Book Reviews by Helena Ferreira
Women's Studies, an assignment she carried out until the year of 2005. Braidotti was a pioneer in... more Women's Studies, an assignment she carried out until the year of 2005. Braidotti was a pioneer in the studies of European women and she has been considered a world reference in gender studies and critical theory. Her research areas straddle the fields of continental philosophy and epistemology, combining feminist and gender theories and post-structuralist thought. " I am rooted but I flow " is Virginia Wolf's poetic sentence that Braidotti selected to begin the prologue of her work. Having roots, nonetheless flying or flowing is the central idea, which traverses the above, referenced philosophical work, which the author considers as " a map that draws the trajectory of changes, transformations and becomings " (p. 10). Bearing in mind that change is the only constant that defines the XXI century, this century entails the challenge of rethinking processes much more than concepts since the real question does not lie at knowing who we are but rather who we want to become. In order to accomplish this, it becomes hence paramount to explore new figurations, alternative representations and social locations for this nomadic, hybrid subject who is always already involved in a process of becoming. These figurations constitute " living maps " which attempt to trace a cartography of power-relations whereby the positions of dynamic, shifting entities can be defined as well as their strategic, and embedded, locations of resistance. Drawing upon her vision of a nomadic subjectivity and resting on Gilles Deleuze and Luce Irigaray's philosophies of difference, Braidotti sets out to delineate a cartography for the present in terms of its cultural, political, ethical and epis-temological questions, emphasizing its creative and constructive potential. Influenced by the French-rooted tradition of philosophy, born in the XVIII century, and developed by authors such as Bachelar, Canguilhem, Foucault, Lacan, lrigaray and Deleuze-the latter prioritizing an erotic imaginary of sexuality and desire-Braidotti zigzags through a complexity of concepts such as: embodiment, immanence, sexual difference, rhizome, memory, permanence and sustainability. She warns her readers that they should not consider the perceptions derived from these concepts as irrevocable truths. On the contrary, " they are better thought of as propelling us in the multiple directions of extra-textual
Papers by Helena Ferreira
Shaun Tan nasceu em 1974 na Austrália Ocidental. É licenciado em Belas Artes e em Literatura Ingl... more Shaun Tan nasceu em 1974 na Austrália Ocidental. É licenciado em Belas Artes e em Literatura Inglesa e actualmente trabalha como artista e autor freelance em Melbourne. Participa ainda em projectos de cenografia, arte conceptual e cinema de animação. As suas obras de carácter histórico exprimem sempre uma crítica social e política e como o próprio autor afirma, revelam o "interesse recorrente pela ideia de 'pertença'" (Tan, 2007). O presente estudo centra-se na obra "Emigrantes", de 2007 que conta a história, em imagens, de um homem que deixa a sua família para partir rumo ao desconhecido. Este emigrante chega a um lugar "enlouquecido" de costumes estranhos, animais peculiares, objectos flutuantes e idiomas indecifráveis. Desta forma, Tan introduz temas como a difícil adaptação a outra cultura, a importância da família, a identidade e o sentimento de pertença. Na pesquisa para este livro, o autor recolheu histórias autobiográficas de emigrantes,...
Comunicação e Sociedade, 2017
I met Sandra Barrilaro in Santiago de Compostela, in a session where she spoke about her experien... more I met Sandra Barrilaro in Santiago de Compostela, in a session where she spoke about her experience as a member of the activist group Women’s Boat to Gaza, which defy Israel’s blockade of Gaza to show its solidarity with the resistance of Palestinian women...
Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, 2021
deus-dará é um romance de Alexandra Lucas Coelho, descrito ao longo de sete dias, em diferentes a... more deus-dará é um romance de Alexandra Lucas Coelho, descrito ao longo de sete dias, em diferentes anos, revelando uma clara inspiração no Génesis, que nos apresenta sete personagens como o seu subtítulo destaca: “sete dias na vida de São Sebastião do Rio de Janeiro ou o Apocalipse segundo Lucas, Judite, Zaca, Tristão, Inês, Gabriel & Noé”. Através destas personagens e com o Rio de Janeiro presente, o narrador híbrido que tanto escreve em português de Portugal como em português do Brasil, conduz os leitores ao longo de cinco séculos de história, às conjunturas sociais, religiosas e culturais de Portugal e do Brasil durante o período de colonização e pós-colonização. Partindo, então, dos trabalhos académicos que refletem sobre os estudos pós-coloniais, pretende-se, através desta obra, explorar as construções e reconstruções de significados dos vários pontos de vista sobre a história da (des)colonização portuguesa e suas consequências, uma vez que para além da herança colonial portuguesa...
A Rainha Ginga , romance historico de Jose Eduardo Agualusa conta a historia de uma rainha africa... more A Rainha Ginga , romance historico de Jose Eduardo Agualusa conta a historia de uma rainha africana que ultrapassou todas as fronteiras que lhe eram impostas e que se reinventou numa nova forma de existencia. Tendo-lhe sido dada voz, por ocupar o lugar hierarquico supremo na sociedade angolana, esta mulher/subalterna demonstrou que esta mesma voz estava impregnada pelos discursos dos que criaram a subalternidade e exibiu uma voz hibrida, composta por um lado, pelo seu desejo de emancipacao e por outro, pelos varios valores e fundamentacoes que produziram a sua opressao. Partindo dos trabalhos de academicas que reflectem sobre os estudos queer e os estudos feministas pretende-se, atraves desta obra, explorar a “desidentificacao” vivenciada pela rainha Ginga, que ocupou um lugar de resistencia na historia angolana.
El cincuentenario de los Pactos Internacionales de Derechos Humanos de la ONU
This paper discusses the law of gestational surrogacy, which comes into force in September of the... more This paper discusses the law of gestational surrogacy, which comes into force in September of the current year, in Portugal. It presents the proposal created by Bloco de Esquerda, as well as the positions of other political parties, independent advisory entities and Human Rights Associations. Always keeping in mind the women’s fundamental rights, it is still discussing the consequences of this reproductive technology in the portuguese women’s live. This work intends to contribute to the understanding and increase knowledge about gestational surrogacy in Europe engaged in the defence of human rights that wants to eliminate of all forms of discrimination and violence against women and children.
Via Atlântica
No presente trabalho, faz-se uma leitura da obra Ara, de Ana Luísa Amaral à luz da teoria queer, ... more No presente trabalho, faz-se uma leitura da obra Ara, de Ana Luísa Amaral à luz da teoria queer, que se aplica à questão das entidades de género que emergiu dos trabalhos desenvolvidos pelos estudos gay e lésbicos e que não pode ser dissociada da teoria feminista, uma vez que ambas surgiram a partir de reflexões sobre a dificuldade dos grupos minoritários terem voz e se representarem dentro de uma linguagem e de uma sociedade falogocêntrica.
Revista Lusófona de Estudos Culturais
Rosi Braidotti nasceu na Itália e cresceu na Austrália, possuindo assim dupla nacionalidade. Foi ... more Rosi Braidotti nasceu na Itália e cresceu na Austrália, possuindo assim dupla nacionalidade. Foi na Austrália, em Canberra, no ano de 1977, que iniciou a sua formação, na Australian National University...
Comunicação e Sociedade
Conheci a Sandra Barrilaro em Santiago de Compostela, num evento em que falou da sua experiência ... more Conheci a Sandra Barrilaro em Santiago de Compostela, num evento em que falou da sua experiência como membro do grupo de ativistas Mulheres rumo a Gaza que desafiam o bloqueio de Israel a Gaza, para mostrar a sua solidariedade com a resistência das mulheres palestinas...
Diversitates Revista Internacional , 2021
O objetivo desta entrevista a Shahd Wadi é dar voz a alguém que vive a história da Palestina no p... more O objetivo desta entrevista a Shahd Wadi é dar voz a alguém que vive a história da Palestina no próprio corpo. Os discursos hegemónicos sobre a história da questão palestiniana/israelita estão repletos de esquecimentos, enganos, erros, e, até falsidades, que são os pilares de uma pseudo-história que se quer apresentar como realidade, quando quase nada ocorreu conforme o contam. Como forma de luta contra essa quase anti-história, dá-se aqui conta das relações de poder que envolvem todos os sistemas e estruturas opressoras e oprimidas.
Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, n. 34, 2020
deus-dará é um romance de Alexandra Lucas Coelho, descrito ao longo de sete
dias, em diferentes a... more deus-dará é um romance de Alexandra Lucas Coelho, descrito ao longo de sete
dias, em diferentes anos, revelando uma clara inspiração no Génesis, que nos apresenta sete personagens como o seu subtítulo destaca: “sete dias na vida de São
Sebastião do Rio de Janeiro ou o Apocalipse segundo Lucas, Judite, Zaca, Tristão,
Inês, Gabriel & Noé”. Através destas personagens e com o Rio de Janeiro presente,
o narrador híbrido que tanto escreve em português de Portugal como em português do Brasil, conduz os leitores ao longo de cinco séculos de história, às conjunturas sociais, religiosas e culturais de Portugal e do Brasil durante o período
de colonização e pós-colonização. Partindo, então, dos trabalhos académicos que
refletem sobre os estudos pós-coloniais, pretende-se, através desta obra, explorar
as construções e reconstruções de significados dos vários pontos de vista sobre a
história da (des)colonização portuguesa e suas consequências, uma vez que para
além da herança colonial portuguesa que se vê na violência que os brasileiros vivem, particularmente, no Rio de Janeiro, este livro transporta os portugueses para
a questão da relação com o seu passado, no momento presente.
RESUMO: No presente trabalho, faz-se uma leitura da obra Ara, de Ana Luísa Amaral à luz da teoria... more RESUMO: No presente trabalho, faz-se uma leitura da obra Ara, de Ana Luísa Amaral à luz da teoria queer, que se aplica à questão das entidades de género que emergiu dos trabalhos desenvolvidos pelos estudos gay e lésbicos e que não pode ser dissociada da teoria feminista, uma vez que ambas surgiram a partir de reflexões sobre a dificuldade dos grupos minoritários terem voz e se representarem dentro de uma linguagem e de uma sociedade falogocêntrica. ABSTRACT: In this paper we read Ana Luísa Amaral's literary work Ara in the light of queer theory, which applies to the question of gender entities that emerged from the work done by the gay and lesbians studies and that can not be dissociated from feminist theory, since both emerged from reflections on the difficulty minority groups face to have a voice and representation in the context of a phallogocentric language and society.
Resumo A Rainha Ginga, romance histórico de José Eduardo Agualusa conta a história de uma rainha ... more Resumo A Rainha Ginga, romance histórico de José Eduardo Agualusa conta a história de uma rainha africana que ultrapassou todas as fronteiras que lhe eram impostas e que se reinventou numa nova forma de existência. Tendo-lhe sido dada voz, por ocupar o lugar hierárquico supremo na sociedade angolana, esta mulher/subalterna demonstrou que esta mesma voz estava impregnada pelos discursos dos que criaram a subalternidade e exibiu uma voz híbrida, composta por um lado, pelo seu desejo de emancipação e por outro, pelos vários valores e fundamentações que produziram a sua opressão. Partindo dos trabalhos de académicas que reflectem sobre os estudos queer e os estudos feministas pretende-se, através desta obra, explorar a " desidentificação " vivenciada pela rainha Ginga, que ocupou um lugar de resistência na história angolana. Abstract A Rainha Ginga the José Eduardo Agualusa's historical novel tells the story of an African queen who crossed all frontiers and was reinvented in a new way of existence. Having been given a voice, for occupying the supreme hierarchical place in Angolan society, this woman/subaltern demonstrated that this same voice was impregnated by the discourses of those who created the subalternity and exhibited a hybrid voice composed, on the one hand, for its desire to emancipation and, on the other hand, for the various values and foundations that produced their oppression. Starting from the works of scholars who reflect on queer studies and feminist studies, the aim of this work is to explore the "disidentification" experienced by Queen Ginga, who occupied a place of resistance in Angolan history.
Os livros de Shaun Tan focam-se em questões que ultrapassam todos os limites do que pode ser escr... more Os livros de Shaun Tan focam-se em questões que ultrapassam todos os limites do que pode ser escrito ou desenhado para crianças e como tal, deve-se questionar se estes livros são considerados infantis, apenas porque possuem imagens. Tan (S.d.) reflecte sobre este assunto e interroga se os livros de imagens são, de imediato, considerados literatura infantil apenas porque é " uma conven-ção cultural, que tem mais a ver com expectativas existentes, preconceitos de marketing e discurso literário? " 1. Questão muito pertinente, uma vez que não entendemos a insistência de categorizar os livros de Tan como infantis ou juvenis porque consideramos que o seu conteúdo se dirige a pessoas de todas as idades. Dedicando-se a temas actuais, a crítica social encontra-se sempre presente nas suas obras, embora Tan (2007) admita ter alguma obsessão pela noção de " pertença " , nomeadamente ao nível de a obter ou de a perder, talvez devido às suas próprias experiências por ter vivido numa cidade isolada do mundo, despro-vida de história e de uma identidade definida e principalmente por ter sentido, enquanto criança, racismo dirigido abertamente ou sub-repticiamente ao seu pai, de origem chinesa. Na verdade, Tan (2007) defende que os graves problemas de " pertença " surgem quando algo muda na nossa zona de conforto: uma nova escola, um novo trabalho ou relacionamento, um novo país, qualquer facto que nos obrigue, de alguma forma, a reinventar o sentimento de pertença. E foi isto 1 Esta tradução, bem como todas as que se realizaram neste trabalho são nossas.
This paper discusses the law of gestational surrogacy, which comes into force in September of the... more This paper discusses the law of gestational surrogacy, which comes into force in September of the current year, in Portugal. It presents the proposal created by Bloco de Esquerda, as well as the positions of other political parties, independent advisory entities and Human Rights Associations. Always keeping in mind the women’s fundamental rights, it is still discussing the consequences of this reproductive technology in the Portuguese women’s lives.
This work intends to contribute to the understanding and increase knowledge about gestational surrogacy in Europe engaged in the defence of human rights that wants to eliminate all forms of discrimination and violence against women and children.
Keywords: Gestational surrogacy, Portugal, Woman, Rights, Duties
Conheci a Sandra Barrilaro em Santiago de Compostela, num evento em que falou da sua experiência ... more Conheci a Sandra Barrilaro em Santiago de Compostela, num evento em que falou da sua experiência como membro do grupo de ativistas Mulheres rumo a Gaza que desafiam o bloqueio de Israel a Gaza, para mostrar a sua solidariedade com a resistência das mulheres palestinas. Fascinou o público com o seu relato emocionante sobre a viagem simbólica de um dos veleiros que rumou a Gaza, em setembro do ano passado, com mulheres de várias nacionalidades. A conversa aqui reproduzida data de agosto de 2017.
Sidoncha, Urbano & Moura, Catarina (eds), Culturas Em Movimento - Livro De Atas Do I Congresso Internacional Sobre Cultura, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Editora LabCom.IFP, pp. 565-570, ISBN: 978-989-654-326-6, 2016
Moisés de Lemos Martins & Madalena Oliveira (Ed), (2014), Livro de atas do II Congresso Mundial de Comunicação Ibero-americana, Centro de Estudos de - Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, ISBN 978-989-8600-29-5.
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dias, em diferentes anos, revelando uma clara inspiração no Génesis, que nos apresenta sete personagens como o seu subtítulo destaca: “sete dias na vida de São
Sebastião do Rio de Janeiro ou o Apocalipse segundo Lucas, Judite, Zaca, Tristão,
Inês, Gabriel & Noé”. Através destas personagens e com o Rio de Janeiro presente,
o narrador híbrido que tanto escreve em português de Portugal como em português do Brasil, conduz os leitores ao longo de cinco séculos de história, às conjunturas sociais, religiosas e culturais de Portugal e do Brasil durante o período
de colonização e pós-colonização. Partindo, então, dos trabalhos académicos que
refletem sobre os estudos pós-coloniais, pretende-se, através desta obra, explorar
as construções e reconstruções de significados dos vários pontos de vista sobre a
história da (des)colonização portuguesa e suas consequências, uma vez que para
além da herança colonial portuguesa que se vê na violência que os brasileiros vivem, particularmente, no Rio de Janeiro, este livro transporta os portugueses para
a questão da relação com o seu passado, no momento presente.
This work intends to contribute to the understanding and increase knowledge about gestational surrogacy in Europe engaged in the defence of human rights that wants to eliminate all forms of discrimination and violence against women and children.
Keywords: Gestational surrogacy, Portugal, Woman, Rights, Duties
dias, em diferentes anos, revelando uma clara inspiração no Génesis, que nos apresenta sete personagens como o seu subtítulo destaca: “sete dias na vida de São
Sebastião do Rio de Janeiro ou o Apocalipse segundo Lucas, Judite, Zaca, Tristão,
Inês, Gabriel & Noé”. Através destas personagens e com o Rio de Janeiro presente,
o narrador híbrido que tanto escreve em português de Portugal como em português do Brasil, conduz os leitores ao longo de cinco séculos de história, às conjunturas sociais, religiosas e culturais de Portugal e do Brasil durante o período
de colonização e pós-colonização. Partindo, então, dos trabalhos académicos que
refletem sobre os estudos pós-coloniais, pretende-se, através desta obra, explorar
as construções e reconstruções de significados dos vários pontos de vista sobre a
história da (des)colonização portuguesa e suas consequências, uma vez que para
além da herança colonial portuguesa que se vê na violência que os brasileiros vivem, particularmente, no Rio de Janeiro, este livro transporta os portugueses para
a questão da relação com o seu passado, no momento presente.
This work intends to contribute to the understanding and increase knowledge about gestational surrogacy in Europe engaged in the defence of human rights that wants to eliminate all forms of discrimination and violence against women and children.
Keywords: Gestational surrogacy, Portugal, Woman, Rights, Duties
Partindo da ideia que a área dos estudos culturais tem atribuído grande atenção ao estudo das imagens na sociedade contemporânea, desde Roland Barthes (1964) até Mirzoeff (1998), Evans & Hall (1999) e Sturken & Cartwright (2001), efectivando profundas reflexões que se têm denominado de “Estudos Culturais Visuais”, o presente estudo centra-se nas imagens da campanha publicitária “Breast cancer awarness” da empresa Play-Out, que deu origem ao site Flattopper Pride, que produz textos que acompanham estas imagens e que serão também alvo de análise. Naturalmente, a fundamentação teórica deste trabalho centra-se na teoria do nomadismo de Rosi Braidotti, articulando-a com as metamorfoses que os corpos femininos sofrem em consequência de uma mastectomia bilateral, e nos conceitos da teoria Queer de Judith Butler relacionando-os com a nova concepção de roupa interior unissexo, projectada para um género neutro ou híbrido, sendo este um passo importante para mudar a perspectiva binária da sociedade falogocêntrica, em relação ao que pertence ao feminino e ao masculino.
A abordagem metodológica escolhida foi a gramática do design visual de Kress e van Leeuwen, que sendo um método detalhado e explícito, permite que as imagens sejam analisadas como textos comunicativos visuais, não como um texto fechado em si próprio, mas, inseridas no contexto sócio-cultural de que fazem parte. Estas imagens publicitárias, vão muito além da transmissão da mensagem de que estas mulheres sobreviveram a uma doença oncológica, colocando sobretudo em evidência, que transgrediram os limites pré-estabelecidos, transpondo fronteiras, exibindo sem vergonha, os seus corpos metamorfoseados, diferentes, híbridos. Criaram subjectividades alternativas, sem certezas de que chegariam a um lugar pré-estabelecido, porque valorizaram o processo dinâmico de mudança e não o fim. Isto não significa que não queiram criar raízes estáveis que lhes permitam sentir-se confortáveis dentro da comunidade, mas muito mais do que a necessidade de um lugar, é terem sido capazes de recrear o seu próprio lugar em qualquer parte.
As pinturas não existem senão no relato que se faz delas, ou melhor, uma obra é a soma e organização que se pode fazer das suas leituras, é a sua descrição plural. A identidade do que aparece representado vai-se modificando sem cessar, o significado vai-se movimentando sempre, a análise nunca tem fim, mas é este infinito de linguagem que constitui, precisamente o sistema da obra: a imagem não é a expressão de um código, é a variação de uma tarefa de codificação, não é o depósito de um sistema e sim a formação dos sistemas (Barthes, 1986). Partindo deste princípio, o presente estudo centra-se na obra “O Anjo”, de 1998, pretendendo evidenciar nesta representação características implícitas de “Blimunda”, personagem da obra “Memorial do Convento”, de José Saramago. Considerando que esta personagem possui poderes mágicos, situamo-la na ficção científica que permite um deslocamento da visão do mundo fora do epicentro humano, apontando assim para um igualitarismo pós-humano e biocentrado. Tendo em conta que “O Anjo” e “Blimunda” surgem como sujeitos monstruosos, híbridos e belos, que sentem e sonham de modo incomum, podem abrir portas a novas formas de vida de coabitação entre os humanos e os outros.
A abordagem metodológica escolhida foi a gramática do design visual de Kress e van Leeuwen, que sendo um método detalhado e explícito, permite que as imagens sejam analisadas como textos comunicativos visuais, não como um texto fechado em si próprio, mas inseridas no contexto sócio-cultural de que fazem parte.
Aplicando-se a teoria queer à questão das entidades de género que emergiu dos trabalhos desenvolvidos pelos Estudos Gay e Lésbicos, pretende-se ler “Ara” de Ana Luísa Amaral à luz desta teoria que não pode ser dissociada da teoria feminista, uma vez que ambas surgiram a partir de reflexões sobre a dificuldade dos grupos minoritários terem voz e se representarem dentro de uma linguagem e de uma sociedade falogocêntrica (Preciado, 2012).
Partindo dos trabalhos de Judith Butler (1990), Eve Sedgwick (1990), Teresa de Lauretis (1991), Rosi Braidotti (1994) e Paul B. Preciado (2002) que reflectem sobre a teoria queer e tendo em conta que é nos poetas que mais facilmente se encontra a problemática das identidades de género porque a linguagem poética é o lugar da subversão em si mesmo, pretende-se demonstrar que “Ara” pode ser o veículo ideal para ajudar a desconstruir a identidade e a norma de género dos leitores.
Partindo da ideia de que o corpo e a aparência das mulheres são uma parte essencial da performatividade da identidade de género (Butler, 1990), o presente estudo centra-se em imagens de mulheres mastectomizadas, que transmitem muito mais do que a mensagem de mulheres sobreviventes a uma doença oncológica, colocando sobretudo em evidência, que transgrediram os limites pré-estabelecidos, transpondo fronteiras, exibindo sem vergonha os seus corpos metamorfoseados, diferentes, híbridos. Naturalmente, a fundamentação teórica deste trabalho centra-se na teoria do nomadismo de Rosi Braidotti, articulando-a com as metamorfoses que os corpos femininos sofrem em consequência de uma mastectomia, e nos conceitos da teoria Queer de Judith Butler relacionando-os com o manifesto contrassexual (Preciado, 2015). Tendo em conta que a contrassexualidade tem por objecto de estudo as transformações tecnológicas dos corpos sexuados e genderizados e que concebe que os corpos se reconheçam a si mesmos não como homens ou mulheres, mas como corpos falantes, considera-se que esta teoria pode possibilitar por um lado, que uma mulher aceite o seu novo corpo mastectomizado e por outro, que outras mulheres se identifiquem com ele.
This work intends to contribute to the understanding and increase knowledge about gestational surrogacy in Europe engaged in the defence of human rights that wants to eliminate of all forms of discrimination and violence against women and children.
Estes dois romances futuristas apresentam uma distopia onde se discute a sobrevivência das espécies, a ética política e individual, a necessidade do Outro: o amor e a sexualidade e sobretudo a memória e identidade. Rosa Montero presta uma homenagem a Philip Dick e ao filme Blade Runner e transporta-nos para o ano 2109, num imaginário poderoso e coerente, para nos alertar sobre os perigos das grandes opções do presente.
Tendo em conta que “a ficção científica assume sempre a forma de uma antecipação, e a antecipação assume a forma de uma conjectura formulada a partir de linhas de tendências reais do mundo real” (Eco, 1989), pretende-se, através destas duas obras que nos apresentam um planeta unificado onde co-habitam humanos, tecno-humanos, extraterrestres e robôs debater a identidade de género que já não se coloca no termo binário: homem/mulher e as práticas sexuais que também já não podem ser vistas binariamente: heterossexual/homossexual e demonstrar que o pós-humano só pode existir com uma política queer que permita que a multiplicidade de corpos se erga num regime que não os construa como “normais” ou “anormais”.
De facto, se considerarmos que a vida da subalterna mulher/colonizada é sempre inquietante e deprimente, uma vez que quando procura inserir-se na cultura do colonizador transforma-se numa imitadora de si mesma segundo o outro, ou seja, produz e reproduz imagens de si própria baseada nos valores culturais e sociais que a cultura dominante definiu para si (Spivak , 2010), teremos que observar que a rainha Ginga ultrapassou todas as fronteiras que lhe eram impostas e que se reinventou numa nova forma de existência. Tendo-lhe sido dada voz, por ocupar o lugar hierárquico supremo na sociedade angolana, esta mulher/subalterna demonstrou que esta mesma voz estava impregnada pelos discursos dos que criaram a subalternidade e exibiu uma voz híbrida, composta por um lado, pelo seu desejo de emancipação e por outro, pelos vários valores e fundamentações que produziram a sua opressão.
Partindo dos trabalhos de académicas que reflectem sobre os estudos queer, os estudos pós-coloniais e os estudos feministas pretende-se, através desta obra, explorar a “desidentificação” (de Laurentis, 1987) vivenciada pela rainha Ginga e outras personagens que quando se posicionaram como sujeitos “abjectos” ocuparam os lugares de resistência na história angolana.
Partindo dos trabalhos efectuados por académicos, da lei em vigor e das posições tomadas por Associações de defesa dos direitos humanos: de feministas, de mulheres e de crianças que reflectem sobre esta matéria, este estudo tem a pretensão de contribuir para a compreensão e aprofundamento de conhecimentos sobre a gestação de substituição numa Europa que tem como bandeira a defesa dos Direitos Humanos e que pretende eliminar a discriminação e violência contra as mulheres e crianças.
Keywords: Gestação de substituição, corpo, direitos