Luiz Paulo’s review published on Letterboxd:
Ikiru conta a história de Watanabe, um senhor que descobre um câncer no estômago e que só lhe restam 6 meses de vida. Ele, afogando suas mágoas na bebida, faz um novo amigo que o leva para curtir a vida, mesmo tendo se divertindo, ainda havia um vazio em seu coração, ainda havia algo o incomodando.
É aí que watanabe conhece uma jovem colega de trabalho, e eles rapidamente se tornam próximos. Ela lhe diz que deu a ele um apelido de múmia enquanto trabalhavam, ao perguntar o motivo, ela diz que ele vivia de forma “mumificante”. Naquele momento, o velho homem percebeu que mais de 30 anos de sua vida passaram entre seus dedos, dedicou-se tanto ao seu emprego, que não teve tempo de fazer mais nada, e viveu sua vida de forma repetitiva.
Os dois começam então, a ir a lugares diferentes juntos, se divertirem e se alegrarem, mas mesmo assim faltava algo em Watanabe, ele queria viver como a menina, ter a sua juventude novamente, para que assim ele tenha a chance de aproveitar a sua vida.
Ao voltar ao trabalho, o senhor, decidido, resolve dedicar os seus últimos 5 meses de vida a algo: a reforma da rede de encanamento de um lugar periferico e a construção de um parquinho.
O filme nos mostra os processos necessários para essa construção e o empenho de Watanabe nela. E nos mostra também um olhar de fora de sua história, as pessoas tinham dúvidas do motivo de seu empenho todo e de sua mudança repentina.
No final do filme, nos é mostrada a morte de Watanabe, ele morre no balanço do parquinho que ele mesmo construiu. Watanabe descobriu o sentido da vida apenas nos seus últimos dias antes de partir, e por mais cômico que seja, para o velho homem, a resposta era: viver. Aproveitar os momentos bons momentos que passamos, ajudar o próximo e agradecer por termos uma vida. A motivação de Watanabe na construção do parquinho era ajudar as pessoas e transmitir felicidade para aquele lugar. Kurosawa quis passar essa ideia, uma ideia de que temos que viver a vida para assim aproveitá-la ao máximo.