
evaluación del paisaje visual. El recurso escénico es un elemento clave de los “intangibles
ambientales”, en la expresión del profesor Fernando González Bernáldez, tan difíciles de
inventariar y de evaluar como importantes en la calidad de vida de las poblaciones y en
cualquier estrategia realista de desarrollo sostenible. El paisaje es uno de los bienes
naturales básicos en actividades económicas convencionales y en las nuevas orientaciones
hacia el desarrollo con bases ecológicas y sociales. Esto es evidente en los países
desarrollados pero también en áreas en desarrollo como el caso de La Habana.
La cartografía del paisaje visual se basó en dos aspectos o capas fundamentales: 1)
el contenido del paisaje, el “paisaje visual”; 2) los aspectos de visibilidad del territorio,
importantes tanto en capacidad de vistas (potencial visual) como en la fragilidad frente a
intervenciones o impactos (incidencia visual) que denominamos en conjunto “visibilidad”.
En cuanto al primero la aproximación que se siguió fue jerárquica, sectorizando
unidades de paisaje visual en tres capas sucesivas: 1) paisaje físico, abiótico o fisiográfico;
2) paisaje biótico en combinación con los usos del suelo no urbanos; 3) paisaje antrópico,
construido o urbano. La superposición de estas tres capas da lugar a unidades sintéticas
homogéneas en su apariencia y que resultan útiles en el inventario del recurso escénico y
como documentos de base para la gestión ambiental. Se han elaborado los mapas geovisual
y bioantropovisual cuya superposición da lugar al mapa de paisaje visual. Si las unidades
de éste se evalúan a partir de las preferencias del público y expertos en el proceso que se
describe más adelante tenemos un mapa de calidad visual.
En cuanto a la visibilidad ya en el trabajo aplicado en Gernika-Mundaka (Ruiz y
Ruiz, 1984) se realizó una prospección automatizada del territorio mediante un programa
de ordenador desarrollado para el proyecto. Este método automático, que se ha empleado
en general para calcular y representar la cuenca visual de puntos aislados y no del conjunto
229
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA. PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA
LATINA

del territorio, representó un procedimiento riguroso y objetivo para cuantificar la


visibilidad. Si al mapa resultante le incorporamos las texturas de la cobertura vegetal y
construida obtendremos un mapa de fragilidad. A su vez la combinación de éste con el de
calidad visual nos da un mapa sintético de calidad/fragilidad visual, aportación fundamental
para la gestión.
Nuestro equipo se centró en años sucesivos en los aspectos aún más complejos de la
evaluación del recurso escénico en contextos tanto básicos como aplicados. Se han
realizado numerosas tesis doctorales y estudios de consultoría en este campo. Se ha seguido
la doble aproximación de evaluación de las unidades de paisaje procedentes de tipologías
jerárquicas como la descrita mediante el juicio de público (habitantes, visitantes nacionales,
visitantes extranjeros) y de paneles de expertos. Se ha trabajado en diversos países: España,
Cuba, Venezuela, México, Australia… y en aplicaciones diversas: gestión territorial,
espacios protegidos, participación comunitaria y estudios de gran envergadura como el
propio proyecto financiado por la Comisión Europea. En ellos se consolidó una técnica
eficaz de evaluación y comparación de valor en tests de pares de fotos (la técnica que inició
Bernáldez con sus equipos de trabajo desde los ’70) por público y expertos. Se obtienen
puntuaciones cuantitativas relativas, para el conjunto de unidades de los inventarios de
paisaje visual. De esta forma se pueden evaluar las unidades de los mapas y proyectar los
incrementos negativos o positivos de valor ante actuaciones planteadas en el territorio.
En conjunto se han ido desarrollando los elementos de un proceso completo y
exhaustivo de tipología, inventario, cartografía y evaluación del paisaje, que se plantea
como un instrumento fundamental en los estudios integrales para la gestión ambiental con
énfasis en la participación comunitaria, en particular en los países del sur. Estos aspectos
forman parte de las tesis doctorales en realización y dirigidas por Juan P. Ruiz, de Sara
Barrasa (Barrasa, Angeoletto y Ruiz, 2005), Pablo García (García, Ruiz y Moreno, 2005) y
Ana Doris Vento, en este caso en la aplicación por esta ingeniero agrónomo cubana al
estudio etnobotánico de las culturas tradicionales que subyacen en el paisaje. A
continuación describimos someramente los resultados más importantes del test de
preferencias aplicado.
Comenzaremos por presentar la lista de unidades en el test de pares de fotos cuyas
preferencias se representan en las figuras que siguen:

230
JUAN PEDRO RUIZ/ MARTA MORENO

LISTA DE UNIDADES
NÚMERO UNIDAD NÚMERO UNIDAD

1 Bahía 12 Potrero
2 Malecón 13 Mosaico de cultivos, potreros y arbolado
3 Desembocadura de ríos 14 Interfase rural-urbana
4 Diente de perro 15 Rural urbanizado
5 Playa 16 Jardín
6 Costa urbanizada 17 Industrial
7 Cuabal 18 Infraestructura
8 Colina 19 Vedado / Miramar
9 Embalse 20 Habana Vieja / Centro Habana
10 Ribera 21 Conjuntos habitacionales
11 Cultivo 22 Barrios insalubres

Estas unidades han sido evaluadas por muestras de 200 habitantes de la zona urbana
de La Habana, 200 habitantes de núcleos rurales en la provincia circundante y 120
visitantes extranjeros, en su mayoría turistas. Los resultados se muestran en la figura
adjunta donde se representan en forma de perfiles de preferencia para cada uno de estos
colectivos.

Valoración Unidades Paisaje-Submuestras

100

90

80

70
Valor relativo

60

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Unidades de Paisaje

Conjunto Urbanos Rurale s Extranjeros

Las preferencias de estas tres submuestras tan diferentes son curiosamente


relativamente parecidas. En cuanto a las diferencias que existen la imagen podría
describirse como “el gráfico de la frustración paisajística”. Los urbanos aprecian más
relativamente lo rural, los rurales por el contrario lo urbano y los extranjeros buscan lo
exótico y la playa. Cada cual parece buscar aquello de lo que carece en su entorno familiar,
231
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA. PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA
LATINA

lo que coincide con los resultados del estudio transcultural más extenso realizado por
nuestro equipo en el pasado. Los únicos acuerdos estrictos son en el Malecón (algo de
aprecio, 60 en puntuación relativa) y la Habana Vieja (bastante aprecio, 70). La figura
siguiente muestra los perfiles correspondientes a la distribución por sexos (258 hombres y
262 mujeres en la muestra).
Las preferencias son prácticamente idénticas, como en estudios anteriores. El sexo,
de forma muy constante en los diversos tests realizados, no influye en las preferencias. Hay
diferencias pequeñas de matiz en algunas unidades. Veamos el gráfico correspondiente a la
edad de los entrevistados.

Valoración Unidades Paisaje-Por sexos

100

90

80

70
Valor relativo

60

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Unidades de Paisaje

Conjunto Hombre s M uje re s

La edad, como en estudios anteriores, es una variable de gran importancia. En este


estudio (siguiente figura) los niños se orientan hacia lo silvestre, tanto en las escenas
marinas como en las terrestres y rechazan lo humanizado. Esto se refuerza en los jóvenes de
16-25 años y después va paulatinamente, y de forma casi perfecta en las series de edades,
cayendo hacia el polo contrario alcanzando el máximo de apego a la humanización y
rechazo, relativo, de lo silvestre en los mayores de 65 años. Se trata de un fenómeno
perceptivo fascinante y con claras implicaciones en la gestión ambiental participativa. Se da
bastante coincidencia en las unidades: Bahía; Malecón; Costa urbanizada; Jardines; Habana
Vieja.
Estos resultados constituyen, especialmente cuando se complementan con los de
cuatro paneles de expertos en estudios ecológicos y territoriales y gestión ambiental (30 en
cada caso y procedentes de Cuba, España, Grecia y Argentina), una base imprescindible
para la gestión territorial que la percepción de la población implicada y los visitantes. A
partir de ellos se construyen mapas de calidad visual sobre las unidades de paisaje visual,
como se ha descrito. La calidad de la experiencia cotidiana de la población se relaciona en
232
JUAN PEDRO RUIZ/ MARTA MORENO

buena medida con estos indicadores de belleza paisajística, así como con el grado de
contaminación, nivel socioeconómico y cultural y variables de salud psicofísica.

Valoración Unidades Paisaje-Clases de Edad

100

90

80

70
Valor relativo

60

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Unidades de Paisaje

-15 16-25 26-35 36-45 46-55 56-

El apartado de la salud ambiental ha sido clásico en los estudios teóricos y


aplicados en ecología urbana y se describe a continuación. El estudio sobre la situación de
salud ambiental trata de conocer los factores determinantes en la relación de la población
con el medio así como la percepción de las condiciones ambientales, sociales y de salud
individual y comunitaria. Para ello se ha partido del tratamiento de datos estadísticos sobre
parámetros demográficos, de mortalidad y morbilidad extraídos de fuentes oficiales. El
análisis geomédico de estos datos ha permitido revelar unidades socioambientales que
describen la situación de salud en el territorio. Además se obtiene información
complementaria al explorar la percepción de los factores ambientales que inciden en la
salud y los comportamientos asociados mediante una encuesta biosocial a la población.
Entre los objetivos específicos de la encuesta se proyectó conocer y evaluar la
incidencia de enfermedades en el territorio a escala de áreas de salud, comprobar si existe
un comportamiento territorial diferenciado de las patologías que permita establecer
unidades socioambientales según niveles de riesgo y criticidad, identificar las creencias,
actitudes y comportamientos relacionados con la salud ambiental y la percepción del riesgo
por parte de la población, generar un mejor conocimiento de la interrelación entre variables
ambientales y sociales y su influencia en la salud aportando datos relevantes para la
creación de una base cartográfica de salud en el área de estudio.

233
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA. PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA
LATINA

Las enfermedades digestivas y respiratorias suponen los mayores problemas en la


cuenca aunque se observa una reducción de la tasa incidencia de enfermedades en el
segundo trienio (2000-2002) en la mayoría de las áreas de salud, sobre todo en relación con
la hepatitis A y la sífilis. Para el conjunto de indicadores estudiados se detectan dos
unidades socioambientales diferenciadas. Así, los indicadores más preocupantes se
concentran en la zona suroriental de la cuenca bordeando el cauce del río. En gran parte la
zona pertenece al municipio de Marianao que aglutina tres de las cuatro áreas de salud con
peores indicadores. Por otra parte, aunque la mayoría de la población conoce y declara
realizar conductas preventivas, el análisis geomédico como hemos visto indica la
persistencia de ciertas enfermedades prevenibles. A través de la encuesta biosocial se
revelan los perfiles diana con indicadores de peor salud percibida que incluyen a personas
mayores, mujeres, que viven solas: divorciados o viudos y de bajo nivel de estudios. Estos
resultados sientan las bases de la participación comunitaria, los programas educacionales y
los esfuerzos en la gestión del sistema de salud, los cuales deben orientarse a estos perfiles,
en los territorios más críticos y hacia la realización de actividades que fomenten hábitos de
vida saludables más que a la mera transmisión de información.
Ahora que la actividad humana ha crecido hasta convertirse en una fuerza ecológica
global, algunos investigadores encuentran que las teorías ecológicas tradicionales no
proporcionan vías suficientes para la comprensión de los sistemas dominados por dicha
actividad. Es pues necesario disponer de un modelo ecosistémico que incorpore
eficazmente la actividad humana y el comportamiento a través de la adopción de
herramientas de la biología y las ciencias sociales (Collins et al, 2000). Nuestra opinión,
como muestra el estudio de La Habana, participa de este enfoque en el que la ecología
urbana, a través de su visión integradora del conjunto de disciplinas que intervienen en los
sistemas urbanos permitirá mejores diagnósticos y la creación de estrategias sostenibles en
el sistema más amplio en el que se inserta la ciudad.
La ejecución de éste y otros proyectos afines es el resultado de la verificación a
nivel gubernamental e internacional de las consecuencias del cambio ambiental en la salud.
Así como la situación de contaminación urbana creciente por el desarrollo industrial actuó
como detonante para la toma de conciencia de los problemas medioambientales en las
ciudades inglesas del siglo XIX, dicho reconocimiento surgió conectado a los impactos en
la salud de sus habitantes. A nivel local, nacieron los primeros movimientos de salud
pública y de preservación de las condiciones saludables en el entorno urbano. El repaso de
las últimas décadas nos muestra que la creación de conciencia pública sobre estos
problemas a escala global debería permitirnos abordar las políticas nacionales e
internacionales que son urgentes para enfrentarlos (Moreno y Ruiz, 2005).
Por fin el trabajo de campo en La Habana de uno de los miembros del equipo, Pablo
García, con financiación de una beca MAE de la Agencia Española de Cooperación
Internacional, posibilitó la realización de una experiencia de diseño participativo en la
restauración del paisaje muy degradado de la costa en la desembocadura del río Quibú. Este
trabajo de aplicación se añade a numerosas experiencias participativas en los últimos años

234
JUAN PEDRO RUIZ/ MARTA MORENO

en América Latina que han cuajado un cuerpo de conocimiento teórico y aplicado de gran
relevancia en el, tan urgente como difícil, avance hacia la sostenibilidad ambiental y social.
Una descripción pormenorizada de esta experiencia se encuentra en el texto de García, Ruiz
y Moreno, 2005.

5.- PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA LATINA.


Se indican a continuación líneas de discusión que parecen relevantes a partir de la
metodología y resultados de nuestras líneas de trabajo. Destacaremos aquí que tales
investigaciones aplicadas tienen especial significación en el contexto de la nueva
formulación del principal instrumento de la Cooperación Española en materia de medio
ambiente y sostenibilidad con América Latina, el renovado programa Araucaria XXI
(AECI, 2004).
Se constata en numerosos foros la existencia de limitantes clave para el desarrollo
sostenible en América Latina: la brecha de inequidad social, económica y cultural de las
sociedades latinoamericanas; el modelo económico de los países y su inserción en la
globalización económica y cultural; los déficits en educación y formación que lastran las
posibilidades de desarrollo; las dificultades de la implementación de políticas públicas
eficaces en el control de procesos de degradación ambiental.
Respecto a amenazas tan serias como la conservación de la biodiversidad destaca la
importancia de considerar el avance de las fronteras agrícolas y urbanas y de los complejos
procesos que tienen lugar en la interfase entre el campo y la ciudad, que fueron objeto
preferente de atención del V Programa Marco de la Comisión Europea. En cuanto a
estrategias de investigación destaca la discusión de la idoneidad de grandes proyectos
internacionales e interdisciplinares de investigación versus la creación de redes funcionales
y flexibles de trabajo que conecten a investigadores con grupos ciudadanos y gestores
(Ruiz, Mateo y Moreno, 2005).
Una conclusión de alcance es la recomendación de dirigir un esfuerzo relevante de
investigación a las ciudades medianas, donde se dan procesos de gran dinamismo y donde
se juega en gran medida el futuro de la sostenibilidad urbana en América Latina. Éste es el
objetivo que nos proponemos en nuestro grupo de investigación con la tesis doctoral,
dirigida por los autores de este texto, de Fabio Angeoletto que evaluará los indicadores de
sostenibilidad de la red de ciudades pequeñas y medias en Brasil (Angeoletto, Barrasa y
Moreno, 2005). En su trabajo se enfatiza la necesidad de aplicar indicadores de
sostenibilidad que permitan ver más allá de la mera inversión económica de las entidades
municipales con más recursos o de la contabilización de proyectos e iniciativas no
evaluadas en su alcance y resultados.
Por fin concluiremos indicando la importancia de una participación de las
poblaciones implicadas más allá de las etiquetas de moda pasajeras y de la existencia en
América Latina de soluciones originales e innovadoras que deben difundirse, apoyarse y
ampliarse en modelos de estudio y aplicación de la ecología urbana.
235
ESTUDIO DE ECOLOGÍA URBANA EN LA HABANA, CUBA. PERSPECTIVAS PARA AMÉRICA
LATINA

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JUAN PEDRO RUIZ/ MARTA MORENO

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237
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE
PEDERNALES (REPÚBLICA DOMINICANA): PROTOCOLO
SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

ALEXIS, S. (1 y 3); PASTOR, J. (2); GONZÁLEZ, R. (1); y HERNÁNDEZ, A. J.


(3 y 1)
(1) Área de Investigación del Centro Cultural Poveda, Santo Domingo, República
Dominicana. E-mail: inves.rgonzalez@centropoveda.org
(2) Dpto. Ecología de Sistemas, Centro de Ciencias Medioambientales del CSIC,
Madrid. E-mail: jpastor@ccma.csic.es
(3) Dpto. Ecología, Universidad de Alcalá de Henares (Madrid).E-mail:
anaj.hernández@uah.es

1.- RESUMEN.
Se muestran los rasgos de la provincia de Pedernales (Rep. Dominicana) que la
hacen muy adecuada y necesaria para la investigación-acción de la sostenibilidad de las
ciudades en el medio rural. Las principales características son: (1) la ubicación de sus
municipios y otros asentamientos humanos en las áreas de amortiguamiento de las zonas
núcleo de los dos Parques Nacionales de la única Reserva de la Biosfera de la isla
caribeña; (2) el más alto nivel de pobreza en el país dominicano (que afecta a un 75% de
las familias); (3) constituir una de las principales zonas fronterizas entre la República
Dominicana y Haití; (4) ser el área más afectada por los huracanes y tormentas tropicales.
Por todo ello, ha hecho que esta zona sea favorable a la implantación de proyectos para su
desarrollo, tanto local como humano. Pero la sostenibilidad no pasa solamente por la
actuación de técnicos, expertos y científicos que operan en el área de la Reserva de la
Biosfera. Tampoco se consigue con charlas cargadas de contenidos con lenguajes poco
apropiados para la gente de la zona. Nuestra percepción al respecto, nos llevó a diseñar
un primer protocolo encaminado hacia la sostenibilidad de las ciudades de Pedernales.
Para ello, desde el Centro Cultural Poveda (CCP) en Santo Domingo, y a lo largo de los
últimos cuatro años, hemos realizado los eventos que se describen también en este trabajo:
talleres con maestras y maestros acerca de la ecología urbana y demanda éticas; análisis
DAFO de las organizaciones sociales y actividades para el fortalecimiento de las mismas;
realización de talleres con las organizaciones y con los jóvenes para la percepción e
interpretación de los usos del territorio. La investigación de todos los resultados obtenidos
está en proceso, pero intuimos algunas conclusiones al respecto.

239
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

2.- INTRODUCCIÓN.
Desde hace menos de dos siglos el impacto sobre el medio ambiente en la isla La
Española (Rep. Dominicana y Haití) no proviene solamente de la presión demográfica, sino
de la presión de la producción a causa de demandas externas o de desigualdades internas. El
análisis histórico realizado en los trabajos de Alexis et al, (2004) y Hernández y Alexis,
(2005) muestra las principales causas de la degradación de los ecosistemas en la isla
caribeña. El conjunto de todas ellas también se reconocen en la provincia de Pedernales. Y,
sin embargo, al estar ubicada en la única Reserva de la Biosfera de la isla (declarada por la
UNESCO en 2002), escapa de las proporciones de degradación que se dan en otras zonas
de la misma. Así, uno de los actuales Proyectos ARAUCARIA (aporte de la sociedad
española a la conservación de la diversidad biológica en Iberoamérica), “Proyecto
Bahoruco” se sitúa precisamente en este territorio al cumplir los criterios de selección para
proyectos de carácter emblemático: representatividad de ecosistemas y valor ecológico de
los mismos; potencial para el desarrollo sostenible, pues presenta poblaciones locales con
quienes trabajar en el desarrollo de sistemas de producción sostenible de los recursos
naturales, a través de actividades que exijan la conservación de los ecosistemas y de sus
especies; existencia de una iniciativa local por el desarrollo sostenible, concretada a través
de compromisos claros con las contrapartes locales (municipios, comunidades, grupos de
productores, ONGs, etc).
La actividad investigadora ha estado orientada por el momento, a conocer los
elementos y funciones de los ecosistemas, a solucionar problemáticas concretas de gestión
de la biodiversidad, de los recursos naturales, de la ordenación de los territorios, del
desarrollo de las comunidades locales y de las tecnologías apropiadas a dichos fines
(ARAUCARIA et al., 2003). Muy pocos aspectos han sido trabajados con las comunidades
locales, quedándose prácticamente concretados a jornadas de sensibilización a cargo de
personal técnico contratado y con lenguajes poco apropiados para la gente.
Nuestra percepción al respecto, nos ha llevado a diseñar un protocolo de
investigación-acción que desea caminar hacia la sostenibilidad de los municipios de
Pedernales en los que los sujetos sociales más importantes son las comunidades locales.
Este trabajo pretende ofrecer una descripción de las principales actividades llevadas
a cabo en los últimos cuatro años, auspiciadas por el Centro Cultural Poveda (CCP) de
Santo Domingo: identificación de los rasgos que hacen idóneo este territorio para proyectos
de desarrollo sostenible, análisis DAFO de las organizaciones sociales más relevantes en
las ciudades de la provincia de Pedernales y actividades realizadas con la gente que hemos
seleccionado para nuestro propósito de caminar con ellas y ellos hacia un desarrollo local y
humano que pueda hacer también sostenible este área de la Reserva de la Biosfera.

240
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

3.- IDENTIFICACIÓN DE LOS RASGOS QUE HACEN IDÓNEA A LA PROVINCIA


DE PEDERNALES PARA PROYECTOS DE DESARROLLO SOSTENIBLE
Presentamos en este apartado un perfil de las características ambientales y humanas
que nos llevan a deducir las principales cuestiones en que se apoya la elección de este
territorio para trabajar en la sostenibilidad del mismo.
3.1.- Análisis ambiental
La provincia de Pedernales tiene una extensión de 2.074 Km2. Se encuentra
ubicada en el extremo suroeste de la República Dominicana haciendo frontera con Haití.
Predomina sobre la mayor parte del territorio el bosque tropical seco e incluye las zonas
más áridas del país dominicano. En las zonas altas, el bosque seco da paso al bosque
tropical latifoliado más húmedo y a extensos pinares (bosque tropical de coníferas),
(Hernández et al., 2005). La provincia presenta cuatro sectores claramente distinguibles
(EIRD, 2003), si bien el término sector no corresponde al de “comarcas” de las provincias
españolas: La Sierra de Bahoruco, ocupando la mitad norte de la provincia; es la más
meridional de las cuatro grandes cadenas montañosas de República Dominicana. Se
extiende desde la frontera con Haití hasta el mar (70 x 40 km); es abrupta y alcanza cimas
de más de 2.000 m a pesar de lo estrecho de su base, y de llegar hasta la orilla del mar
Caribe con un frente de 25 km. Todo este territorio está ubicado en la región natural más
meridional de Rep. Dominicana, siendo por ello “la más afectada por los huracanes” y
tormentas tropicales del área, al estar situada más adentro de su trayectoria ordinaria que el
resto del país, aunque ellos han sido factores con-formantes de los actuales ecosistemas,
sobre todo en las zonas costeras y en el sistema de lagunas costeras.
El río Pedernales, nace en esta sierra y tiene 30 Km de longitud, siendo todo él
frontera natural entre los dos países de la Isla La Española. Su cuenca presenta las zonas
que están sometidas a mayores presiones de la tala y quema de los bosques en este
territorio, así como la canalización del río, en igual proporción para Haití que para
República Dominicana, es utilizada casi esencialmente en la actualidad para el regadío de
los cultivos a uno y otro lado del río.
Tanto en el sector de la Sierra como en el La Llanura de Oviedo, al sureste de la
provincia, incluyendo Cabo Rojo y la planicie costera peninsular adyacente ocupada por el
Municipio de Pedernales, es donde se sitúan los municipios, ya que los sectores de Las
Islas Beata y Alto Velo no son habitables.
El clima, en sentido general, puede clasificarse como semiárido, con oscilación
anual y marcada variación de un año a otro en régimen de precipitación (Tª media de 27º C
y 720 mm de precipitación media). Dos estaciones secas ocurren en la cuenca de
Pedernales: una de noviembre a abril y otra en junio-julio, siendo el período comprendido
entre agosto y octubre el de mayor precipitación. La sequía avanza en dos direcciones en la
isla: de Este a Oeste y de Norte a Sur, cuestión ésta que afecta fuertemente a todo el área de
Pedernales. Es notable la influencia ejercida en el clima por los vientos alisios, que
soplando desde el Noroeste tropiezan con la Sierra con dirección predominante Este-Oeste
241
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

y, al ser casi permanentes, influyen sobre las condiciones microclimáticas en el interior del
Parque Nacional Jaragua provocando la desecación atmosférica.
Las características señaladas, así como la buena conservación de los ecosistemas de
esta región llevaron al gobierno dominicano a establecer dos Parques Nacionales, “Sierra
de Bahoruco” y Parque del Jaragua”, que con la declaración de Reserva de la Biosfera en
2002 quedaron incluidos en la misma(Santana, 2004)
Las fórmulas legales utilizadas para el establecimiento de áreas protegidas y las
metodologías de gestión cotidianas, en su mayoría no contribuyen a resolver los graves
problemas de desarrollo humano de las regiones donde se establecen. No benefician a las
poblaciones locales, quienes tradicional y erróneamente se han visto apartadas del
compromiso por el cuidado de los recursos naturales. Una forma de iniciar el proceso de
responsabilización compartida para la conservación ha resultado a través de las "zonas de
amortiguación", donde se trabaja con la población local buscando la sostenibilidad
productiva. Estas zonas, además de servir como tampón para evitar el impacto ecológico
sobre el área protegida, permiten ensayar esquemas de desarrollo socioeconómico más
sostenibles, incluyendo asesoría científica y apoyo técnico y financiero para nuevas
alternativas productivas, capacitación técnica y educación ambiental.
Sin embargo, en el territorio objeto de este estudio, hemos identificado las siguientes
problemáticas relacionadas con la degradación de los recursos naturales, puestas de
manifiesto algunas en Informes Gubernamentales (CONAU-SECTUR, 1999; CONAU,
2000), pero que nosotros hemos comprobado en los diferentes itinerarios realizados para
hacer este diagnóstico ambiental. En sentido general, podemos hablar de la degradación del
potencial productivo de los suelos, aunque no ha sido comprobado experimentalmente y a
la degradación de los recursos forestales (procesos de deforestación y pérdida de
biodiversidad) que las recientes técnicas de satélite sí han comprobado. La causa principal
de la degradación es la práctica de una “agricultura de tumba y quema” para producción de
leña y carbón, además de dejar superficie aclarada para el cultivo de habichuela
(preferentemente) y maíz. Pero también hay que señalar el deterioro de los bosques causado
por la ganadería extensiva que se hace actualmente en muchas áreas de las “zonas núcleo”
de los dos Parques Nacionales y en sus zonas de amortiguamiento. Por otra parte, la
extracción de materiales, especialmente bauxita y caliza en áreas muy frágiles, colaboran al
proceso de pérdida de biodiversidad.
Por otro lado, también se detecta que la degradación de los recursos hídricos es debida a la
disminución y agotamiento de caudales de acuíferos, especialmente por deforestación de las
cuencas media y alta del río Pedernales, deterioro de la calidad de las aguas por vertidos de
residuos líquidos y sólidos, sistemas inadecuados de riego y drenaje, así como la creciente
sedimentación de la cuenca favorecida también por los huracanes. La falta de un acueducto
para el trasvase de aguas, la escasez de lluvias y el avance de la sequía en este territorio
tiene unas consecuencias socioeconómicas en esta zona fronteriza que inciden en el
desarrollo de la misma.

242
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

3.2.- Síntesis del origen y desarrollo humano de la provincia de Pedernales


En 1927 este territorio era una “colonia”, constituida por 50 familias de antiguos
habitantes de los alrededores. Diez años después se construye la primera carretera que une
los dos núcleos más importantes de la población (Oviedo-Pedernales), y en 1941 se inician
las exploraciones mineras por parte de la Alcoa Exploration Company (EEUU). Con esta
actividad se crean las colonias de Flor de Oro, hoy Mencía, La Altagracia y Aguas Negras,
cuyas familias son en su mayoría de origen japonés y cibaeñas (una región norteña
dominicana). Pero será con la explotación de la bauxita por la empresa norteamericana,
cuando comience la afluencia de inmigrantes provenientes de diferentes puntos del país.
En 1947, Pedernales se convierte en municipio y en 1950 el dictador Trujillo, dentro de su
plan de “dominicanización” total de la frontera, dispuso el traslado y asentamiento en este
territorio de muchas familias procedentes del norte y este del país, así como de numerosos
japoneses nacionalizados, y de algunos españoles.
Se puede decir que en los comienzos de la década de los cincuenta del siglo pasado,
se habían promovido 17 colonias agrícolas, a las que se procuró dotar de riego, tractores y
ayuda técnica. Esta prosperidad poblacional quedó muy afectada en1955 por el huracán
Katie; pero la ciudad de Pedernales fue posteriormente reconstruida y se instituye por
disposición gubernamental en 1957 la “Provincia de Pedernales”, con los dos municipios
más importantes: Pedernales y Oviedo, siendo la primera localidad, la capital de la
provincia .
La década de 1970 a 1980, es la de mayor impulso económico debido a la
explotación de la bauxita. Por ello, adquiere en este tiempo también su mayor desarrollo el
movimiento cultural, social y deportivo. Surgen varias entidades clubísticas, grupos
artísticos y organizaciones deportivas. En 1978 la Corporación Dominicana de Electricidad
instaló una unidad de 1.100 KW, la cual satisfacía la demanda de la población; y ese mismo
año, el litoral Barahona-Pedernales, fue declarado Cuarto Polo Turístico de la Rep.
Dominicana. Sin embargo, en la década siguiente se produce un giro en el desarrollo de
esta provincia, ya que en 1983 la empresa norteamericana suspende sus operaciones en el
territorio debido a causas relativas al mercado internacional de la bauxita. Aunque en 1985,
una subsidiaria de la Ideal Basic Industries, la Ideal Dominicana, obtuvo la concesión para
explotar la piedra caliza de Cabo Rojo, lo cierto es que comienza una etapa de decadencia
en la provincia, provocando una migración masiva de familias que se habían establecido
allí. Así pues en la actualidad, la provincia posee una densidad poblacional de 8,7
habitantes / Km2, que es la más baja de todo el estado dominicano. Posee una fisonomía
humana caracterizada por la existencia de un gran número de habitantes procedentes de
otras localidades del país, habiendo sufrido movimientos migratorios importantes. La
mayor parte de la población se localiza en la ciudad de Pedernales (unos 13.000 habitantes
en el año 2000). A escala provincial, el 44,3% de la población es menor de 18 años, que es
un porcentaje más bajo que el promedio a escala nacional de (46.6 %) y posee un índice de
masculinidad de 121%, especialmente en las zonas más urbanas, que es el mayor en el país.

243
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

Este último factor es el que implica que la provincia posea en la actualidad uno de los
índices de crecimiento poblacional más bajos de la República Dominicana.
La intercomunicación de Pedernales con el resto del país es muy limitada, debido
principalmente a factores geográficos que la mantienen aislada: la frontera con la República
de Haití, el Mar Caribe y la Sierra de Bahoruco. Este factor limita mucho su integración a
las demás regiones, dificultando el intercambio comercial y aprovechamiento de las
oportunidades que brindan otras provincias.
Actualmente la provincia de Pedernales cuenta con una red vial conformada por una
carretera regional que comunica a la ciudad de Pedernales con Barahona, cuya longitud se
aproxima a los 136 kilómetros. Pasando por Oviedo se vinculan a ésta algunos pocos
caminos clasificados como veredas. Estas carreteras han sufrido derrumbes en los últimos
años que resultan sumamente peligrosos y que en los tramos de La Ciénaga, Los Blancos y
Los Cocos, pueden dejar la vía cerrada en caso de lluvias intensas. Los daños más
considerables al tramo de la carretera Barahona-Pedernales ocurrieron tras el paso del
Huracán Georges en septiembre del año 1998 y aún no han sido reparados. Así, la red para
transporte interurbano en la provincia es muy mala en la gran mayoría de los casos, se
realiza en camionetas y por caminos con muchas dificultades.
Aunque la pobreza afecta a casi un 60% de dominicanos, quienes no pueden
satisfacer sus necesidades básicas, tales como educación y salud (cerca del 16% del total de
la población vive en extrema pobreza y los focos principales de la misma se encuentran
precisamente en el área a lo largo de la frontera con Haití, en las áreas montañosas, y en los
bateyes (áreas de la plantación del azúcar), la provincia de Pedernales posee los índices de
de mayor pobreza a nivel país. Alcanza aproximadamente al 75% de las familias: más del
90 % de los hogares viven con ingresos mensuales inferiores a 75 dólares y presentan una
tasa de desempleo superior al 50%. Entre el 40 y el 50% de las viviendas no tienen acceso
al agua potable y el 25% no dispone de servicio sanitario. Por otra parte, únicamente un
30% de las escuelas se encuentran en condiciones aceptables (con sillas y pizarras)
Lógicamente el “paro” se traduce en una tasa de desempleo superior al 50%, que
trae como consecuencia que la juventud emigre hacia otros lugares en busca de mejores
condiciones de vida. En la actualidad, la principal actividad productiva es el sector
agropecuario, especialmente la agricultura, siendo los principales cultivos el café,
habichuelas, sorgo y algodón. Sin embargo, los agricultores tienen limitaciones para
acceder a créditos, asistencia técnica, suministro de semillas y otros componentes de apoyo
a la producción. Además, la tenencia de las tierras es un tema controvertido y complicado
en la República Dominicana, donde el 65% de los parceleros no tienen título legal. Se
precisa realizar estudios de tenencia de tierras en la provincia de Pedernales, como insumo
importante para la clasificación de uso del territorio.
Por ultimo, las condiciones de las viviendas, construidas en su mayoría en la época
de mayor desarrollo de las ciudades (barrios Inés, Miramar, Campo de Aviación, en la
ciudad de Pedernales, así como en las comunidades agrícolas de Mencía, La Altagracia,

244
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

Aguas Negras y Las Mercedes) no son buenas. El material de construcción de las casas, es
en proporción como sigue: El 46% tienen paredes de bloques o cemento, el 37% de madera
y el resto, un 13% aproximadamente, usa tabla de palma y tejamaní. Solo un 1% de los
hogares tiene piso de mosaico o granito, el resto es de tierra y madera. Los techos son de
uralita (“zinc” en el lenguaje popular) en un 49%; el 37% de yagua (hojas de la palma
real, Roystomnea hispaniolana) y un 14% asbesto-cemento, (el asbesto es contaminante
canceríngeno prohibido en muchos países). Como vemos las viviendas tiene en su gran
mayoría muchas deficiencias y eso, sin contar las dimensiones de las mismas ni cuantificar
los habitáculos de las personas sin casa.
CUADRO 1.- Principales características que hacen idónea a Pedernales para la
realización de proyectos de desarrollo sostenible
 Ubicación en la única Reserva de la Biosfera de la Rep. Dominicana
 Territorio dominicano con mayor incidencia de huracanes y avance de la sequía
 La más baja densidad de habitantes del país dominicano
 Casi un 50% de la población es menor de 18 años
 Continuos movimientos migratorios
 Limitaciones en la red viaria para el transporte y la comunicación
 Paro (desempleo superior al 50%)
 Mayor índice de pobreza del país (alcanza al 75% de las familias)

3.3.- Cuestiones a tener en cuenta en el camino hacia la sustentabilidad


Todas las características expuestas en los apartados anteriores y que sintetizamos en
el cuadro 1, justifican la selección de la Provincia de Pedernales para la implantación de
proyectos cuyos objetivos sean alcanzar el desarrollo local a través del manejo adecuado de
los recursos naturales y que ello incida, por un lado en la conservación de la biodiversidad
y por otro, en elevar la calidad de vida de las poblaciones locales mediante la generación de
alternativas productivas sostenibles. Así, los gestores del territorio reconocen que, aunque
hay una gran pobreza en Pedernales, su baja densidad poblacional hace que la magnitud del
problema sea asequible a un desarrollo sostenible.
En el análisis de las estrategias de desarrollo sostenible expuesto en el Proyecto
Araucaria-Bahoruco (2003), se dice que algunos factores descritos como “problema” para
el desarrollo podrían revertirse en “potencialidades”. Así, el aislamiento de esta provincia,
le ha permitido conservar hasta hoy valiosos recursos naturales y arqueológicos de los
primeros pobladores, cuando estas tierras formaban parte del “Cacicazgo Jaragua”.
Respecto la gestión local, sin duda una parte importante de la responsabilidad del
desarrollo recae en las instituciones locales. Son ellas las que sobre el terreno pueden
identificar fácilmente las necesidades y establecer la coordinación necesaria con las
instituciones al nivel central. Pero para ello se necesitan instituciones fuertes y sólidas. De
ahí que el CCP optase por incidir en el fortalecimiento de las organizaciones de la sociedad
civil. Además, todos los rasgos señalados tienen unas consecuencias socioeconómicas en
esta zona fronteriza que inciden en el desarrollo de la misma, por lo que es importante tanto
para la sostenibilidad de las ciudades dominicanas, como para las de la parte haitiana.
245
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

4.- ANÁLISIS DAFO DE LAS ORGANIZACIONES SOCIALES.


La región suroeste del país dominicano cuenta con una de las más amplias y
sostenidas tradiciones organizativas del país. Encontramos en ella una gran variedad
aunque la mayoría son de gran debilidad institucional. La actividad social es significativa
en las asociaciones agrícolas Esperanza, El Nuevo Progreso, Agricultores Incorporados de
Pedernales, Porfirio Mella y La India Solitaria, así como por las asociaciones de ganaderos
de Pedernales y Oviedo, y por los sindicatos Ideal Dominicana, Asociación Dominicana de
Profesores y Asociación de Profesionales Agrícolas. Las organizaciones de mujeres,
carecen en general de fuerza en comparación con el nivel de participación masculina.
La situación de la mujer en la zona es de gran marginación, siendo generalmente
excluida del proceso de desarrollo a pesar de haber demostrado ser un gran catalizador de
éste. Debido a ello, el enfoque de género es actualmente recogido en muchos de los
proyectos para el desarrollo que promueven muchas de las ONGs que operan en la zona.
Para entender el tejido social de la sociedad civil de la provincia de Pedernales
hemos realizado un estudio DAFO de la Organizaciones de la Provincia de Pedernales,
(cuadro 2).
CUADRO 2.- DAFO de las Organizaciones de la Provincia de Pedernales
MUNICIPIOS FORTALEZAS DEBILIDADES AREA

AGUAS NEGRAS
Centro de Madres  Sentimiento de grupo  Sesgada hacia
Mujeres al Progreso  Constancia actividades tradicionales de
los Centros de Madres
(fogatas, quermés,...)
 No desarrollo de
actividades productivas de
manera grupal
 Dependencia de
financiación externa
(Senador)
Asociación de  Comercialización y  Desarrollo
agricultores”La Nueva producción agrícola
Idea”  Ausencia de reuniones
de coordinación
 Falta de actividad.
Desintegración del grupo

ÁVILA
Asociación de  Sentimiento de grupo  Comercialización y  Desarrollo
agricultores “La  Constancia producción agrícola
Nueva Esperanza”  Motivación para el  Desarrollo
trabajo pecuario

246
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

 Experiencia de trabajo
comunitario

ALTAGRACIA
Centro de Madres “La  Reconocimiento en  Disputa con el otro  Desarrollo agrícola
Samaritana” la comunidad Centro de Madres de la (huertos)
 Sentimiento de grupo comunidad  Agroindustria
 Larga experiencia de  Nula gestión contable
 Falta de producción de
trabajo grupal (fábrica de
sazones) insumos para la fabricación
de sazones
Centro de Madres  Disputa con el otro Desarrollo agrícola
Concepción Bona Centro de Madres de la (huertos)
comunidad
 Actividades
tradicionales de los Centros
de Madres
 Dependencia
financiación externa
(Senador)
Asociación de  Reconocimiento en  Comercialización y  Desarrollo agrícola
agricultores “El la comunidad producción  Desarrollo
Progreso”  Experiencia de  No regularidad en las pecuario
trabajo comunitario reuniones ordinarias
(siembras colectivas,  Desentendimiento con
gestión de colmado Asociación agricultores La
Humanitaria
Asociación de  Comercialización  Desarrollo agrícola
agricultores La  No regularidad en las  Desarrollo
Humanitaria reuniones ordinarias pecuario
 Desentendimiento con
Asociación agricultores El
Progreso
 Nula participación de
la mujer
Asociación de  Claridad de objetivos  Falta de conocimiento  Gestión ambiental
agricultores “La Nueva técnico (reforestación)
Inquietud”  Ausencia de reuniones  Desarrollo agrícola
(viveros,...)
MENCÍA
Asociación de  Comercialización y  Desarrollo agrícola
agricultores Fuerza y producción
Progreso  Nula actividad grupal
Centro de Madres  Motivación en  Actividades  Desarrollo agrícola
Mujeres Cristianas en medicina natural tradicionales de Centros de  Otras alternativas
Acción Madres
 Poca actividad
 Dependencia
financiación externa
(Senador)

247
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

LAS MERCEDES
Asociación de  Buenas relaciones  Comercialización y  Desarrollo agrícola
agricultores “La India institucionales producción  Desarrollo
Solitaria y Productores (Feprobosur)  No sistema organizado pecuario
de Bosque Seco”  Alternativa a la de recogida de madera
agricultura  Continuas pérdidas de
cosecha por sequías
Asociación de  Problemas con las  Desarrollo agrícola
agricultores ” La otras 2 organizaciones de la  Desarrollo
Desamparada” comunidad pecuario
 Continuas pérdidas de
cosechas
 Falta de recursos para
acometer inversiones
Centro de Madres  Actividades  Desarrollo agrícola
tradicionales (rifas,  Desarrollo
fogatas,...) pecuario
 Dependencia
financiación externa
(Senador)

TRES CHARCOS
Asociación de  Amplia trayectoria  Comercialización  Desarrollo agrícola
Agricultores La Nueva en gestión de proyectos  Falta de actividades  Desarrollo
Esperanza comunales pecuario
Centro de Madres  Falta de relaciones  Desarrollo agrícola
institucionales  Desarrollo
 Falta de planificación y pecuario
financiación

PEDERNALES
Asociación agricultores  Comercialización y  Desarrollo agrícola
Paz y Progreso producción  Desarrollo
pecuario
Asociación agricultores  Comercialización y  Desarrollo agrícola
Porfirio Mella producción  Desarrollo
 Nula actividad grupal pecuario
Asociación agricultores  Comercialización y  Desarrollo agrícola
Pedernales Incorporado producción  Desarrollo
 Nula actividad grupal pecuario
Asociación de  Abiertos los canales  Falta de financiación  Desarrollo agrícola
Caficultores las · de comercialización para mejora de las  Desarrollo forestal
Hermanas  Amplia experiencia propiedades y para conseguir
en caficultura los certificados de
producción orgánico

MANUEL GOYA
Comité de Desarrollo de  Nula actividad  Desarrollo
Manuel Goya pecuario
248
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

 Nula actividad  Desarrollo


Centro de Madres el  Dependencia pecuario
Nuevo Progreso financiación externa
(Senador)

OVIEDO
 Malas condiciones del
Centro de Madres local de reuniones
Inmaculada Concepción  Dependencia
financiación externa
(Senador)
 No cuentan con local
Centro de Madres La  Dependencia
Unión Hace la Fuerza financiación externa
(Senador)

5.- FORMACIÓN EN ECOLOGÍA PARA LA SUSTENTABILIDAD.


5.1.- Talleres de ecología urbana y demanda éticas.
Se han realizado en primer lugar una serie de talleres auspiciados por el CCP
dirigidos especialmente a maestras y maestros dominicanos para irnos aproximando a
establecer algunos lineamientos estratégicos en base a una ecología de la ciudad que pueda
ser complementaria a otros saberes acerca de la realidad compleja y pluridisciplinar que
constituye la misma. El contenido globalizado que ha sido trabajado bajo el título genérico
de “Ciudades para un futuro sostenible” se muestra en Hernández (1996, 2000 y 2001), así
como un resumen de los principales temas abordados en los cuadros 3, 4 y 5. A la vista de
los mismos puede verse cómo muchos de estos contenidos han servido para el análisis
expuesto en los apartados anteriores.
Por otra parte, se trató de reflexionar también con los docentes la identidad y cultura
en los procesos de urbanización. Este punto ha sido esencial para el cuestionamiento de
gente que emigra del campo a la ciudad, muy patente también en la provincia de
Pedernales. Si caminamos hacia sociedades urbanas y con procesos de urbanización como
socialización, nos hemos preguntado qué desafíos éticos plantea el hablar de: a)
dimensiones mínimas de espacio físico para vivir una persona en la ciudad; b) espacios
sociales propios -sujetos históricos emergentes- para la construcción de la ciudad; c) la
educación como socialización de la evolución de los asentamientos humanos; d) Si
contaminan los asentamientos urbanos de los pobres y marginados las ciudades; e) si se
puede culpabilizar de la desertificación de la naturaleza a las poblaciones humanas que
abandonan el campo por la ciudad?.
Todo el debate ha hecho que nos centrarnos en dos cuestiones que comenzamos a
investigar:

249
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

- ¿Tenemos referentes ecológicos para hablar de un nuevo concepto de ciudadanía?


- ¿Implica el desarrollo urbano sostenible redefinir “el sector público” y la
“interacción Estado- Ciudadanía”?

CUADRO 3. Cuestiones abordadas en los talleres de Ecología Aplicada a la Ciudad


♣ El ecosistema urbano <<<<<<< componentes y flujos de materia, energía información
♣ El paisaje urbano <<<<<<<<<<< planificación territorial u ordenación del territorio en la que
la ciudad es el elemento nuclear entorno al cual gira la planificación .
Para ello es necesario conocer la estructura ecológico-social de la ciudad, que implica abordar:
- Estructura de edades de la población humana
- Migraciones de la población humana (fluctuaciones)
- Factores ambientales que condicionan la habitabilidad humana: preferencias paisajísticas y
usos de los recursos naturales
(agua y suelo principalmente)
♣ La “naturaleza urbanizada” = “vida silvestre en la ciudad”
- Conservación de hábitats seminaturales en áreas urbanas (zonas verdes)
- Oportunidades urbanas para la conservación de la diversidad biológica.
♣ La urbanística en el contexto de la ecología humana
- Diseño de urbanización y de edificios (atención a los factores ambientales relacionados:
vientos, terremotos, insolación, topografía, sustratos geológicos y materiales empleados (atención a la
contaminación)
♣ Cuestiones respecto a la calidad de vida (ver cuadros 2 y 3)
5.2.- Talleres Ecobarómetro
La falta de espacio de este trabajo no permite entrar en el comentario de este otro
tipo de talleres realizados tanto con una representación de las organizaciones sociales (30
personas) como con un grupo de jóvenes de 16 a 23 años, estudiantes de acuicultura y
agroforestal en Pedernales (un total de 42 personas). Además de ser consultados acerca de
sus preferencias paisajísticas en el territorio, los usos de suelos y el impacto de las
actividades antrópicas en la zona, casi un 70% de cada colectivo dijo haber oído hablar de
desarrollo sostenible, y la totalidad pide cursos para conocer esta temática, por no saber de
ella y considerar que la educación es el factor clave para hacer posible la sustentabilidad.

250
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

6.- FORTALECIMIENTO DE LAS ORGANIZACIONES SOCIALES.


El Proyecto Fortalecimiento de las Organizaciones Sociales en la Provincia
Pedernales, auspiciado por el CCP con fondos otorgados por la Comunidad Autónoma de
Madrid, tiene como propósito el fortalecer la capacidad institucional y de gestión
participativa de las organizaciones barriales y rurales de la provincia para impulsar el
desarrollo local. En las dos primeras fases ha impulsado este desarrollo mediante un
proceso de formación sistemático ordenado a la construcción de ciudadanos/as como
sujetos activos de su propio desarrollo. Entre sus resultados figura el denominado grupo
meta del proyecto que lo han constituido 50 animadores/as comunitarios y líderes de las
organizaciones, así como 25 personas vinculadas a actividades de capacitación y
comunicación social. En la actualidad está en su tercera fase, con la participación de once
organizaciones comunitarias que pueden acceden a fondos para la ejecución de
microproyectos sociales y actividades de fortalecimiento institucional

CUADRO 4. Cuestiones que han sido expuestas respecto a la calidad de vida


- El termino “calidad de vida” empieza a utilizarse entrados los años sesenta. Éste término pertenece
a un universo ideológico y no tiene sentido si no es en relación con un sistema de valores.
- Lo que mejor designa la “calidad de vida” es la “calidad de vivencia que de la vida tienen los
sujetos”.
- La mayoría de autores conciben la calidad de vida como una construcción compleja y
multifactorial sobre la que pueden desarrollarse algunas formas de medida objetivas a través de una
serie de indicadores, pero donde tienen una importancia enorme la vivencia que el sujeto pueda tener
de sí mismo.
- La máxima expresión de “calidad de vida” es la que se da en una situación de estabilidad
ecológica, entre la componente biótica, abiótica, social, cultural, y mitológica del sistema de vida
humana. Ello implica situarse en la “calidad de vida” desde términos absolutos y, por tanto,
inalcanzable. Por eso hablamos mejor de “calidad ambiental” como un componente fundamental que
aglutina un buen nº de indicadores.
- Teniendo lo anterior presente, es más fácil entender la sostenibilidad de la ciudad del futuro. Está
íntimamente relacionada con la modificación de ideas dominantes que conforman hoy día la calidad
de vida para los ciudadanos/as y no tanto los propósitos empresariales y/o gubernamentales.
CUADRO 5. Aspectos que deberían tenerse en cuenta a la hora de caminar hacia una
calidad de vida urbana

1. Aspectos por orden de prioridad que se consideran decisivos para el bienestar de los
ciudadanos/as : trabajo, educación, sanidad, vivienda y equipamientos.
2. Aspectos relacionados con la contribución que tiene la calidad del medio ambiente en la calidad
de vida y que vienen representados principalmente por la calidad del aire la calidad del agua, y en
menor grado, la calidad de los alimentos.
3. Un tercer bloque, de naturaleza psicosocial, está vinculado al ámbito interactivo del sujeto:
relaciones familiares, relaciones interpersonales, ocio, tiempo libre.
4. Y un cuarto bloque, hace referencia a cuestiones de orden sociopolítico, tales como la
participación, la seguridad personal y jurídica.

251
ECOLOGÍA Y DESARROLLO LOCAL EN LA PROVINCIA DE PEDERNALES (REPÚBLICA
DOMINICANA): PROTOCOLO SEGUIDO PARA LA SOSTENIBILIDAD

7.- CONCLUSIONES.
En la exposición realizada se describen los principales rasgos, ambientales y
sociales, que hacen de la provincia de Pedernales un lugar muy adecuado y muy necesitado
para la realización de proyectos de desarrollo. La sustentabilidad de sus ciudades pasa por
trabajar directamente con las comunidades locales, no sólo desde una línea de
fortalecimiento de las mismas, sino también con una información ecológica básica para que
puedan comprender el manejo o gestión adecuada de su territorio en beneficio de su
desarrollo humano y cultural y no únicamente de conservación de la naturaleza. Son
precisamente los y las ciudadanas, como sujeto social, los que deben hacerse protagonistas
de un desarrollo sostenible.

Agradecimientos: Al Centro Cultural Poveda de Santo Domingo, responsable de la


investigación llevada a cabo y a la CAM por financiar parte de las actividades realizadas.

BIBLIOGRAFÍA.
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Factors and Consequences, In: Human Impact on Land Degradation. Proc. Fourth
Interntional Conference on Land Degradation. A. Faz, R. Ortiz & G. García (eds.):
317-318. Quaderna Editorial, Alicante. ISBN: 84-95781-42-5, 2004
ALEXIS, S. y HERNÁNDEZ, A. J., Evolución histórica de la degradación ambiental en
la isla “La Española”, en Maestras y Maestros:Prácticas Educativas, (en prensa),
2005.
ARAUCARIA-Proyecto Bahoruco, Plan de Ordenación de los Recursos Naturales de la
Provincia de Pedernales, ONOPLAN y AECI, 2003.
CEDOPEX (Centro Dominicano de Promoción de Exportaciones), Zona Fronteriza de
Libre Comercio: Su Impacto Económico y Social, Santo Domingo, 2000.
CONARE (Consejo Nacional Para la Reforma del Estado), Proyectos de descentralización
y Participación en la República Dominicana, 2000 .
CONAU/SECTUR (Consejo Nacional de Asuntos Urbanos. Secretaría de Estado de
Turismo), Plan de Ordenamiento Territorial Turístico para Pedernales y Cabo Rojo,
1999.
CONAU, Política Nacional de Desarrollo Urbano para los Asentamientos Humanos, Santo
Domingo, R. D., 2000.
EIRD (Enciclopedia Ilustrada de la República Dominicana). Ed. Eduprogreso, S. A., Santo
Domingo, 2003.
HERNÁNDEZ, Ciudades para un futuro sostenible, Crítica, nov-dic : 26-30, 1996.
252
ALEXIS,S./ PASTOR, J./ GONZÁLEZ, R/ HERNÁNDEZ, A.J

HERNÁNDEZ, A. J., Ciudad y Ecología, Anuario Pedagógico, 3: 129-159, 2000.


HERNÁNDEZ, A. J., Ciudades sostenibles y saludables, Crítica, feb. : 25-27, 2001.
HERNÁNDEZ, A. J.; ALEXIS, S. y PASTOR, J., Contribución al estudio de la
degradación de los suelos de los bosques tropicales de la provincia de Pedernales
(República Dominicana), en R. Jiménez ballesta y A. Mª. Alvarez González (eds.) II
Simposio Nacional de la Degradación de Suelos. Ed. Universidad Autónoma de
Madrid: 173-177, 2005
ONAPLAN (Oficina Nacional de Planificación), Informe Población: Focalización de la
Pobreza en la República Dominicana, 1997
SANTANA, G. 2004. La Reserva de la Biosfera en República Dominicana. Ed.
Subsecretaría de Áreas protegidas y Biodiversidad

253
LA ECOLOGÍA DEL PAISAJE EN AMÉRICA LATINA:
UNA APROXIMACIÓN A TRAVÉS DE INTERNET

SARA BARRASA GARCÍA1, FABIO ANGEOLETTO1, JUAN PEDRO RUIZ SANZ2.


(1) Estudiantes de Doctorado en Ecología y Medio Ambiente; Dto Ecología Universidad
Autónoma de Madrid (U.A.M.).
(2)Profesor Titular. Dto Ecología, U.A.M.

1.- RESUMEN.
En el contexto de los trabajos de análisis de contenido se enmarca esta
investigación, con el objetivo de explorar en Internet el estado del arte de la Ecología del
Paisaje en América Latina.
En los próximos años veremos como los cambios en las tecnologías de la
información y la comunicación (TIC) afectan a nuestra sociedad y nos afectan como
individuos. Las TIC pueden mejorar muchos aspectos de nuestra vida social, económica y
cultural.
Internet ha revolucionado el mundo de la informática y las comunicaciones como
nunca antes se había visto, permitiendo la difusión de la información y el intercambio y la
interacción entre individuos de cualquier parte del mundo.
Una herramienta importante a la hora de facilitar el acceso a las millones de
páginas que se encuentran en la World Wide Web son los buscadores por palabras clave.
En el estudio que nos ocupa se ha usado la información suministrada por uno de estos
buscadores para obtener una imagen sobre la Ecología del Paisaje en América Latina y su
evolución temporal.

255
LA ECOLOGÍA DEL PAISAJE EN AMÉRICA LATINA:
UNA APROXIMACIÓN A TRAVÉS DE INTERNET

2.- INTRODUCCIÓN.
Estamos asistiendo a un proceso de cambio histórico, consecuencia del desarrollo y
la aplicación de las nuevas tecnologías de la información y las comunicaciones (TIC) en
todos los ámbitos de nuestra sociedad.
Las grandes revoluciones tecnologías (agrícola, industrial, de la información) han
provocado a lo largo de la historia de la humanidad cambios en la organización social, en
las ideologías y las instituciones y segregación entre individuos (unos se enriquecen
mientras otros se empobrecen), de forma que las nuevas formas tecnológicas son el
preludio de nuevas formas de vida y organización social. En los próximos años veremos
como los cambios en las tecnologías de la información y la comunicación afectan a nuestra
sociedad y nos afectan como individuos. Estos cambios afectan a todos los niveles:
económicos, culturales, educativos, de comunicación. Dentro de este proceso, el comercio y
los mercados electrónicos están provocando una modificación sustancial de los procesos
productivos, de los canales de distribución y de la forma de hacer negocios. Internet se
perfila no sólo como un nuevo canal de comunicación, sino que se habla de una nueva
forma de negocio, la Nueva Economía.
Este nuevo medio de comunicación es más potente y rápido, está menos regulado y
cuenta con una publicidad más efectiva. Pero ¿va a añadir una dimensión digital a las
desigualdades sociales existentes, lo que se denominaría el riesgo de la brecha digital? Las
TIC, si se encauzan adecuadamente, pueden mejorar muchos aspectos de nuestra vida
social, económica y cultural. Y aunque pueden ser un “motor de desarrollo en el siglo XXI,
la mayoría de la población mundial no se beneficia todavía de las nuevas tecnologías", en
palabras del Secretario General de Naciones Unidas, Kofi Annan.
Según el Informe Mundial sobre la Comunicación de la UNESCO, "los países que
no aprovechan estas nuevas tecnologías de la información, la informática y las
telecomunicaciones inevitablemente verán frenado su desarrollo"1.
Pero antes de seguir, vamos a responder a la pregunta ¿qué es Internet? Es el nombre
de un grupo de recursos de información mundial. Estos recursos son tan amplios que están
más allá de lo que podamos imaginar (Hahn, 1994). El origen de Internet proviene de una
serie de redes de computadoras desarrolladas en la década de los años 70; comenzó con una
red llamada Arpanet que estaba patrocinada por el Departamento de Defensa de los Estados
Unidos.
En 1962 idearon en el Instituto de Tecnología de Massachusetts (MIT) un concepto
de red globalmente interconectada a la que se podría acceder desde cualquier lugar para

1 http://www.ucm.es/info/solidarios/index.htm (2003)
Mª J. Atienza. “Redes de comunicación global para todos”

256
SARA BARRASA GARCÍA/ FABIO ANGEOLETTO/ JUAN PEDRO RUIZ SANZ

obtener datos y programas. Tres años después, conectaron un ordenador de Massachusetts


con otro de California, creando la primera gran área geográfica de ordenadores en red. El
plan Arpanet (para protección de las comunicaciones entre instituciones militares y
universidades en caso de ataque nuclear) se basaba en un protocolo de intercambio de
paquetes de datos (Cerf y Kahn, 1967 en Moreno, 2003) y hasta 1972 no se adoptó el
protocolo TCP/IP que asigna un identificador numérico (dirección IP) de cuatro números a
cualquier ordenador conectado a una red local o a cualquier ordenador del mundo en el caso
de Internet, proporcionando una dirección única y asegurando el intercambio fiable de
datos.
La Arpanet fue reemplazada y ampliada y hoy sus descendientes forman la arteria
principal de lo que llamamos Internet.
En 1992 se creó en la Universidad de Minnessotta Gopher, una herramienta de
acceso a la información a través de palabras clave.
En el CERN (Laboratorio de Física de Partículas de Ginebra) se desarrolló el World
Wide Web a partir de la necesidad de compartir los recursos de información entre los
investigadores que estaban dispersos en distintos centros de investigación. Diseñaron una
arquitectura teórica compleja que reunía tres estándares actualmente bien conocidos:
- El protocolo HTTP
- El lenguaje HTML
- El sistema de normalización URL de referencias unívocas a recursos
Este sistema también era idóneo a gran escala siendo válido para toda la Internet: red
de recursos mundiales accesibles a través del World Wide Web.
Una de las características más importantes del crecimiento de la Red es el aumento
del número de usuarios. El 1999 había 240 millones de usuarios en el mundo2 y las últimas
cifras obtenidas hablan de 817, siendo líderes Norte América, Oceanía y Europa (en
porcentaje de población o penetración). El mayor crecimiento en el periodo 2000/2005 ha
sucedido en Oriente Medio y Latinoamérica/Caribe con un 228% y 206%,
respectivamente3.
En el caso de Estados Unidos, Internet se ha convertido en la primera fuente de
información científica. En el caso de España, un 22,5% usa Internet como fuente de
información, al mismo nivel que la prensa, aunque aún muy alejada de la televisión (90%);

2 www.citeseer.nj.nec.com 2003
3 www.ExitoExportador.com 2005

257
LA ECOLOGÍA DEL PAISAJE EN AMÉRICA LATINA:
UNA APROXIMACIÓN A TRAVÉS DE INTERNET

hace presuponer que se convertirá en el medio para búsqueda de información suplementaria


específica en todos los ámbitos4.

3.- METODOLOGÍA.
La información utilizada como base para la investigación ha consistido en las
páginas de Internet obtenidas a través del buscador Google, a partir de palabras clave.
De los distintos buscadores, se eligió Google por utilizar las dos estrategias de
búsqueda más habituales (rastreos de información en Internet e información compilada por
personas), por haber destacado en años consecutivos por el número de páginas indexadas, y
por ser el más popular por su sencillez de acceso5 (Moreno, 2003).
Las palabras claves utilizadas han sido Paisaje y América Latina, y estas
combinadas con una serie de conceptos relacionados con la naturaleza y el medio ambiente,
en total 24 combinaciones de contenidos. La primera búsqueda (agosto 2004) con las
palabras clave Paisaje América Latina ha servido de pre-test, para poder definir las
unidades como paso previo al muestreo definitivo y registro de la información, así como la
identificación de las variables de interés. La determinación de las unidades comprende su
definición, se separación teniendo en cuenta sus límites y su identificación para el análisis
(Krippendorff, 1990).
También se realizaron búsquedas en cinco buscadores, dos veces al año desde enero
de 2004 hasta la actualidad (la última, en julio de 2005) para los conceptos Paisaje América
Latina y Ecología Paisaje América Latina y se contabilizaron el número de páginas
proporcionadas por los buscadores.
Los datos han sido tratados mediante análisis de contenido, que es un método
empleado para estudiar comunicaciones orales y escritas de manera sistemática, objetiva y
cuantitativa que permite medir las variables bajo estudio (Festinger y Katz, 1979;
Hernández et al. 1991). Por una parte, se registra la presencia/ausencia de las variables
técnicas, formales y de contenido, y por otra, se registra la frecuencia con la que aparecen
ciertas palabras que interesan para la investigación. Para esta tarea se ha utilizado el
software TEXSTAT6.
Los datos se han registrado en una matriz, con los casos (o páginas web) en las filas
y las variables en las columnas.

4 www.biomeds.net 2003
5 www.searchenginewatch.com 2003
6 Es una herramienta simple del análisis del texto, del grupo holandés de lingüística de la Universidad Libre de Berlín. Un
programa freeware para el análisis de textos que funciona bajo Windows. Puede leer un website.

258
SARA BARRASA GARCÍA/ FABIO ANGEOLETTO/ JUAN PEDRO RUIZ SANZ

4.- RESULTADOS.
Una primera aproximación a la evolución temporal de los conceptos en Internet, deja
claro que los resultados que ofrecen los buscadores están más influidos por la propia
dinámica del medio, por los cambios en los motores de búsqueda y los índices resultantes
que por la evolución de los términos; al no poder mantener las tasas de crecimiento por la
aceleración del crecimiento del medio, se ralentizan los incrementos en los términos o
disminuyen los valores absolutos(Moreno, 2003), como ha ocurrido el Lycos, Yahoo y
Altavista con el concepto Ecología Paisaje América Latina, que desciende a principios de
2005 con respecto a 2004, pero se recupera a mitad de 2005. Sin embargo en Google se
observa para ambos términos y para toda la serie temporal un aumento significativo del
número de páginas. En la Figura 17 se muestran los resultados de las búsquedas en Google,
Altavista, Lycos, Yahoo España y Yahoo.

Evolución por buscadores 04/05

Yahoo.es07-05
Yahoo.es01-05
Yahoo.es07-04
Yahoo.es01-04
Yahoo.com07-05
Yahoo.com01-05
Yahoo.com07-04
Yahoo.com01-04
Lycos.com07-05
Lycos.com01-05
Lycos.com07-04
Lycos.com01-04
Altavista07-05
Altavista01-05
Altavista07-04
Altavista01-04
Google07-05
Google01-05
Google07-04
Google01-04
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000

PAL EPAL

El número de páginas encontradas por Google para el conjunto de combinaciones de


conceptos se muestra en la Figura 2. Se observa que el mayor número se corresponde con
las combinaciones que contienen un término habitual, como Paisaje, Cultural, Arte,
Educación y Social. En el caso de Psicología y Geografía se puede explicar porque las tres
últimas búsquedas se realizaron a principios de 2005 (casi seis meses después que el resto,
por completar el estudio una vez detectada la ausencia de tres términos que se consideraron

7 PAL: Paisaje América Latina


EPAL: Ecología Paisaje América Latina
259
LA ECOLOGÍA DEL PAISAJE EN AMÉRICA LATINA:
UNA APROXIMACIÓN A TRAVÉS DE INTERNET

importantes a posteriori), cuando Google había experimentado un gran aumento en el


número de páginas relacionadas con Paisaje América Latina.

Figura 2: Número de páginas por concepto

Nº PAGINAS

14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
arte

ecología

evaluación

geoecología

público

salud

turismo
cultural

natural
áreas prot.

educa. amb.

preferencias
Del conjunto de páginas, se seleccionaron las 20 primeras válidas de cada búsqueda,
quedando un total de 472 (23x12= 460+12= 472)8. Estas se clasificaron en tres niveles en
función de su relación real con la ecología y el paisaje. En el nivel 0 quedan las que no
tienen nada que ver a pesar de incluir los términos en el texto/título, en el nivel 1 las que sí
tienen algo que ver, y las del nivel 2 las que tienen mucho que ver (Fig. 3). En la otra
gráfica se han representado los niveles repartidos por los países correspondientes (en AL, se
incluyen todas las páginas que se refieren a más de un país o son genéricas de América
Latina).

De esta forma el número de páginas que se han abalizado ha quedado reducido a las
del nivel 1 y 2, y de estas, se han eliminado todas las que han sufrido algún cambio o han
desaparecido en el periodo transcurrido entre el inicio de las búsquedas y el análisis
completo. El número final de páginas es de 122.
En cuanto al ámbito al que pertenecen, de las categorías definidas (Fig. 4), las más
abundantes son “divulgativo/informativo” y “académico” con un 29 y un 28%
respectivamente, correspondiendo el menor porcentaje al “legislativo” con un 2%.

8 En el caso de Geoecología Ecología Paisaje América Latina, de las 18 páginas encontrada sólo 12 eran válidas; el resto daban
error de acceso a la página o estaban repetidas en las anteriores.
260
SARA BARRASA GARCÍA/ FABIO ANGEOLETTO/ JUAN PEDRO RUIZ SANZ

Figura 3: Distribución por niveles y por países

totales (paises/niveles)

180

TOTALES 160

140

NIVEL2
17%
120

NIVEL 0
46%
100
NIVEL1
37%
80

60

40

20

0
bo

gu
ho
ja
mx

pa
pe

uy
ve
ar

br

cr

ni
AL

ch
co

cu
ec

rd
Figura 4: Ámbito

AMBITO

profesional
académico
científico
legislativo
divulgativo/inform
noticia
tecnico
otros

Otras variables que se han analizado son Profesión, Destinatarios, Idioma, Fecha,
Dominio, Elementos Web, Colores, Fondo, Formas, Estructura, País, Promotor, Formato.
Los resultados obtenidos con TEXSTAT se resumen en la siguiente figura (Fig. 5) dónde
261
LA ECOLOGÍA DEL PAISAJE EN AMÉRICA LATINA:
UNA APROXIMACIÓN A TRAVÉS DE INTERNET

encontramos las frecuencias de los conceptos identificados como más relevantes dentro de
la disciplina de la Ecología del Paisaje (extraídos de un análisis de contenido previo de 100
páginas relativas a Ecología del Paisaje y a las definiciones académicas y científicas).
Con la matriz de datos obtenida, se está realizando un análisis multivariante para
identificar relaciones no evidentes a simple vista entre variables y casos. El software
utilizado es SPSS, y se están llevando a cabo análisis de reducción de datos para identificar
los factores/ejes/dimensiones que expliquen las correlaciones del conjunto de variables, con
un número menor de las mismas.

Figura 5: Análisis de contenido de los textos de las páginas web

CONCE P T OS

12

10

0
er e j

os jo
m r ad
bo odiv

na o

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us l
pl aj e

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ai
c q

te
an

an

c
g
t

en o
al

s
an

so

5.- CONCLUSIONES.
La red Internet se nos presentaban como una oportunidad que podría reducir la
desigualdad entre ricos y pobres en el mundo. Sin embargo, el informe del Programa de
Naciones Unidas para el Desarrollo de 1999 confirmaba que lejos de extender el acceso a la
información y las comunicaciones a toda la población mundial, Internet está incrementando
las desigualdades.9.

9 . http://www.comminit.com 2004
G. Moreno. PhD. Universidad del Quebec, Montreal

262
SARA BARRASA GARCÍA/ FABIO ANGEOLETTO/ JUAN PEDRO RUIZ SANZ

Las nuevas tecnologías están cambiando paulatinamente las bases culturales que
sustentan los actuales sistemas de comunicación.
Del aproximado 10% de población que accede a Internet (los más ricos y
tecnificados) se supone que están buscando los temas que son de su interés a través de este
medio. La presencia de un número mayor de páginas no se corresponde exactamente con la
demanda de los usuarios, que se mide por los accesos a las páginas más populares, de forma
que se considera un estimador razonable de la visión del mundo en este medio (Moreno,
2003) tan importante en este momento de cambio que estamos viviendo. En el caso que nos
ocupa no ha sido posible medir el número de accesos a las páginas de la muestra, pues ese
dato no estaba disponible en la mayor parte de los mismos. Esta habría sido una de las
informaciones más relevantes para las conclusiones del presente estudio.
Aunque los rastreos numéricos son un instrumento útil de por sí, se considera de
gran interés el análisis de contenido en profundidad de la estructura, contenidos y formato
de las páginas Web. Esta metodología ya se ha utilizado anteriormente en el ámbito de
Internet, pero exclusivamente a los contenidos de publicidad de páginas corporativas
(Okazaki, 2002).
En cuanto a la presencia de la Ecología del Paisaje en América Latina en la web,
destacar la presencia de países como México y Argentina, los “grandes” junto con Brasil
(en este caso no aparece como una gran fuerza por la diferencia de idioma, no se hicieron
búsquedas con términos en portugués), seguidos de Chile y Uruguay, todos países que
destacan por su tamaño, nivel educativo o PIB.
Del gran número de páginas que aparecen en los buscadores y de su distribución por
términos, se deduce que el paisaje puede significar cosas muy diferentes para gente muy
distinta. En el momento en que se aplica un corte por relación de la página con el tema, nos
quedamos con un número mucho más reducido de páginas (el 25%) y en ese momento los
ámbitos que encontramos con mayor frecuencia están relacionados con temas generales de
información y divulgación y del ámbito académico/ científico, quedando los profesional y
lo técnico con valores intermedios.
En cuanto a los conceptos analizados, social, paisaje, naturaleza, desarrollo,
cultura, recurso y región son los que aparecen con mayor frecuencia, lo que apoya nuestra
interpretación y aplicación de la ecología del paisaje como una disciplina en la que no
debemos dejar de prestar atención al aspecto social/cultural de la misma, junto con el
territorial/espacial y el biológico/natural, sin dejar ningún enfoque fuera.

BIBLIOGRAFÍA.
FESTINGER, L. y KATZ, D., Los métodos de investigación en las ciencias sociales,
Buenos Aires, Editorial Paidos, Argentina, 389-432 pp, 1979.
HAHN, H. ,Internet, Manual de Referencia, McGraw- Hill, España, 1994.

263
LA ECOLOGÍA DEL PAISAJE EN AMÉRICA LATINA:
UNA APROXIMACIÓN A TRAVÉS DE INTERNET

HERNÁNDEZ, R. S., FERNÁNDEZ C. C. y BAPTISTA L., Metodología de la


Investigación. McGraw-Hill, México: 505 p, 1991.
KRIPPENDORFF, K.,Metodología del Análisis de Contenido, Teoría y Práctica. Ed.
Paidós Comunicación, España, 1990
MORENO, M., La imagen social de la crisis ecológica. Actitudes, dilemas y conductas
ambientales: de Internet a la ciudad de Madrid, Tesis Doctoral, Universidad
Autónoma de Madrid- España, 2003.
OKAZAKI, S., La estandarización publicitaria de las multinacionales japonesas: análisis
de contenido de la publicidad web en Japón, España y Estados Unidos, Tesis
Doctoral, Universidad Autónoma de Madrid- España, 2002.

264
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA
VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

SABINA CAULA 1,2, RENATO DENÓBREGA1 y PASCAL MARTY2


(1) Laboratorio de Sociecología, Instituto de Zoología Tropical, Universidad Central de Venezuela,
Caracas, Venezuela
(2) Centre d’Ecologie Fonctionnelle et Evolutive, CNRS, France
sabina.caula@cefe.cnrs.fr, rdenobre@ciens.ucv.ve, pascal.marty@cefe.cnrs.fr

1.- RESUMEN.
La urbanización es probablemente la fuerza de extinción más importante de este
siglo. En los últimos años el desarrollo urbano sostenible se considera una estrategia que
puede contribuir de manera fundamental con la sostenibilidad del planeta. Para ello se ha
hace necesario generar indicadores de desarrollo urbano sostenible y la elaboración de
estos índices implican la integración de la ecología, la sociología y la economía. Con
relación a la dimensión ecológica las aves reúnen condiciones apropiadas para enfocar los
esfuerzos de conservación urbana. Con relación a la dimensión socioeconómica, el método
de valoración contingente ha sido uno de los más utilizados para este fin. Nuestro trabajo
se inserta en esta temática y examina la importancia de la avifauna en la valoración
contingente de diferentes sectores urbanos y la opinión del ciudadano común con relación
a la conservación en las ciudades. Dentro de esta línea nos planteamos dos estudios en
áreas urbanas con clima, especies y estructura urbana diferente: el primero, en la ciudad
tropical de Valencia, Venezuela (Suramérica) y el segundo, a mayor escala, se esta
llevando a cabo en la ciudad mediterránea de Montpellier, Francia (Europa).
El caso Jardín Botánico de Valencia: El Jardín Botánico de Valencia (JBV) es un
caso notable de la pérdida de áreas verdes debido al intenso urbanismo; originalmente
contaba con 30 Ha que se han utilizado progresivamente para desarrollos urbanísticos
quedando en la actualidad únicamente 10 Ha. En este estudio se utilizó el método de
valoración contingente (MVC) con un diseño control y tratamiento para explorar como
influye en el ciudadano común suministrale información sobre la avifauna diurna. La
encuesta se aplicó a 298 individuos pertenecientes a los cursos de Postgrado de la
Universidad de Carabobo. El 75% prefirió el proyecto Silvestre, el 77% está dispuesto a
colaborar monetariamente, con una cantidad promedio mensual de Bs. 2.427,oo por un
lapso de seis meses (entre 0,3 y 0,7% del ingreso promedio mensual al hogar).

265
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

El caso de la ciudad de Montpellier, Francia: La ciudad de Montpellier esta entre


las áreas urbanas que presenta en porcentaje la mayor tasa anual de crecimiento del país.
Aunque el crecimiento de la ciudad de Montpellier ha sido acompañado por la creación de
espacios verdes destinados a la recreación, no hay estudios sobre la afectación de la
avifauna regional producto de la presión de construcción. En este trabajo se intenta inferir
la distribución de las especies de aves de la ciudad. Esta información ecológica será dada
a los ciudadanos para medir, por un lado, el valor otorgado a la existencia de las aves
regionales y por el otro sus preferencias por los diferentes planes locales de urbanismo
para la ciudad de Montpellier a través del método de valoración contingente. Como
resultados preliminares, se encontró que la riqueza de aves encontrada en Montpellier es
indicador de la importancia de esta ciudad para el mantenimiento de la biodiversidad de
aves de la zona. Se observa que la riqueza de especies esta inversamente relacionada con
la densidad de áreas construidas y que el complejo mosaico paisajista de la ciudad
contribuye en mayor medida a mantener la diversidad de aves que el cambio climático
producido en las diferentes estaciones del año.
Estos resultados preliminares, junto a un análisis mas detallado en vías de
realización, serán utilizados para determinar aquellos factores que pueden contribuir en
mayor cuantía a la conservación de aves urbanas en Montpellier y sobre la base de estos
análisis se elaborara un cuestionario para determinar la importancia de la avifauna como
elemento de valor social que puede influir en la preferencia pública por un proyecto de
gestión y desarrollo de la ciudad de Montpellier.
Tanto la experiencia obtenida en la ciudad de Valencia, Venezuela, como los datos
preliminares obtenidos en la ciudad mediterránea de Montpellier indican que la diversidad
de avifauna presente en la ciudad esta relacionada con la calidad del ambiente urbano,
por lo tanto esta puede ser utilizada como un indicador socio ecológico importante para
evaluar el desarrollo sostenible de las ciudades.
Palabras Claves: Método de Valoración Contingente, valoración de áreas verdes urbanas,
Disposición a colaborar, la avifauna como indicador socio ecológico

2.- INTRODUCCIÓN.
El espacio urbano esta constituido por un mosaico complejo de diferentes paisajes
que pueden contribuir al mantenimiento de la biodiversidad. En los últimos años el
desarrollo urbano sostenible se considera una estrategia importante de carácter local que
contribuirá de manera fundamental a la sostenibilidad global del planeta. Esto es debido a
las cada vez más intensas tendencias de urbanización y al reconocimiento de que el
ecosistema urbano tiene efectos directos e indirectos no solo sobre la biodiversidad a escala
global, sino también sobre la calidad de vida de los seres humanos. Dado que el proceso de
urbanización parece imparable, se ha hecho necesario el generar indicadores de desarrollo
urbano sostenible dentro de la política de planificación del paisaje urbano. La elaboración
de índices que midan la sustentabilidad urbana requiere de la integración de, al menos, tres
diferentes áreas de conocimientos, a saber, ecológica, sociocultural y económica.
266
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

Con relación a la dimensión ecológica, toda estrategia de conservación urbana debe


considerar el valor intrínseco de la biodiversidad presente en los diferentes sectores
urbanos. En particular el grupo taxonómico de las aves reúne una serie de condiciones que
permiten considerarlo como apropiado para enfocar los esfuerzos de conservación urbanos
y facilitar la participación ciudadana y su vinculación con lo silvestre. Las aves son
populares y carismáticas, conspicuas, vistosas, amenas al oído e inofensivas Por otra parte,
las aves representan el grupo taxonómico sobre el que se han realizado la mayor cantidad
de estudios básicos de fauna silvestre en las ciudades (Pickett et al. 2001; Fernández-Juricic
y Jokimäki 2001)
Incluir la dimensión sociocultural debe entenderse como una oportunidad única para
restablecer el vínculo del ciudadano con la naturaleza, inculcando en éste el aprecio y
disfrute por la biodiversidad silvestre en el ambiente urbano local. Para ello se hace
necesario comprender la percepción y la actitud del ciudadano hacia lo silvestre urbano que
lo rodea y el método de valoración contingente (MVC) ha sido uno de los más utilizados
para este fin. Este método permite otorgarle valor económico a un bien ambiental a través
de la evaluación que establecen las personas, a los cambios en su bienestar, cuando se
produce una modificación en el mismo. El método establece un mercado hipotético a través
de la pregunta directa (entrevistas, cuestionarios o encuestas) sobre la disposición a
colaborar por parte de las personas para mantener y conservar ese bien, una vez que son
informados acerca de sus beneficios. El método permite evaluar los factores actitudinales y
socioeconómicos que influyen en la disposición del público para apoyar, o no, un tipo de
programa de acción sobre un bien ambiental.
El trabajo que aquí se expone se inserta en esta temática general y examina
específicamente, la importancia de la avifauna en la valoración contingente de diferentes
sectores urbanos y la opinión del ciudadano común con relación a la conservación en las
ciudades.
Dentro de esta línea nos planteamos dos estudios en áreas urbanas con clima,
especies y estructura urbana diferente: el primero, a pequeña escala y ya finalizado en todas
sus etapas, se desarrollo en dos parques urbanos (10 ha cada uno) ubicados en la ciudad
tropical de Valencia, Venezuela (Suramérica) y el segundo, a mayor escala, se esta llevando
a cabo en siete sectores (70ha-523ha) de la ciudad mediterránea de Montpellier, Francia
(Europa).
Primer estudio: Caso Jardín Botánico de Valencia, Estado Carabobo, Venezuela
Planteamiento del problema:
La ciudad de Valencia (10°10’N, 67°56’W; 2.106.264 habitantes), estado Carabobo,
centro norte de Venezuela, esta ciudad ubicada a 430 m.s.n.m. tiene un clima caracterizado
por un periodo de lluvia (mayo-octubre) y otro de sequía (noviembre-abril) con una
pluviosidad anual promedio de 1.250 mm. La temperatura máxima promedio es de 32°C y
mínima de 18,5°C.

267
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

El intenso urbanismo en Valencia ha ocasionado que las áreas verdes urbanas se


hagan cada vez más vulnerables. El área boscosa destinada al desarrollo del Jardín Botánico
de Valencia (JBV) es un caso notable de esta problemática. Originalmente contaba con 30
Ha (1992) que se han utilizado progresivamente para desarrollos urbanísticos quedando en
la actualidad únicamente 10 Ha (2004), las cuales han sido recientemente deforestada sin
criterios ecológicos o socio-económicos confiables. Tal situación reclamaba la
implementación inmediata de un proyecto de jardín. Dicha tarea requería la evaluación
integral de diferentes aspectos, que diesen soporte a la decisión acerca del tipo de jardín a
desarrollar.
En lo concerniente a la biodiversidad, las evidencias indicaban que el área destinada
al jardín contenía una importante riqueza botánica. El inventario de vegetación realizado
entre 1992 y 1993 indicó la presencia de 12 familias y 220 especies de plantas, de las cuales
una represento la primera cita para Venezuela, otra la segunda y trece de ellas la primera
cita para el estado Carabobo. Juzgamos que esta rica vegetación podría sostener a su vez
una importante diversidad de fauna, lo cual representaría un valor ecológico del jardín.
Emprendimos entonces en el año 2000, una investigación dirigida a evaluar la importancia
ecológica del jardín en cuanto a la avifauna asociada a este. Para lograr esto contrastamos el
grupo de aves diurnas registradas en el área con el grupo correspondiente al de un parque
urbano cercano (0,8km), de tamaño semejante pero con mayor intervención humana: la
Plaza Guaparo. Con el contraste intentamos una aproximación al posible efecto de la
modificación de la condición silvestre que mantenía el jardín sobre la composición de la
avifauna: Los resultados obtenidos en ese trabajo indicaron una notable diferencia en
riqueza y composición de especies: 66 especies (13 de ellas no urbanas) en el JBV contra
39 de la Plaza Guapazo (ninguna especie no urbana) (Caula 2002, Caula et al 2003)
Sobre la base de este resultado, consideramos que esta seria una buena oportunidad
para incorporar la dimensión socio cultural. Para ello, en el año 2001 implementamos el
método de valoración contingente (MVC), de forma experimental y exploratoria. A través
de este método realizamos una evaluación de la preferencia y valoración económica
adjudicadas por residentes de la ciudad de Valencia a dos propuestas concretas de diseño de
jardín que contrastaban en cuanto al grado de intervención humana y tendrían por ende,
distintos efectos sobre la biodiversidad de aves presente. Las propuestas de desarrollo de
jardín consideradas fueron las siguientes:
Jardín ornamental: este consistía en un desarrollo paisajista, con predominio de
vegetación exótica, en el que se erradicaba la mayor parte de la vegetación nativa y las
lagunas naturales existentes, conservando sólo aquellos árboles grandes. Se dispondría de
caminos, un café, plazas y extensas zonas con césped.
Jardín silvestre: Consistía en un desarrollo conservacionista, en el que se
minimizaba la intervención humana, conservando el bosque seco tropical existente y las
lagunas. Dicho proyecto afectaría en menor cuantía la riqueza de la avifauna presente.

268
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

Indagamos en particular si la respuesta del ciudadano pudiese verse afectada


dependiendo de si se le suministraba o no información sobre la riqueza de la avifauna y los
posible efectos que sobre dicha riqueza ejercerían las propuestas citadas. Se evaluó
adicionalmente la contribución de otros factores de índole actitudinal y sociodemográfica,
sobre dicha preferencia. A continuación se expondrá de manera sucinta los objetivos,
método y resultados más importantes obtenidos en este estudio. Mayores detalles de esta
investigación pueden verse en Caula (2002), Caula et al (2003) y Caula y DeNóbrega
(2004).
Objetivos del estudio
1.- Evaluar la preferencia y valoración económica adjudicada a dos proyectos de
gestión del JBV, en grupos de ciudadanos que contrastan en cuanto a recibir o no
información acerca e la riqueza de la avifauna del lugar y de las potenciales consecuencias
de cada proyecto sobre dicha riqueza.

2.- Evaluar la contribución de otros factores, de índole actitudinal y


sociodemográficos, que pudiesen intervenir sobre la preferencia y valoración económica
adjudicada a los dos proyectos de gestión del jardín.
Método
Se diseñó un cuestionario con dos versiones, ambos tipos de cuestionarios
presentaba tres partes: la primera parte exploraba la actitud del entrevistado hacia la
naturaleza. La segunda parte corresponde a la disposición a colaborar (DAC) y contenían
una descripción clara y precisa del jardín botánico, la vegetación predominante y su
problemática para el momento. En la primera versión ó encuesta tipo I (grupo
experimental) se agregó información sobre la avifauna del lugar y las consecuencias
posibles que sobre dicha riqueza ejercerían ambos proyectos, en la segunda versión ó
encuesta tipo II (grupo control) se elimina esta información.
En ambos tipos de encuestas se le presenta a los entrevistados una situación
hipotética de desarrollo de uno de los dos tipos de jardín -ornamental ó silvestre-, en la
que se requería de la contribución monetaria de los ciudadanos por seis meses, dada la
escasez de recursos por parte de las autoridades gubernamentales. Se pregunta al
entrevistado por su proyecto preferido (variable dicotómica: silvestre u ornamental), si está
dispuesto a colaborar monetariamente (variable dicotómica: si o no) y el cantidad mensual
a aportar por un semestre (formato múltiple -una tabla con varias cifras ordenadas de menor
a mayor-). En la tercera parte se desarrollaron las preguntas socio-económicas estándar.

Aplicación de la encuesta:
Las encuestas se aplicaron a 229 individuos residentes del área metropolitana de
Valencia y pertenecientes a los cursos de Postgrados de la Universidad de Carabobo. En
cada curso se conformaron, en forma aleatoria, dos grupos de individuos: el grupo

269
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

experimental o informado y el grupo control. Se consideraron solamente individuos


residentes en Valencia y con capacidad de decisión económica. La efectividad del
procedimiento de aleatorización y la equivalencia inicial de los grupos se verificó mediante
pruebas de homogeneidad de datos categóricos.
Método de análisis de los resultados
Para analizar la posible dependencia de las variables preferencia y disposición a
colaborar con el factor información sobre las aves y las variables socioeconómicas y
actitudinales, se utilizó el método de regresión logística múltiple, dado el carácter
dicotómico de estas dos variables dependientes. En el caso de la variable dependiente
cantidad a pagar, se utilizo la regresión lineal múltiple debido a su carácter cuantitativo. Se
utilizo el procedimiento de eliminación regresivo o eliminación de variables a partir de un
modelo ajustado para todas las variables independientes que se consideren pertinentes
(backward elimination). Antes de proceder a las regresiones se examinó el grado de
colinealidad entre las variables independientes a partir de la matriz de correlaciones de las
parejas.
Resultados
1.- De las 229 encuestas distribuidas, un total de 153 ( 66,8%) fueron contestadas en
su totalidad. En las restantes las personas se reservaron su opinión u olvidaron contestar
algunas preguntas. Este fenómeno se denomina “no respuesta-parcial” (Sánchez-Carrión
2000). La frecuencia de respuesta para cada una de las preguntas fue mayor del 85 %, lo
cual puede considerarse satisfactorio, si lo comparamos con los reportados en otros estuidos
de esta naturaleza: 51%-68& (Loomis y Esktrand 1998; Pate y Loomis 1997, Tyraväinen y
Väänänen, 1998)
2.- La mayoría de los encuetados (72%) pertenecían al sexo femenino y 44% eran
solteros. El 58% indicó un nivel de ingreso en el hogar que oscilaba entre Bs. 351.000,oo y
Bs. 900.000,oo, mientra que el 15% señaló un ingreso menor de Bs. 350.000,oo mensuales
y el 27% restante, mayor de Bs. 900.000,oo.
3.- Con relación a ala actitud de los entrevistados hacia la naturaleza ésta fue muy
favorable: el 99% de los entrevistados opinaron que las áreas verdes urbanas eran
importantes o muy importantes para el mejoramiento de la calidad de vida en la ciudad y el
83% contestó que le parecía importante o muy importante la posibilidad de disfrute de
animales silvestres en la ciudad, en especial la avifauna.
4.- De las 223 personas que dieron respuesta a la pregunta de disposición a
colaborar, el 77% estuvieron dispuestos a colaborar con una cantidad promedio mensual de
Bs. 2.427,oo y una desviación estándar de Bs. 2.163,oo por un lapso de seis meses. Esta
cantidad varía entre el 0,3 y el 0,7 % del ingreso promedio mensual del hogar.
5.- De un total de 227 encuestados que señalaron su preferencia, 79% se inclinaron
por el proyecto silvestre y 21 % por el proyecto ornamental. Suministrar información sobre
la avifauna del JBV y la posible disminución en su diversidad si se implementa un
270
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

desarrollo del tipo ornamental, influye en la decisión de los entrevistados para escoger el
proyecto silvestre como preferido (Tabla 1), pero no afecta la DAC, ni la cantidad a pagar.
6.- La variable dependiente preferencia por un proyecto es afectada por la actitud de
los entrevistados hacie el disfrute de la fauna urbana (FAUNA) y por su formación
profesional (PROFCOD) (Tabla 2).
7.- La DAC y la cantidad a pagar incrementa cuando el ingreso mensual al hogar
(INGRE) incrementa o el compromiso de manutención familiar es menor –menor número
de hijos (HIJOS) o estado civil (ECIVIL) soltero- y cuando la frecuencia de uso de las áreas
verdes (FRECUSO) es mayor (Tabla 3 y 4)
Discusión
La gran mayoría de los profesionales entrevistados, mas del 70%, dieron su
preferencia al proyecto silvestre. Se observo que esta alta preferencia por un proyecto
conservacionista puede aumentar al menos en 10 puntos porcentuales cuando se informa al
ciudadano de la importancia de estas áreas naturales para el mantenimiento de la diversidad
de aves.
La disposición a colaborar alcanzó un porcentaje semejante al de la preferencia por
lo silvestre, aun que se manifestó independientemente de la información recibida y del
proyecto escogido. Esta disposición a colaborar se presentó con mayor intensidad en
aquellas personas que manifestaron una alta demanda del bien y en aquellas personas con
un ingreso menos comprometido, los solteros.
La cantidad a pagar por el bien ambiental considerado estuvo condicionado por
variables que en cierto modo reflejan aquellas que caracterizan la adquisición de un bien en
el mercado, a saber: la demanda del bien, el presupuesto disponible y las restricciones al
presupuesto impuestas por la satisfacción de otros bienes.
Segundo estudio: El caso de la ciudad de Montpellier, Herault, Francia
Planteamiento del problema
En la región mediterránea, habitada desde el Neolítico, las actividades humanas han
jugado un papel fundamental en la aparición de un mosaico paisajista heterogéneo y
complejo que incorpora urbanismo, agricultura, bosques, garrigas y dehesces. Al final del
siglo XIX, el mosaico paisajista esta compuesto de parcelas con actividades agro-silvo-
pastorales y parcelas con vegetación natural. Sin embargo, a partir de los años 50, los
cambios económicos y sociales indujeron un abandono rural y una modificación de la
utilización de tierras. Hay una disminución de la explotación forestal y agrícola y de la cría
de ganado ovino y un aumento de la densidad urbana (Lepart y Debussche, 1992;
Debussche et al 1999). El área circundante a la ciudad de Montpellier ha sido testigo de
este cambio de paisaje.

271
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

La ciudad de Montpellier fue creada en el año 985 y hoy es la catorceava área


urbana más grande de Francia con 244.500 habitantes registrados en el último censo
(2005). En la primera mitad de siglo veinte su crecimiento fue lento; En contraposición,
entre 1961 y 1975, la ciudad adquiere una tasa de crecimiento de las más altas registradas
en Francia. (4%). Desde 1975 a 1999, entre las áreas urbanas de más de 150.000 habitantes,
Montpellier es la que presenta en porcentaje la mayor tasa anual de crecimiento del país. De
acuerdo al INSEE, la área urbana de Montpellier tendrá 600.000 habitantes en el 2015.
El urbanismo intenso supone un impacto sobre las comunidades animales y
vegetales de la región. Aunque el crecimiento de la ciudad de Montpellier ha sido
acompañado por la creación de espacios verdes destinados a la recreación, no hay estudios
sobre la afectación de la avifauna regional producto de la presión de construcción. Estas
comunidades de aves pueden ser afectadas en mayor o menor grado de acuerdo al tipo de
Plan Local de Urbanismo (PLU) que se apruebe en Marzo del 2006.
El registro en el aumento de la población y su urbanismo rápido hace que la ciudad
de Montpellier sea un lugar apropiado para realizar un estudio socio-ecológico con la
finalidad de identificar diferentes aproximaciones a un desarrollo urbano sustentable.
En este trabajo se intentara inferir la distribución de las especies de aves de la ciudad
de Montpellier y sus posibles cambios producto del fuerte crecimiento urbano de la región.
Esta información ecológica será dada a los ciudadanos para medir, por un lado, el valor
dado a la existencia de las aves regionales y por el otro sus preferencias por los diferentes
planes locales de urbanismo para la ciudad de Montpellier a través del método de
valoración contingente.
Objetivos del estudio
El objetivo de este trabajo es determinar si la avifauna es un indicador ecológico y
socioeconómico importante a ser considerado en el desarrollo sostenible de la ciudad de
Montpellier.
Para ello se hace necesario:
- Determinar la importancia ecológica de la ciudad de Montpellier para el
mantenimiento d ela avifauna regional.
- Determinar la importancia de la avifauna como elemento de valor social que
puede influir en la preferencia pública por un proyecto de gestión y desarrollo d
de la ciudad de Montpellier.
Método
Sitio de Estudio
La ciudad de Montpellier, Herault, Francia esta situada al sur del país, 43°40N, 3°50
E y ocupa aproximadamente 5.700 ha con 741 ha de espacios verdes públicos. Ella esta
ubicada entre dos unidades de paisaje muy fuertemente localizadas y muy distintas: el mar
272
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

mediterráneo y la zona de gárrigas (matorrales) y viñedos. Su clima es mediterráneo,


húmedo (precipitaciones anuales varían de 950mm a 1350 mm) con inviernos suaves a
fríos: la media del mes mas frió varia entre – 1,5° C a 0,5° C y del mes mas caliente varia
entre 26° C a 30° C. La Alcaldía de Montpellier ha realizado un censo de vegetación y ha
reportado 162 especies de árboles en Montpellier de los cuales sólo las siguientes 10
especies representan el 82%: Platanus hybrida 36%, Pinus pinea 10%, Celtis australis 9%,
Arecaceae (Palmaceae) 7%, Sophora japonica 6%, Melia azedarach 4%, Robinia pseudo
acacia 3%, Querqus ilex ilex 2%, Acer negundo 2%, Morus kagayame 2%.

Etapa I: Evaluación de la avifauna


En este trabajo se propone hacer una evaluación estratificada de las aves de la
ciudad de Montpellier que tome en consideración la morfología urbana. Estudios anteriores
han mostrado los efectos de la densidad de edificaciones y de poblaciones humana sobre el
comportamiento de las aves (Clergeau 1995, Jokimäki y Kaisanlahti-Jokimäki, 2003).
Fueron escogidos siete sectores de la ciudad de Montpellier que representan un
continuo de presión urbana: centro antiguo, áreas residenciales (tres densidades diferentes),
área industrial, área agrícola y bosques. Con la ayuda de un Sistema de información
geográfica se calculo el tamaño y la proporción de cada sector (Tabla 5). Fueron
distribuidas 12 unidades de muestreo de 250x250m cada uno de acuerdo a la superficie y
heterogeneidad de cada sector. Un censo de aves fue conducido en cada cuadrícula
escogida. Cada unidad de muestreo fue visitada dos veces en primavera y dos veces en
invierno. En cada visita se recorrió la cuadricula completa durante ½ hora de marcha
continua. Los treinta minutos de registro son divididos en seis periodos de cinco minutos
cada uno. En cada periodo de cinco minutos fueron registradas todas las aves vistas y oídas.
Los recorridos tendrán lugar desde la salida del sol hasta las 10:00 de la mañana en días
soleadas o poco nublados, sin viento y sin lluvia.

Etapa II: Resultados preliminares


Durante el tiempo total de permanencia en los sectores de estudio escogidos se
registraron un total de 57 especies, 43 géneros, 25 familias y 11 órdenes. En invierno
fueron registradas 37 especies y en verano 51 especies. Como resultado del censo (mismo
esfuerzo de muestreo por sector y por estación) se registraron 34 especies en primavera y
29 especies en invierno (Tabla 6).
Se realizo un análisis de regresión clásica entre la densidad de construcción en
porcentaje de en cada sector y el número de especies de aves observadas en invierno y
primavera. En ambos casos la pendiente de la regresión resulto negativa y estadísticamente
significativa indicando una relación inversa entre el número de especies presentes en el
sector y el porcentaje de urbanización. Esta relación fue mayor en primavera que en
invierno (Figura 1).

273
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

Así mismo se aplico la técnica de análisis multivariado de componentes de Alatalo y


Alatalo (1977). Este método permite separar la riqueza total de especies de un sistema en
componentes atribuibles a variables o dimensiones ambientales. El método permite
cuantificar no solo la contribución de cada variable sino su interacción. La dimensión
espacio consta de siete niveles correspondientes a cada sector escogido de la ciudad. La
dimensión tiempo consta de dos niveles correspondientes a primavera e invierno. En la
Tabla N°7 se observan los resultados obtenidos. La diversidad promedio de aves (D..prom)
de la ciudad de Montpellier es de 24.4%. Este valor representa el grado de superposición de
registros de especies en los diferentes sectores y épocas del año. El componente espacial
sector (Vsector = 56.6%) contribuye en mayor cuantía a explicar la riqueza de registros de
aves de la ciudad de Montpellier que el componente época del año (Vépo = 26.7%).
Discusión
La riqueza de aves encontrada en Montpellier es indicador de la importancia de esta
ciudad para el mantenimiento de la biodiversidad de aves de la zona. Se observa que,
aunque la ciudad es un hábitat disponible para algunas especies de aves, la riqueza de
especies esta inversamente relacionada con la densidad de áreas construidas. Esto es un
indicador de la importancia de la existencia de espacios abiertos y de áreas verdes para la
conservación de especies de avifauna urbana. Por otro lado se observa que el complejo
mosaico paisajista de la ciudad contribuye en mayor medida a mantener la diversidad de
aves que el cambio climático producido en las diferentes estaciones del año.
Estos resultados preliminares, junto a un análisis mas detallado en vías de
realización, serán utilizados para determinar aquellos factores que pueden contribuir en
mayor cuantía a la conservación de aves urbanas en Montpellier y sobre la base de estos
análisis se elaborara un cuestionario para determinar la importancia de la avifauna como
elemento de valor social que puede influir en la preferencia pública por un proyecto de
gestión y desarrollo de la ciudad de Montpellier.
Conclusiones
Tanto la experiencia obtenida en la ciudad de Valencia, Venezuela, como los datos
preliminares obtenidos en la ciudad mediterránea de Montpellier indican que la diversidad
de avifauna presente en la ciudad esta relacionada con la calidad del ambiente urbano, por
lo tanto esta puede ser utilizada como un indicador socio ecológico importante para evaluar
el desarrollo sostenible de las ciudades.

274
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

Tabla 1. Preferencia por proyectos en los grupos con y sin información sobre aves. La
diferencia en la distribución de la preferencia entre los grupos es estadísticamente
significativa. Prueba Ji-cuadrado de homogeneidad: x2= 5,872, 1gl, p<0,05.

Información sobre aves Proyecto Total


preferido

Silvestre Ornamental

Con información 97 (85,8%) 16(14,2%) 113 (100%)

Sin información 83 (72,8%) 31 (27,2%) 114 (100%)

Total 180 47 227


Tabla 2 - Regresión múltiple logística binaria para proyecto preferido: silvestre u
ornamental
N R2 Nagelkerke
226 0,168
Variables Coeficiente (B) Error gl Sig. Exp.(B)
est.

FAUNA 0,630 0,244 1 0,010 1,878


PROFCOD 3 0,011
PROFCOD(1) 0,397 0,517 1 0,442 1,488
PROFCOD(2) -0,569 0,415 1 0,170 0,566
PROFCOD(3) 1,326 0,607 1 0,029 3,768
AVES 0,778 0,360 1 0,031 2,178
Constante -0,509 0,655 1 0,437 0,601
Profesión N (1) (2) (3)
Arq e Ing 44 1 0 0
Ciencias Salud 69 0 1 0
Docentes 89 0 0 1
Administradores 62 0 0 0

275
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

Tabla 3. - Regresión múltiple logística binaria para DAC


N R2
Nagelkerke

187 0,157
Variables Coeficiente Error est. gl Sig. Exp(B)
(B)

FRECUSO 0,561 0,27 1 0,039 1,753

ECIVIL -0,738 0,38 1 0,052 0,478


Constante 0,093 0,94 1 0,922 1,097

ECIVIL: soltero (1), no-soltero (2)


Tabla 4.- Regresión múltiple para la cantidad a pagar por el proyecto preferido.
Covariables Coeficiente Error t Sig.
(Constante) 593,834 552,417 1,075 0,284
FRECUSO 486,529 227,496 2,139 0,034
HIJOS -273,902 126,167 -2,171 0,031
INGRE 413,561 125,058 3,307 0,001

Tabla 5. Sectores escogidos en la ciudad de Montpellier que representan un continuo


de presión urbana para realizar el censo de aves diurnas. Se muestra densidad de
construcción, área y proporción de cada sector.
Densidad Area del Area de
Sector de sector proporción cada sub-sector Nombre del
Construcción (ha) % (ha) sector
1. Centro antiguo 87% 70 3,1 57 CV2
2. Zone residencial
antigua densidad muy
alta 60% 368 16,2 283 Gam
40% Gares
3. Zona residencial
reciente densidad
mediana 28% 496 21,8 92 SaintM
21% 67 Aubes
4. Zone residencial
reciente densidad baja 15% 210 9,2 190 Aiguel

276
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

5. Zona industrial 16% 348 15,3 148 ZI1


36% 119 Euro
6. Bosques 0% 256 11,3 196 Bois
1% 48 BG4
7. Cultivos 1% 523 23,0 266 Cultm1
2% 257 Cultg1
TOTAL 2271 100
Tabla 6. Inventario total de aves de la ciudad de Montpellier 2004-2005
ORDEN FAMILIA ESPECIE
CIICONIFORMES Ardeidae 1 Ardea cinerea
ACCIPITRIFORMES Accipitridae 2 Accipiter nisus
3 Hieraetus
FALCONIFORMES Falconidae 4 Buteo buteo
5 Falco tinnunculus
GALLIFORMES Phasianidae 6 Alectoris rufa
CHARADRIIFORMES Laridae 7 Larus cachinnans
COLUMBIFORMES Columbidae 8 Columba livia
9 Columba palumbus
10 Streptopelia decaocto
STRIGIFORME Strigidae 11 Athene noctua
APODIFORMES Apodidae 12 Apus apus
CORACIIFORMES Upupidae 13 Upupa epops
PICIFORMES Picidae 14 Dendrocopus minor
15 Picus viridis
Meropidae 16 Merops apiaster
PASSERIFORMES Hirundinidae 17 Delichon urbica
18 Hirundo daurica
Motacillidae 19 Motacilla alba
20 Motacilla cinerea
21 Troglodytes troglodytes
Turdidae 22 Erithacus rubecula
23 Luscinia megarhynchos
24 Phoenicurus ochruros
25 Phoenicurus phoenicurus
26 Saxicola torquata
27 Turdus merula
28 Turdus philomelos
Silvidae 29 Phylloscopus bonelli
30 Phylloscopus collybita
31 Phylloscopus sibilatrix

277
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

32 Phylloscopus trochilus
33 Sylvia atricapilla
34 Sylvia cantilans
35 Sylvia melanocephala
36 Regulus regulus
37 Regulus ignicapillus
38 Cisticola juncidis
Muscicapidae 39 Ficedula hypoleuca
Paridae 40 Aegithalos caudatus
41 Parus ater
42 Parus caeruleus
43 Parus cristatus
44 Parus major
Certhiidae 45 Certhia brachydactila
Oriolidae 46 Orioulus oriolus
Corvidae 47 Corvus monedula
48 Garrulus glandarius
49 Pica pica
Sturdidae 50 Sturnus vulgaris
Passeridae 51 Passer domesticus
52 Passer montanus
Fringilidae 53 Carduelis carduelis
54 Carduelis chloris
55 Fringilla coelebs
56 Serinus serinus
Emberizidae 57 Emberiza cirlus
11 Ordenes 24 Familias 57 especies

278
SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

Tabla N°7. descomposición de la riqueza de especies en una tabla de contingencia


debido a los sectores de muestreo y a la época del año.
Epoca
del año
Sector Invierno Primavera Prom Dtotal Dif %
CV2 6 7 6,5 11 4,5 40,91 D.. 43 100,0%
Gam 6 7 6,5 9 2,5 27,78 D..prom 10,5 24,4%
Gares 4 5 4,5 7 2,5 35,71 Vtotal 32,5 75,6%
ZI1 6 11 8,5 16 7,5 46,88 Vsector/época 21,0 48,8%
Euro 7 14 10,5 19 8,5 44,74 Vépoca/sector 6,8 15,9%
SaintM 10 12 11,0 19 8,0 42,11 Raxb 4,7 10,9%
Aubes 14 13 13,5 20 6,5 32,50 Vsector 25,7 56,6%
Aiguel 12 13 12,5 21 8,5 40,48 Vépoca 11,5 26,7%
Bois 11 19 15,0 23 8,0 34,78
BG4 9 14 11,5 24 12,5 52,08
Cultm1 15 10 12,5 21 8,5 40,48
Cultg1 14 13 13,5 18 4,5 25,00
Prom 9,5 11,5 10,5 17,3 6,8 38,62
Dtotal 29 34 31,5 43 11,5 26,74
Dif 19,5 22,5 21,0 25,7
% 67,24 66,18 59,69

279
UTILIZACIÓN DE LA AVIFAUNA EN LA VALORACIÓN CONTINGENTE DEL ESPACIO URBANO

Figura N° 1. Análisis de regresión entre la densidad de la densidad de contrucción vs


el número de especies de aves registrados en cada sector de la ciudad de Montpellier.

25
y = -0,0922x + 11,827 y = -0,1029x + 14,096
R2inv = 0,4366, p<0,01 R2pri = 0,5165, p<0,008
20
N°de especies

15

10

0
0 20 40 60 80 100
Densidad de construcción (%)

Invierno Primavera

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SABINA CAULA/ RENATO DENÓBREGA/ PASCAL MARTY

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281
DAS CONCEPÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE BACIA
HIDROGRÁFICA AO MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO
SOLO DA BACIA DO IPOUCA-PERNAMBUCO, NORDESTE DO
BRASIL

EDVÂNIA TORRES AGUIAR GOMES1


JOSÉ MARIA FREIRE DE MENEZES NETO2
PAULO ALVES SILVA FILHO3

1.- RESUMO.
Este artigo busca sintetizar os resultados de uma pesquisa realizada na Bacia
Hidrográfica do Ipojuca, objetivando identificar elementos expressivos na composição de
um zoneamento voltado para o monitoramento da qualidade da água na Bacia do Ipojuca,
a partir do levantamento de uso e ocupacao do solo.
Esta bacia corresponde a segunda maior bacia em extensão do Estado de
Pernambuco, Nordeste do Brasil, possuindo 3.514,3 km2 e com um elevado grau de
complexidade e importância econômica, já que atravessa quatro “mesorregiões”4
administrativas: Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão,
abrangendo um total de 24 dos 185 municípios estaduais.
Essa pesquisa privilegiou uma combinação de fatores naturais e sócio-econômicos
que vem se manifestando ao longo dos anos nessa Bacia, e impactando no rio Ipojuca que,
em todo o seu trajeto, dá suporte à existência de mais de 600 mil habitantes.
A regionalização inicial considerou a divisão do espaço geográfico apresentada no
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Ipojuca (Pernambuco, 2000). A partir
dela foram elaborados os primeiros registros e realizadas as visitas de campo e
entrevistas. Este mapeamento comporta pontos e manchas das ocorrências dos fenômenos
e das atividades identificadas na Bacia, relacionando desde concentração de postos de

1 Geógrafa, Professora da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Brasil). Pesquisadora do CNPq (Conselho Nacional de
Pesquisa e Desenvolvimento) – torres@ufpe.br.
2 Estudante do Departamento de Ciências Geográficas da Universidade Federal de Pernambuco -jmenezespe@gmail.com.
3 Estudante do Departamento de Ciências Geográficas da Universidade Federal de Pernambuco - paulobr@go2.pl.
4 Classificação adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística para simbolizar uma escala administrativa.
283
DAS CONCEPÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA AO MAPEAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA DO IPOUCA-PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL

gasolina, usinas, indústrias, aterros, dragagens, matadouros, curtumes, extração mineral,


casa de farinha, fábricas de queijo, lixões, estação vegetal e o indicativo dos problemas
identificados e tendências.
O produto final da pesquisa gerou um Zoneamento das Áreas Homogêneas segundo
a predominância de usos e atividades, permitindo a identificação de pontos críticos atuais
e potenciais de impactos negativos na qualidade da água e na conservação da bacia a
serem monitorados.

2.- INTRODUÇÃO.
Existem diversos aspectos envolvendo o conceito de gerenciamento de bacias
hidrográficas, com destaque para uma performance simultânea de diferentes instituicoes,
formando um complexo sistema de ações que assegura uma maior perenidade. O
gerenciamento de bacias hidrográficas resulta da adoção da bacia hidrográfica como uma
unidade de planejamento e gerenciamento ambiental, sobre uma perspectiva integrada.
A bacia hidrográfica deve ser considerada como um sistema natural complexo,
aonde os processos de (re)produção do espaco são explícitos e, com introdução de uma
perspectiva ambiental, tem-se a possibilidade de se estabelecer um melhor grau de
mitigação dos impactos ambientais. O estabelecimento de uma reflexão baseada na
produção do espaco a partir de aspectos culturais pode prover um entendimento sobre as
formas de produção e as consequentes implicações para a Bacia Hidrográfica.
Este artigo inicia-se com uma discussão teórica relacionada à concepção de
gerenciamento de bacias hidrográficas, sendo complementado com um estudo aplicado da
região da bacia do rio Ipojuca.

3.- METODOLOGIA.
A metodologia utilizada baseia-se em uma aproximação sistemática que permitiu a
compreensão da dinâmica ambiental do Rio Ipojuca. O argumento geral para este artigo foi
estabelecido a partir de três caminhos. Primeiro, questionando os procedimentos históricos
de uso e ocupação do solo, trazendo uma reflexão sobre a concepção de bacia hidrográfica.
Segundo, discutindo sobre o universo ambiental e por fim, tem-se uma análise do “Modelo
Sistemático de Integração e Participação” da bacia hidrográfica, com a identificação das
potencialidades do uso e ocupação do solo aplicada na área de estudo.

4.- GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS: UMA BASE SEMÂNTICA.


A concepção de Gestão de Bacias Hidrográficas torna-se fundamental quando
percebe-se uma “simbiose” entre os elementos naturais e sociais, caracterizando a Bacia
Hidrográfica como a unidade de planejamento mais completa, existente na natureza. Faz-se
necessário considerar dentro do universo ambiental fisico, aspectos que refletem a relação

284
EDVÂNIA TORRES AGUIAR GOMES/ JOSE Mª FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA
FILHO

entre o homem e os recursos hídricos, gerando interfaces conceituais dos modelos de gestão
de bacias hidrográficas.
4.1 Análise de Geosistemas: Os sistemas ambientais físicos
Os sistemas ambientais físicos representam uma organização espacial que resulta da
interação dos elementos físicos da natureza, possuindo expressão na superfície terrestre e
representando os fluxos de energia e material, dominantes em uma interação real
(CHRISTOFOLETTI, 1999).
É interessante perceber como diferentes elementos (atmosfera, relevo, rochas, água,
solos, animais, vegetação) podem estabelecer relações de forma “interdependente”,
mostrando que a “coexistência” corresponde a um fator primordial para a ocorrência de
fluxos de energia e matéria. Nessa perspectiva sistêmica, e possível fornecer um primeiro
nível de balanço que corresponde a um determinado tempo. A ruptura no balanço pode ser
entendida com um “in put” de energia humana que finaliza a estabilidade do sistema e gera
impactos ambientais. Os sistemas físicos possuem uma escala temporal de formação muito
maior do que a apresentada pelo homem, e este fato vai ser revelado na ação de apropriação
dos recursos naturais.
BERTRAND (1972) aponta em seus estudos que o geossistema está “localizado em
uma determinada porção do espaço, sendo resultante da combinação dinâmica e instável
dos elementos físicos, biológicos e sociais que caracterizam a paisagem, em perpétua
evolução”. Na mesma linha de raciocínio, SOTCHAVA (1977) lembra que o geossistema é
configurado de forma dinâmica, flexível, aberta e organizada, possuindo uma evolução
permanente.
4.2.- Bacia Hidrográfica e os pressupostos de gestão
Considerando uma área e seus respectivos componentes (naturais e artificiais), que
contribuem para os fluxos de água através dos Sistemas de Drenagem (superficiais ou
internos), originam-se rios de fluxo permanente ou intermitente e fornecem a propriedade
de recarga dos reservatórios de águas subsuperficiais. Esta área constitui o espaço
fundamental para o desenvolvimento das atividades culturais e socioeconômicas do
homem. A bacia hidrográfica é um sistema global onde as realizações das ações resultam a
partir de diferentes participantes e relações, integradas no mesmo tempo e no mesmo
espaço em diferentes escalas.
GODARD (1997) mostra que a gestão de um sistema pretende garantir sua boa
operação, considerando o fator longevidade ao longo de sua evolução histórica,
aproximando a utilidade do conceito com a necessidade de administrar bens. Há alguns
princípios para o gerenciamento racional do uso, controle e proteção da água:

 Avaliação dos benefícios;


 A bacia hidrográfica como unidade fundamental;

285
DAS CONCEPÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA AO MAPEAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA DO IPOUCA-PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL

 Recursos Hídricos: quantidade e qualidade da água;


 Planejamento territorial, desenvolvimento socioeconômico considerando o meio
ambiente;
 Fiscalização do uso;
 Gestão da Bacia Hidrográfica com a participação do Governo.
LANNA (1993) mostra que o conceito de GBH (Gestão de Bacia Hidrográfica)
corresponde a um “processo de negociação social, sustentada pelo conhecimento
tecnológico e científico, buscando respostas para demandas e oportunidades de
desenvolvimento da sociedade, considerando o potencial existente e futuro do meio
ambiente, dentro do universo da bacia hidrográfica”.
Para fornecer resultados para essa demanda social, e necessário atentar-se para
alguns objetivos da GBH, como a criação e controle das formas espaciais, funções e
distribuição dos elementos, envolvendo processos de concentração e dispersão especial,
sendo responsável pela organização do espaço.
FERRÃO (1998) analisa a compatibilidade entre desenvolvimento econômico e
preservação do meio ambiente, mostrando a relevância dos problemas ambientais e suas
implicações sobre os agentes sociais e econômicos.
O sistema ambiental sustentável e abordado por COIMBRA (1999), que chama
atenção para uma relação mais harmoniosa entre os avanços tecnológicos e os arranjos
institucionais das aspirações humanas, sem comprometer gerações futuras e suas
necessidades.
ASSIS (1995) afirma que o conceito de bacia hidrográfica envolve vários aspectos: a
ação simultânea de diferentes instituições, sistemas de informação, tecnologias, recursos
humanos especializados, legislação, participação pública, comunicação, educação, etc.
CHRISTOFOLETTI (1981) faz as seguintes considerações: “o conhecimento das
características morfológicas e dos processos que são envolvidos são de extrema
importância para o planejamento do uso das áreas marginais de um rio. As áreas destinadas
à urbanização, agricultura, construção de prédios, pontes, indústrias, devem levar em
consideração os processos e dinâmicas observadas em todas as tipologias morfológicas”.
BIGARELLA (1979) considera que a drenagem fluvial e formada por uma série de
canais interligados que formam a “bacia de drenagem”, que pode ser definida como uma
área de contribuição da água para um canal ou para um grupo de canais.
Outra reflexão de GUERRA E GUERRA (1997), aponta para uma área da superfície
terrestre que drena a água, sedimentos e materiais em dissolução para uma mesma saída,
em um determinado ponto do canal fluvial. A saída pode ser em outro rio, oceano, lago ou
reservatório.

286
EDVÂNIA TORRES AGUIAR GOMES/ JOSE Mª FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA
FILHO

FERNANDES (1995) considera que o gerenciamento deve ocorrer de forma


integrada, descentralizada, participativa e independente, associada ao sistema ambiental.

5.- CARACTERIZANDO A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO IPOJUCA.


A Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca tem uma área de 3.514,35 km² e está localizada
no Estado de Pernambuco, Nordeste do (ver mapas 1 e 2) entre os paralelos 08º9'50" S e
08º40'20" S e os meridianos 34º57'52" W e 37º02'48 " W com relação a Greenwich.
A área total da Bacia abarca um total de 24 municípios: Alagoinha, Altinho,
Amaraji, Arcoverde, Belo Jardim, Bezerros, Cachoeirinha, Caruaru, Chã Grande, Escada,
Gravatá, Ipojuca, Pesqueira, Poção, Pombos, Primavera, Riacho das Almas, Sairé, Sanharó,
São Bento do Una, São Caitano, Tacaimbó, Venturosa e Vitória de Santo Antão.

Esta área passou por intensas transformações nas últimas décadas relacionadas a
mudanças ambientais. Estes processos estão atrelados às dinâmicas de uso e ocupação do
solo verificados em cada um dos municípios, onde há uma maior intensidade na degradação
no sentido oeste-leste do Estado de Pernambuco.

287
DAS CONCEPÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA AO MAPEAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA DO IPOUCA-PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL

5.1.- Aspectos Sócio-Ambientais: Uso e Ocupação do Solo


Faz-se necessário tecer considerações relacionadas com a presente situação de uso e
ocupação do solo e seus respectivos impactos para os recursos hídricos, assim como sobre
as atuais atividades e tendências socioeconômicas.
A capacidade humana e habilidade para definir regras e leis, de forma temporária ou
permanente, permite a existência de uma infinidade de combinações de comportamentos
associados ao território, que evocam necessidades de consumo, interesses e transformação
de valores. É nesse contexto em que os intensos processos de transformação ambiental
estão inseridos, e com uma crescente intensidade nas últimas décadas.
Considerando a existência de uma relação entre os usos e formas de ocupação do
solo por meio de atividades econômicas e seus conseqüentes impactos gerados na Bacia
Hidrográfica, faz-se necessário estabelecer a situação das atividades e práticas que tenham
alguma relevância ambiental para a Bacia Hidrográfica. A seguir tem-se uma breve
descrição das atividades, características e problemas gerados por cada uma.

Avicultura
As granjas estão distribuídas ao longo dos distritos de Sanharó, Belo Jardim e São
Bento do Una. Esta atividade ocorre em larga escala nos municípios mencionados. A maior
parte da produção dessa área segue para Belo Jardim, onde os produtos são processados e
direcionados ao Mercado.
Normalmente, esta prática está associada com outras atividades econômicas, como
pecuária, horticultura e cultura de subsistência. As aves são criadas em instalações com
estrutura simples, baseadas em arame traçado e plástico.
No beneficiamento (familiar ou de pequenos comércios) os resíduos não são tratados
adequadamente, as vísceras são comumente despejadas em córregos, rios e riachos.
Algumas empresas têm buscado formas de tratamento para estes dejetos
acumulando-os em tanques de estabilização onde lhes é dado um tratamento parcial antes
de lançá-los na rede de esgoto.
Policultura
As áreas policultoras estão localizadas nos municípios de Sanharó, Belo Jardim, São
Caitano, Caruaru, Bezerros, Sairé, Gravatá e Chã Grande, cobrindo as chãs e os morros do
cristalino, assim como as colinas modeladas da Zona da Mata.
Ocupam pequenas e médias propriedades em locais de solos mais profundos. Em
Chã Grande é uma das mais atividades municipais, sendo a produção direcionada ao
abastecimento do Recife e de algumas cidades vizinhas, como Vitória de Santo Antão. Há a
predominância da fruticultura em Belo Jardim enquanto verduras em Chã Grande, Gravatá,
Sairé e Bezerros.
288
EDVÂNIA TORRES AGUIAR GOMES/ JOSE Mª FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA
FILHO

Como problemas e tendências, pode-se destacar os seguintes fatores: desmatamento


das matas ciliares, uso de defensivos agrícolas no cultivo de determinadas culturas, como a
graviola, feitas em áreas próximas a rios e outros corpos líquidos responsáveis pela
drenagem dessas regiões. Para esta atividade é comum a capitação de água da bacia para
irrigação, como também apresenta efluentes que retornam destas plantações.
Distrito Industrial
Estão localizados nas proximidades da sede do município de Caruaru e no
Complexo Industrial Portuário de Suape em Ipojuca. Em Caruaru, ocorre principalmente
indústrias alimentícias, têxtil e metalúrgica. Em Suape, encontra-se incluído na bacia do rio
Ipojuca a porção sul do distrito industrial. Apresentando diversidade de produção.
Em Caruaru, ocorre expansão da atividade industrial, com possibilidade de mais
dezoito unidades e implantação do distrito dois. Em Suape é marcante o desmatamento e
aterro nos manguezais, como também, a canalização do estuário o que vem mudar a
dinâmica das águas e, conseqüentemente alterar o ambiente em questão.

Áreas Urbanas
As áreas urbanas que estão inseridas na bacia do rio Ipojuca são Poção, Sanharó,
Belo Jardim, Tacaimbó, São Caitano, Caruaru, Bezerros, Gravatá, Chã Grande, Primavera,
Escada e Ipojuca. Caracterizam-se por casas luxuosas, com piscinas, quadras e outros
equipamentos voltados para o lazer. Em geral condomínios fechados. Garante segurança
coletiva para seus moradores, bem como água e outros serviços muitas vezes não
disponíveis para os moradores do município.
Aumento da população durante o período de férias e eventos no município, com
conseqüente aumento da quantidade de resíduos sólidos.
Áreas de Segunda Residência
Devido às amenidades climáticas e sua exploração pelo setor imobiliário se torna
comum na área rural de Gravatá, os condomínios fechados e loteamentos; compostos, em
geral, por pessoas advindas da Região Metropolitana do Recife. Também ocorre nos
municípios de Caruaru e Bezerros.
No que diz respeito a possíveis tendências dessas áreas, pode-se afirmar que há uma
crescente destruição dos remanescentes de Mata Atlântica, erosão do solo nos cortes das
estradas, poluição do solo e dos recursos hídricos, ocasionando a morte de espécies da
fauna dos rios e estuários.
Pecuária
As atividades relacionadas à Pecuária estão concentradas nos municípios de
Arcoverde, Poção, Alagoinha, Pesqueira, Sanharó, Belo Jardim, São Bento do Una,
Tacaimbó, Cachoeirinha, São Caitano, Caruaru, Bezerros, Sairé e Gravatá.

289
DAS CONCEPÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA AO MAPEAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA DO IPOUCA-PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL

Nestas áreas há o predomínio da pecuária extensiva. A maior parcela dos rebanhos é


constituída de gado bovino, para corte e leiteiro. Nos municípios de Pesqueira, Sanharó e
Belo Jardim há o predomínio do gado leiteiro o que dá à região a configuração de bacia
leiteira. Em menor quantidade ocorre à criação de caprinos, suínos e eqüinos; esta última
ocorrendo com maior intensidade nos haras localizados em Gravatá.
A ampliação da Pecuária nessas áreas causa implicações como proliferação das
áreas cobertas por pastos em detrimento da vegetação nativa e assoreamento dos leitos dos
canais da rede de drenagem. A presença de matadouros públicos localizados nas
proximidades dos leitos de rios, riachos e canais para facilitar o escoamento dos dejetos
provenientes desta facilidade é outro grande problema.
Áreas de Nascentes de Rios
As áreas de nascentes estão concentradas em localidades de relevo mais acentuado
localizadas nos municípios de Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Venturosa, Belo Jardim,
Sanharó, São Caitano, Altinho, Caruaru e Bezerros.
É observada a ocorrência de desmatamentos e do aproveitamento econômico destas
regiões, agravando assim, o problema de assoreamento das nascentes.
Áreas de Conservação
Encontram-se distribuídas em áreas que apresentam relevância do ponto de vista da
conservação ambiental, devido às particularidades e o número de espécies abrigadas em
seus limites. Localizam-se em áreas dos municípios de Caruaru (Serra Negra), e Primavera
(Cachoeira do Urubu).
Algumas destas áreas apresentam problemas decorrentes de sua visitação, como o
acúmulo de resíduos sólidos em seus limites e devastação vegetal de pequeno porte nas
proximidades das trilhas existentes.
A seguir, tem-se uma tabela que mostra as formas de uso e ocupação do solo em
cada município, de acordo com as atividades econômicas.

MUNICÍPIOS Consumo
Pesca Agricultura Industria Turismo
humano
Alagoinha X X
Altinho X X
Amaraji X X
Arcoverde X X X
Belo Jardim X X X
Bezerros X X X X
Cachoeirinha X X
Caruaru X X X X

290
EDVÂNIA TORRES AGUIAR GOMES/ JOSE Mª FREIRE DE MENEZES NETO/ PAULO ALVES SILVA
FILHO

Chã Grande X X
Escada X X X X
Gravatá X X X X
Ipojuca X X X X X
Pesqueira X X X
Poção X X
Pombos X X X
Primavera X X X X X
Riacho das X X
Almas
Sairé X X
Sanharó X X
São B do Una X X
São Caitano X X X
Tacaimbó X X
Venturosa X X
Vitória S. Antão X X X X

6.- CONCLUSÃO.
Os problemas ambientais estão relacionados com múltiplas formas de produção do
espaço. A lógica de implantação de novos equipamentos e infra-estrutura não demonstra
uma real preocupação com uma possível sobrecarga da Bacia. Nesse sentido, a
identificação das práticas espaciais ao longo da Bacia buscam subsidiar o planejamento,
assim como melhores ações de gestão.
O fato de considerar a bacia Hidrográfica como um sistema natural complexo onde
os processos de (re)produção do espaço estão explícitos, contribue para o entendimento de
suas funções, assim como a ressalta a importância dos recursos hídricos. O estabelecimento
de uma reflexão baseada na produção do espaço por meio dos aspectos culturais pode
fornecer um excelente entendimento sobre as formas de produção e suas implicações para a
Bacia Hidrográfica.

REFERÊNCIAS.
Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca: riscos de degradação por disposição inadequada de
resíduos sólidos. Caruaru, 2000. (Folheto)
CASIMIR, M. J. “The dimensions of Territoriality: an introduction” in: CASIMIR, M. J.
(ed.) Mobility and territoriality, Oxford: BERG, 1992.
291
DAS CONCEPÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA AO MAPEAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA DO IPOUCA-PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL

CONDEPE. Monografia da Microrregião do Vale do Ipojuca. Recife: Instituto de


Planejamento de Pernambuco, 2001.
FUNDAÇÃO INSTITUTO PERNAMBUCO. Ipojuca. Recife, 1991. 74 p. (Monografias
Municipais, 3.2).
FUNDAÇÃO DE INFORMAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE
PERNAMBUCO. Gravatá. Recife: 1982. 66 p. (Monografias Municipais, 8).
____. Arcoverde. Recife, 1982. 80 p. (Monografias Municipais, 1.5).
____. Bezerros. Recife, 1982. 76 p. (Monografias Municipais, 2.2).
____. Escada. Recife, 1982. 66 p. (Monografias Municipais, 9).
____. São Bento do Una. Recife, 1986. 68 p. (Monografias Municipais, 17).
____. Pesqueira. Recife, 1982.100 p. (Monografias Municipais, 19).
_____. Plano de Desenvolvimento do Vale do Ipojuca - Pernambuco. Recife: Conselho de
Desenvolvimento do Estado de Pernambuco, 1974. 3 vol.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Relatório de Monitoramento de Bacias
Hidrográficas do Estado de Pernambuco - 2000. Recife: CPRH - Diretoria de
Recursos Hídricos e Florestais, 2000. 98 p.
_____ . Plano de Desenvolvimento do Vale do Ipojuca - Pernambuco. Recife: Conselho de
Desenvolvimento do Estado de Pernambuco, 1974. 3 vol.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. AGENDA 2.1. Disponível em:
http://www.meioambiente.gov.br/port/se/agen2.1/ag2.1bra/doctematicos.html .
MORAES, A. C. R. Contribuições para a Gestão da Zona Costeira do Brasil: elementos
para uma geografia do litoral brasileiro. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1999.
NO BRASIL, AGROTÓXICOS PROIBIDOS AINDA TRAZEM PROBLEMAS.
Disponível em: <members.tripod.com.br/tiocesar/index-636b.html> Acesso em:
19/12/2002.

292
MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE UN
ESPACIO NATURAL PROTEGIDO: ANÁLISIS COMPARATIVO
ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA
RESERVA DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA


JUAN R. MURUA MÚGICA
ANA FERRERO RODRÍGUEZ
PATRICIA ABELAIRAS ETXEBARRIA

1.-RESUMEN.
Este trabajo pretende abordar el estudio del mercado inmobiliario en el suelo
rústico de un Espacio Natural Protegido peri-urbano como es la Reserva de la Biosfera de
Urdaibai. El hecho de que se trate de un espacio humanizado permite observar dos
tendencias contrapuestas que serán objeto de análisis; por un lado, la demanda residencial
es muy alta y en continuo crecimiento debido a la atracción que provocan los valores
ecológicos y paisajísticos de la zona, así como a la cercanía a la capital provincial. Por
otra parte, el hecho de que un espacio rural sea declarado de especial protección implica
importantes restricciones en los usos del suelo y actos de construcción, lo que genera
desde la perspectiva del mercado inmobiliario una oferta mínima.

2.- INTRODUCCIÓN.
Los suelos rústicos son aquellos que están fuera del planeamiento urbanístico y se
preservan de la edificación. Las limitaciones impuestas sobre el desarrollo de estos suelos
por la legislación vigente no impiden que los suelos rústicos de la Comunidad Autónoma
del País Vasco (CAPV) y de otras zonas del Estado estén experimentando un desarrollo
residencial considerable. La Reserva de la Biosfera de Urdaibai (RBU), Espacio Natural
Protegido (ENP) y peri-urbano próximo al Gran Bilbao, y sus suelos rústicos no son una
excepción a este fenómeno a pesar de estar sujetos a mayores restricciones y controles
derivados de una legislación propia que pretende proteger su medio natural.
La Reserva de la Biosfera de Urdaibai está situada en la costa de la provincia de
Bizkaia. Su extensión alcanza los 220Km² lo que representa el 10% de la provincia. Fue
declarada Reserva de la Biosfera por la UNESCO en 1984. Se trata de una comarca
natural formada por la cuenca hidrográfica del río Oka. Constituye un ENP que incluye,

293
MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE UN ESPACIO NATURAL PROTEGIDO:
ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

total o parcialmente, 22 municipios, 20 de ellos de carácter rural y 2 de carácter urbano, que


albergan actualmente algo más de 44.000 habitantes, así como un nivel de actividad
económica también importante, de ahí su consideración de Espacio Natural Humanizado.
Un rasgo importante del área de estudio es su carácter peri-urbano, Urdaibai se sitúa a tan
sólo 30 Km de la capital de provincia, Bilbao.
El hecho de que el sector primario y la población de la mayoría de los municipios
Rurales de la RBU estén en retroceso lleva a presuponer que la presión en el mercado
inmobiliario sea pequeña o inexistente; no obstante, la realidad es bien distinta y el
desarrollo residencial en esas zonas está ganando peso. Estos municipios y sus suelos
rústicos presentan un creciente atractivo para la construcción de viviendas principales y
secundarias cuyas causas tienen que ver con su proximidad a zonas densamente pobladas
del área metropolitana de Bilbao, el atractivo de vivir en un entorno natural privilegiado, las
nuevas pautas de localización residencial, la mejora experimentada por sus infraestructuras
y el diferencial de precio existente respecto a viviendas de características similares de los
municipios de carácter urbano. Así, las estrictas condiciones que establece el Plan Rector
de Uso y Gestión de la RBU (PRUG) no están impidiendo que una parte considerable del
crecimiento observado se produzca en el suelo no urbanizable de estos municipios Rurales.
El PRUG, que regula los suelos rústicos de la Reserva, clasifica estos suelos en 7
grandes categorías según sus características y necesidad de protección. En cambio, la ley
vasca 5/1998 sólo distingue tres categorías de suelo no urbanizable o rústico: (A) Suelo no
urbanizable protegido, (B) Suelo no urbanizable de Núcleo Rural y (C) Suelo no
urbanizable común.
Ambos marcos legislativos coinciden lógicamente en permitir la edificación no
vinculada a explotación agropecuaria únicamente en el suelo no urbanizable de Núcleo
Rural (o Área de Núcleo de Población en terminología del PRUG)1 que es aquel al que el
planeamiento otorga esta calificación por constituir agrupaciones de seis o más caseríos en
torno a un espacio público que los aglutina y confiere su carácter. No obstante, en estos
Núcleos Rurales no se permite un incremento del número de viviendas superior al doble del
ya existente en cada uno de ellos y, además, se establece un número máximo total para las
viviendas existentes y previstas que no podrán sobrepasar las treinta unidades. Por otro
lado, prohíben la construcción de edificaciones no vinculadas a explotación agropecuaria en
todas las categorías de suelo restantes.

1 En lo sucesivo se utilizarán los términos Área de Núcleo de Población y Área de Núcleo Rural indistintamente.
294
INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

3.- EL MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE LA RESERVA DE


LA BIOSFERA DE URDAIBAI.
Los datos existentes hasta la actualidad referentes a características y precios de
viviendas y terrenos en suelo rústico no presentaban un nivel de desagregación que hiciera
posible analizar lo que este estudio persigue: contrastar si existe “Efecto Reserva”. Se trata
por una parte, de caracterizar el mercado inmobiliario de los suelos no urbanizables de un
entorno privilegiado medioambientalmente como es la RBU pero con grandes restricciones
en la oferta. Por otra parte, analizar otro espacio cercano a Urdaibai con características y
valores similares pero con una zonificación propia de una zona rústica en su estado
original. Se trata de contrastar si, como sostiene la literatura, un entorno con una
zonificación más estricta en cuanto a los usos y actos que se pueden llevar a cabo en su
territorio, provoca un menor volumen de construcción. Por otro lado, se busca comprobar
si las mayores restricciones en la zonificación provocan un alza en los precios de las
viviendas y terrenos (Glaeser y Gyourko, 2002) lo que llevado al caso de estudio, supone
determinar si los precios del mercado inmobiliario dentro de la RBU son más elevados que
en los municipios similares analizados de fuera de Urdaibai.
Ese objetivo ha llevado a la laboriosa creación de dos bases de datos propias; la
primera esta conformada por valores procedentes de las compra-ventas registradas de
terrenos y de viviendas nuevas y usadas ubicadas en el suelo rústico de la RBU2 durante el
periodo que se extiende entre Enero de 1992 y Mayo del año 2003. El punto de
comparación se establece con los datos que se recogen en la segunda base de datos
integrada por las mismas variables pero registradas sobre el suelo rústico exterior a la RBU
– cinco poblaciones3 de carácter rural caracterizadas por su alta calidad paisajística y
ecológica, y su cercanía a la capital de la provincia, Bilbao.
Las principales fuentes estadísticas de información utilizadas han sido el Registro de
la Propiedad y la Sección de Catastro y Valoración de la Diputación Foral de Bizkaia. Las
fincas se han georeferenciado con los datos procedentes de los archivos informáticos tipo
GIS (Geographical Information Systems)4. Este trabajo ha permitido la creación de una
base gráfica a partir del solapamiento de la cartografía que recoge la zonificación del suelo
rústico, -bien las áreas que define el PRUG, bien la situación de los Núcleos Rurales en el
caso de las fincas de fuera de Urdaibai-, con el parcelario rústico de cada uno de los
municipios. El resultado ha sido la obtención de variables cuantitativas - precio tasado,
precio declarado, precio de obra nueva, o superficie de los terrenos -, y cualitativas -
características de las viviendas, tipo de terreno, o la localización espacial de las fincas, …-

2 El municipio de Munitibar-Arbatzegi-Gerrikaitz no es estudiado en el trabajo por la falta de datos.


3 Son los municipios de Bakio, Ea, Fruiz, Meñaka, Morga. Por otro lado, Arrieta, Errigoiti, Nabarniz y Ereño, que han sido
considerados dentro de la RBU, tienen una parte de su territorio fuera de ésta y, por lo tanto, hay fincas en estos municipios que
han sido incluidas en la base de datos correspondiente a fuera de la RBU.
4 Dichos archivos recogen los planos de los municipios subdivididos en polígonos y parcelas sobre los cuales hay que identificar
los terrenos y las construcciones que se emplean en el presente trabajo.
295
MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE UN ESPACIO NATURAL PROTEGIDO:
ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

En este artículo se sintetiza una primera fase de estudio de los datos. Se han
utilizado técnicas descriptivas que permiten dibujar los rasgos de los mercados de viviendas
y terrenos en el suelo rústico de los dos ámbitos de estudio.
3.1.- Viviendas
Es interesante destacar que el crecimiento de las viviendas se ha localizado
mayoritariamente dentro de la RBU en las áreas calificadas de Núcleo de Población. No
obstante, el análisis también confirma la construcción de residencias en las áreas definidas
como A2, A3, F2, P4 y P5. Este dato sirve para corroborar que se ha procedido a edificar al
margen de las especificaciones y previsiones del PRUG ya que en las áreas mencionadas
está taxativamente prohibida la urbanización. Asimismo se han contabilizado
construcciones sobre el suelo catalogado como rústico común debido a que el Plan Rector
permite la edificación con uso residencial siempre y cuando la vivienda esté vinculada a
una actividad agropecuaria. Esta oportunidad legal que busca potenciar el uso agrícola-
ganadero en Urdaibai se ha convertido de facto en un elemento que encubre un uso
residencial. La falta de rigurosidad de los requisitos demandados por la normativa aplicable
ha dado lugar a explotaciones “ficticias” que proporcionan una cobertura legal a nuevas
edificaciones con fines residenciales, de otro modo prohibidas. Igualmente hay que reseñar
en relación con la ubicación, que una parte del suelo rústico de los 19 municipios
integrados en la Reserva se localiza fuera de los límites del espacio protegido y
precisamente en estos terrenos limítrofes se ha desarrollado una parte importante de la
actividad de construcción.
Según los datos de las operaciones de compra-venta de viviendas usadas y recientes
en el conjunto del suelo rústico -dentro y fuera de la RBU-, la categoría de viviendas
unifamiliares es predominante. Una consecuencia que puede deducirse de este resultado es
que la zona se está poblando, en un alto grado, con individuos de renta media-alta que
buscan más espacio habitable en un medio ambiente agradable.
Cuando se analiza el precio de las viviendas colectivas de carácter urbano, la unidad
de referencia es la edificación y los precios de transacción hacen referencia única y
exclusivamente a esa unidad. En cambio, si el estudio se centra en las viviendas localizadas
en el suelo rústico hay que tener en cuenta que el objeto de intercambio no es, en la
mayoría de los casos, el edificio sino la finca. Este elemento incluye el inmueble y los
pertenecidos -terrenos vinculados a la construcción- lo que implica que el precio disponible
recoge la suma de ambos componentes. Esta peculiaridad ha dado lugar a que se desglose el
análisis en dos partes; por un lado, se estudia el precio por metro cuadrado construido y por
otro, el precio por metro cuadrado de terreno (incluida la superficie de planta que ocupa la
edificación).
La Tabla 1 muestra el precio medio por metro cuadrado construido. Para su
obtención se ha utilizado el Valor Mínimo Atribuible (VMA) que representa el precio
mínimo de transmisión permitido para los inmuebles a efectos del Impuesto sobre
Transmisiones Patrimoniales y Actos Jurídicos Documentados. Esta tasación se realiza por
296
INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

los Servicios Técnicos del Departamento de Hacienda y Finanzas de la Diputación Foral de


Bizkaia5.
Tabla 1.- Precio de las Viviendas en Suelo Rústico ( 1992-2003)
SUELO RUSTICO DE SUELO RUSTICO FUERA
LA RBU DE LA RBU
TRANSACCIONES
REALIZADAS En Núcleos Fuera de En Núcleos de Fuera de
de Población Núcleos de Población Núcleos de
(1992-2003)
Población Población

PrecioVivienda (€/m2)

.Unifamiliares
737,59 1009,58 980,50
- ≤ 2500 506,70 1131,99 1279,00
752,38
- (2500-5000) - 805,80 1255,87
698,96
- (5000-1000) 665,55 1258,97 996,75
912,6
- (10000-25000) 985,06 892,50 771,11
-
- > 25000 - 819,34 867,40 855,08
-
.Bifamiliares 415,63 1213,10
- ≤ 2500 557,12
2371 - 339,15
- (2500-5000) -
2371 - 807,70
- (5000-10000) 549,06
- - 1263,00
- (10000-25000) 573
- - 2342,72
- > 25000 -
- -
-
-

Previo al análisis de los resultados estadísticos del precio medio hay que comentar
que su lectura y conclusiones deben ser tomados con precaución dado que se está
estudiando un bien heterogéneo como es la vivienda (m2, emplazamiento, viviendas usadas
o de reciente construcción). Estas diferencias, que dado su complejidad, quedan fuera de
este artículo se analizarán en un estudio posterior a través de la utilización posterior de la
metodología hedónica.
Teniendo en cuenta estas consideraciones, el primer hecho que revela esta
exploración estadística del precio medio por metro cuadrado construido es que las
edificaciones situadas en los Núcleos de Población presentan precios más altos que los

5 La determinación del valor mínimo atribuible se regula en el Decreto Foral 63/1999, de 20 de abril, por el que se aprueban las
normas técnicas para la determinación del valor mínimo atribuible a los bienes inmuebles de naturaleza urbana.
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MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE UN ESPACIO NATURAL PROTEGIDO:
ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

inmuebles situados fuera de esos Núcleos, aunque la diferencia no es significativa. Este


resultado se registra en todo el suelo rústico, tanto dentro como fuera de Urdaibai. Son
varios los factores que combinados pueden explicar que los Núcleos Rurales presenten
mayores tasaciones por metro cuadrado; por una parte, hay que notar que la demanda de
vivienda en el suelo rústico es una demanda que procede de individuos con orígenes en la
zona, o individuos para los que el medio ambiente es un fuerte valor añadido. Sea cual sea
el caso, se trata, en su mayoría, de individuos con lugares de trabajo fuera de ese espacio
(fundamentalmente el Área del Gran Bilbao). Sin embargo, a la vez que demandan un
entorno agradable para vivir, también demandan emplazamientos céntricos ya que los
desplazamientos tienen costes altos en términos de tiempo, de espacio, etcétera. Por otra
parte, si se observa el asentamiento en el suelo rústico de Urdaibai y sus cercanías,
sobresale una peculiaridad, la dispersión, siendo los Núcleos de Población donde la
densidad de viviendas es mayor por ser habitualmente las zonas mejor comunicadas, con
mejores accesos y más servicios. Los dos aspectos referidos –las características de la
demanda y de los Núcleos Rurales- provocan una mayor cotización de los inmuebles
cercanos a la médula del municipio –Núcleos Rurales -. Si se tiene en cuenta que el VMA
toma como referencia el valor de mercado, resulta lógico que los Núcleos Rurales presenten
precios por metro cuadrado más altos.
Si se cambia de nivel y se confrontan los resultados estadísticos dentro y fuera de la
Reserva, cabe destacar que las viviendas localizadas en la RBU presentan por término
medio estimaciones por metro cuadrado más bajas que las ubicadas fuera de la misma. La
conclusión se mantiene tanto en la comparación a nivel del suelo rústico de Núcleo de
Población como fuera de él. Estos valores en un principio no intuibles ponen en entredicho
el potencial “Efecto Reserva”; Por una parte, por la dirección del resultado y por otra, por la
magnitud que alcanza el diferencial de precios en ambos ámbitos. La justificación de este
resultado empírico no es única. La base de datos de las viviendas situadas fuera de la RBU,
incluye inmuebles que están físicamente muy próximos a la Reserva lo que implica, por un
lado, cercanía a un espacio singular y por otro, que no tengan que asumir algunos de sus
inconvenientes, léase restricciones, todo lo cual incide en que se alcancen precios muy
altos; Otra razón se centra en la mayor cotización que alcanzan las viviendas con atributos
muy apreciados, proximidad a las zonas de servicios, acceso a vías de comunicación
rápidas (autovía), buen sistema de transportes, idoneidad de los servicios públicos -
educación, seguridad, ocio- ese es el caso de viviendas analizadas de los municipios de Ea,
Bakio, o ciertas zonas de Fruniz, Muxika, cuya localización presenta valores añadidos muy
importantes, a pesar de no pertenecer a la Reserva. Finalmente, se puede apuntar otro
argumento basado en el efecto contagio entre los propietarios. Si el titular de viviendas en
Urdaibai las vende a precios muy caros, apoyándose en las particularidades de la zona y en
las limitaciones de la oferta, el dueño de las casas cercanas también se ve tentado a fijar
precios muy altos, no hay que olvidar que los niveles de precios de la vivienda no dependen
sólo de la oferta sino también de los niveles de renta de los compradores, lo que también
explica los altos precios de adquisición de los inmuebles fuera de Urdaibai. La combinación

298
INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

de todos estos factores parece resultar decisiva, a la vista de las conclusiones, dado que
consiguen no sólo compensar sino incluso superar al potencial “Efecto Reserva”.
3.2.- Fincas
Las fincas con construcciones residenciales usadas o de reciente construcción se han
clasificado en cinco niveles en función de la dimensión del terreno. En el período objeto de
examen las parcelas vendidas ubicadas en los Núcleos Rurales de la Reserva son, en la
mayoría de los casos, prácticamente tres de cada cuatro, terrenos inferiores a 2.500 m2 y si
se incorporan aquellas con superficies hasta 5.000m2, el porcentaje llega a más del 85%.
Este hecho no resulta extraño si se tiene en cuenta que los municipios examinados exigen
un terreno mínimo cercano a 2.500 m², para poder construir en los Núcleos de Población.
La escasez de suelo apto y bien situado provoca que los terrenos más caros sean las fincas
pequeñas con un uso exclusivamente residencial.
Si en el análisis correspondiente a las viviendas se ha hecho una importante
consideración acerca de la heterogeneidad de los datos, el mismo apunte debe trasladarse a
este segundo estudio donde se estima el precio medio ponderado de las fincas. Los
pertenecidos de las viviendas están integrados por terrenos de naturaleza muy diversa -
huertas, montes de pinares, de frondosas, matorrales, frutales, antuzanos…- y localización
espacial muy distinta –bien junto a la vivienda, bien incluso en un municipio diferente al
del inmueble -.
Para estudiar el precio medio del metro cuadrado de los terrenos construidos se han
considerado sólo las transacciones financiadas con hipotecas o negociadas en el sector
inmobiliario, debido a que los precios declarados no ofrecían la suficiente fiabilidad. Se ha
procedido a la elaboración de un deflactor a partir de la evolución de los precios de la
vivienda usada en Bizkaia facilitado por el Departamento de Vivienda del Gobierno Vasco
reelaborado en base el año 2003. Se han considera los metros cuadrados de terreno
asociado a la casa y la superficie que ocupa de planta la vivienda, y la extensión total se ha
clasificado en cinco categorías atendiendo a la superficie.
En la Tabla 2 se muestran los precios medios ponderados por metro cuadrado de
terreno obtenidos para el periodo de referencia. Tal y como cabía esperar la dirección de los
resultados de este análisis repiten las conclusiones obtenidas para la vivienda; en términos
comparativos, los precios medios de las fincas más elevados se observan en los Núcleos
Rurales. No obstante, la evolución en conjunto encubre disparidades sustanciales; por
ejemplo, la diferencia de precios entre los Núcleos Rurales y fuera de ellos para los terrenos
menores de 2.500m2 es favorable a los últimos –y en el caso de la RBU también tienen
precios más altos las fincas con terrenos entre 2.500 y 5.000 m2 fuera de los Núcleos de
Población -. Este resultado obliga a recordar que los espacios definidos como Núcleos de
Población son los únicos dentro de la RBU donde es posible la edificación con uso
residencial bajo ciertas condiciones, pero fuera de esos Núcleos la escasez de la oferta es
aún mayor. En el resto de categorías que define el PRUG para el suelo rústico la
construcción con destino residencial está prohibida, excepto en Área de Interés Agrario
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MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE UN ESPACIO NATURAL PROTEGIDO:
ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

(AIA) y Suelo Rústico Común (SRC) donde se supedita la construcción al vínculo con una
actividad agropecuaria, este requisito implica que la rentabilidad de la explotación pasa por
la adquisición de extensiones de terreno grandes a precios pequeños. En definitiva, la unión
de una oferta limitada y una demanda creciente capaz de asumir precios muy altos son los
factores que provocan precios especialmente elevados fuera de los Núcleos Rurales.
Tabla 2.- Transacciones de Fincas en Suelo Rústico (1992-2003)

TRANSACCIONES SUELO RUSTICO FUERA


SUELO RUSTICO DE LA RBU
REALIZADAS DE LA RBU
(1992-2003)

Fuera de
Núcleo de Fuera de Núcleo Núcleo de
Núcleos de
Población de Población Población
Población

Precio Medio Ponderado (€/m2) 71,02 16,35 71,17 16,58

- ≤ 2500
- (2500-5000) 195,66 201,19 167,56 204,83
- (5000-10000) 39,49 103,05 104,93 55,04
- (10000-25000) 50,59 39,27 55,03 47,67
- > 25000 16,00 33,30 11,48 24,79
19,37 5,04 - 4,84

Fuente: Elaboración propia a partir de datos registrales y catastrales.


Si se cambia de nivel y se cotejan los precios medios de las propiedades dentro de
los límites de la Reserva y fuera de la misma no se observan diferencias, tanto en los
Núcleos de Población como fuera de ellos.
3.3.- Terrenos
En líneas generales los terrenos rústicos se dedican al desarrollo de actividades
agropecuarias y forestales fundamentalmente. Su propio nombre indica que son terrenos
rústicos o no urbanizables, no tienen una vocación residencial. No obstante, dentro de esta
categoría de terrenos la legislación Reserva una pequeña parte para fines residenciales, los
Núcleos Rurales. Esta división dentro del suelo no urbanizable es la que se ha utilizado en
el presente análisis. Los terrenos situados en los Núcleos Rurales tienen la calificación
global de residencial, su misión básica es la de albergar los asentamientos agrícolas pero
también los residenciales ligados o no a explotación agrícola o ganadera. Sin embargo, los
situados fuera de estos Núcleos de Población sólo pueden ser destinados a uso residencial
si la edificación está ligada a explotación agraria y si tiene el fin de dedicarse a ser
vivienda del agricultor.

300
INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

La Tabla 3 de la página siguiente recoge las transacciones realizadas entre 1992 y


2003 de los municipios pertenecientes a Urdaibai y de los que se sitúan fuera de la RBU.
Están catalogados según su localización dentro de los Núcleos Rurales o de Población, es
decir, donde en principio es la única zona donde los terrenos se transaccionan con fines
residenciales, o fuera de ellos, donde los suelos objeto de compra-venta han de tener una
vocación agraria o, a lo sumo, residencial si se destinan a vivienda de agricultor.
a) Transacciones de terrenos rústicos en Urdaibai situados en los Núcleos de
Población.
Como se observa en la Tabla 3 casi el 50% de estos tienen una extensión entre 1.000
y 2.500m² debido a que la parcela mínima exigida para poder construir en estas zonas oscila
entre 2.000 y 2.500m² dependiendo de cada municipio. Aunque es el Plan Rector de Uso y
Gestión de la Reserva el que regula los actos y usos del suelo en la zona rústica de la RBU,
son los municipios los que se ocupan de determinar la extensión mínima requerida para
poder edificar en Núcleos de Población. Además, se observa que la escasez de tierra
destinada a fines residenciales dentro del suelo rústico y, más aún, en Urdaibai provoca que
un 81% de los compradores adquieran una parcela de no más de 10.000m². Apoyando este
uso eminentemente residencial de las zonas de Núcleos de Población dentro de la RBU se
observa que no existen transacciones de terrenos de gran dimensión, mayores de 25.000 m²,
que son los que en principio tienen vocación agraria.
En cuanto a los precios de los terrenos, se han utilizado los que las entidades
financieras han tasado a la hora de solicitar una hipoteca, los precios tasados, y no se han
analizado los precios que los compradores declaran haber pagado, los precios declarados,
por su carácter aleatorio y su poco fiel reflejo de la realidad del mercado. Estos valores se
han estudiado por m² y han sido deflactados utilizando el “Índice de Precios de la Tierra”
incluido en la “Encuesta de Precios de la Tierra”, de carácter estatal facilitada por el
Ministerio de Agricultura y Pesca y reelaborados en base 2003.
El precio por m² medio de las parcelas dentro de los Núcleos Rurales de Urdaibai es
de 62,81€. Tan sólo los terrenos más pequeños, menores de 1.000m² se desvían
considerablemente, valorándose su m² en 22,24€. La explicación de esta infravaloración de
los terrenos reducidos radica en su uso. El precio de la tierra es reflejo de cuál es el uso que
se le da o el que potencialmente se puede desarrollar en él (Plantinga, 2002) y, en este caso,
la prohibición de edificar en parcelas menores a las que determina cada municipio, hace
desterrar el uso residencial que es el que provoca la alta cotización de los terrenos por su
alta rentabilidad e indica un uso agrario de estos suelos con una rentabilidad asociada
mucho menor que la ligada a los usos constructivos. El resto de los terrenos en los Núcleos
de Población reflejan precios más elevados y por consiguiente un uso real o potencial
eminentemente residencial.

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MERCADO INMOBILIARIO EN EL SUELO RÚSTICO DE UN ESPACIO NATURAL PROTEGIDO:
ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

Tabla 3.- Transacciones de Terrenos en Suelo Rústico (1992-2003)


SUELO RÚSTICO DE LA SUELO RÚSTICO
TRANSACCIONES RBU DE FUERA DE LA RBU
REALIZADAS
Fuera
(1992-2003) Fuera Núcleo Núcleo de
Núcleo de Población Núcleo de
de Población Población
Población
Nº % Nº % Nº % Nº %
Nº Terrenos : 38 100 28 100 10 100 39 100
≤1000 m² 3 7,89 7 25 - - 2 5,13
1001-2500 m² 16 42,10 6 21,43 3 30 7 17,95
6 15,79 7 25 5 50 3 7,69
2501-5000 m²
6 15,79 5 17,86 1 10 11 28,20
5001-10000 m² 7 18,42 1 3,57 - - 16 41,02
10001-25000 m² - - 2 7,14 1 10 - -
> 25000 m²
Precio Tasado Medio 62,81 109,48 51,82 34,89
Terrenos (€/m²):
≤1000 m² 22,24 219,28 - 77,73
74,26 129,23 56,91 66,37
1001-2500 m²
47,62 98,96 51,92 121,65
2501-5000 m² 62,97 10,96 85,84 20,23
5001-10000 m² 66,90 3,50 - 14,21
10001-25000 m² - 2,11 2,02 -
> 25000 m²
Nº terrenos : 38 100 28 100 10 100 37 100
-Argomal - - - - - - 2 5,40
-Herbales - - - - 1 10 - -
38 100 25 89,28 8 80 32 86,49
-Heredad
- - 1 3,57 - - 1 2,70
-Monte - - 2 7,14 1 10 2 5,40
-Varios

Precio Tasado Medio 62,81 109,48 51,82 34,89


Terrenos (€/m²):
-Argomal - - - 1,87
- - 62,76 -
-Herbales
62,81 122,31 89,16 39,31
-Heredad - 0,13 - 4,62
-Monte - 3,79 2,02 12,31
-Varios

Fuente: Elaboración propia a partir de datos registrales y catastrales.

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INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

Al estudiar los diferentes tipos de suelos que se compran en los Núcleos Rurales de
la Reserva no extraña observar que todos pertenecen a la categoría “Heredad” que es la más
apropiada para destinarlos a edificar una vivienda.
b) Transacciones de terrenos rústicos en Urdaibai no situados en los Núcleos de
Población.
Esta área posee una zonificación anteriormente citada para determinar las
actividades que se permite desarrollar en cada una de las subzonas en las que se divide.
Está prohibido el uso residencial del suelo en todas ellas excepto en las Áreas de Interés
Agrario y en las de Suelo Rústico Común en las que se puede construir vivienda para
agricultor.
Los datos reflejan que casi el 90% de los terrenos transaccionados fuera de los
Núcleos de Población de la RBU son menores de 10.000 m². En primer lugar, esta
extensión descarta el uso de estos terrenos al desarrollo de una explotación agropecuaria y
su consiguiente y permitida vivienda asociada para uso y disfrute del agricultor debido a
que como mínimo ha de medir 25.000 m² la parcela receptora, es decir, en la que se
encuentra la vivienda y otros 25.000m² de parcelas vinculadas con un mínimo cada una de
7.500m². Esto podría indicar un uso agrícola de estas tierras ya que estas zonas tienen como
finalidad el uso agrario de las mismas. Sin embargo, es una realidad evidente el declive del
sector agrario, tanto en la Reserva como en otras zonas similares, lo que no favorece la
teoría de su uso para estos fines. Sin embargo, es el precio el que aclara cuál puede ser la
utilización que se le va a dar a esos terrenos rústicos situados fuera de los Núcleos de
Población de la RBU. El precio de estas parcelas son aún más elevados que las situadas en
los Núcleos de Población (con un uso evidentemente residencial), elevándose de forma
importante en los terrenos más reducidos. Este hecho sorprende y podría significar un mal
uso de estas zonas para fines residenciales aún estando prohibido. Sin embargo, los precios
que alcanzan estos suelos reflejan que la rentabilidad que van a proporcionar es alta, lo que
no deja sitio para los usos agrarios que en principio cabrían esperar.
Por otro lado, queda evidenciado que las parcelas más extensas sí se usarán para
fines agrícolas, ganaderos o forestales bien incluyendo una vivienda dentro de estas fincas o
no. Además de que estos terrenos más grandes cumplen la normativa para el desarrollo de
explotación agraria, su precio, que en el caso de los mayores de 25.000 m² es de 2,11€/m²,
hace esperar este uso.
En cuanto al tipo al que pertenecen estos suelos situados fuera de los Núcleos de
Población son en su mayoría del tipo “Heredad” como en el caso de los Núcleos Rurales
pero, aparecen terrenos tipo “Monte” y fincas que engloban varios tipos en ella, “Varios”,
categorías que apoyan el uso agrario de estas parcelas. Además estos dos últimos tipos
poseen un precio reducido cercano a la rentabilidad que se podrá obtener de ellos en la
actividad agraria o forestal.
Como se ha citado anteriormente, los suelos rústicos que no se consideran Núcleos
de Población están subdivididos en diferentes zonas según el grado de protección que
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ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

necesiten. Al analizar la localización de las fincas fuera de estos Núcleos se observa que el
60% se concentran en las Áreas de Interés Agrario (AIA) y Suelo Rústico Común (SRC),
únicos enclaves donde se permite la edificación de vivienda vinculada a explotación
agropecuaria lo que significa que parte de estas fincas pueden ser utilizadas para tal fin. El
40% restante se sitúan en Áreas de Especial Protección (AEP) y en Áreas Forestales (AF)
donde no se permite bajo ninguna condición la construcción de edificación residencial.
Por otro lado, las parcelas que se sitúan en AIA y SRC son más extensas (aunque
como se ha citado la mayoría no llegan a la extensión mínima permitida para poder
construir vivienda ligada a actividad agraria) que las localizadas en AEP y AF.
En lo referente al precio de los suelos dependiendo de la subzona en la que se
asientan, cabe destacar que son las zonas A2, F1, F2 y P5 las que proporcionan un precio
mayor lo que puede sugerir más altos rendimientos de estas propiedades, presumiblemente
con fin residencial aún siendo zonas donde está expresamente prohibido ese uso.
c) Transacciones de terrenos rústicos fuera de Urdaibai situados en los Núcleos
de Población.
Como se recoge en la Tabla 3, no existen transacciones de parcelas menores de
1.000m², debido a que no alcanzarían la dimensión mínima para conseguir un permiso de
edificación que es la finalidad principal que se otorga a los suelos ubicados en estos
enclaves. La mitad de las propiedades en estos Núcleos Rurales tiene una extensión entre
2.500 y 5.000m² superando lo observado en estas mismas zonas de Urdaibai, donde la
mitad de los terrenos se situaban entre 1.000 y 2.500m² rozando la parcela mínima exigida,
originado por la mayor escasez de suelo rústico con vocación residencial dentro de un
entorno con más severas restricciones como es la RBU.
En lo relativo a los precios que adquieren estas propiedades es subrayable que son
menores, 51,82 €/m², en estos municipios estudiados que se ubican fuera de Urdaibai que
en la propia Reserva, 62,81€/m² como media. Este hecho favorece la hipótesis de que las
zonas donde se desarrollan mayores restricciones en la zonificación reflejan mayores
precios en el mercado inmobiliario.
Por otro lado, queda patente que los terrenos mayores de 25.000 m² tendrán una
actividad agraria gracias a la observación de su precio, 2,02 €/m².
La mayoría de los terrenos objeto de compra en estas zonas, un 80%, son como en
las estudiadas en la RBU del tipo “Heredad”. Los precios de esta categoría de suelos es el
más elevado, mientras que las de “Herbales” y “Varios” son menores como sucedía en
Urdaibai.
d) Transacciones de terrenos rústicos fuera de Urdaibai no situados en los
Núcleos de Población.
Como recoge la Tabla 3, el número de parcelas objeto de compra-venta en estas
áreas de los municipios localizados fuera de la Reserva, es mayor que los situados en los
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INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

Núcleos de Población, al contrario de lo que sucedía en Urdaibai, donde las transacciones


de fincas fuera de los Núcleos Rurales eran menores que las ubicadas en ellos. La finalidad
en origen agraria de este tipo de suelo, por ser rústico y no de Núcleo Rural, sugiere que en
los municipios estudiados no pertenecientes a un enclave especialmente protegido, como es
la RBU, hay un mayor dinamismo del mercado de la tierra agraria como tal. Si se toma este
tipo de suelo como el suelo rústico más elemental, es decir, sin ninguna finalidad
residencial (como tienen los Núcleos de Población) y sin ninguna restricción más que las
que le corresponden por ser territorio rústico, se podría concluir que las mayores
limitaciones a la edificación residencial que existen en la RBU, no alcanzan su fin de
preservar el desarrollo del sector agrario mientras que las zonas no pertenecientes a la
Reserva sí lo consiguen con su legislación y zonificación más rudimentaria.
El porcentaje de terrenos extensos, entre 5.000 y 25.000m², se eleva al 69,22% muy
por encima de lo que sucede en la Reserva tanto dentro como fuera de los Núcleos de
Población. Este hecho unido a un menor precio medio y, sobre todo, a una disminución de
los precios a medida que la extensión del terreno aumenta, apoya la teoría del mayor uso
agrario de la tierra rústica en los pueblos que no tienen tantas restricciones como Urdaibai.
Por último, en lo referente al tipo de terrenos que se transaccionan, cabe destacar que las
parcelas que no pertenecen a la categoría “Heredad” (la más adecuada para la utilización
residencial) ascienden al 13,5% probablemente, como se cita anteriormente, debido a una
mayor actividad de los usos agrarios los cuales son desarrollados en terrenos como
“Argomal”, “Monte” y en fincas que incluyen varios tipos de suelos.

4.- CONCLUSIONES.
El retroceso de las actividades agrarias y ganaderas sufrido en los últimos años en la
Reserva de la Biosfera de Urdaibai, junto con la disminución de la población en numerosos
municipios de tipología rural, no han hecho que el mercado inmobiliario en esos municipios
decaiga, al contrario, el crecimiento del número de viviendas en los últimos años está por
encima de las cifras de todo el Territorio Histórico y de la CAPV.
Una de las características más sobresalientes de la declaración de Urdaibai como
Reserva de la Biosfera es la presión que ejerce la actividad inmobiliaria sobre el suelo, así
como las mayores restricciones a los usos del mismo. La normativa de la Reserva, que
permite la construcción con fines residenciales en el suelo rústico definido como de Núcleo
de Población, pretende evitar que se ponga en peligro el carácter rural del espacio. Sin
embargo, la trascendencia económica de esas limitaciones, en ocasiones, provoca efectos
contrarios a los que teóricamente pretendía. La escasez de suelo para usos diferentes a los
agrarios ha generado un importante proceso de especulación. Los nuevos precios no son
alcanzables para el sector primario al estar muy por encima del valor agrológico de la tierra.
En cambio, otros usos, como el inmobiliario, son capaces de asumir el crecimiento de los
precios.

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ANÁLISIS COMPARATIVO ENTRE MUNICIPIOS PERTENECIENTES Y COLINDANTES A LA RESERVA
DE LA BIOSFERA DE URDAIBAI

La fuerte subida que experimentan los precios de las viviendas obedece a diversas
causas, en general es la ley de mercado la que lleva a esos niveles dado que la demanda
supera a una oferta limitada. La presión de la demanda tiene su origen principalmente entre
los propios residentes en la Reserva y los residentes en el Área del Gran Bilbao. A esa
demanda contribuyen las nuevas formas de hábitat, la disminución del tamaño medio del
hogar, el aumento del número de familias unipersonales, el descenso de la edad de
emancipación de los hijos, o la necesidad de cambio de vivienda.
Por su parte la escasez relativa de oferta debería implicar la aplicación de una
política de vivienda que aproveche al máximo el potencial que ofrece el suelo residencial –
en los solares donde se admita la edificación de 6 alturas que se impida un número menor -.
Al hablar del problema de la vivienda y de sus precios se suele apuntar como solución el
aumento de viviendas protegidas, sin embargo dada las características de la demanda de
vivienda en el suelo rústico de Urdaibai, no parece representar una alternativa real para
aliviar la presión sobre el suelo rústico.
El destino residencial del suelo rústico en unos casos respeta la legalidad
asentándose en los Núcleos Rurales, donde se construyen preferentemente viviendas de tipo
uni y bifamiliares. Mientras que otra parte del crecimiento, tal y como ha descubierto el
análisis empírico, se produce más allá de dichos Núcleos, por consiguiente al margen de las
especificaciones y previsiones de la normativa de la RBU.
Se ha notado que los efectos del crecimiento residencial en el SNU tienen
numerosas dimensiones; desde las consecuencias productivas, financieras, económicas o
medioambientales hasta los aspectos sociales y demográficos. Sus efectos, tanto los
potencialmente positivos como los negativos deberían ser conjuntamente valorados para
determinar si es oportuno flexibilizar los usos y en su caso determinar dónde, cuándo y bajo
qué condiciones. El análisis de las limitaciones a los usos del suelo, permite observar una
falta de equidad en el tratamiento de propietarios de fincas ubicadas en el SNU físicamente
muy próximas –muchas veces fronterizas- con y sin posibilidades urbanísticas. Este efecto
lleva a considerar la oportunidad de aplicar beneficios –fiscales, financieros- que
compensen el agravio comparativo que genera la legislación.
Este primer análisis deja claro que el suelo rústico o no urbanizable, está sufriendo
un desarrollo residencial creciente en detrimento del suelo agrario. El importante
incremento de los precios de terrenos y viviendas en Urdaibai tiene como consecuencia un
efecto boomerang que impide la mejora estructural de las explotaciones agrarias existentes.
Esos precios tan altos impiden que los propietarios de explotaciones agrícolas cesantes
liberen tierras que puedan incorporarse a las explotaciones que continúan. El motivo son
las expectativas de mayores ganancias en la venta cuando el destino del suelo sea
residencial.
Los cambios normativos más recientes - modificación del PRUG- no recogen las
dinámicas apuntadas ni dan respuesta a las nuevas necesidades que plantean los municipios
Rurales. Mientras que el borrador del Plan Territorial Sectorial Agroforestal de la CAPV, -
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INMACULADA ASTORKIZA IKAZURIAGA/ JUAN R. MURUA MÚGICA/ ANA FERRERO RODRÍGUEZ/
PATRICIA ABELAIRA ETXEBARRIA

aún en fase de revisión- podría representar una oportunidad para proteger los espacios
Rurales y con ellos una agricultura competitiva.
La información proporcionada por el análisis de los de terrenos indica que en su
mayoría, tanto dentro como fuera de los Núcleos de Población, las compra-ventas son de
parcelas de pequeñas dimensiones (hasta 10.000m²) con precios muy elevados. Esos altos
costes del suelo presumen ciertamente un uso residencial. En el caso del suelo rústico fuera
de los Núcleos de Población implica una utilización fraudulenta de los terrenos. Este hecho
se confirma por el análisis de las viviendas construidas en el periodo de referencia. Al
comparar el precio medio de la vivienda en los Núcleos Rurales con los correspondientes al
resto del suelo rústico, se encuentra que es mayor en los primeros que en los segundos.
A nivel comparativo entre la Reserva y su periferia, se comprueba con claridad, un
mayor dinamismo del mercado de la tierra con fines realmente agrícolas, ganaderos o
forestales en las afueras de la Reserva. Además tal y como se espera, el coste del suelo
disminuye cuanto mayor es la superficie debido a que el uso agropecuario no puede
rentabilizar precios especulativos. No obstante, cuando se examinan los terrenos
construidos el precio medio por metro cuadrado es similar dentro de la RBU y en sus
afueras, lo que significa que las fuerzas de nivelación de los precios, en espacios cercanos,
con características similares y simplemente diferenciados por una declaración oficial de
figura protegida, actúan con fuerza.
En definitiva, cabe destacar que las limitaciones impuestas al destino del suelo
rústico hacen que el coste del mismo aumente a medida que la escasez de oferta y la
demanda son mayores. Desde una perspectiva medioambiental es innegable la necesidad de
protección de los valores singulares que acoge el espacio de la Reserva, pero también hay
que plantear la necesidad de que su regulación no favorezca y estimule situaciones como
las que este estudio ha reflejado. Un análisis multidisciplinar que determine la posibilidad
de compatibilizar los objetivos medioambientales con una flexibilización del destino de los
suelos se presenta inexcusable.

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309
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA
CRUZ DEL QUICHÉ

ALDEN PARIS SÁNCHEZ RALDA


2005

1.- INTRODUCCIÓN.
El presente estudio es una investigación basada en las características
socioeconómicas y de recursos naturales renovables de la comunidad de Aguilix, Santa
Cruz del Quiché. En la calidad que actualmente la población de dicho cantón vive, su
supervivencia está amenazada, evidenciandose la realidad de pobreza y destrucción de su
ambiente. Se hace necesario entonces, realizar una propuesta de manejo de recursos
naturales renovables que tome en cuenta las características que la población local comparte
y practica, llamándose grupo étnico al mismo.
El grupo étnico maya quiché ha desarrollado su cultura por miles de años en los
territorios que actualmente son ocupados por el departamento de Quiché, Quetzaltenango,
Huehuetenango, San Marcos, Chimaltenango y Baja Verapaz, principalmente; estos
territorios han proveido de forma inmemorial recursos naturales que son menesteres para el
desarrollo integral de este grupo étnico, claro en un sentido de menos explotación irracional
(deforestación, desertización), que es el caso actual del sistema de producción agrícola
predominante en el país. Dentro de los aspectos considerados por esta investigación se
puede mencionar la realidad política, jurídica, ambiental y de organización social en la cual
la comunidad Aguilix está inmersa, del cual despega un análisis hacia la construcción de
una propuesta que reconoce la importancia de los recursos naturales renovables en la
formulación de un proyecto de etnodesarrollo.

311
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA CRUZ DEL QUICHÉ

2.- PLANTEAMIENTO DEL PROBLEMA.


En Guatemala la mayor parte de campesinos del altiplano son indígenas y la
agricultura es el principal medio de subsistencia para mantener a su familia. 500 años
después del proceso de colonización, los campesinos indígenas se encuentran en pobreza
extrema, siendo esto un reflejo de la estructura de la tenencia de la tierra, estructura que de
acuerdo a los estadísticos recientes presenta una alta desigualdad en la distribución de la
tierra (indice de Gini para la equidad en la distribución de la tierra del departamento de
Quiché 0.581 de acuerdo a PNUD 2004), de forma que “el monocultivo agrícola o
ganadero y la gran propiedad basada en la explotación de un trabajo servil fueron los
rasgos que tendieron a predominar en la economía de nuestro país” (Cambranes, 1999);
Así también es un reflejo de las políticas agrarias, las cuales han sido concebidas de
acuerdo a los intereses de los sectores dominantes y cuyos modelos están apoyados en
construcciones importadas, “el desarrollo histórico de la agricultura en Guatemala ha
sido fundamentalmente un desarrollo de tipo colonial” (Cambranes 1999), estas
condicionantes han limitado históricamente el desarrollo socioeconómico del país.
En la comunidad de Aguilix (el área de estudio), perteneciente a Santa Cruz de
Quiché, los recursos naturales renovables no son manejados según la cosmovisión maya ni
con los intereses del grupo étnico quiché. Por el contrario se han convertido en una
mercancía más del sistema agrícola mencionado, a pesar que para dicha comunidad ha sido
la única fuente de subsistencia. Los recursos naturales renovables, especialmente la tierra
que es base de la producción de granos básicos como lo son el maíz y frijol, son
constantemente deteriorados por dicho sistema productivo, creando graves amenazas para
el futuro cercano, como la desertización, la disminución en los afluentes de agua, los
derrumbes, la esterilidad agrícola como económica y culturalmente su extinción.
Por lo antes señalado se hace necesario plantear una alternativa de desarrollo
socioeconómica que permita sistematizar y desarrollar las capacidades locales en el uso y
planificación de sus recursos naturales renovables. Lo anterior debe incluir requerimientos
de carácter jurídico-político, aspectos de organización social y cultural, de lo agrario y
ambiental.
El planteamiento expuesto integra el contenido esencial del etnodesarrollo, la cual es
la problemática central que guía la presente investigación.

3.- MARCO TEÓRICO.


Marco conceptual
Desarrollo
Primero es necesario establecer que el término desarrollo, es un término trillado que
ha sido usado en distintos ambitos del conocimiento, lo que ha devenido en una sobrecarga

312
ALDEN PARIS SÁCHEZ RALDA

semántica. Por tanto, el desarrollo como concepto puede significar muchas cosas, desde
aspectos estrictamente económicos hasta cuestiones sociales y culturales propias. Francois
Perroux en Garzaro, teórico del desarrollo lo plantea de la siguiente manera: “El desarrollo
es un signo de la paradoja esencial de nuestra época, la voluntad de progreso y la
desconfianza que el progreso origina. El desarrollo introduce y legitima las metáforas
orgánicas que presentan la evolución humana como un proceso sin crisis, sin
discontinuidad, sin cambios”. En las discusiones sobre desarrollo se ha tendido a identificar
el nivel de civilización con el nivel de producción. El desarrollo, por tanto, está encerrado
en una escala valorativa, una óptica particular que dice qué es y qué no es desarrollado. Sin
embargo, aunque esta idea haya persistido durante la primera mitad del siglo XX, ahora se
encuentra en medio de una contradicción existencial: se anhela, pero se le teme, porque en
su búsqueda no hemos logrado la paz, ni el desarrollo (Garzaro, 2003).

Marco Referencial
Estructura Biofísica
Localización, limites, extensión y posición geográfica
El cantón Aguilix pertenece al municipio de Santa Cruz del Quiché, departamento
de Quiché. Este cantón es dividido en primer y segundo centro, cuenta con una extensión
territorial de 179.3 hectáreas, altitud sobre el nivel del mar de 2,021 metros, latitud Norte:
15º 01´ 44” y longitud oeste: 91º 08´ 56”.
El cantón Aguilix cuenta con las siguientes colindancias: al norte con el Pajij I, al
este limita con el cantón La Cumbre, al sur con el cantón Sibaca III y al oeste con los
cantones Pachoj y Lagunitas.
Clima y temperatura
La precipitación pluvial anual oscila entre los 1,000 a 2,000 milímetros, la
temperatura media anual es de 12 a 18° centígrados. Comunidades como Aguilix registran
en los meses de diciembre y enero temperaturas constantes de 10º C. La temporada de
lluvias inicia a mediados de mayo y termina a finales de octubre (Diagnóstico Municipal
por comunidad, 2002).
Suelos y bosque de Santa Cruz del Quiché
Los suelos de Santa Cruz del Quiché pertenecen a la cuenca del Río Motagua, que
abarca el 68.9% del municipio; el restante 31.1% se ubica dentro de la cuenca del Río
Salinas.
La cobertura forestal del municipio de Santa Cruz del Quiché está distribuida de la
forma siguiente:
- Áreas sin cobertura forestal con una extensión de 4,540.34 hectáreas (40.18%).

313
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA CRUZ DEL QUICHÉ

- Asociación de bosques mixtos y cultivos, con una extensión de 3,351.49 hectáreas


(29.66%).
- Bosque mixto, con una extensión de 2,865.71 hectáreas (25.36%).
- Asociación de bosques de coníferas y cultivos, con una extensión de 543.54
hectáreas (4.81%).

3.- OBJETIVOS.
General
- Estudiar y sistematizar el carácter y potencialidades de los recursos naturales
renovables en la comunidad de Aguilix, Santa Cruz de Quiché.
- Analizar las capacidades socioculturales de carácter comunitario que se inscriba en
una construcción de desarrollo socioeconómico en el ámbito de los recursos naturales
renovables.
Específicos
- Identificar los recursos humanos, naturales, culturales, sociales e históricos, de la
comunidad Aguilix.
- Identificar y sistematizar las iniciativas de la comunidad de Aguilix en relación al
estudio de los recursos naturales renovables.
- Definir las estrategias del etnodesarrollo en el ámbito de los recursos naturales
renovables.

4.- HIPÓTESIS.
Las capacidades locales en planificación y aprovechamiento de recursos naturales
renovables presentan una alternativa de etnodesarrollo para la comunidad Aguilix.

5.- METODOLOGÍA.
Primera Fase: recopilación de la información
En este paso fue recolectada la información bibliográfica (fuentes secundarias), así
como la información de fuentes primarias, con ayuda de técnicas del diagnóstico rural
participativo de los siguientes recursos:

 Humanos  Económicos  Sociales

 Naturales  Históricos 

314
ALDEN PARIS SÁCHEZ RALDA

Síntesis de la información
Seguidamente, después de haber recabado la información, se procedió al análisis e
interpretación de la misma, con el objeto de determinar las características actuales de la
comunidad.
Segunda Fase: Identificar Iniciativas locales de desarrollo
Capacitación, preparación, socialización, motivación y coordinación
Los talleres participativos de capacitación, fueron las herramientas utilizadas para
esta fase, el objeto fue socializar a la comunidad los alcances, objetivos, definiciones,
beneficios y utilidades del desarrollo étnico en recursos naturales renovables. Los
componentes discutidos constaron de:
- Socialización y motivación
- Discusión sobre los recursos naturales renovables de la comunidad en forma
general (actual y futura)
- Discusión de problemática económica y ambiental (actual y futura)
- Discusión de capacidades
Identificar las iniciativas locales de desarrollo de recursos naturales renovables
A través de una mesa comunitaria (como herramienta) se llevó a cabo el análisis y
reflexión conjunta de la situación actual de la comunidad Aguilix, bajo la cual se
identificaron las potencialidades y necesidades de la comunidad, en cuanto a recursos
naturales renovables y situación económica en general. Al final de la mesa comunitaria,
fueron obtenidas las iniciativas locales de desarrollo en recursos naturales. En apoyo a la
mesa comunitaria, fueron entrevistadas (entrevista semiestructurada) personas importantes
para la comunidad, como los líderes, los maestros, y otras personas activas en los distintos
grupos de comités de desarrollo.
Sistematización de la información
Con el objeto de hacer una síntesis de la información recabada, se procedió a hacer
una abstracción y resumen de las iniciativas locales de desarrollo de recursos naturales
renovables.
Tercera Fase: Definir estrategias de desarrollo en recursos naturales renovables
Evaluación de las iniciativas locales, capacidades y necesidades de la comunidad
Luego de identificadas las iniciativas locales de desarrollo, se continuo con su
evaluación, tomándose los juicios de valor en cuanto a la idoneidad y pertinencia de dichas
iniciativas, referidas al aprovechamiento y planificación de los recursos naturales
renovables, en el ámbito productivo y de conservación de recursos naturales. Dentro de esta

315
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA CRUZ DEL QUICHÉ

evaluación, se apreció el énfasis en cuanto al problema de degradación ambiental que


significan las actividades productivas, manifestadas como iniciativas locales.
Interpretación y aplicación de los instrumentos y herramientas que promueven el
desarrollo étnico
Fueron evaluadas las principales fuentes de derecho de pueblos indígenas y
conservación de recursos naturales, seguidamente se procedió a la síntesis, siendo estas
apoyadas en las principales herramientas políticas, legales, agrarias y de organización
social.
Priorización e integración de las líneas de trabajo con la aplicación de los
instrumentos y herramientas que promueven el desarrollo étnico.
La propuesta de las líneas de trabajo, fueron planificadas conforme a su
temporalidad, corto, largo y mediano plazo. Producto de los instrumentos legales y
políticos, fue planificada la estrategia de implementación de las líneas de trabajo. Dichas
líneas, están apoyadas en los principales instrumentos y herramientas, que a nivel de
recursos naturales renovables, permiten un desarrollo sostenible, no solamente económico,
sino más integral.

6.- RESULTADOS.
El desarrollo étnico en Guatemala, autodeterminación Etnias y campesinado en
Guatemala
Lo étnico ha recobrado importancia en Guatemala en los últimos años, ligado sobre
todo a los movimientos históricos y al proceso actual de reconciliación entre el estado y los
grupos étnicos sobre todo el grupo maya, grupo que fue objeto de violencia física, mental, y
así ha experimentado exclusión por su misma condición de indígena maya, y su débil
representación frente al poder estatal.
Etnia o clase, la cuestión étnico nacional
Dentro de la problemática nacional se tiene íntimamente vinculada la cuestión
étnica, ya que en Guatemala habitan más de 20 grupos étnicos, la cuestión étnica adquiere
una importancia nacional.
La estructura social económica de Guatemala tiene como característica la
interacción de los distintos grupos étnicos nacionales, grupos que se identifican como
maya, xinca, garífuna y mestizo, es así que para la comprensión de estos grupos étnicos en
el complejo social económico es necesario conocer las distintas teorías, de forma que se
presentan como sigue:
La negación a reconocer lo étnico como un fenómeno relevante desde el punto de
vista social o político. Este enfoque no trata de buscar la relación entre el fenómeno étnico

316
ALDEN PARIS SÁCHEZ RALDA

y el clasista, sino de reducir el primero al segundo, ya que se sostiene que lo étnico no


opera como una fuerza sociopolítica que deba ser tomada en cuenta.
El fenómeno étnico no sólo es irreducible a la problemáica clasista, sino además que
el análisis de las clases es irrelevante e inoperante para el entendimiento del primero. La
tesis dice que el fenómeno étnico es independiente de la estructura de clases de la sociedad.
Este enfoque no reduce la clase a la etnia (ni viceversa), pero tampoco busca
vincularlas en un análisis estructural y totalizador en el que queden precisados los niveles
de relación y especificidad de ambos fenómenos. Al atravesar por procesos adecuados, uno
tiende a convertirse en el otro, a transformarse evolutivamente: lo étnico debe evolucionar a
lo clasista.
Finalmente la cuarta posición reviste mayor importancia puesto que su itinerario es
diferente y mas elaborado. Se comienza postulando que etnia o clase “no son del mismo
orden”, pero de este principio se deduce que por tratarse de fenómenos de distinto orden, de
modo que prácticamente el fenómeno étnico termina por desvincularse de la estructura
socioeconómica en la que se inserta y, por consiguiente, se hace independiente de la
conformación clasista de la sociedad.
Se desea entender la problemática étnica en este caso con una perspectiva histórica,
la cual integre el complejo socioeconómico y la interacción étnica, para dar cabida a la
propuesta de etnodesarrollo.
El grupo étnico es caracterizado por ser un grupo social, y en cuanto al grupo maya
quiché comparten las características de campesinos rurales, pobreza y pobreza extrema,
agricultura de granos básicos, oportunidades limitadas para comercio y estudio.
Se considera al cantón Aguilix como parte de este gran grupo maya quiché, ya que
comparten su idioma, geografía y reproducción cultural, dentro de los rasgos más
importantes de la comunidad están: pobreza generalizada, la agricultura de granos básicos,
las limitadas oportunidades en educación, la falta de atención en salud, ausencia de
comercio con otras comunidades así como la falta de vías de comunicación.
Desarrollo étnico
Es la capacidad social de un pueblo, como conjunto que comparte características
importantes que en respuesta de sus necesidades puede planificar y desarrollar sus
capacidades. Exige el cumplimiento de condiciones o requerimientos, algunas premisas
caen en el orden de lo jurídico y lo político, así también en lo ambiental y agrario, y
también en el ámbito de la organización social (Bonfil, 1982).
El problema queda planteado entonces en un nivel político: impulsar o crear las
condiciones para el etnodesarrollo tiene las implicaciones anteriores. Se tienen entonces dos
líneas de acción: aumento de la capacidad de decisión, recuperando recursos hoy
enajenados (tierra, conocimientos históricos, tecnologías desplazadas) y fortaleciendo las

317
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA CRUZ DEL QUICHÉ

formas de organización que permiten el ejercicio del control cultural, enriquecimiento


cultural y autonomía.
El etnodesarrollo consiste en un cambio de fuerzas sociales, un cambio político
que incline la balanza –que hoy es favorable a los intereses de enajenación– a favor de los
grupos sociales que pugnan por el desarrollo de su cultura propia. Entonces se trata de
reconocer al grupo maya, en específico al grupo maya quiché como unidad política y
administrativa, como auditora y rectora de sus recursos naturales, a través de su autogestión
y autodeterminación.
Las capacidades endógenas resultan indispensables en todo proyecto de
etnodesarrollo. El proceso de etnodesarrollo precisa de agentes descolonizadores y que
construyan y actualicen la cultura propia.
Autodeterminación
Se entiende por autodeterminación, la capacidad de una unidad política de establecer
sus propias condiciones de vida, y planificar sobre ellas, con la total soberanía sobre sus
recursos naturales, territorios, etc. La importancia de los recursos naturales dentro de la
autodeterminación de los grupos mayas guatemaltecos, esta basada en el importante papel
histórico que ha desempeñado en el desarrollo de esta civilización. La íntima relación que
la naturaleza tiene con el pueblo maya, marca una característica muy importante, la
territorialidad, que desde tiempos de la colonización y conquista fue sujeta de motines,
despojos y demás. Entonces la autodeterminación queda planteada en la autonomía de la
territorialidad, el nuevo apoderamiento del grupo maya quiché sobre sus ancestrales tierras,
tal es el caso de Santa Cruz del Quiché, y la mayoría de sus aldeas y cantones.
Otro de los fundamentos de la autodeterminación, es la organización social y su
reconocimiento político. Esta autogestión política, no se cumple hoy en dia en los estados
latinoamericanos (Bonfil, 1982), pero sin ella resulta virtualmente imposible proponer
medidas para la planeación de este proceso, el cual ocurrirá entonces por caminos difíciles
de predecir, pero que muy probablemente serán violentos. La organización social propia de
las comunidades indígenas quichés, tiene como base a la población, la autoridad está
representada en los ancianos, y los ministros de espiritualidad, es el sentido de la cultura
propia. Es a partir de este proceso de endoculturación, reconocimiento político y
administración propia de recursos naturales, como puede impulsarse un proceso real de
etnodesarrollo: legitimando, consolidando y ampliando progresivamente sus campos de
control cultural.

318
ALDEN PARIS SÁCHEZ RALDA

7.- CONCLUSIONES.
- El etnodesarrollo es la habilidad de un grupo social (que comparten características
comunes) de planificar y desarrollar sus propias capacidades de manera de mejorar su nivel
y calidad de vida. Esto trae consigo exigencias que caen en el orden de lo agrario,
ambiental, legal y político, así como de la organización social.
- En Santa Cruz del Quiché se encuentra la comunidad de Aguilix, parte del gran
grupo étnico kiché, este ha desarrollado su historia en forma íntima con los recursos
naturales en partes de la actual región que ocupan los departamentos de Quiché, Sololá,
Chimaltenango, Huehuetenango, San Marcos y Quetzaltenango.
- El desarrollo de los recursos naturales a partir del etnodesarrollo implica que el
grupo indígena maya quiché vaya apropiándose de la tecnología desplazada y de la nueva
tecnología en recursos naturales para ejercer su autonomía y autogestión en su propio
territorio.
- Los grupos campesinos en Guatemala están formados en su mayoría por grupos
indígenas que representan el 53.86% del total de la población nacional (INE, 2002), los
cuales tienen las principales características generales de pobreza y agricultura de granos
básicos.
- Las iniciativas locales de desarrollo de recursos naturales de Aguilix son:
producción de abonos orgánicos a partir de ganado menor (chivos y ovejas), leña para
consumo local, agricultura de granos básicos en el sistema milpa y reforestación con
árboles locales.
- Los agricultores locales tienen la capacidad de trabajar con agricultura orgánica y
han logrado producir sus propias semillas, de forma que tienen semillas de hortalizas como
tomate, colinabo, guicoy, arbeja, coliflor, cilantro; frutales como durazno, ciruela, manzana,
granadilla, y algunos pastos. Además la capacidad de uso de la tierra según INAB indica la
pertinencia de la mezcla entre estas hortalizas con árboles forrajeros, frutales y de leña,
árboles que actualmente existen en la comunidad.
- Otra capacidad importante se localiza en el bosque ya que de los productos que
manifestaron no usar se encuentran los musgos, bromelias o gallitos, indicándose que en
otras comunidades son aprovechados para la venta y comercialización, es así que a través
de retomar formas culturales de otras partes de Quiché se pueden llegar a ser incluidas en
la comunidad.
- Las características productivas de Aguilix son: agricultura de granos básicos en el
sistema milpa: maíz, frijol, haba, arbeja y ayotes. Superficialmente representa el 22.34%
(169.44 del total de 758.23 Hectáreas) del uso actual del suelo. De esta característica
podemos observar que la agricultura ocupa un lugar predominante, mas no llega a ocupar ni

319
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA CRUZ DEL QUICHÉ

la cuarta parte del territorio de Aguilix, por lo que este cantón cuenta aún con casi el 75 %
de bosque, del cuál aprovecha distintos bienes, tanto maderables como no maderables.
- Como forma de planificación de los recursos naturales, Aguilix cuenta con
conocimientos ancestrales de uso y cuidad de la naturaleza, cualidad que le permitirá crear
programas apoyados con las leyes existentes (descritas más abajo), de manejo del bosque
específicamente. El bosque representa tres cuartas partes del territorio, por lo cual es
necesario crear programas de ordenamiento territorial para su mejor manejo y ubicar a las
familias en las zonas idóneas para ser habitadas.
- La autodeterminación consta de la organización social y su reconocimiento
político, que para el caso de los pueblos mayas en Guatemala son reconocidos legalmente,
tal como lo cita el artículo 20, Comunidades Indígenas, del Capítulo I Población de la
nueva ley del código municipal: …las comunidades de los pueblos indígenas son formas de
cohesión social natural y como tales tienen derecho al reconocimiento de su personalidad
jurídica…. Por lo tanto la autodeterminación es alcanzable a través del apoderamiento de
esta ley, en aplicación de los derechos de los pueblos indígenas, en su territorio y ambiente.
- Como es observado en los anexos 1 y 2 las familias habitan zonas de poca o
ninguna cubierta de árboles y altas pendientes, lo que representa una amenaza de
deslizamientos.
- Se identificaron las principales líneas de acción para el desarrollo de recursos
naturales en los ámbitos políticos, legales y de organización social a través de una
compilación de derechos colectivos de los pueblos indígenas, y se presenta como sigue:
- Propuesta de etnodesarrollo en Recursos Naturales
- Priorización e integración de líneas de trabajo
Como es posible observar en el cuadro anterior, los derechos a la protección del
ambiente, del mejoramiento y planificación del mismo no están aislados, giran en torno a la
autodeterminación y territorialidad de Aguilix, ya que cuenta con las herramientas
necesarias para hacer valer estos derechos, así como el conocimiento de sus sistemas
agrícolas y forestales, que dan las bases para su futuro aprovechamiento y adecuada
utilización.

320
ALDEN PARIS SÁCHEZ RALDA

8.- RECOMENDACIONES.
- Identificar los elementos y factores que son necesarios más que no son incluidos en
este estudio de etnodesarrollo en recursos naturales, haciendo la comparación con estudios
similares de otros pueblos o de otros países con condiciones similiares.
- Llevar a cabo un estudio de los movimientos campesinos de grupos étnicos de
américa latina que plantean la reivindicación de sus derechos sobre los recursos naturales.
- Es necesario que se realicen investigaciones sobre los productos que se cosechan
anualmente, que permitan identificar técnicas que proporcionen los elementos necesarios
para ser cultivados más de una vez al año.
- Es de carácter urgente la implementación de planes de manejo del bosque natural
a pesar de no ser una necesidad palpable de los comunitarios.
- Estudiar las potencialidades alimenticias, medicinales y maderables del bosque, ya
que es una parte importante para este cantón.

321
LA IMPORTANCIA DE LOS RECURSOS NATURALES RENOVABLES
EN EL PROYECTO DE ETNODESARROLLO DE AGUILIX, SANTA CRUZ DEL QUICHÉ

- Hacer del conocimiento de la municipalidad de Santa Cruz del Quiché los


resultados de esta investigación.

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GLOSARIO.
Coeficiente de GINI: Indicador de la desigualdad en una distribución. Su valor va de
0 a 1, en donde 1 representa la mayor desigualdad posible y 0 la equidad completa en la
distribución (PNUD, 2004).
Finca Censal: Es toda extensión de terreno propio o arrendado, aprovechado total o
parcialmente por el productor para la producción agropecuaria. Puede estar formada por
uno o más terrenos, lotes o parcelas contiguas o separadas siempre que estén ubicadas en
un mismo municipio, operados por una misma persona natural o jurídica y que en conjunto
usen los mismos medios de producción (INE, 2004).

323
BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO – RECIFE / NORDESTE
BRASILEIRO: CARACTERIZAÇÃO DA ESPACIALIDADE SÓCIO-
ECONÔMICA NO SETOR DE SERVIÇOS: A PERMANÊNCIA DAS
RELAÇÕES DO CIRCUITO SUPERIOR E INFERIOR

DEYGLIS FRANOSO DE LIMA1 dflbeatriz@yahoo.com.br


PAULO ALVES SILVA FILHO2 pasfilho@gmail.com
JOSÉ GERALDO PIMENTEL NETO3 jgpn@tutopia.com.br
ROGÉRIO ANTONIO DE ARAÚJO SANTOS4 rogeriohg@yahoo.com.br
KEILHA CORREIA DA SILVEIRA5 keilhacorreia@hotmail.com

1.- INTRODUÇÃO E METODOLOGIA.


O trabalho vem propor uma análise sobre a caracterização da especialidade
socioeconômica contemporânea do Bairro de Santo Antônio, área central da Cidade do
Recife (Região Nordeste do Brasil). Verificou-se que na dinâmica do setor de serviços
ainda faz-se presente, uma estrutura calcada na articulação dos circuitos inferior e superior
da economia local, onde é possível visualizar a existência de um setor econômico baseado
na informalidade do trabalho (circuito inferior) e outro baseado nos padroes formais e
conhecidos da economia (circuito superior). Para a apresentação dos serviços na sua
complexidade, adota-se aqui, a classificação utilizada por Manuel Castells, o qual sugere as
seguintes funçoes pertinentes para se estudar a sociedade contemporânea: serviços
individuais ou pessoais, à produção, sociais, e de distribuição.
O recorte espacial aqui adotado, está localizada, na Região Político-Administrativa 1
da cidade do Recife – Nordeste Brasileiro. O que se denominará aqui de Bairro de Santo
Antônio, tem como limites ao norte o Palácio do Campo das Princesas, à leste a Avenida
Martins de Barros, à oeste a Rua do Sol e ao Sul a rua do Peixoto. Ressalta-se ainda quea
origem da área remonta o início da formação da cidade, ou seja, encontra-se hoje dentro da
área central da cidade, apresenta uma grande concentração de comércio e serviços e está

1 Graduando do Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil


2 Graduando do Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil
3 Mestrando do Curso de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil
4 Mestrando do Curso de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco – Brasil
5 Graduando do Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco - Brasil
325
BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO – RECIFE / NORDESTE BRASILEIRO: CARACTERIZAÇÃO DA
ESPACIALIDADE SÓCIO-ECONÔMICA NO SETOR DE SERVIÇOS: A PERMANÊNCIA DAS RELAÇÕES
DO CIRCUITO SUPERIOR E INFERIOR

diretamente ligada a área da cidade que sofre intervenção público-privada, com uma série
de projetos de revitalização.
Elaborou-se uma breve descrição da disposição dos serviços em cada rua estudada.
Estas, entretanto, foram separadas (durante a pesquisa) em dois grandes blocos
denominados, pelos autores, de setores geográficos6 com o intuito de facilitar a análise.
Desta forma o primeiro setor geográfico compreende todas as ruas dispostas entre a
Avenida Dantas Barreto e a Rua do Sol; já o segundo setor geográfico compreende aquelas
entre a Avenida Martins de Barros e, evidentemente, a Avenida Dantas Barreto.

2.- O BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO E SUA RELAÇÃO COM OS SERVIÇOS (A


PARTIR DAS SUAS RUAS E AVENIDAS).
O bairro de Santo Antonio caracteriza-se, em quase totalidade, por apresentar,
predominantemente, atividades econômicas voltadas para os serviços. Para trabalhar estas
atividades, entretanto, foi utilizada a classificação dos serviços elaborada pelo famoso
sociólogo Castells (1999): serviços individuais ou pessoais “são aqueles relacionados ao
consumo individual, de entretenimentos a bares, restaurantes e similares”; serviços de
produção “referem-se mais diretamente àqueles serviços que parecem ser insumos cruciais
na economia”; serviços sociais “cobrem todo um campo de atividades públicas, bem como
empregos relativos ao consumo coletivo”; serviços de distribuição “refere-se tanto às
atividades de comunicações quanto às de transporte, bem como as redes de distribuição
comercial (atacado e varejo)” (CASTELLS, 1999, p.229).
O bairro vai possuir uma diversidade comercial incrível, constituindo também um
gigantesco nó no que se referi aos fluxos (transporte). Com isso, pode-se observar que o
principal serviço que ocorre neste local é da distribuição onde vai ser constatado durante a
pesquisa, possuindo um gráfico (gráfico 01) mais adiante retificando em dados percentuais
quando cada serviço esta relacionada ao bairro.
Tendo em vista a classificação descrita acima, apresentar-se-á os tipos de serviços
desenvolvidos nas ruas do bairro estudado

3.- OS LOGRADOUROS DO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO E OS RESPECTIVOS


SERVIÇOS PREDOMINANTES.

Ruas e avenidas do bairro de Santo Antônio Principais serviços das ruas e avenidas
Rua do Sol Distribuição
Rua Floriano Peixoto Distribuição
Rua da Concórdia Distribuição/Social

6 Seria uma subdivisão de uma zona que é o próprio Bairro, subdivisão ou seção espacial.
326
DEYGLIS FRAGOSO DE LIMA/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ ROGERIO ANTONIO DE ARAUJO
SANTOS/ KEILHA CORREIRA DE SILVEIRA

Rua Frei Caneca Distribuição


Rua Tobias Barreto Distribuição
Rua João Souto Maior Distribuição
Rua das Flores Distribuição
Rua Nova Distribuição
Rua Matias de Albuquerque Pessoal
Rua Pedro Ivo Distribuição
Rua Camboa do Carmo Distribuição
Rua Dr. Amaro Pedrosa Pessoal
Avenida Guararapes Distribuição/Produção
Rua Alararico Bezerra Pessoal
Rua Siqueira Campos Pessoal
Rua Dr. José Henrique Wanderley Distribuição
Rua Dr. Moacir Baracho Social
Rua Frei Vicente Salvador Distribuição
Rua Marquês do Recife Distribuição
Rua Diário de Pernambuco Distribuição/Pessoal
Rua Ubaldo G. Matos Distribuição
Rua Larga do Rosário Distribuição
Rua Estreita do Rosário Distribuição/Produção
Rua Duque de Caxias Distribuição/Produção
Rua do Fogo Distribuição/Produção
Rua Imperador D. Pedro II Social/Produção
Avenida Nossa Senhora do Carmo Distribuição
Avenida Martins de Barros Social
Travessa Arsenal de Guerra Distribuição
Rua da Carioca Distribuição
Beco do Marroquim Distribuição
Rua do Porão Distribuição
Rua do Rangel Distribuição
Rua do Livramento Distribuição
Rua das Calçadas Distribuição
Rua Direita Distribuição
Travessa do Macedo Distribuição
Travessa São Pedro Distribuição
Pátio de São Pedro Distribuição
Rua Tobias Barreto Distribuição
Rua Felipe Camarão Distribuição
Rua do Peixoto Distribuição
Travessa dos Martírios Distribuição
Rua das Águas Verdes Pessoal
Rua Cristóvão Colombo Distribuição
Rua Paço da Pátria Distribuição
Rua Vidal de Negreiros Distribuição
Rua São João Distribuição

327
BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO – RECIFE / NORDESTE BRASILEIRO: CARACTERIZAÇÃO DA
ESPACIALIDADE SÓCIO-ECONÔMICA NO SETOR DE SERVIÇOS: A PERMANÊNCIA DAS RELAÇÕES
DO CIRCUITO SUPERIOR E INFERIOR

Rua do Forte Distribuição


Rua do Jardim Distribuição
Rua Padre Floriano Distribuição
Rua Coração de Maria Distribuição
Rua dos Pescadores Distribuição
Rua Santa Rita Distribuição
Rua Frei Henrique Distribuição
Rua Padre Muniz Distribuição
Rua Nogueira Distribuição
Dantas Barreto Distribuição/Produção/Pessoal
Rua Cais de Santa Rita Distribuição/Pessoal
Gráfico da distribuição dos serviços (em porcentagem), no bairro de Santo Antônio

Os serviços no bairro de Santo Antônio (% )


a.
b.
c. Serviço de Distribuição
9% 1% d.
Serviço Pessoal
14% e.
f. Serviço Social
g.
Serviço de Produção
h.
76%
i.
j.

Fonte: Questionário aplicado no local pelos autores (gráfico 01)

4.- AS DIVISÕES DO COMÉRCIO VAREJISTA OU CIRCUITO SUPERIOR NO


BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO.
Este setor tem um importante atrativo sobre a população, haja vista sua influência
sobre a movimentação das pessoas. Embora tenha sofrido uma relevante concorrência dos
shoppings centers, os quais oferecem uma estrutura bem mais atrativa, especificando um
consumidor com um maior poder aquisitivo, que aí se destina não somente para compras de
produtos, mas também para lazer e divertimento. Isto força uma melhoria nas condições
locais, como reforma nas estruturas. Este setor também se beneficia da relação com que os
consumidores têm com o centro, da qual difere do shopping por não ser uma relação

328
DEYGLIS FRAGOSO DE LIMA/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ ROGERIO ANTONIO DE ARAUJO
SANTOS/ KEILHA CORREIRA DE SILVEIRA

efêmera, mas por ter vínculo histórico, especificando um tipo de consumidor em busca de
produtos mais baratos e com consumos mais específicos.
Tendo em vista em compreender esta relevância e, para facilitar nosso estudo,
dividimos o comércio em três tipos de acordo, Helenisa Ávila Campos em sua tese:
Comércio Diário: Diz respeito ao consumo diário das pessoas; como exemplos
destes tipos de comércio, têm quitandas, padarias, bares e lanchonetes.
Ruas do bairro de Santo Antônio que apresentam este tipo de comércio: Rua Matias
de Albuquerque, Rua Dr. Amaro Pedrosa, Rua Alararico Bezerra e Rua Siqueira Campos.
Comércio Ocasional: Relaciona-se àquelas atividades que atendem as necessidades
das pessoas, mas que não precisam ser diariamente “consumidas”; exemplo: livrarias,
artigos de cama e mesa, lojas de roupas e calçados.
Ruas do bairro de Santo Antônio que apresentam este tipo de comércio: Rua da
Palma, Rua do Livramento e Rua Duque de Caxias.
Comércio Excepcional: É aquele comércio ligado ao consumo de produtos de
demanda excepcional, pouco freqüente. O exemplo deste tipo de atividade tem-se a venda
de eletrodomésticos.
Ruas do bairro de Santo Antônio que apresentam este tipo de comércio: Rua da
Concórdia e Avenida Dantas Barreto.
Com relação ao comércio do bairro foi feita uma pesquisa relacionando algumas
ruas do bairro como a Concórdia, Dantas Barreto e Palmas, para saber como esta à infra-
estrutura. Utilizou-se um questionário aplicando em cinco estabelecimentos de cada rua
chegando a um total de quinze onde foi perguntado como estava o andamento da limpeza,
segurança, iluminação e calçamento do bairro de Santo Antônio a escala iniciava-se do
ruim perpassava para o regular depois para o bom e, por fim, chegava-se no ótimo que, por
sinal, não teve nenhum voto. O resultado final é mostrado no gráfico 02, logo abaixo.

329
BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO – RECIFE / NORDESTE BRASILEIRO: CARACTERIZAÇÃO DA
ESPACIALIDADE SÓCIO-ECONÔMICA NO SETOR DE SERVIÇOS: A PERMANÊNCIA DAS RELAÇÕES
DO CIRCUITO SUPERIOR E INFERIOR

Infra-estrutura de algumas ruas do Bairro de Santo Antônio

Infra-estrutura (quadro comercial das ruas)

16
14
Nº de intrevistados

12
Ruim
10
Regular
8
Bom
6
Ótimo
4
2
0
Iluminação Limpeza Calçamento Segurança

Fonte: Questionário aplicado no local pelos autores (gráfico 02)

5.- BREVE ANÁLISE DO COMÉRCIO INFORMAL OU CIRCUITO INFERIOR EM


SANTO ANTÔNIO.
Ao falar-se do setor, é constante a sua associação com o subemprego, tendo em vista
as suas rendas flutuantes e não estáveis. Este setor está relacionado ao novo panorama de
desenvolvimento do capitalismo, que tende a produzir um mercado de trabalho cada vez
mais exigente, incapaz de incorporar cada vez mais a força trabalhadora. Junto a esse
fenômeno, surge a baixa qualificação da mão-de-obra, junto a um crescimento demográfico
e a uma oferta de mão-de-obra cada vez mais escassa. Surgem, portanto, a necessidade de
serem criadas formas de ocupação que garanta a capacidade de reprodução dessa classe,
excluída do mercado de trabalho. O setor informal surge como fonte de emprego de última
instância, para os indivíduos não qualificados, e imigrantes que não conseguem se
implantar dentro do setor organizado.
De acordo com Cavalcanti (1978), um setor informal, que em suas palavras:
“Consiste no surgimento espontâneo de ocupações como conseqüência da sobre-
oferta de mão-de-obra constatada no meio urbano”. (CAVALCANTI, 1978, p.23)
Na área em estudo, encontrou-se distinções em relação aos comerciantes informais,
sendo classificados, de acordo com a Prefeitura do Recife como ambulante e camelôs.
Sendo os primeiros, aqueles que possuem permissão pela prefeitura; podendo ser
permanentemente ou temporária, sua presença, e fixos ou itinerantes, sua mobilidade,
dentre os quais podemos citar como exemplo, o camelódromo (que deveria ser conhecido,
de acordo com a classificação da prefeitura, como “ambulódromo”), localizado na Avenida
Dantas Barreto, as bancas e barracas, localizadas por todo o bairro (que são minoria) e
algumas carroças que se movimentam pelo bairro.
Já os camelôs são aqueles que não possuem permissão, ou seja, não tem nenhum
compromisso com a prefeitura; ocorrendo, por vezes, não tendo ponto fixo, sendo este fato
330
DEYGLIS FRAGOSO DE LIMA/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ ROGERIO ANTONIO DE ARAUJO
SANTOS/ KEILHA CORREIRA DE SILVEIRA

considerado por Cavalcanti (op. cit.) o que torna este setor atraente, na medida em que
indivíduo, confrontando com baixas rendas formais e informais, preferem a última. Este
caso, portanto, ocorrem no bairro de forma geral e intensa, difícil até mesmo de serem
indicadas localidades mais específicas.

6.- AS PRINCIPAIS CENTRALIDADES DO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO.


Para apresentar as principais centralidades do bairro de Santo Antônio, faz-se
necessário uma breve alusão a respeito do que seriam as áreas centrais para, posteriormente,
abordar-se o que especifica o título deste texto.
O tema áreas centrais tem chamado a atenção de muitos pesquisadores,
principalmente após a Primeira Guerra Mundial. Estas localidades consistem em áreas de
intenso uso do solo, no qual se apresenta uma concentração de diversas atividades, as quais
estão incluídas nos mais diversos tipos de serviços. Estas áreas, entretanto, possuem uma
forte referência simbólica, no que diz respeito aos aspectos históricos da cidade em que
estão situadas.
No caso específico do bairro em estudo, este possui logradouros que se apresentam
como áreas centrais em relação ao seu entorno; classificando-se, assim, como centralidades.
Destaca-se, neste caso, a Avenida Dantas Barreto, com uma expressiva diversidade de
atividades, como comercial (lanchonetes, lojas de eletrodomésticos, comércio ambulante,
dentre outras), financeira (bancos e financiadoras) e de transportes (um dos principais eixos
viários do centro do Recife). O mesmo pode ser observado na Avenida Guararapes,
logradouro aonde se estabelecem serviços dos mais variados. Já a Rua da Palma, esta
funciona como referência quando se trata de vestuário e calçado (comércio ocasional);
apresentando-se, desta forma como uma centralidade aos consumidores deste tipo de
serviço. Há, ainda, a ser mencionada, a Rua da Concórdia, que possui os mais diversos
tipos de atividades comerciais, destacando-se aí as lojas de eletrodomésticos, as quais dão
referência à referida rua.

7.- CONSIDERAÇÕES FINAIS.


Ao analisar-se o recorte espacial estudado, detectou-se, evidentemente (por se tratar
de uma área central), a predominância do setor terciário e em específico os serviços de
distribuição. Entretanto, há a presença dos demais serviços principalmente por que a
diversidade no bairro é grande, uma observação a ser destacada é a existência de um
colégio privado conhecido por Porto Carreiro que ao entender do grupo deveria ter uma
classificação especial de “serviço sócio-privado” aumentando as classificações, pois a
realidade do Brasil é diferente perante aos países estudados por Castells, onde vai atender a
uma grande demanda populacional existindo uma restrição de capital para a inclusão dessas
pessoas, outro serviço não sitado seria os assistencialistas na qual sua função seria o
preenchimento de “lacunas” que o Estado deixa, qualquer organismo não ligado ao Estado

331
BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO – RECIFE / NORDESTE BRASILEIRO: CARACTERIZAÇÃO DA
ESPACIALIDADE SÓCIO-ECONÔMICA NO SETOR DE SERVIÇOS: A PERMANÊNCIA DAS RELAÇÕES
DO CIRCUITO SUPERIOR E INFERIOR

e ao setor privado, exemplo disso seria organizações de moradores (não visto no Bairro por
que ele é praticamente comercial), organizações de comerciários (existindo no Bairro para
melhorar o atendimento e a dinâmica do comercio no local). Estas conclusões foram tiradas
a partir de um trabalho de campo, como também de um questionário tendo indagações de
cunho estrutural relativo o bairro e de questões relacionadas dinâmica socioeconômica
tanto para os comerciantes quanto para os consumidores da determinada área estudada.
Vale ressaltar, também, a existência de grupos sociais distintos que dividem o
mesmo espaço e se enquadram na mesma classificação de serviço; como exemplo, tem os
ambulantes (grupo que é classificado como de comércio informal) e os proprietários das
lojas (comércio varejista e atacadista). Esses grupos (formais e informais) vão se destacar
em algumas ruas pela “concorrência sadia” onde é observado um número relativamente
grande de lojas vendendo a mesma mercadoria ocasionando fluxo de pessoas a essas ruas
ocorrendo também certo monopólio com essas mercadorias, ou seja, todas possuindo um
mesmo preço com isso os clientes vão às lojas “aleatoriamente”.
Tendo em vista o que já foi apresentado neste trabalho, é importante considerar que
o bairro de Santo Antônio e a porção estudada do bairro de São José se apresentam como
referência histórica par a Grande Recife. Tal referência, entretanto, tende a ser perdida haja
vista o contínuo processo de transformação do espaço que esta porção sofre e ainda hoje ele
possui uma influência gritante com relação ao comércio na cidade do Recife mesmo com os
grandes shoppings centers, que a priori vai está relacionado com a população de maior
gradiente financeiro, Santo Antônio como na pesquisa mostra vai possuir ainda importância
relevante para a cidade do Recife, mesmo apresentando tantas deficiências relacionadas à
sua infra-estrutura (confirmada nos gráficos da pesquisa em campo) que vai dificultar o
processo de crescimento do bairro, pois poderia estar em uma situação melhor caso ouve-se
uma política de melhoramento do Bairro que trazer ia pessoas de diferentes classes sociais
para comprar nas suas lojas comerciais viabilizando uma maior dinamicidade e um maior
fluxo tanto de pessoas, mercadorias e evidentemente de capital.

BIBLIOGRAFIA.
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. 12ª ed. São Paulo. Atlas, 1998
CAMPOS, Ávila Heleniza. Permanências e mudanças no quadro de requalificação sócio-
espacial da área central do Recife (PE): estudo sobre territorialidades urbanas em
dois setores “revitalizados”. Rio de Janeiro. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 1999.
CARLOS, Ana Fani Alessandri A cidade. São Paulo. Contexto, 1997.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo. Paz e terra, 1999.
CAVALCANTI, Clóvis. Viabilidade do Setor Informal: a demanda de pequenos serviços
no Grande Recife, Recife: IJNPS, 1978.

332
DEYGLIS FRAGOSO DE LIMA/ PAULO ALVES SILVA FILHO/ ROGERIO ANTONIO DE ARAUJO
SANTOS/ KEILHA CORREIRA DE SILVEIRA

CLARK, David. Introdução à Geografia Urbana. 2ª ed. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil,
1991
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo. Ática, 2000
________. A rede urbana. São Paulo. Ática, 1989
SANTOS, Milton. O Espaço Dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países
subdesenvolvidos. Rio de janeiro. Francisco Alves, 1979.
________. Da totalidade ao lugar. São Paulo. EDUSP, 2005.

333
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE
INCENDIOS FORESTALES EN LA IX REGIÓN DE LA ARAUCANÍA.
CHILE.

MAURICIO REYES SCHENCKE1 y FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRÍGUEZ.2


1
Depto. Ciencias Forestales, Facultad de Ciencias Agropecuarias y Forestales, Universidad
de La Frontera, Temuco, Chile. mreyes@ufro.cl. Doctorando Departamento de Ingeniería
del Diseño, ETSI, Universidad de Sevilla, España.2 Departamento de Ingeniería del Diseño,
ETSI, Universidad de Sevilla, España.

Una detección eficiente dentro de un programa de lucha contra los incendios


forestales garantiza que los daños producidos por el fuego y los gastos de las operaciones
de extinción sean mínimos. La pronta detección de incendios forestales es vital para el
posterior desarrollo de las tareas de extinción. Esto se puede lograr situando los sistemas de
detección en localizaciones críticas, que permitan detectar incendios lo más pronto posible
y despachar rápidamente los recursos para el ataque inicial con el objetivo que puedan ser
controlados mientras aún son pequeños. Mediante Análisis geoestadístico de ocurrencia de
incendios durante las temporadas 1996 a 2004, se confeccionaron mapas de probabilidad de
incendios forestales, para determinar las posibles áreas de localización óptima de torres de
detección. Para esto se consideró la clasificación de Zonificación de Riesgo de Incendios
Forestales, el número de incendios forestales, la superficie quemada, la probabilidad de
ocurrencia y el análisis de visibilidad dentro de un problema de cobertura máxima,
optimizado mediante un algoritmo Monte Carlo.
Basado exclusivamente en mapas de probabilidad de incendios forestales y análisis
de visibilidad de las torres de detección, el Modelo de Programación Matemática planteado,
en combinación con Método Monte Carlo y SIG, además de entregar la posibilidad de
visualizar la solución propuesta, permite entender mejor los problemas que se presentan en
una zona determinada. Además, indican que la sencillez de la estructura espacial del
sistema tiene la flexibilidad de probar distintos escenarios de manera fácil y producir mapas
útiles para el manejo eficiente de recursos de áreas forestales en general.

1.- INTRODUCCIÓN.
Desde mediados de los 90 y hasta 2004 se han constatado cambios significativos en
la ocurrencia y en el impacto de los incendios forestales en algunas regiones del mundo
(GFMC, 2004). Los incendios forestales constituyen un grave problema en algunos países,
y se ven incrementados cuando la ocurrencia de una estación anual seca y de altas
335
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE INCENDIOS FORESTALES EN LA IX
REGIÓN DE LA ARAUCANÍA. CHILE.

temperaturas crea condiciones propicias para la iniciación y desarrollo del fuego en el


bosque. Las olas de calor y sobre todo, los vientos fuertes unidos a temperaturas elevadas y
una humedad relativa muy baja, crean condiciones muy propicias para su propagación. Las
consecuencias de los incendios pueden ser muy graves: pérdidas de vidas humanas, daños a
la vegetación, a la fauna y al suelo. Dados los múltiples sectores que pueden ser afectados
de forma directa o indirecta, a corto o largo plazo, el impacto y los costos económicos son
difíciles de evaluar, pero es evidente que los recursos de la zona incendiada son afectados
muy negativamente. Muchos de los efectos son subestimados o ignorados cuando no
inciden directamente sobre productos o servicios: ejemplos de ello se encuentran en
ámbitos de transporte, comunicación, turismo, diversidad biológica, especies en peligro de
extinción, acuíferos, etc. Estos efectos tienen incidencia sobre un período de tiempo
considerable, dado el tiempo que tarda el bosque en regenerarse. Por otra parte, la pérdida
de la cobertura vegetal en amplias zonas favorece los procesos de erosión y, a gran escala,
contribuye a la desertización en las zonas áridas.
1.1 Sistemas de Detección de Incendios Forestales.
La Detección de incendios forestales implica la realización de una serie de
actividades cuyo propósito es descubrir, localizar y comunicar la presencia de un incendio
en los Centros de Control, proporcionando la mayor cantidad de datos e información
posibles, para el envío de recursos para controlarlo y considerar las medidas más adecuadas
para la pronta extinción del fuego (SEMARNAT, 2000). En general los sistemas de
vigilancia de incendios se basan en la observación de los terrenos forestales por aquellas
personas destinadas a este fin. Para llevar a efecto la vigilancia, descubrimiento y
localización de focos en la detección de incendios forestales, es posible escoger entre
diferentes medios alternativos que son muy útiles y complementarios entre sí al momento
de diseñar un sistema de detección terrestre, en puestos fijos o móviles, o desde algún
medio aéreo.
Desde hace algunos años se vienen utilizando como observadores indirectos los
sensores remotos satelitales, y también se han implementado sistemas de detección en base
a cámaras de vídeo o de rayos infrarrojos instalados en torres o en aviones ligeros. Los
satélites no son utilizados para la detección directa de incendios forestales. Proporcionan
excelente cobertura de amplias áreas y excelente información de línea base. No obstante, la
resolución espacial y temporal de una siguiente visita de los satélites existentes es
demasiado amplia y no es adecuada como fuente primaria para tomar decisiones operativas
(Mertikas y Pischl, 2001). Cada sistema de detección tiene diferentes atributos (ver Cuadro
1). La información de acceso aleatorio es barata, pero a menudo le falta exactitud y detalle.
Con la excepción de los sistemas satelitales, la información recolectada sistemáticamente es
más cara, pero si la información de detección proviene de un operador con entrenamiento y
experiencia en vigilancia, es consistentemente más oportuna, exacta y detallada (Fogarty et
al., 2001)

336
MAURICIO REYES SCHENCKE/ FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRIGUEZ

Cuadro 1. Características de los diferentes tipos de sistemas de detección aleatorio y


sistemáticos (Fogarty et al., 2001).

La vigilancia desde torres de observación son tan efectivas como los patrullajes
aéreos al momento de reportar incendios, y a un costo mucho menor para el Estado.
Además, otras fuentes de información no reportan tantos incendios como los vigilantes de
las torres o la vigilancia aérea, esta última no es 100% efectiva para proteger los bosques.
Los sistemas convencionales de detección tienen sus pros y contras, pero lo más efectivo
debería ser una combinación de torres y vigilancia aérea. (Fabrizio, 1999)
Hoy día los avances en detección electrónica suponen un gran apoyo, pero sigue
siendo muy importante la tarea de vigilancia directa de las masas forestales.En el sur de
Europa, los sistemas de detección de incendios forestales y sus porcentajes de éxito son los
siguientes:
- Torres de detección con personal de vigilancia o sensores remotos 60%
- Observadores móviles 30%
- Aviones ligeros que sobrevuelan zonas de alto riesgo 1%
- Avisos de los ciudadanos 9%
En Chile, la experiencia alcanzada en el desarrollo de sistemas de detección ha
intensificado el uso de torres de detección de incendios forestales, debido a las ventajas en
cuanto a su menor costo relativo, posibilidad de observación continua, exactitud en la
localización de focos y su alto nivel de cobertura de visibilidad cuando varias torres operan
en forma simultánea (Julio, 1994).

1.2 Técnicas de Localización de Torres de Detección.


337
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE INCENDIOS FORESTALES EN LA IX
REGIÓN DE LA ARAUCANÍA. CHILE.

En un sistema basado en torres, se debe definir la cantidad y localización, para


maximizar la visibilidad de cada una y del conjunto, con el objeto de incorporar la mayor
cantidad de superficie a proteger en el sistema de detección. La cantidad de torres depende
de los recursos disponibles, lo que supedita la ubicación, la cual a su vez debe entregar el
máximo de visibilidad dentro de un radio de 30 kilómetros o más (CONAF, 2000). Según
lo señalado por Vélez et al. (2000) el establecimiento de la red de vigilancia, se debe
realizar de acuerdo con el área a proteger, riesgo de la zona y graduación en el tiempo del
peligro de incendios. El análisis de visibilidad de una superficie topológica se ha usado para
explorar la calidad de las vistas panorámicas y evaluar la calidad de visibilidad de los
puntos de vista sobre una superficie. A menudo la superficie de celdas o TIN se codifica
como 1 si es visible desde una posición, ó 0 si no es visible. La distribución colectiva de
todos los códigos visibles se llama lo 'visible'.
Cuando se desea establecer un sistema que incluye varias torres, lógicamente la
decisión para el diseño (número y localización) se debe fundamentar en un criterio de
eficiencia. Es decir, lograr con la menor cantidad posible de torres, el estándar de
visibilidad que se ha definido para la zona correspondiente (Julio, 1994). La densidad de
puestos de vigilancia debe ser función de la importancia forestal y ecológica del área a
proteger, así como del riesgo temporal de incendios (Vélez et al.,2000). La cantidad de
torres a instalar, puede ser definida por diversos criterios. Uno, de carácter estático (por
ejemplo, presupuestario), lo que implica conocer previamente el número de torres a
instalar; en este caso, la solución entregará la mejor visibilidad conjunta entre las diferentes
combinaciones de localización de torres (Giróz, 1984). Por otra parte, cuando no se conoce
exactamente el número de torres que se requiere instalar, el criterio se puede basar en un
análisis marginal: es decir, ir aumentando gradualmente el número de torres, hasta
determinar el punto en que la incorporación de nuevas torres no aporta un incremento
significativo de visibilidad en la zona. Lógicamente, la visibilidad para cada categoría de
número de torres que se está comparando, debe corresponder a la respectiva mejor
combinación de localizaciones (Julio, 1994).
Otros autores han aplicado metodologías basadas en jerarquía de puntos según
Cobertura Virtual Efectiva (Tapia, 1983), ponderando la superficie visible considerando los
análisis de Riesgo, Peligro y Daño Potencial. Julio et al. (1984), proporcionan una
metodología para localizar torres de observación a través del análisis de la eficiencia de
cada uno de los puntos alternativos.
1.2.1 Programación Matemática en Localización de Torres.
Durante las pasadas décadas en la planificación forestal privada y pública, los
modelos de optimización han tenido el dominio de las herramientas utilizadas en el
desarrollo de la planificación forestal (Davis et al., 2001). Algunos autores como Weil
(1979) y Pedernera et al. (1996) han utilizado un caso particular de la programación lineal,
que se conoce como Problema de Cobertura, donde se desea satisfacer la demanda de m
zonas o clientes, para lo que se dispone de n puntos alternativos de oferta, incluyendo

338
MAURICIO REYES SCHENCKE/ FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRIGUEZ

restricciones de superficie visible mínima aceptable. Seguel (2003), propuso un


Sistema de detección basado en torres, efectuando una localización y
selección de puntos alternativos de torres de observación, incorporando
criterios de prioridades de protección, definidos con variables de
distribución espacial, mediante Sistema de Información Geográfica (SIG).
Con la aparición de los SIG y el incremento en la velocidad de los computadores, los
problemas de la localización de instalaciones han generado mayor interés. Actualmente, la
mayoría de los programas SIG han incorporado funciones que permiten a cualquier usuario
realizar algún análisis de localización de instalaciones (por ejemplo ArcInfo) (Delmelle,
2003). En otro ámbito de aplicaciones, Zhang (2004), utilizó los modelos convencionales
de Localización-Asignación para maximizar cobertura de Mercado con inversión mínima,
obteniendo resultados ineficientes, pero que se mejoró su comportamiento cuando se le
incorporaron Modelos de Interacción Espacial, demostrando la eficiencia del uso
complementario de los SIG con los modelos de Localización-Asignación.
Dimopoulou y Giannikos (2001), realizaron una zonificación en SIG, considerando
factores relacionados con incendios forestales, y aplicaron un modelo de optimización
espacial para determinar la localización óptima de recursos para el combate de incendios,
con un Modelo de Cobertura Máxima. Blazevic et al. (2004), utilizaron un Modelo de
Localización-Asignación de cobertura máxima para determinar la ubicación de recursos
destinados al combate aéreo de los incendios forestales.
Dimopoulou y Giannikos, (2001) señalan que considerando sus conocimientos
limitados sobre el comportamiento del fuego, el Modelo de Programación Matemática
planteado en combinación con el SIG, además de entregar la posibilidad de visualizar la
solución propuesta, permite entender mejor los problemas que se presentan en una zona
determinada. Además, indican que la sencillez de la estructura espacial del sistema tiene la
flexibilidad de probar distintos escenarios de manera fácil, y producir mapas útiles para el
manejo eficiente de recursos de áreas forestales en general.
1.3. Técnicas Heurísticas.
Recientes tentativas de representar relaciones espaciotemporales en planificación
estratégica han conducido a búsquedas de solución a través de técnicas Heurísticas, que
entregan soluciones aproximadas a los problemas espaciotemporales (Davis et al., 2001).
Aún cuando la heurística ha sido aplicada a problemas de esquemas de cosecha forestal
tradicional, problemas de transporte forestal y problemas con objetivos de conservación y
manejo de la vida silvestre, manejo de sistemas acuáticos y diversidad biológica (Davis et
al., 2001), sólo en los últimos años ha habido una explosión de actividades que aplican
heurística para problemas de planificación forestal. Las aplicaciones heurísticas en el
problema de visibilidad son relativamente recientes (Kim y Openshaw, 1999; Kim y
Clarke, 2001; Kim et al., 2002a y 2002b). El cálculo de visibilidad es una operación de
rutina en los SIG y se usa en una gama amplia de aplicaciones. Muchas de éstas involucran
fijar estructuras, como por ejemplo antenas de radio que son parte de una red y aún así la
339
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE INCENDIOS FORESTALES EN LA IX
REGIÓN DE LA ARAUCANÍA. CHILE.

selección de sitios normalmente se hace separadamente para cada instalación (Kim et al.,
2002). Determinar la posición del mejor punto de vista ha sido uno de los problemas
analíticos centrales en el análisis de visibilidad y la búsqueda para una solución ha llevado
efectivamente a usar técnicas de búsqueda espaciales (Kim y Clarke, 2001).
Sin embargo, el proceso de búsqueda espacial mantiene los desafíos operacionales y
metodológicos para encontrar métodos computacionales y algoritmos convenientes para el
análisis de visibilidad. Para enfrentar estos problemas, el análisis de visibilidad ha
desarrollado varias técnicas computacionales y algoritmos de búsqueda que pueden
producir un desempeño adecuado de búsqueda de visibilidad, como la línea de visibilidad,
la búsqueda de visibilidad local (Wang et al, 1996), o el camino óptimo en una superficie
de celdas.
Por otro lado, en el caso de los estudios relacionados con localización y asignación
de recursos para el combate de incendios forestales, no se han encontrado trabajos que
incluyan los aspectos probabilísticos en el planteamiento del problema.
Con todo esto, hay poca literatura que compara las diferencias de las diversas
técnicas de solución o algoritmos desarrolladas para un análisis de visibilidad (Kim y
Clarke, 2001). Casi se han limitado a la explotación algorítmica como un nuevo método o a
aproximaciones metodológicas (Wang et al, 1996).
Kim y Clarke (2001), evaluaron cuatro algoritmos de optimización espacial en un
análisis de visibilidad en superficies topológicas SIG, en los cuales se busca el mejor punto
de vista o localizaciones de sitios. Los mejores resultados se obtuvieron con el Algoritmo
Genético y el Recocido Simulado demostrando la factibilidad práctica y la aplicabilidad
potencial de estas técnicas de búsqueda espaciales para el análisis de visibilidad de SIG.
Kim y Clarke, (2001), señalan que desde la perspectiva de diseño del algoritmo, los
parámetros son dependientes del espacio del problema y de la resolución espacial de
visibilidad discretizado en el tamaño de las celdas. Debido a que el experimento no se unió
a un ambiente SIG, no se demostró claramente la utilidad SIG para optimización de
localización de instalaciones.
La selección de una serie de localizaciones que colectivamente maximizan la
cobertura visual de un área es un problema de combinatoria y como tal, salvo los casos
triviales dependiendo de la dimensión del problema, no puede resolverse directamente. Kim
et al., (2001) exploran dos estrategias, en la primera codifican los puntos topográficos en el
paisaje como las altas cumbres, valles y caminos para restringir la búsqueda. La segunda
usa heurísticas que se han aplicado a otros problemas espaciales de cobertura máxima como
la localización-asignación. De las tres heurísticas utilizadas, el Recocido Simulado produjo
los mejores resultados. Sin embargo la mejora obtenida con una heurística más simple fue
muy leve, a costa de incrementar considerablemente los tiempos de proceso.

340
MAURICIO REYES SCHENCKE/ FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRIGUEZ

1.4 Objetivos.
Con los antecedentes encontrados en la literatura citada, se puede comprobar que
existen estudios prácticos de localización de recursos para el combate de incendios
mediante Modelos de Cobertura o de Localización Asignación.
Diversos autores señalan que al incorporar Sistemas de Información Geográfico los
resultados son notorios en muchos aspectos. Por otro lado, los estudios que incorporan las
técnicas heurísticas a este tipo de problema de Planificación forestal, son más empíricos, ya
que no incorporan antecedentes relacionados con el fenómeno de los incendios forestales.
Además, Davis et al., (2001), señalan que al incluir eventos estocásticos en las
técnicas heurísticas se logra representaciones más reales del problema y los resultados son
más creíbles. De acuerdo a lo señalado por este autor, los 3 tipos más comunes de técnicas
heurísticas utilizados en planificación forestal son la búsqueda Monte Carlo, Recocido
Simulado y la Búsqueda Tabú, aunque las técnicas de Algoritmo Genético también han
ganado interés.
Por lo expuesto anteriormente, el objetivo general del presente trabajo fue realizar
una Optimización de Sistema de Torres de Observación para detección de Incendios
Forestales de la IX Región de la Araucanía, incluyendo dentro de los objetivos, utilizar un
Modelo de Localización-Asignación, aplicando la técnica heurística del Algoritmo Monte
Carlo simple, incluyendo variables estocásticas de ocurrencia de Incendios Forestales.

2.- MATERIAL Y MÉTODOS.


3.1. Áea de Estudio
Comprende la superficie contenida en el límite administrativo de la IX Región de la
Araucanía de Chile, que equivale a 3.182.770 hectáreas. En forma detallada se analizó el
área de cobertura potencial considerando un radio de visibilidad de 15 km, de las 41 Torres
de Detección existentes en la Región, la cual cubre una superficie total de 1.168.792
hectáreas (Reyes et al, 2002).
3.2. Cartografía Base
En una primera etapa se elaboró la Cartografía Base a nivel regional, la cual incluyó
la localización de las torres de vigilancia existentes en la Región, y que forman parte del
sistema de detección regional que administra la CONAF IX Región. Además, CONAF,
facilitó para el presente estudio las cubiertas con la localización de incendios históricos
desde el año 1996 al 2004, con superficies afectadas (Figura 1).

341
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE INCENDIOS FORESTALES EN LA IX
REGIÓN DE LA ARAUCANÍA. CHILE.

Figura 1. Localización de Torres actuales y ocurrencia de incendios por rangos de


superficie quemada por incendio durante los años 1996 al 2004.
3.3. Modelo Digital De Terreno.
Se elaboró un Modelo Digital de Terreno (MDT) utilizando el módulo TIN del SIG
ARCINFO o las extensiones 3D de los programas ARCVIEW y ARCMAP. El MDT
permitió identificar 35 potenciales sitios de localización de torres, (terrenos planos de
mayor a menor rango de altitud), excluidos los sectores superiores a 2000 m.s.n.m. Esto,
sumado a las 41 torres existentes, constituyó la población de localizaciones a optimizar.

342
MAURICIO REYES SCHENCKE/ FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRIGUEZ

Para cada torres se efectuó un MDT más detallado con curvas de nivel cada 25m y se
efectuó un análisis de visibilidad, considerando una torre situada a 25m de altura.
3.4. Modelo de Localización-Asignación.
Para Modelo de Cobertura Máxima, se requiere una distribución sistemática de 56
torres situadas a una distancia de 12 km. Si se incluye la restricción de que cada incendio
sea detectado por 2 torres, se aumenta el número de torres de vigilancia. Sin embargo, en
este estudio se planteó comparar una nueva combinación de 41 torres que entregara una
solución mejor que el actual sistema existente, mediante un Modelo de P-Centros,
maximizando la cantidad de incendios detectados, sujeto a las restricciones de mejorar la
eficiencia del sistema en términos de cubrir una mayor superficie vigilada, mayor superficie
visible, menor superficie sin visibilidad, mayor cobertura de superficies quemadas con 41
torres de vigilancia.
3.5. Método Monte Carlo.
Inicialmente se desarrolló una solución aleatoria de 41 torres (nuevas y
preexistentes), y se calculó el valor inicial de la función objetivo mediante el método Monte
Carlo. El proceso se repitió para encontrar la mejor solución de 50 iteraciones. La
optimización consideró maximizar el número de incendios detectados en cada temporada,
seleccionando 41 torres de vigilancia, y se generaron estadígrafos para las simulaciones
Monte Carlo y las variables involucradas.

3.- RESULTADOS Y DISCUSIONES.


El análisis geoestadístico de los incendios históricos ocurridos desde el año 1996 al
2004, permitió elaborar el mapa de probabilidades de ocurrencia de incendios mayores a 1
hectárea (Figura 2). La selección de polígonos clasificados por rangos de pendiente y
altitud, facilitó la evaluación de los potenciales sitios de localización de las nuevas torres
propuestas (Figura 3). Los estadígrafos para todos los puntos de localización de torres se
muestran en el Cuadro 2, agrupados para las torres existentes y nuevas propuestas. Se
aprecia que el grupo de torres propuestas, entrega promedios similares al grupo de torres
existentes en las variables del análisis de visibilidad. Sin embargo, en términos de cobertura
de vigilancia, esto no ocurre para el número de incendios ni para la superficie quemada,
porque los nuevos puntos se localizan en sectores donde históricamente los incendios
forestales no son muy frecuentes, pero las superficies quemadas de un incendio puede
llegar a representar desde el 10 al 20% de la superficie quemada de la temporada.

343
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE INCENDIOS FORESTALES EN LA IX
REGIÓN DE LA ARAUCANÍA. CHILE.

Figura 2. Mapa de Probabilidad de ocurrencia de incendios mayores a 1 hectárea.

Figura 3. MDT y localización de torres de detección existentes y propuestas en la IX


Región.
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MAURICIO REYES SCHENCKE/ FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRIGUEZ

Cuadro 2. Estadísticas descriptivas de las torres existentes y propuestas.


Grupo Número de Superficie
de EstadígrafosIncendios por Visible Superficie Superficie
Torres Torres (há) No visible (há) quemada (há)
Media 416 1681,0 58033 8345
Existentes
Desv. Estándar 565,4 1881,9 9710,1 7319,4
CV% 136,0 111,9 16,7 87,7
Media 83 1773 61477 6014
Propuestas
Desv. Estándar 151,1 4187,3 9624,6 8495,1
CV% 182,6 236,2 15,7 141,2
Respecto a los coeficientes de variación, a excepción de la variable superficie
visible, el grupo de torres propuestas presenta valores superiores a las torres existentes.
Esto está relacionado con la frecuencia y distribución de los incendios en zonas poco
habituales, factores de una topografía más accidentada, y en algunos casos, problemas de
accesibilidad para combatir los incendios. Los estadígrafos después de realizar 50
simulaciones mediante el algoritmo simple de Monte Carlo, y los indicadores de la mejor
simulación se muestran en el Cuadro 3.

Cuadro 3. Estadígrafos de Simulación Monte Carlo y Mejor Solución generada.


Estadígrafo Total de Sup. Sup. Sup. Total Sup.
Incendios Incendios Visible No visible quemada Vigilada
Detectados por Torres (há) (há) (há) (há)

Media 7130 263 70040 59574 7383 2013688


Desv.
Estandar 1016,8 49,4 11712,3 1025,1 870,8 86531,0

CV% 14,3 18,8 16,7 1,7 11,8 4,3

E.M.% 110,5 191,2 151,9 1,6 75,6 10,0

Lim. Inferior 5137 167 47084 57564 5676 1844087

Lim. Superior 9123 360 92996 61583 9090 2183288


Mejor
Simulación 8232 309 81087 60569 7139,3 2164813
La mejor simulación obtenida, cumplió las restricciones de mejorar los indicadores
del sistema existente y además, fue superior al promedio del actual sistema combinado de
torres existentes y propuestas. La combinación de torres consideró 21 torres existentes y 20
torres propuestas (Figura 4).
Se observa que las torres existentes que permanecen en la combinación propuesta, se
concentran en aquellos lugares donde los incendios históricos presentan una mayor
345
OPTIMIZACIÓN ESPACIAL DE TORRES DE DETECCIÓN DE INCENDIOS FORESTALES EN LA IX
REGIÓN DE LA ARAUCANÍA. CHILE.

concentración, pero corresponden principalmente a conatos de incendios inferiores a 1


hectárea de superficie quemada, y las nuevas torres propuestas permiten cubrir aquellos
sectores con menor número de incendios, pero de mayor superficie quemada.

Figura 4. Localización de torres definidas por la “mejor” simulación Monte Carlo.

4.- CONCLUSIONES.
- El análisis del Modelo Digital de Terreno facilitó la evaluación preliminar de
potenciales sitios propuestos para la localización de torres de observación de incendios
forestales.
- Desde el punto de vista de la probabilidad de ocurrencia de incendios, cualquier
sector de la región presenta probabilidades mayores al 50% de ocurrencia de incendios
superiores a 1 hectárea.
- El Modelo de Cobertura de P-centros permitió optimizar la localización de torres
con variables de decisión relacionadas con análisis espacial.

346
MAURICIO REYES SCHENCKE/ FRANCISCO HERNÁNDEZ RODRIGUEZ

- El Método Monte Carlo es una herramienta que permite dar una solución
aproximada a los problemas espaciotemporales, que mediante los estadígrafos de las
variables analizadas entregar intervalos de confianza aceptables, a un 95% de confiabilidad.

AGRADECIMIENTOS.
Este trabajo ha sido parcialmente financiado por el proyecto Diufro IN 15/00
“Evaluación del Sistema de Torres de Detección de Incendios Forestales en la IX Región de
la Araucanía”, de la Facultad de Ciencias Agropecuarias y Forestales. Universidad de La
Frontera.
La presentación de este trabajo ha sido parcialmente financiado por proyecto
MECE-SUP FRO0002 2001. “Innovacion del Proceso Enseñanza-Aprendizaje en el
Ambito Silvogropecuario para la Inserción en el Mundo Globalizado”.

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