Cantor paulista emerge
na cena musical com personalidade e apresenta o legítimo balanço do
samba-rock.
Liniker Barros
despontou no cenário musical como uma voz em um milhão – através
dos videos gravados em 2013 onde ele aparece cantando em parceria com
Lara de Oliveira em '
Crazy for you' de Adele, Murilo Moretti com '
93 million miles' de Jason Mraz e cantando solo em '
93 million miles' de
Alicia Keys – há também o clipe para a canção '
Pra ela', que
parece ter sido o marco na trajetória do cantor.
Pois foi após essa
canção autoral que nasceu o projeto onde Liniker incorporou de
verdade o personagem protagonista de suas próprias canções. Surgia
assim o
Liniker arrasador que gravou o recente EP '
Cru' – de forma
colaborativa, com grandes profissionais do cenário de Araraquara, no
interior do estado de São Paulo.
E assim.... A olhos
vistos...
Liniker maturou a figura arrasadora que se apresentou
“mitando” e “lacrando” o cenário musical brasileiro com todo
o suíngue malemolente que emana das canções '
Louise du Brésil', '
Caeu' e '
Zero' – ouça também a versão
acústica - todas presentes no EP '
Cru'.
Liniker cantou, mas
quem tocou foi Willian Zaharanszki na guitarra, Márcio Bortoloti no
trompete e trombone, Paulo Costa no baixo, Rafael Barone no baixo e
guitarra, Guilherme Cardoso na bateria e nos backing vocals Barbara
Rosa, Ekena Monteiro e Renata Santos. Já quem fez produção e
captação dos vídeos foi Leila Penteado, Nivaldo Dakuzaku, Paulo
Delfini e Breno Rodrigues de Paula – com captação do áudio e
edição de André Guines, da gravadora GomaInc SP.
Mas como bem diz na
entrada do site – podemos esperar um novo álbum para um futuro
próximo, mas com esse delicioso aperitivo – segue uma conversa com
o próprio
Liniker....
Como foi o seu começo
na música?
Eu comecei por uma
grande influência familiar. Os meus tios são músicos, e sempre
tocavam samba em casa. Eu acordava e já estava rolando a cantoria,
então isso me deu um gás pra querer trabalhar com música. Minha
mãe me apresentou todos os clássicos da black music que ela curtia
e o samba rock, que é uma paixão dela, e agora minha, e eu fui
sentindo o quanto essas referências me instigavam e faziam sentido
pra mim. Então não teve como fugir, a música me pegou de jeito e
está sendo muito generosa comigo. A primeira vez que eu cantei, eu
estava na sexta série, e ter cantado ali, me levou para um outro
lugar. Era amor mesmo.
Você se apresentava
como Liniker Barros e em um dado momento deixou o Barros de lado e
passou a assinar apenas Liniker.... Porque deu-se essa mudança?
Eu não deixei o Barros
(risos), Liniker sempre esteve ai. Mas agora, com o passar dos anos
e das experiências, eu percebo que ele chega mais evidente e à
vontade. Eu venho me permitindo desconstruir e construir o tempo,
então é como se agora eu entendesse coisas em mim e no meu
trabalho, que eu não tinha dimensão ainda, por uma questão de
maturidade. Tem muita coisa pra ser revista e experimentada, mas acho
que à partir do momento que eu me permiti ser quem eu queria ser, o
meu trabalho ganhou uma outra potência. Eu estou vestido daquele
jeito no vídeo, porque é como eu sou e me sinto tranquilo no meu
dia-a-dia. Eu precisava ser inteiro para o meu trabalho chegar como
eu acredito, nas pessoas. Meu nome também vem por influência de um
tio. Ele gostava de um jogador de futebol inglês, e queria que minha
mãe colocasse o nome dele em mim. Acho que com isso, ele gostaria
que eu fosse jogador também, mas a música me pegou de jeito e cá
estou eu (risos).
De onde surgiram essas
canções?
Eu comecei a compor com
16 anos, e gostava de escrever sobre tudo, principalmente sobre os
meus amores (muitas vezes platônicos) e sobre essas várias formas
de amor que a gente sempre vive, e não tem como escapar. Eu sempre
fui de escrever cartas pras pessoas, mas nunca entregava. Então
encontrei na música uma liberdade pra expressar o que eu sentia, e
ainda assim, usar isso como meu trabalho. Acredito ser a forma mais
natural de mostrar quem eu sou e o que eu sinto.
Quais foram tuas
principais influências? O que você anda ouvindo no iphone? Ipod,
player etc.
Eu sou tarado em todas
as coletâneas da Etta James, amo a Nina Simone, o 'Clube do
Balanço', a Aretha Franklin, Bebeto, Cartola, Caetano, Gal Costa,
Gilberto Gil. Eu gosto muito da nossa música, ouço muita música de
raiz africana também. Ultimamente eu tenho ouvido os àlbuns do
'Aláfia', o 'EP' bafo da Tássia Reis , a linda da Dona Onete, o
'Dancê' da Tulipa Ruiz.
O quanto do ator existe
no cantor? Ou é vice-versa?
Eu acho que os dois tem
caminhado muito juntos. Ser musico me ajuda na sensibilidade para
criar enquanto ator, e ser ator me ajuda a entender o que eu estou
passando enquanto intérprete. Eu não tenho diferenciado mais. Tenho
aceitado que as duas coisas juntas são ótimas e tenho seguido
assim.
Essa é a banda que vai
atuar ao vivo?
Sim! Essa é a banda
que estará nos shows ao vivo. Quem assume a bateria do projeto nessa
nova fase de circulação, é Péricles Zuanon, músico araraquarense
também. O nome da banda é 'Caramelow's'. Vai ser um groovão ao
vivo e a cores. Liniker e os 'Caramelow's' botando esse “Brésil”
pra swingar gostoso (risos).
Quanto aos downloads
gratuitos?
Eu acho que
disponibilizar o download gratuito é importante para a nossa
circulação e aproximação com o público. Torna o nosso trabalho
mais acessível e direto, e chega mais fácil nas pessoas que irão
nos ouvir.
Obrigadx!
2015 Cru EP
1. Zero
2. Louise du Brésil
3. Cae