Duas Vidas de Clara
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Duas Vidas de Clara - Eliane Macarini
O DESESPERO
Clara estava cansada e sentia muitas dores abdominais, fatos que se tornaram rotineiros em sua vida. Todo dia prometia a si mesma procurar um profissional da saúde, afinal, era estudante de enfermagem numa grande universidade pública, mas estava sempre correndo, já que assumira muitos compromissos paralelos aos estudos, como ser a representante de sua classe junto à reitoria da faculdade.
Era uma mulher ativa, responsável e dinâmica, de sorriso largo e contagiante. Tinha esperança sem fim no futuro e firmara consigo mesma o compromisso de fazer de sua profissão uma ferramenta para levar maravilhas às pessoas que cruzassem seu caminho.
Desde muito pequena, tinha o sonho de ser mãe. Queria ter muitos filhos, dos quais cuidaria com muito carinho e amor. Desejava uma família grande, uma casa confortável, um marido dedicado e fiel. Fechava os olhos e sonhava, chegando a visualizar crianças lindas e saudáveis correndo pela casa, fazendo a maior algazarra. A cada vez que imaginava o seu sonho, acrescentava um detalhe novo, um gato, um cachorro ou brinquedos espalhados pela casa.
Estava noiva de Nelson, um rapaz sedutor que não a respeitava o suficiente. Entretanto, ela o amava e acreditava que aos poucos, com muito carinho e dedicação, ele mudaria sua maneira de encarar a vida por ela e para fazê-la feliz. Em suas conversas, o noivo deixava claro que não queria mais do que um filho, pois ele não gostava de muita movimentação. Mas Clara acreditava que depois que o primeiro chegasse, ele se encantaria com a paternidade e também ansiaria por uma família numerosa.
Ocorre que, apesar de seu otimismo, ela sentia uma angústia que, às vezes, tornava-se insuportável. Ela buscava combater esse sentimento, respirava fundo e dizia a si mesma que não tinha motivos para aquilo. A realidade, entretanto, é que havia lacunas sombrias em sua vida que sua mente se recusava a deixar vir à tona. Ela mudava o rumo do pensamento, sorria para todos, mas no fundo era triste e não conseguia sentir o que esperava de si mesma.
Naquele dia, as dores estavam insuportáveis, tanto que ela tinha dificuldade de ficar ereta e constantemente passava as mãos pelo abdômen visivelmente inchado. Falou então com uma colega a respeito do assunto.
— Estou com muitas dores abdominais, acho que vou pedir à doutora Karen para me examinar.
— Ela está sozinha no posto de enfermagem, aproveite que logo chega gente atrás dela.
Clara se aproximou da médica e relatou o incômodo que sentia.
— Você está perto da menstruação?
— Estou sim, pode ser cólica.
— Em todo caso, vamos a um quarto desocupado que vou examiná-la, pois a sala da ginecologia está ocupada.
As duas moças entraram no quarto e Clara deitou na cama. A médica passou a examiná-la e constatou que a moça estava com o abdômen distendido e doloroso, a ponto de não poder tocar de maneira adequada sem que a paciente reclamasse de fortes dores.
Voltaram ao posto de enfermagem e a médica fez uma carta encaminhando a jovem a um ginecologista, pedindo ao colega que a examinasse com urgência.
— Clara, não sou especialista em ginecologia, mas suas dores estão localizadas no baixo ventre e, provavelmente, alguma infecção se instalou nessa região. Pedi, na carta ao doutor Celso, que a examine, mas antes vou falar com ele e depois te aviso, está bem?
— Obrigada, doutora! Eu conheço o doutor Celso. Ele tem me ajudado bastante com os estudos. Mas a senhora não poderia me receitar algo para a dor?
A médica pensou um pouco e falou:
— Vou lhe receitar algo leve, apenas para te dar algum conforto, mas não quero mascarar o quadro, pois, se fizer isso, dificulto o diagnóstico do Celso, está bem?
Clara agradeceu, pegou a receita e foi à farmácia retirar o medicamento. Tomou-o e sentiu um pouco de alívio, mas não suficiente para esquecer o incômodo constante.
No meio da tarde, doutora Karen procurou-a para avisar que o médico não estava de plantão naquele dia, mas que na manhã seguinte, no primeiro horário, ele a atenderia. Clara desligou o telefone e pensou:
— Tenho aula e uma avaliação importante amanhã cedo, mas preciso dessa consulta de qualquer jeito. Vou avisar ao professor antes de ir me consultar. Ele é boa gente e vai entender.
_
VIOLÊNCIA SEM FIM
O plantão de Clara terminaria às dezesseis horas, mas um colega havia faltado e pediu a ela que o substituísse. Ela sentia-se muito cansada e as dores haviam voltado com força total, mas ela precisava de boas notas já que estava o último semestre do curso, e quanto melhor fosse seu desempenho, mais facilmente seria escolhida para permanecer na equipe daquele grande hospital. Aceitou, com certa relutância, mas aceitou. Procurou mais uma vez a doutora Karen, que receitou algo mais forte, visto que a consulta seria apenas no dia seguinte e o efeito do medicamento teria terminado.
Foi uma tarde de muito trabalho. Estava atendendo na emergência e um grave acidente de carro consumiu boa parte do tempo. Às vinte e duas horas, terminou o plantão estendido, foi ao vestiário, trocou de roupa, saiu do prédio e seguiu para o estacionamento onde havia deixado seu carro.
As dores voltaram e ela percebeu que estavam ainda mais intensas. Respirou fundo e pensou:
— Amanhã, às seis e meia, o doutor Celso vai me examinar, é só aguentar mais um pouco.
Olhou o caminho, uma rua bastante iluminada dentro do campus universitário, mas dessa vez o percurso parecia longo demais, pois suas pernas estavam pesadas e doloridas. Olhou para o outro lado e viu o pequeno bosque de vegetação abundante, caminho que evitava quando estava sozinha, mas que, naquele momento, pareceu a ela o caminho do paraíso. Caminharia apenas uns cem metros e sairia direto onde estava estacionado seu carro. Olhou a procura de algum sinal de perigo e não encontrando nada anormal, decidiu que iria mesmo por ali, já que se sentia muito cansada e com muitas dores. Seria só naquela noite.
Resoluta, voltou e entrou na pequena trilha. Havia dado poucos passos e, embora atenta, não viu de onde surgiram aquelas figuras mascaradas. Tentou gritar, mas eles tamparam sua boca.
Eles riam e estavam visivelmente se divertindo com seu pavor. Jogaram-na ao chão com brutalidade, arrancaram suas roupas e a violentaram, um de cada vez, repetidas vezes. As dores eram atrozes.
Em determinado momento, não suportando mais, perdeu a consciência. Acordou nua, com frio e sentindo dores insuportáveis. Tentou levantar o braço e passar a mão pelo rosto, mas não conseguiu e voltou a desmaiar.
Acordou novamente e, desesperada, tentava gritar, mas não tinha forças. Pensou que morreria ali jogada no chão como lixo, já que ali ninguém nunca a encontraria. Muito assustada, desmaiou novamente.
Mais tarde despertou, olhou a sua volta e percebeu que estava numa sala de UTI. Não sabia ao certo como viera parar ali, mas aos poucos o horror que vivera foi voltando à memória. Ela tentou falar, mas logo percebeu que estava entubada. Apavorada, olhou ao redor e um enfermeiro percebeu que ela despertara. Prontamente, ele chamou o médico.
— Calma, Clara! Está tudo bem, você está conosco agora. Lembra-se de mim?
Ela olhou para o homem e lembrou que ele era o ginecologista que a atenderia naquela manhã, o doutor Celso, um amigo que sempre a auxiliava nos estudos. Fechou os olhos e fez um sinal afirmativo.
— Ótimo, agora tenha calma! Vamos examiná-la novamente, está bem? Se estiver tudo em ordem, em breve, vamos retirar o tubo.
Clara fez um sinal afirmativo com a cabeça enquanto lágrimas de alívio escorriam por seu rosto. O médico acariciou seu cabelo e sorriu.
— Está tudo bem, está em segurança, você entende isso?
Ela voltou a balançar a cabeça. Estava aliviada, mas ao mesmo tempo sentia um forte aperto no peito.
Todos eram muito gentis com ela e estava cercada de carinho. Clara