This review may contain spoilers.
Fiulspe’s review published on Letterboxd:
Que filme maravilhoso de se ver, a relação entre Joel e Clementine é muito profunda. Às vezes feliz, às vezes triste. Isso é um verdadeiro relacionamento, uma verdadeira relação humana. O filme trabalha muito bem com a cronologia confusa para nos trazer no final um fim de jornada em aberto, porém esperançoso ou trágico, nunca saberemos.
Isso é uma resposta à premissa que mostra o casal Joel e Clementine, um casal composto por Clementine enérgica, impulsiva e alegre e por um tímido cinza Joel que não conversa muito. Mesmo sendo divergentes se tornam um belo casal, mas após um término, Clementine faz um tratamento capaz de fazer esquecer de pessoas, traumas, etc. Ela pede para esquecer Joel, seu ex-namorado. Joel, após tentar se reconciliar, percebe que a parceira não se lembra mais dele e, inclusive, está com um novo namorado. Após isso, ele pede auxílio a um casal de amigos, onde Rob mostra o que Clementine fez com sigo mesmo. Indignado, bravo e depressivo, Joel faz o mesmo procedimento, mas no decorrer vê que não é isso que ele queria e tenta reverter isso, estando preso na própria mente enquanto suas memórias com Clementine vão sendo apagadas ao decorrer do tratamento, enquanto isso a trama fora da mente de Joel vai se desenrolando junto.
Um filme com uma realidade triste e manipulada que nos faz perguntar: vale a pena esquecer o que nos fez ser nós mesmos? Memórias boas, ruins ou até mesmo banais nos fazem ser quem somos, é como tirar uma parte da alma do seu corpo e deixar você "incompleto” sem rumo. Não dá para fugir das responsabilidades ou de traumas, ou de qualquer coisa na sua mente que te faz se sentir mal. No fundo, sabemos que tudo que vivemos é um aprendizado, às vezes bons, outras ruins. Mas todos os úteis para nossa vida. Somos seres falhos que cometem erros e acertos, não dá para ser “perfeito” com todos ou em tudo. Fugir disso é o caminho mais fácil, mas não funciona, porque sempre haverá momentos ruins e também momentos bons. Devemos recomeçar tentando não cometer os mesmos erros, enxergando o lado bom na vida mesmo com problemas em relacionamentos, vida financeira e emocionais. Além disso, o filme retrata, além da história principal, coisas como manipulação emocional, baixa autoestima e depressão.
E falando da direção e do elenco, a atuação do Jim Carrey está fenomenal com a também talentosa Kate Winslet. Claro, fora o resto do elenco de peso, como Kirsten Dunst, Mark Ruffalo, Elijah Wood e Tom Wilkinson. Mas não tem como, Jim Carrey foi brilhante em sua atuação e não há prêmio nenhum que diga ao contrário. Junto disso, a direção do cineasta Michel Gondry te faz viver um sonho lúcido com muitas loucuras visuais que auxiliam o roteiro excepcional, uma verdadeira viagem engraçada e trágica na mente de Joel, junto a Clementine. É um filme de uma hora e quarenta, mas passa rápido por ser um filme muito divertido e emocionante.
"Ao encarar as dificuldades estamos vivendo, ao fugir delas estamos apenas existindo."
Não irei mentir, esse filme me fez ficar confuso no começo, mas ao decorrer foi se desenrolando tornando-se uma jornada muito bonita e linda de se ver, todos deveriam assistir essa obra-prima.