No contexto de republicanização das instituições e dos agentes políticos do Brasil no final do século XIX e início do século XX, a diplomacia brasileira, capitaneada pelas reformas empreendidas na gestão de Rio Branco, intensificou o...
moreNo contexto de republicanização das instituições e dos agentes políticos do
Brasil no final do século XIX e início do século XX, a diplomacia brasileira, capitaneada
pelas reformas empreendidas na gestão de Rio Branco, intensificou o processo de
americanização, representada pela aproximação progressiva aos países do continente,
notadamente os Estados Unidos. Hélio Lobo (1883-1960), cooptado pelo chanceler na
esteira de renovação dos quadros do Itamaraty, foi um expoente dessa política de
americanização se destacando ao elaborar obras de caráter histórico, focando-se nas ações
da diplomacia brasileira na América do Sul no século XIX. A dedicação a essa carreira
possibilitou-lhe o reconhecimento necessário para ingressar no Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (IHGB), de onde pôde publicar novos estudos focados na política
externa do Brasil, solidificando seu comprometimento com a diplomacia das oligarquias
característica da Primeira República. Observam-se em sua trajetória alguns pontos
relevantes que permitem delinear sua visão de mundo, a saber: a referência constante ao
Direito como elemento legitimador da negociação diplomática - postura vista nas obras
sobre a história diplomática brasileira - e a utilização do passado diplomático brasileiro
como instrumento de validação das ações presentes. Para o cumprimento da pesquisa
foram analisados relatórios ministeriais, correspondência pessoal e diplomática de Hélio
Lobo, bem como suas obras produzidas no período em questão e bibliografia selecionada.