Um filme obrigatório. Uma perspectiva que acessa até os menos “escolarizados” sobre o tema porque atravessa onde -pelo menos a gente imagina- dói em qualquer pessoa. O afeto te embala desde os primeiros minutos do filme. A gente É aquela familia, a gente se sente PARTE daqueles dias de vinil, mar e rotina familiar. Isso é poderoso, isso nos aproxima ainda mais e nos aterroriza em enorme proporção quando com o desenrolar, não somos mais apanhados pelos números que já vimos algumas vezes, ou pelos “dados” que por mais chocantes e estarrecedores, ainda se apresentam mais friamente”, eu diria. Não. Em “Ainda estou aqui”, a matemática da ditadura militar vira textura, fotografia, cor, imagem, terror, um nó na garganta que te acompanha até deixar a sala de cinema, ou até os créditos pra quem vir a assistir em algum stream. Fernanda, Fernandas, arrebatadoras. Não a toa são quem são. Eunice Paiva fora representada e re-apresentada ao público grande como fora.
Nosso cinema é precioso e nossa história, tantas elas, precisam ser contadas, repetidas, cada vez mais , para que jamais se esqueçam ou se atrevam a negar o que ainda hoje nos acomete em resquícios e tentativas de resgate desse sistema nos âmbitos políticos e sociais.