Papers by Luciana Gattass
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
abralic.org.br
... radicais encontrariam mais tarde ressonâncias mais tênues em modelos como o de produções de ... more ... radicais encontrariam mais tarde ressonâncias mais tênues em modelos como o de produções de presença em Hans Ulrich Gumbre-cht ... se do suor das lutas de boxe ou do sangue das touradas, ou simplesmente tateando a estranhíssima espessura gelatinosa da gomina. ...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Drafts by Luciana Gattass
The latest stage of the Anthropocene is its cosmopolitanization: the problems and risks it faces ... more The latest stage of the Anthropocene is its cosmopolitanization: the problems and risks it faces are transnational and require what German sociologist Ulrich Beck termed a "cosmopolitan outlook" (Beck 2006, 18): The national outlook, together with its associated grammar is becoming false. It fails to grasp that political, economic and cultural action and their consequences know no borders; indeed it is completely blind to the fact that, even when nationalism is reignited by the collision with globality, this can only be conceptualized in the form of cosmopolitan perspective. (Ibid.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
No capítulo intitulado “A Configuração do Tempo na Narrativa de Ficção”, no Tomo II de sua obra T... more No capítulo intitulado “A Configuração do Tempo na Narrativa de Ficção”, no Tomo II de sua obra Tempo e Narrativa, Paul Ricoeur indaga-
"Será que um gênero narrativo tão novo quanto, por exemplo, o romance moderno, conservaria ainda o muthos trágico, para os gregos sinônimo de enredo, de intriga, um laço de filiação tal qual se possa também colocá-lo sob o princípio de concordância discordante através da qual caracterizamos a configuração narrativa?"
A história da composição narrativa demonstra a gradativa priorização da verossimilhança sobre o formalismo aristotélico. Ricoeur afirma que o romance moderno, ao justificar-se em sua empreitada como única saída mimética para uma realidade, em si, desconexa, fragmentada, e inconsistente, reconduz a mimese à sua função mais frágil—a de replicar o real, copiando-o . Em Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, romance emblemático do método de “fluxo de consciência” (stream of consciousness), temos claro exemplo deste novo e ambicioso exercício da mimese. Em Dalloway, replicar a realidade é abarcá-la por completo: penetrar e mente humana, seus vácuos, suas impossibilidades, seu agir no tempo, e seu encontro com o outro. Como observa James Hafley, em sua oposição entre Mrs. Dalloway e Ulysses de James Joyce, “[Woolf] used the single day as a unity to show that there is no such a thing as a single day” . Entretanto, tomar o dia como objeto mimético, implica em enquadrar o campo da ação narrada à ordenação cronológica—violar, portanto, a regra Aristotélica da prevalência da unidade de ação sobre a unidade de período. Ademais, a mimese do real dá margem à notória problemática: significante iguala-se a significado—por significante entende-se prioritariamente, o instante, ou o fenômeno, “cujo significado aponta para zero”, sem que seu caráter epifânico seja comprometido . Subverte-se, pois, a distinção entre paradigmático e sintagmático, que Ricoeur propõe ser exatamente o ponto que demarca a transição entre mimese 1 e 2 . Neste contexto, torna-se complexo discutir causalidade e, por conseguinte, intriga, ou muthos aristotélico . O paradoxo está no fato de o fenômeno, ou de a experiência de Mrs. Dalloway serem inteligíveis ao leitor, e não apenas sensorialmente perceptíveis. Será a intenção deste trabalho analisar as maneiras com quais Woolf expande o conceito muthos, tornando-o viável sem, entretanto, abdicar de nítidos traços de temporalidade prefigurada (mimese 1).
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Luciana Gattass
Drafts by Luciana Gattass
"Será que um gênero narrativo tão novo quanto, por exemplo, o romance moderno, conservaria ainda o muthos trágico, para os gregos sinônimo de enredo, de intriga, um laço de filiação tal qual se possa também colocá-lo sob o princípio de concordância discordante através da qual caracterizamos a configuração narrativa?"
A história da composição narrativa demonstra a gradativa priorização da verossimilhança sobre o formalismo aristotélico. Ricoeur afirma que o romance moderno, ao justificar-se em sua empreitada como única saída mimética para uma realidade, em si, desconexa, fragmentada, e inconsistente, reconduz a mimese à sua função mais frágil—a de replicar o real, copiando-o . Em Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, romance emblemático do método de “fluxo de consciência” (stream of consciousness), temos claro exemplo deste novo e ambicioso exercício da mimese. Em Dalloway, replicar a realidade é abarcá-la por completo: penetrar e mente humana, seus vácuos, suas impossibilidades, seu agir no tempo, e seu encontro com o outro. Como observa James Hafley, em sua oposição entre Mrs. Dalloway e Ulysses de James Joyce, “[Woolf] used the single day as a unity to show that there is no such a thing as a single day” . Entretanto, tomar o dia como objeto mimético, implica em enquadrar o campo da ação narrada à ordenação cronológica—violar, portanto, a regra Aristotélica da prevalência da unidade de ação sobre a unidade de período. Ademais, a mimese do real dá margem à notória problemática: significante iguala-se a significado—por significante entende-se prioritariamente, o instante, ou o fenômeno, “cujo significado aponta para zero”, sem que seu caráter epifânico seja comprometido . Subverte-se, pois, a distinção entre paradigmático e sintagmático, que Ricoeur propõe ser exatamente o ponto que demarca a transição entre mimese 1 e 2 . Neste contexto, torna-se complexo discutir causalidade e, por conseguinte, intriga, ou muthos aristotélico . O paradoxo está no fato de o fenômeno, ou de a experiência de Mrs. Dalloway serem inteligíveis ao leitor, e não apenas sensorialmente perceptíveis. Será a intenção deste trabalho analisar as maneiras com quais Woolf expande o conceito muthos, tornando-o viável sem, entretanto, abdicar de nítidos traços de temporalidade prefigurada (mimese 1).
"Será que um gênero narrativo tão novo quanto, por exemplo, o romance moderno, conservaria ainda o muthos trágico, para os gregos sinônimo de enredo, de intriga, um laço de filiação tal qual se possa também colocá-lo sob o princípio de concordância discordante através da qual caracterizamos a configuração narrativa?"
A história da composição narrativa demonstra a gradativa priorização da verossimilhança sobre o formalismo aristotélico. Ricoeur afirma que o romance moderno, ao justificar-se em sua empreitada como única saída mimética para uma realidade, em si, desconexa, fragmentada, e inconsistente, reconduz a mimese à sua função mais frágil—a de replicar o real, copiando-o . Em Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, romance emblemático do método de “fluxo de consciência” (stream of consciousness), temos claro exemplo deste novo e ambicioso exercício da mimese. Em Dalloway, replicar a realidade é abarcá-la por completo: penetrar e mente humana, seus vácuos, suas impossibilidades, seu agir no tempo, e seu encontro com o outro. Como observa James Hafley, em sua oposição entre Mrs. Dalloway e Ulysses de James Joyce, “[Woolf] used the single day as a unity to show that there is no such a thing as a single day” . Entretanto, tomar o dia como objeto mimético, implica em enquadrar o campo da ação narrada à ordenação cronológica—violar, portanto, a regra Aristotélica da prevalência da unidade de ação sobre a unidade de período. Ademais, a mimese do real dá margem à notória problemática: significante iguala-se a significado—por significante entende-se prioritariamente, o instante, ou o fenômeno, “cujo significado aponta para zero”, sem que seu caráter epifânico seja comprometido . Subverte-se, pois, a distinção entre paradigmático e sintagmático, que Ricoeur propõe ser exatamente o ponto que demarca a transição entre mimese 1 e 2 . Neste contexto, torna-se complexo discutir causalidade e, por conseguinte, intriga, ou muthos aristotélico . O paradoxo está no fato de o fenômeno, ou de a experiência de Mrs. Dalloway serem inteligíveis ao leitor, e não apenas sensorialmente perceptíveis. Será a intenção deste trabalho analisar as maneiras com quais Woolf expande o conceito muthos, tornando-o viável sem, entretanto, abdicar de nítidos traços de temporalidade prefigurada (mimese 1).